Área de identificação
Código de referência
Título
Data(s)
- 2002 (Produção)
nível de descrição
Dimensão e suporte
Área de contextualização
Nome do produtor
Entidade custodiadora
História arquivística
Procedência
Área de conteúdo e estrutura
Âmbito e conteúdo
Sumário
Fita 1 – Lado A
Informações sobre o local de nascimento na Colônia da Prata, em Igarapé-Açu, Pará; comentários sobre os pais e irmãos, seu nascimento e a ida para a creche Santa Teresinha; o aparecimento dos primeiros sintomas de hanseníase, em 1944, aos cinco anos de idade e a internação na Colônia de Marituba; a transferência para a Colônia do Prata em 1945, aos seis anos, para encontrar os pais; o espanto ao ver, pela primeira vez, as deformações físicas dos pais e a inexistência de tratamento adequado na época; sobre Alfredo Brutz e a saída da colônia para a capital Belém com os pais, em 1948; a permanência dos irmãos saudáveis na creche; o trabalho na quitanda e a vinda dos irmãos para junto da família; os primeiros problemas decorrentes da doença aos 20 anos de idade, conseqüente do abandono do tratamento; a piora no estado de saúde do depoente aos 21 anos, a volta para Marituba com os pais e a revolta em retornar à colônia em 1960; comentários sobre a repressão sofrida na colônia e os embates com os diretores pelos direitos dos internos; relatos sobre os namoros, as medidas profiláticas para impedi-los e a briga com o diretor Chaves Rodrigues por causa de seu casamento; o casamento em 1967, apesar da proibição, e a sua prisão por oito dias; relato sobre a vida de casado na colônia; o falecimento do pai em 1966 e a ida para a casa da mãe; a visita do governador Jarbas Passarinho à colônia em 1964 e as circunstâncias da saída dos pais do pavilhão coletivo para uma casa individual; sua separação em 1974, após sete anos de casamento e o que a motivou; seu emprego como auxiliar de enfermagem; sobre o jornal clandestino Clarim elaborado por sua mãe e outros pacientes da colônia do Prata; sobre os temas que o jornal abordava como críticas às medidas profiláticas e disciplinares; as freiras que ajudavam a esconder o jornal, a relação da igreja católica com a doença e a presença da igreja nos leprosários; sobre Reinaldo Sá, diretor da colônia, que morreu de infarte após jogar bola com o depoente.
Fita 1 – Lado B
Sobre os dois times de futebol da colônia de Marituba e a criação do Nauas, seu time de futebol; comentários sobre o intercâmbio esportivo entre as colônias e as atividades culturais da colônia como teatro e grupos musicais e folclóricos; a vinda do governador Jarbas Passarinho à colônia, em 1964, a encenação da peça de teatro contestando a ditadura militar e a amizade com Passarinho; relatos sobre o carnaval na colônia e a rivalidade entre os dois blocos existentes; considerações sobre o isolamento compulsório; o início do uso de medicamentos como óleo de chaulmoogra e as reações; o tratamento quimioterápico com a sulfona e as dores decorrentes da doença; as primeiras deficiências na mão com o avanço da doença; sobre Marcelo Cândia e a prevenção de incapacidade; o seu engajamento na luta por melhoria na condição de vida dos pacientes; as entidades sociais ligadas ao combate da doença; o irmão Gedová e a Sociedade de Pobres e Cegos da Divina Providência; a respeito do loteamento de casas efetuado pelo governo, na década de 1970, na área onde estava situada a colônia; quando o depoente passa a pagar por serviços básicos, como o uso de água e energia elétrica; o fracasso do ônibus coletivo gratuito e a criação de uma linha de ônibus; sua ligação com o Partido dos Trabalhadores (PT) e o conflito com o prefeito do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) por falta de prestações de contas; o julgamento e o juiz comprados, segundo o depoente, pelo prefeito.
Fita 2 – Lado A
O outdoor acusando o prefeito de esconder o dinheiro do município; a defesa do depoente pelos advogados do PT; a união com o novo prefeito e a construção da Câmara Municipal dentro da colônia de Marituba; sobre a criação da Secretaria Municipal de Saúde e do Serviço Social; a fundação do Centro de Referência em hanseníase do município na Colônia e a proposta de mudança do nome da Colônia para bairro D. Aristides; sobre a visita do Papa João Paulo II ao leprosário em 1980 e a luta para preservação dessa igreja como lugar histórico; sua ligação com o Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan) e observações sobre seu início, fundadores, o primeiro encontro em São Bernardo do Campo, SP, e as diversas representações pelos estados; o estigma que ainda permanece; a mudança do nome do Morhan de Movimento de Reintegração do Hanseniano para Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase; a respeito do alto índice da doença no Pará; sua participação no Morhan e erudição sobre aspectos referentes à doença; a criação do Sistema Único de Saúde (SUS) e dificuldade de implantar um sistema de saúde eficiente; sua eleição como Presidente do Conselho de Saúde; a bolsa de estudos concedida por Jarbas Passarinho para o término de seus estudos; o preconceito sofrido nas escolas por ter morado em uma colônia e a doação da bolsa para a filha saudável de um paciente; a criação de um curso supletivo com professores voluntários e a não conclusão desse curso por sua atuação no Morhan; sobre o livro que está escrevendo, o segundo casamento em 1980 e a criação de suas enteadas, como filhas legítimas, e seus netos; sobre sua amizade com Regina Barata, atual vereadora do PT; a morte de sua segunda mulher; o estudo da lei nº 4320 sobre orçamento público.
Fita 2 – Lado B
Continuação do comentário sobre o estudo da lei nº 4320 e sua relação com representantes do município de Marituba; a implementação da lei orgânica e a participação dos movimentos sociais dentro da Câmara Municipal; os 30 artigos que o depoente elaborou para a Câmara, tais como, a criação de cargos públicos para deficientes físicos; comentários sobre a funcionalidade do Conselho de Saúde do município de Marituba; a luta do depoente em superar traumas, preconceitos e marcas da doença, como um exemplo para as gerações futuras.
Avaliação, selecção e eliminação
Ingressos adicionais
Sistema de arranjo
Área de condições de acesso e uso
Condições de acesso
Condições de reprodução
Idioma do material
Forma de escrita do material
Notas ao idioma e script
Características físicas e requisitos técnicos
Instrumentos de pesquisa
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Nota de publicação
Disponível em: <http://revista.historiaoral.org.br/index.php?journal=rho&page=article&op=view&path%5B%5D=696&path%5B%5D=pdf>
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Nota
Cristiano Cláudio Torres nasceu em 23 de agosto de 1939 na Colônia do Prata, em Igarapé-Açu, Pará. Até os 6 anos viveu na Creche Santa Teresinha, no centro da cidade, pois seus pais eram portadores de hanseníase e continuavam isolados. Com o aparecimento dos primeiros sintomas da doença, em 1944, foi internado na Colônia de Marituba, e no ano seguinte foi transferido para a Colônia do Prata, para viver ao lado dos pais. Aos 10 anos, saiu da Colônia com os pais e trabalhou em uma loja com os irmãos. Depois de 11 anos fora da Colônia, passou a sofrer grandes limitações causadas pelas sequelas de hanseníase, que obrigaram seu retorno e o de seus pais para Marituba. O depoente herdou da mãe o gosto pelos estudos e pela leitura, a ponto de cultivar até hoje uma pequena biblioteca em sua casa. Durante a juventude sempre praticou atividades físicas e se interessava fortemente por manifestações culturais como teatro. Na Colônia de Marituba aprendeu noções de enfermagem e se tornou chefe da enfermaria interna. Participou da fundação do Morhan, chegou a tornar-se coordenador estadual do Movimento no estado do Pará e foi presidente do Conselho de Saúde, também do Pará. Nesse cargo elaborou campanhas e projetos objetivando melhoria das condições de vida dos ex-hansenianos e dos deficientes físicos, em geral. Hoje reside em uma região onde anteriormente se localizava a Colônia de Marituba, na periferia de Belém e é o vice-coordenador do Morhan.
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- Cristiano Cláudio Torres (Assunto)