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Casa de Oswaldo Cruz História oral
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Pedro Gabriel Godinho Delgado

Entrevista realizada por Anna Beatriz de Sá Almeida, Angélica Estanek Lourenço e Laurinda Rosa Maciel, no Rio de Janeiro (RJ), nos dias 16 de dezembro de 2002 e 21 de julho de 2003
Sumário
Fita 1 – Lado A
A opção pela medicina e o interesse pela Psiquiatria a partir do estágio voluntário realizado no Hospital Colônia de Barbacena, em 1974, sob a orientação dos professores Alonso Moreira Filho e Sílvio Oliveira. O ingresso na Residência Médica, do Instituto de Psiquiatria da Universidade do Brasil (IPUB), em 1977. Cursos realizados com Jurandir Costa Freire e Joel Birman, na UERJ, em 1976. O concurso para o Centro Psiquiátrico Pedro II (CPP II), realizado pela Divisão Nacional de Saúde Mental (DINSAM), em 1977; dificuldades de trabalho no Hospital de Neurologia e Psiquiatria Infantil (HNPI) e no pronto-socorro do Hospital Gustavo Riedel.

Fita 1 – Lado B
Comentário sobre as condições precárias em que se encontrava o CPP II. O início do movimento de reforma psiquiátrica através de denúncias escritas no livro de plantão; as primeiras demissões de estagiários e bolsistas da DINSAM e o concurso não realizado por suspeita de fraude. Seu ingresso, por concurso público, no Ministério da Saúde como médico sanitarista, em 1980. A opção de trabalhar na Colônia Juliano Moreira (CJM); recordações dos primeiros projetos desenvolvidos como Coordenador Médico responsável pelo Projeto Assistencial da CJM, entre eles o de re-socialização dos pacientes, apoiado pelo Ministério da Saúde, que incluía bolsa-trabalho para os participantes. Considerações sobre o apoio dos funcionários da CJM às transformações propostas pela diretoria, por volta de 1983.

Fita 2 – Lado A
Comentários sobre as mudanças implantadas na CJM que possibilitaram uma imagem positiva da instituição para moradores e funcionários. As circunstâncias da criação do Hospital Jurandir Manfredini, na CJM e os conflitos com o Ministério da Saúde para implantação de outras mudanças naquela instituição. Sua transferência para o CPP II, em 1984, onde trabalhou como médico da enfermaria feminina no Instituto de Psiquiatria Adauto Botelho (IPAB). O retorno à CJM, em 1985, como Diretor de Ensino e Pesquisa; a criação do NUPSO, Núcleo de Pesquisa em Psiquiatria Social com apoio da Financiadora de Estudos e Pesquisas (FINEP). A nomeação de interventor para a CJM pelo Ministério da Saúde, em 1987, e detalhes da resistência de funcionários e pacientes à esta nomeação. A tensão causada pela chegada da Polícia Federal e do Exército, cuja missão era garantir a posse do interventor.

Fita 2 – Lado B
O fim da tensão com a retirada do Exército da CJM. A criação de uma comissão composta por membros do Ministério da Saúde, da Secretaria de Saúde do Estado do Rio de Janeiro e da CJM para dirigir a instituição. O lema "Por uma sociedade sem manicômios" e a resistência dos profissionais de saúde em aceitá-lo.

Fita 3 – Lado A
A criação do Instituto Franco Basaglia (IFB), em 1989 e o curso de Cidadania e Loucura. Nomeação como Coordenador Estadual de Saúde Mental no Rio de Janeiro, em 1999. Os projetos realizados pelo IFB como o programa ‘SOS - Direitos dos Pacientes’ e o ‘Clube da Esquina’. Como se deu a reforma psiquiátrica no Manicômio Judiciário Heitor Carrilho, atual Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico Heitor Carrilho; a Lei Paulo Delgado e o louco infrator.

Fita 3 – Lado B
A criação e os debates em torno da Lei Paulo Delgado; o processo de tramitação no Congresso e Senado Nacionais e as alterações sofridas; o texto final aprovado em 2001; a repercussão internacional da aprovação da Lei. Comentários sobre a questão do álcool e das drogas nas políticas públicas.

Fita 4 – Lado A
A importância da capacitação profissional para melhorar o atendimento ao doente; os cursos oferecidos pela Secretaria de Formação e Gestão do Trabalho em Saúde. Sua nomeação como Coordenador Nacional de Saúde Mental em 2000; principais atividades realizadas e dificuldades encontradas. A implantação do Programa Nacional de Avaliação dos Hospitais (PNACH) em Psiquiatria, em 2002. A realização da 3ª Conferência Nacional de Saúde Mental, em 2001, considerado o Ano Internacional da Saúde Mental. Os requisitos para a implantação de um Centro de Atenção Psicossocial em um município.

A trajetória do intelectual e a visão de Freidson sobre a profissão médica: um estudo de história da sociologia médica norte americana

Reúne 9 entrevistas que foram realizadas com objetivo de analisar a trajetória do sociólogo Eliot Lazarus Freidson e conhecer as estratégias que implementou para se transformar em referência acadêmica no campo da sociologia médica. Para uma análise do conteúdo de sua obra, optou-se por conhecer sua visão sociológica sobre a profissão médica, traduzida nos seis livros que publicou sobre o assunto. As entrevistas foram realizadas no âmbito de projeto de pesquisa de pós-doutorado de André Pereira Neto, em São Francisco, Califórnia (Estados Unidos).

Hibernon Costa Guerreiro

Entrevista realizada por Ana Paula Zaquieu e Dilene Raimundo do Nascimento, no Rio de Janeiro (RJ), nos dias 18 e 27 de março de 1998.
Sumário
1ª Sessão: 18 de março
Fita 1 – Lado A
A infância em Rocha Miranda, origem operária dos pais e o ingresso no mercado de trabalho aos 14 anos; discordâncias com o irmão mais velho e a responsabilidade com o sustento da família. O valor do trabalho para seus pais. O uso recente de drogas. A relação dos pais com sua homossexualidade, a iniciativa atual de se “heterossexualizar” e as poucas experiências sexuais com mulheres. A iniciativa dos pais em levá-lo ao psicólogo aos 10 anos de idade. O escândalo com a descoberta de seu envolvimento sexual com um parente; o relacionamento entre seus pais e sua decisão em não discutir sua homossexualidade com eles. O trabalho operário ainda na adolescência, o ingresso na Marinha aos 18 anos e as dificuldades em viver lá sua homossexualidade; a importância do Grupo Pela Vidda no processo de assumir sua homossexualidade. Ressalta a sua capacidade de separar a sua vida sexual de seu desempenho profissional. A descoberta da contaminação pelo vírus durante um exame periódico na Marinha, em 1990; descreve todo o processo de investigação clínica até o resultado final; o desabafo com um primo na noite de Natal; o choque no momento do diagnóstico definitivo; a postura insensível do médico; o encontro emocionado com o primo no caminho para o hospital; o início do tratamento no hospital Marcílio Dias; a opção de omitir o diagnóstico dos pais. As estratégias usadas para impedir que seus pais soubessem da licença médica concedida pela Marinha. O trabalho como contador e a sociedade em um escritório.

Fita 1 – Lado B
As questões e problemas com a sócia e seus atos de má fé que, sem seu conhecimento, desviava sua parte na divisão dos rendimentos e o fim da sociedade. As maneiras encontradas para passar o tempo, diante da falta de ocupação diária para poder, assim, omitir dos pais o afastamento compulsório da Marinha. O ingresso, em setembro de 1995, no Grupo Pela Vidda. Crítica à falta de plantonistas permanentes no Grupo; a rápida integração na equipe organizadora do Encontro Nacional de Pessoas Vivendo com Aids de 1995. A importância do Grupo Pela Vidda em seu processo de reintegração social; seu sentimento de vergonha e solidão; o medo da rejeição; o afastamento dos amigos da Marinha após aposentadoria compulsória. Rápidos comentários sobre os superfaturamentos nos processos de licitação na Marinha envolvendo os clientes de seu escritório de contabilidade. As consequências da falta de informações sobre a Aids; a associação Aids/morte; a desistência do tratamento médico; o efeito das informações obtidas nas reuniões do Grupo em sua vida social e afetiva; o efeito do contato com soropositivos e soronegativos que não demonstravam preconceito; o fim de seu próprio preconceito e a publicização, para os amigos, de sua opção sexual e de sua soropositividade.

2ª Sessão: 27 de março
Fita 2 – Lado A
A forma como a tia e a mãe tomaram conhecimento de sua soropositividade; a carta anônima enviada à sua mãe e a decisão de contar-lhe a verdade; os cuidados dos pais com a sua saúde; as motivações que o levaram a sair da casa dos pais; a reação dos pais diante de sua revelação e a iniciativa deles em buscar mais informações sobre a doença; sua decisão de contar, de maneira informal, para o restante da família e a atitude receptiva dos familiares que já sabiam de sua contaminação; a atitude tranquila do irmão homossexual que vive nos Estados Unidos ao saber de seu diagnóstico. A profunda reorientação em sua maneira de perceber a Aids e o papel fundamental do Grupo pela Vida em seu processo de reintegração social; a gratificante sensação de poder estar dividindo e transformando junto a outros a convivência com a Aids. Sua vida sexual depois do diagnóstico. Polemiza, ao questionar o uso contínuo da camisinha como método de prevenção à Aids. Menciona seu parceiro sexual, com quem manteve relações sexuais desprotegidas por dois anos sem contaminá-lo. Relativiza as probabilidades de contaminação pelo vírus da Aids por via sexual; afirma praticar sexo oral sem preservativo. Aponta a demagogia das pessoas que defendem o uso de preservativo, mas que, quando indagadas, confessam que não praticam sexo com o uso regular do preservativo. Ressalta sua opção, consciente e sem culpas, de manter relações sexuais sem preservativo; defende a responsabilidade, quanto à prevenção, partilhada entre os parceiros.

Fita 2 – Lado B
Na discussão quanto ao aumento progressivo nos índices de contágio, ressalta a sua adoção do coito interrompido na falta de preservativos disponíveis. Questiona a ideia, divulgada pela comunidade científica, da recontaminação. Afirma abdicar de qualquer método preventivo em relações sexuais com parceiros soropositivos e duvida que soropositivos usem preservativos em relações sexuais com soropositivos. Ressalta a sua preferência pela posição ativa durante a relação sexual. O ingresso no Grupo Pela Vidda; a oportunidade de se expressar e assumir sua homossexualidade e sua soropositividade. Considerações sobre a organização interna do Grupo; sua participação na diretoria oficial do Grupo decisões do Grupo. Ressalta a seriedade dos integrantes do Grupo. Comenta a respeito da nova chapa, da qual faz parte, que concorrerá à direção do Grupo. Critica os soronegativos que ingressam no Grupo com interesses carreiristas e financeiros. Menciona as tensões internas entre soronegativos e soropositivos, ressaltando sua postura contrária aos privilégios concedidos aos soronegativos. Comenta os altos salários pagos a funcionários soronegativos, comparando-os aos baixos rendimentos dos três soropositivos que recebem pelo trabalho desenvolvido no Grupo. Explica a organização orçamentária do Grupo; critica os meios e os critérios de seleção dos participantes dos projetos; a postura oportunista de alguns voluntários. Considerações sobre o processo eleitoral no qual sua chapa está inscrita; a função dos curadores; sua contundente atuação para romper com os grupos de interesse que agem no Grupo; as propostas de sua chapa; mudanças nas funções e na representação da nova diretoria eleita. Tenta definir as razões que o levam a querer transformar as relações dentro do Grupo; o descontentamento generalizado dos voluntários soropositivos. Cita um exemplo do que chama de “panelinha” existente no Grupo: a distribuição de convites doados ao Grupo entre soronegativos, sem que os soropositivos tomem conhecimento dos convites.

Marcos Oliveira

Entrevista realizada por Carlos Fidelis Ponte e Wanda Hamilton, no Rio de Janeiro (RJ), no dia 15 de dezembro de 2005.
Sumário
Fita 1 - Lado A
Considerações acerca das questões da transferência de tecnologia e da propriedade intelectual; a preocupação do governo brasileiro com a imunização e a criação de mercado para produtores de vacinas; o início dos programas de vacinação infantil no Brasil; o interesse de Bio-Manguinhos na produção de vacinas múltiplas.

Fita 1 - Lado B
A transferência de tecnologia e desenvolvimento tecnológico; considerações sobre o modelo norte-americano de inovação tecnológica; o governo brasileiro e o financiamento de projetos de pesquisa acadêmicos; a necessidade de integração entre a academia e a indústria; críticas à capacidade gerencial da Fiocruz; o impacto financeiro da Hib em Bio-Manguinhos e o apoio a pesquisas em desenvolvimento tecnológico.

Fita 2 - Lado A
Características dos investimentos em desenvolvimento tecnológico; considerações acerca da gestão de recursos orçamentários governamentais; a negociação de Bio-Manguinhos e GSK para a transferência de tecnologia da Hib; o crescimento da instituição após a transferência de tecnologia da Hib

Fita 2 - Lado B
As dificuldades de Bio-Manguinhos para estruturar os setores de controle e garantia de qualidade; o projeto de instalação de uma planta de protótipos de Bio-Manguinhos; o ingresso em Bio-Manguinhos; considerações sobre a eleição direta do diretor de Bio-Manguinhos; as dificuldades encontradas para gerenciar Bio-Manguinhos.

Fita 3 - Lado A
Considerações sobre a integração entre as unidades da Fiocruz; os atuais entraves ao desenvolvimento de Bio-Manguinhos.

Arnaldo Sobrinho de Moraes

Entrevista realizada por Laurinda Rosa Maciel e Elisabeth Soares de Oliveira, na Colônia Getúlio Vargas/Bayeux (PB), em 05 de Agosto de 2003.

Maria Cristina Vidal Pessolani

Entrevista realizada por Nara Azevedo, Simone Kropf e Wanda Hamilton no Rio de Janeiro (RJ), nos dias 12 e 19 de novembro de 1996.

Ines Lessa

Entrevista realizada por Tania Fernandes e Eliene Rodrigues, em Salvador/BA, no dia 17 de maio de 2016.

Jaime Araújo Oliveira

Entrevista realizada por Nara Britto, Rose Goldschmidt e Wanda Hamilton, no dia 28 de abril de 1987, para um projeto sobre a Administração de Sérgio Arouca na Fiocruz.
Sumário:
Fita 1 - Lado A
Sobre a criação do PESES (Programa de Estudos Socioeconômicos em Saúde); o perfil do sanitarista tradicional em oposição ao novo sanitarista; os projetos desenvolvidos pelos PESES e referência ao PEPE; a crise da Associação Médica Previdenciária na década de 1960 e a consequente incorporação das Ciências Sociais na formação do novo sanitarista; referência à sua entrada no PESES, através de concurso; sobre cursos de especialização oferecidos pela ENSP, com ênfase em Medicina Social; referência a instituições no país que promovem cursos de especialização na área de Medicina Social; sobre personalidades que se destacaram na Medicina Social com alusão a Sônia Fleury; a carência de técnicos que reformulem o sistema de saúde e previdência social.

Fita 1 - Lado B
A criação de cursos de especialização de administração em saúde pública, com referência a Fundação Getúlio Vargas; sobre a “Reunião de Alma ata”, realizada pela OMS, em 1982, e as propostas da Organização para os sistemas de saúde; alusão à OPS, órgão da OMS para a América Latina; a influência das propostas internacionais para a reforma do sistema de saúde na América Latina; referência aos conflitos que norteiam a política de saúde no Brasil; sua participação em encontro promovido pela OPS para discutir a organização dos sistemas de saúde na América Latina; referência a Ernani Braga, ex-diretor da ENSP; sobre os cursos da OMS levados aos diversos estados, as resistências encontradas e clientela; as resistências da esquerda às propostas do sistema de saúde do país; a VIII Conferência Nacional de Saúde e a posição tomada pela esquerda; sobre a existência de movimentos de reforma em outros setores além da saúde.

Fita 2 - Lado A
Sobre a importância da VIII Conferência Nacional de Saúde, seus resultados e os setores sociais que dela participaram; a crise financeira da Previdência Social, em 1981; a criação do CONASP, em 1982, e o plano de Ações Integradas de Saúde; referência a Aloísio Sales, seu papel na direção do CONASP (Conselho Consultivo de Administração de Saúde Previdenciária) e a extinção do órgão; o CONASP e suas propostas para a crise da Previdência Social; a VIII Conferência Nacional de Saúde e a tentativa de implementação das Ações Integradas de Saúde; referência à relação de Sérgio Arouca com o 'Partido Sanitário'; breve comentário sobre o status do Ministério da Saúde frente aos demais.

Fita 2 - Lado B
O papel da VIII Conferência Nacional de Saúde no fortalecimento da proposta do Sistema Único de Saúde; sobre a 'Reforma Sanitária Italiana'; referência à criação da Comissão Nacional de Reforma Sanitária; comentário sobre a dificuldade de viabilizar a reforma sanitária no país; comparação entre o Brasil e a Itália no que se refere a reforma sanitária; sobre a entidade 'Grupo Internacional de Economia Política da Saúde' com destaque para a participação brasileira; comentário sobre a incapacidade dos partidos políticos brasileiros refletirem sobre a reforma sanitária; o projeto de reforma sanitária que se desenvolvia na década de 1980; as discussões, na América Latina, em torno da saúde, com referência à OPS (Organização Pan-Americana da Saúde) e algumas personalidades que se destacaram; alusão às Ações Integradas de Saúde e a participação da sociedade civil; sobre a política de saúde dos anos 1980 e as tendências estatizantes e privatizantes.

Fita 3 - Lado A
Sobre a atual política de saúde; a compra de tecnologia para a área da saúde e a questão da administração hospitalar; a prevalência de pesquisas operacionais na área da saúde nos anos 1980.

Maria Inez de Moura Sarquis

Entrevista realizada por Anna Beatriz de Sá Almeida, Magali Romero Sá, com participação da pesquisadora Gisela Lara Costa, na Fiocruz (RJ), em 08 de fevereiro de 2001.
Sumário
Fita 1 - Lado A
O interesse pela ciência desde a infância; os estudos de medicina na Universidade de Coimbra, em Portugal; a necessidade de voltar ao Brasil e o ingresso na Faculdade de Ciências Biológicas; a expectativa em retomar os estudos de medicina; comentários sobre o primeiro estágio na Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente (FEEMA); as primeiras pesquisas com roedores na área de bacteriologia realizadas na instituição; a importância de Jair da Rosa Duarte, pesquisador da FEEMA, em sua trajetória profissional; a contratação pela FEEMA para trabalhar no Laboratório de Bacteriologia de Vetores; comentário sobre a área de pesquisa na FEEMA; recapitulação dos anos como estagiária na FEEMA; as primeiras pesquisas realizadas no IOC; a transferência para o Departamento de Micologia do IOC; a importância do apoio das pesquisadoras Alia Tubajis Salminto e Pedrina Cunha de Oliveira em sua trajetória profissional; os primeiros trabalhos realizados com fungos no Departamento de Micologia do IOC; breve histórico dos pesquisadores envolvidos com a Coleção de Culturas de Fungos do IOC; a personalidade e o perfil profissional de Pedrina Cunha de Oliveira; considerações sobre o trabalho em consultoria e em treinamentos nos Serviços Técnicos Especializados do Departamento de Micologia do IOC; a necessidade de dedicação integral ao trabalho em taxonomia de fungos filamentosos; o treinamento de estagiários e a dificuldade de mantê-los na área de taxonomia de fungos do IOC; as pesquisas de campo na FEEMA; a identificação de inúmeros fungos arenosos encontrados nas praias do Rio de Janeiro; breve relato de sua dissertação de Mestrado em Microbiologia Veterinária sobre a incidência de fungos encontrados na praia de Ipanema, defendida na UFRRJ; a carência de pesquisadores especializados em taxonomia de fungos no Brasil; relato das atividades docentes atuais visando à preparação de profissionais para a área de micologia; o período do ingresso no Departamento de Micologia do IOC da Fiocruz e o corpo de pesquisadores e estagiários.

Fita 1 - Lado B
O período do ingresso no Departamento de Micologia do IOC e o corpo de pesquisadores e estagiários; a implantação do laboratório da Coleção de Culturas de Fungos, no Departamento de Micologia do IOC; as atividades na área de taxonomia de fungos no laboratório; a curadoria exercida por Pedrina Cunha de Oliveira; as atividades docentes em diversas instituições; as impressões sobre a necessidade de divulgação das pesquisas realizadas na área de micologia; relato do impacto causado pela divulgação dos primeiros resultados de sua dissertação de mestrado; o convite para chefiar o Laboratório da Coleção de Culturas de Fungos; o estágio atual da catalogação da Coleção de Culturas de Fungos; breve relato do histórico do acervo da Coleção de Culturas de Fungos e a incorporação de novas cepas; as estratégias de controle de empréstimos de cepas para a realização de pesquisas em outras instituições; comentários acerca da metodologia de preservação das cepas da coleção; o reconhecimento internacional da Coleção de Micologia do IOC; considerações sobre os cuidados necessários para preservação e reconhecimento das cepas; as dificuldades enfrentadas pelos pesquisadores que atuaram no Departamento de Micologia; o procedimento dos antigos pesquisadores diante das coleções; o despreparo e a falta de incentivo do IOC no passado para a preservação das coleções científicas; considerações acerca do estado atual da Coleção de Micologia; comentários sobre o auxílio prestado a outras instituições para a preservação de coleções micológicas; novos relatos sobre o empréstimo de materiais da Coleção de Fungos para instituições públicas e privadas; o incentivo à pesquisa realizada com fungos no INPA; comentários sobre a divisão de tarefas com Gisela Lara da Costa.

Fita 2 - Lado A
Comentários sobre os esforços em conjunto com Gisela Lara da Costa para manutenção do acervo da Coleção de Culturas de Fungos do IOC; a origem dos recursos para manutenção e conservação da coleção; sua opinião e a de Gisela Iara Costa acerca da gerência das coleções científicas na Fiocruz; as dificuldades financeiras para manutenção da Coleção de Culturas de Fungos; a importância do apoio da Casa de Oswaldo Cruz (COC) aos acervos das coleções científicas da instituição; relato das técnicas e métodos de manutenção e conservação da Coleção de Culturas de Fungos do IOC; relato sobre as atividades de catalogação do acervo da Coleção de Culturas de Fungos do IOC; considerações acerca da nomenclatura das cepas; a importância da cooperação entre unidades da Fiocruz para a manutenção das coleções científicas; considerações acerca das medidas tomadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) em relação ao transporte de espécimes de uma região para outra; considerações de Gisela Lara da Costa sobre a filosofia institucional em relação às coleções na Fiocruz; novas considerações das pesquisadoras Maria Inez Sarquis e Gisela Lara sobre os desafios enfrentados pelo Departamento de Micologia do IOC; a satisfação pessoal de trabalhar na área de micologia.

Eridan Coutinho

Entrevista realizada por Antonio Torres Montenegro e Tânia Fernandes, em Recife (PE), nos dias 30 e 31 de janeiro de 1996.
Sumário
Fita 1 - Lado A
Considerações sobre o seu pai; a ação revolucionária do pai; o exemplo dado às filhas; a juventude do pai; o ingresso do pai no Exército; o movimento de 1930; a prisão do pai; a vida após a prisão; o nascimento de Eridan; a prisão do pai em Fernando de Noronha; a anistia; a carreira do pai no Exército; as constantes transferências de moradia; os estudos; a escola; a liberdade na juventude; a juventude em Fortaleza; a opção pela medicina; o vestibular; a mudança de universidade; a política estudantil; o desejo de estudar na Faculdade de Medicina da Bahia; a transferência para a Faculdade de Recife; o desejo de ser pesquisadora; a opção pela anatomia patológica; a monitoria; o ingresso no CPqAM; o convívio com José Carneiro; a vida acadêmica.

Fita 1 - Lado B
A bolsa de estudos nos laboratórios Pravás; o fim da participação política (em Recife); a política estudantil em Fortaleza; lembrança de alguns professores; a estada em São Paulo; a experiência como auxiliar acadêmica; a estrutura laboratorial do CPqAM; o primeiro Laboratório de Bioquímica dos Caramujos; o casamento e o primeiro filho; a estada nos EUA; a experiência na Harvard School of Public Health; o trabalho no Departamento de Nutrição; a relação entre parasitoses e desnutrição; a experiência na faculdade; o doutorado.

Fita 2 - Lado A
A livre-docência; a experiência na Inglaterra; a relação do CPqAM com a Secretaria de Saúde Pública de Pernambuco; a importância da saúde pública; a falta de sintonia com os problemas regionais; a ligação mais direta com o governo federal; as grandes campanhas de saúde pública; as relações com outros órgãos governamentais; a Fundação SESP; a entrada no INERu; a mudança de Instituto para Centro de Pesquisas; a incorporação à Fiocruz; a gestão de Sergio Arouca; o convênio com o governo japonês; os acordos para a construção do novo prédio; a gestão de Ageu Magalhães Filho.

Fita 2 - Lado B
A busca de um local para o laboratório japonês; o acordo com a universidade; as movimentações políticas; a elaboração de um organograma para o Centro; o convênio entre a Fiocruz e a universidade; a fundação do LIKA; a relação entre o CPqAM e o LIKA.

Fita 3 - Lado A
A infância e a influência do pai, as irmãs e a mãe; a vida em família; o trabalho e os filhos; os filhos, noras e genros; a época passada na Bahia; a 2ª Guerra Mundial; a partida do pai; os namoros; as brincadeiras de colégio; o gosto pelas piadas; as brincadeiras e os estudos; a participação no diretório acadêmico; o estudo de música; as atividades extra-curriculares; a ação na política partidária de Fortaleza; as decepções com a política; a narrativa de um fato durante a ditadura militar.

Fita 3 - Lado B
Referência ao seu casamento; comentários sobre Frederico Abath; o divórcio; os filhos; o estudo dos filhos; sua influência sobre a escolha profissional dos filhos; a presença do avô na criação dos filhos; os estudos nos EUA; a influência da ditadura militar no CPqAM; as transformações ocorridas na gestão Arouca; a ampliação do espaço físico e do pessoal do CPqAM.

Fita 4 - Lado A
Considerações sobre sua gestão; a qualificação de recursos humanos; linhas de pesquisa do CPqAM; intercâmbio com outros centros; a relação com Far-Manguinhos.

Fita 4 - Lado B
Considerações sobre sua participação na história do CPqAM.

Dalton Mario Hamilton

Entrevista realizada por Jaime Araújo Oliveira, Nara de Azevedo Brito e Rose Ingrid Goldschmidt, na Fiocruz (Rio de Janeiro/RJ), entre os dias 14 de maio e 12 de agosto de 1987.
Sumário
1ª Sessão: fitas 1 a 3
Origem familiar; a infância em Buenos Aires; formação escolar; o estudo em escolas públicas; perfil do pai; a vocação pela medicina; a morte do pai e o trabalho numa companhia de seguros; a experiência em empresas privadas e na administração de saúde pública; o trabalho como pediatra de um hospital público; as características do sistema de saúde argentino; a Escola de Medicina de Buenos Aires e as características do sistema universitário argentino; o governo peronista; o trabalho na campanha de diarréia estival e as primeiras ligações com saúde pública; a experiência de trabalho na província de Jujuy (AR); as opções político-partidárias; o planejamento em saúde pública; o exercício da medicina privada; a criação da Escola Nacional de Saúde Pública na Argentina em 1959; a realização do curso de saúde pública em 1963; as características do curso de saúde pública; a prática hospitalar dos médicos argentinos ligados à saúde pública e a dicotomia entre saúde e atenção médica no Brasil; a implantação do planejamento em saúde na América Latina através do método OPAS/CENDES – Centro Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Venezuela); a implementação de um sistema de informação em saúde na província de Tucumán (AR); a extensão do modelo Tucumán a todo o território argentino; o Modelo Nacional de Programação de Atividades em Saúde da Argentina em 1966; o método OPAS/CENDES e os discursos sobre planejamento; a tradição chilena em saúde pública; a introdução do planejamento em saúde nos países da América Latina; comparação entre o sistema de saúde no Brasil e na Argentina; o planejamento estratégico e o caso Montes Claros; a atividade político-partidária na Argentina; o curso de mestrado na Universidade de Michigan (EUA); o Programa Nacional de Estatística em Saúde na Argentina.

2ª Sessão: fitas 4 e 5
A elaboração do programa de saúde para o Partido Justicialista em 1973; a situação política argentina durante a década de 70; a morte de Perón e as perseguições políticas da Triple A (Aliança Anticomunista Argentina); a demissão do Ministério da Saúde da Argentina em meio à crise política; o trabalho nas obras sociais dos ferroviários; a mudança para o Brasil e o golpe militar em 1976 na Argentina; o trabalho como consultor da OPAS em Brasília; os primeiros contatos com Sérgio Arouca; o Programa de Preparação Estratégica de Pessoal em Saúde (PPREPS); a adaptação da família no Brasil; a experiência profissional de Susana Badino em Buenos Aires e na Escola Brasileira de Administração Pública (EBAP) da Fundação Getúlio Vargas no Rio de Janeiro; a solidariedade brasileira aos exilados argentinos; a mudança para o Rio de Janeiro contratado pela PAPPE; o Projeto de Caruaru.

3ª Sessão: fitas 5 a 7
O Projeto Integrado de Serviços de Saúde em Montes Claros; o Programa de Integração das Ações de Saúde e Saneamento (PIASS); a difusão do modelo Montes Claros; a lógica do planejamento estratégico; a experiência do PIASS na Bahia; a criação do PIASS; a continuidade do projeto em Montes Claros após a sua saída.

4ª Sessão: fitas 8 e 9
O ingresso na ENSP em 1978; o Departamento de Administração e Planejamento; a coordenação do curso básico e dos cursos de especialização da ENSP; a criação dos cursos de mestrado e doutorado e dos cursos regionalizados para dinamizar áreas estratégicas de saúde; a incorporação da política ao planejamento; os cursos regionalizados em Alagoas, Minas Gerais, Pernambuco e Paraíba; a difusão dos cursos regionalizados; o intercâmbio entre o Instituto de Medicina Social (IMS), a EBAP e a ENSP; o primeiro curso de planejamento do IMS em 1976; os cursos de planejamento da ENSP; a busca de respostas às experiências políticas do momento; o papel dos argentinos na introdução do planejamento em saúde pública no Brasil; comparação entre a formação profissional em saúde no Brasil e na Argentina; a criação do curso especializado em planejamento da Escola de Medicina de Buenos Aires em 1973; Brasil e Colômbia: centros de referência em planejamento em saúde para a América Latina; os latino-americanos no Departamento de Planejamento da ENSP; a assessoria na Nicarágua a convite de Sérgio Arouca.

5ª Sessão: fitas 10 e 11
A experiência de Joaquim Moreira Nunes na área de administração hospitalar e na ENSP; o elo entre teoria e prática nos cursos de administração; as características da gestão Vinícius da Fonseca na FIOCRUZ; a gestão Guilardo Martins Alves na FIOCRUZ; o modelo administrativo da FIOCRUZ; a incorporação de unidades isoladas à FIOCRUZ e a dificuldade de implantação de um projeto modernista e integrador; a democratização brasileira e a indicação de Sérgio Arouca para a Presidência da FIOCRUZ; a gestão Arouca; a concentração de informações na Superintendência de Administração Geral (SAG) e a centralização de decisões na presidência devido à ineficácia da área administrativa; proposta de reestruturação do modelo organizacional da FIOCRUZ; a intervenção na SAG; a indicação para chefiar a SAG; o papel do poder burocrático durante o período de reformas.

6ª Sessão: fitas 12 e 13
Avaliação do sistema de saúde brasileiro nos últimos 15 anos; as propostas do “partido sanitário” e as divergências em torno da reforma sanitária; a unificação do sistema de saúde como medida de racionalização; a participação popular visando a melhoria dos serviços de saúde; as divergências entre os membros do “partido sanitário” na Previdência Social, na Comissão de Reforma Sanitária e no Ministério da Saúde; o retorno a Buenos Aires após a abertura democrática; a experiência como gerente de planejamento do Instituto de Servicios de Obras Sociales para Trabajadores Rurales (ISARA); a experiência de Susana Badino no Instituto de Administración Pública (INAP); o regresso ao Brasil.

7ª Sessão: fita 14
Relato de sua posse na SAG; a relação do antigo superintendente com os funcionários administrativos; a proposta de reformas na área administrativa e a adesão gradual dos funcionários; a legitimação no trabalho pelo aumento da eficiência; as mudanças na estrutura organizacional da SAG; a eleição dos funcionários para promoção; a descentralização das decisões administrativas; os problemas do Departamento de Recursos Humanos; a informatização de processos financeiros; as demissões de funcionários devido a irregularidades.

8ª Sessão: fitas 15 e 16
A democratização da SAG com a socialização de informação; a descentralização de programas e orçamentos; a transparência administrativa e a consequente dificuldade do aparecimento de processos ilícitos; os resultados da descentralização dos recursos em nível das unidades; a informatização dos processos como forma de desburocratizar o poder, socializar a informação e adequar tecnologicamente a SAG; as resistências internas ao processo de informatização; a facilidade de acesso às informações e ao acompanhamento de processos através da informatização; a relação das unidades da FIOCRUZ com o processo de descentralização administrativa; as transformações da estrutura organizacional da SAG; a expectativa de irreversibilidade nas mudanças empreendidas na SAG.
NOTA: As 5ª, 7ª e 8ª sessões contaram com a participação de Joaquim Moreira Nunes e Susana Esther Badino.

Núbia Boechat Andrade

Entrevista realizada por Luciana Heymann e Aline Lacerda, via plataforma Zoom, no dia 16 de junho de 2021, no Rio de Janeiro; responsável pela gravação, Cristina Grumbach e produzida por Crisis Produtivas.

Mécia Maria de Oliveira

Entrevista realizada por Ruth Martins, no dia 23 de fevereiro de 1987, a respeito de Walter Oswaldo Cruz e sua produção científica.
Sumário:
Fita 1 - Lado A
A ida para estagiar no Laboratório de Hematologia e a seleção feita por Walter Oswaldo Cruz entre os candidatos; breve referência aos estudos feitos por Walter Oswaldo Cruz sobre anemia parasitológica; novos comentários sobre o tipo de seleção feita por Walter Oswaldo Cruz para escolher seus estagiários e lembrança de como foi seu teste; a rotina junto a outros estagiários no Laboratório de Hematologia; referência a Academia do Terceiro Mundo, com sede na Itália; sobre um dos estudos desenvolvidos por Walter Oswaldo Cruz que foi premiado; sobre o trabalho de pesquisa que desenvolve atualmente; os seminários realizados durante seu estágio com Walter Oswaldo Cruz; sobre a administração de Rocha Lagoa.

Fita 1 - Lado B
A destituição de Walter Oswaldo Cruz da chefia do laboratório; as qualidades necessárias a um cientista; a relação de Walter Oswaldo Cruz com seu trabalho; o processo de elaboração de um trabalho científico e sua divulgação; referência a Sílvia Oswaldo Cruz; o processo de trabalho da equipe de Walter Oswaldo Cruz; a atuação de Walter Oswaldo Cruz na área de Hematologia; a dificuldade de se publicar novos trabalhos em revistas científicas; a liderança exercida por Walter Oswaldo Cruz entre os cientistas.

Fita 2 - Lado A
Reflete sobre importância e prestígio da Academia Brasileira de Ciências antigamente.

Movimento da reforma psiquiátrica no Brasil - história e memória

Reúne nove depoimentos de médicos psiquiatras sobre as mudanças ocorridas no atendimento ao doente mental, antes e depois de instituída a reforma psiquiátrica no Brasil na década de 1980. O depoimento de Lia Riedel é temático sobre a atuação de Gustavo Riedel, seu pai. Este grupo de profissionais teve ativa participação no citado movimento nos anos 1980, quando tem início o processo de desinstitucionalização das instituições psiquiátricas no Brasil, com várias experiências de transformação da assistência em saúde mental com a implantação dos Centros de Atenção Psico-Social (Caps). As entrevistas abordam sua história de vida e atuação profissional com foco no tema da reforma psiquiátrica.

Antônio Pereira da Silva

Entrevista realizada por Laurinda Rosa Maciel, na Colônia Getúlio Vargas, localizada em Bayeux (PB), no dia 05 de agosto de 2003.

Diva Vitória Cardim

Entrevista realizada por Antonio Torres Montenegro e Tânia Fernandes, em Recife (PE), no dia 10 de maio de 1996.
Sumário
Fita 1 - Lado A
Lembranças da infância e da família; a vida no sítio; o curso primário; o estudo dos irmãos; o diploma de professora; o primeiro emprego de secretária; o curso de especialização para professoras na Secretaria de Educação; o ingresso na profissão de educadora; o trabalho no preventório Bruno Veloso; a atuação como diretora de uma creche em Beberibe (Recife/PE); trabalho na Campanha Pernambucana Pró-Infância; o trabalho na Secretaria de Educação fora da regência de cadeira; a função como assistente social e a chefia das caixas escolares; a dificuldade na sala de aula por alergia ao giz; as viagens em Pernambuco como chefe de Caixa Escolar; a proposta de trabalho de controle da esquistossomose; o ingresso no DNERu como educadora sanitária; a proposta de participação no curso de educação em saúde; referência à Hortência Holanda; a campanha contra a filariose; o tratamento da filariose na época; o contato com Rinaldo de Azevedo; referência ao chefe Airton; a elaboração de material audiovisual; as palestras de educação preventiva contra a filariose; o trabalho de visitadora sanitária; a divulgação dos métodos preventivos em filariose; o apoio da companhia de eletricidade, da imprensa etc; a ideia da produção de um filme sobre prevenção da filariose.

Fita 1 - Lado B
A produção de um filme sobre filariose; a dúvida sobre o paradeiro do filme hoje; descrição do filme; o levantamento de recursos para a realização do filme educativo; a busca de um cineasta; as dificuldades para a produção do filme e problemas com a administração do DNERu; a finalização do filme; a utilização por várias instituições; as dificuldades em continuar o trabalho; a indicação de transferência para o sertão; as desavenças no DNERu; a participação na secretaria do XV Congresso Brasileiro de Higiene; o ingresso no Instituto de Higiene como secretária; o retorno ao DNERu; a intervenção na direção do DNERu; o ingresso no CPqAM como educadora sanitária; o trabalho com Frederico Simões Barbosa; o trabalho na Escola de Química; a tentativa de mudança do Ministério da Saúde para o de Educação; a campanha de desratização na Prefeitura de Recife; a elaboração de uma cartilha.

Fita 2 - Lado A
O trabalho no CPqAM na época do convênio da SUDENE para pesquisas ligadas à peste e à esquistossomose; considerações sobre Frederico Simões Barbosa e as atividades assumidas com a sua viagem; as responsabilidades na gestão do convênio com a SUDENE; referências ao trabalho na Secretaria de Higiene na Prefeitura; o Curso Básico Regionalizado de Saúde Pública, os professores, os alunos, as exigências; o início dos problemas pessoais de saúde; o trabalho no Centro de Saúde Couto Lessa Andrade; a licença médica; referências a André Furtado; os problemas com o afastamento; o retorno à secretaria dos cursos de saúde pública; a reclassificação na Fiocruz; a criação do NESC; o processo de aposentadoria; o agravamento de seu quadro de saúde; referência a seu processo de aposentadoria; referência a Arcelino e o processo de reclassificação; o criadouro de muriçocas para a realização do filme.

Fita 2 - Lado B
O criadouro de muriçocas e a alimentação dos insetos; o estúdio improvisado na garagem da casa; referência ao trabalho do pai e seus problemas de saúde; lembranças da infância, as brincadeiras e os castigos; comentários sobre a irmã; a doença do pai e o diagnóstico; a cirurgia do pai; a medicação trazida do Japão para o pai; o período com o pai no hospital; o falecimento do pai; o falecimento da mãe; os problemas de saúde e a cirurgia cardíaca; referência ao NESC e à documentação em sua posse; a campanha contra as muriçocas.

Fita 3 - Lado A
O filme sobre filariose: comentários na imprensa, a filmagem.

Euclides Ayres Castilho

Entrevista realizada por Dilene Raimundo do Nascimento e Marcos Roma Santa, em Brasília (DF), no dia 06 de novembro de 1996.
Sumário
Fita 1 – Lado A
Sua formação em medicina preventiva; o trabalho como professor da USP; as funções desempenhadas na Fundação Oswaldo Cruz; a origem de seu interesse profissional pela Aids; o ingresso na Comissão Nacional de Aids, em 1987; a presidência do Comitê Diretivo de Pesquisa do Programa nacional de Aids e do Comitê de Vacinas do Programa Nacional de Aids, ambos em 1993; dificuldades em ajustar o trabalho acadêmico às demandas da área do serviço. Considerações sobre os aspectos técnicos, políticos e institucionais que envolvem o enfrentamento da Aids no Brasil; o processo de incorporação da Aids como uma questão pública, as primeiras iniciativas da comunidade científica, o surgimento das Ongs/Aids. Critica a supervalorização da questão da Aids, diante de outras questões graves de saúde pública no Brasil. Os aspectos burocráticos e administrativos que limitam a implantação e a execução das políticas públicas de combate à epidemia no país; as iniciativas do Programa para assessorar os estados e municípios na captação e administração dos recursos destinados à implantação dos programas regionais de combate à doença. Considerações sobre a imagem que a sociedade tem da Aids. Ressalta seu esforço pessoal em não deixar que seus valores morais interfiram na execução de seu trabalho. As implicações e o inquestionável valor científico do uso da categoria “grupo de risco” na epidemiologia. A redução das atitudes discriminatórias da comunidade médica, principalmente entre os que atuam cotidianamente na área clínica.

Fita 1 – Lado B
Sua relação pessoal com a ameaça da Aids. Considerações sobre as complexas redes de relações sociais que possibilitaram a disseminação da doença no mundo; o crescimento no índice de contaminação através de relações penivaginais. Ressalta o equívoco cometido por alguns colegas ao afirmarem não haver risco de contaminação da mulher para o homem. O medo da contaminação. Aspectos morais que permeiam as considerações técnico-científicas do discurso médico no processo de elaboração das campanhas de prevenção à Aids; destaca toda a complexidade que envolve a produção e a veiculação das campanhas. A polêmica em torno da proposta de “redução de danos” aplicada entre os usuários de drogas injetáveis. Considerações pessoais sobre a relação entre pesquisadores e pacientes; comentários a respeito dos livros de Hervé Guibert, “Ao amigo que não me salvou a vida”, onde o autor expõe sua mágoa diante da postura fria dos pesquisadores diante do drama dos doentes de Aids. Ressalta os aspectos clínicos no uso dos medicamentos anti-Aids e o seu efeito, pelo menos momentâneo, na garantia de uma maior qualidade de vida dos doentes; o impacto do coquetel anti-Aids na sociedade brasileira e as distorções em seu entendimento; a contribuição das atividades comunitárias desenvolvidas pelas ONG's Aids e a preocupação com a pauperização da epidemia no país.

Fita 2 – Lado A
Avaliação positiva da parceria institucional entre o governo e as ONG's-Aids. Considerações sobre uma possível lentidão nas respostas governamentais de combate ao avanço da epidemia; restrições do conhecimento científico sobre o vírus e o pessimismo diante da possibilidade de uma vacina eficaz a curto prazo; os resultados promissores das pesquisas nas áreas clínicas e farmacológicas. O aumento da incidência de Aids entre as mulheres. Comentários sobre o trabalho e o caráter de Lair Guerra, coordenadora do PNDST/AIDS. Sua opinião pessoal sobre a vida em tempos de Aids.

Marcos da Silva Freire

Entrevista realizada por Carlos Fidelis Ponte, Claudia Trindade e Wanda Hamilton, em Bio-Manguinhos/Fiocruz (RJ), nos dias 03. 17 e 29 de agosto de 2005.
Sumário
CD 1
Origem familiar; as atividades profissionais do pai e da mãe; escolha da carreira; a formação de seus irmãos; o ingresso na UFF em veterinária; a participação nos movimentos estudantis; o estágio no Instituto Vital Brazil, no Departamento de Microbiologia Veterinária; a efetivação no Vital Brazil, em 1982; a crise no Vital Brazil e o ingresso em Bio-Manguinhos em 1984; as atividades no projeto de transferência de tecnologia do sarampo; o contrato como tecnologista de Bio-Manguinhos; a preocupação com o controle de qualidade; as atividades desenvolvidas no infectório; o desenvolvimento de um novo estabilizador para a vacina contra sarampo; o treinamento em Londres; as patentes com os pesquisadores George Mann e Ricardo Galler; o trabalho realizado por George Mann; a tese de doutorado; os estudos com vírus de sarampo e febre amarela; o primeiro trabalho conjunto com Ricardo Galler.

CD 2
O primeiro trabalho de pesquisa realizado com Ricardo Galler; a reestruturação de Bio-Manguinhos, em fins dos anos 1980; considerações sobre disciplina e os problemas administrativos advindos de sua falta; o incentivo dado por João Quental à área de desenvolvimento tecnológico; o trabalho em febre amarela e dengue desenvolvido com Ricardo Galler; sobre a primeira patente obtida com Galler; os casos de reações adversas da vacina de febre amarela; os atuais estudos desenvolvidos por Freire; o ingresso no doutorado do IOC, em 2000; sobre o pouco estímulo de Bio-Manguinhos às tentativas de titulação de seus funcionários, nos anos 1980; a atual preocupação de Bio-Manguinhos com a formação de pessoal; sobre a prioridade dada atualmente ao produto; comentários sobre o PDTIS (Programa de Desenvolvimento Tecnológico em Insumos para Saúde); considerações sobre a necessidade de avaliação dos projetos visando o desenvolvimento de produtos.

CD 3
A crise de Bio-Manguinhos, no fim do período João Quental; a gestão de Marcos Oliveira; as transferências de tecnologia das vacinas MMR e a Hib; o gosto pelo trabalho no laboratório; o papel do gerente de programa de desenvolvimento tecnológico em virais; da necessidade de se trabalhar para obtenção de produtos; os projetos que considera interessantes, atualmente desenvolvidos em Bio-Manguinhos; do atual trabalho desenvolvido com o vírus da caxumba; sobre a ideia de desenvolver uma vacina tríplice em Manguinhos; do seu conhecimento em estabilizadores e em produção de vírus; considerações sobre a necessidade de se construir uma planta de protótipo em Bio-Manguinhos; do surgimento de sua gerência e de como foi chamado para ocupá-la; a criação da Vice-direção de Desenvolvimento Tecnológico; o convite de Akira Homma feito a Ricardo Galler para ocupar a Vice-direção de Desenvolvimento Tecnológico; comentários sobre a necessidade de manter separadas as áreas de desenvolvimento tecnológico, produção e controle de qualidade; sobre o grupo do LATEV e as atividades desenvolvidas nesse laboratório, chefiado por Freire; a criação de uma área de manipulação de vírus no LATEV; a nova reestruturação física pela qual passarão alguns setores de Bio-Manguinhos; considerações sobre a estrutura matricial por programas implantada em Bio-Manguinhos; a questão da propriedade intelectual, em relação à produção de vacinas; da importância de a Fiocruz induzir pesquisas direcionadas para a inovação tecnológica; da política empreendida pelo PDTIS, vinculada à inovação; considerações sobre os recursos financeiros para o desenvolvimento tecnológico; o impacto causado pela produção de biofármacos em Bio-Manguinhos e na Fiocruz; a política de compra de vacinas pelo governo federal; da ideia de transformar o Pavilhão Rocha Lima em um departamento de desenvolvimento tecnológico; a necessidade de diversificar a pauta de produtos para garantir a auto-sustentabilidade de Bio-Manguinhos; considerações sobre o veto ao projeto voltado à obtenção do fator 9 com leite de porcas transgênicas.

Heloisa Maria Mendonça de Morais

Entrevista realizada por Tania Fernandes e Silvia Santos, no Instituto Aggeu Magalhães, em Recife/PE, no dia 17 de junho de 2019.

Paulo Duarte de Carvalho Amarante

Entrevista realizada por Anna Beatriz de Sá Almeida e Laurinda Rosa Maciel, na Fiocruz (RJ), nos dias 11 e 16 de fevereiro, 02, 09 e 23 de março de 1998.
Sumário
Fita 1 – Lado A
Comentários sobre a cidade natal, Colatina, no interior do Espírito Santo; incursões à literatura na juventude e o trabalho do pai no primeiro escritório do IAPC (Instituto de Aposentadoria e Pensão dos Comerciários). A convivência familiar, atividades sociais da mãe, lembranças da infância e de amigos.

Fita 1 – Lado B
Lembranças, casos, atividades e interesses na adolescência; a mudança com os pais para a capital, Vitória, aos 16 anos de idade em 1968; a adaptação à nova realidade; vida escolar, formação e o grupo de estudos no colégio Marista.

Fita 2 – Lado A
A opção pela Medicina diante de outras como a música e o jornalismo. A atividade de médico plantonista do Centro Psiquiátrico Pedro II (CPP II) em 1978; as várias denúncias sobre maus tratos aos pacientes e falta de recursos que fez junto de outros estagiários como Leon Chor e José Carlos Souza Lima. Ainda sobre a opção por medicina: o prestígio que o próprio curso teria, a influência do irmão e o gosto pelos cuidados médicos. Formação universitária na Escola de Medicina da Santa Casa de Misericórdia de Vitória (EMESCAN), de 1971 a 1976. Como era o curso de medicina entre 1960-1970, a privatização da educação. Sobre o curso em uma instituição particular: a opção pela EMESCAN, alunos, professores e disciplinas. O interesse pela Psiquiatria a partir da Psicanálise, a proximidade com a filosofia e as Ciências Sociais. A expulsão do Serviço Psiquiátrico de Urgência (SPU), da Clínica Mayer Gross, assim como do CPP II e do Instituto de Psiquiatria, da Universidade do Brasil (IPUB). Trabalhos realizados durante a residência no CPP II: vídeo intitulado “Crônicas” e o texto “Pedagogia da loucura”, sobre a internação compulsória e violenta de um pintor homossexual e negro, chamado Alcebíades. Prêmio recebido no I Festival Brasileiro de Vídeo, no Museu de Arte Contemporânea de São Paulo, em 1984. Sua vivência como Acadêmico Plantonista do Hospital Colônia Adauto Botelho, da Fundação Hospitalar do Espírito Santo, em Cariacica, entre outubro de 1974 a junho de 1975, ainda no quarto ano da faculdade. Sobre os plantões realizados e o problema da morte de uma paciente na ausência de um médico–plantonista para o atendimento.

Fita 2 – Lado B
Continua narrativa sobre o problema no plantão no Hospital Adauto Botelho, falta de medicamentos e a repercussão na mídia; afastamento do depoente do plantão pelo Sr. Paulo Bonadis, diretor clínico. Ameaça de processo do hospital que o demitiu por denunciar negligência médica. Retorno ao plantão do hospital Adauto Botelho e a intenção de implantar atividades de musicoterapia naquele hospital e mais tarde no IPUB. A experiência de ter sido aluno do primeiro curso de musicoterapia feito no Rio de Janeiro, com Rolando Beneson, em 1972. Residência no IPUB, a obrigatoriedade do uso de uniforme de acordo com a profissão e pedido dos alunos da UFRJ para que as vagas fossem preenchidas prioritariamente pelos próprios alunos. Referência aos profissionais Renato Veras, Alfredo Schechterman, João Ferreira da Silva Filho e o convívio na Residência. A saída de Vitória e a vinda para o Rio de Janeiro, em 1976, para o sexto ano no Internato em Psiquiatria, no Instituto de Psiquiatria, do Departamento de Psiquiatria e Medicina Legal, da UFRJ. Primeiro emprego como plantonista no Serviço Psiquiátrico de Urgência, clínica particular no Rio de Janeiro. Início da narrativa de um caso do garoto chamado Paulinho e tratado com insulinoterapia, método chamado de Von Meduna, denominado pelo depoente como um método arcaico e radical.

Fita 3 – Lado A
Continuação da narrativa sobre o caso de Paulinho, contato com as drogas e tentativas de fuga. A denúncia no Conselho Regional de Medicina e sua ligação com o governo da ditadura. Sobre os movimentos democráticos que começaram a aparecer a partir de 1976. O Centro Brasileiro de Estudos em Saúde (CEBES) e o Movimento de Renovação Médica (REME), os inquéritos contra médicos torturadores e cúmplices da ditadura. A tentativa de denúncia sobre o tratamento de insulinoterapia. O encontro com o cartunista Ziraldo e informações sobre o caso Paulinho, que acarretou sua demissão do SPU. O trabalho na clínica Mayer Gross, no Rio de Janeiro, vinculada ao SPU, de onde também foi demitido. Sobre o início do mestrado no Instituto de Medicina Social (IMS), em 1976. A orientação e co-orientação recebidas no mestrado por Madel Luz e Roberto Machado, respectivamente; a importância de Roberto Machado em sua formação e seu papel prático de orientador. Breve comentário sobre a expulsão de Joel Birman e Jurandir Costa Freire. A criação em 1976, de um núcleo de estudos de saúde mental, um espaço para seminários abertos, onde autores como Massimo Canevatti, Claude Lévi-Strauss, Georges Canguilhem, Gaston Bachelard, eram discutidos. A procura dos alunos por esse curso, com uma Psiquiatria mais reflexiva e sua importância para outros colegas como Pedro Gabriel Delgado e Magda Vaisman. A opção por este mestrado naquele momento e sua insatisfação com a prática psiquiátrica, além da oportunidade de estudar com Jurandir Freire Costa e Joel Birman. Sua decepção ao encontrar o CCP II, no Rio de Janeiro, tão ruim no que se refere às práticas psiquiátricas, o abandono aos pacientes e do próprio hospital, tanto quanto o Adauto Botelho, no Espírito Santo. O trabalho de conclusão do curso sobre pedagogia da loucura, que deu origem ao vídeo “Crônicos” e ao texto “Pedagogia da loucura”. Entrada no mestrado com o incentivo de Renato Veras; o trabalho de curso “Política de nutrição no Brasil”, sobre o Instituto Nacional de Alimentação e Nutrição (INAN), que refletia o autoritarismo no Plano Básico de Suplementação Alimentar. A experiência de trabalho no IMS, de 1978 a 1982. Considerações sobre o curso de Medicina do Trabalho em 1980. O curso de música na Escola Villa Lobos e a experiência de tocar na “Banda de Lá”, com músicos como Ricardo Rendt e Fátima Guedes e o interesse pela área da musicoterapia atrelado à preocupação do relacionamento com os pacientes.

Fita 3 – Lado B
Observações sobre uma paciente rica internada pela família; o trabalho no IPUB com terapias mais alternativas, como a musicoterapia, e a aceitação deste tratamento na instituição. Breve referência à definição de recrudescimento neobiológico. A implantação de terapias para elevar o número de pontos dados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e o aumento da verba destinada às instituições e hospitais. A experiência como bolsista da Divisão Nacional de Saúde Mental (DINSAM), em 1976, no Rio de Janeiro. Comentários sobre as campanhas de saúde pública e o funcionamento do Ministério da Saúde, cuja ação seria mais de normatização. Como eram resolvidos os problemas através de campanhas, como se constituíam e comentário sobre a Campanha de Combate à Lepra e Campanha Nacional de Combate ao Câncer. A criação da Campanha Nacional de Saúde Mental, a partir de 1967 e o Plano de Saúde Mental do governo de John Kennedy, nos Estados Unidos da América em 1963, inspirado no livro de Gerald Kaplan, “Princípios de Psiquiatria Preventiva”.

Fita 4 – Lado A
Sobre a DINSAM e o conceito de saúde mental. A criação do Curso Integrado de Saúde Mental (CISME), oferecido pela Fundação Oswaldo Cruz, e realizado no Hospital Phillip Pinel, na Colônia Juliano Moreira (CJM), no CPP II e no Hospital Custódia de Tratamento Psiquiátrico Heitor Carrilho. Sobre a bolsa de saúde mental, para graduados e graduandos; comentários sobre o colega de graduação, Benilton Bezerra, também bolsista da DINSAM, e a insatisfação com as condições de trabalho, culminadas com a entrega da bolsa em 1976. Retorno por concurso em 1978, com José Carlos Souza Lima e Leon Chor. Crise da Previdência Social desencadeada a partir de 1980. A entrada de Paulo da Costa Mariz para a DINSAM entre 1980 e 1985, para modernizar alguns hospitais públicos. Comentários sobre a co-gestão entre o Ministério da Saúde e a Previdência. Seu afastamento em 1978, juntamente com alguns colegas devido às denúncias. Publicação de um artigo na Revista DEBATE, nº 10, denunciando a política nacional de saúde mental. A demissão de 200 médicos e bolsistas do CPP II, Pinel e IPUB em solidariedade à demissão dos colegas. Sobre a abertura na imprensa para as denúncias no programa da Rede Globo de Televisão, Fantástico, nos jornais Folha de São Paulo e O Globo e as manifestações de apoio às denúncias. O distanciamento da música como opção profissional. Comentários sobre a experiência da criação do Movimento Nacional de Trabalhadores em Saúde Mental, a nível nacional em 1978, no Congresso Brasileiro de Psiquiatria e sobre o Encontro Nacional do Trabalhador de Saúde Mental, no Instituto Sedes Sapeintiae, São Paulo, em 1979, cujo tema foi: “Por uma sociedade sem manicômios”.

Fita 4 – Lado B
Escolha do tema para a dissertação de mestrado intitulada “Psiquiatria social e colônia de alienados no Brasil” defendida em 1982, no IMS/UERJ. Comentários sobre o artigo escrito em parceria com Jurandir Freire Costa a respeito de psicoterapia em classes populares, publicado em 1984, no Cadernos de Psiquiatria Social, da CJM. A realização da pesquisa “A determinação social dos acidentes do trabalho”, no Instituto de Medicina Social em 1978 e a verba conseguida na Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP). Sobre o projeto da co-gestão nas instituições Pinel, CCP II e CJM; o tratamento psiquiátrico na CJM e CPP II: a “clientela” de cada instituição e a situação dos presos políticos. O CPP II como principal serviço da DINSAM e seu papel estratégico, porém completamente abandonado; a situação da CJM. O convite através de Paulo Mariz para retornar ao CPP II em 1982, com autonomia para compor equipe que se constituiu de Benilton Bezerra, Renato Veras e Jurandir Freire Costa. A saída do serviço ocupacional da UERJ. O trabalho sobre as colônias de alienados com Magda Vaz e José Carlos Souza Lima. O retorno ao CPP II, o curso integrado de saúde mental, o acesso ao acervo bibliográfico do CPP II que inspirou a questão da história da psiquiatria no Brasil e a biblioteca daquela instituição.

Fita 5 – Lado A
Sobre a contratação de Jurandir Freire Costa para o CPP II, a dissertação de mestrado de Benilton Bezerra e a sua. Comentários sobre a criação do Museu da História da Psiquiatria em 1982 e 1983, no CPP II, as mudanças ocorridas no período e o concurso para a contratação de 460 novos funcionários, entre especialistas e técnicos. A experiência da co-gestão no Instituto Philipe Pinel, inspirada em outros projetos, tais como o Projeto Niterói e o Projeto Montes Claros. Sobre as fraudes na Previdência Social, antecedentes que poderiam explicar a crise na pasta. A implantação de Planos como o Nacional de Reorientação da Assistência Médica, feito pelo CONASP e o Plano de Ações Integradas em Saúde. As mudanças feitas no CPP II e algumas de suas conseqüências, como o livro “Psicanálise e Contexto Cultural”, de Jurandir Freire Costa e a criação do Primeiro Programa de Regionalização.

Fita 5 – Lado B
O início do movimento da Reforma Psiquiátrica em 1978 e a resistência encontrada no CPP II à Reforma, como eram feitas as internações neste estabelecimento e na CJM. Comentários sobre o significado de ‘cronificar o leito’, as divisões das enfermarias do CPP II em ‘agudos’, ‘subagudos’ e ‘crônicos’ e o significado dos sintomas positivos e negativos. Como eram feitas as internações no Hospital Odilon Galote e no Hospital Pinel. O CPP II como hospital de maior peso assistencial no Estado, os encaminhamentos para o setor privado, os diferentes posicionamentos dos médicos em relação ao tratamento dos pacientes, a discussão sobre a psiquiatria clássica, o funcionamento dos hospitais na década de 1970. A descrença e a resistência no CPP II ao movimento de reforma psiquiátrica. O funcionamento do Pinel e seu corpo de funcionários. A escolha de pacientes, com quadros clínicos específicos para serem usados como exemplos nas salas de aulas. Alguns exemplos de quadros clínicos, das aulas na graduação e o que é ‘humor delirante’. A mudança da estrutura do hospital Pinel que deixou de ser um hospital universitário para se adaptar ao Sistema Único de Saúde (SUS). O Sr. Ângelo, um dos pacientes “usados” nas provas práticas da graduação.

Fita 6 – Lado A
Circunstâncias da criação do CEBES a partir de reuniões, no segundo semestre de 1976, discussão sobre sua origem no Partido Comunista Brasileiro e breve comentário sobre David Capistrano. O começo do movimento sindical e a necessidade de sua atuação sindical pela decadência do trabalho médico, com comentários sobre as distinções entre os dois movimentos. Sobre o REME (Movimento de Renovação Médica) e o ECEM (Encontro Científico de Estudantes de Medicina) de realização bianual. As mudanças no mercado com novas turmas de graduados de faculdades de medicina privadas e o aumento da oferta de emprego com novas clínicas particulares. O CEBES, sua divisão em núcleos municipais, estaduais ou regionais. Comentários sobre a APERJ (Associação de Psiquiatria do Estado Rio de Janeiro), AMERJ (Associação Médica do Rio de Janeiro) e seu posicionamento diante da reforma psiquiátrica. As reuniões no Núcleo de Saúde Mental, a convivência com Gentile e outros nomes da medicina brasileira. A importância em manter o movimento de saúde mental como luta ideológica, alinhada ao pensamento de Franco Basaglia. A criação do Instituto Franco Basaglia, no Rio de Janeiro, idealizado pelo jornalista Cláudio Cordovil, como um instituto de defesa de direitos do doente mental. Considerações sobre a influência deste Instituto no movimento de saúde mental do Rio de Janeiro; funcionamento, organização, atuação e localização no Instituto Philipe Pinel.

Fita 6 – Lado B
O surgimento do lema “Por uma sociedade sem manicômios” em reunião paralela à Conferência Nacional de Saúde Mental, no Rio de Janeiro, em 1987, no bojo do Encontro dos Trabalhadores de Saúde Mental. A mudança de denominação de "Movimento de Trabalhadores em Saúde Mental" para "Movimento social por uma sociedade sem manicômios". Considerações sobre a atuação do Movimento em São Paulo e suas diferenças com o Rio de Janeiro. As expectativas das pessoas em relação à continuidade do movimento de Franco Basaglia, mesmo após sua morte em 1978. Breve comentário sobre as mudanças feitas por Franco Rotelli, como Coordenador de Saúde Mental em Laso, Itália e sobre sua vinda ao Brasil, em 1986. As circunstâncias da criação do Plenário de Trabalhadores de Saúde Mental, rompendo com o movimento anterior e se diferenciando pelo nome. A participação popular no Movimento de Saúde Mental e os projetos de Niterói, de Lages, de Montes Claros e alguns trabalhos ligados aos movimentos eclesiais de base (MEBs). Suposições sobre a forma de participação e busca de reintegração do “louco” à sociedade e do convívio do “manicômio” com a comunidade; observações sobre a reforma psiquiátrica deixando de ser apenas um conjunto de transformações técnicas para englobar um espaço de construção social de maior solidariedade. As possibilidades de ajuda através da musicoterapia e a interação entre o paciente e o terapeuta.

Fita 7 – Lado A
O início da abertura política no Brasil, em 1978, e considerações e avaliação pessoal sobre o I Congresso do Instituto Brasileiro de Psicanálise de Grupos e Instituições. As Sociedades Brasileiras de Psicanálise, sobre seu formato institucional mais tradicional e quais os critérios de filiação. A "Esquerda Freudiana", criadores do Movimento de Trabalhadores de Saúde Mental, na Argentina, e responsáveis pela publicação do livro "Questionamos" que denuncia a participação de psicanalistas em torturas. A trajetória da líder do movimento Mary Lander, perseguida nos EUA, e também na Argentina, em 1974. O critério usado para ser psicanalista e a possibilidade que os participantes do "movimento" perceberam de romper com esta prática psiquiátrica tradicional e institucional. O impacto do discurso de Franco Basaglia no Hotel Copacabana Palace. Sobre a atuação do movimento, a revista "Saúde em debate". A criação do IBRAPS (Instituto Brasileiro de Psicanálise de Grupos e Instituições), críticas a seu funcionamento e a posição de Thomas Tsaz no debate.

Fita 7 – Lado B
Comentários sobre o contexto histórico do 4º Congresso Brasileiro de Psiquiatria, as discussões sobre o modelo de psiquiatria. A importância e a atuação da revista RADIS. Comentários sobre vários momentos em 1978. Considerações sobre a organização e os objetivos do I Encontro Nacional do Movimento dos Trabalhadores em Saúde Mental. As colônias de alienados, tema do livro "Legitimação da loucura no Brasil". A atuação de Luiz Cerqueira, Coordenador de Saúde Mental de São Paulo, no Movimento. O livro "A Indústria da Saúde no Brasil” como um exemplo de crítica à privatização da saúde, mais especificamente na área de saúde mental. As denúncias de Gentile de Mello no Jornal Folha de São Paulo e no Jornal do Brasil, e a importância de uma linguagem de fácil compreensão por todos. O primeiro livro de Basaglia publicado no Brasil, “Psiquiatria alternativa, o otimismo da prática contra o pessimismo da razão”, a partir das conferências proferidas por ele; o segundo livro, “Instituição negada”, publicado em 1985.

Fita 8 – Lado A
Sobre o Congresso da Sociedade de Psiquiatria e a Associação Brasileira de Psiquiatria, Neurologia e Higiene Mental e o uso de financiamento privado para realização de atividades desta natureza. Datas, nomes e finalidades de alguns congressos entre 1979 e 1997. Objetivos do II Encontro Nacional dos Trabalhadores em Saúde Mental, em agosto de 1980, em Salvador. A luta pelas eleições diretas para presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria. Comentários sobre a co-gestão, um convênio entre o Ministério da Saúde e Ministério da Previdência e Assistência Social. A participação do depoente durante a co-gestão, no CPP II.

Fita 8 – Lado B
O que aconteceu com a casa que era residência oficial de Juliano Moreira durante a ditadura. Comentários sobre nova realização da Campanha Nacional de Saúde Mental, motivos e conseqüências. Seu retorno ao CPP II, em 1984. O cargo de Assessor de Saúde Mental, da Superintendência Regional do Rio de Janeiro, do Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social, em 1985. Os conflitos internos na CJM e no CPP II e alguns resultados alcançados a partir da co-gestão. Nomes que participaram da equipe da co-gestão, tais como Rosana Kushnir, Francisco Braga e Francisco de Paula. O concurso para técnicos realizado no CPP II, em 1984.

Fita 9 – Lado A
A difícil aceitação das mudanças propostas de fim dos manicômios por aqueles que não participavam do movimento e a importância destas transformações. Como era vista a instituição manicomial e seus pressupostos básicos. O trabalho de reconstrução do conceito de loucura e tratamento pelos novos teóricos da Psiquiatria e forma de realização destas transformações de maneira progressiva. Comentários sobre o atendimento ambulatorial. O projeto de transformações propostas para o CPP II no prazo de 10 anos e as resistências encontradas. Breve comentário sobre a Casa de Engenho e o Espaço Aberto ao Tempo (EAT). O significado das nomeações de Hésio Cordeiro para o INAMPS e Luis Antônio Santini para a UFF. Considerações sobre sua própria nomeação no cargo de Assessor de Saúde Mental, da Superintendência Regional do Rio de Janeiro, do Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social, em 1985. Como era desenvolvido o trabalho de Diretor do Centro de Estudos do CPP II durante o mesmo período e as conseqüências do trabalho. A experiência da co-gestão e a reforma no serviço de atendimento; mudanças e a descentralização com divisão por áreas para atendimento de acordo com a localização do hospital. Cursos oferecidos no CPP II e o convênio com outras instituições como a UERJ. As dificuldades encontradas para o movimento de saúde mental, tais como as nomeações de Cláudio Macieira para o cargo de Diretor Nacional de Saúde Mental e Paulo Pavão para diretor do CPP II, respectivamente, com a proposta de acabar com o curso multidisciplinar. A nomeação de Maria Tereza Palácios para o Hospital Pinel. Sua demissão do INAMPS e exoneração do cargo de Diretor do Centro de Estudos do CPP II, num período de muitas transferências, exonerações e mudanças que desarticularam o Movimento. A criação do grupo de pagode “Tem jabuti no pagode” como uma forma de resistência e militância contra as mudanças.

Fita 9 – Lado B
O apoio popular para a nomeação de Hésio Cordeiro como Presidente do INAMPS, o contexto político e atos de seu mandato. Sua nomeação para Coordenador do Grupo de Trabalho para o planejamento e a implantação do Centro Brasileiro de Documentação da Memória da Psiquiatria, com apoio de Maurício Viana, Frank Hobstein, Maria Tereza Palácios, Paulo Pavão e Cláudio Macieira. Breve comentário sobre a invasão militar na CJM e as reuniões na casa de Valnei de Moura. A situação no CPP II após a invasão militar com repressão, provocações e ameaças. A fuga de Luiz Roberto Tenório, caçado pela polícia e acobertado pelo depoente. Seu apoio à nomeação do Diretor Nacional de Saúde Mental, Marcos Ferraz, com o compromisso de efetivar a proposta da Estadualização; definição e função desta. A quebra deste acordo e demissão dos três diretores responsáveis por efetivar a estadualização. Os problemas encontrados quando era Coordenador Estadual de Saúde Mental, da Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro. A criação de uma segunda Coordenadoria Estadual de Saúde Mental, da Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro, pelo, então, Diretor Nacional de Saúde Mental, Marcos Ferraz.

Fita 10 – Lado A
As dificuldades encontradas durante sua gestão na Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro, em 1986. O I Encontro de Coordenadores de Saúde Mental da Região Sudeste, realizado em Vitória/ES, em 1985, dificuldades e resultados, como a elaboração de um documento final denominado “Carta de Vitória”. A influência deste Encontro na I Conferência Estadual de Saúde, Rio de Janeiro, em 1987. Breve comentário sobre a desarticulação do movimento de reforma da psiquiatria. A proposta de municipalização e a situação da CJM, do Instituto Phillipe Pinel e do CPP II, atualmente. O contato com Antônio Slavich feito no XVIII Congresso de Neurologia, Psiquiatria e Higiene Mental, em Fortaleza, em 1987. Sobre sua ida para a Itália, com bolsa de doutorado sanduíche, onde conheceu Franco Rotelli, Ernesto Venturini e Franca Basaglia. A realização em 1989 do I Encontro Ítalo-Brasileiro de Saúde, em Salvador, com a presença de Franco Rotelli. Os objetivos e a realização do I Encontro do Fórum Internacional de Saúde Mental e de Ciências Sociais (INFORUM), em 1988.

Fita 10 – Lado B
O enfraquecimento do INFORUM. A importância do II Fórum Internazionale de Salute Mentale e Sciencie Sociali, em Genova, Itália, em 1992, um encontro de renovação do movimento da reforma da psiquiatria para os italianos.

Fita 11 – Lado A
Considerações sobre sua permanência no posto de Coordenador Estadual de Saúde Mental e as dificuldades encontradas para a realização da proposta de estadualização dos hospitais. A entrada no NUPES (Núcleo de Pesquisa em Saúde Mental), com o intuito de organizar uma área de pesquisa sobre a reforma psiquiátrica no Brasil. Sobre os problemas existentes no Curso de Especialização em Psiquiatria Social: realização, seminários, aulas expositivas, duração e clientela. As primeiras atividades na linha de pesquisa, memória da psiquiatria, criada pelo depoente dentro do NUPES e a coleta de material para criação de um centro de documentação. Comentários sobre outras pesquisas, tais como “Análises determinantes e estratégias da reforma psiquiátrica no Brasil”. A permanência na Itália e o doutorado, contatos e convênios assinados no período. A criação do Laboratório de Pesquisas em Saúde Mental (LAPS). As mudanças implantadas no Curso de Especialização em Psiquiatria Social após assumir a Coordenação e os professores visitantes para compor o quadro docente, tais como José Delaqua, Antonio Slavit, Ernesto Venturini etc. O convênio com o Instituto Philippe Pinel e o CPP II. A criação, na Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, do Curso de Acompanhamento Domiciliar.

Fita 11 – Lado B
As novas propostas de mudança no curso de mestrado em Saúde Pública, na ENSP. Sua saída da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, em 1996. A suspensão da subárea Saúde Mental, do mestrado em Saúde Pública da ENSP. Razões da mudança do Curso de Especialização tornar-se bianual. Sobre a falta de cursos de mestrados em Saúde Mental no país. As atividades do LAPS em 1997 e comentários sobre as disciplinas que ministra no mestrado em Saúde Mental, da ENPS.

Fita 12 – Lado A
A importância da formação teórica para a compreensão do papel da psiquiatria. Considerações sobre as mudanças no convênio do Curso Integrado em Saúde Mental, do CPP II, em 1990. A transformação na concepção do que é a psiquiatria e quais suas bases. A responsabilidade de formar professores sob os pressupostos da reforma psiquiátrica. Como é a atual situação do movimento de reforma psiquiátrica especialmente em Santos e no país, em geral. A distribuição de verba do governo de acordo com a classificação dos hospitais. Comentários sobre a vinculação do movimento às políticas públicas. Desabafo quanto à angústia vivida pelo quadro de retrocesso em relação às conquistas alcançadas durante o Movimento, tais como as eleições para diretor dos hospitais e a contratação através de concurso público.

Fita 12 – Lado B
Sobre a Comissão Nacional de Reforma Psiquiátrica e a eleição de seus representantes. A substituição desta Comissão e do cargo de Coordenador de Saúde Mental por uma Comissão composta pelos diretores das instituições psiquiátricas. A importância do Rio de Janeiro no Movimento de Reforma Psiquiátrica, os problemas políticos e os interesses privados; sobre os trabalhos realizados nas instituições públicas. Comentários sobre o que são e como funcionam os Centro de Atenção Psico-Social (CAPS).

Demisthóclides Baptista

Entrevista realizada por Marcos Chor Maio e Nara Brito, no Rio de Janeiro (RJ), nos dias 08, 14 e 22 de maio de 1986.

Resenha biográfica:
Demistóclides Baptista nasceu em Cachoeiro do Itapemirim, Espírito Santo, a 18 de outubro de 1925. Batistinha, como é mais conhecido, é filho de um ferroviário da Estrada de Ferro Leopoldina e teve 11 irmãos, dos quais sete morreram de tuberculose na infância.
Aos 16 anos, ingressou na Estrada de Ferro Leopoldina, onde trabalhou até ser demitido por motivos políticos, em 1964. Foi eleito presidente do Sindicato dos Ferroviários da Leopoldina, em 1954, quando então comandou uma greve que resultou na intervenção do sindicato pelo Ministério do Trabalho. Participou também da articulação do Pacto da Unidade e Ação (PUA), movimento que congregou portuários, ferroviários e marítimos, e posteriormente o Comando Geral dos Trabalhadores (CGT).
Com a promulgação da Lei Orgânica da Previdência Social (LOPS), em 1960, e a instituição da direção colegiada nos Institutos de Aposentadoria e Pensões (IAPs), atuou como representante dos trabalhadores na Junta de Julgamento e Revisão (JJR) do Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Ferroviários e Empregados do Serviço Público (IAPFESP).
Em Cachoeiro do Itapemirim, além de atuar no movimento sindical, foi também professor secundário, diretor da Casa do Estudante e jornalista do Correio do Sul, o Arauto e Sete Dias.
Eleito deputado federal com 38 mil votos, por uma coligação integrada pelo Movimento Trabalhista Renovador (MTR), Partido Socialista Brasileiro (PSB) e pelo Partido Social Trabalhista (PST), cumpriu apenas 14 meses de mandato. Casado em abril de 1964, foi incluído no Inquérito Policial Militar (IPM) da Leopoldina, entre outros processos.
Formado em direito pela Universidade Federal de Vitória, em 1958, passou a exercer advocacia no Rio de Janeiro, durante o regime militar. Atuou ainda na reorganização do movimento sindical dos ferroviários e, nas eleições de 1986, foi candidato ao Senado Federal pelo Partido dos Trabalhadores (PT).

Sumário
1ª Sessão: 08 de maio
Fita 1
Origem familiar; o ingresso na Companhia da Estrada de Ferro Leopoldina; o curso de direito em Vitória; visão política do pai; influência política do irmão mais velho; as primeiras impressões políticas; características do pai; origem dos pais; a morte de sete irmãos por tuberculose; a importância atribuída ao estudo; posicionamento político-ideológico; explicação sobre o acesso à universidade; a participação dos filhos de operários na economia doméstica; referência ao casamento com uma tecelã; influência do irmão mais velho; a doação do anel de graduação pelos ferroviários da Leopoldina; a condição de negro e a discriminação racial; a interferência da mãe em seu ingresso na Estrada de Ferro Leopoldina; articulação da chapa vencedora nas eleições para o Sindicato dos Ferroviários da Leopoldina, em 1954; o movimento operário em Cachoeiro do Itapemirim; a indicação para candidato a presidente do Sindicato dos Ferroviários da Leopoldina; atuação como presidente do sindicato; as conquistas dos ferroviários durante a sua gestão no sindicato; a greve dos ferroviários da Leopoldina, em 1954; a transferência para São Geraldo; a orientação do Partido Comunista (PC) na greve de 1954; a formação política de Café Filho; a composição de Café Filho com os setores anti-getulistas; a relação do movimento sindical com Getúlio Vargas; impressões sobre o líder sindical Roberto Morena.

2ª Sessão: 14 de maio
Fita 2
A tradição familiar de trabalho entre os ferroviários; Associação Mútua e Auxiliadora dos Empregados da Estrada de Ferro Leopoldina; atuação solidária dos ferroviários na complementação dos benefícios da Caixa de Aposentadoria e Pensões dos Ferroviários e Empregados do Serviço Público (CAPFESP); a incidência de tuberculose entre os ferroviários; as doenças profissionais entre os ferroviários; os problemas visuais entre os maquinistas; atuação da CAPFESP no afastamento dos trabalhadores com base na constatação de deficiência visual; a importância da política habitacional na CAPFESP; resistência dos ferroviários diante da transformação da CAPFESP em IAPFESP; atuação como representante dos ferroviários na Junta de Julgamento e Rescisão (JJR) do IAPFESP; a relação dos funcionários da Previdência com os trabalhadores; os acidentes de trabalho e a atuação de companhias privadas de seguro; as questões encaminhadas à JJR; atuação de líderes ferroviários na luta pela aprovação da LOPS; a criação do grupo PUA; a greve pela paridade entre servidores públicos civis e militares; o PUA como embrião do CGT; o pacto de unidade intersindical; o crescimento de novas lideranças em oposição aos 'pelegos'; atuação sindical de Clodsmisth Riani; a relação com o PC; atuação em Cachoeiro do Itapemirim entre 1954 e 1957; a colaboração nos jornais cachoeirienses Correio do Sul e Sabatina; o movimento sindical e o governo Juscelino Kubitschek.

Fita 3
O movimento sindical e o governo Kubitschek; o movimento sindical e o governo João Goulart; o desvio de recursos da Previdência para a construção de Brasília; avaliação do desenvolvimento da Previdência social após a década de 1950; a defesa da estatização dos serviços de saúde; atuação do Sindicato dos Ferroviários da Leopoldina na fiscalização do atendimento médico previdenciário; a unificação e o controle da Previdência pelos trabalhadores; as reivindicações dos trabalhadores no início da década de 1960, a perda de conquistas trabalhistas após 1964; a reforma agrária; a candidatura a deputado federal; a eleição de líderes sindicais para o Parlamento, em 1960; atuação parlamentar; o governo Jânio Quadros, a greve nacional dos ferroviários pela posse de Jango; a tradição de mobilização dos ferroviários; resistência ao golpe de 1964; a solidariedade dos ferroviários de Cachoeiro do Itapemirim; a cassação do seu mandato e direitos políticos; o exílio no Uruguai; os problemas com a Embaixada do Brasil no Uruguai; o período de clandestinidade; a prisão em 1966.

3ª Sessão: 22 de maio
Fita 4
O exílio no Uruguai; os contatos com lideranças políticas dos exilados no Uruguai; as propostas de resistência ao regime militar; avaliação das perspectivas da luta democrática no Brasil; a solidariedade do movimento sindical durante o período de clandestinidade; as torturas sofridas na prisão; o retorno à clandestinidade após o Ato Institucional nº 5 (AI-5); o período de prisão na Polícia do Exército (Barão de Mesquita); o apoio familiar e a consciência política de sua mulher; o depoimento na Auditoria Militar; atuação do promotor da Auditoria Militar, Manes Leitão; o contato com o advogado Modesto da Silveira, em 1968; atuação como advogado de presos políticos; o escritório de advocacia como ponto de referência para ferroviários, marítimos e portuários; as lideranças sindicais dos portuários e marítimos nas décadas de 1950 e 1960; a posição da vanguarda do movimento sindical sobre a Previdência Social; avaliação da cooperativa de consumo dos ferroviários; a relação entre movimento sindical e Previdência Social; a direção colegiada dos IAPs; o julgamento e prisão no processo da Leopoldina; as perseguições sofridas após a absolvição no processo da Leopoldina; atuação no movimento sindical durante o regime militar; comentário sobre a atenção dedicada à família após 1964.

Fita 5
Comentário sobre a atenção dedicada à família após 1964; referência aos filhos; atuação recente no movimento dos ferroviários; posicionamento ideológico e concepção sobre comunismo; atuação nas eleições para o Sindicato dos Ferroviários da Central do Brasil; atuação na reorganização do movimento sindical no ABC; referência ao Partido dos Trabalhadores (PT); defesa da formação de uma frente sindical progressista.

José Jurberg

Entrevista realizada por Anna Beatriz de Sá Almeida e Magali Romero Sá, na Fiocruz (RJ), em 25 e 31 de maio de 1999.
Sumário
Fita 1 - Lado A
Origem familiar e referência ao irmão Pedro Jurberg, pesquisador do IOC; a trajetória escolar; breve comentário sobre religião e costumes judaicos; o primeiro vestibular para medicina e a influência do pai: o curso ginasial no Instituto Lafayette; a vocação profissional; referência à formação na Faculdade de Farmácia e Odontologia do Estado do Rio de Janeiro, em Niterói; a inscrição no Curso de Entomologia do IOC; o gosto pela fotografia e pelo desenho; menção ao estágio realizado sob a orientação de Herman Lent; o convite para trabalhar com Hugo de Souza Lopes; referência à primeira publicação; o primeiro contato com os triatomíneos e a descoberta de uma nova espécie; menção ao financiamento CAPES para sua manutenção no IOC; referência à contratação como professor da cadeira de higiene e legislação farmacêutica na Faculdade de Farmácia e Odontologia, do Estado do Rio de Janeiro; considerações a respeito da impossibilidade de acumulação de cargos públicos e a opção por permanecer no IOC; a contratação no IOC, em 1963, através de Regime Jurídico Único (RJU); o processo de seleção de pesquisadores no IOC, no passado e no presente; o perfil do professor José Messias do Carmo e o trabalho na Faculdade de Farmácia e Odontologia do Rio de Janeiro; alusão ao período em que foi assistente-estagiário de Hugo de Souza Lopes, na Escola Nacional de Veterinária, da atual UFRRJ; a remuneração no IOC e a necessidade de trabalhar com o pai para se manter; a bolsa do Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq) na categoria de pesquisador assistente, em 1965; referência ao Curso de Especialização em Saúde Pública para Farmacêuticos da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP/Fiocruz); o período como assistente de Herman Lent na cadeira de parasitologia aplicada, no curso da ENSP; breve referência à cassação de 1970; a gestão de Francisco Paulo da Rocha Lagoa como Ministro da Saúde; o ingresso no mestrado do Museu Nacional, em 1970, sob a orientação de José Cândido de Melo Carvalho.

Fita 1 - Lado B
A diversidade de suas publicações e a habilidade para o desenho; comentários sobre o período dos trabalhos de campo e a interrupção em 1970; o perfil profissional de Herman Lent; os pesquisadores do IOC no momento de seu ingresso; comparação entre pesquisadores do passado e presente; o perfil de Costa Lima e Fábio Leoni Werneck; a ética profissional da nova geração de pesquisadores da Fiocruz; o curso de Histologia de Invertebrados do IOC, ministrado pelo professor Rudolf Barth, em 1964; o mestrado no Museu Nacional; a influência da tecnologia na entomologia; reflexões sobre o grau de dificuldade de aperfeiçoamento dos antigos pesquisadores; a gestão de Vinícius da Fonseca na Fiocruz; sobre a coordenação do Projeto dos Programas Prioritários de Pesquisa da Fiocruz e o Programa de Doença de Chagas, em 1976; a transferência da Coleção Entomológica para o prédio do Castelo, na gestão de Vinícius Fonseca; o crescimento do Departamento de Entomologia após o ingresso de novos pesquisadores; o reingresso na gestão de Sergio Arouca dos cientistas cassados Hugo de Souza Lopes e Sebastião José de Oliveira; a participação como membro do Grupo Executivo do Curso de Mestrado em Parasitologia Médica da Fiocruz, em 1979; a mudança da Coleção Entomológica para o Hospital Evandro Chagas (HEC); o retorno da Coleção Entomológica para o prédio do Castelo na gestão de Vinícius da Fonseca e suas consequências; os problemas institucionais vividos por Sebastião José de Oliveira; a importância da Coleção Entomológica; a atuação no Departamento de Entomologia do IOC; alusão à Vice-Presidência de Pesquisa, sob a direção de José Rodrigues Coura; a gestão de Leonidas Deane como chefe do Departamento de Entomologia; o convite de Leonidas Deane para atuar como chefe substituto do Departamento de Entomologia; considerações sobre Leonidas e Maria Deane; o pedido de demissão do cargo de chefe substituto do Departamento de Entomologia; considerações sobre Wladimir Lobato Paraense e a Coleção Entomológica do IOC.

Fita 2 - Lado A
O perfil de Leonidas e Maria Deane; o período como assessor especial da Presidência da Fiocruz, em 1990; o convite do Ministério da Saúde, em 1988, para a implantação do Laboratório Nacional e Internacional de Referência em Taxonomia de Triatomíneos do Departamento de Entomologia do IOC, com o auxílio do BIRD, em convênio com a Fundação Nacional de Saúde (FUNASA); considerações sobre a administração dos recursos cedidos pelo convênio; comentários sobre os pesquisadores selecionados no primeiro convênio; a importância da Coleção de Triatomíneos para o Departamento de Entomologia: a aquisição da coleção do argentino Rodolfo Carcavalho; menção ao quantitativo atual de exemplares da coleção; a presença de Rodolfo Carcavalho no laboratório de Entomologia; referência à publicação do Atlas dos Vetores da Doença de Chagas nas Américas, reflexões sobre a definição de coleção institucional; breve relato sobre a Coleção de Arthur Neiva; as coleções emprestadas a pesquisadores cassados em 1970; considerações sobre as coleções que se encontram no Museu Nacional desde o período da cassação.

Fita 3 - Lado A
A Biblioteca da Fiocruz e sua importância para as atividades dos pesquisadores; a participação como secretário do Conselho Técnico Científico da Fiocruz; a gestão de Hermann Schatzmayr na Fiocruz e a reforma da biblioteca; a participação como coordenador da comissão designada para realizar o projeto da biblioteca; a importância da biblioteca para os pesquisadores; comentários sobre a European Community Latin America Triatominae Research Network (ECLAT); considerações sobre a viabilidade da profilaxia de alguns insetos; menção às atas das reuniões quando secretariava o Conselho Técnico Científico da Fiocruz; análise sobre a unificação, nos anos 1970, da Coleção Entomológica e das Coleções Laboratoriais; breve referência a Orlando Vicente Ferreira e sua participação na unificação das coleções; a experiência em trabalhar com os pesquisadores Costa Lima e Hugo de Souza Lopes; referência acerca da designação de curadoria para as coleções; considerações sobre a curadoria de parte da coleção; considerações sobre a gestão de Francisco de Paula da Rocha Lagoa; comentários acerca da transferência da Coleção Entomológica para o HEC e suas consequências; alusão à importância de Orlando Vicente Ferreira para a coleção; considerações sobre a gestão de José Guilherme Lacorte; reflexões sobre o período que a Coleção Entomológica ficou no HEC; nova menção à gestão de Vinícius da Fonseca; breve relato sobre a aposentadoria compulsória de Orlando Vicente Ferreira e sua recontratação; reflexões acerca da atual conservação da coleção; novas considerações à gestão de Vinícius da Fonseca; a normatização da Coleção Entomológica; menção ao professor Costa Lima; a aquisição da Coleção Zikán; comentários sobre o desaparecimento do livro de registro; reflexões acerca das avarias sofridas pela coleção; a postura de alguns dirigentes quanto à Coleção Entomológica; a atuação de Wladimir Lobato Paraense como vice-presidente de Pesquisa da Fiocruz.

Fita 3 - Lado B
O perfil de Wladimir Lobato Paraense e sua postura frente à manutenção da Coleção Entomológica; referência ao papel de José Cândido de Melo Carvalho na manutenção da Coleção Entomológica no IOC; a postura de Francisco de Paula da Rocha Lagoa, Wladimir Lobato Paraense, Leonidas Deane e Paulo Gadelha quanto à Coleção Entomológica; a importância da Coleção Entomológica; o perfil de Sebastião José de Oliveira; as gestões de José Rodrigues Coura e Elói Garcia, na Vice-Presidência de Pesquisa; considerações sobre as técnicas de conservação da Coleção Helmintológica; comparação entre o quantitativo da Coleção Helmintológica e Entomológica; opinião acerca da entomologia vinculada à área médica; a implantação de laboratórios como centros de referência; considerações acerca do Laboratório Nacional e Internacional de Referência em Taxonomia de Triatomíneos do Departamento de Entomologia do IOC; a estratégia administrativa para os centros de referência criados na Fiocruz; menção à criação da Câmara Técnica de Implantação dos Centros de Referência e de Institucionalização das Coleções do IOC, em 1997; considerações sobre o processo de formação do centro de referência do Departamento de Entomologia; a importância da coleção de triatomíneos; breve relato sobre o fim do convênio com o BIRD; considerações sobre a manutenção do centro de referência apenas com verbas da FUNASA; considerações sobre a formação de coleções particulares e institucionais e sobre o registro de algumas coleções; breve referência à contratação de Dario Mendes pelo IOC para o registro das coleções; o perfil do pesquisador Leonidas Deane; menção ao estágio no The Natural History Museum para desenvolver projeto sobre morfologia e taxonomia de triatomíneos, em 1992; considerações sobre o Laboratório de Taxonomia e Bioquímica; referência ao número de artigos publicados; a abertura de um processo para publicar nas Memórias do Instituto Oswaldo Cruz em português; comentários sobre o periódico Entomologia y Vetores, criada por Rodolfo U. Carcavallo; a participação como 'referee' e editor no periódico Entomologia y Vetores; considerações sobre o perfil do pesquisador Herman Lent.

Fita 4 - Lado A
O perfil de Herman Lent; referência ao estágio na Divisão de Zoologia do Museu Nacional, com José Lacerda de Araújo Feio; reflexões sobre sua experiência profissional e pessoal.

A história da poliomielite e de sua erradicação no Brasil

O projeto de pesquisa contou com uma equipe que foi dividida em três grupos que analisaram os aspectos iconográficos (cartazes das campanhas de vacinação e fotografias), documentos textuais (fontes primárias e secundárias) e orais (constituição de um acervo de história oral). Em relação aos depoimentos, foram ouvidas 31 personagens com formação variada e que atuaram em aspectos como gestão de políticas de saúde, pesquisa básica em vacinas, campanhas de vacinação, dentre outros que contemplam a história da doença poliomielite e do seu processo de erradicação no Brasil.

Anfilófio de Araújo

Entrevista realizada por Nisia Trindade, nos dias 13 e 26 de janeiro de 1987.

Sumário
Fita 1 – Lado A
Apresentação do depoente Anfilófio de Araújo, nascido em 23 de março de 1914, no Rio de Janeiro; primeiro contato com a questão das favelas em 1932, aos 18 anos, quando trabalhou na campanha de febre amarela nos Morros do Salgueiro, Querosene e Borel; a total falta de saneamento básico nas favelas e a precária estrutura no interior das residências, como falta de luz; proibição da chegada de ambulância, materiais para obras e construção ou serviços de entrega; a respeito da visão do favelado como um clandestino; a respeito da elevada quantidade de pessoas que habitavam a mesma casa; o trabalho na campanha da febre amarela desempenhado por seu pai e como foi colocado na mesma atividade por ele; o reconhecimento político de que gozava seu pai na época; sobre as medidas de destruição de casas e depósitos que fossem encontrados com focos do mosquito, medidarígidas adotadas pelo governo da época e que eram mal quistos pela população os trabalhadores da campanha da febre amarela; como contrariava tais medidas buscando fazer um trabalho educativo de mostrar qual era o problema e como evitá-lo; a saída da campanha da febre amarela e o início do trabalho contra outra epidemia em São Fidélis, São Gonçalo; após ser rebaixado na atividade desempenhada na campanha, passou a trabalhar na companhia de eletricidade Light, onde permaneceu por sete anos; o ingresso em 1944, na campanha contra a malária e o trabalho em Santos SP, onde ensinou o serviço de campo e teve problemas com o médico encarregado, sendo transferido para o Forte de Itaipu, no município de São Vicente.

Fita 1 – Lado B
Problemas causados pelo sargento que comandava o local onde residiu e os entraves com dr. Mário Pinotti; como respondeu a inquérito administrativo quando foi suspenso e afastado pelo inquérito estar em desacordo com o estatuto; o término da suspensão e a transferência para trabalhar no Rio de Janeiro, com carta de apresentação de José Linhares; comentários sobre o período em que sua esposa contraiu tuberculose e faleceu rapidamente, bem como cinco dos seus 11 filhos; o trabalho em Vigário Geral, cobrindo a área de Parada de Lucas, Penha e Vicente de Carvalho; como operava a fiscalização das casas e conta de uma confusão ligada à fiscalização que o colocou como guarda chefe, neste período era subordinado ao dr. Guilherme da Silva.

Fita 2 – Lado A
A promoção para chefe em 1948, por trabalhos prestados; entrada do dr. Francisco Porto, o novo médico responsável na repartição onde trabalhava; a respeito de perseguições e mudanças exigidas por dr. Francisco Porto e sua transferência para Jacarepaguá, devido a decisões políticas; sua transferência com a ajuda de Luthero Vargas, quando passou a atuar em São Bento, na cidade dos meninos em uma fábrica de inseticida; a perseguição política foi exercida pelo Dr. Mário Pinotti, pois o depoente expôs atos ilícitos em sua administração; a punição sofrida e a reversão de sua situação com a ajuda de Luthero Vargas que intercedeu por ele junto ao Presidente da República e com isso passou a gerenciar metade de um distrito; a aposentadoria aos 39 anos de serviço; sua opção política em ser getulista e o pai que apoiava Washington Luís que fazia parte da velha guarda; o pai chegou a ser capitão da guarda nacional; lembranças sobre sua infância, a condição financeira do pai e a ida a Portugal com sua família em visita a sua avó paterna.

Fita 2 – Lado B
Comentários sobre a separação de seus pais, a ida para a região da Saúde e a mudança para morar com o pai em Niterói; a frequência escolar até os 14 anos, o trabalho em armazém, botequim e mais tarde a colocação na área da saúde pública por intermédio de seu pai; o casamento aos 18 anos e os 11 filhos; conta com detalhes quando e como conheceu sua falecida esposa em Niterói e o apoio do sogro para custear seu casamento; sua entrada para o PTB por ser na época o partido dos trabalhadores; a prisão no período do Estado Novo, quando trabalhava na Light, por ter lutado pelas leis trabalhistas; a exploração sofrida pelos funcionários da companhia, seu acidente de trabalho e a forma ilícita como a Light agiu; a recusa para não pagar seus direitos trabalhistas e a perseguição sofrida por fazer campanha presidencial para José Américo de Almeida; ajuda que recebeu de colegas de trabalho da Light no período em que esteve doente.

Fita 3 – Lado A
O período em que foi trabalhar no programa da malária na Ilha do Governador; comenta sobre problemas que teve com o chefe da campanha de malária por conta de assuntos pessoais e sua transferência para Parada de Lucas; processo de prisão preventiva arquitetado pela Light, a prisão durante 40 dias e a liberdade conseguida graças a um juiz; devido a este processo, ficou devedor da justiça por dois anos, pelo tempo que ficou preso e longe do emprego, foi demitido; passou a trabalhar como guarda chefe na malária; a participação de José Américo de Almeida em sua entrada para o PTB. Sobre o período em que foi morar na favela de Parada de Lucas em 1953 e as reuniões com os moradores para melhorar as condições precárias de moradia; o encontro com o vereador Mourão Filho para interceder e ajudar na questão da iluminação da favela.

Fita 3 – Lado B
O pedido à Marinha para utilizar sua água para abastecimento aos moradores da favela de Parada de Lucas quando era guarda chefe da malária em Vigário Geral; promessa do candidato a deputado Rubens Cardoso em atender as reivindicações feitas pelos moradores da favela; a ampliação do sistema de água que só foi possível devido a doação de canos de abastecimento por Rubens Cardoso; a respeito da forma como os candidatos apareciam na favela em épocas de eleição procurando por apoio; as reivindicações dos moradores e o apoio de Amintas Maurício de Oliveira, morador e amigo próximo; criação da associação de moradores União Protetora dos Moradores de Lucas e Adjacências, cujo nome posteriormente foi alterado para União dos Moradores de Lucas e Adjacências; o período em que foi presidente da associação de moradores e o vice-presidente, Amintas Maurício de Oliveira; a sede da associação montada em um campo na favela e os leilões realizados para arrecadar fundos para sua construção.

Fita 4 – Lado A
Os conflitos com Jardelina Bastos, secretária de Dom Hélder que desejava ocupar uma parte do campo onde seria a sede da associação; a compra de barraco na favela de Parada de Lucas, área que serviria para construção da associação de moradores; o apoio a Sérgio Magalhães nas primeiras eleições após a capital federal ser transferida para Brasília; reunião convocada por Carlos Lacerda com líderes das favelas após vencer as eleições para governador do Estado da Guanabara em 1960, para entender as necessidades das favelas; comentários sobre os conjuntos habitacionais construídos em Cidade de Deus, Cidade Alta, Vila Kennedy e Vila Aliança para abrigar os moradores das favelas removidas da cidade; criação de comitê de favelas feito por Carlos Lacerda.

Fita 4 – Lado B
Contato com Flexa Ribeiro candidato à governador da Guanabara e as demandas da favela, o envio de material para obras e melhorias dentro da favela; a ida do depoente para São Paulo para participar de um comício com intuito de lançar Carlos Lacerda como candidato a Presidente da República;a eleição para governador da Guanabara, em 1965, e a vitória de Negrão de Lima, que concorria com Flexa Ribeiro, o que prejudicou a continuidade das obras de melhorias na favela; as acusações de comunismo por parte de grupos que também exerciam ações na favela de Parada de Lucas impediam a continuidade de melhorias; o processo de remoção de favelas de Brás de Pina promovido por Dom Hélder Câmara para construção de indústrias.

Fita 5 – Lado A
O momento em que foi detido no ano de 1951; a reunião agendada com Dom Hélder Câmara para tentar conseguir que as reivindicações da favela fossem atendidas; denúncias de que Dom Hélder Câmara era comunista; a herança que recebeu em 1957, de sua falecida esposa, e o bar que adquiriu localizado próximo a sua residência; comentários sobre uma compra de autofalantes para auxiliar a comunidade; crítica aos funcionários públicos quando estava em atividade.

Fita 5 – Lado B
As ações de serviço social realizadas na favela em 1959, pelo SESC, e coordenadas por Dom Helder Câmara; em contrapartida, as salas de aula e os consultórios eram oferecidos pela favela; posteriormente a obra social se tornou um depósito de doações para a comunidade; a interferência de Jardelina, secretária de Dom Helder, e o proveito indevido a partir de obras e bens para a comunidade, para o povo; a proteção de Dom Hélder a respeito das acusações imputadas a Jardelina; interferências da cruzada São Sebastião, organização que buscava construir conjuntos habitacionais e acabar com as favelas, o que ocasionava em intervenções da cruzada em ações sociais da comunidade; comenta que em função de defender ações ligadas ao bem estar e conforto do povo em geral, sempre foi acusado de comunista sem nunca ter sido membro do Partido Comunista; comentários sobre as interferências e problemas causados aos movimentos para melhorias na comunidade por conta das acusações falsas que sofreram; comentários a respeito da corrupção que acomete pessoas que deveriam prestar auxílio ao povo.

Fita 6 – Lado A
Ajuda do professor Lúcio Alves, diretor da União Nacional dos Servidores Públicos (UNSP), no período em que esteve preso; comenta que sempre foi perseguido por lutar pelos direitos da comunidade; sobre as bicas de água que inaugurou em outras comunidades, em Vigário Geral; a parada em suas atividades sociais após o início da ditadura militar, pois já imaginava que seria preso caso tentasse exercer algum ato que fosse considerado político; o cerco ao seu barraco e o convite para se apresentar na delegacia no mesmo momento em que seu amigo e parceiro Amintas Maurício de Oliveirafoi preso;a prisão pela polícia municipal de ambos que foram levados pelo DOPS para a polícia central comandada à época por Cecílio Boré; a permanência na prisão por três dias e a transferência para a Casa de Detenção na Rua Frei Caneca; a prisão por 29 dias até ser convocado para depor e questionado sobre suas atividades políticas; a casa da família foi invadida pelo DOPS e vários objetos roubados; no interrogatório sofrido noDOPShouve perguntas sobre livros que tinha em casa a respeito dos direitos dos trabalhadores, que eram considerados subversivos e sobre as acusações de comunismo.

Fita 6 – Lado B
Comenta sobre as conquistas dentro da favela de Parada de Lucas e a união da comunidade para trabalhar em prol da mesma, promovendo limpeza e melhorias; foi presidente da associação de moradores por oito anos e sócio fundador da Federação das Associações de Favelas do Estado da Guanabara (FAFEG) em 1963, que começou na favela do Catumbi; afirma que todos os moradores de favela no estado eram visto como marginais, que não era possível nem mesmo tirar o título de eleitor por conta do endereço; comenta sobre os direitos e os apoios adquiridos através da Federação das Associações de Favelas do Rio de Janeiro (FAFERJ); fala sobre a chegada do Movimento de Rearmamento Moral, movimento de ideologia de centro ligado ao protestantismo norte americano, para executar serviços comunitários na comunidade antes de 1964.

Memória e história da hanseníase no Brasil através de seus depoentes (1960-2000)

Reúne 46 entrevistas do projeto que teve como objetivo registrar as memórias e vivências de profissionais de saúde e de ex-pacientes de hanseníase. As entrevistas foram realizadas com personagens que trabalharam com a hanseníase de diversas formas como, por exemplo, na elaboração de políticas de controle à doença, na administração hospitalar, pesquisa básica, atendimento às populações atingidas e etc., ou dos que padeceram com o diagnóstico positivo para a lepra/hanseníase e sua experiência com o adoecimento e o isolamento imposto como prática médica até as décadas de 1960 e 1970. Com estas entrevistas é possível recuperar aspectos como: as estratégias de sobrevivência numa época de grande estigmatização da doença; as dificuldades com a pesquisa básica pelas particularidades morfológicas do bacilo de Hansen; os diferentes tipos de medicamentos utilizados para controle da doença; a formação acadêmica; o surgimento de associações como a SORRI e o MORHAN; os embates entre a cosmética e a dermatologia sanitária, dentre vários outros aspectos relevantes.

Miguel Chalub

Entrevista realizada por Anna Beatriz de Sá Almeida e Laurinda Rosa Maciel, no Rio de Janeiro (RJ), no dia 19 de fevereiro de 2001.
Sumário
Fita 1 – Lado A
Lembranças da cidade natal, São João Nepomuceno, em Minas Gerais; ida da família para o Rio de Janeiro em função da crise econômica na cidade na década de 1940. As origens familiares libanesa e italiana; o curso primário na Escola Rio Grande do Sul, no Engenho de Dentro e a continuação dos estudos no Colégio Metropolitano, no Méier, e no Colégio Pedro II, no Engenho Novo. Lembranças do curso secundário quando era presidente do grêmio estudantil e os principais professores que marcaram este período, tais como o de Latim, Florentino Marques Leite, e Manuel Jairo Bezerra, de Matemática. As leituras de História que suscitaram o interesse pela medicina. As circunstâncias que o levaram a ser professor primário aos 15 anos. O ingresso na graduação de medicina, na UERJ, em 1958; a simpatia pela área de ciências humanas que o levaria à Psiquiatria. Sobre a Faculdade de Ciências Médicas, na Universidade do Estado da Guanabara (UEG, hoje UERJ) e comentários sobre professores que marcaram esse momento, como Américo Piquet Carneiro e Raul Bittencourt. O estágio no Centro Psiquiátrico Pedro II (CPP II), que o levou a conhecer o Dr. Washington Loyello. Comentários sobre os hospitais em que trabalhou como plantonista, tais como Fernando Magalhães, em São Cristóvão e Antônio Pedro, em Niterói. Sobre a Especialização em Psiquiatria, da Escola de Saúde Pública, atual Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP), em 1964. A contratação definitiva no CPP II, em 1962. O curso de especialização em Neurologia no Instituto de Neurologia da UFRJ, em 1965, coordenado pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-Rio). A rotina administrativa do CPP II, as internações e o programa de reabilitação de pacientes, cuja responsabilidade era da Dra. Nise da Silveira.

Fita 1 – Lado B
Opinião sobre os motivos de criação de um hospital psiquiátrico como a Colônia Juliano Moreira. Uso de medicamentos no tratamento aos pacientes. Concursos para professor na UFRJ e na UERJ, na década de 1960. Razões para fazer os mestrados de Psiquiatria e de Psicologia, comentários sobre psicoses reativas, tema da dissertação em Psiquiatria na UFRJ, em 1973. Comentários sobre delírio, tema de sua dissertação em Psicologia defendida na UERJ, em 1974. A importância dos cursos de Filosofia e Ciências Sociais em sua formação. A tese de doutorado em Medicina, defendida na UFRJ, em 1979, com tema de psiquiatria legal. Comentários sobre a lei brasileira de isenção da pena ao doente mental. A história de Custódio Serrão, um paciente que foi internado no Hospício de Pedro II, no início do século XX, e pediu para ser julgado. As atuais atividades profissionais, o consultório particular, a docência e a supervisão em Residência Médica. A formação psicanalítica no Instituto de Psicanálise da Sociedade Psicanalítica do Rio de Janeiro, em 1980. As atividades acadêmica e de pesquisa. O pós-doutorado na Universidade John Hopkins, nos Estados Unidos, sobre dependência química. Comentários sobre o Movimento da Reforma Psiquiátrica e a assistência hétero-familiar de Gustavo Riedel.

Fita 2 – Lado A
Comentários sobre a fundação do Hospício de Pedro II, na Praia Vermelha, no século XIX e o tratamento aos doentes naquele momento; as mudanças ocorridas com o movimento de reforma da psiquiatria tais como o CAPS, os ambulatórios e o hospital-dia. Sobre a rotina da Residência Terapêutica, recentemente regulamentada. Observações sobre a diminuição do interesse dos alunos pelo curso de Psiquiatria e, por outro lado, a procura cada vez maior pelas áreas mais tecnológicas da Medicina; sua preocupação em ensinar a importância da relação médico-paciente e motivos para continuar as atividades de professor na graduação. Sobre os congressos financiados pela indústria farmacêutica; a participação na Sociedade Psicanalítica do Rio de Janeiro e no Conselho Regional de Medicina (CREMERJ). A publicação do livro Introdução à psicopatologia forense, pela Editora Forense, em 1981, originalmente sua tese de doutorado. A publicação de Temas de Psicopatologia, pela Editora Zahar, em 1977, onde reuniu as dissertações de mestrado em psiquiatria e em psicologia. O curso de psiquiatria jurídica, ministrado na UERJ, destinado a advogados e psicólogos. Relato sobre a experiência em perícia civil; comentários sobre a propaganda de cigarros. A falta de financiamento ao projeto de pesquisa desenvolvido no IPUB, em psiquiatria forense que pretende analisar a cidadania do doente mental. As diferenças entre clínica pública e privada.

Fita 2 – Lado B
A necessidade de um atendimento ambulatorial mais humano, destacando algumas dificuldades para manter a relação médico-paciente, como a falta de lugar adequado para atendimento ao doente. Comentários sobre o Hospital Pinel, anteriormente considerado um modelo de assistência e por isso uma contradição na vida humilde dos pacientes. A importância do atendimento no posto de saúde na formação dos alunos.

Itália Kerr

Entrevista realizada por Anna Beatriz de Sá Almeida e Magali Romero Sá, na Fiocruz (RJ), nos dias 01 e 29 de abril de 1998.
Sumário
Fita 1 - Lado A
Origem familiar; chegada dos pais ao Brasil no contexto da Segunda Grande Guerra e do regime fascista na Itália; a primeira viagem à Itália aos três anos; lembranças da infância em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais; a adolescência nas cidades de Ouro Preto, Belo Horizonte e Rio de Janeiro; os primeiros estudos em Minas Gerais e o ambiente escolar; os hábitos familiares e a disciplina imposta pelo pai; o curso científico no Colégio Andrews e os professores; a graduação em educação física e a mudança para o curso de história natural.

Fita 1 - Lado B
O apoio do pai à opção pelo curso de história natural, na Faculdade Nacional de Filosofia; considerações sobre o curso na Escola de Educação Física; a transferência para a Universidade Estadual; as aulas de Olympio da Fonseca e o interesse pela biologia e pela pesquisa laboratorial; lembranças da adolescência em Minas Gerais e no Rio de Janeiro com a irmã; o ingresso no IOC como bolsista na área de esquistossomose, com os professores Olympio da Fonseca e Geth Jansen; a mudança para cancerologia com o professor Jorge Guimarães, na década de 1950.

Fita 2 - Lado A
Comentários sobre a nomeação como biologista interina do IOC na área de cancerologia; considerações sobre a tese em cancerologia experimental elaborada para um concurso organizado pelo DASP e as disputas na época; o trabalho de pesquisa no INCA.

Fita 2 - Lado B
Considerações sobre a cassação de Jorge Guimarães; o retorno ao IOC; comentários sobre a gestão de Vinícius da Fonseca e as mudanças estruturais no IOC; o desmembramento do Departamento de Patologia, o momento da mudança regimental do IOC e a opção pelo regime da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT).

Fita 3 - Lado A
Comentários sobre a opção pela CLT e as diferenças entre os regimes estatutário e celetista; a gestão Guilardo Martins Alves, reestruturação do Departamento de Patologia e as dificuldades de trabalho com o Paracoccidioides brasiliensis; a ajuda de Pedrina de Oliveira neste período e os estudos sobre as várias espécies de fungos.

Fita 4 - Lado A
Menção ao trabalho da bolsista Júlia Rolão Araripe; os cursos de biologia parasitária ministrados no IOC; algumas considerações sobre questões de segurança no trabalho, biossegurança etc; comentários sobre a importância da Coleção de Anatomia Patológica.

Fita 4 - Lado B
A Coleção de Anatomia Patológica; comentários sobre o trabalho entre a Fundação Rockefeller e o Serviço Nacional de Febre Amarela (SNFA); o contato com a coleção de Febre Amarela da Fundação Rockefeller; as mudanças ocorridas durante a presidência de Vinícius da Fonseca; a mudança do Departamento de Patologia para o Pavilhão Lauro Travassos; considerações sobre a produção de vacinas na Fiocruz.

Fita 5 - Lado A
A produção de vacinas na Fiocruz; a gestão de Vinícius da Fonseca e Guilardo Martins Alves; comentários sobre a gestão de José Rodrigues Coura no IOC e a produção de vacinas; considerações sobre Henrique Lenzi e o interesse pela Coleção de Febre Amarela; a importância dos auxiliares técnicos na mudança da coleção; as consequências da mudança; a recuperação das Coleções de Febre Amarela e de Anatomia Patológica; o processo de construção das coleções: gavetas, lâminas, amostras, documentação etc.

Fita 5 - Lado B
A Coleção de Febre Amarela: a recuperação do acervo, a reestruturação do espaço, a participação da COC/Fiocruz; menção a Rostan Soares e a localização da coleção; a recuperação da Coleção de Anatomia Patológica; as técnicas de conservação das peças anatômicas; os cuidados com os armários e gavetas; as lâminas da Coleção de Febre Amarela.

Fita 6 - Lado A
Breve consideração sobre o trabalho da Fundação Rockefeller no Brasil; a importância da documentação relativa à Coleção de Febre Amarela para a história da doença; agradecimentos pela realização da entrevista.

Célio Rodrigues de Almeida

Entrevista realizada por Antonio Torres Montenegro e Tânia Fernandes, em Recife (PE), nos dias 31 de janeiro a 14 de agosto de 1996. O lado A da fita 5 e as fitas 6 e 7 sofreram danificação; a entrevista foi refeita nas fitas 8 e 9.
Sumário
Fita 1 - Lado A
Lembranças da infância em Canhotinho (PE); o trabalho do pai como motorista; Ascenso Ferreira em Canhotinho; o casamento do pai e a mudança para Canhotinho; mudança de toda a família para Garanhuns (PE); lembranças da adolescência em Garanhuns: o Colégio Diocesano e as matinês de cinema aos domingos.

Fita 1 - Lado B
A namorada, o carnaval, o irmão gêmeo falecido; os longos cabelos cacheados da infância; as diversões, os trabalhos domésticos auxiliando a mãe; a missa e a religiosidade; a mudança para Recife para servir o Exército.

Fita 2 - Lado A
O trabalho em teatro; lembranças da família; lembranças da 2ª Guerra Mundial e da Copa do Mundo de 1950; a situação política; o crime do padre Hosana de Siqueira e Silva; a participação no movimento anti-comunista; lembranças de Canhotinho e Garanhuns.

Fita 2 - Lado B
Lembranças da infância; a morte de Getúlio Vargas e de Francisco Alves; o interesse pela dança de salão; o serviço militar em Recife (PE); os estudos no Ginásio Pernambucano; o primeiro emprego; o ingresso na universidade; o vestibular em Recife; o início da carreira profissional.

Fita 3 - Lado A
Lembranças do vestibular; o ingresso no Laboratório Central da Peste; lembranças da adolescência; lembranças da ampliação da Avenida Conde da Boa Vista; a participação de congresso em Manaus (AM); a especialização em micopatologia; o golpe de 1964; os convites para trabalhar no sertão.

Fita 3 - Lado B
O ingresso no CPqAM; os trabalhos com a peste; a organização do projeto da peste; o estágio no Rio de Janeiro e alguns episódios; convênios com a SUDENE para o projeto da peste; o trabalho em Garanhuns; montagem do biotério em Garanhuns; a missão francesa e a escolha de Exu (PE).

Fita 4 - Lado A
O radioamador como sistema de comunicação; Exu (PE) como foco da peste; os programas de profilaxia da peste no Brasil; comentários sobre a história da peste no Brasil; Oswaldo Cruz e o trabalho na epidemia de peste em Santos; Oswaldo Cruz e a desratização no Rio de Janeiro; a peste em Pernambuco; urbanização da peste; a peste em Triunfo (PE); a criação do Departamento Nacional de Endemias Rurais (DNERu) e a atuação do governo federal nas grandes campanhas nacionais; a evolução de medidas contra a peste; o uso do DDT; o ciclo da peste; o caso do lança-chamas; as mudanças no combate à peste em 1958; o surto de peste em 1961; a divergência entre os pestólogos; o trabalho em Exu lembranças da vida naquela cidade.

Fita 4 - Lado B
A pesquisa em Exu; a ameaça de paralização dos trabalhos em Exu; o cotidiano em Exu; a perda de contatos com a França e o Irã nos anos 1970; a apresentação de trabalhos em Fortaleza (CE), em 1971; a produção científica do CPqAM e a peste; a relação com a Fiocruz sob a gestão de Vinícius da Fonseca; a polêmica em Fortaleza; a sustentação da tese de transmissão da peste por pulgas silvestres; o congresso em Fortaleza; o prestígio do tralho do CPqAM em peste; a incorporação à Fiocruz; o apoio aos estados do Nordeste; as mudanças nos meios de controle da peste.

Fita 5 - Lado B
O estágio em Paris; os trabalhos no Institut Pasteur; lembranças da França; a visita do ministro da Saúde brasileiro ao Institut Pasteur; a construção do laboratório em Garanhuns; a vinda de pesquisadores americanos a Garanhuns; trabalhos na área da peste em Garanhuns; a disputa por cargos na Fundação; as bolsas de pesquisa; a fase áurea do Instituto; as incompatibilidades em Garanhuns; a transferência para o Instituto Aggeu Magalhães (IAM), em Recife.

Fita 8 - Lado A
O convite para participar de um congresso na Rússia; a situação da peste na Rússia; os preparativos para a viagem à Rússia; a proibição da entrada de brasileiros na Rússia; a mudança da viagem; o estágio no Institut Pasteur, em Paris; a implantação dos cursos de peste em Garanhuns; a transformação do laboratório de Garanhuns em um laboratório regional, e do CPqAM em central para a peste; a pesquisa em Garanhuns e a relação com o CPqAM; as outras áreas de pesquisa no CPqAM naquela época; a gestão de Dirceu Pessoa no CPqAM; os estados e as localidades com maior incidência de peste no Brasil; o controle da peste; exemplo de controle na Rússia; o desaparecimento do foco de peste na Europa; referências à peste medieval; a situação da incidência da peste nos anos 1990 no Brasil; os focos de peste no Brasil; a situação em Exu nos anos 1990; os laboratórios no Ceará, Paraíba e Pernambuco; o trabalho de educação sanitária; o trabalho em Exu; os cursos oferecidos em Garanhuns; lembranças do trabalho em Garanhuns; o surto de peste em 1960, em Pernambuco; o Departamento de Bacteriologia no CPqAM; os estudos em biologia molecular no CPqAM.

Fita 8 - Lado B
Comentários sobre sua experiência em Garanhuns; a reunião no Rio de Janeiro com o Ministério da Saúde para delinear o projeto de controle da peste; o projeto de Baltazar, do Institut Pasteur, e o financiamento da OMS; a escolha de Garanhuns para o início do projeto; o CPqAM e a SUDENE como encarregados do projeto; a estruturação do laboratório em Garanhuns e a montagem de um biotério; as dificuldades de instalação do Biotério; a escolha de Exu para implantação do trabalho; a escola agrícola em Exu; a transferência de Exu para Garanhuns; o curso na Universidade Gama Filho; as gestões de Saul Tavares e de Dirceu Pessoa; a Fiocruz e o projeto em Exu; referência aos pesquisadores que trabalhavam no CPqAM; a transferência de Garanhuns para Recife; o trabalho no CPqAM; o foco de peste no Rio de Janeiro; o envio de material da Fiocruz para o CPqAM; a peste na zona rural do Rio de Janeiro; a falta de um combate excessivo à peste; o ressurgimento da peste em 1961; o processo de readaptação no IAM; a saída de Exu para Recife.

Fita 9 - Lado A
A campanha de peste da Fundação Nacional de Saúde; a organização dos trabalhos pesquisados; a criação de pulgas; o trabalho de campo e a transmissão de conhecimentos.

Resultados 181 a 210 de 304