Oswaldo Gonçalves Cruz

Fotografia em preto e branco de Oswaldo Cruz. Ele aparece do busto para cima, com corpo levemente voltado para a direita. É um homem branco, com cabelos curtos, grisalhos e bigode preto, grosso e farto. Usa terno preto e camisa branca.

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Oswaldo Gonçalves Cruz

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  • Cruz, Oswaldo Gonçalves, 1872-1917

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  • Oswaldo Cruz
  • O. Gonçalves Cruz

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Dates of existence

1872-1917

History

Nasceu em 5 de agosto de 1872, em São Luiz do Paraitinga (SP), filho de Bento Gonçalves Cruz e Amália Bulhões Cruz. Em 1889 ingressou na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, onde se formou em 1892, apresentando a tese de doutoramento “A vehiculação microbiana pelas águas”. No ano seguinte instalou em sua residência um pequeno laboratório de microbiologia. Nesse período, assumiu tanto a clínica que pertencera a seu pai como o ambulatório em que ele cuidava dos funcionários da Fábrica de Tecidos Corcovado. Em 1894, a convite de Egydio Salles Guerra, trabalhou na Policlínica Geral do Rio de Janeiro como responsável pela montagem e chefia do laboratório de análises clínicas que apoiava o Serviço de Moléstias Internas. No mesmo ano, auxiliou o Instituto Sanitário Federal, chefiado por Francisco Fajardo, a diagnosticar o cólera como a epidemia reinante no vale do Paraíba. Em 1897 foi para Paris, onde estudou microbiologia, soroterapia e imunologia no Instituto Pasteur e medicina legal no Instituto de Toxicologia. Retornou em 1899, reassumiu seu cargo na Policlínica e foi convidado para fazer parte da comissão chefiada por Eduardo Chapot-Prévost a fim de verificar a mortandade de ratos responsável pelo surto de peste bubônica em Santos. De volta ao Rio de Janeiro, foi convidado a ocupar a direção técnica do Instituto Soroterápico Federal que estava sendo construído na Fazenda Manguinhos, comandado pelo barão de Pedro Affonso, proprietário do Instituto Vacínico Municipal, e cujo funcionamento se iniciou em 1900. Em 1902, após divergências internas que provocaram a exoneração do barão, passou a dirigir sozinho a instituição. No ano seguinte, assumiu o comando da Diretoria Geral de Saúde Pública (DGSP) com o desafio de empreender uma campanha sanitária para combater as principais doenças que grassavam na capital federal: febre amarela, peste bubônica e varíola. Os métodos utilizados em relação às epidemias de febre amarela e peste bubônica abarcaram desde o isolamento dos doentes, a notificação compulsória dos casos positivos, a captura de mosquitos e ratos, até a desinfecção das moradias situadas em zonas de focos. Em 1904, após a aprovação da lei da vacinação antivariólica obrigatória, ocorreu uma revolta popular, seguida da tentativa de golpe por parte dos militares – episódio denominado de Revolta da Vacina. Durou uma semana e foi sufocada com saldo de mortos, feridos e presos, o que levou à revogação da obrigatoriedade. Entre 1905 e 1906 realizou, pela DGSP, uma expedição a trinta portos marítimos e fluviais de Norte a Sul do país com o objetivo de estabelecer um código sanitário de acordo com os preceitos internacionais. Em 1907 recebeu a medalha de ouro em nome da seção brasileira presente no XIV Congresso Internacional de Higiene e Demografia de Berlim. Terminado o evento, foi a Paris, com o objetivo de estreitar laços científicos com o Instituto Pasteur, e em seguida a Nova York, onde conheceu o Instituto de Pesquisas Médicas. Nesse período, cumprindo missão delegada pelo governo brasileiro, reuniu-se com o presidente Theodore Roosevelt para lhe garantir que a esquadra norte-americana poderia desembarcar na capital federal sem temer a febre amarela. Encontrava-se ainda no exterior quando, em 1907, o presidente Afonso Pena transformou o Instituto Soroterápico Federal em Instituto de Patologia Experimental de Manguinhos. Em sua volta ao país, no início de 1908, foi recepcionado como herói nacional, e não mais criticado por sua conduta à frente das campanhas sanitárias. Ainda em 1908 o instituto foi denominado Instituto Oswaldo Cruz (IOC). Em 1909 solicitou sua exoneração da DGSP e optou pela direção do IOC. Em Manguinhos realizou o levantamento das condições sanitárias do interior do país por meio de expedições científicas promovidas pelo IOC, tais como, em 1910, os combates à malária durante a construção da Ferrovia Madeira-Mamoré, para onde viajou em companhia de Belisário Penna, e à febre amarela, a convite do governo do Pará. Em 1913 ingressou na Academia Brasileira de Letras, e um ano depois foi agraciado com o título de oficial da Ordem Nacional da Legião de Honra da França. Após deixar o comando do IOC no início de 1916, em consequência do agravamento de sua doença renal, foi residir em Petrópolis (RJ), onde ocupou o cargo de prefeito por nomeação de Nilo Peçanha, presidente do estado do Rio de Janeiro. Morreu em 11 de fevereiro de 1917, em Petrópolis.

Places

Legal status

Functions, occupations and activities

Diretor do Instituto Soroterápico Federal, 1902-1908
Diretor da Diretoria Geral de Saúde Pública, 1903-1909
Diretor do IOC, 1908-1916
Prefeito de Petrópolis, 1916-1917
Membro da Academia Nacional de Medicina, 1899-1917
Membro da Academia Brasileira de Letras, 1912-1917

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Internal structures/genealogy

General context

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Oswaldo Cruz Filho (1903-1977)

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Oswaldo Cruz Filho

is the child of

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Bento Oswaldo Cruz (1895-1941)

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Walter Oswaldo Cruz (1910-1967)

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Hercília Oswaldo Cruz (1898-1968)

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is the child of

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Elisa Oswaldo Cruz (1894-1965)

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Bento Gonçalves Cruz (1845-1892)

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is the parent of

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Emília da Fonseca Cruz (1873-1952)

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Emília da Fonseca Cruz

is the spouse of

Oswaldo Gonçalves Cruz

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1893 - 1917

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Amália Taborda de Bulhões Cruz (1851-1921)

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Amália Taborda de Bulhões Cruz

is the cousin of

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Ezequiel Caetano Dias (1880-1922)

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Ezequiel Caetano Dias

cunhado(a) de

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João Baptista da Costa (1865-1926)

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João Baptista da Costa

cunhado(a) de

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Vera Hasselmann Oswaldo Cruz (1947-)

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Vera Hasselmann Oswaldo Cruz

neto(a) de

Oswaldo Gonçalves Cruz

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Eduardo Oswaldo Cruz (1933-2015)

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Manuel José da Fonseca (1842-1912)

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sogro(a) de

Oswaldo Gonçalves Cruz

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Joaquim Vidal Leite Ribeiro (1891-1981)

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Joaquim Vidal Leite Ribeiro

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Oswaldo Gonçalves Cruz

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ISAAR(CPF): norma internacional de registro de autoridade arquivística para entidades coletivas, pessoas e famílias.

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Language(s)

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Sources

ARAGÃO, Henrique de Beaurepaire. Notícia histórica sobre a fundação do Instituto Oswaldo Cruz (Instituto de Manguinhos). Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, v. 48, p. 1-75, 1950.
BENCHIMOL, Jaime Larry (coord.). Manguinhos do sonho à vida: a ciência na belle époque. Rio de Janeiro: Casa de Oswaldo Cruz, 1990.
BRITTO, Nara. Oswaldo Cruz: a construção de um mito na ciência brasileira. Rio de Janeiro: Ed. Fiocruz, 1995.
DIAS, Ezequiel Caetano. O Instituto Oswaldo Cruz: resumo histórico (1899-1918). Rio de Janeiro: Instituto Oswaldo Cruz, 1918.
DIAS, Ezequiel Caetano. Traços biográficos de Oswaldo Cruz. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, v. 15, n. 1, p. 1-79, 1922.
FONSECA FILHO, Olympio da. A escola de Manguinhos: contribuição para o estudo do desenvolvimento da medicina experimental no Brasil. São Paulo: EGTR, 1974.
FRAGA, Clementino. Vida e obra de Oswaldo Cruz. Rio de Janeiro: José Olympio, 1972.
GUERRA, E. Sales. Osvaldo Cruz. Rio de Janeiro: Ed. Vecchi, 1940.
OSWALDO Cruz no julgamento dos contemporâneos. Rio de Janeiro: UFRJ/FGV, 1972.
SERPA, Phocion. A vida gloriosa de Osvaldo Cruz. Rio de Janeiro, 1937.

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