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registro de autoridade

Benjamin Gilbert

  • Pessoa
  • 1929-2024

Nasceu em 27 de setembro de 1929, em Felixstowe, litoral do condado de Suffolk, Inglaterra, filho de William Richard Gilbert e Dorothy Oxley Gilbert. Em 1950 graduou-se em química pela Universidade de Bristol e obteve o título de doutor em química orgânica pela mesma universidade em 1954. Nesse período dedicou-se à química de produtos naturais estudando estruturas de vários flavonóides, especialmente as isoflavonas. Entre 1957 e 1958 realizou pós-doutorado na Universidade de Wayne State, em Detroit, Michigan, Estados Unidos, sob a orientação do professor Carl Djerassi. Na ocasião participou de programa de pesquisa voltado para a determinação da estrutura de um inseticida natural presente em sementes de Mammea americana, conhecida no Brasil como abricó-do-Pará. Em 1958 transferiu-se para o Brasil e trabalhou como pesquisador visitante associado com o professor Walter Mors no Instituto de Química Agrícola do Ministério da Agricultura. Ao deixar o instituto em 1963, participou da fundação do Núcleo de Pesquisas de Produtos Naturais da Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde atuou como professor visitante até 1974. Ainda entre as décadas de 1960 e 1970 dedicou-se ao estudo de doenças endêmicas em parceria com pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais e do Centro de Pesquisas René Rachou da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). De 1972 a 1985 foi chefe do Grupo de Bioquímica do Instituto de Pesquisas da Marinha e de 1985 a 1994, orientador científico da Companhia de Desenvolvimento Tecnológico, entidade privada instalada pela Central de Medicamentos e pela Secretaria de Tecnologia Industrial do Ministério da Indústria e Comércio para desenvolvimento de medicamentos sintéticos e naturais. Em 1986 ingressou na Fiocruz como consultor técnico, função depois alterada para tecnologista sênior do Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos). Ali chefiou laboratórios e colocou em prática seus conhecimentos sobre química, com ênfase em química de produtos naturais, nas seguintes ações: padronização química de plantas medicinais, implantação da fitoterapia no Sistema Único de Saúde e produção de monografias sobre plantas medicinais. Aposentou-se em 2002, mas permaneceu à frente de suas atividades em Farmanguinhos. Integrou grupos de trabalho, comissões e comitês da Organização Mundial da Saúde e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, entre outras instituições. Ingressou na Academia Brasileira de Ciências em 1966 e é também membro da Royal Society of Chemistry, American Chemical Society, Associação Brasileira de Química e Sociedade Brasileira de Química. Em 2020 recebeu o título de pesquisador emérito da Fiocruz. Morreu em 9 de fevereiro de 2024, no Rio de Janeiro.

Ronaldo Klein

  • Pessoa
  • 19??-

Anthony Leeds

  • Pessoa
  • 1925-1989

Nasceu em 26 de janeiro de 1925, em Nova York, Estados Unidos, filho de Arthur Leeds e Polly Leeds. Em 1942 formou-se no ensino médio na Waden School. No ano de 1948 casou-se com a artista e professora Jo Alice Lowrey. Sua formação acadêmica em antropologia foi realizada na Universidade de Columbia, onde se graduou (1949) e obteve o título de doutor (1957), defendendo a tese "Economic cycles in Brazil: the persistence of a total-cultural pattern: cacao and other cases". Entre 1951 e 1952 veio pela primeira vez ao Brasil para realizar o trabalho de campo sobre a zona do cacau na Bahia, destinado à elaboração de sua tese. De 1956 a 1959 lecionou na Universidade de Hofstra, em Nova York, onde ministrou a disciplina Introdução às Ciências Sociais. Em 1958 fez um estudo etnográfico sobre os índios yaruro da região de Los Llanos, Venezuela. Em 1959 ingressou no City College, em Nova York, onde permaneceu até 1961. A partir desse ano até 1963 exerceu a chefia do Programa de Desenvolvimento Urbano da União Pan-Americana, atual Organização dos Estados Americanos. Durante a década de 1960 iniciou suas pesquisas sobre favelas de São Paulo e do Rio de Janeiro, onde residiu nas localidades do Tuiuti e Jacarezinho. As pesquisas em favelas cariocas tornaram-se seu campo privilegiado de estudos sobre a pobreza urbana na América Latina, e foram divididas sob os seguintes aspectos: os contextos urbanos nas sociedades complexas, a ecologia cultural, que compreende estudos sobre tecnologia e agricultura, filosofia e história das ciências sociais. Nesta mesma década, organizou um seminário de pesquisa em que reuniu participantes do Peace Corps e jovens sociólogos, antropólogos e arquitetos brasileiros que começavam a se especializar nos estudos urbanos. No ano de 1967 casou-se com a cientista política Elizabeth Rachel Leeds, pesquisadora do Peace Corps. De 1963 a 1972 ministrou na Universidade do Texas a disciplina Princípios de Análise Urbana, que serviu de base para que coordenasse, em 1969, no Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro, o mestrado em antropologia, a convite do antropólogo Roberto Cardoso de Oliveira. Entre 1966 e 1967 estudou as relações entre brancos, méxico-americanos e afro-americanos em Austin, Texas. De 1969 a 1970 pesquisou as barriadas em Lima, Peru. Antes de vincular-se à Universidade de Boston, onde lecionou de 1973 até o final de sua vida, foi professor visitante nas universidades de Oxford e Londres. Neste período, filiou-se à UFRJ, ao Centro de Pesquisas Habitacionais do Rio de Janeiro e a outros institutos brasileiros. Também fundou a Sociedade de Antropologia Urbana, que presidiu de 1982 a 1983. Dedicou-se aos mais variados objetos de estudo, como habitação, história e economia política, movimentos populares e comunitários. Em parceria com Elizabeth Leeds publicou o livro "A sociologia do Brasil urbano". Entre 1987 e 1988 retornou ao Rio de Janeiro para completar seus estudos sobre profissões brasileiras e políticas nas favelas. Morreu em 20 de fevereiro de 1989, em Tunbridge, Vermont.

Wladimir Lobato Paraense

  • Pessoa
  • 1914-2012

Nasceu em 16 de novembro de 1914, em Igarapé-Miri (PA), filho de Joaquim Mamede de Moraes e Orminda Paraense Lopes. Em 1931 iniciou sua graduação na Faculdade de Medicina e Cirurgia do Pará, que foi concluída em 1937 na Faculdade de Medicina de Recife. Um ano antes fora aprovado em concurso para interno do Hospital Oswaldo Cruz, instituição ligada ao Departamento de Saúde Pública de Pernambuco. Entre 1938 e 1939 especializou-se em Anatomia Patológica na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Permaneceu no Hospital Oswaldo Cruz até 1939, quando ingressou como pesquisador assistente no Serviço de Estudo das Grandes Endemias do Instituto Oswaldo Cruz (IOC), comandado por Evandro Chagas. Em 1941 foi contratado como biologista extranumerário do IOC e assumiu a responsabilidade pelo serviço clínico do Hospital Evandro Chagas. Em 1943, como comissionado pela direção do IOC, investigou casos de pênfigo foliáceo e bouba em Minas Gerais. No mesmo ano comprovou a existência do ciclo exoeritrocitário da malária. Em 1945, por concurso de provas e títulos promovido pelo Departamento de Administração do Serviço Público, foi efetivado como biologista do IOC. Além das pesquisas dedicou-se à docência em cursos de Protozoologia, Parasitologia e Imunologia no instituto. De 1954 a 1956 atuou no Serviço Especial de Saúde Pública como pesquisador associado para o estudo de moluscos planorbídeos do Brasil. Em 1956 foi cedido pelo IOC para atuar no Instituto Nacional de Endemias Rurais, que dirigiu de 1961 a 1963. Ainda em 1956 foi comissionado pelo Conselho Nacional de Pesquisas para coletar moluscos planorbídeos em localidades-tipo no Peru, Bolívia, México, Cuba e Venezuela, a fim de estudar problemas de sistemática desse grupo zoológico. Em 1959 realizou a mesma tarefa nas Guianas Inglesa, Holandesa e Francesa, dessa vez comissionado pelo Departamento Nacional de Endemias Rurais. Entre 1961 e 1976 desenvolveu pesquisas sobre planorbídeos americanos, pela Organização Pan-Americana da Saúde e a Organização Mundial da Saúde, a qual pertenceu como membro do Quadro de Peritos em Doenças Parasitárias (Esquistossomose) de 1964 a 1997. Em 1968 foi contratado como professor titular de Parasitologia pela Universidade de Brasília, onde ocupou os cargos de diretor do Instituto de Ciências Biológicas e chefe do Departamento de Biologia Animal. Em 1976 retornou ao Rio de Janeiro, a convite do presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Vinícius da Fonseca, para ocupar o cargo de vice-presidente de Pesquisas da instituição, função em que permaneceu até 1978. No ano seguinte tornou-se pesquisador titular da Fiocruz. Chefiou no IOC o Departamento de Malacologia (1980-1991) e o Laboratório de Malacologia (1991-2007). Ao longo de sua carreira publicou mais de cento e setenta artigos científicos, dos quais muitos foram elaborados em parceria com os pesquisadores Newton Deslandes e Lygia dos Reis Corrêa, sua segunda esposa. Recebeu diversas honrarias, como a medalha Pirajá da Silva (1958), o prêmio Golfinho de Ouro (1982), a Grã-cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico (1995) e o título de Pesquisador Emérito da Fiocruz (2006). Morreu em 11 de fevereiro de 2012, no Rio de Janeiro.

Walter Vieira Mendes

  • Pessoa
  • 1914-1969

Nasceu em 26 de dezembro de 1914, no Rio de Janeiro, filho de José Machado Mendes e Adelaide Vieira Mendes. Formou-se em 1940 pela Faculdade Nacional de Medicina da Universidade do Brasil, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro. Ao longo de sua trajetória profissional teve destacada atuação em instituições de saúde localizadas no Rio de Janeiro, onde foi secretário-geral da Federação das Sociedades de Tuberculose, diretor do Hospital Sanatório Torres Homem, diretor do Hospital Sanatório de São Sebastião e diretor do Departamento de Tuberculose da Prefeitura do Distrito Federal. Em 1953 atuou como professor de curso sobre tuberculose (uso do fármaco isoniazida no tratamento da doença) realizado na Faculdade Nacional de Medicina em colaboração com a Campanha Nacional contra a Tuberculose. Morreu em 22 de dezembro de 1969, no Rio de Janeiro.

Virgínia Maria de Niemeyer Portocarrero

  • Pessoa
  • 1917-2023

Nasceu em 23 de outubro de 1917, no Rio de Janeiro, filha de Tito Portocarrero e Dinah de Niemeyer Portocarrero. Viveu sua infância na Tijuca e foi alfabetizada pela mãe. Fez o primário no Colégio Maria Imaculada, mantido por irmãs concepcionistas espanholas, onde aprendeu piano e trabalhos manuais, como era uma típica educação feminina na época. Formou-se bacharel em ciências e letras pelo Colégio Pedro II da avenida Marechal Floriano, no centro do Rio de Janeiro, e mais tarde realizou o Curso de Aperfeiçoamento e Arte Decorativa da Escola Politécnica Nacional de Engenharia, adquirindo formação de decoradora, professora de desenho e desenhista. Em função das constantes mudanças vividas em decorrência da profissão do pai, iniciou o Curso de Enfermagem Samaritana na Cruz Vermelha de Belém (PA), e veio a concluí-lo no Rio de Janeiro. Vários membros de sua família eram militares e por isso cresceu ouvindo histórias de tios e avôs que lutaram na Guerra do Paraguai, o que representava motivo de orgulho e exemplo a ser seguido pelos demais. Devido a sua formação, trabalhava no Instituto do Mate como desenhista, mas ao ler uma matéria no jornal “O Globo”, na qual o governo solicitava voluntários para a Segunda Guerra Mundial, inscreveu-se sem o conhecimento da família e foi selecionada. Uma vez escolhida, era preciso realizar capacitação através de cursos e treinamentos e foi matriculada no Curso de Emergência de Enfermeiras da Reserva do Exército (CEERE) - Quadro de Emergência de Enfermeiras da Reserva do Exército Brasileiro (QEERE). A conclusão do curso foi em 2 de junho de 1944, e após essa data ficou à disposição do Primeiro Escalão da Força Expedicionária Brasileira (FEB), cujo contingente total era de 25.334 cidadãos, sendo 67 enfermeiras. Em 7 de julho de 1944, seguiu para Nápoles, Itália, como integrante do 2º Grupo (General Diretor de Saúde Marques Porto). Passou pelos hospitais 182th Station General Hospital em Nápoles, 105th Station Hospital em Cevitavecchia, 64th General Hospital em Ardenza, 38th Evacuation Hospital, em Cecina, Florença e Pisa, 16th Evacuation Hospital em Pistóia e 15th Evacuation Hospital em Corvela, todos na Itália. Após quase um ano de trabalho voluntário na guerra, regressou ao Brasil em 7 de julho de 1945 com licença autorizada pela portaria 8.411, publicada no Diário Oficial da União, em 23 de junho de 1945, e retornou ao cargo que ocupava no Instituto do Mate. Em seguida, trabalhou como laboratorista e escriturária no Departamento de Saúde Escolar do Distrito Federal quando, em 1957, as enfermeiras "febianas" foram incorporadas ao Exército Brasileiro. Voltou ao serviço ativo do Exército como 2º tenente e passou a atuar como enfermeira na Policlínica Central do Exército. Passou para a reserva em 25 de setembro de 1962 como 1º tenente e foi promovida a capitão em 1963. Em 24 de setembro de 2019, foi aprovada a concessão do título de doutor Honoris Causa pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio) e a cerimônia de entrega no dia 4 de março de 2020. Morreu na cidade de Araruama (RJ) em 29 de março de 2023.

Victor Tavares de Moura

  • Pessoa
  • 1892-1960

Nasceu em 12 de abril de 1892, em Nazareth (PE), filho de João de Moura Vasconcelos e Davina de Moura Tavares. Em 1906 ingressou na Faculdade de Medicina da Bahia, mas concluiu o curso em 1913, na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Entre 1916 e 1918 fez cursos em Paris e Berlim, especializando-se em cirurgia, e regressou em seguida a Pernambuco, em consequência da Primeira Guerra Mundial. Em Recife foi diretor do posto de Assistência, da Diretoria de Higiene e Saúde Pública. Em 1920 foi nomeado médico da prefeitura de Garanhuns e dois anos depois coordenou a campanha contra a peste bubônica. Exerceu a profissão de médico sanitarista e foi nomeado, em 1928, diretor do Hospital Santa Francisca, em Barreiros. A essa atividade acumulou, entre 1928 e 1930, as funções de chefe do posto de Saneamento Rural e diretor do Centro de Saúde anexo ao hospital. De volta a Recife em 1930, atuou como epidemiologista até 1934. No ano seguinte transferiu-se para o Rio de Janeiro, para trabalhar como médico da prefeitura do Distrito Federal. Posteriormente, foi assistente de clínica sifilográfica, da Diretoria Geral de Assistência Municipal, e médico dos Institutos de Aposentadorias e Pensões dos Bancários (IAPB) e dos Comerciários. Em 1937 foi nomeado chefe do Albergue da Boa Vontade, pelo interventor federal cônego Olímpio de Melo. Em virtude da Lei de Desacumulação deixou o IAPB em 1938, ao optar pelo cargo que ocupava na prefeitura. Exerceu as funções de adido chefe e diretor na Secretaria Geral de Saúde e Assistência. Em 1941 constituiu uma comissão para o estudo das favelas, tornando-se um dos responsáveis pela execução do projeto piloto dos Parques Proletários, o primeiro dos quais inaugurado em 1939 no bairro carioca da Gávea. No contexto da Segunda Guerra Mundial, tomou parte, em janeiro de 1943, da comissão denominada Mobilização Econômica, cujo objetivo era encaminhar trabalhadores para a extração de borracha na região amazônica. No mesmo ano tornou-se chefe do Serviço Social, que, transformado em Departamento de Assistência Social, teve-o como seu primeiro diretor. Entre 1944 e 1958 foi professor das cadeiras de medicina social e sociologia da Escola de Enfermeiras Rachel Haddock Lobo. Em 1949, a convite de Euvaldo Lodi, presidente da Confederação Nacional da Indústria, assumiu o cargo de chefe de serviço para a divisão regional do Rio de Janeiro do Serviço Social da Indústria, onde permaneceu até 1953. Ainda em 1949 participou do I Congresso Americano de Medicina do Trabalho, em Buenos Aires, Argentina. Em 1951 tornou-se membro da Associação Brasileira de Medicina do Trabalho e organizou o II Congresso Americano de Medicina do Trabalho, realizado no Brasil em 1952, ocasião em que foi agraciado com a medalha de ouro. Apesar da especialização em cirurgia, trocou a medicina curativa pela preventiva e dedicou-se inteiramente à medicina social e do trabalho, à prevenção de acidentes e doenças profissionais. Morreu em 3 de novembro de 1960, no Rio de Janeiro.

Rubens da Rocha Paranhos

  • Pessoa
  • 1893-1961

Nasceu em 22 de janeiro de 1893, no Rio de Janeiro, filho de Fernando Pereira da Rocha Paranhos e Lydia Amélia da Rocha Paranhos. Formou-se pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro em 1918. Ainda nesse ano foi acadêmico microscopista no Serviço de Saneamento Rural do Distrito Federal, destacado para servir no Posto de Pedra de Guaratiba e posteriormente no da Ilha de Guaratiba. Em 1919 ingressou no Serviço de Saneamento Rural como médico auxiliar, trabalhando nos postos de Campo Grande, Pedra e Ilha de Guaratiba. Em 1920 foi nomeado inspetor sanitário rural. Dessa data até 1933 chefiou os postos de Pedra de Guaratiba, Santa Cruz, Gávea e Madureira, além do Centro de Saúde de Bangu. Suas realizações no período envolveram o combate à malária, febre tifóide, varíola e febre amarela. Entre as décadas de 1930 e 1950 ocupou as funções de chefe da Seção de Epidemiologia e Estatística da Diretoria de Saneamento Rural, e chefe da Seção de Assistência Social, da Seção de Exames Ocasionais do Serviço de Biometria Médica e de diretor do mesmo serviço do Ministério da Educação e Saúde. Foi membro da Associação Médica Brasileira, Associação Médica do Distrito Federal e Sociedade Brasileira de Higiene, sendo as duas primeiras na qualidade de fundador. Morreu em 20 de junho de 1961, no Rio de Janeiro.

José Reis

  • Pessoa
  • 1907-2002

Nasceu em 12 de junho de 1907, na cidade do Rio de Janeiro, filho de Alfredo de Souza Reis e Maria Paula Soares. Em 1925 ingressou na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Ainda durante a graduação realizou no Instituto Oswaldo Cruz (IOC) o Curso de Aplicação (1927-1928), sendo reconhecido com o prêmio “Medalha de Ouro Oswaldo Cruz”. Durante o curso prestou serviços no hospital do IOC durante um surto de febre amarela, mas sem ser contratado. Em 1929, transferiu-se para a cidade de São Paulo ao ser contratado como bacteriologista no recém-criado Instituto Biológico (IB), trabalhando com Arthur Neiva e Henrique da Rocha Lima. Na instituição ocupou os cargos de assistente, chefe de seção e de serviço. No IB dedicou-se à pesquisa em microbiologia, passando a estudar as doenças que acometiam as aves, por influência de Rodolfo von Ihering. Suas pesquisas resultaram nas publicações “Moléstias das Aves Domésticas” (1932) e “Doenças das Aves: tratado de ornitopatologia” (1936) – em colaboração com Paulo Nóbrega e Annita Swensson – criando o termo para definir sua área. Além disso, elaborou folhetos de divulgação voltados para os criadores de aves, visando a prevenção e o tratamento. Em 1932 casou-se com Annita, farmacêutica e colega de IB. A partir de seu trabalho sobre as doenças aviárias foi convidado para pesquisar na Fundação Rockefeller, transferindo se para os Estados Unidos em 1935, onde permaneceu um ano. Foi a partir dessa experiência que passou a se interessar pelo tema da administração. Foi convidado a ocupar o cargo de diretor do Departamento do Serviço Público do Estado de São Paulo, entre 1943 e 1945, organizando cursos, uma biblioteca especializada, plano de cargos e a lei que ordenou o Regime de Tempo Integral. Também atuou como professor de administração na Universidade Presbiteriana Mackenzie e na Faculdade de Ciências Econômicas e Administrativas da USP, da qual foi fundador e vice-diretor (1946). Ainda na década de 1940 começou a escrever obras para o público pré-escolar, adaptando temas da ciência por meio da literatura infantil. Em 1947 retornou ao IB como diretor da Divisão de Documentação e Ensino, cargo no qual se aposentou (1958). Também em 1947 passou a colaborar com os jornais do grupo Folha, sendo efetivado como funcionário no ano seguinte, condição que manteve até sua morte. Passou a dedicar-se cada vez mais ao jornalismo e a divulgação científica, escrevendo na Folha de São Paulo as colunas “Periscópio”, “Gota a Gota” e “No Mundo da Ciência”. Entre 1962 e 1967 chegou a ocupar o cargo de diretor de redação do jornal. Redigiu ainda os suplementos “Ciência para todos” do jornal A Manhã (1948-1953) e “Ciência” do Jornal do Comércio (1958-1962). Esteve envolvido na criação da criação da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) em 1948, onde ocupou o cargo de secretário geral (1949-1951), presidente (1979-1980), e criou a Revista Ciência e Cultura, onde sempre trabalhou, sendo seu diretor por dois períodos: de 1949 a 1954 e de 1972 a 1985. Posteriormente, colaborou com a Revista Anhembi (1955-1962) e na criação da editora Instituição Brasileira de Difusão Cultural (IBRASA), na qual permaneceu entre 1958 e 1978. Entre as muitas homenagens que recebeu destacam-se os prêmios Kalinga (1974), de divulgação científica concedido pela Unesco, e John Reitemeyer, de jornalismo científico da Sociedade Interamericana de Imprensa, a Ordem Nacional do Mérito Científico (1995) e a criação pelo CNPq do Prêmio José Reis de Divulgação Científica em 1978. Morreu em São Paulo em 16 de maio de 2002.

Adelstano Soares de Mattos Porto d'Ave

  • Pessoa
  • 1890-1952

Nasceu em 6 de março de 1890, no Rio de Janeiro, filho de Antonio José de Mattos e Cândida Carneiro Soares de Campos. Em 1908 prestou concurso para a Escola Politécnica, porém somente em 1911 iniciou o curso, concluído em 1918. Em 31 de março de 1919 colou grau como engenheiro geógrafo e consolidou sua carreira como arquiteto e construtor. Na época era comum o desempenho de múltiplas atividades por parte dos engenheiros, os quais atuavam tanto em projetos de arquitetura quanto em especialidades de engenharia. No início de sua trajetória profissional foi amparado pelo industrial Guilherme Guinle. Por intermédio da família Guinle, foi escolhido para elaborar projetos de três hospitais na cidade do Rio de Janeiro: o Gaffrée e Guinle, o Instituto do Câncer e o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. A partir disso consolidou seu nome como arquiteto de hospitais, tendo sido responsável pelo traçado de outros, como o Espanhol, o Regional de Niterói, e o do Sanatório Santa Clara, em Campos do Jordão (SP). Foi laureado com o primeiro lugar pelos projetos do Hospital Regional de Niterói, em 1928, e do Hospital do Funcionário Público, em 1935. Para além dos projetos hospitalares, dedicou-se à construção civil de edifícios multifamiliares e comerciais, escolas e clubes de esporte, como também projetou um trecho fluminense da estrada Rio-São Paulo. Em 1930 fez parte da primeira diretoria da Associação Brasileira do Concreto e, no final da vida, esteve ligado ao escritório de arquitetura e construção civil de Sérgio Dourado. Sua paixão pelo automobilismo o transformou em liderança nessa área, tendo assumido a presidência do Automóvel Clube do Brasil e do Club dos Bandeirantes e o comando de eventos, como o Salão do Automóvel. Morreu em 1952, no Rio de Janeiro.

Maria Cristina Fernandes de Mello

  • Pessoa
  • 1950-

Nasceu em 21 de setembro de 1950, em São Paulo (SP), filha de Acyr Fernandes de Mello e Marialva Fernandes de Mello, primogênita de quatro filhos, dos quais, três, formaram-se em arquitetura. Graduou-se em 1974 pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Em 1976 ingressou, por concurso público, na Universidade Federal Fluminense (UFF), como professora do curso de Teoria e História da Arquitetura. No mesmo ano ingressou na Universidade Gama Filho, onde permaneceu até 1979 como professora de Desenho. Cursou o doutorado em Restauração de Monumentos entre 1982 e 1988 na Scuela de Specializzacione da Universidade de Roma, tendo defendido a tese “Le torri del Padiglione Moresco nella Fondazione Oswaldo Cruz a Rio de Janeiro”. Em 1986 foi contratada pela Fiocruz, a convite de Sérgio Arouca, para projetar e coordenar a obra de restauração do Pavilhão do Relógio. Posteriormente, também coordenou as obras de restauração dos prédios que constituem o Núcleo Arquitetônico Histórico de Manguinhos. Em agosto de 1989 foi instituído o Departamento de Patrimônio Histórico da Casa de Oswaldo Cruz, do qual foi a primeira chefe. Em 1990 tornou-se servidora pública nesta instituição. Sua atuação, por cinco anos, como consultora e coordenadora de projetos e obras de restauração contribuiu para a preservação do acervo cultural arquitetônico das ciências e da saúde. O primeiro ano foi dedicado à realização de levantamentos diagnósticos dos prédios da instituição, como também ao projeto e obra de restauração do Pavilhão do Relógio. Em 1987 esteve à frente da restauração e adaptação do prédio da Cavalariça, com vistas a transformar o espaço em um museu. No ano seguinte coordenou a manutenção no Pombal e em 1991 realizou os projetos de restauração da Casa de Chá e de reconstrução do jardim histórico. O Pavilhão Mourisco passou por intervenções de restauração ao longo de todo o período de sua permanência na Fiocruz. Pela restauração da torre norte do Pavilhão, em 1989, recebeu o prêmio Rodrigo Mello Franco de Andrade em 1991 do Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB) e, em 1993, menção honrosa na XXXI Premiação Anual do IAB/RJ na categoria Valorização, Conservação, Restauração do Acervo Arquitetônico, Histórico ou Paisagístico, além de ser destaque na Bienal Internacional de Arquitetura do mesmo ano. Em 1991 pediu exoneração da Fiocruz e assumiu a coordenação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal Fluminense (UFF), onde se aposentou em 2006. No decorrer de sua vida profissional também atuou como arquiteta responsável na empresa Abitare Arquitetura e como consultora no projeto Rio Cidade 2 – Rocha Miranda, Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, pela empresa Ernani Freire Arquitetos Associados. Aposentou-se da carreira de docente, porém, mantem-se ativa em trabalhos de consultoria. Recebeu outros prêmios, como o Anual IAB-RJ (2003), pela autoria do projeto “Machadinha: restauração do território cultural”, o Vasconcellos Torres (UFF, 2000), pela coordenação da pesquisa “O bairro de Santa Teresa no Rio de Janeiro. As ONGs e escolas como formadores de agentes culturais” e o Rodrigo Mello Franco de Andrade (IAB, 1991).

Manoel Carlos de Gouvêa

  • Pessoa
  • 1891-1970

Nasceu em 25 de dezembro de 1891, em Aracajú (AL), filho de Ricardo Viviano de Gouvêa e Clotilde Soares de Gouvêa. Em 1892, devido à transferência de sua família, passou a residir em Fortaleza (CE). Estudou no Colégio Cearense até 1906, quando foi residir em Salvador (BA), e passou a frequentar o Colégio 7 de Setembro. Voltou para Fortaleza em 1910, completando seus estudos no Liceu do Ceará. Durante seu período estudantil, trabalhou nas redações do “Jornal de Notícias”, “A Tarde” e “Diário de Notícias”. Em 1913, retornou a Salvador onde frequentou o Curso Elefante, através do qual garantiu o seu ingresso na Faculdade de Medicina da Bahia. Graduou-se bacharel em medicina em 1919. No mesmo ano, casou com sua prima, Maria Rosa de Gouvêa, e regressou ao Ceará, ocupando o cargo de médico do estado no município de Caucaia. Em 1920 mudou-se para Iguatu, cidade do centro-sul cearense. Quatro anos depois fundou a Sociedade Beneficente de Iguatu e começou as obras de construção do Hospital Santo Antônio dos Pobres, que teve seu primeiro pavilhão inaugurado somente em 1930. Nessa instituição, do qual foi diretor por toda a sua vida , desenvolveu um trabalho beneficente na região, oferecendo atendimento aos enfermos que não tinham condições de arcar com os custos dos tratamentos de saúde. Iniciou a carreira política como o primeiro prefeito eleito de Iguatu (1926-1928), tendo sido reeleito no pleito seguinte (1928-1930). Devido à Revolução de 1930 foi deposto do cargo executivo. Em 1932 foi designado médico da assistências aos operários das frentes de serviços em Lima Campos e Solonópole no combate à febre tifoide. Em 1935 foi nomeado prefeito por poucos meses e elegeu-se nas eleições do mesmo ano. Em 1937, devido à instalação do Estado Novo, foi nomeado prefeito, permanecendo no cargo até 1945. Além de sua atuação política no executivo municipal, foi eleito 1º suplemente a deputado federal em 1945, deputado estadual em 1947 e 2º suplente a deputado federal em 1950. Elegeu-se prefeito de Iguatu pela 4ª vez em 1959. Recebeu em 1965 a medalha Marechal Rondon da Sociedade Geográfica Brasileira, e em 1968 o título honorífico de Cidadão Iguatuense pelo trabalho realizado na cidade, tanto como diretor do hospital quanto prefeito. Morreu em 6 de janeiro de 1970, em Iguatu.

Lauro Pereira Travassos

  • Pessoa
  • 1890-1970

Nasceu em 2 de julho de 1890, em Angra dos Reis (RJ), filho de João de Mattos Travassos e de Laura Pereira Travassos. Formou-se em 1913 pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, apresentando a tese Sobre as espécies brazileiras da subfamília Heterakinae. Três anos antes de sua formatura foi nomeado auxiliar acadêmico do Serviço de Profilaxia da Febre Amarela no Rio de Janeiro. Participou de diversas expedições científicas, a primeira das quais em 1912 à cidade de Botucatu (SP), ao lado de Paulo Parreiras Horta, com o objetivo de estudar as epizootias do gado. Em 1915 acompanhou as primeiras demonstrações da Fundação Rockefeller sobre a profilaxia da ancilostomíase em Minas Gerais, e dois anos depois tomou parte da Comissão Científico-Militar enviada à Ilha de Trindade, no litoral fluminense. Em 1918 mereceu elogios de Carlos Chagas por sua cooperação nos trabalhos de assistência hospitalar e socorros domiciliares durante a epidemia de gripe espanhola que grassou na capital federal. Em 1923 foi nomeado médico auxiliar do Serviço de Saneamento e Profilaxia Rural do Rio de Janeiro. Entre 1922 e 1950 realizou expedições ao Pantanal do Mato Grosso, dirigindo comissões do IOC em trabalhos de campo sobre parasitologia. Em 1929, a convite do Instituto de Medicina Tropical de Hamburgo, ingressou em projeto de intercâmbio intelectual com pesquisadores brasileiros. Suas atividades docentes tiveram início no ano de 1913, quando passou a lecionar no Curso de Aplicação do IOC. Em 1915 tornou-se livre-docente da cátedra de história natural e parasitologia da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. De 1926 a 1928 ministrou aulas de parasitologia na Faculdade de Medicina de São Paulo, de cujo corpo docente tornara-se conhecido por seus trabalhos científicos e pela participação em congressos médicos e de higiene. Em 1930 prestou concurso para as áreas de parasitologia e zoologia médica da Escola Superior de Agricultura e Medicina Veterinária, sendo nomeado em seguida. Foi também professor de zoologia da Escola de Ciências da Universidade do Distrito Federal, entre 1935 e 1937. Nesse último ano, em função lei que impedia a acumulação de empregos públicos, renunciou à carreira no magistério e passou a se dedicar exclusivamente ao IOC, onde exerceu as funções de chefe da Divisão de Zoologia Médica e de professor de helmintologia nos cursos oferecidos pela instituição. Por sua trajetória profissional recebeu os prêmios Desportes, da Academia de Medicina de Paris, em 1944, e Alfredo Jurzykowsky, da Academia Nacional de Medicina, como também a Ordem do Mérito Médico, na classe de comendador, concedida pelo Ministério da Saúde, em 1964. Fundou a Sociedade de Biologia do Rio de Janeiro e foi presidente de honra da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência. Morreu em 20 de março de 1970, no Rio de Janeiro.

Gustavo Kohler Riedel

  • Pessoa
  • 1887-1934

Nasceu em 14 de agosto de 1887, em Porto Alegre (RS), filho de Henrique Riedel e Hermínia Kohler. Em 1906 iniciou sua graduação na Faculdade de Medicina de Porto Alegre, que foi concluída em 1908 na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro com a apresentação da tese “Novas contribuições à patogenia da epilepsia”. Em 1907 conquistou o primeiro lugar em concurso para interno na Assistência a Psicopatas. Três anos depois fez concurso para alienista, alcançando voto de louvor. Em 1911 foi nomeado livre-docente da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro e diretor interino do Laboratório de Anatomia Patológica do Hospício Nacional de Alienados. Ainda nesse mesmo ano foi promovido a psiquiatra. Em 1918 foi eleito diretor da Colônia de Alienadas do Engenho de Dentro, onde criou o Ambulatório Rivadávia Corrêa com o objetivo de desenvolver ações preventivas em psiquiatria e outras especialidades médicas. Em 1931 assumiu a direção da Assistência Hospitalar do Distrito Federal, e no ano seguinte foi eleito diretor da Assistência a Psicopatas, local onde se aposentou em 1934. Participou da criação da Liga Brasileira de Higiene Mental, da qual foi seu primeiro presidente, de 1923 a 1925. Representou o Brasil em eventos internacionais, como o IV Congresso Médico Latino-Americano (1909), o Centenário de Louis Pasteur (1923), o Congresso Internacional de Higiene Social e Educação Profilática (1923) e o Congresso Internacional de Higiene Mental (1930). Integrou a Academia Nacional de Medicina, onde ocupou a cadeira que pertencerá a Oswaldo Cruz, a Sociedade Brasileira de Psiquiatria, Neurologia e Medicina Legal e a Associação Real Médico-Pisicológica de Londres. Foi casado com Edith Hasch Riedel, com quem teve dois filhos, Lia e Léo. Morreu em 16 de maio de 1934, no Rio de Janeiro.

Paulo Barragat

  • Pessoa
  • 1923-2015

Nasceu em 15 de junho de 1923, no Rio de Janeiro, filho de Marcello Barragat e Olga Correa Barragat. Iniciou sua trajetória profissional em 1947, ao graduar-se em química pela Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro. Nesse ano ingressou como estagiário na Seção de Análises Químicas do Instituto de Química Agrícola (IQA) do Ministério da Agricultura, atual Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Por solicitação da Secretaria de Agricultura do Distrito Federal, em convênio com o IQA, foi contratado com Hilda Almeida Aguiar para o trabalho de análises de terras. Com o fim do convênio, ambos foram requisitados pelo Instituto de Malariologia, com sede na Cidade das Meninas, em Duque de Caxias (RJ), subordinado ao Serviço Nacional de Malária, cuja missão era realizar estudos sobre a doença, além de incorporar investigações sobre outras endemias, como a doença de Chagas e a esquistossomose. Na instituição chefiou a Seção Técnica, onde eram preparados e testados os inseticidas diclorodifeniltricloroetano (DDT) e hexaclorociclohexano (BHC), largamente utilizados no combate aos transmissores dessas endemias. Em 1956, com a criação do Departamento Nacional de Endemias Rurais, as atividades de produção de inseticidas ficaram sob a responsabilidade do Serviço de Produtos Profiláticos (SPP), que, no ano seguinte, passou também a produzir medicamentos. Nesse período ocupou o cargo de chefe da Seção Industrial. Em 1962 conseguiu transferir o SPP para um terreno localizado no campus de Manguinhos. Em 1966 foram inauguradas as novas instalações do SPP, destinado à produção de derivados do DDT. Esteve à frente do Instituto de Produção de Medicamentos, órgão da Fiocruz originado pela fusão do SPP com o Departamento de Soros e Vacinas do IOC, atualmente denominado Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos). Foi membro da Associação Brasileira das Indústrias de Química Fina e dos conselhos diretor e consultivo da Central de Medicamentos. Aposentou-se em 1991. Morreu em 2015.

Carlos Arthur Moncorvo de Figueiredo

  • Pessoa
  • 1846-1901

Nasceu em 31 de agosto de 1846, na cidade do Rio de Janeiro, filho de Carlos Honório de Figueiredo e Emília Dulce Moncorvo de Figueiredo. Frequentou o Imperial Colégio D. Pedro II, onde, em 1865, recebeu o grau de bacharel em letras. Em 1872 doutorou-se pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, defendendo a tese "Dispepsias e seu tratamento". Em seguida esteve na Europa, sobretudo em Paris, onde realizou estágios sobre pediatria com os médicos Eugène Bouchut e Henri-Louis Roger. De volta ao Brasil atuou entre 1874 e 1881 em clínica privada e na Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro. Ainda em 1881, com José Cardoso de Moura Brasil, Antonio José Pereira da Silva Araújo, João Pizarro Gabizo e outros renomados médicos reunidos em sua própria residência, na rua da Lapa, n. 93, criou a Policlínica Geral do Rio de Janeiro, que dirigiu até 1883. A policlínica, uma instituição humanitária e de caráter filantrópico, foi inaugurada oficialmente em 1882 e contou com a presença do imperador Pedro II, do conde d’Eu, de diversas autoridades do império e de médicos e estudantes da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Na policlínica também atuou no atendimento às crianças de famílias pobres e na realização do curso de clínica de moléstias da infância, o primeiro a ser implantado no país sobre pediatria, e que funcionou regularmente até a sua morte. Esse curso formou a primeira geração de pediatras no Brasil, entre eles Arthur Moncorvo Filho, que seguiu os passos profissionais do pai. Durante as décadas de 1870 e 1890 divulgou em livros e periódicos nacionais e estrangeiros estudos sobre diversos temas, como cólera, influenza, coqueluche, dilatação de estômago, malária e diarréias. Foi membro titular da Academia Nacional de Medicina, bem como membro correspondente e honorário do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, da Academia Real das Ciências de Lisboa, da Sociedade Médica dos Hospitais de Paris e da Academia Nacional de Medicina da França, entre outras renomadas instituições científicas dentro e fora do país. Pelo conjunto de sua trajetória profissional dedicada à causa da saúde das crianças, foi reconhecido postumamente como o pai da pediatria brasileira. Morreu em 25 de julho de 1901, no Rio de Janeiro.

Arthur Moncorvo Filho

  • Pessoa
  • 1871-1944

Nasceu em 13 de setembro de 1871, na cidade do Rio de Janeiro (RJ), filho de Carlos Arthur Moncorvo de Figueiredo, considerado o pai da pediatria brasileira, e Izabel da Silveira Ferreira e Figueiredo. Passou os primeiros anos de vida na Europa, principalmente em Paris, onde seu pai realizou estágios com os médicos Eugène Bouchut e Henri-Louis Roger. Em 1897 diplomou-se pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, defendendo a tese de doutoramento intitulada Das linfangites na infância e suas consequências. Durante o curso médico trabalhou na Policlínica Geral do Rio de Janeiro, instituição criada em 1881 por Carlos Arthur Moncorvo de Figueiredo e outros médicos de renome lotados na cidade. Com a morte do pai, em 1901, ocupou o seu lugar no comando do serviço de moléstias de crianças da policlínica. Desde o início da carreira abraçou a causa da assistência médico-social à criança brasileira de família pobre. Seguindo os passos profissionais de seu pai iniciou uma grande propaganda a favor da higiene infantil e da puericultura. Para isso, criou e dirigiu o Instituto de Proteção e Assistência à Infância (1899), entidade filantrópica e seu principal legado, o Heliotherapium (1914), o Departamento da Criança no Brasil (1919) e o Museu da Infância (1922). Em 1918 atuou ativamente no combate à gripe espanhola na capital federal, quando transformou as dependências do Instituto de Proteção e Assistência à Infância em um posto de assistência aos doentes, localizado na rua Visconde do Rio Branco, n. 22, região central do Rio de Janeiro. Em 1941 transferiu todo o patrimônio do instituto para a prefeitura da cidade. Ao longo de sua trajetória desenvolveu vasta e diversificada produção científica referente a assuntos de sua especialidade, como coqueluche, bacteriologia, higiene profilática, doenças parasitárias, tuberculose, alimentação e mortalidade infantil, difteria e a cura pelo sol. Escreveu ainda livros sobre a história da pediatria no país: Hygiene infantil (1917), Formulário de doenças das creanças (1923) e Histórico da protecção à infância no Brasil (1926). Foi membro da Academia Nacional de Medicina, da Sociedade de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro e da Sociedade Brasileira de Pediatria, entre outras associações médico-científicas. Morreu em 14 de maio de 1944, no Rio de Janeiro.

Erney Felício Plessmann de Camargo

  • Pessoa
  • 1935-2023

Nasceu em 20 de abril de 1935, em Campinas (SP), filho de Felicio Edgard de Camargo Cruz e Mary Marcondes Plessmann de Camargo. Formou-se em 1959 pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). Iniciou-se em ciência ainda no segundo ano do curso médico no Departamento de Parasitologia liderado por Samuel Pessoa. Depois de formado, estagiou por um ano no Instituto Butantan, supervisionado por Sebastião Baeta Henriques, estudando biossíntese de proteínas. Em 1961 foi convidado por Leônidas de Mello Deane, que ocupava a regência do Departamento de Parasitologia, para ingressar como auxiliar de ensino no quadro docente da Faculdade de Medicina. No início de sua carreira foi fortemente influenciado por outros pesquisadores da faculdade, como Luiz Hildebrando Pereira da Silva, Leônidas e Maria Deane, Luis Rey, Victor e Ruth Nussenzweig, Michel Rabinovitch, Olga Castellani e José Ferreira Fernandes. Seus primeiros trabalhos foram sobre a bioquímica de protozoários parasitas em colaboração com Luiz Hildebrando. Em 1964, junto com outros pesquisadores da instituição, foi demitido por razões políticas e emigrou para os Estados Unidos, onde permaneceu por cinco anos na Universidade de Wisconsin, trabalhando com Walter Plaut e D. R. Sonneborn. Retornou ao Brasil em 1969 e obteve o título de doutor pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto ao apresentar a tese “Biossíntese de glicogênio em Blastocladiella emersonii”, cujo orientador foi José Moura Gonçalves. No ano seguinte, a convite de José Leal Prado de Carvalho, ingressou na Escola Paulista de Medicina, onde atuou como professor e chefe de departamento. Nesse período também realizou a livre docência no Departamento de Bioquímica da USP (1979) e o pós-doutoramento no Instituto Pasteur (1984). Retornou à USP em 1985 como professor titular do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB), do qual foi chefe do Departamento de Parasitologia e se vice-diretor. Ainda na universidade, entre 1988 e 1993, ocupou o cargo de pró-reitor de Pesquisa. De 1986 a 1989 foi membro do Conselho Deliberativo do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico e seu presidente entre 2003 e 2007. É membro da Academia de Ciências para o Mundo em Desenvolvimento, da Sociedade Brasileira de Parasitologia, da Sociedade Brasileira de Bioquímica, da Sociedade Brasileira de Protozoologia e da Academia Brasileira de Ciências, entre outras. Por sua trajetória científico-acadêmica recebeu diversas honrarias, como os títulos de professor emérito do ICB (2005) e da Faculdade de Medicina (2008) da USP, a Ordem do Ipiranga, no grau Grã-Cruz (2006), a Ordem Nacional do Mérito Científico, nos graus comendador (1998) e Grã-Cruz (2002), e o prêmio LAFI de Medicina (1980). Morreu em 3 de março de 2023.

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