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Sumário:
0min à 15min:
- Identificação da depoente e descrição sobre a infância; narração breve da história militar de seu avô e a descrição da convivência com os primos na casa da avó paterna; informações sobre os irmãos e os pais;
- Considerações sobre os colégios em que estudou;
- Descrição da casa da avó paterna: estrutura e funcionamento, convivência com os funcionários.
15min à 30min
- Continuação da narração da convivência com os funcionários; comentário sobre a vizinhança do Morro da Mangueira;
- Sobre o desejo de ser militar; sua entrada na Escola Nacional de Engenharia (escola Politécnica) no curso de Arte Decorativa, paralelamente ao de samaritana, na Cruz Vermelha; menção à motivação para o curso de enfermagem.
- Descrição do contexto de sua apresentação voluntária para a guerra e a reação da família;
- Citação da atuação das enfermeiras da Ana Néri na guerra;
- Descrição do episódio da sua reprovação no exame médico.
30min à 45min
- Continuação sobre o último tópico acima descrito e o desfecho do mesmo com a intervenção de seu pai;
- Descrição do funcionamento do curso de enfermeiras de emergência da reserva do exercito;
- Menção à participação como dama de honra do casamento da princesa D. Maria Francisca.
- Sobre a formatura do curso de samaritanas e a “Benção dos Braçais” (formatura do curso de enfermeiras de emergência da reserva do exército);
- Citação sobre os regimentos que foram para a guerra: o 6° RI e o Regimento Sampaio;
- Sobre a convocação; considerações sobre o uniforme.
45min à 01h
- Continuação sobre os uniformes; a adaptação dos uniformes americanos para o uso das enfermeiras brasileiras; menção ao salário (vencimentos);
- Descrição da partida para a guerra; listagem das enfermeiras que embarcaram com a Virgínia;
- Sobre a base de Parnamirim; a instrução de seu pai sobre como enviar suas correspondências; a construção do seu diário de guerra;
- Citação do batismo de fogo em Nápoles;
- Considerações sobre a convivência com as colegas no período da viagem, especificamente em Nápoles.
01h à 01h15min
- Descrição do batismo de fogo em Nápoles;
- Sobre o convívio com as americanas no front;
- Descrição da estrutura dos hospitais de campanha e a rotina do trabalho realizado pelas enfermeiras;
- Considerações sobre os pacientes: a diferença entre os americanos e os alemães;
01h15min à 01h30min
- Continuação das considerações sobre os soldados, especificamente os alemães;
- Descrição da estrutura das enfermarias;
- Sobre o processo de transferência dos pacientes;
- Sobre a operação de apendicite que sofreu enquanto estava no front;
- Menção à máquina fotográfica que ganhou em Pistoia;
- Sobre a baixa na enfermaria de Hélio Portocarrero, seu primo.
1h30min à 1h45min
-Continuação do tópico acima descrito e os cuidados com o seu primo após a operação;
- Menção sobre como reagia ao cotidiano da guerra; os cuidados com a beleza que as enfermeiras tinham na guerra, sua relação com os pacientes, especificamente os alemães;
- Sobre o término da guerra; o episódio da morte de Mussolini;
- A relação com o clima; narração de um episódio no front: a compra de cachimbos por engano;
1h45min à 2h
- Detalhes de como procedia quando ocorriam os bombardeios;
- Sobre a comemoração do natal no front;
- Sobre o transporte da cama móvel nas mudanças dos hospitais;
- Citação dos trabalhos de Rubens Braga e Joel Silveira como correspondentes na guerra;
- Detalhes sobre o retorno ao Brasil; o desligamento do exercito;
- Citação sobre os empregos anteriores e posteriores à ida para a guerra
-Sobre a “volta” para o exército: as enfermeiras que foram para a guerra recebem o título de segundo-tenente.
2h à 2h17min
- Considerações sobre a política de Getúlio quanto aos que retornaram da guerra;
- Menção sobre a volta pra o convívio da família;
- Sobre a colega Nair;
- A passagem para a reserva do exército como capitão, por tempo de serviço, após ter trabalhado na Policlínica do Exercito;
- Citação do seu trabalho com pintura no departamento de Saúde Escolar;
- Sobre sua relação com os ex-combatentes no retorno da guerra; informações sobre a participação na Associação dos Veteranos de Guerra e a atuação dessa instituição;
- Menção às relações familiares no período em que a entrevista foi realizada;
- Agradecimentos e considerações finais.
published
A entrevista trata da história de vida da depoente, abordando aspectos como vida familiar, escolha profissional, valorização da carreira de Enfermagem no contexto da Segunda Guerra Mundial, período em que foi enfermeira da FEB na Itália durante a Segunda Guerra, dentre outros temas. Foi gravada na doação de seu arquivo pessoal à Casa de Oswaldo Cruz.
Sumário:
0min à 15min:
- Identificação da depoente e descrição sobre a infância; narração breve da história militar de seu avô e a descrição da convivência com os primos na casa da avó paterna; informações sobre os irmãos e os pais;
- Considerações sobre os colégios em que estudou;
- Descrição da casa da avó paterna: estrutura e funcionamento, convivência com os funcionários.
15min à 30min
- Continuação da narração da convivência com os funcionários; comentário sobre a vizinhança do Morro da Mangueira;
- Sobre o desejo de ser militar; sua entrada na Escola Nacional de Engenharia (escola Politécnica) no curso de Arte Decorativa, paralelamente ao de samaritana, na Cruz Vermelha; menção à motivação para o curso de enfermagem.
- Descrição do contexto de sua apresentação voluntária para a guerra e a reação da família;
- Citação da atuação das enfermeiras da Ana Néri na guerra;
- Descrição do episódio da sua reprovação no exame médico.
30min à 45min
- Continuação sobre o último tópico acima descrito e o desfecho do mesmo com a intervenção de seu pai;
- Descrição do funcionamento do curso de enfermeiras de emergência da reserva do exercito;
- Menção à participação como dama de honra do casamento da princesa D. Maria Francisca.
- Sobre a formatura do curso de samaritanas e a “Benção dos Braçais” (formatura do curso de enfermeiras de emergência da reserva do exército);
- Citação sobre os regimentos que foram para a guerra: o 6° RI e o Regimento Sampaio;
- Sobre a convocação; considerações sobre o uniforme.
45min à 01h
- Continuação sobre os uniformes; a adaptação dos uniformes americanos para o uso das enfermeiras brasileiras; menção ao salário (vencimentos);
- Descrição da partida para a guerra; listagem das enfermeiras que embarcaram com a Virgínia;
- Sobre a base de Parnamirim; a instrução de seu pai sobre como enviar suas correspondências; a construção do seu diário de guerra;
- Citação do batismo de fogo em Nápoles;
- Considerações sobre a convivência com as colegas no período da viagem, especificamente em Nápoles.
01h à 01h15min
- Descrição do batismo de fogo em Nápoles;
- Sobre o convívio com as americanas no front;
- Descrição da estrutura dos hospitais de campanha e a rotina do trabalho realizado pelas enfermeiras;
- Considerações sobre os pacientes: a diferença entre os americanos e os alemães;
01h15min à 01h30min
- Continuação das considerações sobre os soldados, especificamente os alemães;
- Descrição da estrutura das enfermarias;
- Sobre o processo de transferência dos pacientes;
- Sobre a operação de apendicite que sofreu enquanto estava no front;
- Menção à máquina fotográfica que ganhou em Pistoia;
- Sobre a baixa na enfermaria de Hélio Portocarrero, seu primo.
1h30min à 1h45min
-Continuação do tópico acima descrito e os cuidados com o seu primo após a operação;
- Menção sobre como reagia ao cotidiano da guerra; os cuidados com a beleza que as enfermeiras tinham na guerra, sua relação com os pacientes, especificamente os alemães;
- Sobre o término da guerra; o episódio da morte de Mussolini;
- A relação com o clima; narração de um episódio no front: a compra de cachimbos por engano;
1h45min à 2h
- Detalhes de como procedia quando ocorriam os bombardeios;
- Sobre a comemoração do natal no front;
- Sobre o transporte da cama móvel nas mudanças dos hospitais;
- Citação dos trabalhos de Rubens Braga e Joel Silveira como correspondentes na guerra;
- Detalhes sobre o retorno ao Brasil; o desligamento do exercito;
- Citação sobre os empregos anteriores e posteriores à ida para a guerra
-Sobre a “volta” para o exército: as enfermeiras que foram para a guerra recebem o título de segundo-tenente.
2h à 2h17min
- Considerações sobre a política de Getúlio quanto aos que retornaram da guerra;
- Menção sobre a volta pra o convívio da família;
- Sobre a colega Nair;
- A passagem para a reserva do exército como capitão, por tempo de serviço, após ter trabalhado na Policlínica do Exercito;
- Citação do seu trabalho com pintura no departamento de Saúde Escolar;
- Sobre sua relação com os ex-combatentes no retorno da guerra; informações sobre a participação na Associação dos Veteranos de Guerra e a atuação dessa instituição;
- Menção às relações familiares no período em que a entrevista foi realizada;
- Agradecimentos e considerações finais.
Sem restrição.
Sem restrição.
Transcrição e sumário
Primeira entrevista - 25 de julho de 2014
Sumário:
Elaboração: Poliana Orosa
[00:00 à 00:15]
Entrevistadora apresenta a biografia do entrevistado: Cláudio do Amaral Junior, nascido em São Paulo em Araraquara em 1934, formado em medicina pela UFF em 1967. No mesmo ano de sua formação iniciou uma campanha de erradicação a varíola, e coordenou está campanha no Maranhão para a fundação SESP. Também coordenou a campanha de vacinação nos estados de Pernambuco, Rio de Janeiro e Paraná. Acompanhou os últimos casos da doença no Rio de Janeiro e também realizou documentação importante para a certificação de erradicação da doença em todo território brasileiro. Esteve na Índia durante 1973 e 1976 onde trabalhou com controle de doenças transmissíveis e assistiu os últimos casos de varíola no mundo na Etiópia de 1976 a 1980. Posteriormente, retornou ao Brasil em 1981 onde atuou no processo de vacinação da pólio, do sarampo e da tuberculose. Trabalhando com Leonel Brizola em 1983, sendo assessor do PNI em 1988, também participou junto às OPAS no Plano de Erradicação da pólio no Brasil, onde com sua experiência na varíola, trabalhou também na prevenção da cólera, hepatite e dengue em vários estados do Brasil.
Entrevistado faz considerações sobre o início de seu trabalho com a varíola em 1965, que já existia uma vacina muito boa e com técnica bem definida, mas não era como a vacina de hepatite B, que é recombinante e não tinha reação. Por ter elementos em alumínio a vacina da varíola pode causar reações; uma das missões do projeto de erradicação era minorar a recusa à vacina por conta das reações, além de se ter uma pressão do resto da América onde já não se encontrava mais varíola. A recusa na vacinação da varíola se dá desde dos tempos de Oswaldo Cruz, mas sua eficácia é comprovada uma vez que os casos diminuem drasticamente a partir da vacinação. A campanha de vacinação nacional da varíola começa com pressão interna de outros países, uma vez que o Brasil exportava a doença. Formou-se unidades de vigilância e treinamento de unidades sanitárias e, assim, se revolucionou a campanha, uma vez que a localização dessas unidades dava à população a possibilidade de se vacinar e também de orientá-la contra a doença. Outro agravante para a vacinação dizia respeito às pessoas que se deslocaram das zonas rurais para o meio urbano e que se recusavam a vacinar; estas pessoas buscavam empregos e as reações causadas acabavam por retirá-los do mercado de trabalho.
[00:15 à 00:30]
Recrutamento de médicos que tentaram implantar uma metodologia ultrapassada. Importância na utilização da agulha bifurcada e do Ped-O-Jet, pela sua eficácia. Já havia uma técnica bem quista para a varíola que era a vacinação e o instrumento de vacinação desta. Segundo o depoente, o que faltava era a mobilização dificultada pelo contexto de crise política da ditadura militar; utilização das escolas como instrumento de mobilização para a vacinação, que se mostrou eficaz uma vez que as imagens do varioloso causaram impacto nos alunos que trouxeram a família e a comunidade para a vacinação. O sucesso da iniciativa foi tanto que a vacinação passou então às praças públicas e atingiu de 60% a 70% da população daqueles municípios e dos municípios vizinhos que vieram para a vacinação. Segundo ele, essa mudança de estratégia foi fundamental para erradicação da varíola no país.
[00:30 à 00:45]
O depoente mostra à entrevistadora imagens da vacinação em praça pública, chamando a atenção para a quantidade de pessoas nelas presentes; sobre a motivação política contra a campanha de Oswaldo Cruz. Ele entende a vacinação da varíola nesse período como uma tarefa pedagógica que hoje reflete no entendimento da população sobre a importância da vacina e o reflexo é a população pedir pelas vacinas. Importância de que a vacinação atingisse a todas as instâncias sem parecer para o governo da ditadura que se tratava de um ato de rebelião. O depoente mostra fotografias do presidente da república, General Arthur da Costa e Silva, sendo vacinado.
[00:45 à 01:00]
Vacinação dos líderes da ditadura para servirem de incentivo à vacinação; entrevistado mostra foto de José Sarney. A operação de vacinação com cerca de 1.000 pessoas em atividade; criação de um posto de notificação de doenças para identificar a incidência de outras doenças contagiosas, tais como catapora. Apoio de José Sarney na campanha de vacinação de São Luís e mobilização universitária na vacinação. Vacinação no Amazonas e a exigência de se vacinar também contra hepatite B, já que havia alto índice de portadores e transmissores. A introdução da vacina contra hepatite B no Brasil em 1980; vacinação dos líderes políticos dos estados primeiramente.
[01:00 à 01:15]
Rio de Janeiro foi o último estado a ser vacinado no Brasil e onde se deram os derradeiros casos de varíola no país; o último caso de varíola no Brasil e na América foi através de transmissão hospitalar. Casos não notificados de varíola no Rio de Janeiro. Esteve 12 meses no Maranhão para acabar com a varíola e posteriormente foi para o Paraná, onde ficou por 8 meses e, sucessivamente, para Santa Catarina. A importância dos governos locais no apoio à erradicação da doença no Brasil, o que se deu em 4 anos.
[01:15 à 01:30]
O trabalho de coordenação da vacinação em 4 estados simultaneamente. A partir da publicação de boletim sobre a varíola, partiu-se para a combinação de vacina, ao se diluir as duas vacinas em uma única dose, seriam imunizadas várias pessoas e o custo benefício seria melhor. O sucesso da combinação e o início das campanhas de multivacinação utilizando a varíola. A comissão de erradicação da varíola no Brasil passou a ser precursora de toda a América na combinação de vacinas. O depoente foi por 10 anos o presidente da Comissão Nacional do Controle das Hepatites. A comissão da varíola trouxe grande aprendizado para os serviços epidemiológicos do país. Ao ir para a OPAS, já tinha formação em saúde pública.
[01:30 à 01:45]
A vacinação de meningite utilizou o Ped-O-Jet, como na varíola. Gasto do país em compra de vacinas, quando este poderia estar produzindo as suas próprias. Conta sobre diversos países e vacinas diferentes que o Brasil obtém pela compra, especialmente a vacina contra hepatite B.
[01:45 à 02:00]
Comentário sobre o vírus selvagem da varíola e a defesa para que não seja destruído, mas que sirva como pesquisa e que não esteja nas mãos de laboratórios militares. Discorre sobre a incidência de epidemia virais ao redor de laboratórios militares. Roubos de vacina antes de haver um local de armazenamento de vacinas específico e seguro.
[2:00 à 02:15]
Os últimos 19 casos de varíola no estado do Rio de Janeiro foram em 1971, alguns outros casos podem não ter sido notificados, pois se pedia aos postos de saúde para fazê-lo, mas muitas vezes médicos particulares não o faziam. A precariedade da vacinação e notificação de casos no Rio de Janeiro facilitando a disseminação da doença. Críticas ao secretário de saúde do estado do Rio de Janeiro que não deixava que a população fosse vacinada em sua totalidade e também não fazia as notificações, o que acabou fazendo a cidade ter o último caso de varíola das Américas, por transmissão hospitalar. Procura de casos no pós-vacina e a premiação para quem notificasse um caso de varíola.
O trabalho na direção da erradicação da varíola, onde conduziu uma pesquisa nacional que enviava pessoas com experiência na doença para outros estados; nessa pesquisa não se encontrou nenhum caso de varíola e esta passou a ser extinta do país. O aumento da vacinação em postos contra outras doenças por meio da multivacinação e o nascimento do PAI (Programa Ampliado de Imunização) fortalecendo as unidades sanitárias.
[02:15 à 02:30]
A dificuldade de conservação das vacinas da maneira apropriada, pois eram armazenadas incorretamente e perdiam sua característica imunobiológica, ou seja, a capacidade de provocar anticorpos. Orientação aos pontos de saúde para o cuidado e a importância com o armazenamento. O processo de consolidação da erradicação da varíola de 1971 até 1973. Em 1977, a varíola foi considerada erradicada em todo mundo, tendo tido seu último caso na Somália. A indicação pelo Ministério da Saúde para ir para a Índia ajudar na erradicação.
[02:30 à 02:45]
A ida para a Escola de Saúde Pública onde fez seu curso de saúde pública; a ida para Genebra, o departamento de varíola e a incorporação aos funcionários da OMS; a chegada à Delhi, a ida para o estado de Uttar Pradesh, em Bareilly, cujos índices de varíola eram altos. As poucas dificuldades por não falar hindu e a conexão com os locais, que eram muito dóceis. Considerações sobre capacidade para atuar na erradicação das doenças e a necessidade de entrosamento na área para realizar o trabalho. A permanência na Índia por aproximadamente 5 anos.
[02:45 à 03:00]
A multiculturalidade da Índia e a perspectiva de trabalhar num ambiente tão plural. A utilização da cultura e deuses locais para ajudar na identificação da varíola. A peculiaridade da organização social da Índia focada no aproveitamento das coisas. O cotidiano entrosamento com a estrutura local e cultural para se preparar para a vacinação.
[03:00 à 03:15]
O trabalho realizado a partir da troca de alimentos pela vacinação dos identificados com varíola, a doação de dinheiro para abastecimento alimentício local e, com isso, se conseguia vacinar a vila no entorno no raio de um quilômetro. Passou a receber ajuda do sherva que incentivava as pessoas a se vacinassem. A convivência com Madre Tereza de Calcutá em Baliganj, bairro em Calcutá, e o apoio às suas obras contra a varíola; a apoio dado por ela à sua esposa, Alba Amaral, quando estava em trabalho de campo. Sobre Indira Gandhi que conheceu em Darjeeling.
[03:15 à 03:30]
Os conflitos de libertação da Índia e a percepção que o povo tinha uma sensibilidade diferente; os cuidados em ser representante da OMS nesse contexto. Os trabalhos com os médicos Mukherjee e Nicole Grace. A convivência com José Sarney, no Brasil, e o convite para receber doações para a irmã Dulce, da Bahia, para a construção de um hospital.
[03:30 à 03:45]
A ida para o Japão para ministrar aula sobre pólio em Kunamoto, convidado por Isao Ary; o encontro com Mercedes Foster, em Los Angeles, e o agradecimento por ser o representante para as doações para a irmã Dulce. O último caso de varíola na Índia em 1975, no estado de Beawar.
[03:45 à 04:00]
A permanência durante um tempo no norte da Índia, próximo ao Himalaia, onde trabalhou. O desejo de permanecer na India, após o trabalho de erradicação da varíola e poder atuar em outras doenças. Explicações sobre o processo de erradicação na Índia, que foi diferente dos demais países, devido aos órgãos de saúde serem bem organizados e estruturados. A cultura da Índia e as diferentes experiências que viveu, as características específicas do país o ajudaram a constituir o programa de vacinação.
[04:00 à 04:15]
Explicação sobre a necessidade de respeitar a cultura na Índia e seu sistema de castas, a taxa alta de suicídios femininos, a fé e o respeito dos hindus pelos seus deuses. Considera que o trabalho na Índia foi fácil pelo apoio que a religião oferecia e também porque a população vivia concentrada em vilas, favorecendo a vacinação. Comenta as peculiaridades do país, o povo, sua educação, a indústria de filmes.
Segunda entrevista – 27 de agosto de 2014
[00:00 à 00:15]
A respeito da mobilização das pessoas em direção à erradicação da varíola no Brasil; o depoente é um dos três homens que recebeu a ordem de mérito para médico nacional em 1995. O grande ponto da campanha contra a varíola foi a mudança de comportamento coletivo frente às vacinas, tendo as escolas como o maior apoio da campanha. O mesmo método de vacinação da varíola foi utilizado contra pólio: eram projetos nacionais que envolveram todas as instâncias do país. A defesa que as estratégias contra epidemias têm de ser feitas em conjunto com todas as esferas nacionais: federal, estadual e municipal, para sua centralização; cada epidemia necessita de uma determinada estratégia e maleabilidade para ser combatida. Avalia que os postos de saúde têm as vacinas, mas não são capazes de, sozinhos, sem outras esferas, atingir a mobilização necessária e cita o caso da rubéola.
[00:15 à 00:30]
O argumento de que sem a mobilização não existe trabalho, ou seja, vacinação. A mudança de comportamento da população que hoje, por si só, exige do Ministério da Saúde, as vacinas. Fala sobre as poucas vacinas produzidas no Brasil, mesmo enxergando potencial para que outras fossem e o do gasto gerado pela compra de vacinas de outros países. Risco de surto de varíola, uma vez que há mais de 100 milhões de pessoas suscetíveis à doença e o vírus selvagem é utilizado como arma biológica. Surtos de hepatite B no Brasil, com alto índice de infectados no Norte, a vacina da hepatite B também é comprada de outros países. Só três países no mundo têm o vírus da varíola selvagem que pode provocar a doença, são eles: Rússia, Estados Unidos e Israel. Dificuldade de dar assistência médica, quando o próprio médico é mal recompensado por isso, buscando atuar em outras áreas como consultórios.
[00:30 à 00:45]
Fala da importância da saúde pública e que assuntos importantes como orientação sexual e orientação de drogas, sejam trabalhados dentro das escolas para transmissão de informação e conscientização sobre riscos. Atribui a erradicação da varíola à população, pois essa se conscientizou. A varíola foi a precursora das doenças notificáveis, com boletins semanais, também foi pioneira das vacinas aplicadas em conjunto. Sobre o Ebola, vírus identificado por Donald Francis, epidemiologista dos EUA, que também foi um dos responsáveis pela descoberta do vírus da Aids. Explica a vida do vírus e sua necessidade de um hospedeiro.
[00:45 à 01:00]
A explicação como o vírus da Aids age dentro do organismo; a convivência com Donald Francis, em Bareilly, Índia, que hoje assessora o Instituto Butantã na tentativa de encontrar uma vacina para a dengue. Importância de estudar a associação dos seres vivos na saúde pública. Utilização da varíola na época colonial como arma de guerra em outras situações pelos ingleses contra os EUA. A ação do vírus da Aids dentro do esperma do homem.
[01:00 à 01:15]
Os índices de contágio da Aids entre mulheres, que é mais baixo. Contaminação do fator 8, utilizado para tratar hemofílicos pelo vírus da Aids, por manipulação irresponsável do sangue; o fechamento dos locais onde a contaminação aconteceu. Ajuda e mobilização da população no governo de Leonel Brizola no Rio de Janeiro através da imprensa ajudando nas denúncias e o fechamento de locais irregulares. Mostra um mapa apontando as doenças que estão surgindo atualmente, próximas a laboratórios militares, principalmente nos EUA. Ação na visita e fechamento de hospitais com péssimas condições de funcionamento e atuação dentro de hospitais privados.
[01:15 à 01:30]
Grupo de Genebra contra a varíola, liderado pelo Dr. Anderson, visita um trabalho de vacinação, daí surge o convite para a Índia, e o curso de saúde pública antes de ir para WHO. Incidência de vacínia, após a erradicação no hospital Miguel Couto. Foi na semana seguinte ao fim do curso para a Índia como funcionário da OMS em 1973. Ao chegar em Déli, foi exigida sua comprovação de vacinação, mas não tinha sido informado da necessidade da caderneta na entrada do país e foi obrigado a permanecer num hospital para quarentena por 24 horas. Após a liberação foi levado para WHO, lá foi recebido pela chefe da varíola que o levou ao chefe da área da OMS: Nicole Grasset; apresentou a ele o trabalho na Índia e a estratégia que vinha sendo utilizada. A facilidade, pois a população rural não estava dividida em latifúndios e sim em vilas, concentrando as pessoas e facilitando a vacinação.
[01:30 à 01:45]
Choque de cultura causado pelo conhecimento das castas, mas que fez com que passasse a entender o indiano. Sobre a estrutura geografia da Índia, especialmente o Himalaia, e o privilégio de conhecer um local tão fascinante quanto a Índia. Varíola era altamente letal na Índia, com índice de óbitos que chegou a 80%, diferentemente do Brasil que concentrava uma varíola considerada varíola minor; na Índia a varíola major que era considerada altamente perigosa e agressiva. Vacinação de pessoas que já estavam com febre ou estavam dentro da área de contaminação, pois na Índia isso evitava varíola major. A aplicação de diferentes estratégias com pequenas diferenças dentro de cada necessidade das áreas que visitava. Sustentabilidade dentro das vilas rurais indianas e problemas de saneamento básico.
[01:45 à 02:00]
Necessidade de entender as diferenças culturais dentro da Índia. O país era mais industrializado que o Brasil, mais aberto ao capital estrangeiro, graças a ação de Indira Gandhi, mas ao mesmo tempo não abre mão da soberania nacional. Pedido para que fosse substituir um médico norte americano em Uttar Pradesh, próximo à fronteira com o Nepal. Estrutura de saúde na Índia contava com um sistema diferenciado: na cidade havia o centro de saúde, o posto de saúde dentro do município e um hospital de referência na sede dos municípios. Assim que chegou a Bareilly se reuniu com o chefe de saúde de lá.
[02:00 à 02:15]
O entrevistado fala novamente sobre o choque cultural na Índia e de um episódio em que estava de mãos dadas com sua esposa enquanto ela vestia uma mini saia, lá a mulher anda 5 metros atrás do marido e as pernas são fator sexual, e nunca estão à mostra. A importância e a tradição dos sáris e a característica do hindu. O fluxo de pessoas que visitavam os doentes acabava por espalhar a doença, por isso era necessário fazer a contenção.
[02:15 à 02:30]
Mobilização de procura ativa; cuidado com cidades sensíveis principalmente a presença de ingleses. Trabalho com o Dr. Mukherjee. Curiosidade com a cidade de Calcutá e a experiência de trabalho e de satisfação, conta também a experiência da casa em que viveu; a permanência na Índia durante 4 anos.
Terceira Entrevista – 3 de setembro de 2014
[00:00 à 00:15]
Retomada da conversa da entrevista anterior, tendo como tópico a estada na Índia; chegada na Índia e preocupações com diferenças culturais e linguísticas e de uma estratégia que pudesse ser eficaz mesmo sem ser fluente no idioma; o primeiro local onde se instalou no país foi em Bareilly; a importância de respeitar os habitantes e sua cultura para que o trabalho seja positivo; comenta sobre os problemas políticos-estruturais da Índia; o entrevistado esteve por 4 ou 5 anos na Índia e sua estada foi uma parte muito importante da sua vida, pelo aprendizado da mistura da sua própria cultura com a cultura indiana.
[00:15 à 00:30]
Sobre troféus que ganhou na sua estada, um eles assinado por Indira Gandhi; a obrigatoriedade da vacina de febre amarela para entrada na Índia; o entrevistado mostra fotos das campanhas de vacinação no Brasil, na Etiópia e também na Índia; a importância do trabalho de mobilização com as lideranças locais para atingir alta cobertura vacinal; sobre as táticas de campanhas utilizadas no Brasil e o trabalho de campo, o planejamento das estratégias de acordo com as características locais.
[00:30 à 00:45]
A respeito das dificuldades de algumas pessoas em entender o trabalho que ele executava no campo; as dificuldades de entender o contexto cultural e político do local onde você está trabalhando e cita como exemplo o episódio de seu sequestro na Etiópia; o entrevistado fala da alegria de ter participado da erradicação de duas doenças: varíola e poliomielite; a diferença de planejamento que um trabalho de campo exige por levar em conta o país que o trabalho está sendo feito e também seu contexto político; importância de manter a mente aberta para a cultura do país para que o trabalho seja bem executado; sobre as especificidades da indústria da Índia, principalmente na produção de vacinas; o trabalho de vacinação no norte do estado de Bengali, na Índia, que ia de Malda até Bhopal.
[00:45 à 01:00]
Explica como os casos de varíola eram expostos pela deusa Shitala Mata, facilitando assim a notificação de casos; outra forma de notificação eram as vindas dos postos de saúde locais onde acessa o endereço das vilas infectadas com a varíola; a varíola acabava por atingir mais as vilas, área rural, pois as cidades já vinham sendo imunizadas; na Índia não existiam latifúndios, facilitando assim o trabalho, por se tratarem de pequenas propriedades divididas em vilas; conforme o número de casos ia diminuindo era feita uma busca ativa de casos de vila em vila; entrevistado fala sobre o trabalho exercido por sua esposa na campanha da Índia, treinando vacinadores e procura de casos.
[00:10 à 01:15]
Sobre sua atuação na presidência da Comissão Nacional Contra as Hepatites Virais em 1989, onde atuava junto com Hermann Schatzmayr, virologista da Fiocruz, e também Gilberta Bensabath; a vacinação de hepatite B para controle da hepatite D no Amazonas, as complicações que o local mantinha e a necessidade de se montar uma estratégia adaptada ao local; implantação da hepatite B no Programa Nacional de Imunização e importância da vacinação múltipla no país; sobre a importância da vacina da hepatite B na prevenção ao câncer de fígado; permaneceu 5 anos na Índia, 2 anos em Calcutá e o resto no norte do país.
[01:15 à 01:30]
A respeito das questões culturais na Índia, como alimentação, vestimentas, castas, relações familiares e religião; sobre a questão do saneamento básico e a organização do sistema de saúde.
[01:30 à 01:45]
Comentários sobre sua passagem pelo SESP e pela Fiocruz, a importância de formar novas pessoas; sobre o trabalho de direção de varíola no Brasil e na documentação que provava que já não existia varíola no país e do legado deixado por esse processo de erradicação, como, por exemplo, o sistema de saúde com notificação; o guia de vigilância epidemiológica, do qual fez parte em 1996; comenta sobre a entrada de sua esposa no Instituto Hare Krishna.
[01:45 à 02:00]
Aproximação de sua esposa, Alba Amaral, com Madre Teresa de Calcutá; as relações do Nepal e Tibet com a China e também sobre sua última visita ao local; relação de sua esposa com budistas e as visitas aos templos, a vivência em Darjeeling onde morou e também sobre a cultura tibetana, comparando-a com a cultura indiana; sobre a cultura de castas e sobre casamento indiano, descreve a relação entre os noivos, as diferenças que encontrou após retornar; a gravidade da varíola e o mergulho na cultura local para desenvolver seu trabalho.
[02:00 à 02:15]
A rotina profissional na Índia e o reconhecimento de seu trabalho pela própria população; a ida para a Etiópia, deixando a Índia sem ter completado os 2 anos necessários para confirmar erradicação; na Etiópia também era necessária a erradicação, pois eram os últimos casos de varíola no mundo; as diferenças político-culturais da Etiópia, o único país não colonizado do continente africano, e do problema administrativo que a direção da varíola no país enfrentava; os diversos conflitos políticos vividos na época pelo país; a falta de produção de vacina no Brasil e a importância de descentralizar a produção.
[02:15 à 02:30]
A defesa de um plano estratégico na produção de vacinas e crítica aos problemas atuais dentro do SUS, dentre eles a falta de planejamento estratégico e o baixo salário dos profissionais de saúde.
Quarta entrevista – 9 de setembro de 2014
[00:00 à 00:15]
Suas passagens pelo SESP e pela Sucam, antes de ir para Índia; o estabelecimento de unidades de vigilância no Brasil que foram ampliadas na erradicação da varíola e deixados como legado ao sistema de saúde; ameaça da varíola como arma biológica, utilizada pelos países que ainda possuem o vírus selvagem, questão levantada principalmente nos anos 1980.
[00:15 à 00:30]
A respeito do trabalho de Eduardo Costa com hepatite D na Amazônia; preocupação com a evolução de outros vírus que atingem animais e poderiam atingir humanos; importância do epidemiologista desenvolver uma estratégia caso à caso levando em consideração a doença, o contexto e o local.
[00:30 à 00:45]
Introdução do Ped-O-jet na vacinação da varíola no Brasil, que possibilitou a vacinação em massa; falta de produção de vacinas nacionais e gastos anuais com compras de vacinas internacionais que podiam ser produzidas no Brasil; fortalecimento das unidades sanitárias na erradicação da pólio; importância de se ter uma produção nacional de vacinas; falta de política de saúde dentro das escolas e, com isso, falta de mobilização da população; importância de acabar com o residual numa erradicação e usa como exemplo a questão da pólio na Índia.
[00:45 à 01:00]
Último caso de varíola na Índia foi no estado de Bihar, pobre e populoso, que fazia fronteira com o estado que era responsável, US Bangla, onde já não havia mais casos de varíola; após o último caso na Índia, ficou responsável pela busca ativa de casos em todo país; foi acionado por Donald Henderson para ir à Etiópia; trabalho conjunto da Fiocruz e da Fundação SESP na imunização e especialização de profissionais na saúde pública.
[01:00 à 01:15]
As questões geográficas relacionadas ao Himalaia e as montanhas próximas; comentários sobre viagens e lugares que seu trabalho pelo mundo possibilitou que fizesse, além de conhecer novas culturas e também pessoas como a Madre Teresa de Calcutá; experiência como secretário estadual de saúde de Leonel Brizola, no Rio de Janeiro, e o trabalho com doenças como cólera e meningite.
[01:15 à 01:30]
Sobre as características industriais e econômicas da Índia e a interação e carinho que adquiriu com o país devido às suas características únicas e ao seu povo; sobre seu processo de mudança da Índia para Etiópia, já conhecia alguns países da África, mas não a Etiópia; a chegada e o estabelecimento em Addis Abeba.
[01:30 à 01:45]
Explica a geopolítica do país e da área, sobre países vizinhos e principalmente sobre os nômades, cujo sacerdote da tribo, fazia variolização com o fim de imunizar a tribo; divisão do país em duas tribos, os Amhricos e o Galas, que conviviam em paz pela questão monárquica do país; chegou na Etiópia em 1976, em meio à derrubada da monarquia pelos militares; a questão da varíola vinha sendo liderada por um médico ligado ao antigo monarca.
[01:45 à 02:00]
O trabalho era feito por meio de 8 helicópteros, por se tratar de um terreno acidentado e também com muitas montanhas, para, assim, conseguir-se chegar às vilas, um sistema completamente diferente da Índia que necessitava de uma estrutura para abastecer os helicópteros e atingir as vilas; a questão de dominação nas vilas e o governo etíope, com suas diversas vertentes ideológicas dentro de um mesmo governo e interferência de interesses de países europeus na Etiópia; a respeito de sua chegada ao país sem conhecimento das questões políticas e também das interferências causadas pelo médico austríaco responsável pela varíola no país.
Quinta Entrevista – 11 de setembro de 2014
[00:00 à 00:15]
Sobre a recusa do estado do Rio de Janeiro em fazer vacinação em massa de sua população, na época da erradicação da varíola, com a alegação de que a vacinação nos postos seria suficiente e que um sistema de vigilância não seria necessário; comentários sobre a dificuldade de implementar um sistema de vigilância de doenças efetivo no Brasil e também de atingir a população na época da erradicação por problemas culturais, como a vergonha da doença.
[00:15 a 00:30]
Comenta sobre estatísticas que podem ser evitadas com a vacinação, como a morte por câncer de fígado com a vacinação da hepatite B e de estratégias de convencimento e organização que poderiam ser tomadas pelo poder público; retoma sobre sua chegada à Etiópia e as questões geográficas e culturais; o panorama sobre a varíola no país, que diferente da Índia, não era epidêmico e apresentava poucos casos; a questão política do país interferindo em seu trabalho; o problema da falta de informação que encontrou em cursos de saúde pública no Brasil.
[00:30 a 00:45]
A associação aos fazendeiros etíopes e a razão dela ser necessária no trabalho de convencimento para a vacinação na zona rural do país; após a vacinação da localidade, partia-se para a busca ativa de casos; o contexto político não interferiu em trabalho de campo, a revolução política no país e a interferência inicial do médico austríaco responsável, na erradicação da varíola.
[00:45 a 01:00]
Importância estratégica da Etiópia onde estão instalados vários setores da ONU; atuação do SESP com as unidades sanitárias; carta de acusação contra médico austríaco que apoiava a monarquia, mostrando casos de abuso de poder e desvio de recursos do programa.
[01:00 a 01:15]
Sobre o período que passou fora do Brasil, com ajuda do reitor de sua universidade, para que não fosse capturado pelo exército no governo da ditadura política, por ter sido presidente do DCE; processo de expulsão de pessoas que atrapalhavam o contexto de erradicação da varíola e o trabalho de saúde pública; a interferência dos aspectos políticos em seu trabalho, tais como seu sequestro.
[01:15 a 01:30]
Sobre a intervenção da ONU na sua libertação quando foi sequestrado; com o fim da varíola na Etiópia as áreas baixas do país, região de Ogaden, foram divididas entre 5 epidemiologistas e o depoente passou a ser responsável pelo município de Uade; nesta região é que foi sequestrado quando ia checar uma notificação; permaneceu preso por 22 dias e foi levado à Hargeysa, na Somália; sobre sua trajetória de vida e o orgulho de fazer parte de um trabalho de saúde pública.
[01:30 a 01:45]
Passou 5 anos na Etiópia e sua última ação foi procuras as tribos nômades; explica como o processo de variolização era feito dentro das tribos pelo sacerdote do grupo e como a missão deles era apanhar o frasco que continha a casca do ferimento para que não houvesse a contaminação de outros povos pela variolização que existia ali e pelo movimento migratório dentro deste grupo; interferência de países europeus dentro dos conflitos africanos na defesa de seus interesses; a compra das crostas de varíola do povo nômade, terminando assim o residual de varíola do mundo, antes, porém, houve uma infecção na Somália, razão pela qual este país fosse o último país com infecção autóctone de varíola no mundo.
[01:45 a 02:00]
Entrevistado conta como conseguiu vacinar os guerrilheiros quando foi sequestrado e explica o processo de libertação pela guerrilha e a entrega para o governo da Somália; repercussão de seu sequestro e como perceberam que ele havia sido pego pela guerrilha.
[02:00 a 02:15]
O momento em que foi deixado em um hotel em Hargeysa, sem absolutamente nada, até conseguir chegar a Mogadíscio e avisar aos outros sobre seu paradeiro; sobre detalhes da sua infância e legados deixados por sua família; o seu plano inicial de se formar em medicina para ser radiologista, pois sua cidade natal, Araraquara, não tinha nenhum profissional com esta qualificação; a mudança de planos quando foi cooptado pelo serviço social pela identificação com esta área.
[02:15 a 02:30]
Entrevistado fala sobre os movimentos de ação popular que integrou na época da faculdade e contra a ditadura militar; ligação com religiosidade e conexão com o catolicismo ao longo de sua vida; o desejo de permanecer na Etiópia até o último caso de varíola para que pudesse terminar sua missão, como fez na Índia onde ficou mesmo após o último caso, durante os dois anos de vigilância epidemiológica.
[02:30 a 02:45]
Fala sobre questões relacionadas à entrega de documentos que compõem seu arquivo pessoal; o argumento de que a exposição deste material agregará muito conhecimento aos que desejam pesquisar sobre a história da varíola e que o arquivo também faz pensar sobre toda a biologia, muito além de somente a erradicação um vírus, da importância da saúde pública e de todas as pessoas que contribuíram na erradicação.
[02:45 a 03:00]
A respeito do enriquecimento dos documentos arquivísticos da COC com as entrevistas e o conhecimento derivado delas, uma vez que mostram outras faces que constituem o trabalho de erradicação de uma doença.
Sexta Entrevista – 27 de maio de 2015
[00:00 a 00:15]
Entrevistadora comenta sobre o papel complementar da última entrevista e as atividades do depoente pelo mundo; o depoente fala sobre suas experiências em reuniões com médicos que participaram da erradicação da varíola; responde às indagações feitas sobre sua trajetória, especialmente no episódio de seu sequestro por guerrilheiros; o processo de erradicação do Gambiae no Brasil e sua similaridade com a estratégia usada na varíola por Oswaldo Cruz; a tentativa de implantar a mesma estratégia dos anos 1930 do Gambiae para a varíola em 1965, em um contexto completamente distinto onde havia uma ditadura, uma crise econômica e um fenômeno de migração da zona rural para a zona urbana; a estratégia de vacinação casa à casa não era recomendada, pois necessitava da adesão da população para que funcionasse; a importância de um bom epidemiologista e o trabalho de campo; formação de epidemiologistas nacionais durante a campanha da varíola.
[00:15 a 00:30]
Importância da escola como local de mobilização na ditadura militar; o questionamento de quartéis a respeito das mobilizações para vacinação em praça pública e o convencimento dos militares para que a estratégia acontecesse; a importância da mobilização dos alunos nas instituições de ensino para trazer a população para a vacinação em praça pública; o início do sistema de notificação de doenças que conta com mais de 25 doenças; comparações entre a campanha da dengue e a campanha da varíola; diferença temporal entre a erradicação da varíola e da poliomielite e sobre a oportunidade de participar de duas erradicações em tão pouco tempo; fim da pólio no Brasil e envio de pulmão de aço para a Bolívia; sobre o período em que esteve na secretaria de epidemiologia do estado do Rio de Janeiro e sobre o dia de vacinação contra raiva canina devido aos casos raiva humana na capital; sobre a importância de se ter estratégia dentro de uma campanha de vacinação e como esta reflete em outras instâncias importantes como o SUS; considerações a respeito da visão de mundo que o epidemiologista deve levar em conta, como as circunstâncias da cultura e a área onde atuará; sobre sua carreira e a introdução de vacinas no calendário como hepatite B e meningocócica B.
published
Esta gravação é resultado de uma série de seis encontros com o depoente para registro de suas experiências profissionais sobre a erradicação da varíola no contexto brasileiro, indiano e etíope. As entrevistas abordam aspectos operacionais e metodológicos de sua passagem pelo Brasil, India e Etiópia para atividades de gestão e controle da erradicação da doença, bem como abordam o contexto pós-erradicação da varíola. Foram gravadas entre agosto de 2014 e maio de 2015.
Sem restrição
Sem restrição
Transcrição e sumário
Sumário
- de 0:00 a 15:00 minutos:
- Breve apresentação da depoente a respeito de sua formação como professora, primeira experiência de trabalho, influências (Paulo Freire, Darcy Ribeiro) na Pedagogia; atividades docentes em Cantagalo, estado do Rio de Janeiro; aptidão para outras tarefas realizadas na escola e a proximidade com a área da saúde e educação; atividades nas campanhas de prevenção de pólio, sarampo, tuberculose e hanseníase no posto de saúde local;
- Como conheceu o esposo, Claudio do Amaral Júnior; envolvimento maior na área da saúde pública; primeiras experiências na India para a campanha de erradicação da varíola; fala sobre treinamentos realizados neste período e seu crescimento como combatente da doença; fala sobre o método que envolvia a mobilização das escolas através da língua, esportes, e religião.
- de 15:00 a 30:00 minutos:
- A religião como fator positivo na campanha contra a varíola; a importância da Shitala (deusa da varíola) nas campanhas de vacinação da varíola e os alunos comprometidos com a erradicação; o contato com famílias cristãs, hindus ou muçulmanas e os choques culturais; o trabalho na Etiópia e o contexto revolucionário da década de 1970 com o término do regime aristocrata; o contato com Indira Gandhi e a parceria para os trabalhos de saúde pública;
- de 30:00 a 45:00 minutos:
- Escola como miniatura da sociedade e as fortes influências de Paulo Freire e Darcy Ribeiro; o papel do educador; a importância da família no processo educacional; critica a falta de continuidade das políticas públicas no país; a campanha de erradicação da varíola e as responsabilidades com o processo; populações nômades e o desafio da vacinação; as Farm Association e o apoio recebido na campanha com as populações nômades, devido ao ritual de variolização que disseminava mais a doença;
- de 45:00 a 65:00 minutos:
- As principais tribos da Etiópia e sua organização que facilitou a implementação da campanha; o sequestro de Claudio Amaral por 23 dias pelas forças revolucionárias; o retorno à Etiópia recentemente e a visita aos lugares que residiram; a situação da mulher na Índia e Etiópia; as diferenças culturais e de gênero e a subjugação da mulher; os casamentos na India e seu significado cultural e familiar; a organização familiar muçulmana e o respeito às culturas estrangeiras; a inserção total do casal na cultura local e a importância para o sucesso da campanha de erradicação da varíola.
published
Esta entrevista gravada em 27 de maio de 2015, aborda sua experiência profissional como educadora sanitária na India e Etiópia, no decorrer das atividades de erradicação da varíola.
Sem restrição
Sem restrição
Transcrição e sumário
Entrevistadores: Aline Lacerda (AL), Eduardo Thielen (ET), Maria Alice Franco (MA) e Nathacha R. B. Reis (NR).
Sumário: Poliana Orosa
[00:15]
Nascido em Manguinhos, era morador da estrada de Manguinhos e conta que quando criança conseguia enxergar da janela de seu quarto o Castelo e o pavilhão do Quinino; memórias sobre o aterro no mangue, a barreira do Vasco e o aeroclube do Brasil; estudou no colégio Bahia em Bonsucesso, conta que seu pai era severo em relação a sua educação; período em que quando criança passava por baixo da cerca e brincava dentro do espaço da Fiocruz, no antigo aquário; lembrança das vezes em que quando criança e ficava doente, frequentou o Hospital Evandro Chagas para ser atendido; chegava de seu pai ao Brasil na década de 1920, onde posteriormente veio a trabalhar como motorista do Dr. Lauro Travassos e ainda depois como técnico de laboratório na helmintologia.
[00:30]
Conta que seus pais se conheceram na Fiocruz, quando sua mãe vinha trazer sua avó para tratamento; seus pais casaram em 1935, o depoente nasceu em 25 de fevereiro de 1936; trabalho de seu pai com animais, sendo responsável por sua alimentação e outros cuidados; período de trabalho do pai no Serviço Nacional de Febre Amarela para complementar sua renda; aposentadoria do pai em 1956, que passou a trabalhar como vendedor de terrenos; em 1955 passou a servir no exército, e após um assalto na Avenida Brasil, seu pai comprou um apartamento em Higienópolis e todos passaram a morar lá; compra de outros apartamentos pelo seu pai na área de Manguinhos; descoberta de câncer do pai e a cirurgia no Hospital de Bonsucesso; passou a trabalhar no Instituto Oswaldo Cruz e conseguiu esta oportunidade através de seu pai; o estudo noturno nesse período; o início do trabalho como distribuidor de vacinas e a ida para o setor fotográfico também através do pai.
[00:45]
No setor fotográfico seu início como servente; a doença de seu chefe, tuberculose, e a aproximação maior do serviço de fotografia; a chefia do Dr. Augusto José de Nin Ferreira, responsável pela área da fotografia por 8 divisões no Instituto; o livro de registro das fotografias que era elaborado por Anadir Fernandes de Queiroz.
[01:00:00]
Comenta sobre fotografias do Curso de Aplicação do IOC e também do que incluía pacientes e animais; divisão dos setores de fotografia dentro da Fiocruz; entrada para o serviço da ENSP e posterior aposentadoria em 1977, devido a mudanças legislativas da presidência; o trabalho em horário integral no Hospital das Pioneiras Sociais; retorno em 1986 para a Fiocruz, por convite do dr. Hermann Schatzmayr, para trabalhar no laboratório da Dr. Monika Barth; o surto da dengue e o trabalho na virologia.
[01:15:00]
O laboratório fotográfico na ENSP e produção de material didático e diapositivos para aulas, onde trabalhou por sete anos; a saída da Fundação Rockefeller; o trabalho antes da ENSP e no Pavilhão de Cursos durante a década de 1960; comentários sobre a gráfica quando estava começando no térreo do Castelo e os serviços de restauração de livros e publicação de trabalhos.
[01:30:00]
Comentários sobre o relatório anual de fotos que enumerava a quantidade de fotografias feitas e preservava todos os trabalhos; sobre as fotografias e fichas antigas para organização dos documentos produzidos; explica o processo de preparação para fotografar doentes; as circunstâncias da morte do irmão na época de seu casamento; comentários sobre o nascimento de sua primeira filha, que faleceu com 42 dias de vida; sua terceira filha que também nasceu doente com galactosemia.
[01:45:00]
Conta sobre o período de internação da filha e a dificuldade de tratamento, mas que ao final teve sucesso; comenta sobre a primeira eleição na Fiocruz e os mandatos seguintes; a identificação da Dengue 2 e Dengue 3; sua permanência na área da virologia até sua aposentadoria compulsória.
[02:00:00]
Problemas com sua aposentadoria e o retorno pela Fiotec como terceirizado; comenta que na medida em que mudava seu local de trabalho, as fotografias ficavam onde haviam sido feitas; a respeito da origem do serviço de comunicação social da presidência da Fiocruz; a reformulação promovida por Sérgio Arouca na Fiocruz; referência à perda de documentos e fotografias, que foram removidos e levados para outros locais que não o laboratório de fotografia; comentários sobre as casas construídas dentro dos terrenos da Fiocruz; explica o processo de identificação das fichas das fotografias.
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O depoente foi fotógrafo na Fiocruz e esta entrevista foi gravada por Aline Lopes de Lacerda, Eduardo Thielen, Maria Alice Franco e Nathacha R. B. Reis, nos dias 14 e 19 de dezembro de 2012, para relembrar aspectos a respeito de sua trajetória profissional e formalizar a entrega de seu arquivo pessoal ao Departamento de Arquivo e Documentação.
Entrevistadores: Aline Lacerda (AL), Eduardo Thielen (ET), Maria Alice Franco (MA) e Nathacha R. B. Reis (NR).
Sumário: Poliana Orosa
[00:15]
Nascido em Manguinhos, era morador da estrada de Manguinhos e conta que quando criança conseguia enxergar da janela de seu quarto o Castelo e o pavilhão do Quinino; memórias sobre o aterro no mangue, a barreira do Vasco e o aeroclube do Brasil; estudou no colégio Bahia em Bonsucesso, conta que seu pai era severo em relação a sua educação; período em que quando criança passava por baixo da cerca e brincava dentro do espaço da Fiocruz, no antigo aquário; lembrança das vezes em que quando criança e ficava doente, frequentou o Hospital Evandro Chagas para ser atendido; chegava de seu pai ao Brasil na década de 1920, onde posteriormente veio a trabalhar como motorista do Dr. Lauro Travassos e ainda depois como técnico de laboratório na helmintologia.
[00:30]
Conta que seus pais se conheceram na Fiocruz, quando sua mãe vinha trazer sua avó para tratamento; seus pais casaram em 1935, o depoente nasceu em 25 de fevereiro de 1936; trabalho de seu pai com animais, sendo responsável por sua alimentação e outros cuidados; período de trabalho do pai no Serviço Nacional de Febre Amarela para complementar sua renda; aposentadoria do pai em 1956, que passou a trabalhar como vendedor de terrenos; em 1955 passou a servir no exército, e após um assalto na Avenida Brasil, seu pai comprou um apartamento em Higienópolis e todos passaram a morar lá; compra de outros apartamentos pelo seu pai na área de Manguinhos; descoberta de câncer do pai e a cirurgia no Hospital de Bonsucesso; passou a trabalhar no Instituto Oswaldo Cruz e conseguiu esta oportunidade através de seu pai; o estudo noturno nesse período; o início do trabalho como distribuidor de vacinas e a ida para o setor fotográfico também através do pai.
[00:45]
No setor fotográfico seu início como servente; a doença de seu chefe, tuberculose, e a aproximação maior do serviço de fotografia; a chefia do Dr. Augusto José de Nin Ferreira, responsável pela área da fotografia por 8 divisões no Instituto; o livro de registro das fotografias que era elaborado por Anadir Fernandes de Queiroz.
[01:00:00]
Comenta sobre fotografias do Curso de Aplicação do IOC e também do que incluía pacientes e animais; divisão dos setores de fotografia dentro da Fiocruz; entrada para o serviço da ENSP e posterior aposentadoria em 1977, devido a mudanças legislativas da presidência; o trabalho em horário integral no Hospital das Pioneiras Sociais; retorno em 1986 para a Fiocruz, por convite do dr. Hermann Schatzmayr, para trabalhar no laboratório da Dr. Monika Barth; o surto da dengue e o trabalho na virologia.
[01:15:00]
O laboratório fotográfico na ENSP e produção de material didático e diapositivos para aulas, onde trabalhou por sete anos; a saída da Fundação Rockefeller; o trabalho antes da ENSP e no Pavilhão de Cursos durante a década de 1960; comentários sobre a gráfica quando estava começando no térreo do Castelo e os serviços de restauração de livros e publicação de trabalhos.
[01:30:00]
Comentários sobre o relatório anual de fotos que enumerava a quantidade de fotografias feitas e preservava todos os trabalhos; sobre as fotografias e fichas antigas para organização dos documentos produzidos; explica o processo de preparação para fotografar doentes; as circunstâncias da morte do irmão na época de seu casamento; comentários sobre o nascimento de sua primeira filha, que faleceu com 42 dias de vida; sua terceira filha que também nasceu doente com galactosemia.
[01:45:00]
Conta sobre o período de internação da filha e a dificuldade de tratamento, mas que ao final teve sucesso; comenta sobre a primeira eleição na Fiocruz e os mandatos seguintes; a identificação da Dengue 2 e Dengue 3; sua permanência na área da virologia até sua aposentadoria compulsória.
[02:00:00]
Problemas com sua aposentadoria e o retorno pela Fiotec como terceirizado; comenta que na medida em que mudava seu local de trabalho, as fotografias ficavam onde haviam sido feitas; a respeito da origem do serviço de comunicação social da presidência da Fiocruz; a reformulação promovida por Sérgio Arouca na Fiocruz; referência à perda de documentos e fotografias, que foram removidos e levados para outros locais que não o laboratório de fotografia; comentários sobre as casas construídas dentro dos terrenos da Fiocruz; explica o processo de identificação das fichas das fotografias.
Sem restrição
Sem restrição
Transcrição e sumário
Sumário:
Elaboração de Poliana Orosa
Fita 1 - Lado A
Depoente tece sinopse da sua vida, se apresentando como bisneto de Oswaldo Gonçalves Cruz, e conta que seguiu a tradição familiar e se formou em medicina, na Faculdade Nacional de Medicina (UFRJ), nunca chegou a ingressar em Manguinhos mas participava e auxiliava seu pai que foi bacteriologista da instituição; carinho afetivo pela instituição e lembrança das vezes em que assumiu responsabilidades para seu pai; memórias da casa de sua avó Dona Miloca em Botafogo, casa essa construída por Oswaldo Cruz; comenta sobre a casa de verão de Oswaldo Cruz como sendo um dos lugares favoritos do mesmo e também o local de sua morte; favoritismo de Oswaldo Cruz com sua filha Liseta e a admiração da mesma pelo pai; interesse de sua tia-avó em guardar a história do pai; paixão de Oswaldo Cruz pela arquitetura; amizade de Oswaldo Cruz com Salles Guerra; menção a importância do trabalho de Emília Bustamante no gerenciamento e existência da biblioteca de Manguinhos; conexão entre a paixão pela arquitetura de Oswaldo e traços arquitetônicos do castelo.
Fita 1 - Lado B
Inspiração do palácio de Alhambra e de outros aspectos da arquitetura mourisca para construção do castelo de Manguinhos; comenta sobre cartão que Oswaldo Cruz mandou a Ezequiel Dias; contribuição de Luis de Moraes na construção de conjuntos arquitetônicos na área médica; entrevistado explica que nunca chegou a fazer parte oficialmente do corpo de funcionários da Fiocruz, mas que esteve lá para substituir o pai e que também frequentou o prédio da patologia (atualmente pavilhão Carlos Chagas); comenta sobre documento perdido através de diretor da instituição e sobre o acervo sobre os diretores do instituto, e documentações perdidas de Oswaldo Cruz através da família; tradição da medicina na família; importância da fotografia para o Instituto até antes mesmo de Oswaldo Cruz; trabalhos fotográficos de J. Pinto; interesse de Oswaldo Cruz pela fotografia, fotografias por ele feitas, máquinas fotográficas adquiridas por ele, negativos de Oswaldo Cruz e chapas elaboradas por J. Pinto que foram cedidas ao mesmo.
Fita 2 - Lado A
Casa em Petrópolis que pertenceu a Oswaldo Cruz; plantas trazidas por Oswaldo Cruz de vários lugares do mundo para serem plantados no jardim de sua casa de Petrópolis e experiências com as mesmas; comentários sobre objetos que pertenceram a Oswaldo Cruz e que foram perdidos ; criação do Instituto Pasteur; referência a apelido de doutor-fotográfico de Oswaldo Cruz entre os estudantes da faculdade de medicina.
Fita 2 - Lado B
Trabalho de seu pai na Patologia Clínica do hospital IAPETEC; ligação entre Lopes que trabalhava em Anatomia Patológica em Manguinhos e centro espírita que carregava o nome de Oswaldo Cruz e ligação com uma pulseira que Oswaldo Cruz também utilizava; história de chegada de Lopes como paciente de Leishmaniose e posteriormente tendo permanecido como cientista; possíveis ligações de Oswaldo Cruz com a maçonaria e o misticismo ligado a ele; simbologia entre os goivos e a família Cruz; comentários sobre Oswaldo Cruz e o seu lema de eterna fé na ciência; preocupação de Oswaldo com seus filhos; a família Cruz e a relação com a história de Oswaldo.
published
Entrevista realizada por Ana Luce Girão Soares de Lima, Eduardo Vilela Thielen, Stella Oswaldo Cruz Penido e Renato da Gama Rosa Costa, em 13 de junho de 2000, a respeito de sua trajetória profissional e familiar, e as lembranças de seu pai e seu avô, Oswaldo Cruz Filho e Oswaldo Gonçalves Cruz.
Sem restrição.
Sem restrição.
Transcrição e sumário
Documento analógico e representante digital (Área de identificação/Dimensão e suporte)
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Entrevista realizada em duas sessões; a primeira no dia 27 de maio de 2009, por Ana Luce Girão Soares de Lima, Nathacha Regazini Bianchi Reis, Roberta Câmara e Stella Penido com duas fitas gravadas; a segunda no dia 20 de agosto de 2009, por Nathacha Reganizi Bianchi Reis, Roberta Câmara e Bruno Mussa Cury, com 3 fitas gravadas.
Documento em mp3, acessível por computador
Laurinda Rosa Maciel - Descrição
Sem restrição
Sem restrição