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Salvatore Giovanni de Simone

Entrevista realizada por Wanda Hamilton, Simone Kropf e Nara Azevedo, no Rio de Janeiro (RJ), no dia 11 de dezembro de 1996.

Conceição Lemes

Entrevista realizada por Dilene Raimundo Nascimento e Marcos Roma Santa, em São Paulo (SP), nos dias 28 e 29 de novembro de 1996.
Sumário
1ª Sessão: 28 de novembro
Fita 1 – Lado A
Inicia relatando a infância, composição familiar, influência do caráter solidário do pai, as cobranças dos pais, a precocidade, o impacto da morte repentina do pai e o peso da responsabilidade pelos irmãos menores. O término do ginásio; a escolha pelo curso de formação de professores. As dificuldades financeiras das famílias e a mudança para a escola pública. A decepção com o catolicismo e o descontentamento com o curso de formação de professores. O rompimento com a família de seu pai. A influência intelectual da professora de sociologia durante o curso de formação de professores; o ingresso no curso pré-vestibular; a opção pelo curso de comunicação (jornalismo) na USP. Dificuldades financeiras com a morte do pai e a força da mãe em manter os filhos unidos e estudando. Lamenta o excesso de responsabilidade com a família durante a adolescência. A opção por jornalismo, a seriedade durante a graduação, a despeito das frustrações com a qualidade do curso.

Fita 1 – Lado B
Explica a estrutura do curso de comunicação na USP e o porquê da opção pelo jornalismo. Considerações sobre o papel educativo da informação. Seu compromisso de educar e formar os irmãos. A pouca participação no movimento estudantil de oposição à ditadura militar e menciona um episódio em que, por engano, confundiram-na com uma estudante envolvida com os grupos de resistência à ditadura; o clima de medo que pairava sobre os alunos na época; a ameaça dos agentes da repressão infiltrados na universidade. O momento de hesitação pela carreira acadêmica; as atividades acadêmicas e extra-acadêmicas desenvolvidas no curso de graduação; o ingresso na pós-graduação e o imediato desencanto com as exaustivas teorizações da carreira universitária. O envolvimento profissional com o jornalismo sindical. Ressalta seu compromisso com a transformação; a emoção com o culto ecumênico na Praça da Sé em decorrência do assassinato do jornalista Vladimir Herzog, em 1975; a indignação com a indiferença da turma de pós-graduação diante dos acontecimentos políticos da época. A criação, junto com o marido, do jornal sindical “Hora” na região do ABC paulista; o convívio com os movimentos sindicais do ABC; a importância dessa experiência profissional; a falência do jornal e a ida para a Rádio Globo; as dificuldades políticas e financeiras para estruturar o jornal.

Fita 2 – Lado A
A proposta de uma linguagem voltada para a classe trabalhadora, as matérias mais marcantes e o aprendizado adquirido com o jornal. O trabalho na Rádio Globo; as dificuldades políticas em se ajustar à uma emissora de rádio notoriamente de direita; as conquistas e a abertura de espaço para discussões políticas na rádio; sua liderança nos movimentos reivindicatórios da categoria; a demissão da Rádio Globo e os dois anos de desemprego. Avaliação sobre a mal sucedida greve dos jornalistas de 1979; a falta de compromisso ideológico e ético das pessoas envolvidas no movimento; o desemprego e os primeiros trabalhos, ainda não especializados, como “freelancer”; as primeiras matérias sobre saúde, na Revista Nova, o ingresso na Revista Capricho e a preocupação, independentemente do perfil do veículo, em usar o espaço jornalístico de forma crítica, competente e comprometida com mudança. Os anos de trabalho como redatora na Revista Saúde da editora Abril.

Fita 2 – Lado B
A mudança de chefia na Revista Saúde e o início do descontentamento, que resultaria em seu pedido de demissão. O seu interesse pela Aids, ainda na Revista Saúde e o acompanhamento da epidemia, desde seu início; o primeiro contato com a doença por meio de revistas estrangeiras; as matérias sobre questões relacionadas à Aids e a entrevista com Herbert Daniel. O contato com Stalin Pedrosa, do Grupo Pela Vidda, e a proposta de uma matéria investigativa sobre os chamados tratamentos alternativos contra a Aids; o prêmio Abril de Jornalismo; a matéria sobre Aids, feita sob encomenda pela revista Playboy; as dificuldades na execução do projeto em função das especificidades do público da revista e as particularidades que diferenciam seu estilo jornalístico.

Fita 3 – Lado A
Ainda sobre a matéria publicada na Playboy e a complexidade que envolve a questão; as especificidades do público alvo; as estratégias de convencimento; seu papel como jornalista; implicações éticas das matérias que tratam de saúde; a falta de compromisso da imprensa com as expectativas das pessoas, ao publicizar informações equivocadas e inconsistentes sobre Aids. O interesse profissional pela doença e seu gradativo envolvimento pessoal na luta contra a doença. Longa discussão sobre o papel da mídia na construção do significado social da Aids; crítica à omissão da sociedade civil diante das informações equivocadas sobre Aids veiculadas pela imprensa; o papel político da imprensa. Ressalta aspectos positivos da imprensa, como o compromisso social e a audácia do editor da Playboy que se dispôs a financiar a matéria sobre Aids; a percepção da imprensa como um espaço de mudança.

2ª Sessão: 29 de novembro
Fita 3 – Lado B
Longas considerações sobre o papel da mídia e as responsabilidades do jornalista; o alto custo das matérias; a própria complexidade das questões que envolvem a Aids e que tornam mais difíceis a produção de matérias sérias sobre o assunto. A Conferência Internacional de Vancouver e os equívocos divulgados pela imprensa sobre a eficácia do “coquetel anti-Aids”. O impacto positivo do lançamento do “Coquetel” durante a Conferência de Vancouver; o clima de otimismo e esperança da Conferência. Sua crença na qualidade da imprensa brasileira; a defesa dos “protocolos científicos”; o compromisso ético e científico dos pesquisadores e as expectativas dos doentes que esperam ansiosos por tratamentos eficazes.

Fita 4 – Lado A
As especificidades da epidemia da Aids; seu impacto político, ao despertar uma série de movimentos reivindicatórios e tornar possível uma reorientação da relação médico/paciente. A preponderância do perfil dos primeiros infectados, a maioria pertencente à uma elite pensante e ativista, na condução diferenciada da luta institucional contra a Aids no mundo; os possíveis desdobramentos do processo de pauperização da epidemia; o modismo em torno das discussões sobre a doença. Sua experiência profissional com o jornalismo e os aspectos subjetivos inerentes à produção jornalística séria. O oportunismo que cerca a doença, o número crescente de profissionais que veem na Aids uma oportunidade de projeção; ou mesmo de pacientes, que usam a doença para fazer “chantagem”. Numa reconsideração, exclui a classe jornalística dessa categoria de profissionais oportunistas. Longa discussão a respeito do papel e dos equívocos da imprensa na construção do significado social da Aids; a assimilação e a divulgação pouco crítica de informações, com grande carga de juízo moral, produzidas pela comunidade científica no início da epidemia; a repercussão destes estereótipos na percepção do risco da doença na sociedade em geral. Considerações em torno da polêmica camiseta produzida pelo Grupo Pela Vidda para marcar o Dia Mundial de Luta Contra a Aids: uma estampa envolvendo o Sagrado Coração de Maria em uma camisinha, despertando a indignação do prefeito da cidade do Rio de Janeiro, César Maia que, como católico, entrou na justiça para proibir a distribuição da camiseta.

Fita 4 – Lado B
Reflete a respeito dos objetivos de uma campanha tão provocativa e, mesmo, agressiva para os católicos; os riscos de campanhas que são elaboradas em cima de símbolos religiosos; os equívocos das campanhas preventivas calcadas no discurso da abstinência sexual e da fidelidade. Considerações sobre o crescente índice de contaminação de mulheres que não apresentam o chamado “comportamento de risco”; as diferenças geracionais na percepção da doença e dos riscos de contaminação. Menciona a pesquisa feita pelo Ibope para dar suporte à matéria da Playboy mostrando que os adolescentes formavam o grupo que mais usava preservativo. Menciona o uso de um broche, que representa a luta contra a Aids, como uma atitude pessoal de desmistificar a doença. Os critérios para a seleção de seus consultores. Sua avaliação sobre a relação entre as Ongs/Aids, os órgãos oficiais e os laboratórios privados.

Fita 5 – Lado A
As implicações, na própria autonomia destas instituições, do maciço financiamento do governo. O financiamento oferecido pelos laboratórios farmacêuticos e exemplo para mostrar os desdobramentos deste tipo de dependência financeira. Menciona sua participação num Comitê Científico do Programa Nacional de DST e Aids; a baixa qualidade de parte dos projetos enviados. Questiona os critérios de avaliação do Ministério da Saúde; seu compromisso pessoal em fazer uma avaliação justa; a interferência dos interesses políticos no processo de distribuição de financiamento.

Euclides Ayres Castilho

Entrevista realizada por Dilene Raimundo do Nascimento e Marcos Roma Santa, em Brasília (DF), no dia 06 de novembro de 1996.
Sumário
Fita 1 – Lado A
Sua formação em medicina preventiva; o trabalho como professor da USP; as funções desempenhadas na Fundação Oswaldo Cruz; a origem de seu interesse profissional pela Aids; o ingresso na Comissão Nacional de Aids, em 1987; a presidência do Comitê Diretivo de Pesquisa do Programa nacional de Aids e do Comitê de Vacinas do Programa Nacional de Aids, ambos em 1993; dificuldades em ajustar o trabalho acadêmico às demandas da área do serviço. Considerações sobre os aspectos técnicos, políticos e institucionais que envolvem o enfrentamento da Aids no Brasil; o processo de incorporação da Aids como uma questão pública, as primeiras iniciativas da comunidade científica, o surgimento das Ongs/Aids. Critica a supervalorização da questão da Aids, diante de outras questões graves de saúde pública no Brasil. Os aspectos burocráticos e administrativos que limitam a implantação e a execução das políticas públicas de combate à epidemia no país; as iniciativas do Programa para assessorar os estados e municípios na captação e administração dos recursos destinados à implantação dos programas regionais de combate à doença. Considerações sobre a imagem que a sociedade tem da Aids. Ressalta seu esforço pessoal em não deixar que seus valores morais interfiram na execução de seu trabalho. As implicações e o inquestionável valor científico do uso da categoria “grupo de risco” na epidemiologia. A redução das atitudes discriminatórias da comunidade médica, principalmente entre os que atuam cotidianamente na área clínica.

Fita 1 – Lado B
Sua relação pessoal com a ameaça da Aids. Considerações sobre as complexas redes de relações sociais que possibilitaram a disseminação da doença no mundo; o crescimento no índice de contaminação através de relações penivaginais. Ressalta o equívoco cometido por alguns colegas ao afirmarem não haver risco de contaminação da mulher para o homem. O medo da contaminação. Aspectos morais que permeiam as considerações técnico-científicas do discurso médico no processo de elaboração das campanhas de prevenção à Aids; destaca toda a complexidade que envolve a produção e a veiculação das campanhas. A polêmica em torno da proposta de “redução de danos” aplicada entre os usuários de drogas injetáveis. Considerações pessoais sobre a relação entre pesquisadores e pacientes; comentários a respeito dos livros de Hervé Guibert, “Ao amigo que não me salvou a vida”, onde o autor expõe sua mágoa diante da postura fria dos pesquisadores diante do drama dos doentes de Aids. Ressalta os aspectos clínicos no uso dos medicamentos anti-Aids e o seu efeito, pelo menos momentâneo, na garantia de uma maior qualidade de vida dos doentes; o impacto do coquetel anti-Aids na sociedade brasileira e as distorções em seu entendimento; a contribuição das atividades comunitárias desenvolvidas pelas ONG's Aids e a preocupação com a pauperização da epidemia no país.

Fita 2 – Lado A
Avaliação positiva da parceria institucional entre o governo e as ONG's-Aids. Considerações sobre uma possível lentidão nas respostas governamentais de combate ao avanço da epidemia; restrições do conhecimento científico sobre o vírus e o pessimismo diante da possibilidade de uma vacina eficaz a curto prazo; os resultados promissores das pesquisas nas áreas clínicas e farmacológicas. O aumento da incidência de Aids entre as mulheres. Comentários sobre o trabalho e o caráter de Lair Guerra, coordenadora do PNDST/AIDS. Sua opinião pessoal sobre a vida em tempos de Aids.

André Freire Furtado

Entrevista realizada por Antonio Torres Montenegro e Tânia Fernandes, em Recife (PE), nos dias 11 e e 28 de junho de 1996.
Sumário
Fita 1 - Lado A
Lembranças da Infância no Ceará e a família; as secas no interior; o estudo; a chegada de um irmão Marista; comentários sobre os irmãos Maristas; o convite para ir para o Colégio Marista e a reação dos pais; a mudança para Recife, para o colégio dos irmãos Maristas; o juvenato; a conclusão dos cursos primário, ginásio e científico; a mudança; para Campina Grande (PB), para o noviciato; a transferência para Aracati (CE) para dar aulas; as matérias que ensinava; o aprendizado de línguas estrangeiras; comentários sobre a Congregação e a presença de maristas de outros países no Brasil; as ordens religiosas francesas; a religião hoje; o conceito social sobre os religiosos hoje; sua opinião sobre a religião; sua posição sobre o Colégio Marista e a origem dos alunos; suas tarefas em Aracati; o hábito de ler e estudar.

Fita 1 - Lado B
O vestibular na Universidade Católica; a relação financeira com a Ordem Marista; a socialização dos bens; o término do curso de biologia e a transferência para o Instituto de Teologia em Roma; o questionamento sobre os hábitos do convento; a desavença com a direção; a transferência para a França; sua saída da Congregação dos Maristas; o retorno ao estudo de biologia; a sobrevivência; a visita à faculdade em Paris; o ingresso nos cursos de mestrado e doutorado, em Paris; referência às aulas e apresentação de pesquisas; a movimentação política dos alunos e o receio de ser deportado.

Fita 2 - Lado B
Continuação dos comentários sobre os movimentos contra o governo francês, em 1968; a mudança na Sorbonne e no ensino francês; o ingresso na universidade, no Departamento de Biologia e Patologia Gerais; a experiência em ensino programados na área de genética; comentários sobre o ensino secundário; a experiência em Nazaré da Mata; críticas à formação nos Estados Unidos; a bolsa de estudos para retornar à França; o retorno ao Brasil e a criação do Departamento de Entogênese; referências ao curso de francês; a opção pelo estudo em transmissores de doença de Chagas; o crescimento do laboratório e a pesquisa na universidade; o processo eleitoral para reitor; a indicação para continuar como chefe do Departamento de Biologia; reflexões sobre a ciência e a religião; críticas à universidade; a bolsa para ir à Califórnia, para o curso de biologia molecular antes do retorno à França; referência ao golpe de 1964 no Brasil; um episódio no retorno na viagem de navio; o período na Alemanha; comentários sobre o financiamento de pesquisas no Brasil; o episódio com o gasto de uma verba de pesquisa; a relação pesquisa-ensino na universidade; o convite para trabalhar no CPqAM, no Laboratório de Imunologia; o convite para dirigir o Instituto Aggeu Magalhães; o aceite para a vice-direção e as primeiras medidas tomadas; a busca de financiamento; as bolsas para estudo no exterior; a tentativa de aplicação de um método de avaliação; o marasmo na pesquisa; a construção do prédio do CPqAM no campus da UFPE; o termo aditivo ao convênio com a UFPE.

Fita 3 - Lado A
Comentários sobre a especialização de pessoal e os intercâmbios institucionais; definições das linhas de pesquisa no Aggeu; a interdisciplinaridade; os financiamentos externos; o relatório de pesquisa; as bolsas para pesquisa e a formação de pessoal; os assessores da OMS e as pesquisas em filariose; o convênio com o governo japonês; o LIKA e seu financiamento; o intercâmbio do LIKA com o Japão; críticas a algumas opções de intercâmbio; críticas ao LIKA; comentários sobre sua gestão e o papel do diretor.

Fita 3 - Lado B
Comentários sobre o papel do diretor e o acidente com a equipe de filsariose; comentários sobre os grupos de pesquisa do CPqAM e a produção científica; a isonomia na ciência.

Fita 4 - Lado A
Algumas lembranças de infância; a opção pela formação como irmão Marista; o crescimento de Várzea Alegre; a finalidade da Congregação dos Marista; o conflito com a formação religiosa e a cidadania; o gosto pela leitura; a discordância filosófica com os Maristas; o interesse pela genética e a evolução; as doenças estudadas; a situação da doença de Chagas no Brasil e o desinteresse dos pesquisadores nos anos 1990; a inserção na filariose; o trabalho do CPqAM em filariose e o financiamento da OMS; os equipamentos do Centro na década de 1980; a atuação em Zonas Especiais de Interesse Social para o estudo da filariose; as desavenças com o TDR da OMS; o programa RHAE; os projetos desenvolvidos no Aggeu no início da sua gestão.

Fita 4 - Lado B
O retorno ao trabalho de pesquisa; a possibilidade de reeleição como diretor; a associação da pesquisa com a direção; a filariose e a entomologia; os financiamentos de projetos; as atividades como vice-diretor; o projeto "FINEPÃO" da Fiocruz; as bolsas conquistadas para formação de pessoal e a publicação no Centro; o intercâmbio científico e o núcleo de estudos; referência a alguns pesquisadores; a criação de departamentos no Instituto Aggeu Magalhães (IAM); os pesquisadores visitantes; críticas ao financiamento da OMS; os grupos de pesquisa em filariose.

Fita 5 - Lado A
O controle da filariose em Recife; a criação de postos de saúde nas favelas; a obrigatoriedade dos estagiários em trabalhar nos referidos postos de saúde; o episódio com uma estagiária da equipe de filariose; a relação entre os dois grupos de filariose; a importância das pesquisas em filariose; a criação do LIKA; a participação de Morei no CPqAM; a relação dos centros regionais com a Fiocruz; o LIKA e o convênio com a UFPE; a posição da Fiocruz; a distância entre o LIKA e o CPqAM; a relação do LIKA com a universidade; o casamento, a família e os filhos.

Fita 5 - Lado B
A esposa; sua visão sobre a ciência no Brasil; a desigualdade científica entre o Nordeste e o Sudeste; a ciência na Fiocruz; a ciência e o governo militar; os governos pós-ditadura; a reforma do Estado hoje e a universidade; a questão das vacinas em Campinas; o vírus da varíola e sua destruição consciente pelo homem; a criação do NESC; a composição e os cursos ministrados no NESC; crítica à estrutura do NESC e a carência de profissionais.

Fita 6 - Lado A
Continuação dos comentários sobre o NESC; a direção e a relação com as Secretarias de Saúde; o trabalho de peste em Exu e Garanhuns; o programa PAPES/ Fiocruz; a burocracia para o gasto de dinheiro em pesquisa; a atuação da FACEPE e o programa induzido; a reforma da Fiocruz e o Congresso Interno.

Hélio Bezerra Coutinho

Entrevista realizada por Antonio Torres Montenegro, em Recife (PE), no dia 05 de abril de 1996.
Sumário
Fita 1 - Lado A
A infância e a família; o encaminhamento para o curso de medicina; o cotidiano da infância; a vida escolar; o curso pré-médico; a convocação para o Exército; o mestrado nos EUA; o incêndio do edifício nos EUA; o aprendizado em embriologia e histologia na Universidade de Michigan; o concurso para a Fundação Kellogg; a criação de uma cadeira no Departamento de Histologia, na Faculdade de Odontologia de Pernambuco; a reforma universitária (1968); o convite para trabalhar em ensino programado com especialistas de Porto Rico; os problemas com o Serviço Nacional de Informação (SNI); a experiência na Inglaterra; a Fiocruz; o trabalho na universidade; os convênios firmados na Escócia para o CPqAM.

Fita 1 - Lado B
A pesquisa no Brasil; o convite para trabalhar no CPqAM; sua gestão no CPqAM; a aquisição de recursos para a produção científica; o movimento de 1935; o teste para a escola experimental; lembranças de uma antiga professora; comentários sobre Cristiano Cordeiro; o período ginasial; a Faculdade de Medicina; o período em que esteve no quartel.

Fita 2 - Lado A
O Centro de Preparação de Oficiais da Reserva do Rio de Janeiro (CPOR); a dedicação exclusiva na universidade; a participação nos movimentos políticos; o episódio Demócrito; o Partido Comunista; o Comitê Nacional de Organização e Preparação do Partido (CNOP); o golpe de 1964; a vida no bairro do Recife; a convivência com o mundo intelectual de Recife; os cinemas do período e o cinema mudo; o trabalho no CPqAM; a pesquisa científica no Brasil; as homenagens e os títulos recebidos.

Fita 2 - Lado B
A experiência de trabalhos na Inglaterra; memórias de Portugal; o contato com o mundo acadêmico português; o período pós-revolucionário em Portugal; os alunos portugueses; a falta de adaptação da esposa em Portugal.

Saul Tavares de Melo

Entrevista realizada por Antonio Torres Montenegro e Tânia Fernandes, em Brasília (DF), nos dias 01 de fevereiro e 01 de março de 1996.
Sumário
Fita 1 - Lado A
Lembranças da infância e da família; o engenho do pai e a produção de açúcar; o acidente com um tiro; a moradia na casa de detenção; a bolsa de estudos; a carteira de investigador; referência a "Zé" Francisco; alguns episódios no estádio de futebol; referência a algumas pessoas de Pernambuco, inclusive Joaquim Francisco; referência aos irmãos; o concurso para o Ministério da Saúde/Serviço Nacional de Peste; a experiência no interior; a chefia de um setor do Serviço Nacional de Peste, em Alagoas; referência a uma matéria de jornal e sua reação; referência à família Góes Monteiro; os filhos e suas atuações profissionais em Brasília; a formatura do filho; alusão à sua formatura; a opção pela medicina; referência a Celso Arcoverde; o trabalho contra a peste em Crato (CE); a estada no Rio de Janeiro na época do final da Copa do Mundo de 1950; o jogo Brasil x Uruguai; o curso de saúde pública no Rio; referência à sogra; os estágios; a volta para Recife; o trabalho em Fernando de Noronha.

Fita 1 - Lado B
O trabalho em Fernando de Noronha; o socorro a uma grávida; a cirurgia cardíaca; referência à sua posição política na eleição de Collor de Mello; o convite da Oficina Sanitária Pan-Americana; o trabalho no Haiti com a campanha contra bouba; a campanha de "casa em casa" de bouba no Brasil; o financiamento da casa na CEF; o DNERu; a homenagem da filha na época de sua cirurgia; o CPqAM; referência a alguns diretores; a circunstância pela qual foi convidado para dirigi-lo; referências ao CPqAM e a algumas pessoas; a pesquisa na sua gestão; a sua homenagem no CPqAM; o motivo da transferência para Brasília; o trabalho dos filhos; a atuação contra as endemias no Ministério da Saúde/ SUGAM; o trabalho na erradicação da varíola; o reconhecimento pelo seu trabalho; referência a um episódio no IAM.

Fita 2 - Lado A
Referência a um episódio de agressividade de um funcionário no IAM; memórias da revolução de 1930; o relacionamento com a família Queiroz Galvão; o período de Agamenon Magalhães; as correspondências com Ledo Ivo; referências ao amigo Pedro Nava; o hábito da leitura; as amizades escassas em Recife; o relacionamento com a família em Recife; a leitura dos Sermões de Padre Antonio Vieira; a adaptação dos filhos em Brasília (DF); a situação dos filhos; o trabalho de saúde pública em Brasília; as campanhas de saúde e as viagens pelos estados; referência a Érico Veríssimo; a situação da saúde pública nos anos 1990.

Fita 2 - Lado B
A repressão do governo de Agamenon e a interferência de Aggeu; comentários sobre Ageu [filho] e Frederico Simões Barbosa; a comemoração de 45 anos do CPqAM e o discurso de Eridan Coutinho; a repressão na faculdade no período de Agamenon; o Laboratório de Peste em Exu (PE); lembranças da faculdade; os professores marcantes na faculdade; o professor Anibal Bruno; a distração na barraca do Brito; a leitura do livro de Darcy Ribeiro; comentários sobre a neta; o apoio a Collor; o primário em Macaparana (PE) e o professor italiano Luís Égano; o professor Luís Égano e o episódio da 2ª Guerra Mundial; o engenho; a doença da irmã e a perda do engenho; o livro do irmão Lourenço Tavares de Melo sobre memórias do engenho Tabocas; a ida para Recife e a situação do engenho; as viagens de trem; referência a Mauro Mota e Potiguar Matos.

Fita 3 - Lado A
Lembranças do engenho; os versos da filha em virtude do recebimento de uma medalha; os elogios do colega Joaquim de Castro; a infância e o jogo do bicho; a vida em Recife, estudos e moradia; o recebimento de mesada através de um amigo português; a situação do engenho quando da ida da família para Recife.

Maria Cristina Vidal Pessolani

Entrevista realizada por Nara Azevedo, Simone Kropf e Wanda Hamilton no Rio de Janeiro (RJ), nos dias 12 e 19 de novembro de 1996.

Naftale Katz

Entrevista realizada por Nara Azevedo e Luis Otávio Ferreira, no Rio de Janeiro (RJ), no dia 16 de abril de 1996.

Arcelino Ferreira Farias

Entrevista realizada por Antonio Torres Montenegro, em Natal (RN), no dia 20 de abril de 1996.
Sumário
Fita 1 - Lado A
Lembranças da infância em Baixio; a seca no sertão; a mudança para Recife; o estudo com a intenção de ser padre; o rádio; reminiscências do cotidiano no interior do Ceará; a economia da região de Baixio (CE); a Revolução de 1930.

Fita 1 - Lado B
A Revolução de 1930; a seca no sertão de Baixio; o trabalho no IBGE e no Serviço Nacional de Malária; a 2ª Guerra Mundial; a Divisão de Organização Sanitária, o DNERu e o INERu; referências a partidos políticos: UDN, PCB e PSB; o ingresso no CPqAM; os diretores do Instituto Aggeu Magalhães (IAM); a burocracia do CPqAM.

Fita 2 - Lado A
Os problemas com a burocracia do Ministério da Saúde; o trabalho em Exu (PE); o Laboratório Regional de Peste; considerações sobre o DDT; breves comentários sobre os ex-diretores do CPqAM.

Fita 2 - Lado B
O trabalho em Exu; a administração de André Furtado; a devolução da verba do Banco do Brasil; a reforma administrativa do governo Juscelino; relações de nomes de funcionários do CPqAM; o processo de aposentadoria.

Fita 3 - Lado A
Considerações sobre as 'injustiças' no serviço público; a mudança do regime no CPqAM para CLT; recordação sobre os colegas de trabalho do CPqAM.

Eridan Coutinho

Entrevista realizada por Antonio Torres Montenegro e Tânia Fernandes, em Recife (PE), nos dias 30 e 31 de janeiro de 1996.
Sumário
Fita 1 - Lado A
Considerações sobre o seu pai; a ação revolucionária do pai; o exemplo dado às filhas; a juventude do pai; o ingresso do pai no Exército; o movimento de 1930; a prisão do pai; a vida após a prisão; o nascimento de Eridan; a prisão do pai em Fernando de Noronha; a anistia; a carreira do pai no Exército; as constantes transferências de moradia; os estudos; a escola; a liberdade na juventude; a juventude em Fortaleza; a opção pela medicina; o vestibular; a mudança de universidade; a política estudantil; o desejo de estudar na Faculdade de Medicina da Bahia; a transferência para a Faculdade de Recife; o desejo de ser pesquisadora; a opção pela anatomia patológica; a monitoria; o ingresso no CPqAM; o convívio com José Carneiro; a vida acadêmica.

Fita 1 - Lado B
A bolsa de estudos nos laboratórios Pravás; o fim da participação política (em Recife); a política estudantil em Fortaleza; lembrança de alguns professores; a estada em São Paulo; a experiência como auxiliar acadêmica; a estrutura laboratorial do CPqAM; o primeiro Laboratório de Bioquímica dos Caramujos; o casamento e o primeiro filho; a estada nos EUA; a experiência na Harvard School of Public Health; o trabalho no Departamento de Nutrição; a relação entre parasitoses e desnutrição; a experiência na faculdade; o doutorado.

Fita 2 - Lado A
A livre-docência; a experiência na Inglaterra; a relação do CPqAM com a Secretaria de Saúde Pública de Pernambuco; a importância da saúde pública; a falta de sintonia com os problemas regionais; a ligação mais direta com o governo federal; as grandes campanhas de saúde pública; as relações com outros órgãos governamentais; a Fundação SESP; a entrada no INERu; a mudança de Instituto para Centro de Pesquisas; a incorporação à Fiocruz; a gestão de Sergio Arouca; o convênio com o governo japonês; os acordos para a construção do novo prédio; a gestão de Ageu Magalhães Filho.

Fita 2 - Lado B
A busca de um local para o laboratório japonês; o acordo com a universidade; as movimentações políticas; a elaboração de um organograma para o Centro; o convênio entre a Fiocruz e a universidade; a fundação do LIKA; a relação entre o CPqAM e o LIKA.

Fita 3 - Lado A
A infância e a influência do pai, as irmãs e a mãe; a vida em família; o trabalho e os filhos; os filhos, noras e genros; a época passada na Bahia; a 2ª Guerra Mundial; a partida do pai; os namoros; as brincadeiras de colégio; o gosto pelas piadas; as brincadeiras e os estudos; a participação no diretório acadêmico; o estudo de música; as atividades extra-curriculares; a ação na política partidária de Fortaleza; as decepções com a política; a narrativa de um fato durante a ditadura militar.

Fita 3 - Lado B
Referência ao seu casamento; comentários sobre Frederico Abath; o divórcio; os filhos; o estudo dos filhos; sua influência sobre a escolha profissional dos filhos; a presença do avô na criação dos filhos; os estudos nos EUA; a influência da ditadura militar no CPqAM; as transformações ocorridas na gestão Arouca; a ampliação do espaço físico e do pessoal do CPqAM.

Fita 4 - Lado A
Considerações sobre sua gestão; a qualificação de recursos humanos; linhas de pesquisa do CPqAM; intercâmbio com outros centros; a relação com Far-Manguinhos.

Fita 4 - Lado B
Considerações sobre sua participação na história do CPqAM.

Frederico Guilherme Coutinho Abath

Entrevista realizada por Antonio Torres Montenegro, em Recife (PE), no dia 03 de abril de 1996.
Sumário
Fita 1 - Lado A
Lembranças da Infância; a relação familiar; comentários sobre as conversas acadêmicas dos pais; a opção profissional; lembranças da vida escolar; o ingresso na universidade; a residência médica em cardiologia; a incorporação ao CPqAM; o vínculo com a Fiocruz; a vida científica; o doutorado em Londres; o retorno ao Brasil; as áreas de interesse para pesquisa; comentários sobre o doutoramento e a ciência na Inglaterra; o nascimento das filhas; comparação entre o trabalho científico nos dois países; a chefia de departamento no CPqAM; comentários sobre a Fiocruz e a pesquisa no CPqAM nos anos 1990; a separação dos pais e os irmãos; lembranças da infância; a viagem dos pais para os EUA; a reforma da casa da família; o casamento do pai e os novos irmãos; observações sobre as classes sociais e sua relação, quando criança, com crianças pobres.

Fita 1 - Lado B
A primeira experiência sexual; o namoro; a consciência política e a ditadura de 1964; a perseguição aos seus pais; a cultura, música e artes na década de 1960 e comparações com a atualidade; seu gosto musical; as leituras recentes; comentários sobre seu avô materno.

Gerusa Dreyer

Entrevista realizada por Antonio Torres Montenegro e Tânia Fernandes, em Recife (PE), no dia 01 de janeiro de 1996.
Sumário
Fita 1 - Lado A
Comentários sobre seu nascimento; a infância, o respeito à hierarquia; a curiosidade nata; a família e as dificuldades; o papel da mãe; os estudos; a doença do pai; o espírito dos avós; a filosofia de vida; as férias no interior; os estudos primários; o vestibular.

Fita 1 - Lado B
O acidente; a estada no hospital; os erros médicos e as consequências no nascimento da primeira filha; a leitura durante a convalescença; o ingresso na faculdade; o retorno ao hospital; o novo vestibular; sua relação com os pacientes; a convivência com a filariose; o primeiro contato com a doença; o ingresso no CPqAM; seus primeiros estudos da doença; o curso de psicologia; as aplicações do conhecimento psicológico; a relação com a cirurgia; a formação clínica; a ida aos EUA; o trabalho no Centro de Hemoterapia.

Fita 2 - Lado A
Os problemas durante a primeira gravidez; as dificuldades no parto; a filha recém-nascida e doente; a cura da filha; a terceira gravidez; o acidente que havia sofrido e os consequentes problemas; a recuperação; a reconstituição plástica da face; o ingresso no CPqAM; o processo de tratamento da filariose; a projeção internacional do trabalho; as pesquisas para a elaboração de uma vacina; a possibilidade de recuperação; a filariose; os problemas burocráticos; as dificuldades no estudo da filária; o ideal de uma organização.

Fita 2 - Lado B
A burocracia; a geografia da elefantíase; a erradicação no Sul do Brasil; o aspecto dos doentes; a repercussão da doença nas funções sexual e mental do paciente; a cura corporal e psicológica; a importância da urologia; repercussões sexuais; o sofrimento com a doença; a desvalorização do Nordeste brasileiro; a porcentagem de regressão da doença; a integração multidisciplinar; a importância da observação dos pacientes; a utilização da ultrassonografia; a observação clínica; a relação na equipe.

Fita 3 - Lado A
Reflexões sobre a morte; a continuidade da pesquisa; a comemoração pelos dez anos do programa; a convivência com Amaury Coutinho; a afeição recíproca entre os membros da equipe; sua relação com o trabalho; considerações sobre o trabalho do pesquisador; o doente no Centro de Pesquisas; considerações sobre a vida e a morte; a continuidade de seu trabalho.

Marcelo Vasconcelos

Entrevista realizada por Antonio Torres Montenegro, em Belo Horizonte (MG), no dia 28 de fevereiro de 1996.
Sumário
Fita 1 - Lado A
Recordações da Infância; chegada a Recife (PE); o curso de medicina e o ingresso no CPqAM; a estrutura inicial do CPqAM; o trabalho com Frederico Simões Barbosa; o contato com Wladimir Lobato Paraense, em Belo Horizonte; comentários sobre Nelson Chaves; a direção no Instituto em Belo Horizonte; as linhas de pesquisa no Instituto; o curso em Jerusalém; comentários sobre a ciência em Jerusalém; sua atividade como reitor da universidade; a organização da pós-graduação na universidade.

Fita 1 - Lado B
O período de trabalho no CPqAM; a repercussão do golpe de 1964 na universidade e no IAM; o trabalho com a esquistossomose no CPqAM; comparação da experiência de trabalho no IAM com outras instituições do Brasil; a formação como pesquisador; a ciência no Brasil e o pesquisador no Brasil.

Otamires Alves da Silva

Entrevista realizada por Antonio Torres Montenegro, em Recife (PE), no dia 24 de abril de 1996.
Sumário
Fita 1 - Lado A
Lembraças de Timbaúba (PE); a infância na Capunga (Recife/PE); a escola; a liberdade feminina; a universidade; o estágio com o Frederico Simões Barbosa e Ivete Barbosa, no antigo Instituto de Higiene, atual Laboratório de Higiene e Segurança do Trabalho (LHST); as diversões na adolescência; os filmes marcantes; os cantores da época; a contratação para o CPqAM; os trabalhos em esquistossomose; a atuação em educação sanitária; o trabalho com a peste, em Garanhuns (PE); os trabalhos com doença de Chagas.

Fita 1 - Lado B
A experiência na França; o doutorado; o convênio com a comunidade europeia; as pesquisas com vacina para a leishmaniose; os testes vacinogênicos em seres humanos.

Plenete Cavalcante Marques

Entrevista realizada por Antonio Torres Montenegro e Tânia Fernandes, em Recife (PE), no dia 25 de janeiro de 1996.
Sumário
Fita 1 - Lado A
Memórias da infância e a doença do pai; a vida escolar; o ingresso no CPqAM como auxiliar de escritório; o DNERu e o vínculo deste com o CPqAM; o retorno aos estudos e o término do 2° grau, atual Ensino Médio; os cursos de especialização; as atividades desenvolvidas no CPqAM; a evolução do IAM; as festas religiosas e o carnaval; o cotidiano em bairros como Beberibe, Arruda e Espinheiro (PE); comentários sobre as administrações do IAM; o FioPrev em Recife; os cursos no Rio de Janeiro; suas atividades e a gestão de André Furtado; a relação com os pesquisadores; a incorporação do CPqAM à Fiocruz; o Plano de Cargos e Salários; o número de pesquisadores e funcionários no CPqAM nos anos 1990; a aposentadoria e a Reforma de Estado; a contribuição para o trabalho no IAM; a aposentadoria.

Sylvio Lemgruber Sertã

Entrevista realizada por André de Faria Pereira Neto, Jeane Azevedo de Souza e Sérgio Luiz Alves da Rocha, no Rio de Janeiro, nos dias 13, 20 e 27 de junho e 04, 11 e 18 de julho de 1995.
Sumário
Fita 1 - Lado A
A infância no Carmo (RJ); seu pai: sua formação e a sua clínica médica no Carmo no início do século; sua família; as razões que levaram seu tio e seu pai a optarem pela medicina; o casamento de seus pais; a morte do avô; a morte de sua mãe e o novo casamento de seu pai; a casa no Carmo; o mini-hospital do pai.

Fita 1 - Lado B
Sua alfabetização; as lembranças de seu primeiro professor; a mudança para o Rio de Janeiro (Tijuca); o consultório do pai no Rio de Janeiro; os exames preparatórios no Colégio Pedro II; o Ginásio Bittencourt; sua opção pela medicina; seu pai e o exercício da medicina: médico dedicado; a biblioteca do pai; como seu pai era remunerado pelas consultas médicas no Carmo: o farmacêutico-anestesista que atuava como assistente de seu pai; o equipamento cirúrgico de seu pai.

Fita 2 - Lado A
Os instrumentos cirúrgicos utilizados pelo pai; a evolução tecnológica da medicina; a "Escola do Doutor Aguinaga" versus a "Escola do Doutor Fernando de Magalhães"; as doações de sangue até a década de 1920; as primeiras determinações de tipo sanguíneo no Brasil; o tratamento do câncer em pacientes grávidas.

Fita 2 - Lado B
O período na universidade (1923-1928); seu trabalho como interno no Hospital Escola São Francisco de Assis; os serviços no Hospital São Francisco de Assis; como eram realizadas a anestesia e a cirurgia neste período; como conciliava os horários no hospital e os estudos na faculdade; a escolha das disciplinas na faculdade; o incidente com Miguel Osório de Almeida; os efeitos da Reforma Rocha Vaz; como se deslocava da faculdade para o hospital; o Hospital São Francisco de Assis como uma escola; o comportamento ético de Armando Aguinaga e o seu significado para a ginecologia no Brasil; sua opção pela ginecologia; a ginecologia na década de 1930.

Fita 3 - Lado A
A relação com Armando Aguinaga; o relacionamento entre médico e paciente na década de 1920; como sobrevivia no período em que cursava a faculdade; o atendimento no Hospital São Francisco de Assis; os debates ideológicos sobre o nazi-facismo nos tempos da faculdade; a Revolução de 1924; Arthur Bernardes e a Previdência Social; a Revolução de 1930; sua desilusão com Getúlio Vargas; a Revolução Constitucionalista e seu posicionamento; a vida associativa na faculdade; o perfil socioeconômico dos estudantes de medicina em 1928; os estudantes de outros Estados do país.

Fita 3 - Lado B
A família; o início de carreira; referências aos médicos Abreu Fialho, Álvaro Osório de Almeida e Cardoso Fontes; a tendência à especialização da medicina em 1928; sua cerimônia de formatura; a utilização da vacina contra a tuberculose na Escola de Enfermagem Ana Nery e no Hospital São Francisco de Assis; os efeitos da vacina; como era encarada a "medicina preventiva" no seu tempo; o tratamento dos doentes de câncer; a posição de Armando Aguinaga com relação ao curandeirismo; o ideal da medicina ontem e hoje; a opinião sobre cada um dos formados de sua turma; o perfil socioeconômico da clientela do Hospital São Francisco de Assis; as Caixas de Aposentadorias e Pensões.

Fita 4 - Lado A
O número de hospitais do Rio de Janeiro no final da década de 1920; a Assistência Municipal, a Beneficência Portuguesa e a Casa de Saúde São José; o trabalho no hospital logo no início da faculdade; a opinião sobre o avanço da medicina gratuita, a fundação das Caixas de Aposentadorias e Pensões; a situação da Previdência Social no Brasil hoje; a construção da maternidade Thompson Motta; o número de leitos da enfermaria da Escola Ana Nery.

Fita 5 - Lado A
A compra de cadáveres pelos estudantes de medicina; as aulas de anatomia; a reação na primeira dissecação; a reação dos calouros quando viam sangue pela primeira vez; o trabalho no consultório de Armando Aguinaga; o desejo de atuar no magistério superior; a atual falta de conhecimento obstétrico por parte dos médicos e as suas consequências, a experiência como professor da Escola de Enfermagem Ana Nery; a origem social das alunas da Escola Ana Nery; o "manequim obstétrico de Pinar"; seus estudos sobre o choque obstétrico; o curso de parteiras que criou na Escola Ana Nery; a relação entre os médicos e as parteiras; a ideia de fundar um plano de assistência na década de 1930.

Fita 5 - Lado B
A polêmica criada em torno do primeiro plano de assistência; a medicina de grupo hoje; alguns comentários a respeito de algumas fotografias; a maternidade da Escola Ana Nery; a construção da 19ª Enfermaria da Maternidade Thompson Motta por Armando Aguinaga; como Armando Aguinaga conciliava as suas atividades na Santa Casa e na Maternidade; os anúncios médicos e de produtos farmacêuticos; as diferenças entre os consultórios em 1935, 1938 e 1952; os cursos na maternidade do Hospital São Francisco de Assis.

Fita 6 - Lado A
Um caso de cirurgia realizada em Petrópolis; o primeiro consultório particular com Armando Aguinaga; como conciliava os horários da Escola Ana Nery e do consultório; o perfil socioeconômico de seus pacientes; o tempo de constituição de sua clientela, seu relacionamento com os pacientes do hospital e do consultório; os chamados de emergência, a compra de sua casa na rua Maria Angélica, o erro médico; a relação entre os médicos a partir da progressiva especialização da medicina; a importância da clínica médica para a formação do médico; as mudanças de localização de seu consultório, os consultórios em farmácias (1910/1920); as conferências médicas; a carreira como docente na Faculdade Nacional de Medicina e no Instituto Hahnemanniano; as diferenças entre essas duas instituições; o relacionamento entre alopatas e homeopatas.

Fita 6 - Lado B
Comparação entre o Instituto Hahnemanniano e a Faculdade de Medicina; a Casa de Saúde São José, o número de vagas no Instituto Hanemanniano e na Faculdade Nacional de Medicina; o que eram os "cursos equiparados"; seu concurso para professor titular no Instituto Hanemaniano e na Faculdade Nacional de Medicina; as relações entre o magistério e a clínica; as relações entre o hospital e a clínica; seu relacionamento com os pacientes do hospital e do consultório; a realização das transfusões de sangue e a determinação do fator Rh.

Fita 7 - Lado A
O mercado de trabalho na década de 1940 e hoje; o cargo público como um empecilho na carreira do médico; a relação entre os concursos e a clínica particular; a cadeira de clínica obstétrica na Faculdade Nacional de Medicina e no Instituto Hahnemaniano; o perfil socioeconômico dos colegas de turma; a concorrência dos Institutos e suas consequências para o mercado de trabalho do médico liberal; a transformação da medicina "liberal" para a medicina "tecnologizada"; as transformações na ginecologia nas décadas de 1930 e 1940; os estudos hormonais na Europa e nos Estados Unidos e a sua repercussão no Brasil; a prevenção do câncer; o avanço científico e as reformulações de seus cursos; a fundação da Sociedade de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro; a fundação do Sindicato Médico Brasileiro; o Ministério da Educação e a criação dos Conselhos de Medicina; a Ordem dos Advogados e a Ordem dos Médicos da França; a questão ética na década de 1930 no Brasil e na França; a concorrência desleal na década de 1930; o comportamento dos médicos hoje em dia com relação à concorrência desleal; seu desinteresse pelas associações médicas; a reduzida repercussão do IV Congresso Médico Sindicalista Brasileiro no interior da categoria; referência a Roberval Cordeiro de Farias.

Fita 7 - Lado B
Como o Sindicato era visto pela categoria médica; como os médicos encaravam a criação do Conselho de Medicina; alguns comentários sobre Álvaro Tavares de Souza; a polêmica em torno da filiação ao Conselho nas décadas de 1940/1950; os médicos que participaram da criação do Conselho; os médicos "democráticos" e os médicos "esquerdistas"; a vida acadêmica e associativa dos médicos.

Fita 8 - Lado A
A indicação de Roberval Cordeiro de Farias para o Conselho; o desconhecimento da categoria do texto do Código de 1945; os médicos indicados para a primeira diretoria do Conselho; o Código de Deontologia Médica de 1945 e a "concorrência desleal"; o médico assistente e sua relação com o especialista; o "mercenarismo" na profissão; os problemas criados pela especialização.

Fita 8 - Lado B
As conferências médicas na década de 1940; a atuação do médico perito; a relação médico versus farmacêutico na década de 1940; a influência negativa do espiritismo; sua opinião sobre a homeopatia; o curandeirismo na década de 1940; a procura, pelos pacientes, por métodos "não-científicos"; o segredo médico na década de 1940; o Código de Deontologia Médica de 1945; a "indústria dos agradecimentos" e a ética profissional.

Fita 9 - Lado A
A gestão do Conselho no período anterior a sua posse na presidência; onde e como eram realizadas as reuniões para a confecção do projeto provisório do Conselho; a origem das verbas do Conselho; a promulgação do Decreto-Lei 7.955; a localização do Conselho Provisório; o Código de Ética da AMB; a criação da AMB; o movimento de criação da AMDF e a greve da letra "O"; como compatibilizar a greve com o juramento feito pelos médicos; a pluralidade de organizações associativas no Brasil; a ação da Associação Médica Americana (AMA); o Sindicato dos Médicos.

Fita 9 - Lado B
A Sociedade de Medicina e Cirurgia; o Código de Ética de 1967; o regime de trabalho no Hospital São Francisco de Assis; o primeiro convênio firmado entre um hospital e o INPS; os médicos-estudantes do Hospital São Francisco de Assis; as "escolas" dos médicos; a participação dos médicos na greve da letra "O"; o médico funcionário público e a "medicina liberal"; seu plano de um hospital-piloto; o status adquirido por trabalhar com Armando Aguinaga; suas pretensões com a candidatura para o Conselho; a eleição de 1954; os nomes dos componentes do Conselho de Medicina do Distrito Federal e do Conselho Federal de Medicina; a origem dos recursos para o funcionamento do Conselho entre 1954-1958.

Fita 10 - Lado A
As atas do Conselho Provisório; o decreto-lei n° 3.268 de 1957 aprovado pela Câmara dos Deputados; a obrigatoriedade de inscrição dos médicos nos Conselhos de Medicina; o Código de 1953 aprovado pela AMB; a resistência dos médicos ao Conselho; a composição da chapa para a eleição de 1958; os "vermelhinhos" da AMEG; seus conflitos com o presidente Heitor Carpinteiro Peres; a atuação do Conselho com o Código de 1957; o Regimento Interno do Conselho; comentários sobre Serafim Chaves Soares e Paulo Arthur Pinto da Rocha.

Fita 11 - Lado A
Sua opinião sobre alguns dos membros da diretoria do CREMEDF; as eleições para o Conselho em 1963; a chapa vencedora das eleições; comentários sobre alguns nomes que tiveram atuação destacada durante o processo de criação e instituição do Conselho.

Fita 11 - Lado B
As eleições de 1963; o período em que foi presidente do CREMEDF; o Código de Ética de 1963; a atuação do Conselho com relação à ética.

Fita 12 - Lado A
O relato da punição de um médico pelo Conselho; o período em que foi presidente do Conselho, em 1978; a chapa que foi eleita mas não empossada; a composição da diretoria antes de 1978; o Conselho Regional e a "iniciativa" de Rothier.

Frederico Adolfo Simões Barbosa

Entrevista realizada por Antonio Torres Montenegro e Tânia Fernandes, em Recife (PE), nos dias 16 e 17 de dezembro de 1995.
Sumário
Fita 1 - Lado A
Lembranças da infância; a vocação profissional do pai e do avô; o espaço da cidade para uma criança naquele tempo; a inauguração do Hospital Centenário; a festa de inauguração; a Revolução de 1930; comentários sobre Pessoa de Queiroz; o alistamento do irmão e a convocação do mesmo para a Revolução de 1932; a prisão do pai; comentários sobre Agamenon Magalhães; o episódio de invasão da Folha da Manhã.

Fita 1 - Lado B
Continuação da narrativa sobre o episódio contra o jornal de Agamenon Magalhães; a perseguição de Agamenon a sua família; Agamenon como interventor e sua perseguição aos integralistas; a perseguição sofrida e sua saída de Pernambuco; as dificuldades com o curso de medicina; a interferência da condessa e do conde Pereira Carneiro para sua liberação e a realização das provas de conclusão do curso de medicina; retorno ao Rio de Janeiro; a bolsa de estudos concedida por Assis Chateaubriand, em São Paulo; a Faculdade de Medicina; a opção pelo curso de medicina; a cultura médica brasileira e a influência europeia; o estágio no Hospital Centenário; referência a Samuel Pessoa e o curso de parasitologia, Aggeu Magalhães e Ulisses Pernambuco; o envolvimento com a psiquiatria e com a antropologia; a Aliança Nacional Libertadora (ANL); as reuniões políticas na faculdade; a pós-graduação com Samuel Pessoa, na USP.

Fita 2 - Lado A
A pós-graduação em São Paulo e a ajuda de Assis Chateaubriand a estudantes nordestinos; a moradia em uma pensão; comentários sobre Samuel Pessoa e a Revolução de 1932; contatos com o grupo de Samuel Pessoa; a estada no Rio de Janeiro; o alistamento nas tropas da 2ª Guerra Mundial e o retorno a Recife; a década de 1945; a denúncia de falsificação de exames de fezes no Hospital da Aeronáutica; o assassinato de Demócrito em 1945; suas primeiras leituras marxistas; sua inscrição para ir à guerra; a possibilidade de ir para o Rio de Janeiro, a desistência e o acidente com avião; o curso de mestrado nos EUA e sua opção pelo trabalho de campo; a reação americana no fim da guerra; fatos marcantes da passagem pelos EUA; episódio de racismo.

Fita 2 - Lado B
Continuação dos relatos do episódio de racismo; o primeiro casamento e as experiências de rapaz; a volta ao Brasil; as eleições no Brasil; o papel de Amílcar Barca Pellon e Aggeu Magalhães [pai] na organização do Centro; Aggeu (pai) e a organização da anatomia patológica de Pernambuco; comentários sobre Aggeu [pai]; a ida de Evandro Chagas a Recife; a criação do Serviço de Verificação de Óbitos e os primeiros estudos sobre esquistossomose; a construção do CPqAM; a indicação de seu nome para a direção do Centro; comentários sobre Barbosa Lima Sobrinho; o acompanhamento da construção do IAM; a inauguração do IAM e da Fundação Joaquim Nabuco; os funcionários do IAM; a esquistossomose; a criação dos centros de Belo Horizonte (MG) e da Bahia; as dificuldades financeiras no IAM e o financiamento por instituições estrangeiras; o controle da endemia de esquistossomose; as discussões contra os moluscicidas e o controle da esquistossomose no Egito.

Fita 3 - Lado A
As discussões sobre o uso dos moluscicidas e as tentativas com produtos naturais; a mudança de Instituto para Centro de Pesquisas; a publicação de trabalhos sobre os moluscicidas; os demais centros de pesquisa brasileiros; a pesquisa no Centro de Belo Horizonte; a política de controle da esquistossomose em Pernambuco; o uso de moluscicidas em meados da década de 1950 em caráter experimental; o trabalho na OMS; algumas experiências com moluscicidas no Egito; a Bayer e os moluscicidas; as desavenças na OMS; as pesquisas no CPqAM e a liberdade de contratação e demissão; a relação com Agamenom e Aggeu; as atividades na universidade; a demissão do CPqAM; a gestão do Centro e as relações políticas com os governos; o INERu na gestão de José Rodrigues da Silva; a aposentadoria precoce.

Fita 3 - Lado A
A experiência na OMS e os interesses políticos; o veto aos relatórios sobre restrições ao uso dos moluscicidas; a viagem a Gana; fatos marcantes na OMS; o retorno ao Brasil e os convites das universidades; o envolvimento com a educação médica e o cargo de presidente da ABEM; a escolha por Brasília e as divergências políticas; a relação com Pernambuco e a manutenção do trabalho no IAM; comentários sobre Francisco Arruda; o concurso de livre docência; comentários sobre o sistema de cátedras; a experiência em Brasília e a repressão na universidade; a aposentadoria especial; o título honoris causa; a gestão como diretor da Faculdade de Ciências da Saúde e as desavenças com o reitor; a criação da Associação de Docentes e sua participação; a invasão da Universidade de Brasília pela polícia; o financiamento de organizações internacionais de pesquisa.

Fita 4 - Lado A
O programa comunitário em Planaltina (cidade Satélite/Brasília); o cancelamento de convênios; a perseguição do reitor ao seu trabalho; referência a um documento papal sobre a absolvição de Galileu pela Igreja; o artigo 477: sua ação sobre os estudantes universitários e a posição da Congregação; o episódio na casa de um amigo ligado ao governo militar; o trabalho no Ministério da Educação, em Brasília; a perseguição em Brasília à sua esposa; as articulações com o CNPq; a Universidade de São Carlos; o processo eleitoral para reitor e a recusa da ministra; a separação da segunda esposa; Ernani Braga e o concurso para a Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp); a direção do Departamento de Epidemiologia e da Ensp; as atividades na ABEM; os quatro cargos ocupados na Fiocruz; a anistia e abertura política; a candidatura de Sergio Arouca para a Fiocruz; comentários sobre a política na Fiocruz.

Fita 4 - Lado B
O posicionamento político da Fiocruz; as novas diretorias e sua gestão; o Estatuto da Fundação; as dificuldades políticas; o retorno ao departamento e a criação do Núcleo de Estudos Samuel Pessoa; a aposentadoria na Ensp e o contrato como pesquisador visitante; o retorno a Recife; a incorporação ao CPqAM e o trabalho com esquistossomose; as homenagens recebidas; a Festa das Rosas e a arrecadação de fundos para o Hospital Centenário.

Renato Pacheco Filho

Entrevista realizada por André de Faria Pereira Neto e Sérgio Luiz de Alves Rocha, no Rio de Janeiro (RJ), nos dias 25 de novembro, 02, 08, 21 de dezembro de 1994 e 16 de janeiro de 1995.
Sumário
Fita 1 - Lado A
O trabalho de seu pai como médico de família; a morte de sua mãe; as brigas entre seu pai e a família de sua mãe; sua infância; suas experiências na escola Sarmiento; as influências na sua opção pela medicina.

Fita 1 - Lado B
Suas impressões sobre o Rio de Janeiro durante o período de sua infância no Jardim Botânico e Leblon; a atuação de seu pai como médico de família durante a gripe de 1918; referência ao seu pai como um homem preparado tecnicamente, ético e trabalhador; os problemas enfrentados por Renato Pacheco Filho para ingressar na faculdade de medicina; os primeiros anos na faculdade de medicina; o perfil socioeconômico dos estudantes de medicina em fins da década de 1920 e início de 1930; o sistema de aulas; as modificações introduzidas pela Reforma Rocha Vaz; as diferenças entre a Academia Nacional de Medicina e a Sociedade de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro; sua experiência no quarto ano da faculdade como acadêmico vacinador da Saúde Pública; o trabalho no quinto ano como interno "de clínica cirúrgica na faculdade de medicina".

Fita 2 - Lado A
Sua experiência como vacinador da Saúde Pública; a situação da assistência médica no Rio até 1907; os concursos públicos realizados por seu pai; a vida do estudante de medicina; a origem profissional dos pais de seus colegas de faculdade; como eram as aulas na faculdade; o cotidiano de um estudante de medicina (locais de estudo); o grau de dificuldade do curso; sua participação como secretário do Clube Atlético e como diretor da Federação Acadêmica; Santiago Dantas e a solidariedade a Washington Luís; suas relações com pessoas de 'esquerda' e de 'direita'; a Revolução de 1930 e o Movimento Integralista; o debate ideológico no meio estudantil; as atividades por ele desenvolvidas durante o estágio no serviço de Paulino Werneck; o segundo e o terceiro anos de faculdade; o seu primeiro vencimento como acadêmico vacinador da Saúde Pública.

Fita 2 - Lado B
O internato de propedêutica no quarto ano com Rocha Vaz; as diferenças entre os hospitais São Francisco de Paula, São Francisco de Assis e a Santa Casa; suas experiências como 'peru' (aluno que, por decisão pessoal, desenvolve trabalho com o professor sem ter vínculo institucional ou remuneração) na Santa Casa com Augusto Paulino; sua primeira experiência na sala cirúrgica como estudante; a personalidade do professor Rocha Vaz (1929); as modificações introduzidas no ensino após a reforma Rocha Vaz; a dinâmica das aulas; o número de internos por professor e o valor que recebiam; os internos e os internos voluntários.

Fita 3 - Lado A
Sua experiência como interno de clínica cirúrgica (1930/1934) com o Professor Figueiredo Baena; a personalidade deste professor e como ele atingiu a cátedra; sua experiência como 'peru' de Aldair C. Figueiredo; o trabalho com o Professor Figueiredo Baena: a remuneração e as atividades desempenhadas; como conciliava as atividades na profilaxia, na faculdade e no internato; a organização do ensino nas várias clínicas; o perfil profissional dos médicos que participavam da Academia Nacional de Medicina e do Sindicato dos Médicos; as diferenças entre estas duas instituições; a atuação de seu pai no SMB e na Confederação Brasileira de Desportos; o surgimento do Colégio Brasileiro de Cirurgiões; as instituições médicas dos anos 1920: a Academia Nacional de Medicina, a Sociedade de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro, o Sindicato Médico Brasileiro e o Colégio Brasileiro de Cirurgiões; as faculdades de medicina existentes quando de sua formatura; sua explicação para a existência de várias entidades representativas dos médicos; como ocorreu sua filiação ao SMB; algumas considerações sobre a representatividade do SMB; a visão do SMB sobre o processo de assalariamento.

Fita 3 - Lado B
As obrigações do médico assistente; seu desinteresse pela carreira do magistério; como conciliava o trabalho na faculdade e na Santa Casa (1931-1934); o trabalho com Figueiredo Baena em sua clínica privada; o funcionamento do serviço social da Santa Casa; sua opção pela cirurgia; os pré-requisitos, na época, para o trabalho do cirurgião (técnica versus habilidade); a delimitação da competência entre clínicos e cirurgiões; o conflito entre os cirurgiões e os leigos; o SMB e o combate às práticas médicas condenadas; sua nomeação (1933) para o cargo de cirurgião auxiliar da Prefeitura do Distrito Federal (Hospital do Pronto Socorro); a Reforma Pedro Ernesto e a carreira médica da Assistência; a situação dos hospitais antes da reforma; as diferenças entre os cargos de cirurgião auxiliar, adjunto, assistente e chefe de serviço; como os médicos conciliavam suas atividades na Assistência com sua clínica privada; como conseguiu montar o seu consultório particular e a constituição de sua clientela.

Fita 4 - Lado A
O consultório no Hospital São Francisco de Assis; seu tempo de trabalho no consultório; o trabalho com seu pai; a formação de sua clientela; o relacionamento com seus clientes; as características de sua clientela; seu período livre; a diferença entre o trabalho no hospital e na clinica privada; sua atuação no Souza Aguiar (1933); as origens do Souza Aguiar; a organização de seu espaço físico; sua importância para o atendimento de urgência na época; a organização dos seus serviços médicos (equipes ou serviços); a organização do trabalho dos acadêmicos neste hospital; a remuneração paga pelo paciente; o salário; a carga horária do hospital; a relação entre os médicos auxiliares e os assistentes; a sua ascensão dentro da Assistência; a perseguição da "cúpula" da Assistência a Dr Aldair Figueiredo; a volta dos 'carcomidos' depois da prisão de Pedro Ernesto; a comissão do Departamento Geral da Assistência; a prisão de Aldair Figueiredo.

Fita 4 - Lado B
A prisão de Aldair Figueiredo e a perseguição da 'cúpula' da Assistência; a participação na Comissão Organizadora do Formulário da Secretária Geral da Assistência (1938); a amizade com Pedro Nava; a obtenção do prêmio "Doutorandos de 1900" promovido pela ANM; a competição no meio médico da época; a atuação de Aldair Figueiredo na Revolução Constitucionalista de 1932; suas críticas ao então secretário da Assistência Publica, Irineu Malagueta, e a Monteiro Autran, seu chefe de gabinete; os motivos que levaram Getúlio Vargas a perseguir Pedro Ernesto.

Fita 5 - Lado A
A popularidade de Pedro Ernesto depois da Reforma; a eleição de Pedro Ernesto para a Prefeitura do Distrito Federal em 1934; a origem do dinheiro utilizado nas obras da Reforma Pedro Ernesto; as críticas feitas a Pedro Ernesto; o contato de Pedro Ernesto com Luiz Carlos Prestes; a Intentona Comunista (1935) e a participação de alguns auxiliares de Pedro Ernesto; Carlos Lacerda e a queda de Getúlio Vargas em 1955; a prisão de Pedro Ernesto; sua saída da prisão; o Dispensário Rocha Faria em Campo Grande: sua organização física e a composição das equipes; sua ida para Campo Grande e o acesso até lá naquela época; a clientela atendida; o tempo de serviço; sua transferência para o Paulino Werneck na Ilha do Governador; a inauguração dos hospitais construídos por Pedro Ernesto; a localização do Hospital Rocha Faria; o Hospital Paulino Werneck: a organização interna técnica do espaço; as especialidades existentes; o acesso ate lá; o número de leitos; o serviço; sua convivência com Pedro Nava; porque Pedro Ernesto fez os hospitais em locais onde não havia pacientes.

Fita 5 - Lado B
Sua convivência com Pedro Nava; a experiência no Hospital Carlos Chagas como chefe de clínica; os motivos de sua saída.

Fita 6 - Lado A
O Hospital Souza Aguiar (1933): as ocorrências, as especialidades e a organização dos serviços (equipes); as modificações introduzidas pela Reforma Pedro Ernesto; o critério de nomeação dos chefes de serviço; as ampliações no Hospital Souza Aguiar depois da Reforma Pedro Ernesto; as atribuições dos chefes de serviço,. o relacionamento entre clínicos e cirurgiões no Souza Aguiar; a clientela atendida; a remuneração paga pelo paciente; a Assistência Médica antes da Reforma Pedro Ernesto; a reação popular ao funcionamento do Pronto Socorro quando de sua inauguração; a faixa etária de seus colegas de trabalho; o Souza Aguiar como uma grande escola; como compatibilizava o seu horário no Souza Aguiar com o de seu consultório; a clientela de seu consultório; as diferenças entre a clínica privada ontem e hoje; as razões de sua saída do Souza Aguiar; as referências a Aldair Figueiredo; sua opinião sobre a Revolução de 1930.

Fita 6 - Lado B
Seu relacionamento com Pedro Ernesto; o serviço no Hospital Rocha Faria: o espaço físico, o número de equipes, sua constituição e clientela; sua ascensão de cirurgião assistente a chefe de serviço no Carlos Chagas; o serviço no Paulino Werneck; a comparação entre as clientelas do Souza Aguiar, do Paulino Werneck e do Rocha Faria; o motivo de sua saída do Paulino Werneck; como se tornou chefe de clínica do Carlos Chagas; quando começaram a ser construídos os hospitais Paulino Werneck, Carlos Chagas e Getúlio Vargas; a administração posterior à de Pedro Ernesto; o posto de afogados do Lido: os motivos para a sua fundação; a visão do SMB sobre a Reforma Pedro Ernesto; a atuação de Pedro Ernesto como interventor do Distrito Federal.

Fita 7 - Lado A
O posicionamento do Sindicato diante das reformas promovidas por Pedro Ernesto; a Faculdade de Ciências Médicas fundada por Rolando Monteiro; o relacionamento entre as faculdades e o SMB; o impacto das idéias de Pedro Ernesto sobre a assistência pública e sobre o mercado de trabalho médico; a posição do Sindicato com relação à criação do Conselho de Medicina; a proposta de fundação da Ordem dos Médicos; a reação da opinião pública à Reforma Pedro Ernesto; a saída de Pedro Ernesto da prisão; os motivos da popularidade de Pedro Ernesto; a posição de Pedro Ernesto em relação ao integralismo e ao comunismo; o trabalho na Ilha do Governador; os médicos da Assistência e seus consultórios particulares; o desvio de clientes para o consultório particular ontem e hoje; o status alcançado pelo trabalho na Assistência; sua nomeação para chefe de clínica do Hospital Carlos Chagas; o espaço físico do hospital; a organização das equipes.

Fita 7 - Lado B
O Hospital Carlos Chagas: a organização técnica do espaço, o número de leitos, a clientela, o número de médicos; a transfusão de sangue neste período; referências a Aldair Figueiredo e a sua saída e posterior reintegração na Assistência; o seu salário na assistência; a sua dedicação à profissão como exemplo herdado de seu pai; a atitude mercenária dos médicos de sua época; seu retorno ao Souza Aguiar e as diferenças em relação ao período anterior; seus atritos com os diretores do Hospitais Souza Aguiar e Carlos Chagas; sua transferência para o Méier.

Fita 8 - Lado A
Seu período como médico da Beneficência Portuguesa (1937-1941); o trabalho no ambulatório; o relacionamento entre diretor e médico do ponto de vista da determinação do número de clientes a serem atendidas; sua atuação na Revista Médica Municipal; as revistas médicas existentes no início da década de 1940; o Hospital Getúlio Vargas, o espaço físico e sua organização técnica, as especialidades, a constituição das equipes, o número de leitos e o sistema de trabalho; a criação da Associação Médica Brasileira; a fundação da AMDF.

Fita 8 - Lado B
As disputas entre a AMB e a AMDF; a origem do Conselho de Medicina e o concomitante refluxo do SMB; a AMB e a defesa dos interesses dos médicos paulistas; as relações entre a AMB, a AMDF e o Sindicato dos Médicos; sua candidatura à presidência da AMDF (1955); sua atuação como presidente da AMDF; suas relações com o presidente Juscelino Kubitschek; sua indicação para a comissão de estudos para a confecção do decreto presidencial que reconhecia o risco de vida para os médicos; a censura da AMB às iniciativas tomadas pela AMDF.

Fita 9 - Lado A
O pedido de prisão contra ele e os demais membros da AMDF sob a acusação de serem todos comunistas (1964); as disputas entre a AMDF, a AMB e a Sociedade de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro; de que maneira a SMCRJ tornou-se representante da AMB no Rio de Janeiro; os motivos da proliferação institucional no movimento médico; o SMB e a oposição à criação do Conselho de Medicina; a proposta de criação da Ordem dos Médicos; o achatamento salarial dos médicos de 1940 a 1952; a AMB e a palavra de ordem: "emprego único para os médicos"; as distorções do comportamento médico como efeito da baixa remuneração; os cargos que ocupou no Colégio Brasileiro de Cirurgiões; como se tornou presidente do CBC; a relação entre a participação em associações médicas e o status; sua atuação como presidente do CBC e suas principais contribuições ao CBC; o CBC hoje; a sua atuação no movimento da greve da letra 'O'.

Fita 10 - Lado A
A participação em entidades médicas; sua entrada para o Colégio Brasileiro de Cirurgiões (1932); o Colégio Brasileiro de Cirurgiões neste período; sua atuação como relator nas reformas estatutárias do Colégio; as diferenças entre o Colégio e a Sociedade de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro; o Colégio de Cirurgiões hoje; as diferenças entre o Colégio e as demais instituições médicas do período; os benefícios; por que não participou de maneira ativa do Sindicato; a clientela do Sindicato; como se tornou sócio do Sindicato; que tipo de relacionamento seu pai tinha com Álvaro Tavares; a atuação de Álvaro Tavares à frente do Sindicato; a posição do Sindicato com relação à entrada do Estado na Assistência Médica; as relações do Colégio com os professores das faculdades de medicina; sua participação em entidades médicas internacionais.

Fita 10 - Lado B
O perfil da profissão na década de 1940; as relações entre os médicos; as estratégias para angariar clientes; a importância do trabalho no serviço público; o seguro saúde e o credenciamento dos médicos como solução para os médicos; as relações entre a prática médica e a política; a constituinte de 1933 e a eleição do candidato dos médicos: Cumplido Sant'Anna; onde se formavam os médicos que atuavam no RJ; como eram as relações entre alopatas e homeopatas na década de 1940; a origem social de seus colegas de turma na década de 1930; a presença da medicina na imprensa leiga - os anúncios médicos; a posição contrária do SMB à criação do Conselho em 1945; as razões da demora da tramitação do Projeto 7.955 na Câmara; o Código de Ética de 1945.

Fita 11 - Lado A
O Código de 1945; as funções de um código de ética; como eram as relações entre os médicos na década de 1940; as conferências médicas: o que eram e como eram realizadas; a especialização da medicina e os dilemas éticos; as diferenças entre o médico assistente e o médico perito (1945); as relações entre os médicos e os farmacêuticos na década de 1940; a mercantilização da farmácia depois da Segunda Grande Guerra; os tipos de charlatanismo; o relacionamento do doente com o charlatão; a posição do Colégio Brasileiro de Cirurgiões em relação ao charlatanismo; os avanços técnicos na medicina; o desenvolvimento das lentes de contato depois da grande guerra; a posição do Conselho com relação ao charlatanismo; o segredo médico; os anúncios médicos e a indústria dos agradecimentos; o seguro saúde e a proletarização dos médicos; as consultas pelo rádio e pelos jornais; a entrada do Estado na Assistência Médica e as suas consequências para a prática médica.

Fita 11 - Lado B
A criação do seguro saúde no Brasil, na França, nos Estados Unidos e na Inglaterra; o funcionamento do seguro saúde no Brasil; sua relação com a autonomia profissional e com o mercado de trabalho médico; o trabalho gratuito; a transferência de pacientes da clínica pública para a clinica privada; o caso do "Dr. Pulha".

Fita 12 - Lado A
O perfil profissional do médico na década de 1950; a atuação do médico de família no início do século; as modificações no ensino prático da medicina na década de 1940; os limites de atuação do SMB; a atuação de Álvaro à frente do Sindicato; como o Sindicato via a opção dos médicos pelo serviço público; as faculdades existentes na época em que se formou; as razões para o declínio da clínica privada; sua opinião sobre o assalariamento e sobre a autonomia; o Sindicato e a crítica à Reforma Pedro Ernesto; a Reforma Pedro Ernesto e a ampliação do mercado de trabalho do médico carioca; a relação ambígua do Sindicato com relação a Pedro Ernesto; a verificação da indigência nos Hospitais da Assistência; as diferenças entre o Hospital do Pronto Socorro e o Dispensário do Méier.

Fita 12 - Lado B
O movimento de criação da AMDF; o perfil dos médicos participantes da AMB; a proposta de fundação de uma associação de bases nacionais; a criação da AMDF; a discriminação aos médicos cariocas da AMDF pela AMB; a participação dos médicos 'comunistas' na AMDF; as relações entre a AMDF e a greve da letra 'O'; os motivos da greve da letra 'O'; o veto ao projeto que criava a letra 'O' e a reação da AMDF; como foi obtido o aumento dos médicos pela AMDF; a repercussão da greve na imprensa.

Ermiro Estevam de Lima

Entrevista realizada por André de Faria Pereira Neto, Patrícia Loyola do Amaral e Sérgio Luiz Alves da Rocha, no Rio de Janeiro (RJ), nos dias 20 e 27 de abril e 01, 04 e 11 de maio de 1995.
Sumário
Fita 1 - Lado A
A infância em Bezerros e Recife (PE); seu fascínio pela engenharia mecânica; sua opção pela medicina: a influência de Paulo Afonso; o cotidiano na Faculdade de Medicina da Bahia; o vestibular para medicina em 1921; a entrada na faculdade; a família: a profissão de seu pai e de seus irmãos; a cidade de Bezerros na sua infância; o curso primário; a formação deficiente dos médicos deste período; os motivos de sua opção pela medicina; sua clientela em Bezerros e nas cidades vizinhas; as razões que o levaram a vir para o Rio de Janeiro: a influência de Álvaro Fróes da Fonseca; seus estudos de anatomia no Rio de Janeiro; a transferência de Fróes da Fonseca da Faculdade de Medicina da Bahia para a Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro; o concurso; sua vida como estudante na faculdade; sua carreira durante os dez anos em que se dedicou à anatomia; a Faculdade de Medicina da Bahia e o seu prestígio na época; o perfil de Ermiro Lima como estudante e professor; o primeiro concurso de docência na Faculdade de Anatomia.

Fita 1 - Lado B
A importância dos concursos para a docência: sua repercussão profissional e social; o apoio recebido por ocasião de seu primeiro concurso; sua transição para a otorrinolaringologia; as relações entre a anatomia e a cirurgia; a influência de Eduardo Morais na opção pela otorrinolaringologia; a dedicação à clínica de otorrinolaringologia; o trabalho no Hospital Santa Isabel (BA); Eduardo de Morais e o seu prestígio científico e político; as atividades desenvolvidas como auxiliar de ensino de Fróes da Fonseca; Fróes da Fonseca e Morais: símbolos de médicos eruditos; a trajetória de Fróes da Fonseca; o processo de especialização e as polêmicas a respeito; a influência da medicina americana; a trajetória profissional de Morais; sua tese de doutoramento.

Fita 2 - Lado A
O salvamento da vítima de osteonite; o regime de cobrança de honorários; sua recusa em estipular a quantia da consulta; sua clínica em Bezerros: organização do espaço físico, especialidades tratadas, localização; o perfil socioeconômico de sua clientela em Bezerros; o perfil de seus pais; o seu casamento em 1951.

Fita 2 - Lado B
A época de seus estudos em medicina na Bahia; o perfil socioeconômico e cultural dos estudantes de medicina da Bahia nos anos 1920; as diferenças entre a vida universitária em Pernambuco e na Bahia; a entrada na faculdade em 1920; a vida do médico neste período; sua clínica em Bezerros e o grande número de clientes; sua recusa em estipular o preço da consulta; suas atividades associativas no período universitário,. a participação na Sociedade Literária; os reflexos da semana de 1922 na faculdade de medicina; os reflexos da fundação do PCB sobre os estudantes de medicina da Bahia; as influências da atuação de Luís Carlos Prestes, Juarez Távora e Siqueira Campos; o movimento integralista e o comunista e sua repercussão sobre os estudantes de medicina da Bahia; sua amizade com Plínio Salgado; os debates entre as vertentes comunista e integralista na sociedade.

Fita 3 - Lado A
O atentado no Palácio Guanabara e os integralistas; as diferenças entre Gustavo Barroso e Plínio Salgado; a estrutura dos concursos para a faculdade; a remuneração do professor; seu concurso de livre-docência em anatomia no Rio de Janeiro (1928); Fróes da Fonseca e seu interesse pela anatomia e antropologia dos índios; suas relações com Roquete Pinto - diretor do Museu Nacional; seus estudos sobre a conformação nasal dos índios brasileiros; o convite de Fróes para se estabelecer no Rio de Janeiro; o período em que passou a exercer a otorrinolaringologia gratuitamente, visando seu aperfeiçoamento profissional; seu trabalho na Policlínica Geral do Rio de Janeiro; a formação de sua clientela particular; o consultório com Linhares; o consultório com a família Conde; um histórico da otorrinolaringologia; o trabalho no Hospital São Francisco de Assis; a cátedra na Universidade de Farmácia e Odontologia e a cátedra de anatomia da Faculdade de Odontologia da Universidade do Brasil; o prestígio do professor universitário; o concurso de 1944 com David Sanson.

Fita 3 - Lado B
A clientela da Policlínica; as especialidades existentes; a montagem de seu consultório; o mercado de trabalho para a otorrinolaringologia naquela época; a história da otorrinolaringologia no Brasil; a importância dos médicos Hilário de Gouvêa, João Marinho, Hélio Hungria e David Sanzon para o desenvolvimento da otorrinolaringologia no Brasil; seu concurso para a cátedra de anatomia (1939); sua entrada para a faculdade na década de 1950; seu período nos Estados Unidos no fim da Segunda Guerra Mundial.

Fita 4 - Lado A
A cronologia dos concursos realizados por Ermiro Lima: de 1928 a 1944; seu trabalho nos hospitais de Boston, Saint Louis e Filadélfia no ano de 1945; sua nomeação para diretor do Hospital dos Servidores do Estado (1947); sua atividade como docente; o horário do consultório e das aulas na faculdade,- a montagem de seu consultório particular; o prestígio conseguido através do incidente de 1944; o seu novo consultório: a localização; como conseguiu montar este consultório; o mercado de trabalho para o otorrino na época; as modificações feitas no consultório devido aos avanços tecnológicos; a relação entre médico e paciente; a relação entre os próprios médicos.

Fita 4 - Lado B
O prestígio na relação médico/paciente; o perfil teórico e o perfil artesanal dos médicos; as ligações entre a prática médica e a arte; sensibilidade e subjetividade versus tecnologia e objetividade no diagnóstico médico; os debates e controvérsias entre a generalidade e as especialidades em medicina; as relações entre a moral e o prestígio médicos; a concorrência entre a medicina e as outras formas de cura não-cientificas; a existência do charlatanismo diplomado; as condições de trabalho no hospital público; os fatores responsáveis pela cura.

Fita 5 - Lado A
A relação médico/paciente; a propaganda médica; o perfil socioeconômico de sua clientela; o estabelecimento de uma clientela fixa; a relação entre a docência e o consultório privado; o Hospital dos Servidores: tecnologia versus remuneração; o Hospital dos Servidores, local de prestígio médico; sua atividade associativa: a passagem no Sindicato Médico; comentários sobre Alvares Tavares de Souza; como se tornou líder da greve da letra "O"; a posição do Sindicato com relação ao assalariamento; a política classista do Sindicato; os motivos para a fundação da Associação Médica do Distrito Federal (AMDF).

Fita 5 - Lado B
Os motivos da proliferação associativa na categoria; as diferenças entre a AMDF, o Sindicato dos Médicos e a Associação Médica Brasileira (AMB); a posição dos médicos Alípio Correia Neto (cirurgião) e Jairo Ramos (pioneiro da cardiologia em SP), representantes paulistas da AMB contrários à AMDF; os motivos das divergências entre a AMDF e a AMB com relação à realização da greve; a posição do Sindicato contrária à greve; o perfil dos médicos que lideravam o movimento; os motivos para a escolha de Ermiro Lima para a presidência da AMDF; os motivos para a greve da letra "O"; a figura de Alencastro Guimarães, ministro do Trabalho, na época da greve da letra "O".

Fita 6 - Lado A
As razões para a fundação da Associação Médica do Distrito Federal (AMDF); o primeiro presidente da AMDF: Couto e Silva; as relações entre a AMDF e a AMB; a relação entre o associativismo e o prestígio médico; o relacionamento entre médicos e entre estes e seus clientes; a luta da AMDF pela aprovação do projeto de lei n° 1.082/50; o envolvimento do Sindicato dos Médicos, da AMB e da AMDF na campanha de aprovação do Projeto de Lei 1.082/50, que significava para os médicos atingir a letra "O".

Fita 6 - Lado B
Os motivos da greve da letra "O"; remuneração versus prestígio; as divergências no interior da categoria; os motivos que o levaram a liderar a greve da letra "O"; suas atividades associativas posteriores à liderança da greve; o protesto dos médicos no Palácio do Cateter o veto do presidente Café Filho ao Projeto de Lei n° 1.082/50; as concepções dos médicos sobre a greve; o que era a greve simbólica; sua prisão; a influência dos médicos comunistas no movimento; o processo de decisão das greves simbólicas ou jornadas de protesto.

Fita 7 - Lado A
Como foi decidido o início e o fim do movimento da letra "O"; a tendência esquerdista de Afrânio de Alencar Mattos (membro da diretoria da AMDF); a posição dos médicos Isnard Teixeira, Borreli, Júlio Sanderson, Carlos Grey e Renato Pacheco com relação à greve da letra "O" e as suas relações com a AMDF; o posicionamento da Academia Nacional de Medicina em relação à greve; o interesse do governo em rotular a greve como um movimento comunista; o posicionamento da imprensa em relação à greve da letra "O"; o boicote aos laboratórios farmacêuticos de Assis Chateaubriand; o final do movimento: ganhos e perdas; o samba "Maria Candelária" e sua relação com o movimento grevista sobre a letra "O"; o novo Código de Ética proposto pela AMB em 1953.

Fita 7 - Lado B
A AMB em 1953; a origem da AMB; as relações conflituosas entre a AMDF e a AMB; a criação do Conselho de Medicina em 1957 e a aprovação do Código de Ética em 1953; os motivos que levaram a AMB a propor um novo Código de Ética nos anos 1950; a oficialização do código em 1957; a normatização da relação entre os médicos; o desvio de clientes; as relações entre médicos e pacientes; a relação entre o médico especialista e o médico generalista ou antigo médico de família; o processo de especialização da medicina.

Fita 8 - Lado A
As modificações introduzidas na prática médica pela incorporação de novas tecnologias; o funcionamento dos hospitais hoje; o surgimento das especialidades médicas; a contribuição da sofisticação dos instrumentos para a especialização médica; a interrelação entre as várias especialidades médicas; a predominância no código de 1957 do médico generalista sobre o especialista; a relação médico/paciente; o cliente privado e o cliente público; a clínica no Hospital São Francisco e o convívio com clientes de diversas camadas sociais; a primeira diretoria do Conselho de Medicina; as reuniões do Conselho; considerações sobre si mesmo e sobre Álvaro de Mello Dória: os representantes da AMEG na chapa vitoriosa que assumiu o Conselho em 1958.

Fita 8 - Lado B
Os debates nas reuniões do Conselho sobre medicina geral e especializada; a relação médico/médico; a relação médico/paciente; as modificações ocorridas no mercado referente à otorrinolaringologia; a história da otorrinolaringologia; os avanços técnicos e a especialização na otorrinolaringologia; a restrição do campo de atuação na área da otorrinolaringologia; o caso da fonoaudiologia; o perfil do paciente "ideal"; os princípios do exercício da medicina: segredo profissional, liberdade de escolha do paciente em relação ao médico.

Fita 9 - Lado A
Os princípios da medicina: a liberdade de prescrição; a liberdade de ter o seu próprio consultório; o pagamento no ato da consulta; algumas considerações sobre a carga de trabalho médico; a concorrência entre a medicina, o curandeirismo, o charlatanismo e as práticas espíritas; o caso da homeopatia; a distinção entre o curandeiro e o charlatão; a presença do deputado Tenório Cavalcanti nas assembleias sobre a deflagração da greve da letra "O"; agradecimentos e palavras finais.

Antônio Jorge Abunahman

Entrevista realizada por André de Faria Pereira Neto, Érika Gemino Mendes e Sérgio Luiz Alves da Rocha, em Niterói (RJ), nos dias 31 de maio, 06, 13 e 21 de junho de 1995.
Sumário
Fita 1 - Lado A
A chegada dos pais, imigrantes libaneses, ao Rio de Janeiro em 1907; a instalação da família em Neves (São Gonçalo); a mudança para Cachoeiras de Macacu; sua infância e vida escolar em Cachoeiras de Macacu; o período no colégio interno, em Petrópolis, e no ginásio, em Niterói; o vestibular para medicina; a vida de estudante de medicina; a influência de Almir Madeira na opção pela medicina; a atividade de comerciante do pai; o reencontro com Almir Madeira como aluno da faculdade; seu irmão, Emílio Abunahmam; a morte de dois de seus irmãos; as condições de saúde de Cachoeiras no período da infância; a família; o regime disciplinar do colégio em Petrópolis; a fundação da Academia Literária e do jornal O Acadêmico; sua experiência de vida fora de casa; o relacionamento com o pai; o desejo de participar da Revolução de 1930; a simpatia inicial por Getúlio Vargas e a posterior decepção; a política em Cachoeiras de Macacu em 1930; o início da faculdade de medicina em 1932; o entusiasmo pela medicina; as transformações ocorridas na medicina durante seu período na faculdade; a visão da época sobre a tuberculose; o tratamento de ricos e pobres; as terapias utilizadas na época; a aplicação do pneumotórax nas mulheres.

Fita 1 - Lado B
O prestígio da carreira de médico; a influência exercida por Almir Madeira; as faculdades de medicina do Rio de Janeiro e de Niterói; sua opção pela faculdade em Niterói; como era realizado um exame de coração; a importância do exame clínico na "medicina sacrificada" de seu tempo; os raios X, um dos poucos recursos tecnológicos da época; o paralelo entre o diagnóstico feito hoje e o do tempo em que atuava como médico; o relacionamento do médico com seus pacientes; o número de formandos em medicina e sua péssima formação; o excesso de faculdades de medicina no Brasil; a origem social de seus colegas de faculdade; como sobrevivia durante o período da faculdade; as experiências na faculdade; sua opção pela tisiologia, influenciado pelo professor Mazine Bueno; o debate entre comunistas e integralistas na Faculdade; a recusa em participar da política partidária; sua opinião sobre o período do Estado Novo.

Fita 2 - Lado A
Mazine Bueno e sua influência sobre a opção de Abunahmam pela tisiologia; o trabalho como interno no Hospital de Isolamento do Barreto; os métodos para tratar os casos mais graves; o aparecimento dos quimioterápicos; a preocupação com o contágio pela tuberculose; as precauções tomadas; as outras doenças dos pulmões; a mortalidade dentro do hospital; sua participação, como estudante, no primeiro curso de especialização em tuberculose do país (1937); sua dedicação aos pacientes tuberculosos (incuráveis); o surgimento do remédio contra a tuberculose em 1947; as consequências do abandono do tratamento antes da cura da doença; a satisfação por ter a certeza de ter cumprido o dever de médico; a monitoria na cadeira de tisiologia; como conseguiu um lugar no hospital público Ary Parreiras; o Hospital Ary Parreiras: o regime de trabalho, a localização, a clientela, as especialidades e o espaço físico; como encarava o risco de vida no trato cotidiano com a tuberculose; o sanatório montado em sociedade com outros dois colegas em Nova Friburgo; o período como interno do Hospital Escola São João Batista.

Fita 2 - Lado B
A organização do horário entre as aulas na faculdade, o internato no Hospital Escola e no Ary Parreiras; os colegas de faculdade e a vida de estudante; a atuação como diretor do Hospital Ary Parreiras e as dificuldades que teve que enfrentar; o período em que dirigiu o dispensário de tuberculose no Centro de Saúde São Lourenço; o cadastro dos doentes e a carteira de saúde; como dividia o tempo entre o dispensário, a atividade docente e o consultório; a sublocação de seu primeiro consultório; as primeiras aquisições para o consultório; a sua organização física; o medo dos pacientes em permanecer próximos uns dos outros; as 140 mil fichas deixadas quando se aposentou; algumas considerações sobre Jorge Eduardo Manhães de Carvalho, seu substituto na clínica; como adquiriu o consultório e o aparelho de raios X; a clientela de classe média e a diferença dos pacientes do dispensário; a relação entre a clientela do hospital e a do consultório; a cobrança de honorários.

Fita 3 - Lado A
A clientela do interior e os tipos de pagamento; o relato de um caso curioso; a difícil vida de médico; seu constrangimento em receber os honorários diretamente das mãos dos clientes; o serviço público coma fonte de aprendizagem e experiência profissional; a importância da consideração pelos pacientes; os atendimentos gratuitos que realizava; as transformações tecnológicas na ciência médica; um histórico dos. tratamentos contra a tuberculose; a reação dos médicos à vacina BCG; a aplicação do pneumotórax e seu efeito no tratamento da tuberculose; Mazine Bueno: um dos maiores especialistas em tuberculose do Brasil; referências às suas amizades com Aloysio de Paula, José Rosemberg, Germano Gerardt Filho e Nilton Bethlem; sua amizade com Manoel de Abreu; a cultura humanista dos médicos de sua época; a situação do tratamento da tuberculose no Brasil e no exterior; a ação do governo com relação ao combate à tuberculose.

Fita 3 - Lado B
A ação do governo com relação ao combate à tuberculose nas décadas de 1930/1940; a utilidade dos sanatórios no combate à tuberculose; a introdução dos quimioterápicos no tratamento da tuberculose; os avanços do tratamento e as modificações na relação entre o médico e seu paciente; o que eram as hemoptises.

Fita 4 - Lado A
As especialidades na década de 1940 e a comparação com a situação atual; algumas considerações sobre o número de formandos das faculdades de medicina em 1937; a limitação do número de vagas pelo governo em 1932; a importância atual do Sindicato dos Médicos; o Primeiro Conselho Federal de Medicina (1944/45); sua atuação como presidente do Conselho Regional de Medicina de Estado do Rio de Janeiro (1956); o Código de 1945 e a proibição à "concorrência desleal" e aos anúncios de curas milagrosas; a importância das conferências médicas; as associações médicas e sua importância para o aprendizado do médico; o papel do médico perito; o relacionamento entre médicos e farmacêuticos; a fiscalização do charlatanismo ontem e hoje; as práticas utilizadas pelos curandeiros e o relacionamento entre médicos alopatas e homeopatas; o segredo médico.

Fita 4 - Lado B
A indústria dos agradecimentos; seu posicionamento diante do assalariamento; o salário dos médicos nas décadas de 1940 e hoje; as consultas gratuitas; a atuação do Conselho depois de 1956, as normas para os anúncios médicos estabelecidas pelo Conselho; a entrada de jovens médicos no mercado de trabalho e a introdução de novos métodos; as modificações na medicina a partir de 1950; sua atuação à frente do Conselho filiando os médicos; o período em que foi presidente da Associação Médica Fluminense (AMF); o receio dos médicos se filiarem ao Conselho; a criação da Associação de Medicina e Cirurgia de Niterói (1920); como se tornou presidente da AMF em 1956; seu desinteresse pela política partidária; o status do cargo de presidente da AME.

Fita 5 - Lado A
O movimento da "Letra O" em Niterói, sua atuação à frente do Conselho; o processo de escolha dos primeiros presidentes dos conselhos regionais; as obrigações dos médicos para com o Conselho; a imagem do Conselho como um órgão apenas punitivo; as estratégias de convencimento utilizadas por ele para filiar os médicos ao Conselho; o desconhecimento do Código de Ética de 1957; João Gomes da Silva: seu sucessor no Conselho.

Fita 5 - Lado B
A sua participação em congressos internacionais; as relações entre os médicos clínicos e os sanitaristas; como conciliava as atividades do consultório, da docência e do Hospital São Lourenço; a importância do trabalho desenvolvido lá; o prestígio do professor universitário; o receio dos médicos de optarem pela tisiologia; a relação entre a cátedra e o consultório particular; o risco de o médico contrair a tuberculose e os cuidados que ele tomava para evitar a doença; a aplicação de pneumotórax; o relacionamento entre médico e enfermeira.

Fita 6 - Lado A
O comportamento dos doentes de diferentes classes sociais diante das determinações médicas; o pavor das famílias e dos pacientes diante da hemoptise; como tratava hemorragia, como identificava o pulmão afetado sem dispor de qualquer tipo de equipamento; o relacionamento do médico com o doente e sua família; a gratidão dos doentes; o exame dos pacientes hoje, a evolução da medicina nos últimos 50 anos; sua crítica à utilização, sem critérios, da tecnologia médica; a dedicação ao estudo e a formação humanista dos médicos de seu tempo; as razões de ter participado da vida associativa; o status conferido às lideranças médicas; as razões de seu sucesso como médico tisiologista em Niterói; a participação dos médicos comunistas na Associação Médica Fluminense; sua indicação para a presidência do Conselho Regional; sua atuação à frente do Conselho; a indicação de seu sucessor; a disputa pela presidência da Associação Médica.

Fita 6 - Lado B
O medo dos médicos de que o Conselho fosse apenas um órgão punitivo; o aumento de sua popularidade depois de ter sido presidente do Conselho; sua falta de conhecimento do texto do Código de 1957; o relacionamento entre os médicos em Niterói; os anúncios de curas milagrosas para doenças incuráveis; as razões de seu sucesso profissional; sua emoção como médico diante da vida e da morte; os remédios que curam a tuberculose; a ação dos curandeiros hoje; a ação do Conselho com relação aos curandeiros durante a sua gestão; as razões para a diminuição do mercado de trabalho para o tisiólogo; um paralelo entre a formação dos médicos em seu tempo de estudante e de hoje; o relacionamento médico/ paciente hoje; sua opinião sobre o paciente ideal ontem e hoje; o segredo profissional; a liberdade do paciente em escolher o médico; a autonomia do médico.

Fita 7 - Lado A
O pudor em receber os seus honorários das mãos dos pacientes; o estímulo dado a sua carreira pelo Dr. Mazine Bueno; Dr. Jorge Eduardo Manhães de Carvalho: o continuador de sua clínica e de seu consultório.

Carlos Renato Grey

Entrevista realizada por André de Faria Pereira Neto e Sérgio Luiz da Rocha, no Rio de Janeiro, nos dias 18, 24 e 31 de outubro e 6, 14 e 28 de novembro de 1994.
Sumário
Fita 1 - Lado A
As influências para a escolha da carreira de médico; a atuação de seu pai durante a gripe espanhola; a formação do pai; o curso primário com a tia Josefina Calvet; a organização do sistema de ensino na época; a atuação do pai como professor substituto na cadeira de ginecologia da Faculdade do Paraná; a influência do primo Jorge de Moraes Grey; o convívio com os colegas da faculdade em sua casa; o serviço de Jorge Soares de Gouvêa no Hospital São Francisco de Assis: a grande escola cirúrgica do Rio de Janeiro; a Santa Casa da Misericórdia: a primeira escola cirúrgica do Brasil; a importância do Rio de Janeiro como centro de formação de médicos; como foi sua entrada para o serviço de Jorge Gouvêa; a situação da cirurgia de crânio no Brasil no início do século e o pioneirismo de Alfredo Monteiro.

Fita 1 - Lado B
Alfredo Monteiro: um pioneiro da cirurgia de crânio no Brasil; a morte de seus irmãos; alguns fatos sobre a família; as relações com o primo Jorge de Moraes Grey; o período como interno no Hospital São Francisco; a condição sócio-econômica de sua família; os centros de formação em medicina, engenharia e direito no país; a Lei Rocha Vaz: a estrutura do ensino e a dinâmica dos exames; a volta de sua família do Paraná em 1926 e a mudança para o Flamengo (RJ); a situação da cirurgia de úlcera ontem e hoje; seu pai: sua formação e a área de atuação.

Fita 2 - Lado A
A formação de seu pai no Instituto Pasteur; suas lembranças sobre a gripe espanhola; a atuação de seu pai neste período na Tijuca, Andaraí e Vila Isabel (RJ); as dificuldades iniciais de inserção no mercado depois de formado; seu trabalho no consultório do primo Jorge de Moraes; referências a Evandro Chagas, seu professor na cadeira de medicina tropical; seu trabalho no Nordeste (1940-1942), no Centro de Estudos da Malária (convênio com a Fundação Rockefeller); o sucesso de seu trabalho no Nordeste; sua trajetória associativa no Ginásio Paraense; seus pais; a concorrência como exercício permanente rumo à perfeição; o ingresso na faculdade de medicina; a relação entre a generalidade e a particularidade na medicina; sua participação na fundação da Sociedade Brasileira de Urologia.

Fita 2 - Lado B
Sua formação na faculdade: a ênfase na embriologia e na anatomia; a relação entre a generalidade e a especialidade; a fundação da Faculdade de Medicina de São Paulo pela Fundação Rockefeller; a evolução da cirurgia no Rio de Janeiro; o 'feudo' na cirurgia carioca do período; os institutos como instrumentos de democratização do acesso ao mercado de trabalho médico; o governo Getúlio Vargas e algumas de suas realizações; sua opinião sobre como deveria ser a organização dos serviços de saúde no Brasil de hoje; o prestígio da profissão médica no início do século; a importância da hierarquia salarial no hospital; o vestibular para medicina na década de 1930: o grau de dificuldade, o número de vagas, o sistema de avaliação.

Fita 3 - Lado A
As lembranças de seus colegas de turma na faculdade; a estrutura curricular do curso de medicina; algumas das técnicas utilizadas na cirurgia na época; referências aos chamados médicos medalhões e a convivência destes com os médicos mais novos; o cotidiano das aulas na faculdade; seu período como monitor na faculdade de medicina; o processo de avaliação na faculdade; os amigos de faculdade.

Fita 3 - Lado B
A experiência associativa na época do Ginásio Paranaense e depois na faculdade de medicina; como se tornou líder no período da faculdade; a França: centro médico e filosófico mundial da época; referências ao Bloco Operário Camponês; sua posição crítica diante dos regimes totalitários durante a Segunda Guerra Mundial; as relações internacionais no pós-Segunda Guerra; sua participação política na época da faculdade; a situação política brasileira: a Aliança Nacional Libertadora e o Partido Integralista Brasileiro de Plínio Salgado; a hegemonia dos integralistas na faculdade e a sua posição destoante; sua escolha para orador na formatura de 1937; as polêmicas no movimento estudantil no período na faculdade; sua participação na Revolução Constitucionalista de 1932.

Fita 4 - Lado A
Sua participação no Movimento de 1932; os objetivos do Movimento de 1932; o posicionamento de integralistas e comunistas com relação ao Movimento de 1932; a Revolução de 1935; o regime da 'copa e cozinha'; seu trabalho como jornalista da Agência Brasileira; a 'compra' de empregos; a UDN e o PSD; a competição como exercício para o aperfeiçoamento; sua atuação como diretor de intercâmbio do Diretório Central dos Estudantes; as reivindicações do movimento estudantil de sua época; a atuação de Anísio Teixeira na área educacional.

Fita 4 - Lado B
A preocupação, durante a sua formação, com a generalidade; seu período na Cruz Vermelha; o interesse pela microbiologia; seu período como monitor de histologia; as atividades realizadas pelos internos; os recursos da medicina da época; sua atuação, depois de formado, no Hospital São Francisco; o relacionamento do médico assistente com os chamados médicos 'medalhões'; como conciliava os vários trabalhos; a experiência do Hospital do Pronto Socorro na cirurgia de urgência; a vivência no Hospital do Pronto Socorro; o trabalho com seu primo Jorge (1938).

Fita 5 - Lado A
Sua atividade no consultório do primo Jorge; o concurso como possibilidade de 'alçar voo' - autonomia técnica; o concurso dos comerciários como o momento profissional mais importante de sua vida profissional; o processo seletivo do Colégio Brasileiro de Cirurgiões ontem e hoje; o processo de avaliação na faculdade; o professor Evandro Chagas e a proposta de trabalho em medicina tropical; a ida para o serviço de malária do Nordeste (1940-1042); a importância da erradicação do mosquito anofelino no Nordeste; seu trabalho no serviço do primo Jorge de Moraes no Hospital Nossa Senhora do Socorro; seu consultório particular; seu trabalho como médico na Embaixada Americana.

Fita 6 - Lado A
A erradicação do mosquito anofelino e seu trabalho posterior; como foi selecionado para este trabalho no Nordeste; a importância do trabalho nos hospitais públicos: aquisição de experiência; o convite feito a ele por Evandro Chagas para trabalhar no Nordeste, o curso de propedêutica médica com Feijó; a preparação para o concurso do Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Comerciários; como conciliava suas várias atividades; o seu consultório: a clientela, a constituição física; a aprovação no concurso do Instituto dos Comerciários e as consequências para a sua carreira profissional; o Hospital Nossa Senhora das Vitórias; a amizade com Euclides Figueiredo.

Fita 6 - Lado B
Suas relações com Euclides Figueiredo; os efeitos profissionais de sua aprovação no concurso para o Instituto dos Comerciários; a compra do atual Hospital de Ipanema pelo Instituto dos Comerciários; o movimento para pôr fim ao "regime da copa e cozinha" em 1944; a atuação de Álvaro Tavares de Souza à frente do Sindicato dos Médicos; sua participação no IV Congresso Médico Sindicalista e suas propostas; a briga com os 'senhores feudais da cirurgia' pelo pagamento de seus auxiliares, participação de Getúlio na criação do Conselho e na reformulação do Código; a queda de Getúlio e a ascensão de Dutra; o conflito entre o PSD e a UDN; a composição do Conselho Provisório de Disciplina Profissional; a posição política de Álvaro Tavares de Souza; o relacionamento entre Tavares de Souza e o presidente Getúlio Vargas; as limitações do presidente Dutra.

Fita 7 - Lado A
O atentado da rua Tonelero; Getúlio Vargas e sua compulsão pelo poder; as causas da queda do presidente Getúlio Vargas em 1945; o IV Congresso Médico Sindicalista: perfil de seus participantes e de seus principais temas; a necessidade da reformulação ética e administrativa; a seleção para o internato ontem e hoje.

Fita 7 - Lado B
O processo de seleção de internos para o serviço de Jorge de Gouvêa; o crescimento da medicina em São Paulo com a fundação da faculdade de medicina; os motivos que levavam os médicos a participar do IV Congresso Médico Sindicalista; o Sindicato e suas funções éticas e administrativas; a repercussão das ações do Sindicato entre a categoria médica; os anúncios médicos e a ação do Sindicato; os anúncios médicos hoje; a divisão entre a Academia Nacional de Medicina e o Colégio Brasileiro de Cirurgiões; o processo seletivo para o Colégio na época de seu ingresso; a fundação do Colégio; a Sociedade de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro: suas funções e atuação; sua opinião sobre a maneira pela qual os serviços de saúde deveriam ser organizados.
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Fita 8 - Lado A
As dificuldades de inserção no mercado nas décadas de 1930 e 1940; o aparecimento da residência médica no Brasil; os donos da cirurgia no Rio de Janeiro; o significado da carreira universitária (docência); o serviço do hospital como uma forma de realizar sua formação técnica; a Fundação Rockefeller e a criação do hospital da Faculdade de São Paulo; a Revolução de 1930 e os seus efeitos sobre o mercado de trabalho médico; a criação das Caixas como um novo elemento na reordenação do mercado de trabalho médico; sua ida ao Nordeste a partir de um convênio com a Fundação Rockefeller; as facilidades de inserção no mercado de trabalho para os médicos sanitaristas; o relacionamento entre os médicos 'medalhões' e os médicos assistentes.

Fita 8 - Lado B
As deformações no processo de constituição dos serviços médicos dos institutos; as três fases da cirurgia no Rio de Janeiro: a Santa Casa, o Pronto Socorro e os Institutos; a imprensa médica da época; o serviço dos médicos nas Caixas; seu trabalho no Instituto dos Comerciários; seu Serviço no Board Economic Affairs (Embaixada Americana); o aprendizado no Hospital Nossa Senhora do Socorro; o aspecto caritativo da prática médica do período; o surgimento da Previdência e a diminuição dos pacientes pobres na Santa Casa; a qualidade técnica do corpo de médicos do Instituto dos Industriários e dos Comerciários; a experiência adquirida no estágio no Hospital do Pronto Socorro; a primeira cirurgia de coração no Brasil.

Fita 9 - Lado A
A natureza da prática cirúrgica; o erro médico; os concursos como forma de elevar o nível do serviço; o processo de formação dos residentes; a residência na formação de bons profissionais,. a residência hoje; como o médico conquistava sua clientela; a competição como forma de aperfeiçoamento; o processo de especialização na urologia e na medicina em geral; a relação entre a generalidade e a particularidade; sua opção pela urologia; a formação de seu pai; a concorrência no mercado de trabalho médico.

Fita 9 - Lado B
Sua opção pela urologia; a 'escola' de Jorge de Gouvêa; as principais especializações da medicina no seu período de formado; a insatisfação dos médicos recém formados com as limitações do mercado de trabalho; sua preparação para o primeiro concurso público; a tentativa de ir aos Estados Unidos como bolsista; a abertura dos concursos; sua entrada no Sindicato juntamente com outros médicos recém-formados; os objetivos do IV Congresso Médico Sindicalista; seu atrito com Álvaro Cumplido Sant'Anna em relação ao valor do salário mínimo.

Fita 10 - Lado A
A reunião com o presidente Getúlio Vargas para expor as deliberações do IV Congresso Médico Sindicalista; as sugestões do presidente em relação à criação do Conselho de Medicina; os membros do Conselho Provisório de 1945; a importância do IV Congresso Médico Sindicalista; sua atuação neste Congresso; sua explicação para a queda de Getúlio Vargas.

Fita 11 - Lado A
O horário do consultório; o significado profissional da aprovação no concurso para o Instituto dos Comerciários; o concurso: número de vagas, candidatos, estrutura das provas; a relação entre o concurso para os Comerciários e a sua clínica particular; o regime de trabalho no Instituto dos Comerciários: salário, carga horária e o cotidiano de trabalho; a discussão em torno da acumulação de empregos pelos médicos nas décadas de 1930 e 1940; sua crítica à acumulação de empregos pelos médicos; sua participação em associações cientificas; a preocupação em 'fazer clínica'.

Fita 11 - Lado B
As referências à sua capacidade de estudo e aos motivos que o levavam a participar de associações cientificas; suas críticas ao Código de 1931; as razões que o levaram a participar do Conselho de Medicina; a exploração dos médicos assistentes pelos denominados médicos 'medalhões'; a exploração dos médicos pela Santa Casa; sua posição em relação à ação dos charlatães e curandeiros; sua proposta para a organização dos serviços de saúde; a luta pelo estabelecimento da residência nos moldes americanos; a questão da livre escolha do médico pelo paciente; como atuava o Sindicato com relação à propaganda médica na imprensa leiga; a ação do Colégio Brasileiro de Cirurgiões com relação à propaganda médica na imprensa leiga.

Fita 12 - Lado A
Sua opinião sobre os anúncios médicos na imprensa leiga; o direito dos pacientes em manter a sua privacidade; as opiniões do Conselho sobre a questão dos anúncios; a importância do sigilo médico; a situação da indústria farmacêutica no Brasil nas décadas de 1930 e 1940 e também na atualidade; a utilidade para os serviços de saúde dos consultórios localizados nas farmácias; Pedro Ernesto e a ampliação dos serviços de saúde no Distrito Federal; as conferências médicas: o que eram, como se realizavam; a medicina como ciência conjecturai e sua tendência a tornar-se uma ciência exata; a relação entre o médico generalista e o especialista; o médico assistente (Código de 1931); a tendência da medicina para utilizar o diagnóstico feito pela imagem.

Fita 12 - Lado B
A opinião do Conselho sobre a questão do atendimento gratuito; as discussões sobre o salário mínimo dos médicos; sua opinião sobre o Sistema Único de Saúde; as 'disputas ideológicas' no movimento médico depois de 1964; sua opinião sobre a ação do Estado com relação aos serviços de saúde: como e a quem atender; como deve ser a remuneração do médico; a relação entre o Conselho e os médicos; a conjuntura política nacional na década de 1940; a atuação do Conselho hoje; a representatividade do Conselho nas décadas de 1940 e 1950; as disputas eleitorais para o Conselho hoje; o atual desrespeito ao Código de ética; a greve da letra 'O'.

Fita 13 - Lado A
A ação da Santa Casa revertendo as decisões do IV Congresso Médico Sindicalista; sua fama de comunista; a diferença entre a liberdade e o livre arbítrio; o impacto da Reforma Pedro Ernesto sobre o mercado de trabalho médico; os motivos da prisão de Pedro Ernesto; a queda de Getúlio Vargas em 1945; um balanço de sua vida profissional; a evolução da urologia e da cirurgia no mundo e no Brasil; os efeitos dessa evolução sobre a prática médica; o avanço tecnológico e a desumanização da medicina; a tendência da medicina a tornar-se no futuro uma ciência exata.

Fita 13 - Lado B
Os motivos de sua entrada no Colégio Brasileiro de Cirurgiões; a situação do Colégio Brasileiro de Cirurgiões e da Academia Nacional de Medicina ontem e hoje; a relação da medicina alopata com as práticas denominadas 'alternativas'; as contribuições da psicanálise à pratica médica; a medicina e sua tendência a tornar-se ciência exata; as relações entre a medicina científica e a medicina popular; a medicina e o espiritismo; os fatores que auxiliaram a sua formação profissional.

Fita 14 - Lado A
As características do paciente ideal; o relacionamento médico/paciente; os princípios básicos do exercício profissional; as dificuldades causadas por seu parentesco com Jorge Moraes Grey; suas relações de trabalho com seu primo Jorge de Moraes Grey.

Fita 15 - Lado A
O Dr. Grey tece alguns comentários sobre uma série de fotografias por ele escolhidas.

Herman Lent

Entrevista realizada por Flavio Coelho Edler e Wanda Suzana Hamilton, no Rio de Janeiro (RJ), nos dias 12, 20 e 27 de setembro, 11 e 21 de outubro, 8 e 23 de novembro de 1994.
Sumário
Fita 1 - Lado A
Comparação entre os cientistas da década de 1920 e dos tempos atuais; considerações sobre a trajetória escolar e sua opção pela medicina; alusão ao currículo e aos professores da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro (FMRJ), da Universidade do Brasil, no período da graduação no final dos anos 1920; a opção pela carreira científica e o relato da primeira tentativa de ingresso no IOC; a influência de Carlos Chagas em sua matrícula no Curso de Aplicação do IOC.

Fita 1 - Lado B
O ingresso no Curso de Aplicação do IOC, reflexões sobre o ensino neste curso e o perfil de Lauro Travassos; o estágio no Laboratório de Helmintologia, em 1932; breve referência à sua relação com João Ferreira Teixeira de Freitas; o Curso de Aplicação do IOC e seus professores; reflexões sobre o projeto de Oswaldo Cruz para o IOC; a formação em medicina; breve comentário sobre Carlos Chagas Filho, fundador do Instituto de Biofísica, da UFRJ; considerações sobre a FMRJ; o perfil de João Ferreira Teixeira de Freitas; menção às aulas ministradas por Carlos Chagas no anfiteatro da FMRJ.

Fita 2 - Lado A
Comparações entre a FMRJ e o Curso de Aplicação do IOC; a opção pela medicina; o perfil de Haity Moussatché; menção à sua contratação como assistente de Lauro Travassos na cadeira de zoologia da Faculdade de Ciências da UDF, em 1935; comentários acerca da Lei de Desacumulação de Cargos Públicos (1937) e a opção por permanecer no IOC; o perfil do professor Aristides Marques da Cunha, do Curso de Aplicação do IOC; as refeições no IOC; o perfil de Adolpho Lutz, Joaquim Venâncio, Miguel Ozório de Almeida e Carneiro Felipe.

Fita 2 - Lado B
As aulas ministradas por Lauro Travassos no Curso de Aplicação do IOC; considerações sobre o perfil de Lauro Travassos e a influência recebida na opção pela helmintologia; o perfil de Costa Lima; o período em que foi estagiário de Lauro Travassos; o perfil de Carlos Chagas; o trabalho na Seção de Zoologia Médica com Lauro Travassos; referência à importância da Coleção Helmintológica; a evolução da biologia e a influência da tecnologia nas linhas de pesquisa; o perfil de Miguel Ozório de Almeida; a importância da taxonomia para o pesquisador; os tipos conhecidos de helmintos; as excursões de coletas promovidas por Lauro Travassos; comentários sobre a tradição de realizar excursões de coletas de espécies no IOC; breve comentário sobre a doença de Chagas.

Fita 3 - Lado A
A primeira expedição de coleta; breve relato sobre o perfil de M. Cavalcanti Proença; os discípulos de Lauro Travassos no estado de São Paulo; considerações sobre o Boletim Biológico e os procedimentos técnicos após a coleta de material; a importância em publicar a respeito da descoberta de novas espécies; a importância da atualização bibliográfica na pesquisa; o convite de Pedro Wygodzinsky para permanecer em Nova York, com financiamento da Fundação Rockefeller; reflexões sobre o uso da expressão “Escola de Travassos” no IOC; considerações sobre o perfil de Lauro Travassos.

Fita 3 - Lado B
O perfil de Lauro Travassos; as publicações Ciência Médica, Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, Memórias do Instituto Butantan e Boletim Biológico, breve relato de sua participação na criação da Revista Brasileira de Biologia, a colaboração como editor da Memórias do Instituto Oswaldo Cruz e Anais da Academia Brasileira de Ciências, o perfil de César Pinto; o convite para participar da Missão Científica Brasileira no Paraguai; considerações sobre o perfil de João Ferreira Teixeira de Freitas, os trabalhos publicados em colaboração com João Ferreira Teixeira de Freitas; a influência de Arthur Neiva no seu interesse pela entomologia; o perfil de Arthur Neiva.

Fita 4 - Lado A
Comentários sobre a helmintologia; o perfil de Gomes de Faria; a personalidade de Adolpho Lutz; as publicações em helmintologia; a importância da Coleção Helmintológica do IOC; as regras de nomenclatura na área de zoologia; as contribuições para a formação das coleções científicas; a importância da Coleção Helmintológica; reflexões sobre o empréstimo e a coleta de espécies; a relação entre o grupo da helmintologia no IOC e o grupo da parasitologia da “Escola do professor Samuel Pessoa”, no estado de São Paulo; a sistemática e a filogenia dos helmintos; comentários sobre o intercâmbio entre helmintologistas.

Fita 4 - Lado B
Os pesquisadores estrangeiros da área de helmintologia; a importância das separatas para a divulgação de trabalhos; a importância da revisão bibliográfica; as publicações internacionais na área de zoologia; a fotografia como novo recurso tecnológico trazido de Hamburgo por Lauro Travassos; críticas ao tratamento dispensado à Coleção Helmintológica do IOC.

Fita 5 - Lado A
A importância das separatas para o pesquisador; os temas publicados na área de helmintologia; comentários sobre os helmintólogos do laboratório de Lauro Travassos e a pesquisa em entomologia; o processo de sua transferência para a entomologia; o período em que chefiou a Seção de Entomologia; o primeiro trabalho em entomologia; o perfil de Arthur Neiva; considerações sobre a transferência para a entomologia e sobre sua contratação pelo IOC; o perfil de Costa Lima; a gestão Vinícius da Fonseca; o contexto da criação da Fiocruz; a definição das linhas de pesquisas prioritárias do IOC; considerações sobre Carlos Alberto Seabra e a formação de coleções entomológicas; o perfil de Fábio Leoni Werneck.

Fita 5 - Lado B
O perfil de Fábio Leoni Werneck; a gestão de Sebastião José de Oliveira como curador da Coleção Entomológica; comentários sobre coleções abertas e fechadas; o processo de aquisição da Coleção Zikán pelo IOC; comentários sobre Carlos Alberto Seabra, Fábio Leoni Wemeck e Hugo de Souza Lopes.

Fita 6 - Lado A
O perfil de Fábio Leoni Werneck e sua coleção depositada no IOC; o momento de ingresso no IOC e a possibilidade de escolha das linhas de pesquisa; considerações sobre Miguel Ozório de Almeida, Lauro Travassos e Costa Lima; comentários sobre troca de espécies e correspondência entre pesquisadores; o perfil de Carlos Alberto Seabra; considerações sobre a Coleção Zikán; o perfil de Costa Lima; comentários sobre a revista Chácaras e Quintais; reflexões sobre o contexto de criação da Fiocruz e o universo de pesquisas; a importância de Manguinhos na formação de profissionais; as Memórias do Instituto Oswaldo Cruz; reflexões sobre as seções científicas do IOC; breve comentário sobre o período inicial do IOC.

Fita 6 - Lado B
Considerações sobre o período inicial do IOC; referência ao projeto de Oswaldo Cruz para Manguinhos; considerações sobre as seções científicas do IOC; os trabalhos publicados com Sebastião José de Oliveira, na Revista Brasileira de Biologia; o processo aberto pelo pesquisador José Jurberg relativo às Memórias do Instituto Oswaldo Cruz; reflexões sobre a passagem por Manguinhos e o envolvimento com a instituição; considerações sobre pesquisadores da área de entomologia; críticas à gestão do IOC no período das cassações; breve análise de sua personalidade; o perfil de Francisco de Paula Rocha Lagoa; comentário sobre sua demissão da Divisão de Entomologia; o perfil de Hugo de Souza Lopes; considerações sobre o Laboratório de Helmintologia e seu papel na assessoria aos pesquisadores de outras instituições.

Fita 7 - Lado A
Menção a Hugo de Souza Lopes e a homenagem recebida por este ao nomear uma espécie com o sobrenome Lent; comentários sobre as atividades na FMRJ.

Fita 8 - Lado A
A importância das publicações científicas; a diversidade de suas publicações desde o período da faculdade; menção ao perfil dos irmãos Álvaro e Miguel Ozório de Almeida; o financiamento de Guilherme Guinle, nos anos 1940, para a publicação da Revista Brasileira de Biologia, comentários sobre a participação como editor da Revista Brasileira de Biologia, menção à eleição como membro titular da Academia Brasileira de Ciências, em 1968; o convite de Aristides Pacheco Leão para editar os Anais da Academia Brasileira de Ciências, considerações sobre a repercussão da sua cassação na Revista Brasileira de Biologia, os perfis de Tito Cavalcanti e Sebastião José de Oliveira; considerações sobre a “doação” da Revista Brasileira de Biologia à Academia Brasileira de Ciências, na década de 1970; as revistas existentes na época da fundação da Revista Brasileira de Biologia.

Fita 8 - Lado B
As revistas existentes na época da fundação da Revista Brasileira de Biologia, o artigo denunciando plágio na revista O Campo, o conhecimento das publicações de referência na área de zoologia; o desligamento da supervisão das publicações da Academia Brasileira de Medicina, em 1981; a Revista Brasileira de Biologia, a parceria com José Jurberg para publicar trabalhos em colaboração nas Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, descrição dos atributos de um periódico científico ideal; o trabalho publicado no boletim do American Museum of Natural History, de Nova York; menção à falta de financiamento dos periódicos científicos nos anos 1940; as instituições de fomento à pesquisa; o financiamento para a participação em eventos científicos no exterior, na gestão de Amilcar Vianna Martins no IOC; o perfil de Olympio da Fonseca, reflexões sobre as opções dos funcionários no momento da Lei de Desacumulação de Cargos Públicos, de 1937.

Fita 9 - Lado A
Considerações sobre sua relação com Olympio da Fonseca; os trabalhos de helmintologia publicados no Boletim Biológico, dirigido por Lauro Travassos e César Pinto; importância da Sociedade Brasileira de Entomologia; considerações sobre a Revista de Entomologia e a Revista Brasileira de Entomologia, homenagem recebida pela contribuição à pesquisa científica.

Fita 9 - Lado B
A participação como editor das Atas do Simpósio da Biota Amazônica; o perfil de José Cândido de Carvalho, do Museu Nacional; considerações sobre a Revista de Biologia e a Revista Brasileira de Biologia, menção à área de editoração científica; indicação para integrar o corpo editorial das Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, comentários sobre os critérios de publicação de algumas revistas estrangeiras; considerações sobre a utilização de “estrangeirismos” nas publicações científicas; comentários sobre os diversos diretores do IOC; a gestão de Gustavo Capanema no Ministério da Educação e Saúde; recebimento da verba originada da vacina da manqueira.

Fita 10 - Lado A
O ministro da Educação e Saúde, Gustavo Capanema; os cientistas Alcides Godoy e Astrogildo Machado, criadores da vacina contra a peste da manqueira; a situação do IOC com a perda da verba da vacina da manqueira; o gosto pela pesquisa e o estágio no IOC; o convite de Lauro Travassos para ser seu assistente na cátedra de zoologia da UDF, em 1935; a gestão de Cardoso Fontes em Manguinhos; a influência da política na gestão dos diretores do IOC; os reflexos da instabilidade política em 1960 e 1970 no IOC; a gestão de Henrique Aragão; breve comentário sobre o “Massacre de Manguinhos”, em 1970; a participação como presidente da Sociedade de Medicina e Cirurgia de Niterói, atual Associação Médica Fluminense de Niterói; a experiência como assistente de Lauro Travassos na UDF e comentários sobre os professores; o perfil de Anísio Teixeira; a conjuntura da Lei de Desacumulação de Cargos Públicos, em 1937; o perfil de Costa Lima.

Fita 10 - Lado B
A presença de profissionais de outros estados no Curso de Aplicação do IOC; reflexões sobre o Curso de Saúde Pública, na Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP); o projeto de Oswaldo Cruz e de Carlos Chagas para o IOC; as instituições de pesquisa do Estado de São Paulo; a trajetória profissional de Henrique de Beaurepaire Aragão; considerações sobre as atividades de um cientista; a gestão de Cardoso Fontes no IOC, entre 1934 e 1942; os recursos extras cedidos ao IOC por instituições de fomento à pesquisa; os remédios fabricados pelo IOC; comentário acerca da sua ocupação na gestão de Henrique de Beaurepaire Aragão, entre 1942 e 1944; reflexões sobre as expectativas dos profissionais que frequentavam o Curso de Aplicação do IOC e o Curso de Saúde Pública da ENSP; as aulas que ministrou no Instituto Gonçalo Muniz, na Bahia.

Fita 11 - Lado A
A insatisfação com o tratamento dado, pelo IOC, à Coleção Geral Entomológica; a gestão de Rocha Lagoa no Ministério da Saúde; a mudança da Coleção Entomológica para o Hospital Evandro Chagas e suas consequências; referência a Orlando Vicente Ferreira; comentários sobre o papel de José Jurberg na preservação da Coleção Entomológica; o momento em que a coleção retomou ao Castelo, na gestão de Sérgio Arouca na Fiocruz (1985-1989); reflexões sobre as novas intenções de transferência da Coleção Entomológica; o perfil de Rocha Lagoa; considerações sobre a atuação de Costa Lima na preservação da Coleção Entomológica; o quantitativo de espécies da Coleção Entomológica; os motivos que o levam, até hoje, a proteger as coleções; comparação entre as coleções particulares e as institucionais; considerações sobre Orlando Vicente Ferreira; a organização da Coleção Entomológica; os empréstimos de espécies da coleção que não foram devolvidos ao IOC; o papel das coleções científicas e a postura de alguns dirigentes com a mesma; menção à coleção de barbeiros.

Fita 11 - Lado B
O ciclo evolutivo do barbeiro; o perfil de Dario Mendes; referência ao período em que as coleções eram utilizadas para fins didáticos; a importância da Coleção Entomológica do IOC; comparação entre as coleções do Museu Nacional e as do IOC; explicação sobre os elementos que constituem uma coleção; a preferência em Manguinhos por alguns grupos de espécies; a importância da coleção do pesquisador Costa Lima; reflexões sobre coleções abertas e fechadas; considerações sobre Costa Lima e a diversidade dos temas por ele pesquisados; as espécies estudadas por Costa Lima que estão na Coleção Entomológica; o recebimento do prêmio Costa Lima, da Academia Brasileira de Ciências; o intercâmbio de espécies para identificação; considerações sobre as regras internacionais na Nomenclatura Zoológica; o perfil de Antônio Pugas; considerações sobre o intercâmbio de espécies.

Constança Arraes de Alencar

Entrevista realizada por Lúcio Flávio Taveira e Rose Ingrid Goldschmidt, na Fiocruz, no dia 08 de agosto de 1989.
Sumário
Fitas 1 a 3
Origem familiar; a formação profissional dos pais; o pioneirismo do avô imigrante; as atividades profissionais da mãe; o desejo pela experiência da maternidade; a infância em Ipanema; a vida escolar; a descoberta da vocação científica; a opção pelo curso médico e a posterior escolha pela biologia; o curso de biologia da UFRJ; a opção pela especialização em genética; o desprestígio do curso de biologia na década de 1970; o ingresso no Instituto Oswaldo Cruz (IOC) por intermédio de Carlos Morel; o fantasma da mão-de-obra barata presente no estágio da FIOCRUZ; o ingresso no curso de mestrado; as dificuldades do desenvolvimento científico em um país subdesenvolvido; comentários sobre as dificuldades advindas das restrições à contratação de pesquisadores e escassez de recursos materiais; os riscos de contaminação no trabalho diário com Trypanosoma cruzi; a gestão de Carlos Morel como chefe do departamento de bioquímica e Biologia Molecular; os vínculos entre os cursos de pós-graduação da UFRJ e da FIOCRUZ.

Pedrina Cunha de Oliveira

Entrevista realizada por Lúcio Flávio Taveira e Rose Ingrid Goldschmidt, na Fiocruz (RJ), no dia 06 de junho de 1989.
Sumário
Fitas 1 a 3
Origem familiar; o perfil do pai; a infância em uma fazenda em Goiás; a personalidade da mãe; as dificuldades de comunicação no interior do Brasil na década de 1940; a educação familiar voltada para o trabalho; a ausência de preconceito na educação informal; a igualdade no trato com os trabalhadores da fazenda; os papéis sociais do homem e da mulher no interior brasileiro em meados do século XIX; o espaço doméstico como locus feminino; a profissionalização como caminho para a emancipação; a generosidade característica da educação materna; os papéis familiares: a mãe educadora e pai provedor; a população “encardida” de Goiás; os primeiros estudos realizados na comunidade local; o ingresso no colégio interno feminino; a rígida disciplina de uma instituição religiosa; o cotidiano no internato; a “disciplinarização” do diálogo e a preocupação com a higiene na escola; a vigilância do corpo nos banhos no internato; a preocupação das freiras com a educação humanitária; a censura à literatura; o ingresso em colégio leigo de Goiânia; a liberdade na escolha profissional; a opção pelo curso de farmácia; o desejo inicial de retornar a Goiás após a graduação; a fascinação pelo trabalho laboratorial; o curso de farmácia da UFRJ na década de 1950; a ausência de preconceito sexual na faculdade; as qualidades da Faculdade de Farmácia da UFRJ; a opção por não retornar a Goiás e o primeiro contato com o IOC; o ingresso em Manguinhos como estagiária e o trabalho desenvolvido com Oswaldo Lazzarini Peckolt no Departamento de Química; a rápida efetivação no IOC; os trabalhos realizados com Fernando Ubatuba nos laboratórios das Pioneiras Sociais e o seu abandono devido ao trabalho no IOC em tempo integral; o preconceito em Manguinhos pelo trabalho feminino; a admiração por Bertha Lutz; a mudança para o Departamento de Micologia; o Curso de Aplicação do IOC; o corpo de pesquisadores do Departamento de Micologia na década de 1960; a qualificação profissional de Adolpho Furtado e sua marginalização em Manguinhos; as dificuldades dos pesquisadores do IOC em optarem pelo regime celetista na década de 70; o casamento em 1970 e a experiência da maternidade; a opção pela família no momento de crise do IOC; as dificuldades em conciliar vida privada e vida profissional; o intercâmbio com o Instituto de Biologia de São Paulo; histórico do desenvolvimento da micologia no Brasil desde a década de 50; a demanda de conhecimento da micologia provocada pelo desenvolvimento tecnológico dos últimos anos; a trajetória profissional no Departamento de Micologia; a situação da mulher nas instituições científicas internacionais; a experiência adquirida no mestrado realizado na Universidade de Sheffield; a conscientização feminina na Inglaterra; os grandes nomes da micologia brasileira: Antônio Arêa-Leão e Adolpho Furtado; a organização do Departamento de Micologia a partir da gestão Coura e a demanda de conhecimento dos setores agrícola e industrial do Brasil.

Wladimir Lobato Paraense

Entrevista realizada por Rose Ingrid Goldschmidt e Wanda Hamilton, na Fiocruz (RJ), entre os dias 14 de março de 1988 a 31 de maio de 1989.
Sumário
Fitas 1 e 2
A infância em Belém; a cidade de Belém no início do século; o incentivo da família aos estudos; a formação escolar; o ingresso na Faculdade de Medicina e Cirurgia do Pará em 1931 e o encontro com Leônidas Deane.

Fitas 2 a 4
A vocação pelo jornalismo e o gosto pela astronomia; o papel científico do IOC no início do século; a decadência de Manguinhos; a opção pela medicina; a bolsa de estudos em anatomia patológica na Faculdade de Medicina de São Paulo em 1938; o curso de malariologia no Instituto Evandro Chagas em 1940.

Fitas 5 a 7
A Faculdade de Medicina e Cirurgia do Pará na década de 1930; as aulas de histologia com Jaime Aben Athar; comentários sobre a expedição de Oswaldo Cruz, Costa Lima e Jaime Aben Athar no Pará no início do século; comentários sobre o Instituto Evandro Chagas; perfil profissional de Jaime Aben Athar; o trabalho no laboratório de histologia da Santa Casa; a viagem para Recife em 1936; o contato com Jorge Lobo e o concurso para o internato no Hospital Oswaldo Cruz em Pernambuco; o ingresso na Faculdade de Medicina de Recife.

Fitas 8 e 9
Comparação entre as faculdades de medicina de Belém e de Recife na década de 1930; a carência de laboratórios de análises clínicas no início do século no Rio de Janeiro; o trabalho no laboratório de anatomia patológica da Faculdade de Recife; as Memórias do IOC; a participação no curso de parasitologia ministrado por Samuel Pessoa na Faculdade de Medicina de Recife em 1936; perfil de Samuel Pessoa; a repercussão do movimento comunista em 1935 entre os estudantes; comentários sobre o trabalho no Hospital Oswaldo Cruz e na Faculdade de Medicina de Pernambuco; as condições sanitárias de Recife no início do século.

Fitas 10 a 12
O método de controle biológico no combate à esquistossomose apresentado no Congresso Nacional de Biologia em 1948; o trabalho com Jorge Lobo e Aggeu Magalhães no Hospital Oswaldo Cruz; a criação da cadeira de medicina tropical por Carlos Chagas; as bolsas de estudo dos Diários Associados concedidas por Assis Chateubriand em 1938; a organização do laboratório de patologia do IOC em 1939; o curso de patologia da malária no Instituto de Patologia Experimental do Norte (IPEN) e a participação no Serviço de Malária do Nordeste em 1940; a contratação pelo IOC em 1941.

Fitas 13 a 15
O retorno ao Rio de Janeiro em 1939 e as pesquisas sobre leishmaniose visceral em Manguinhos; o grupo de pesquisadores do SEGE; a falta de apoio institucional e financeiro da direção do IOC às pesquisas de Evandro Chagas durante a gestão Cardoso Fontes; o financiamento concedido por Guilherme Guinle a Evandro Chagas; o apoio financeiro de Evandro Chagas às pesquisas sobre anemia ancilostomótica desenvolvidas por Walter Oswaldo Cruz e Lauro Travassos; o desligamento de Leônidas Deane do IPEN devido aos conflitos com Evandro Chagas; a morte de Evandro Chagas e o apoio de Carlos Chagas Filho ao SEGE; o concurso do DASP para auxiliar de biologia no IOC em 1941; a reforma administrativa do Ministério da Saúde em 1942 e a criação da Divisão de Estudos de Grandes Endemias no IOC; a decadência de Manguinhos; comentários sobre a criação do Serviço Especial de Saúde Pública (SESP); o apoio de Getúlio Vargas a Evandro Chagas; a ocupação de seu laboratório por Neri Guimarães quando de sua viagem a Pernambuco em 1941; suas pesquisas sobre pênfigo foliáceo em Minas Gerais entre 1942 e 1944; o retorno ao IOC em 1945; as pesquisas em esquistossomose durante a gestão de Olympio da Fonseca no IOC; a aposentadoria compulsória no IOC; o convite de Vinícius da Fonseca para ocupar a vice-presidência de pesquisa da FIOCRUZ em 1976.

Fitas 16 e 17
Os cientistas de Manguinhos na época de Oswaldo Cruz; a produção de soros e vacinas no IOC; a verba proveniente da venda da vacina contra a manqueira; o papel desempenhado por Oswaldo Cruz no desenvolvimento de Manguinhos; Oswaldo Cruz e o combate à peste bubônica em 1889; a fabricação do soro contra a peste bubônica em Manguinhos; o reconhecimento internacional do IOC durante a gestão Oswaldo Cruz; o desenvolvimento da pesquisa aplicada no IOC no início do século; o Curso de Aplicação do IOC.

Fitas 18 a 20
Avaliação dos primeiros trabalhos publicados nas Memórias do IOC; a produção de vacina antivariólica e do soro antipestoso no Instituto durante a gestão Oswaldo Cruz; os conflitos entre os cientistas de Manguinhos no início do século; o fim da produção da vacina contra a manqueira (carbúnculo sintomático em bovino) e a decadência de Manguinhos; o reconhecimento internacional das Memórias do IOC; as áreas de pesquisa durante a gestão Carlos Chagas; a falta de farmacologistas no Brasil no início do século; a necessidade da ciência aplicada no Brasil; o desenvolvimento da fisiologia no IOC durante a gestão Carlos Chagas; Evandro Chagas e a continuidade ao projeto científico de Oswaldo Cruz; as pesquisas desenvolvidas no IOC e a atuação de Walter Oswaldo Cruz e de Lauro Travassos nas décadas de 1940 e 1950; o DASP e a não-exigência de qualificação profissional para ingressar no IOC.

Fitas 21 a 23
As atividades do Hospital Evandro Chagas entre 1941 e 1945; a participação no curso sobre malária organizado por Evandro Chagas no Pará em 1940; o curso de citologia do sistema nervoso ministrado a convite de Jaime Aben Athar em 1940; a morte de Evandro Chagas e a falta de interesse da gestão Cardoso Fontes pelos trabalhos desenvolvidos no SEGE; os estudos sobre doença de Chagas orientados por Emanuel Dias no IOC; a dependência científico-tecnológica do Brasil; a chefia do serviço clínico do Hospital Evandro Chagas; comentários sobre a patologia no Brasil.

Fitas 24 a 26
As transformações na estrutura administrativa do IOC na década de 1940; as pesquisas sobre brucelose desenvolvidas por Genésio Pacheco; Costa Cruz e as pesquisas com bacteriófagos; comentários sobre a área de bacteriologia do IOC; Olympio da Fonseca e a seção de micologia; a organização da micoteca de Manguinhos; as conseqüências da Lei de Desacumulação de Cargos de 1937 para os cientistas de Manguinhos; o laboratório de vacina antimicótica de Arêa Leão e Genésio Pacheco em Cuba; o pioneirismo do IOC na produção de penicilina; a seção de microbiologia do IOC; comentários sobre os setores de produção e pesquisa do Instituto; a gestão Francisco Laranja e o quadro de decadência na instituição; as verbas governamentais destinadas à área de produção do IOC; a separação entre pesquisa básica e aplicada no IOC na década de 1940; comentários sobre o trabalho desenvolvido atualmente no Hospital Evandro Chagas.

Fitas 26 a 28
A seção de produção de vacinas do IOC; Gilberto Villela e a introdução da bioquímica no Brasil; Baeta Viana e a introdução da eletroforese no Brasil; o padrão internacional da química paulista; Barros Barreto e a criação da Divisão de Higiene no IOC durante a gestão Henrique Aragão; o convite de Otto Bier para trabalhar no Instituto Butantan; as dificuldades de relacionamento com Olympio da Fonseca; os recursos do CNPq para o IOC; a relativa liberdade de pesquisa no Brasil.

Fitas 29 a 31
A experiência como conselheiro da Academia Brasileira de Ciências em 1950; a falta de respaldo e legitimidade da pesquisa científica nos países do Terceiro Mundo; o desinteresse dos cientistas brasileiros em desenvolver tecnologia própria e o uso de técnicas importadas; a mobilização em torno da criação de um ministério de ciência no final da década de 1950; a falta de equipamentos adequados à pesquisa nas universidades e a atual insuficiência de formação acadêmica dos professores; as atividades da Fundação Rockefeller no Brasil; as doações de equipamentos feitas pela Fundação Rockefeller às instituições científicas brasileiras; os estudos sobre leishmaniose visceral de Evandro Chagas baseados em informações coletadas pela Fundação Rockefeller; a incorporação da Fundação Rockefeller ao IOC em 1950.

Fitas 31 a 33
A viagem para Belo Horizonte em 1942 e a avaliação dos trabalhos desenvolvidos nesse período; a comunidade científica de Belo Horizonte; as experiências com penicilina; as pesquisas com cortisona no tratamento do pênfigo foliáceo; a criação do SESP durante a Segunda Guerra Mundial; a viagem para Belo Horizonte e os trabalhos com leishmaniose, malária e esquistossomose.

Fitas 34 a 36
A situação atual da bioquímica no Brasil; a importância do posto de Bambuí na época de Emanuel Dias; a participação no curso de protozoologia do IOC a convite de Olympio da Fonseca; a coordenação do curso de fisiologia na Faculdade de Medicina de Belo Horizonte em 1950; o trabalho no SESP e as pesquisas sobre esquistossomose na década de 1950.

Fitas 36 a 38
Comentários sobre o ingresso na Fundação SESP; as pesquisas sobre esquistossomose na região de Lagoa Santa em Belo Horizonte em 1954; o trabalho na campanha de controle da esquistossomose na Amazônia a convite de Maia Penido em 1953; o uso de moluscicida no combate aos caramujos transmissores da esquistossomose.

Fitas 39 e 40
O trabalho de classificação de caramujos no SESP; a coleta de moluscos planorbídeos no Peru, na Bolívia, no México, em Cuba e na Venezuela em 1956 com o apoio do CNPq; comentários sobre a Revolução Cubana; a proposta da OMS de criar um centro de referência de identificação de planorbídeos no seu laboratório; o convite para participar do Programa Especial de Pesquisa e Treinamento em Doenças Tropicais da OMS.

Fitas 41 a 43
A criação do DNERu na década de 1950; o trabalho com genética de caramujo no Instituto Aggeu Magalhães em 1957; a falta de apoio às pesquisas científicas durante a gestão de Antônio Augusto Xavier no IOC; a decadência de Manguinhos; o cargo de vice-presidente de pesquisa da FIOCRUZ em 1976; a direção do INERu na década de 1960; as pesquisas desenvolvidas em Belo Horizonte e em Pernambuco pelo INERu.

Fitas 43 a 46
Comentários sobre Samuel Pessoa; as instituições de pesquisa que atuam no campo das doenças endêmicas; as pesquisas desenvolvidas pelo INERu no início da década de 1960; comentários sobre Mário Pinotti; as pesquisas sobre planorbídeos americanos em convênio com a OPAS e a OMS entre 1961 e 1976; a criação do centro de referência de identificação de planorbídeos no seu laboratório em Belo Horizonte em 1964.

Fitas 46 a 48
As reuniões no CNPq e a escolha do conselheiro para a área de biologia; as acusações de José Guilherme Lacorte sobre suas ligações com o Partido Comunista; comentários sobre Walter Oswaldo Cruz; a organização do curso de pós-graduação em biologia parasitária na Universidade de Brasília (UnB) em 1968.

Fitas 49 a 51
Observações sobre a nomeação de Rocha Lagoa para a direção do IOC; a participação de José Guilherme Lacorte no “Massacre de Manguinhos”; o convite para a vice-direção do IOC em 1964; a baixa qualidade da produção científica do grupo de Rocha Lagoa na instituição; a legitimidade alcançada pelo IOC devido à produção de terapêuticos; a suspensão de Herman Lent em função de críticas acadêmicas feitas a Rocha Lagoa; os mitos envolvendo a vida e a morte de Walter Oswaldo Cruz; o boicote de Rocha Lagoa ao trabalho realizado pelo INERu; o processo de decadência de Manguinhos a partir de 1940; as ameaças feitas por Rocha Lagoa de colocá-lo em disponibilidade; as perseguições pessoais realizadas por Rocha Lagoa quando Ministro da Saúde; o desenvolvimento técnico-científico do IOC durante a gestão Vinícius da Fonseca; o Plano Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico e sua penetração na FIOCRUZ; a defesa das conquistas materiais da FIOCRUZ durante o período desenvolvimentista; as relações entre Vinícius da Fonseca e Reis Veloso; a organização de Bio-Manguinhos feita por Akira Homma e os convênios com o Japão; a priorização dos estudos de endemias brasileiras durante a gestão Vinícius da Fonseca; a tentativa de Vinícius da Fonseca em estabelecer revistas policiais entre os pesquisadores de Manguinhos; o processo de seleção dos pesquisadores durante a atuação como vice-presidente de pesquisa da FIOCRUZ; o desenvolvimento da biologia molecular em Manguinhos durante a gestão Vinícius da Fonseca e o ataque denominado “ciência de ponta”.

Fitas 51 a 53
A participação ativa nas eventuais reuniões da Tropical Disease Research na Suíça; o empenho na renovação do quadro de pesquisadores da FIOCRUZ; o trabalho desenvolvido por Carlos Morel na UnB e sua posterior inserção na FIOCRUZ; a questão da verdade científica; a formação de pesquisadores e sanitaristas na ENSP; o trabalho desenvolvido pelo Centro de Pesquisa René Rachou durante a gestão Guilardo Martins Alves; os convênios estabelecidos entre a FIOCRUZ e os estados da União durante a gestão Vinícius da Fonseca; a tentativa de Vinícius da Fonseca em enfrentar as disputas internas na FIOCRUZ; a resistência dos pesquisadores da FIOCRUZ em aceitar a avaliação de produtividade científica; o trabalho de recuperação financeira e administrativa realizado por Vinícius da Fonseca na FIOCRUZ; a atuação do Ministro Paulo de Almeida Machado durante a presidência Geisel; a direção informal de José Rodrigues Coura durante a gestão Guilardo Martins Alves; o despropósito da campanha de Sergio Arouca contra a administração de Guilardo Martins Alves; a defesa da escolha política do presidente da FIOCRUZ; a priorização das políticas sanitárias durante a administração Arouca na FIOCRUZ; a questão da centralização e da redistribuição de recursos durante a gestão Arouca; críticas aos pesquisadores que assinaram o telegrama de apoio a Luís Carlos Prestes em 1946; a utilização do trabalho científico de Pavlov pelo sistema stalinista; o esforço pessoal para tornar-se um pesquisador exemplar.

Carlos Chagas Filho

Entrevista realizada por Nara de Azevedo Brito, Paulo Gadelha, Luiz Fernando Ferreira e Rose Ingrid Goldschmidt, no Instituto de Biofísica (UFRJ), entre 18 de fevereiro de 1987 e 30 de setembro de 1988.
Sumário
Fitas 1 a 3
O ingresso na faculdade de medicina; o encontro com Walter Oswaldo Cruz e Emanuel Dias no curso médico; a personalidade e inteligência de Walter Oswaldo Cruz; a penetração da literatura francesa no Brasil no início do século; A reforma de ensino Rocha Vaz e as repercussões no curso de medicina; o ingresso em Manguinhos com Walter Oswaldo Cruz e Emmanuel Dias; a experiência como adjunto de serviço de autópsia de Magarinos Torres, no Hospital São Francisco; o método e a dedicação do pai à atividade docente; a boemia nos tempos da juventude com os amigos Walter Oswaldo Cruz e Emmanuel Dias; o interesse de Walter Oswaldo Cruz pelo estudo de anemia; a opção pela universidade em detrimento de Manguinhos; a iniciativa da Fundação Ford em estabelecer cursos de pós-graduação no Brasil a partir de 1964; o perfil progressista de Walter Oswaldo Cruz; visão crítica sobre Rocha Lagoa; as gestões Francisco Laranja e Antonio Augusto Xavier no IOC; a decadência de Manguinhos; os conflitos internos gerados com a nomeação de Rocha Lagoa para a direção do IOC; o convite do presidente Castelo Branco para representar o Brasil na UNESCO; a reprovação de Rocha Lagoa no concurso promovido pelo Departamento de Administração do Serviço Público (DASP) para biologista de Manguinhos; a presença de militares no IOC durante a gestão de Rocha Lagoa; o último encontro com Walter Oswaldo Cruz em 1965 e o choque causado por sua morte em 1967; a atual superioridade científica de São Paulo sobre o Rio de Janeiro; o perfil profissional dos filhos de Oswaldo Cruz.

Fitas 4 e 5
A infância na rua Paissandú, Flamengo, na cidade do Rio de Janeiro; os banhos de mar com o pai na Praia do Flamengo; a admiração de Carlos Chagas por Oswaldo Cruz e o choque provocado por sua morte; a divisão política do IOC depois da morte de Oswaldo Cruz e a luta pela direção de Manguinhos; as dificuldades financeiras do IOC com o fim da verba da vacina contra a manqueira; o esvaziamento do IOC após a criação das universidades e centros de pesquisa a partir da década de 30; comentários sobre as causas da morte de Oswaldo Cruz; a crença positivista da família e o forte sentimento religioso; a educação voltada para as diversas manifestações culturais e artísticas; a influência estrangeira no desenvolvimento científico brasileiro; as leituras preferidas do pai; o questionamento da Academia Nacional de Medicina a respeito da descoberta da doença de Chagas; o desprestígio da carreira universitária no início do século; a fundação de um centro de pesquisa em universidade brasileira; o caráter centralizador da gestão de Carlos Chagas no IOC.

Fitas 6 e 7
Os primeiros contatos com Manguinhos e com Joaquim Venâncio; a personalidade de Adolpho Lutz; a amizade com Francisco Gomes no laboratório de Astrogildo Machado; a experiência profissional adquirida no contato com Osvino Pena, Magarinos Torres e Burle Figueiredo no Hospital São Francisco de Assis; a vida boêmia de alguns cientistas do IOC; o perfil profissional de Carneiro Felipe; a relação paternalista dos cientistas do IOC com seus estagiários; a personalidade autoritária de Álvaro Osório de Almeida; a forte influência científico-cultural francesa nos fundadores de Manguinhos; comparações entre as questões sociais do início do século e as atuais; o crescimento das favelas do Rio de Janeiro após o Estado Novo; ausência de discriminação racial em Manguinhos; a participação na Aliança Liberal em 1930; o equívoco das políticas de saúde de Getúlio Vargas; resistência do pai à incorporação do IOC pelo Departamento Nacional de Saúde Pública (DNSP); o perfil político de Belisário Pena e sua relação com Carlos Chagas; ausência de grupos de esquerda organizados antes da década de 30; o mecenato de Guilherme Guinle e o financiamento ao SEGE dirigido por Evandro Chagas; o perfil profissional de Felipe Neri Guimarães e a coesão do grupo de cientistas do SEGE; a desvalorização da ciência por parte das autoridades brasileiras; inexistência de um período de decadência na história de Manguinhos; comentários sobre a baixa qualidade da penicilina produzida por Manguinhos na década de 40; a dificuldade da gestão Aragão em visualizar o futuro desenvolvimento do IOC.

Fitas 8 e 9
Perfil do professor Pacheco Leão; a experiência profissional na expedição à Lassance e o contato com lepra e malária no interior do país; as condições de vida do povo brasileiro; as qualidades e carências do Curso de aplicação do IOC; a convivência com o arquiteto Luiz de Morais, com o bibliotecário Overmeer e o fotógrafo J. Pinto; as diversas fontes de financiamento do laboratório de biofísica; o nascimento da microscopia eletrônica brasileira; a formação de profissionais competentes no Instituto de Biofísica; os motivos da opção pela universidade em detrimento do IOC; a dificuldade na escolha da banca examinadora do concurso na Universidade do Brasil; o pedido para sua permanência em Manguinhos feito por Evandro Chagas; o desgosto de Evandro Chagas ao ser reprovado no concurso para a cátedra de doenças tropicais da Faculdade de Medicina da Universidade do Brasil; a nomeação para chefia do SEGE em 1942 após a morte de Evandro Chagas; as diversas origens das verbas do IOC e o incentivo à pesquisa brasileira com a criação do CNPq; o auxílio da fundação Rockefeller para o desenvolvimento da pesquisa em radioisotopia no Instituto de Biofísica; a personalidade de Miguel Osório de Almeida; a prisão de Carlos Chagas na Revolução de 1930; Pedro Ernesto e a tentativa de democratizar o governo Vargas; defesa da formação interdisciplinar do médico e do sanitarista brasileiro.

Fitas 10 e 11
A luta pelo progresso da ciência brasileira; a elevação do custo de vida e as dificuldades financeiras durante o Estado Novo; o contato com grandes cientistas europeus na década de 40; a formação inicial do quadro de profissionais do Instituto de Biofísica; as dificuldades do desenvolvimento científico na sociedade brasileira; a tentativa de Barros Barreto de transformar o IOC em uma instituição de saúde pública; a prática de interdisciplina no Instituto de Biofísica; o incentivo do CNPq ao desenvolvimento científico; perfil do Almirante Álvaro Alberto; o desenvolvimento da física brasileira; defesa da autonomia de pesquisa nas universidades; os riscos provenientes da privatização das instituições de pesquisa; considerações sobre a importância da tecnologia no desenvolvimento científico do Terceiro Mundo.

Fitas 12 a 14
Os principais problemas do Terceiro Mundo; o caráter colonial do desenvolvimento científico brasileiro; a necessidade de harmonia cultural para o desenvolvimento econômico e social de um país; a valorização da ciência e tecnologia após a Segunda Guerra Mundial; crítica ao comportamento das elites brasileiras; comparação entre o ensino médico do início do século e da década de 60; os obstáculos à pesquisa criados pela Reforma Universitária de 1964; defesa do ensino religioso nas universidades brasileiras.

Fitas 15 e 16
A inconveniente privatização da biotecnologia; ausência de políticos voltados para a defesa do desenvolvimento da ciência e tecnologia nacional; a necessidade de diferenciação entre prática médica e atividade científica; histórico da criação do CNPq e o trabalho desenvolvido na Divisão de Ciência e Biologia; o preconceito do CNPq em relação às ciências sociais; comentários sobre a soma de recursos do CNPq investidas em Manguinhos; o aproveitamento de cientistas europeus exilados durante a Segunda Guerra Mundial por instituições de pesquisa de São Paulo; definição de vocação científica e a diferenciação entre cientistas e “empregados da ciência”; comentários sobre a obrigatoriedade de publicação regular de artigos científicos; as disputas internas no CNPq durante o governo Café Filho e a demissão do Almirante Álvaro Alberto; o controle da ciência e da tecnologia pelos militares a partir de 1964.

Fitas 17 e 18 - Lado A
O contato com o Instituto Pasteur e com Emile Marchou em 1937; a equiparação tecnológica do IOC com o Instituto Pasteur na década de 30; comentário sobre a atuação de pesquisadores do Instituto Pasteur na Resistência Francesa durante a Segunda Guerra Mundial; perfil de Heráclides César de Souza Araújo; Olympio da Fonseca e a tentativa de criar a área de microscopia eletrônica no IOC; o perfil acadêmico das universidades francesas.

Fitas 18 - lado B e 19
O trabalho da Academia Brasileira de Ciências na década de 60; as reuniões científicas com Álvaro Alberto e Arthur Moses; a questão da propriedade das patentes de vacina no IOC na década de 30; a supremacia do grupo biomédico na Academia Brasileira de Ciências a partir da década de 40; a valorização da saúde pelas autoridades públicas após a Reforma Carlos Chagas em 1921; a importância das academias científicas no desenvolvimento social e econômico dos países europeus; o trabalho desenvolvido como delegado do Brasil na UNESCO; o trabalho pela paz mundial; a importância de sua atuação como secretário geral da Conferência das Nações Unidas para a Aplicação da Ciência e Tecnologia ao Desenvolvimento realizada em 1962; a nomeação para presidente da Academia Pontifícia de Ciências.

Fitas 20 e 21
Perfil da bibliotecária Emília de Bustamante; o distanciamento entre os avanços da ciência nos países desenvolvidos e nos subdesenvolvidos; a necessária priorização da educação pelos futuros governantes brasileiros; o caráter predatório das elites brasileiras; a luta empreendida pela Academia Pontifícia de Ciências contra a guerra nuclear e a destruição da camada de ozônio da atmosfera; a defesa pela Igreja do sistema Ptolomáico ameaçado por Copérnico; as dificuldades financeiras enfrentadas pelo Vaticano; comentários sobre a fé católica brasileira; a singular combinação entre ciência e religião e sua concepção de religiosidade; defesa da origem divina do universo; a forte religiosidade dos cientistas judeus; os méritos e defeitos da “Tecnologia da Libertação”; visão sobre o papel da ciência no desenvolvimento humano.

Moacyr Vaz de Andrade

Entrevista realizada por Rose Ingrid Goldschmidt e Wanda Hamilton, na Fiocruz, nos dias 14 e 16 de dezembro de 1987, 29 de janeiro e 05 de fevereiro de 1988.
Sumário
Fita 1 e Fita 2 – Lado A

Origem familiar; a importância do meio universitário na formação do indivíduo; a influência do Colégio Batista em sua vida; formação religiosa; o interesse pela leitura; a atividade do pai como líder sindical; o clima de diálogo na família; a descoberta do marxismo; o rompimento com o Partido Comunista Brasileiro (PCB); a militância política no PCB; o ingresso no PCB em 1945; a célula do PCB no IOC; o desligamento do Partido na época da ilegalidade; a preparação para o vestibular de medicina no Colégio Universitário; a reprovação no exame de física; o vestibular para química na Universidade do Distrito Federal (UDF); a encampação da UDF pela Faculdade Nacional de Filosofia em 1937; o interesse pela ciência através do contato com o professor Victor Strawinsky; comentários sobre a UDF; a Segunda Guerra Mundial e o retorno dos professores estrangeiros à Europa; o ingresso na seção de ensaios biológicos e controle do IOC; as dificuldades para se tornar pesquisador; o incentivo do professor Hasselmann e o concurso de Manguinhos; a orientação do curso de química voltada para a formação de professores do segundo grau; os vínculos entre Brasil e Estados Unidos na área de química; o mercado de trabalho na área de química; a convocação para a guerra e o adiamento da contratação no IOC.

Fita 2 – Lado B a Fita 4 – Lado A

O trabalho desenvolvido na seção de ensaios biológicos e controle; a química no IOC; a implantação do ponto obrigatório no IOC; o papel de Gilberto Villela no desenvolvimento da bioquímica no Brasil; a produção de plasma seco durante a guerra; a relação dos pesquisadores do IOC com a Sociedade de Biologia do Rio de Janeiro; o trabalho de controle de produtos farmacêuticos no IOC; a escassez de mercado de trabalho na área de pesquisa; a produção de penicilina no IOC; a produção de vacinas no IOC; a gestão Henrique Aragão no IOC; o prestígio pessoal como elemento fundamental na distribuição de verbas para o IOC; as irregularidades na administração do IOC; os inquéritos militares e administrativos no IOC e as perseguições aos pesquisadores; o Congresso de Microbiologia realizado em 1950; os desníveis salariais entre funcionários do IOC; o Curso de Aplicação do IOC; a transferência para a seção de micologia a convite de Arêa Leão; as disputas entre os pesquisadores pelo uso de equipamentos científicos.

Fita 4 – Lado B a Fita 6 – Lado A

A amizade com Masao Goto; o trabalho na seção de micologia; a interrupção da pesquisa em conseqüência da cassação e os planos para continuá-la ao retornar a Manguinhos; as pesquisas sobre câncer desenvolvidas por Arêa Leão; a atividade política e comercial da fabricação de vacinas; o perfil de Arêa Leão; a realização profissional na micologia; o veto de Rocha Lagoa à homenagem a Arêa Leão; o afastamento de Olympio da Fonseca do IOC e sua volta como diretor em 1950; a falta de incentivo à pesquisa no Brasil; o desenvolvimento da micologia no IOC; o desenvolvimento da micoteca; os cursos de Manguinhos na área de micologia; as dificuldades profissionais em conseqüência da cassação; o trabalho como professor de fisiologia e bioquímica de fungos; a importância da criação de um conselho administrativo no IOC; opinião sobre a administração de Sérgio Arouca; a ilegalidade do PCB e a apreensão de seus arquivos em 1964; o retorno a Manguinhos depois da cassação.

Fita 6 – Lado B e Fita 7

As aulas de micologia no Curso de Aplicação do IOC; o aproveitamento de alunos do curso como estagiários; a crise do IOC durante a gestão Olympio da Fonseca; a gestão Travassos da Rosa e a exoneração de funcionários; o trabalho desenvolvido na administração do IOC; os conflitos entre os setores de pesquisa e de produção; as dificuldades em conciliar pesquisa e administração; a surpresa pela cassação; o grupo de cassados e o entusiasmo pelo trabalho; a administração de Olympio da Fonseca; a produção de vacinas no IOC; o perfil de José Fonseca da Cunha e seu relacionamento com os pesquisadores; o interesse político-governamental na área de produção; as dificuldades para a realização de pesquisas no Brasil.

José Fonseca da Cunha

Entrevista realizada por Jaime Benchimol, Nara de Azevedo Brito e Wanda Hamilton, no Rio de Janeiro (RJ), nos dias 13 de agosto, 03, 10, 17, 24 de setembro, 01 de outubro de 1987, 25 de fevereiro, 03, 16 de março, 31 de agosto, 09 de setembro, 14, 21 e 21 de outubro de 1988.
Sumário
Fitas 1 e 2
Origem familiar; a tradicional família mineira; a infância em Itanhandú (MG); o desejo de ingressar na Marinha quando criança; a opção pelo curso de medicina no Rio de Janeiro; o rigor da educação familiar; os primeiros estudos em Minas Gerais; os hábitos formais da vida universitária nos anos 1930; os trotes na faculdade de medicina; o primeiro contato com a medicina; as aulas de anatomia e histologia; a experiência com o professor de anatomia patológica Leitão da Cunha; a descrença na eficácia da medicina; o estágio com o professor Augusto Paulini na Santa Casa de Misericórdia; comentários sobre as aulas de parasitologia do Professor Olympio da Fonseca; o concurso para estagiário da Assistência Municipal do Rio de Janeiro; os métodos do ensino universitário nos anos 1930; a superficialidade atual da formação médica; o ingresso na Fundação Rockefeller; o trabalho no Serviço Nacional de Febre Amarela na década de 1940.

Fitas 3 e 4
O treinamento profissional na Fundação Rockefeller; as dificuldades de conservação das vacinas no interior do país na década de 1940; os métodos de convencimento da população utilizados nas campanhas de vacinação; os efeitos colaterais da vacina contra a febre amarela; os problemas criados pela prática da vicerotomia no interior do país; a descoberta da hepatite virótica; descrição do processo de preparo da vacina antivariólica com a utilização de animais; a importância do estudo em Londres para a introdução do processo de liofilização na produção de vacinas no Brasil; o avanço tecnológico na produção de vacina antivariólica; histórico da erradicação da varíola no Brasil e no mundo.

Fitas 5 e 6
A estrutura e o funcionamento do Serviço Nacional de Febre Amarela; a contribuição de Magarinos Torres para o estudo da febre amarela; o índice de contaminação na produção de vacina contra a febre amarela; o arcaísmo de terapêutica da sífilis e da bouba antes do aparecimento da penicilina; a utilização eleitoral das campanhas de vacinação pelos políticos do interior; comentários sobre a precariedade do sistema viário do país; o desconhecimento da população interiorana em relação às doenças; a atuação da Fundação Rockefeller no interior do país; a utilização comercial de medicamentos fornecidos gratuitamente pelas campanhas de vacinação.

Fitas 7 e 8
O quadro epidemiológico da Amazônia; o auxílio técnico-financeiro da Fundação Rockefeller ao Serviço de Malária do Nordeste; resistência popular à vacinação e as precárias condições de conservação das vacinas; aspectos e características da febre amarela urbana e silvestre; as dificuldades de erradicação do Aedes aegypti nas grandes cidades; a eficiência administrativa das instituições americanas; perfil de Fred Sopper e de Hugo Schmidt; o descaso das atuais autoridades com relação à saúde pública; a experiência da Ford Corporation na produção da borracha no Norte do país; o trabalho desenvolvido pela Fundação Serviço Especial de Saúde Pública (SESP) na Amazônia e no Mato Grosso; as dificuldades enfrentadas na campanha de vacinação antiamarílica em Cuiabá.

Fitas 9 a 11 (Lado A)
O auxílio técnico-financeiro prestado pela Fundação Rockefeller ao Serviço Nacional da Malária; o êxito da Fundação Rockefeller devido a rigidez disciplinar do seu trabalho; a descoberta da febre amarela silvestre; a importância científica da captura dos animais portadores do vírus da febre amarela; comentários sobre os integrantes da OPAS; o ingresso no Curso de Aplicação do IOC; influência de Henrique Pena em sua formação profissional; o trabalho desenvolvido na direção do Hospital Evandro Chagas; histórico da atuação da Fundação Rockefeller no Brasil; a admiração por Henrique Aragão; a transferência das instalações da Fundação Rockefeller para o IOC no final dos anos 1940; o descaso do IOC para com as pesquisas em febre amarela.

Fitas 11 (Lado B) a 13
A Revolução de 1930 e a fuga para a fazenda da família Scarpa em Minas Gerais; a vida de estudante no bairro do Catete (RJ); os protestos conta o aumento do preço do bonde; a vida cultural carioca na década de 1930; observações sobre a Revolução de 1932 em São Paulo e o movimento comunista de 1935; a admiração por Juscelino Kubitschek; o choque emocional da população com o suicídio de Vargas; os problemas familiares e o segundo casamento; os métodos de trabalho do administrador financeiro do IOC Teófilo Abreu; a administração da área de produção em Manguinhos e as dificuldades na obtenção de verbas; as condições de vida da população brasileira e sua relação com o quadro sanitário; as dificuldades orçamentárias da gestão Olympio da Fonseca no IOC.

Fitas 14 e 15 (Lado A)
A participação na organização do Simpósio Internacional sobre Febre Amarela realizado no Brasil em 1988; a primazia da FIOCRUZ na produção de vacina antiamarílica; os custos da FIOCRUZ com a produção de vacinas; origem da Superintendência de Campanhas de Saúde Pública (SUCAM); o trabalho na Divisão de Virologia do IOC na década de 1950; a questão da incorporação da Fundação Rockefeller ao IOC; o conflito entre pesquisa e produção em Manguinhos.

Fitas 15 (Lado B) a 17
Avaliação da produção de vacinas no IOC a partir de 1950; a impossibilidade de produzir vacina contra a poliomielite na FIOCRUZ; a admiração pela gestão Vinícius da Fonseca e seu caráter centralizador; a bolsa concedida pela OPAS para o aperfeiçoamento das técnicas de produção de vacina antivariólica; comentários sobre as campanhas de vacinação no Brasil; o avanço tecnológico na produção de vacinas no Brasil a partir de 1960; comparação entre a produção de vacinas no Império e na década de 1960; a importação tecnológica para produção de vacinas; a tradição do Curso de Aplicação do IOC; a personalidade de Olympio da Fonseca e a suspeita de desvio de verbas durante a sua gestão; comentários sobre a administração de Francisco Laranja; a gestão Vinícius da Fonseca no IOC.

Fitas 18 e 19
A divisão do IOC em grupos; o cargo de secretário do IOC; as dificuldades orçamentárias na gestão Antonio Augusto Xavier; a distribuição desigual de recursos entre as áreas de produção e pesquisa; a pesquisa no Hospital Evandro Chagas e sua posterior deterioração; a falta de autonomia científica no IOC.

Fitas 20 e 21
A extinção do Conselho Consultivo na gestão Antonio Augusto Xavier; a utilização do Hospital Evandro Chagas pela Legião Brasileira de Assistência (LBA) dirigida por Sarah Kubitschek; a divisão dos pesquisadores de Manguinhos em grupos antagônicos; a "politicagem" nas instituições públicas brasileiras; a campanha de erradicação da varíola na gestão Amilcar Vianna Martins e os recursos procedentes da Fundação SESP para o IOC; ausência de práticas "eleitoreiras" na Campanha Nacional de Erradicação da Varíola; a separação do Ministério da Educação e Saúde Pública em 1953; consideração sobre a atuação do Ministro da Saúde Raimundo de Brito; o prestígio político do IOC decorrente da produção de vacinas; a centralização administrativa do IOC defendida por Rocha Lagoa; as excursões ao Planalto Central em 1964 para o levantamento epidemiológico da região; o incremento da produção de vacinas na gestão Rocha Lagoa; a perseguição política aos funcionários durante a gestão Rocha Lagoa; a falta de reconhecimento social da ciência no Brasil.

Fitas 22 e 23
A liderança da FIOCRUZ na produção de vacinas antiamarílica e antivariólica; a importância da venda de vacinas para a aquisição de equipamentos tecnologicamente avançados; o papel político das campanhas de vacinação nos períodos eleitorais; o crescimento da produção de vacinas no IOC entre 1962 e 1972; o prestígio político e familiar de Rocha Lagoa; a influência da divisão político-partidária na formação de grupos no IOC; a participação compulsória nos inquéritos administrativos do IOC; as motivações de caráter pessoal como causa das perseguições políticas no IOC; o telegrama de apoio a Luís Carlos Prestes enviado por pesquisadores de Manguinhos em 1946 e sua utilização nos inquéritos instaurados no IOC pós-1964; a participação nas investigações contra Walter Oswaldo Cruz.

Fitas 24 e 25
A nomeação de Rocha Lagoa para Ministro da Saúde e o convite para a chefia de gabinete; as preocupações de Rocha Lagoa com o saneamento básico; os inconvenientes decorrentes do aparato de segurança em torno dos funcionários do primeiro escalão do governo; a deficiência orçamentária do Ministério da Saúde na gestão Rocha Lagoa; as prioridades da gestão Rocha Lagoa no Ministério da Saúde; as concessões às multinacionais da área de saúde e sua influência no governo na década de 1970; a tentativa de Rocha Lagoa de unificar o Ministério da Previdência e o da Saúde; as dificuldades enfrentadas pela assistência médica no Brasil; a atuação da Fundação SESP no planejamento sanitário brasileiro; os recursos provenientes do Ministério da Saúde e da OMS nas campanhas de vacinação realizadas no Brasil; as tentativas de controle de natalidade no Brasil no início da década de 70 e a oposição da Igreja; a transformação do IOC em Fundação em 1970; a relativa autonomia da FIOCRUZ; as dificuldades de relacionamento entre o Ministro Rocha Lagoa e o governo militar; a participação no Inquérito Policial-Militar (IPM) em Manguinhos.

Fitas 26 e 27
A invulnerabilidade do laboratório de febre amarela diante das oscilações políticas da instituição; perfil profissional de Osvino Pena; a incorporação da seção de produção de soros e vacinas à FIOCRUZ; a carência de verbas e tecnologia na FIOCRUZ; as atuais perspectivas de construção do laboratório de produção de vacina contra a poliomielite; a dispersão do corpo de pesquisadores durante a gestão Oswaldo Cruz Filho; o projeto de auto-suficiência imunobiológica de Bio-Manguinhos na gestão Vinícius da Fonseca; os problemas administrativos na gestão Oswaldo Cruz Filho; o incentivo de Vinícius da Fonseca à área de produção da FIOCRUZ; o trabalho desenvolvido pela Fundação Ataulfo de Paiva na produção de vacinas; comentários sobre o fortalecimento da assistência médica privada na década de 1970.

Fitas 28 a 30 (Lado A)
A necessidade da realização de pesquisa tecnológica na área de produção de vacinas; o debate sobre pesquisa básica e pesquisa aplicada; as diferenças entre os processos de produção de vacinas bacterianas e virais; a superioridade imunológica da BCG intradérmica em relação à oral; a hegemonia da Fundação Ataulfo de Paiva na produção da BCG; a polêmica interna causada pelo fim da gestão Vinícius da Fonseca; o acordo assinado entre a FIOCRUZ e o governo japonês para a produção de vacina contra sarampo em 1980; as dificuldades burocráticas para receber as gratificações dos cargos de chefia na FIOCRUZ; a presença de militares na FIOCRUZ durante a gestão Guilardo Martins Alves; a polêmica sobre a validade da vacina anti-herpética; as atuais necessidades tecnológicas da área de produção de imunobiológicos da FIOCRUZ.

Amilcar Vianna Martins

Sumário
1ª Sessão: fitas 1 a 3 Lado A
O ingresso no Instituto Ezequiel Dias; a diversificação das áreas de pesquisa e as atividades científicas desenvolvidas nesse Instituto; a escassez de recursos financeiros para o Instituto; o projeto de Otávio Magalhães para a construção do Instituto Ezequiel Dias; o aprendizado das técnicas de produção de soros e vacinas no IOC; a produção de soro antiescorpiônico e sua paralisação em consequência da exoneração de Otávio Magalhães do Instituto; a introdução de novas técnicas para a produção do soro antiescorpiônico; a produção de soros antidiftérico e antiofídico; a fabricação de vacina antivariólica e de produtos veterinários no Instituto Ezequiel Dias; comentários sobre a criação do Instituto Ezequiel Dias; as reuniões entre os pesquisadores para escolha dos temas de pesquisa; o recrutamento de pesquisadores na faculdade de medicina; o interesse pela área de parasitologia; a autonomia e o ecletismo das pesquisas; o trabalho com doença de Chagas; perfil de Carlos Chagas; a importância das filiais do IOC; o intercâmbio entre o Instituto Ezequiel Dias e instituições estrangeiras de pesquisa; a viagem aos Estados Unidos para o estudo da febre maculosa das Montanhas Rochosas; a contaminação e as lesões causadas pela doença de Chagas.

2ª Sessão: fitas 3 lado B a 6
A nomeação para a diretoria do DNERu em 1959; a participação no diretório regional do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB); comentários sobre a Segunda Guerra Mundial e sua atuação como médico da FEB; a indicação de Juscelino Kubitschek para diretor do IOC; a crise interna no IOC; comentários sobre o Hospital Evandro Chagas; a oposição à sua administração no Instituto; a questão da distribuição de verbas aos laboratórios do Instituto; a inauguração do refeitório e a duplicação de recursos durante a sua gestão; o trabalho com esquistossomose na Faculdade de Medicina de Belo Horizonte; a criação do Instituto René Rachou; a relevância da produção de vacinas antiamarílica e antivariólica; comentários sobre a decadência de Manguinhos; a falta de interesse dos pesquisadores pelas doenças parasitárias e endêmicas; a constituição do INERu e do DNERu; o pedido de exoneração do IOC; a direção do DNERu; o problema da liberação de verbas públicas para a pesquisa científica; a relação de amizade com Juscelino Kubitschek; a pesquisa em doenças de Chagas no município de Bambuí (MG); a proibição de trabalhar com essa doença; a cassação em 1969 e o trabalho no exterior; comentários sobre a transmissão da leishmaniose e o combate a essa doença; comentários sobre a biblioteca do IOC.

Carlos Jourdan

Entrevista realizada por Gilberto Hochman, Luiz Octávio Coimbra e Paulo Gadelha, no Rio de Janeiro (RJ), nos dias 02 de setembro de 1987 e 26 de janeiro de 1988.

Resenha biográfica: Carlos Leal Jourdan nasceu no Rio de Janeiro, em 1909, no bairro de São Cristóvão, e foi criado pela mãe, viúva e professora do Instituto de Educação. Cursou o colégio Militar e formou-se pela Escola de Engenharia da Universidade do Brasil, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em 1932.
Em 1927, começou a trabalhar para a Estrada de Ferro Central do Brasil (EFCB). Depois, passou pela Prefeitura do Distrito Federal e pelo Observatório Nacional, até que em 1936, participou do segundo concurso para a constituição do atuariado do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio (MTIC), iniciando uma carreira que anos mais tarde o levaria à presidência do Instituto Brasileiro de Atuária (IBA). Na segunda metade da década de 40, foi diretor de publicações do IBA.
Carlos Jourdan ocupou vários cargos de confiança na estrutura da Previdência Social brasileira; foi chefe de seção e chefe de serviços. Em 1951, foi nomeado para a direção do serviço atuarial do MTIC, posto que ocupou por 15 anos ininterruptos, trabalhando durante a gestão de 25 ministros.
Presidente do Conselho Atuarial do MTIC, de 1951 a 1966, reuniu à sua volta um grupo de atuários que teve relevante atuação na administração pública.
Após o movimento político-militar de 1964, colaborou na instituição do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Em 1966, requereu sua aposentadoria. Em 1969, contratado pela Companhia Federal de Seguros, vinculada ao Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS), foi responsável pela implantação dos planos de seguro até a privatização da empresa.

1ª ENTREVISTA – 02/09/1987
Fita 1 – Nascimento; origem familiar; comentário sobre o Colégio Militar; a escola de engenharia; o trabalho na EFCB; medições para a Prefeitura do Rio de Janeiro; comentário sobre a Caixa de Previdência dos Empregados da EFCB; os cálculos atuariais nas Caixas de Aposentadoria e Pensões (CAPs); a gripe espanhola no Rio de Janeiro; comentário sobre as companhias privadas de seguro; a inspetoria de seguros do MTIC; referência a João Carlos Vidal; o primeiro concurso para o atuariado do MTIC, em 1934; o segundo concurso para o atuariado do MTIC, em 1936; os primeiros atuários.

Fita 2 – Referência aos antigos atuários; o ingresso no atuariado do MTIC; a carta de Mário Rezende a João Carlos Vidal; o encontro com Paulo Câmara; o trabalho de Sylvio Pinto Lopes na Comissão Permanente de Tarifas (MTIC); referencia a Clodoveu de Oliveira; os primeiros atuários do MTIC; o funcionamento do Conselho Atuarial do MTIC; a posição do Conselho Atuarial na criação do Serviço Social da Indústria (SESI) e do Serviço Social do Comércio (SESC); o apoio à causa constitucionalista, em 1932; referência a Costa Leite; referência a Oscar Porto Carreiro; os primeiros atuários do MTIC; as pesquisas estatísticas nos Institutos de Aposentadoria e Pensões (IAPs) e nas CAPs; referência a Oscar Porto Carreiro.

Fita 3 – Homenagem a Oscar Porto Carreiro; referência a Rio Nogueira; referência a Jessé Montello; o atendimento a pedido do Ministro do Trabalho Parsifal Barroso.

2ª ENTREVISTA – 26/01/1988
Fita 3 (Continuação) – A fiscalização das companhias de seguro privado; referência a Clodoveu de Oliveira; a tábua para cálculo das indenizações em acidentes de trabalho; o desentendimento entre Paulo Câmara e o Ministro Morvan de Figueiredo; as pressões das companhias de seguro privado; o apoio de Assis Chateubriand às seguradoras privadas; comentário sobre a Companhia Federal de Seguros; o seguro-educação; a privatização da Companhia Federal de Seguros.

Fita 4 – A privatização da Companhia Federal de Seguros; a estatização do seguro de acidente do trabalho; os congressos internacionais de atuária; o caso da obtenção do visto diplomático para Gastão Quartim Pinto de Moura; o interesse de Getúlio Vargas no serviço atuarial do MTIC; a compra de casas da Previdência Social por jornalistas; o discurso de João Goulart em São Paulo; a viagem para o Congresso Internacional de Atuária, em Madrid; parecer contrário ao abono de natal prometido pelo Ministro João Goulart (MTIC); o aumento do salário mínimo, em 1954; a reunião com Getúlio Vargas no Palácio Rio Negro, em Petrópolis (RJ); crítica pública de João Goulart aos atuários; comentários sobre a criação do SESI e do SESC; referência a Jessé Montello; o projeto de pensão automática para as viúvas de homens ilustres; o relacionamento com algumas autoridades políticas da República.

Fita 5 – Comentário sobre a aposentadoria por tempo de serviço; comentário sobre a criação da aposentadoria para os ferroviários; o encontro com oficiais militares no serviço atuarial; referência a Severino Montenegro; o IBA; o plano proposto pelos atuários para unificação dos benefícios previdenciários, comentário sobre a regulamentação da Lei Orgânica da Previdência Social (LOPS); referência a Thomás Russel Raposo de Almeida; as tábuas estatísticas para cálculo de despesas médicas e hospitalares; a elaboração do Plano de Assistência Médica para o Exército; propósito de criação de um seguro-desemprego; a participação de Oscar Porto Carreiro na elaboração do seguro-desemprego.

Fita 6 – A reunião com o Ministro do Trabalho Arnaldo Sussekind sobre seguro-desemprego; a criação do FGTS; a demissão de Oscar Porto Carreiro; os motivos do pedido de aposentadoria em 1966; o desentendimento com Sylvio Pinto Lopes; o trabalho com Oscar Porto Carreiro; os rumos dos atuários após a unificação da Previdência; o Conselho Atuarial do MPAS; a implantação da Companhia Federal de Seguros; referência a Gerson de Carvalho; a elaboração dos cálculos atuariais da Companhia Federal de Seguros; comentário sobre a remuneração dos atuários.

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