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Casa de Oswaldo Cruz
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Pavilhão Nossa Senhora dos Remédios: história e preservação patrimonial

Reúne 10 depoimentos com ex-moradores do Pavilhão Nossa Senhora dos Remédios, que pertenceu à Colônia Juliano Moreira, instituição de internação psiquiátrica localizado em Jacarepagua, Rio de Janeiro. As entrevistas foram realizadas com o objetivo de gerar um acervo audiovisual para exposição e/ou documentário. Nos depoimentos se procurou resgatar a memória comunitária em sua relação com a criação e o desenvolvimento da área urbana da antiga Colônia Juliano Moreira, centrada na história do citado Pavilhão, que era dedicado às pacientes tuberculosas. Foi construído no início da década de 1940 e na década de 1970, passou a ser habitado por trabalhadores e suas famílias, gerando, ao longo de anos, um processo de ocupação desordenado que resultou em sua desocupação pela Fiocruz, que realizou a desapropriação e revitalização no contexto da formação do campus da Mata Atlântica.

Robson Neves de Almeida

Entrevista realizada por Laurinda Rosa Maciel, em Barrolândia - Belmonte (BA), no dia 29 de agosto de 2009.

Valdelice

Entrevista realizada por Laurinda Rosa Maciel e Maria Leide W. de Oliveira, em Barrolândia - Belmonte (BA), no dia 02 de agosto de 2010.

O Campus da Fundação Oswaldo Cruz: Construções, registros, intervenções

Este projeto teve como objetivo principal organizar e divulgar o acervo de plantas arquitetônicas da instituição utilizadas tanto para os trabalhos de manutenção das construções da Fiocruz como para a pesquisa em outras áreas de interesse. Foi elaborado um inventário com a descrição dos documentos, suas principais características e a organização dada, além de imagens de algumas plantas significativas; foi feita uma exposição, um seminário e duas entrevistas. Os depoimentos tiveram a intenção de estabelecer uma comparação entre os dois períodos da arquitetura produzida em Manguinhos: o das décadas de 1940 a 1980 (representativo da era pós-heróica) e o da arquitetura produzida nas décadas de 1980 a 2010 (representativo da expansão e do crescimento do campus de Manguinhos). Os dois arquitetos escolhidos vivenciaram cada um destes períodos, Floroaldo Albano e Jorge de Azevedo Castro.

Fiocruz (Brasil) e INSA (Portugal): desafios da comunicação pública na pandemia de Covid-19

Reúne oito entrevistas realizadas por Cristiane D'Ávila, no modo presencial (Lisboa e Rio de Janeiro) e via plataforma Teams, entre março e outubro de 2022. As entrevistas resultam do projeto de pós-doutorado, realizado no Departamento de Filosofia, Comunicação e Informação da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, entre 2022 e 2023. O objetivo foi apurar desafios e elementos de aprendizado institucional de duas instituições de saúde, Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), com o intuito de verificar possibilidades e limites da comunicação praticada em contexto de infodemia, desinfodemia e crise política. O estudo foi realizado por meio de pesquisa qualitativa de natureza exploratória, com realização de oito entrevistas semiestruturadas gravadas com dirigentes e assessores de comunicação que estiveram na linha de frente na definição de políticas e ações de comunicação pública, nas duas instituições, durante a pandemia de COVID-19. Pela Fiocruz foram entrevistados um dirigente e quatro técnicos que exerceram funções na comunicação social em instâncias diretamente implicadas no enfrentamento da pandemia e pelo INSA um dirigente e dois técnicos que exerceram funções na comunicação social em instâncias diretamente implicadas no enfrentamento da pandemia.

Alba Maria F. do Amaral

Esta entrevista gravada em 27 de maio de 2015, aborda sua experiência profissional como educadora sanitária na India e Etiópia, no decorrer das atividades de erradicação da varíola.

Seminário - Registros da História: de lepra à hanseníase

Trata-se da gravação de um seminário realizado em 10 de setembro de 2010, organizado por Laurinda Rosa Maciel (COC) e Maria Leide Wand-Del-Rey de Oliveira (UFRJ). O objetivo foi promover um debate acerca de fatos recentes da política de combate à hanseníase no Brasil, sobretudo após maio de 1976, com a Portaria 165, do Ministério da Saúde, oficializando a hospitalização dos doentes em detrimento do isolamento em leprosários e seus desdobramentos, sobretudo após a poliquimioterapia. A mudança desta política vem acompanhada de fatores decisórios que guardam elo com a tecnologia, as ações governamentais, seu contexto de criação e a história como um todo e que remetem aos primórdios do programa de controle da doença no Brasil. Foram lançados os seguintes produtos: 'Memória e história da hanseníase no Brasil através de seus depoentes (1960-2000) - Catálogo de depoimentos', Inventário do Arquivo Pessoal de Souza-Araújo em CD; Inventário do Laboratório de Hanseníase (IOC/Fiocruz) em CD e a Coleção ‘História da Lepra no Brasil’ e Caderno de Laboratório, de Souza-Araújo (DVD Rom).
Nomes: Yara Nogueira Monteiro; Alice Cruz; Marli Manini; Rosalynn Leite; Sidney José do Carmo; Sueli de Paula Dias

Uma Ciência Tupiniquim?

Relata a história da ciência no Brasil através de depoimentos de cientistas das mais diversas áreas do conhecimento humano. Traz ainda entrevistas com populares que permitem uma observação sobre o imaginário social da ciência.

Chagas nos Rios Negro e Branco

Segunda parte do Projeto Revisitando a Amazônia de Carlos Chagas: da borracha à biodiversidade, o qual refaz a expedição científica de Carlos Chagas à Amazônia, de 1912, tendo como objetivo fazer uma comparação entre as condições de vida e de saúde da região, no início do século e hoje. Refaz o mesmo trajeto realizado por Carlos Chagas nos rios Negro e Branco. Entrevistando moradores das comunidades ribeirinhas, vilas e cidades e profissionais de saúde, os pesquisadores procuraram verificar as atuais condições sanitárias do médio Amazonas. Intercalando trechos do relatório da expedição de Chagas com a voz dos pesquisadores, tem-se um panorama da situação médico sanitária da Amazônia.

Hianhekhetti - Sabedoria Baniwa

Em Tunuí Cachoeira, rio Içana, lideranças indígenas avaliam 20 anos de luta dos povos Baniwa e Coripaco. O que conquistaram e as mudanças que ocorreram na sua cultura. O momento atual exige reflexão para a retomada do movimento indígena rionegrino. Em março de 2011 a Assembléia Geral Baniwa e Coripaco debatem as políticas públicas para a saúde e a educação e projetam uma nova estratégia política para o futuro do movimento.

Amilar Tavares

Entrevista realizada por Rose Ingrid Goldschmidt e Wanda Hamilton, na Fiocruz (Rio de Janeiro-RJ), nos dias 23 e 27 de novembro de 1987.

Sumário
1ª Sessão: fitas 1 e 2
Origem familiar; formação escolar; o trabalho na casa comercial do pai durante as férias escolares; o teste para ingressar na Fundação Rockefeller em 1940; o trabalho inicial no biotério; a admiração pela eficácia administrativa dos americanos; o trabalho como contador na Rockefeller; o pânico causado entre os funcionários da Rockefeller pelas demissões sem indenização; a autonomia administrativa exigida ao governo Getúlio Vargas pela Rockefeller; o trabalho realizado pela Rockefeller no combate à febre amarela e à malária a pedido do governo brasileiro; a inexistência de legislação trabalhista para os empregados da Rockefeller; a organização do biotério; as facilidades concedidas pelo governo brasileiro à Rockefeller; comentários sobre Francisco Laranja e Joaquim Travassos da Rosa; a disparidade salarial entre a Rockefeller e outras instituições brasileiras de pesquisa; o controle da malária no Nordeste realizado pela Rockefeller; a transferência dos funcionários da Rockefeller para o IOC em 1950; a dificuldade de entrosamento entre antigos funcionários da Rockefeller e do IOC; a auditoria financeira conduzida por Rocha Lagoa durante a gestão de Oswaldo Cruz Filho no IOC.

2ª Sessão: fitas 3, 4 e 5
As dificuldades de relação entre antigos funcionários da Rockefeller e do IOC; o trabalho como chefe do escritório comercial de Manguinhos e a burocracia existente; a autonomia financeira do IOC garantida pelo Regimento de 1962; os inquéritos policial e administrativo; a implantação do ponto obrigatório de frequência durante o governo Jânio Quadros; a transformação jurídico-administrativa do IOC em Fundação Oswaldo Cruz em 1970; a contratação de estagiários como funcionários efetivos; o trabalho como chefe da seção financeira do IOC; a intervenção do diretor Rocha Lagoa no convênios interinstitucionais realizados pelos chefes de divisão do IOC; o convite de Rocha Lagoa para trabalhar no Ministério de Saúde como diretor do Departamento de Pessoal; comentários sobre os diretores do IOC e suas administrações; a gestão de Olympio da Fonseca no IOC; as dificuldades para a obtenção de verbas para a pesquisa; o crescimento da seção administrativa na gestão Olympio da Fonseca; a exoneração do Ministério da Saúde devido a desentendimentos com Rocha Lagoa; a transferência para a Superintendência de Campanhas de Saúde Pública (SUCAM) e o trabalho como diretor da Divisão de Segurança e Informação do Ministério da Saúde; as atividades exercidas na Divisão de Segurança e Informação; o trabalho na Escola Superior de Guerra (ESG) e na Delegacia Federal de Saúde; a aposentadoria compulsória devido a problemas de saúde; o IOC durante a gestão de Rocha Lagoa; o desinteresse pela política; opinião sobre os presidentes da República e o regime militar.

Memória de Manguinhos

Reúne 30 depoimentos que foram coletados com o objetivo de reconstituir a história do Instituto Oswaldo Cruz através da vivência de alguns de seus cientistas, auxiliares e administradores, enfocando questões relativas ao ensino, pesquisa, política institucional e governamental, produção de terapêuticos e o desenvolvimento da ciência. As entrevistas tratam principalmente do período compreendido entre a década de 1930 e o "Massacre de Manguinhos" nos anos 1970. O projeto obteve apoio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).

Augusto Cid de Mello Perissé

Entrevista realizada por Wanda Hamilton, na Fiocruz/RJ, no dia 27 de fevereiro de 1986.

Resenha biográfica
Augusto Cid de Mello Perissé nasceu a 30 de abril de 1917, em Barbacena, Minas Gerais. Formado em 1938 pela Escola Nacional de Farmácia da Universidade do Brasil, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), especializou-se em química orgânica e bioquímica no Instituto Oswaldo Cruz (IOC). Além disso, é doutor em ciências pela Universidade de São Paulo (USP).
Em 1943, ingressou no IOC como químico analista. Em Manguinhos, foi tecnologista, professor, pesquisador, e organizou o laboratório de química orgânica. Também lecionou química no Instituto de Tecnologia do Rio de Janeiro e na Universidade Federal da Bahia.
Em 1957, viajou para Frankfurt, Alemanha Ocidental, a fim de realizar um curso de pós-doutorado como bolsista do Serviço Germânico de Intercâmbio Acadêmico. Em seguida, passou dois anos no Collège de France, em Paris. Retornou à França, em 1965, como pesquisador visitante do Instituto de Química de Substâncias Naturais, publicando vários trabalhos com o professor Mester.
Membro da Sociedade Brasileira de Química, da Sociedade Brasileira pelo Progresso da Ciência (SBPC), das Sociedades de Química de Londres e da Alemanha, além da Sociedade de Biologia do Rio de Janeiro, Augusto Perissé, em 1970, teve seus diretos políticos cassados e foi aposentado compulsoriamente pelo Ato Institucional nº 5 (AI-5).
Embora tenha sido aprovado em concurso para professor da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (SP), foi impedido de ocupar o posto devido a sua cassação. Além disso, foi obrigado a interromper suas pesquisas sobre venenos de Diplopodas (gongolô) brasileiros.
Em 1971, viajou para a França a convite do professor Mester, voltando a trabalhar no Instituto de Química de Substâncias Naturais, onde permaneceu até 1975. Diretor de pesquisa do Instituto de Saúde e Pesquisa Médica de Paris, Augusto Perissé esteve ainda no Instituto Max Planck, de Heidelberg, trabalhando com síntese automática de proteínas, e na Universidade Técnica de Munique.
Em 1976, foi para Moçambique como professor catedrático concursado da Universidade Eduardo Mondlane. Porém, mais tarde, com a esposa gravemente enferma, retornou ao Brasil.
Augusto Perissé recomeçou seu trabalho em Manguinhos, em 1981, como bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), prestando consultoria à Vice-Presidência de Desenvolvimento e retomando suas pesquisas sobre os Diplopodas e sobre química e bioquímica da hanseníase.
Em 1986, foi reintegrado ao quadro de pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ). Devido a problemas de saúde, afastou-se deste cargo em 1994.

Sumário
Fitas 1 a 4
Origem familiar; os problemas financeiros na época em que era estudante de farmácia; a atração pela medicina; o trabalho como tecnologista da Marinha; o emprego numa fábrica de pólvora a convite de um professor; o ingresso no IOC em 1943; considerações sobre o curso de farmácia; o interesse pela botânica e a decisão de permanecer no IOC; o primeiro contato com a química; a proibição de trabalhar com síntese de composto orgânico pelo diretor do IOC, Henrique Aragão; o desenvolvimento da química no IOC e a introdução de novos cursos durante a gestão Olympio da Fonseca; o trabalho no Instituto Nacional de Tecnologia; a transferência para a USP a convite do professor Hauptman e a convivência com químicos alemães; a importância da biblioteca do IOC até 1964; comentários sobre o trabalho do professor Hauptman e de Rheinboldt; crítica à orientação científica do IOC no período pós-1964; comentários sobre o doutorado na USP; o trabalho na Bahia a convite de Edgard Santos; o curso de pós-doutorado na Alemanha; a importância das pesquisas em química experimental na USP; a vida e o trabalho em São Paulo; as dificuldades de desenvolvimento da química no Brasil; o estudo e o trabalho em bioquímica da hanseníase a importância do vínculo entre pesquisa e produção; a interrupção da pesquisa sobre hanseníase em consequência de sua cassação; a reconstrução do laboratório após o regresso a Manguinhos; as atividades profissionais em Paris durante o exílio; o trabalho realizado em Moçambique; a bolsa do CNPq para desenvolver pesquisa em hanseníase; comentários sobre a descoberta da hanseníase; a fase de decadência do IOC após a direção de Carlos Chagas; as atividades exercidas em Manguinhos entre 1943 e 1969; perfil e gestão de Olympio da Fonseca; o incentivo do CNPq à ciência no Brasil; a crença no progresso da humanidade através da ciência; a importância do Ministério da Ciência e Tecnologia para o desenvolvimento científico do país; o impacto das multinacionais sobre o desenvolvimento autônomo da ciência no país; a difícil sobrevivência dos institutos de pesquisa no Brasil; a redemocratização e legalização do Partido Comunista Brasileiro (PCB); a intervenção dos militares na vida política do país; os inquéritos militares e as cassações em Manguinhos; a solidariedade dos colegas do IOC e a repercussão das cassações; o fim do regime militar e a redemocratização na FIOCRUZ durante a gestão Sérgio Arouca; o caráter pessoal das perseguições movidas por Rocha Lagoa; o fechamento do laboratório de química e a perda de seus produtos após a cassação; o conflito ente os pesquisadores de Manguinhos; a paralisação da produção científica no IOC após 1970; o financiamento à pesquisa concedido pela Fundação Ford; a importância da construção de Far-Manguinhos e de Bio-Manguinhos.

Dalton Mario Hamilton

Entrevista realizada por Jaime Araújo Oliveira, Nara de Azevedo Brito e Rose Ingrid Goldschmidt, na Fiocruz (Rio de Janeiro/RJ), entre os dias 14 de maio e 12 de agosto de 1987.
Sumário
1ª Sessão: fitas 1 a 3
Origem familiar; a infância em Buenos Aires; formação escolar; o estudo em escolas públicas; perfil do pai; a vocação pela medicina; a morte do pai e o trabalho numa companhia de seguros; a experiência em empresas privadas e na administração de saúde pública; o trabalho como pediatra de um hospital público; as características do sistema de saúde argentino; a Escola de Medicina de Buenos Aires e as características do sistema universitário argentino; o governo peronista; o trabalho na campanha de diarréia estival e as primeiras ligações com saúde pública; a experiência de trabalho na província de Jujuy (AR); as opções político-partidárias; o planejamento em saúde pública; o exercício da medicina privada; a criação da Escola Nacional de Saúde Pública na Argentina em 1959; a realização do curso de saúde pública em 1963; as características do curso de saúde pública; a prática hospitalar dos médicos argentinos ligados à saúde pública e a dicotomia entre saúde e atenção médica no Brasil; a implantação do planejamento em saúde na América Latina através do método OPAS/CENDES – Centro Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Venezuela); a implementação de um sistema de informação em saúde na província de Tucumán (AR); a extensão do modelo Tucumán a todo o território argentino; o Modelo Nacional de Programação de Atividades em Saúde da Argentina em 1966; o método OPAS/CENDES e os discursos sobre planejamento; a tradição chilena em saúde pública; a introdução do planejamento em saúde nos países da América Latina; comparação entre o sistema de saúde no Brasil e na Argentina; o planejamento estratégico e o caso Montes Claros; a atividade político-partidária na Argentina; o curso de mestrado na Universidade de Michigan (EUA); o Programa Nacional de Estatística em Saúde na Argentina.

2ª Sessão: fitas 4 e 5
A elaboração do programa de saúde para o Partido Justicialista em 1973; a situação política argentina durante a década de 70; a morte de Perón e as perseguições políticas da Triple A (Aliança Anticomunista Argentina); a demissão do Ministério da Saúde da Argentina em meio à crise política; o trabalho nas obras sociais dos ferroviários; a mudança para o Brasil e o golpe militar em 1976 na Argentina; o trabalho como consultor da OPAS em Brasília; os primeiros contatos com Sérgio Arouca; o Programa de Preparação Estratégica de Pessoal em Saúde (PPREPS); a adaptação da família no Brasil; a experiência profissional de Susana Badino em Buenos Aires e na Escola Brasileira de Administração Pública (EBAP) da Fundação Getúlio Vargas no Rio de Janeiro; a solidariedade brasileira aos exilados argentinos; a mudança para o Rio de Janeiro contratado pela PAPPE; o Projeto de Caruaru.

3ª Sessão: fitas 5 a 7
O Projeto Integrado de Serviços de Saúde em Montes Claros; o Programa de Integração das Ações de Saúde e Saneamento (PIASS); a difusão do modelo Montes Claros; a lógica do planejamento estratégico; a experiência do PIASS na Bahia; a criação do PIASS; a continuidade do projeto em Montes Claros após a sua saída.

4ª Sessão: fitas 8 e 9
O ingresso na ENSP em 1978; o Departamento de Administração e Planejamento; a coordenação do curso básico e dos cursos de especialização da ENSP; a criação dos cursos de mestrado e doutorado e dos cursos regionalizados para dinamizar áreas estratégicas de saúde; a incorporação da política ao planejamento; os cursos regionalizados em Alagoas, Minas Gerais, Pernambuco e Paraíba; a difusão dos cursos regionalizados; o intercâmbio entre o Instituto de Medicina Social (IMS), a EBAP e a ENSP; o primeiro curso de planejamento do IMS em 1976; os cursos de planejamento da ENSP; a busca de respostas às experiências políticas do momento; o papel dos argentinos na introdução do planejamento em saúde pública no Brasil; comparação entre a formação profissional em saúde no Brasil e na Argentina; a criação do curso especializado em planejamento da Escola de Medicina de Buenos Aires em 1973; Brasil e Colômbia: centros de referência em planejamento em saúde para a América Latina; os latino-americanos no Departamento de Planejamento da ENSP; a assessoria na Nicarágua a convite de Sérgio Arouca.

5ª Sessão: fitas 10 e 11
A experiência de Joaquim Moreira Nunes na área de administração hospitalar e na ENSP; o elo entre teoria e prática nos cursos de administração; as características da gestão Vinícius da Fonseca na FIOCRUZ; a gestão Guilardo Martins Alves na FIOCRUZ; o modelo administrativo da FIOCRUZ; a incorporação de unidades isoladas à FIOCRUZ e a dificuldade de implantação de um projeto modernista e integrador; a democratização brasileira e a indicação de Sérgio Arouca para a Presidência da FIOCRUZ; a gestão Arouca; a concentração de informações na Superintendência de Administração Geral (SAG) e a centralização de decisões na presidência devido à ineficácia da área administrativa; proposta de reestruturação do modelo organizacional da FIOCRUZ; a intervenção na SAG; a indicação para chefiar a SAG; o papel do poder burocrático durante o período de reformas.

6ª Sessão: fitas 12 e 13
Avaliação do sistema de saúde brasileiro nos últimos 15 anos; as propostas do “partido sanitário” e as divergências em torno da reforma sanitária; a unificação do sistema de saúde como medida de racionalização; a participação popular visando a melhoria dos serviços de saúde; as divergências entre os membros do “partido sanitário” na Previdência Social, na Comissão de Reforma Sanitária e no Ministério da Saúde; o retorno a Buenos Aires após a abertura democrática; a experiência como gerente de planejamento do Instituto de Servicios de Obras Sociales para Trabajadores Rurales (ISARA); a experiência de Susana Badino no Instituto de Administración Pública (INAP); o regresso ao Brasil.

7ª Sessão: fita 14
Relato de sua posse na SAG; a relação do antigo superintendente com os funcionários administrativos; a proposta de reformas na área administrativa e a adesão gradual dos funcionários; a legitimação no trabalho pelo aumento da eficiência; as mudanças na estrutura organizacional da SAG; a eleição dos funcionários para promoção; a descentralização das decisões administrativas; os problemas do Departamento de Recursos Humanos; a informatização de processos financeiros; as demissões de funcionários devido a irregularidades.

8ª Sessão: fitas 15 e 16
A democratização da SAG com a socialização de informação; a descentralização de programas e orçamentos; a transparência administrativa e a consequente dificuldade do aparecimento de processos ilícitos; os resultados da descentralização dos recursos em nível das unidades; a informatização dos processos como forma de desburocratizar o poder, socializar a informação e adequar tecnologicamente a SAG; as resistências internas ao processo de informatização; a facilidade de acesso às informações e ao acompanhamento de processos através da informatização; a relação das unidades da FIOCRUZ com o processo de descentralização administrativa; as transformações da estrutura organizacional da SAG; a expectativa de irreversibilidade nas mudanças empreendidas na SAG.
NOTA: As 5ª, 7ª e 8ª sessões contaram com a participação de Joaquim Moreira Nunes e Susana Esther Badino.

Domingos Arthur Machado Filho

Entrevista realizada por Rose Ingrid Goldschmidt e Wanda Hamilton, na Universidade Santa Úrsula (RJ), entre os dias 19 de junho e 29 de julho de 1986.
Sumário
1ª Sessão: fitas 1 e 2
Origem familiar; formação escolar; influência do professor Mário Eugênio do colégio São José no seu interesse pela biologia; influência do irmão na escolha da profissão; a participação do pai na Revolução de 1930; o curso preparatório e o teste para a Escola Militar; o ingresso na Escola Nacional de Veterinária; as aulas de fisiologia de Miguel Osório de Almeida; o convite de Lauro Travassos para estagiar em Manguinhos; as aulas de parasitologia ministradas por Lauro Travassos na Escola Nacional de Veterinária; o trabalho na Fundação Rockefeller por indicação de Lauro Travassos e a campanha contra a febre amarela no sul de Minas Gerais; o convite de Hugo de Souza Lopes para se tornar seu assistente na Universidade do Brasil; o estágio não-remunerado no IOC e as dificuldades financeiras; o trabalho com Lauro Travassos em Manguinhos; a convocação para a guerra; o vestibular para a Escola de Medicina e Cirurgia.

2ª Sessão: fitas 3 e 4
O vestibular para o curso de história natural da UDF; comentários sobre professores e colegas de turma da UDF; a participação acidental na fundação da Ação Integralista Brasileira de 1933; o trabalho como professor de nível médio; o convite de Hélio Carvalho de Oliveira para a direção da Escola Técnica Visconde de Mauá; o telegrama enviado pelos pesquisadores do IOC apoiando Luís Carlos Prestes em 1946; a célula do Partido Comunista nos arredores do IOC; a contratação para o quadro permanente do IOC durante a gestão Olympio da Fonseca; comentários sobre César Pinto e Lauro Travassos; o financiamento de Guilherme Guinle à Revista Brasileira de Biologia; o trabalho como chefe de laboratório na Escola de Medicina e Cirurgia; a incorporação de Mário Vianna Dias na área de fisiologia da Escola de Medicina e Cirurgia; comentários sobre as faculdades da área biomédica no Rio de Janeiro; o ingresso no corpo docente da Faculdade de Medicina de Valença (RJ); opinião sobre o ensino universitário no Brasil; o exercício do magistério em detrimento da atividade de pesquisa; a homenagem prestada por Darcy Ribeiro, em 1985, aos cientistas cassados do IOC; o exercício da atividade clínica em Manguinhos.

3ª Sessão: fitas 5 e 6
A relação do IOC com os moradores da região próxima ao campus; o trabalho na seção de helmintologia; comentários sobre os auxiliares técnicos; as administrações de Cardoso Fontes e Henrique Aragão; a produtividade científica de Manguinhos; opinião sobre o desenvolvimento da ciência brasileira; os cursos de doutorado na área biomédica no Rio de Janeiro; a relação entre pesquisa pura e aplicada na helmintologia; a importância da ciência pura para a ampliação do conhecimento; a falta de verbas para a pesquisa no IOC; o trabalho de combate à malária e febre amarela na Fundação Rockefeller; a relação entre a Fundação Rockefeller e o IOC.

4ª Sessão: fitas 7 e 8
A orientação científica de Oswaldo Cruz para o IOC; a redemocratização da FIOCRUZ na administração Sérgio Arouca e o incentivo à pesquisa; a oposição de Afrânio Peixoto à descoberta da doença de Chagas; o prestígio político de Carlos Chagas; comentários sobre Olympio da Fonseca e o retorno ao IOC como diretor em 1950; os desentendimentos entre Olympio da Fonseca e Lauro Travassos; perfil de Herman Lent; o trabalho das mulheres em Manguinhos; o movimento pela deposição de Olympio da Fonseca; as dificuldade na obtenção de material para pesquisa no IOC; o IOC antes do golpe militar; a relação com Rocha Lagoa até a cassação em 1970; o relacionamento entre os cassados; a transferência de pesquisadores que não foram cassados; a gestão Francisco Laranja; a Lei de Desacumulação de Cargos e o ingresso no quadro permanente do IOC; a participação dos cientistas de Manguinhos na elaboração de dicionários e enciclopédias após a cassação.

5ª Sessão: fitas 9 a 11
Comentário sobre a gestão Antônio Augusto Xavier; o Conselho Deliberativo implantado na época de Francisco Laranja; a política desenvolvimentista de Juscelino Kubitchesk; as deficiências de equipamentos nas universidades do Rio de Janeiro; o pleito acadêmico Potsch-Mello Leitão; perfil de Hugo de Souza Lopes; as administrações de Tito Cavalcanti e Joaquim Travassos da Rosa; comentários sobre o acervo documental e bibliográfico de Manguinhos; ciência e tecnologia no Brasil a partir do governo Juscelino; o incentivo à pesquisa aplicada e à saúde pública no governo João Goulart; a instauração de inquéritos administrativo e militar em Manguinhos durante a gestão Rocha Lagoa; a repercussão do golpe militar no Instituto; a surpresa de cassação; o Inquérito Policial Militar (IPM) presidido pelo General Falcão em 1964; o clima político em Manguinhos após 1964; comentários sobre Geth Jansen; o incremento do setor de produção após 1964; a situação das instituições científicas no Brasil diante das perseguições políticas após o golpe de 1964; o fechamento dos laboratórios do IOC após as cassações dos pesquisadores; comentários sobre o Ministério da Ciência e Tecnologia criado no governo José Sarney; as dificuldades de trabalho e a situação financeira depois da cassação; opinião sobre o desenvolvimento atual da ciência no Brasil; o intercâmbio com cientistas do exterior antes da cassação; expectativas em relação à reintegração ao quadro de pesquisadores da FIOCRUZ.

Francisco Laranja

Entrevista realizada por Rose Ingrid Goldschmidt, Jaime Benchimol e Marcos Chor Maio, na Fiocruz, nos dias 26 de novembro, 08, 10 e 17 de dezembro de 1986.
Sumário
Fitas 1 a 3
Origem familiar e a infância no interior do Rio Grande do Sul; formação escolar; o curso ginasial em Porto Alegre; a morte do pai; a experiência como capataz de fazenda na adolescência e as transformações da vida rural; o caráter do homem gaúcho; a influência da migração europeia no Rio Grande do Sul; as personalidades políticas do sul do país; a convivência com personalidades políticas; a Revolução de 1930; a conclusão do ginásio em Porto Alegre; a relação com os pais; o lazer na infância; as relações com a família de Getúlio Vargas; o quadro epidemiológico no interior do Rio Grande do Sul; o interesse pelos estudos e o vestibular para medicina; a cadeira de direito do trabalho criada por Lindolfo Collor; o convívio com os estudantes na pensão em Porto Alegre; o comunismo na década de 1930; o curso médico e o interesse pela psicologia; a primeira viagem ao Rio de Janeiro em busca do melhores condições de trabalho; o concurso para datilógrafo do IAPI; a transferência para a Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro; o atentado integralista de 1938; o trabalho burocrático no IAPI.

Fitas 4 e 5
O concurso interno do IAPI; as atividades em cardiologia no IAPI; a atividade assistencial do IAPI; comentários sobre as doenças cardíacas no Brasil; a perícia e a consultoria médica do IAPI; a política salarial do IAPI na década de 1930; a questão da saúde pública durante o curso médico; o concurso para cardiologista do IAPI; a relação entre médico e paciente; a organização do posto de Bambuí (MG); a especialidade em cardiologia; o primeiro contato com a doença de Chagas; a profilaxia da doença de Chagas; a divulgação de trabalhos no exterior.

Fitas 6 a 8
O desdobramento do Ministério da Educação e Saúde e a repercussão no IOC; a gestão Olympio da Fonseca no IOC; o ingresso no IOC na gestão Henrique Aragão; críticas à centralização administrativa do IOC; a indicação para a direção do IOC em 1953; as divisões científicas e os pesquisadores do IOC; a descentralização de sua administração no IOC; a produção do IOC; os recursos do IOC; a política científica do IOC; a modificação na estrutura física de Manguinhos; a gestão Antônio Augusto Xavier; o serviço fotográfico do IOC; o Curso de Aplicação do IOC; comentários sobre a sua gestão no IOC; o retorno à pesquisa; comentários sobre o Estado Novo; avaliação da FIOCRUZ; a influência americana e os modelos de pesquisa; saúde pública e educação sanitária.

Fitas 9 a 11
A nomeação para a direção do SAMDU; os vínculos de amizade com João Goulart; a estrutura funcional do SAMDU; o retorno ao IAPI em 1964; referência ao Serviço de Alimentação da Previdência Social (SAPS); a padronização dos serviços do SAMDU; definição político-ideológica; adesão ao getulismo e ao juscelinismo; os acordos para as indicações de cargos públicos; a descentralização administrativa de sua gestão no SAMDU; o orçamento do SAMDU; o desligamento do SAMDU no governo Jânio Quadros; a pressão partidária sobre a nomeação nos cargos públicos; o concurso para acadêmico de medicina do SAMDU; o atendimento ambulatorial; a instalação de postos ambulatoriais na região Centro-Oeste no governo Juscelino Kubitschek; a ligação entre o SAMDU e o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB); a relação ambulatorial entre médico e paciente; a relação entre saúde pública e política salarial; os critérios adotados para a instalação de postos do SAMDU; a direção do SAMDU no final dos anos 1950; o retorno ao IAPI após o golpe de 1964; a viagem com Jango à URSS e Europa Oriental; o regresso ao IOC e os trabalhos desenvolvidos; comentários sobre a FIOCRUZ; a questão dos relatórios administrativos do IOC; o governo João Goulart; a administração da NOVACAP; o retorno à fazenda de Goiás após o golpe de 1964; o casamento e a vida em Brasília na década de 1970; a “cassação branca”; o concurso para cardiologista no Hospital Distrital; a interferência do Serviço Nacional de Informação (SNI) em sua vida profissional.

Orlando Guerra Junior

Entrevista realizada por Nara de Azevedo Britto, Rose Ingrid Goldschmidt e Wanda Hamilton, na Fiocruz, nos dias 10, 11 e 26 de junho e 03 de julho de 1986.
Sumário
Fita 1 e Fita 2

A família de imigrantes alemães; o perfil aristocrático da família materna; o talento musical da família e a amizade com Villa-Lobos; o autoritarismo e a disciplina educacional das crianças da classe média; a amizade com parentes idosos; a perseguição aos alemães no Estado Novo; a facilidade para aprender idiomas estrangeiros na infância; o caráter filantrópico da atividade médica do pai; o impacto da medicina previdenciária sobre a corporação médica do Rio de Janeiro nos anos 1930; a influência paterna na escolha da profissão; o contato com o professor Mello Leitão no curso de Biologia; a participação nos movimentos estudantis da década de 1960; a experiência política no Centro Popular de Cultura e no Diretório Acadêmico da Faculdade Nacional de Filosofia; a demissão por motivos políticos da função de professor do Colégio de Aplicação da UFRJ em 1966; avaliação dos movimentos políticos dos anos 1960 e o surgimento da guerrilha urbana; a influência do Partido Comunista Brasileiro (PCB) na Faculdade Nacional de Filosofia e a greve estudantil de 1963; o perfil conservador de Sobral Pinto; o cotidiano no curso de Biologia.

Fita 3 a Fita 5 – Lado A

Ausência de pesquisa científica e a formação técnica nas universidades brasileiras; a estagnação das universidades brasileiras decorrente das cátedras vitalícias; argumentos em defesa da liberdade de pesquisa; a criação e a experiência no Curso Alba; a experiência profissional na Universidade Gama Filho; o ingresso no IOC como estagiário em 1959; o perfil do cientista Hugo de Souza Lopes e seu interesse em formar novos pesquisadores; a marginalização das mulheres nas universidades brasileiras; os projetos científicos dos diretores de Manguinhos; a falência da ciência básica em Manguinhos após 1964; a perseguição de Rocha Lagoa a seus adversários; a comissão de inquérito presidida por Olympio da Fonseca em Manguinhos; o corte de verbas para a compra de material científico no exterior durante a gestão Rocha Lagoa no IOC; o método científico e os critérios para o estabelecimento da verdade; os limites da experimentação nas pesquisas científicas; as restrições ao desenvolvimento da pesquisa científica nas universidades brasileiras; a remuneração dos cientistas do IOC antes de 1964 e posterior deterioração desta.

Fita 5 – Lado B a Fita 7

As dúvidas quanto à escolha da carreira profissional; a opção pelo status econômico privilegiado do cientista; o preconceito acadêmico em relação à carreira universitária na década de 1960; o curso de mergulhador na Marinha para desenvolver trabalhos em biologia marinha; a inviabilidade da pesquisa básica no IOC na década de 1970; as dificuldades impostas por Rocha Lagoa para obtenção de recursos externos; as diferentes concepções sobre a atividade científica como origem dos conflitos no IOC; os projetos para o desenvolvimento de um tratado de zoologia no Brasil; a inconveniência de unificar ciência e tecnologia em um mesmo ministério; a incapacidade do poder público em reconhecer a ciência básica como fator de desenvolvimento tecnológico; as dificuldades de afirmação da ciência nacional em um país dependente; a necessidade de reformas político-sociais na liberação de verbas para as pesquisas científicas; a visão sanitarista da administração Sergio Arouca; os perigos decorrentes de se priorizar tecnologia em detrimento da ciência; observações sobe o caráter despersonificado da "big-science"; a necessária utilização dos métodos científicos do século XIX para o desenvolvimento da ciência no Brasil; o processo social brasileiro pós-1964; a perseguição política e a cassação dos cientistas de Manguinhos nos anos 1960; a rapinagem do acervo histórico do IOC nas administrações Rocha Lagoa e Vinícius Fonseca; ausência de zoólogos lato sensu no IOC; o projeto de produção de soros antiofídicos em Manguinhos; o prestígio dos estagiários do IOC no meio acadêmico; críticas à "big-science".

Fita 8 a Fita 10

O aperfeiçoamento profissional; a proibição por motivos políticos de fazer o curso de doutorado em Marselha em 1968; o curso no Museu Britânico em 1972; perfil de Geth Jansen; o caráter solitário da pesquisa científica; o perfil profissional e ideológico de Rudolf Barth; a influência positivista na ciência no início do século XX; o reconhecimento social do cientista brasileiro; a política científica brasileira pós-1964; a visão tecnocrática na seleção do quadro científico do IOC nos anos 1980; a reintegração dos cientistas cassados na FIOCRUZ; a necessidade de elaboração de uma política científica para a área de Biologia.

Sebastião de Oliveira

Entrevista realizada por Nara de Azevedo Britto e Wanda Hamilton, na Fiocruz (RJ), nos dias 01, 11 e 24 de setembro, 30 de outubro, 08 e 09 de dezembro de 1986 e 25 de dezembro de 1987.
Sumário
Fita 1
Origem familiar; a influência exercida pelo irmão mais velho e pelo professor Ernani Xavier de Brito; a paixão pela aviação na infância; as raízes africanas presentes na avó materna; os primeiros contatos com Manguinhos; a infância junto aos ferroviários; a vida no subúrbio de Cascadura (RJ).

Fitas 2 e 3
O bairro em que morava e os seus vizinhos; a amizade com uma família espanhola anarquista e com a comunidade árabe de Cascadura; as festas populares do Rio de Janeiro: o Carnaval, as festas de Santo Antônio, São João e São Pedro e a festa da Penha; a incidência de tuberculose no Rio de Janeiro até meados do século XX; a posição política do pai e sua atuação junto ao sindicato dos ferroviários; as influências culturais traduzidas pelo samba, chorinho e pela seresta.

Fitas 4 a 8
A vida escolar em Cascadura; a recepção a Getúlio Vargas em Cascadura em 1930; o exame de admissão realizado no Colégio Pedro II e o nível de escolaridade das crianças do subúrbio na década de 30; o desenvolvimento da rede escolar no governo Pedro Ernesto; as tendências fascistas presentes no Estado Novo; o currículo ginasial e a reforma do ensino realizada pelo ministro Francisco Campos nos anos 1930; a influência do curso complementar na escolha profissional; a estratégia para escapar do serviço militar; os movimentos integralista e comunista em Cascadura; o ingresso na Escola Nacional de Veterinária; o contato com professores e futuros colegas de trabalho no IOC; a opção pela entomologia; o perfil profissional e a personalidade de Joaquim Venâncio e de Bertha Lutz; o preconceito racial no IOC; a influência das pesquisas sobre febre amarela e malária no desenvolvimento de estudos sobre mosquitos em Manguinhos; a atuação do IOC na área de saúde pública; a Fundação Rockefeller no Brasil e o estudo sobre malária na América Latina; os colegas da Escola Nacional de Veterinária; a participação em movimentos negros; a divisão político-ideológica do movimento negro nas eleições de 1986; considerações sobre a Segunda Guerra Mundial; o perfil profissional dos professores da Escola Nacional de Veterinária.

Fitas 9 e 10
O trabalho no Ministério da Agricultura; a formação na área biológica; o perfil profissional de César Pinto e de Lauro Travassos; as expedições científicas do IOC promovidas por Lauro Travassos nas décadas de 1950 e 1960; comentários sobre a metodologia científica desenvolvida no IOC; as influências estrangeiras presentes nas atividades de pesquisas do IOC; as expedições à Fazenda Japuíba em Angra dos Reis (RJ) para coleta de insetos; a influência da Semana de Arte Moderna na ciência brasileira; a amizade com Peter Vigodzinsky; a vida cultural no Rio de Janeiro na década de 40; o trabalho com inseticida na Geigy do Brasil S.A.; observações sobre a administração de Cardoso Fontes; comentários sobe a questão ciência pura versus ciência aplicada.

Fitas 11 a 13
A desqualificação profissional de alguns pesquisadores do IOC na gestão Henrique Aragão; o perfil de Henrique Aragão; a gestão Olympio da Fonseca; as dificuldades financeiras enfrentadas no IOC durante o Estado Novo; a relação de trabalho entre Lauro Travassos e seus colaboradores no laboratório de helmintologia; a estruturação da Divisão de Zoologia Médica; a Superintendência de Campanhas de Saúde Pública (SUCAM) e o combate à dengue no Rio de Janeiro em 1986; a avaliação do desenvolvimento atual da entomologia no IOC.

Fitas 14 e 15
O ingresso no IOC; o trabalho de controle da malária com César Pinto em Governador Valadares (MG); os métodos de controle e prevenção da malária existentes na década de 1940; o trabalho de atendimento médico prestado em Governador Valadares; a contratação no IOC durante a gestão Olympio da Fonseca; o desprestígio da administração Olympio da Fonseca junto a alguns pesquisadores; a preocupação de Olympio da Fonseca em desenvolver a área de química no IOC; a desqualificação profissional de Rocha Lagoa.

Fitas 16 a 18
O impacto da explosão da bomba atômica na comunidade científica e a criação do Conselho Brasileiro de Pesquisas Físicas; a visita de Oppenheimer ao Brasil; o desenvolvimento da tecnologia nuclear e sua utilização pelas Forças Armadas; os riscos das usinas nucleares no Brasil; a inexistência de pesquisas com energia nuclear no IOC; as vantagens do IOC em se manter independente das universidades; a falta de orientação do IOC no sentido de atender às necessidades sanitárias do país; a relação entre o IOC e o Ministério da Saúde; o trabalho atual com quironomídeos-marinhos; avaliação da situação atual da entomologia no Brasil.

Álvaro Moncayo Medina

Entrevista realizada por Marília Coutinho e Nara Britto no dia 11 de novembro de 1993.

Sumário
Fita 1
O início de sua participação no TDR - Programa Especial de Pesquisa e Treinamento em Doenças Tropicais -, como secretário do Comitê Orientador de Pesquisa em Doença de Chagas. As agências das Nações Unidas patrocinadoras do programa. As doações voluntárias. A vinculação entre as comunidades científicas dos países desenvolvidos e dos países em desenvolvimento na gestão do programa. Os dois objetivos fundamentais do TDR. A especificidade da pesquisa em doença de Chagas: contrariamente ao que acontece com as outras doenças, tem uma tradição muito forte nos países diretamente afetados. O motivo do seu recrutamento para esse posto no TDR. O início das atividades do TDR relacionadas à pesquisa em doença de Chagas, em 1977. Formação acadêmica e primeiras atividades profissionais. O contexto de criação do programa TDR: a preocupação em aplicar os novos conhecimentos da biologia molecular ao estudo das doenças parasitárias. A Organização Mundial de Saúde. A predominância da pesquisa em doença de Chagas nos países em que a doença é endêmica. A concentração nos países desenvolvidos das pesquisas nas outras doenças parasitárias: o exemplo da malária. Os resultados da indução do TDR ao desenvolvimento de pesquisas em doenças parasitárias nos países pobres. A reorganização atual do programa. Os objetivos desta mudança. A nova estrutura do programa: a divisão em três áreas. As prioridades de cada área. O receio de que essa reorganização prejudique a pesquisa em doença de Chagas. Os critérios de recrutamento para o comitê de pesquisa estratégica. O desequilíbrio, nesse comitê, entre representantes dos países desenvolvidos e dos países em desenvolvimento. A forma de se garantir um equilíbrio nessa representação. Os motivos desse redirecionamento do TDR. A questão dos recursos. As novas conjunturas internacionais. As novas forças geopolíticas a partir de 1991. A importância do TDR para a pesquisa em doença de Chagas.

Fita 2
A notícia da reorganização do TDR. A organização do documento-base apresentado ao comitê científico do programa. As críticas ao documento. As consequências do fim da Guerra Fria na realocação dos investimentos em ciência nos diferentes países. As consequências do neoliberalismo. Pela formação de novos laços de solidariedade e cooperação entre os países. Os fatores que geram desigualdades na competição científica entre os países. A importância de se aproveitar as vantagens da relação com instituições dos países desenvolvidos. A importância das relações entre instituições brasileiras e instituições americanas no caso da pesquisa em doença de Chagas. A iniciativa do Cone Sul quanto à eliminação, até o fim da década, das formas vetorial e transfusional da doença de Chagas. As formas de se obter essa eliminação. Os recursos para isso. Previsões de datas para esse resultado em cada país. A reação da comunidade científica aos excessos de sofisticação da área de biologia molecular: a tendência a não se preocupar mais com a solução concreta do problema da doença. O grande interesse, na reunião de Caxambu, por uma mesa sobre pesquisa aplicada. O questionamento, pela geração mais jovem, dos paradigmas científicos atuais. A preocupação dos jovens cientistas em proporcionar solução aos problemas reais de seus próprios países. Agradecimento a Carlos Morel pela presidência da mesa da qual participou na reunião de Caxambu. A tendência da comunidade científica em ter cada vez mais consciência da necessidade de aplicar os conhecimentos básicos para se obter as soluções dos problemas. A responsabilidade social do cientista, inclusive daquele de pesquisa básica. A inclusão na reunião de Caxambu, a partir de 1985, de temas de controle. Recursos do TDR para a reunião anual de pesquisa aplicada em doença de Chagas, em Uberaba. A tendência ao fim dos investimentos do TDR em pesquisa clínica. A necessidade de se fazer uma reunião de pesquisa em doença de Chagas onde se cruzem as duas perspectivas, a básica e a clínica e aplicada. O predomínio dos investimentos do TDR na área de pesquisa básica em doença de Chagas. Os critérios do TDR para a alocação de recursos em pesquisa básica e pesquisa aplicada.

Carlos Renato Grey

Entrevista realizada por André de Faria Pereira Neto e Sérgio Luiz da Rocha, no Rio de Janeiro, nos dias 18, 24 e 31 de outubro e 6, 14 e 28 de novembro de 1994.
Sumário
Fita 1 - Lado A
As influências para a escolha da carreira de médico; a atuação de seu pai durante a gripe espanhola; a formação do pai; o curso primário com a tia Josefina Calvet; a organização do sistema de ensino na época; a atuação do pai como professor substituto na cadeira de ginecologia da Faculdade do Paraná; a influência do primo Jorge de Moraes Grey; o convívio com os colegas da faculdade em sua casa; o serviço de Jorge Soares de Gouvêa no Hospital São Francisco de Assis: a grande escola cirúrgica do Rio de Janeiro; a Santa Casa da Misericórdia: a primeira escola cirúrgica do Brasil; a importância do Rio de Janeiro como centro de formação de médicos; como foi sua entrada para o serviço de Jorge Gouvêa; a situação da cirurgia de crânio no Brasil no início do século e o pioneirismo de Alfredo Monteiro.

Fita 1 - Lado B
Alfredo Monteiro: um pioneiro da cirurgia de crânio no Brasil; a morte de seus irmãos; alguns fatos sobre a família; as relações com o primo Jorge de Moraes Grey; o período como interno no Hospital São Francisco; a condição sócio-econômica de sua família; os centros de formação em medicina, engenharia e direito no país; a Lei Rocha Vaz: a estrutura do ensino e a dinâmica dos exames; a volta de sua família do Paraná em 1926 e a mudança para o Flamengo (RJ); a situação da cirurgia de úlcera ontem e hoje; seu pai: sua formação e a área de atuação.

Fita 2 - Lado A
A formação de seu pai no Instituto Pasteur; suas lembranças sobre a gripe espanhola; a atuação de seu pai neste período na Tijuca, Andaraí e Vila Isabel (RJ); as dificuldades iniciais de inserção no mercado depois de formado; seu trabalho no consultório do primo Jorge de Moraes; referências a Evandro Chagas, seu professor na cadeira de medicina tropical; seu trabalho no Nordeste (1940-1942), no Centro de Estudos da Malária (convênio com a Fundação Rockefeller); o sucesso de seu trabalho no Nordeste; sua trajetória associativa no Ginásio Paraense; seus pais; a concorrência como exercício permanente rumo à perfeição; o ingresso na faculdade de medicina; a relação entre a generalidade e a particularidade na medicina; sua participação na fundação da Sociedade Brasileira de Urologia.

Fita 2 - Lado B
Sua formação na faculdade: a ênfase na embriologia e na anatomia; a relação entre a generalidade e a especialidade; a fundação da Faculdade de Medicina de São Paulo pela Fundação Rockefeller; a evolução da cirurgia no Rio de Janeiro; o 'feudo' na cirurgia carioca do período; os institutos como instrumentos de democratização do acesso ao mercado de trabalho médico; o governo Getúlio Vargas e algumas de suas realizações; sua opinião sobre como deveria ser a organização dos serviços de saúde no Brasil de hoje; o prestígio da profissão médica no início do século; a importância da hierarquia salarial no hospital; o vestibular para medicina na década de 1930: o grau de dificuldade, o número de vagas, o sistema de avaliação.

Fita 3 - Lado A
As lembranças de seus colegas de turma na faculdade; a estrutura curricular do curso de medicina; algumas das técnicas utilizadas na cirurgia na época; referências aos chamados médicos medalhões e a convivência destes com os médicos mais novos; o cotidiano das aulas na faculdade; seu período como monitor na faculdade de medicina; o processo de avaliação na faculdade; os amigos de faculdade.

Fita 3 - Lado B
A experiência associativa na época do Ginásio Paranaense e depois na faculdade de medicina; como se tornou líder no período da faculdade; a França: centro médico e filosófico mundial da época; referências ao Bloco Operário Camponês; sua posição crítica diante dos regimes totalitários durante a Segunda Guerra Mundial; as relações internacionais no pós-Segunda Guerra; sua participação política na época da faculdade; a situação política brasileira: a Aliança Nacional Libertadora e o Partido Integralista Brasileiro de Plínio Salgado; a hegemonia dos integralistas na faculdade e a sua posição destoante; sua escolha para orador na formatura de 1937; as polêmicas no movimento estudantil no período na faculdade; sua participação na Revolução Constitucionalista de 1932.

Fita 4 - Lado A
Sua participação no Movimento de 1932; os objetivos do Movimento de 1932; o posicionamento de integralistas e comunistas com relação ao Movimento de 1932; a Revolução de 1935; o regime da 'copa e cozinha'; seu trabalho como jornalista da Agência Brasileira; a 'compra' de empregos; a UDN e o PSD; a competição como exercício para o aperfeiçoamento; sua atuação como diretor de intercâmbio do Diretório Central dos Estudantes; as reivindicações do movimento estudantil de sua época; a atuação de Anísio Teixeira na área educacional.

Fita 4 - Lado B
A preocupação, durante a sua formação, com a generalidade; seu período na Cruz Vermelha; o interesse pela microbiologia; seu período como monitor de histologia; as atividades realizadas pelos internos; os recursos da medicina da época; sua atuação, depois de formado, no Hospital São Francisco; o relacionamento do médico assistente com os chamados médicos 'medalhões'; como conciliava os vários trabalhos; a experiência do Hospital do Pronto Socorro na cirurgia de urgência; a vivência no Hospital do Pronto Socorro; o trabalho com seu primo Jorge (1938).

Fita 5 - Lado A
Sua atividade no consultório do primo Jorge; o concurso como possibilidade de 'alçar voo' - autonomia técnica; o concurso dos comerciários como o momento profissional mais importante de sua vida profissional; o processo seletivo do Colégio Brasileiro de Cirurgiões ontem e hoje; o processo de avaliação na faculdade; o professor Evandro Chagas e a proposta de trabalho em medicina tropical; a ida para o serviço de malária do Nordeste (1940-1042); a importância da erradicação do mosquito anofelino no Nordeste; seu trabalho no serviço do primo Jorge de Moraes no Hospital Nossa Senhora do Socorro; seu consultório particular; seu trabalho como médico na Embaixada Americana.

Fita 6 - Lado A
A erradicação do mosquito anofelino e seu trabalho posterior; como foi selecionado para este trabalho no Nordeste; a importância do trabalho nos hospitais públicos: aquisição de experiência; o convite feito a ele por Evandro Chagas para trabalhar no Nordeste, o curso de propedêutica médica com Feijó; a preparação para o concurso do Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Comerciários; como conciliava suas várias atividades; o seu consultório: a clientela, a constituição física; a aprovação no concurso do Instituto dos Comerciários e as consequências para a sua carreira profissional; o Hospital Nossa Senhora das Vitórias; a amizade com Euclides Figueiredo.

Fita 6 - Lado B
Suas relações com Euclides Figueiredo; os efeitos profissionais de sua aprovação no concurso para o Instituto dos Comerciários; a compra do atual Hospital de Ipanema pelo Instituto dos Comerciários; o movimento para pôr fim ao "regime da copa e cozinha" em 1944; a atuação de Álvaro Tavares de Souza à frente do Sindicato dos Médicos; sua participação no IV Congresso Médico Sindicalista e suas propostas; a briga com os 'senhores feudais da cirurgia' pelo pagamento de seus auxiliares, participação de Getúlio na criação do Conselho e na reformulação do Código; a queda de Getúlio e a ascensão de Dutra; o conflito entre o PSD e a UDN; a composição do Conselho Provisório de Disciplina Profissional; a posição política de Álvaro Tavares de Souza; o relacionamento entre Tavares de Souza e o presidente Getúlio Vargas; as limitações do presidente Dutra.

Fita 7 - Lado A
O atentado da rua Tonelero; Getúlio Vargas e sua compulsão pelo poder; as causas da queda do presidente Getúlio Vargas em 1945; o IV Congresso Médico Sindicalista: perfil de seus participantes e de seus principais temas; a necessidade da reformulação ética e administrativa; a seleção para o internato ontem e hoje.

Fita 7 - Lado B
O processo de seleção de internos para o serviço de Jorge de Gouvêa; o crescimento da medicina em São Paulo com a fundação da faculdade de medicina; os motivos que levavam os médicos a participar do IV Congresso Médico Sindicalista; o Sindicato e suas funções éticas e administrativas; a repercussão das ações do Sindicato entre a categoria médica; os anúncios médicos e a ação do Sindicato; os anúncios médicos hoje; a divisão entre a Academia Nacional de Medicina e o Colégio Brasileiro de Cirurgiões; o processo seletivo para o Colégio na época de seu ingresso; a fundação do Colégio; a Sociedade de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro: suas funções e atuação; sua opinião sobre a maneira pela qual os serviços de saúde deveriam ser organizados.
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Fita 8 - Lado A
As dificuldades de inserção no mercado nas décadas de 1930 e 1940; o aparecimento da residência médica no Brasil; os donos da cirurgia no Rio de Janeiro; o significado da carreira universitária (docência); o serviço do hospital como uma forma de realizar sua formação técnica; a Fundação Rockefeller e a criação do hospital da Faculdade de São Paulo; a Revolução de 1930 e os seus efeitos sobre o mercado de trabalho médico; a criação das Caixas como um novo elemento na reordenação do mercado de trabalho médico; sua ida ao Nordeste a partir de um convênio com a Fundação Rockefeller; as facilidades de inserção no mercado de trabalho para os médicos sanitaristas; o relacionamento entre os médicos 'medalhões' e os médicos assistentes.

Fita 8 - Lado B
As deformações no processo de constituição dos serviços médicos dos institutos; as três fases da cirurgia no Rio de Janeiro: a Santa Casa, o Pronto Socorro e os Institutos; a imprensa médica da época; o serviço dos médicos nas Caixas; seu trabalho no Instituto dos Comerciários; seu Serviço no Board Economic Affairs (Embaixada Americana); o aprendizado no Hospital Nossa Senhora do Socorro; o aspecto caritativo da prática médica do período; o surgimento da Previdência e a diminuição dos pacientes pobres na Santa Casa; a qualidade técnica do corpo de médicos do Instituto dos Industriários e dos Comerciários; a experiência adquirida no estágio no Hospital do Pronto Socorro; a primeira cirurgia de coração no Brasil.

Fita 9 - Lado A
A natureza da prática cirúrgica; o erro médico; os concursos como forma de elevar o nível do serviço; o processo de formação dos residentes; a residência na formação de bons profissionais,. a residência hoje; como o médico conquistava sua clientela; a competição como forma de aperfeiçoamento; o processo de especialização na urologia e na medicina em geral; a relação entre a generalidade e a particularidade; sua opção pela urologia; a formação de seu pai; a concorrência no mercado de trabalho médico.

Fita 9 - Lado B
Sua opção pela urologia; a 'escola' de Jorge de Gouvêa; as principais especializações da medicina no seu período de formado; a insatisfação dos médicos recém formados com as limitações do mercado de trabalho; sua preparação para o primeiro concurso público; a tentativa de ir aos Estados Unidos como bolsista; a abertura dos concursos; sua entrada no Sindicato juntamente com outros médicos recém-formados; os objetivos do IV Congresso Médico Sindicalista; seu atrito com Álvaro Cumplido Sant'Anna em relação ao valor do salário mínimo.

Fita 10 - Lado A
A reunião com o presidente Getúlio Vargas para expor as deliberações do IV Congresso Médico Sindicalista; as sugestões do presidente em relação à criação do Conselho de Medicina; os membros do Conselho Provisório de 1945; a importância do IV Congresso Médico Sindicalista; sua atuação neste Congresso; sua explicação para a queda de Getúlio Vargas.

Fita 11 - Lado A
O horário do consultório; o significado profissional da aprovação no concurso para o Instituto dos Comerciários; o concurso: número de vagas, candidatos, estrutura das provas; a relação entre o concurso para os Comerciários e a sua clínica particular; o regime de trabalho no Instituto dos Comerciários: salário, carga horária e o cotidiano de trabalho; a discussão em torno da acumulação de empregos pelos médicos nas décadas de 1930 e 1940; sua crítica à acumulação de empregos pelos médicos; sua participação em associações cientificas; a preocupação em 'fazer clínica'.

Fita 11 - Lado B
As referências à sua capacidade de estudo e aos motivos que o levavam a participar de associações cientificas; suas críticas ao Código de 1931; as razões que o levaram a participar do Conselho de Medicina; a exploração dos médicos assistentes pelos denominados médicos 'medalhões'; a exploração dos médicos pela Santa Casa; sua posição em relação à ação dos charlatães e curandeiros; sua proposta para a organização dos serviços de saúde; a luta pelo estabelecimento da residência nos moldes americanos; a questão da livre escolha do médico pelo paciente; como atuava o Sindicato com relação à propaganda médica na imprensa leiga; a ação do Colégio Brasileiro de Cirurgiões com relação à propaganda médica na imprensa leiga.

Fita 12 - Lado A
Sua opinião sobre os anúncios médicos na imprensa leiga; o direito dos pacientes em manter a sua privacidade; as opiniões do Conselho sobre a questão dos anúncios; a importância do sigilo médico; a situação da indústria farmacêutica no Brasil nas décadas de 1930 e 1940 e também na atualidade; a utilidade para os serviços de saúde dos consultórios localizados nas farmácias; Pedro Ernesto e a ampliação dos serviços de saúde no Distrito Federal; as conferências médicas: o que eram, como se realizavam; a medicina como ciência conjecturai e sua tendência a tornar-se uma ciência exata; a relação entre o médico generalista e o especialista; o médico assistente (Código de 1931); a tendência da medicina para utilizar o diagnóstico feito pela imagem.

Fita 12 - Lado B
A opinião do Conselho sobre a questão do atendimento gratuito; as discussões sobre o salário mínimo dos médicos; sua opinião sobre o Sistema Único de Saúde; as 'disputas ideológicas' no movimento médico depois de 1964; sua opinião sobre a ação do Estado com relação aos serviços de saúde: como e a quem atender; como deve ser a remuneração do médico; a relação entre o Conselho e os médicos; a conjuntura política nacional na década de 1940; a atuação do Conselho hoje; a representatividade do Conselho nas décadas de 1940 e 1950; as disputas eleitorais para o Conselho hoje; o atual desrespeito ao Código de ética; a greve da letra 'O'.

Fita 13 - Lado A
A ação da Santa Casa revertendo as decisões do IV Congresso Médico Sindicalista; sua fama de comunista; a diferença entre a liberdade e o livre arbítrio; o impacto da Reforma Pedro Ernesto sobre o mercado de trabalho médico; os motivos da prisão de Pedro Ernesto; a queda de Getúlio Vargas em 1945; um balanço de sua vida profissional; a evolução da urologia e da cirurgia no mundo e no Brasil; os efeitos dessa evolução sobre a prática médica; o avanço tecnológico e a desumanização da medicina; a tendência da medicina a tornar-se no futuro uma ciência exata.

Fita 13 - Lado B
Os motivos de sua entrada no Colégio Brasileiro de Cirurgiões; a situação do Colégio Brasileiro de Cirurgiões e da Academia Nacional de Medicina ontem e hoje; a relação da medicina alopata com as práticas denominadas 'alternativas'; as contribuições da psicanálise à pratica médica; a medicina e sua tendência a tornar-se ciência exata; as relações entre a medicina científica e a medicina popular; a medicina e o espiritismo; os fatores que auxiliaram a sua formação profissional.

Fita 14 - Lado A
As características do paciente ideal; o relacionamento médico/paciente; os princípios básicos do exercício profissional; as dificuldades causadas por seu parentesco com Jorge Moraes Grey; suas relações de trabalho com seu primo Jorge de Moraes Grey.

Fita 15 - Lado A
O Dr. Grey tece alguns comentários sobre uma série de fotografias por ele escolhidas.

Renato Pacheco Filho

Entrevista realizada por André de Faria Pereira Neto e Sérgio Luiz de Alves Rocha, no Rio de Janeiro (RJ), nos dias 25 de novembro, 02, 08, 21 de dezembro de 1994 e 16 de janeiro de 1995.
Sumário
Fita 1 - Lado A
O trabalho de seu pai como médico de família; a morte de sua mãe; as brigas entre seu pai e a família de sua mãe; sua infância; suas experiências na escola Sarmiento; as influências na sua opção pela medicina.

Fita 1 - Lado B
Suas impressões sobre o Rio de Janeiro durante o período de sua infância no Jardim Botânico e Leblon; a atuação de seu pai como médico de família durante a gripe de 1918; referência ao seu pai como um homem preparado tecnicamente, ético e trabalhador; os problemas enfrentados por Renato Pacheco Filho para ingressar na faculdade de medicina; os primeiros anos na faculdade de medicina; o perfil socioeconômico dos estudantes de medicina em fins da década de 1920 e início de 1930; o sistema de aulas; as modificações introduzidas pela Reforma Rocha Vaz; as diferenças entre a Academia Nacional de Medicina e a Sociedade de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro; sua experiência no quarto ano da faculdade como acadêmico vacinador da Saúde Pública; o trabalho no quinto ano como interno "de clínica cirúrgica na faculdade de medicina".

Fita 2 - Lado A
Sua experiência como vacinador da Saúde Pública; a situação da assistência médica no Rio até 1907; os concursos públicos realizados por seu pai; a vida do estudante de medicina; a origem profissional dos pais de seus colegas de faculdade; como eram as aulas na faculdade; o cotidiano de um estudante de medicina (locais de estudo); o grau de dificuldade do curso; sua participação como secretário do Clube Atlético e como diretor da Federação Acadêmica; Santiago Dantas e a solidariedade a Washington Luís; suas relações com pessoas de 'esquerda' e de 'direita'; a Revolução de 1930 e o Movimento Integralista; o debate ideológico no meio estudantil; as atividades por ele desenvolvidas durante o estágio no serviço de Paulino Werneck; o segundo e o terceiro anos de faculdade; o seu primeiro vencimento como acadêmico vacinador da Saúde Pública.

Fita 2 - Lado B
O internato de propedêutica no quarto ano com Rocha Vaz; as diferenças entre os hospitais São Francisco de Paula, São Francisco de Assis e a Santa Casa; suas experiências como 'peru' (aluno que, por decisão pessoal, desenvolve trabalho com o professor sem ter vínculo institucional ou remuneração) na Santa Casa com Augusto Paulino; sua primeira experiência na sala cirúrgica como estudante; a personalidade do professor Rocha Vaz (1929); as modificações introduzidas no ensino após a reforma Rocha Vaz; a dinâmica das aulas; o número de internos por professor e o valor que recebiam; os internos e os internos voluntários.

Fita 3 - Lado A
Sua experiência como interno de clínica cirúrgica (1930/1934) com o Professor Figueiredo Baena; a personalidade deste professor e como ele atingiu a cátedra; sua experiência como 'peru' de Aldair C. Figueiredo; o trabalho com o Professor Figueiredo Baena: a remuneração e as atividades desempenhadas; como conciliava as atividades na profilaxia, na faculdade e no internato; a organização do ensino nas várias clínicas; o perfil profissional dos médicos que participavam da Academia Nacional de Medicina e do Sindicato dos Médicos; as diferenças entre estas duas instituições; a atuação de seu pai no SMB e na Confederação Brasileira de Desportos; o surgimento do Colégio Brasileiro de Cirurgiões; as instituições médicas dos anos 1920: a Academia Nacional de Medicina, a Sociedade de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro, o Sindicato Médico Brasileiro e o Colégio Brasileiro de Cirurgiões; as faculdades de medicina existentes quando de sua formatura; sua explicação para a existência de várias entidades representativas dos médicos; como ocorreu sua filiação ao SMB; algumas considerações sobre a representatividade do SMB; a visão do SMB sobre o processo de assalariamento.

Fita 3 - Lado B
As obrigações do médico assistente; seu desinteresse pela carreira do magistério; como conciliava o trabalho na faculdade e na Santa Casa (1931-1934); o trabalho com Figueiredo Baena em sua clínica privada; o funcionamento do serviço social da Santa Casa; sua opção pela cirurgia; os pré-requisitos, na época, para o trabalho do cirurgião (técnica versus habilidade); a delimitação da competência entre clínicos e cirurgiões; o conflito entre os cirurgiões e os leigos; o SMB e o combate às práticas médicas condenadas; sua nomeação (1933) para o cargo de cirurgião auxiliar da Prefeitura do Distrito Federal (Hospital do Pronto Socorro); a Reforma Pedro Ernesto e a carreira médica da Assistência; a situação dos hospitais antes da reforma; as diferenças entre os cargos de cirurgião auxiliar, adjunto, assistente e chefe de serviço; como os médicos conciliavam suas atividades na Assistência com sua clínica privada; como conseguiu montar o seu consultório particular e a constituição de sua clientela.

Fita 4 - Lado A
O consultório no Hospital São Francisco de Assis; seu tempo de trabalho no consultório; o trabalho com seu pai; a formação de sua clientela; o relacionamento com seus clientes; as características de sua clientela; seu período livre; a diferença entre o trabalho no hospital e na clinica privada; sua atuação no Souza Aguiar (1933); as origens do Souza Aguiar; a organização de seu espaço físico; sua importância para o atendimento de urgência na época; a organização dos seus serviços médicos (equipes ou serviços); a organização do trabalho dos acadêmicos neste hospital; a remuneração paga pelo paciente; o salário; a carga horária do hospital; a relação entre os médicos auxiliares e os assistentes; a sua ascensão dentro da Assistência; a perseguição da "cúpula" da Assistência a Dr Aldair Figueiredo; a volta dos 'carcomidos' depois da prisão de Pedro Ernesto; a comissão do Departamento Geral da Assistência; a prisão de Aldair Figueiredo.

Fita 4 - Lado B
A prisão de Aldair Figueiredo e a perseguição da 'cúpula' da Assistência; a participação na Comissão Organizadora do Formulário da Secretária Geral da Assistência (1938); a amizade com Pedro Nava; a obtenção do prêmio "Doutorandos de 1900" promovido pela ANM; a competição no meio médico da época; a atuação de Aldair Figueiredo na Revolução Constitucionalista de 1932; suas críticas ao então secretário da Assistência Publica, Irineu Malagueta, e a Monteiro Autran, seu chefe de gabinete; os motivos que levaram Getúlio Vargas a perseguir Pedro Ernesto.

Fita 5 - Lado A
A popularidade de Pedro Ernesto depois da Reforma; a eleição de Pedro Ernesto para a Prefeitura do Distrito Federal em 1934; a origem do dinheiro utilizado nas obras da Reforma Pedro Ernesto; as críticas feitas a Pedro Ernesto; o contato de Pedro Ernesto com Luiz Carlos Prestes; a Intentona Comunista (1935) e a participação de alguns auxiliares de Pedro Ernesto; Carlos Lacerda e a queda de Getúlio Vargas em 1955; a prisão de Pedro Ernesto; sua saída da prisão; o Dispensário Rocha Faria em Campo Grande: sua organização física e a composição das equipes; sua ida para Campo Grande e o acesso até lá naquela época; a clientela atendida; o tempo de serviço; sua transferência para o Paulino Werneck na Ilha do Governador; a inauguração dos hospitais construídos por Pedro Ernesto; a localização do Hospital Rocha Faria; o Hospital Paulino Werneck: a organização interna técnica do espaço; as especialidades existentes; o acesso ate lá; o número de leitos; o serviço; sua convivência com Pedro Nava; porque Pedro Ernesto fez os hospitais em locais onde não havia pacientes.

Fita 5 - Lado B
Sua convivência com Pedro Nava; a experiência no Hospital Carlos Chagas como chefe de clínica; os motivos de sua saída.

Fita 6 - Lado A
O Hospital Souza Aguiar (1933): as ocorrências, as especialidades e a organização dos serviços (equipes); as modificações introduzidas pela Reforma Pedro Ernesto; o critério de nomeação dos chefes de serviço; as ampliações no Hospital Souza Aguiar depois da Reforma Pedro Ernesto; as atribuições dos chefes de serviço,. o relacionamento entre clínicos e cirurgiões no Souza Aguiar; a clientela atendida; a remuneração paga pelo paciente; a Assistência Médica antes da Reforma Pedro Ernesto; a reação popular ao funcionamento do Pronto Socorro quando de sua inauguração; a faixa etária de seus colegas de trabalho; o Souza Aguiar como uma grande escola; como compatibilizava o seu horário no Souza Aguiar com o de seu consultório; a clientela de seu consultório; as diferenças entre a clínica privada ontem e hoje; as razões de sua saída do Souza Aguiar; as referências a Aldair Figueiredo; sua opinião sobre a Revolução de 1930.

Fita 6 - Lado B
Seu relacionamento com Pedro Ernesto; o serviço no Hospital Rocha Faria: o espaço físico, o número de equipes, sua constituição e clientela; sua ascensão de cirurgião assistente a chefe de serviço no Carlos Chagas; o serviço no Paulino Werneck; a comparação entre as clientelas do Souza Aguiar, do Paulino Werneck e do Rocha Faria; o motivo de sua saída do Paulino Werneck; como se tornou chefe de clínica do Carlos Chagas; quando começaram a ser construídos os hospitais Paulino Werneck, Carlos Chagas e Getúlio Vargas; a administração posterior à de Pedro Ernesto; o posto de afogados do Lido: os motivos para a sua fundação; a visão do SMB sobre a Reforma Pedro Ernesto; a atuação de Pedro Ernesto como interventor do Distrito Federal.

Fita 7 - Lado A
O posicionamento do Sindicato diante das reformas promovidas por Pedro Ernesto; a Faculdade de Ciências Médicas fundada por Rolando Monteiro; o relacionamento entre as faculdades e o SMB; o impacto das idéias de Pedro Ernesto sobre a assistência pública e sobre o mercado de trabalho médico; a posição do Sindicato com relação à criação do Conselho de Medicina; a proposta de fundação da Ordem dos Médicos; a reação da opinião pública à Reforma Pedro Ernesto; a saída de Pedro Ernesto da prisão; os motivos da popularidade de Pedro Ernesto; a posição de Pedro Ernesto em relação ao integralismo e ao comunismo; o trabalho na Ilha do Governador; os médicos da Assistência e seus consultórios particulares; o desvio de clientes para o consultório particular ontem e hoje; o status alcançado pelo trabalho na Assistência; sua nomeação para chefe de clínica do Hospital Carlos Chagas; o espaço físico do hospital; a organização das equipes.

Fita 7 - Lado B
O Hospital Carlos Chagas: a organização técnica do espaço, o número de leitos, a clientela, o número de médicos; a transfusão de sangue neste período; referências a Aldair Figueiredo e a sua saída e posterior reintegração na Assistência; o seu salário na assistência; a sua dedicação à profissão como exemplo herdado de seu pai; a atitude mercenária dos médicos de sua época; seu retorno ao Souza Aguiar e as diferenças em relação ao período anterior; seus atritos com os diretores do Hospitais Souza Aguiar e Carlos Chagas; sua transferência para o Méier.

Fita 8 - Lado A
Seu período como médico da Beneficência Portuguesa (1937-1941); o trabalho no ambulatório; o relacionamento entre diretor e médico do ponto de vista da determinação do número de clientes a serem atendidas; sua atuação na Revista Médica Municipal; as revistas médicas existentes no início da década de 1940; o Hospital Getúlio Vargas, o espaço físico e sua organização técnica, as especialidades, a constituição das equipes, o número de leitos e o sistema de trabalho; a criação da Associação Médica Brasileira; a fundação da AMDF.

Fita 8 - Lado B
As disputas entre a AMB e a AMDF; a origem do Conselho de Medicina e o concomitante refluxo do SMB; a AMB e a defesa dos interesses dos médicos paulistas; as relações entre a AMB, a AMDF e o Sindicato dos Médicos; sua candidatura à presidência da AMDF (1955); sua atuação como presidente da AMDF; suas relações com o presidente Juscelino Kubitschek; sua indicação para a comissão de estudos para a confecção do decreto presidencial que reconhecia o risco de vida para os médicos; a censura da AMB às iniciativas tomadas pela AMDF.

Fita 9 - Lado A
O pedido de prisão contra ele e os demais membros da AMDF sob a acusação de serem todos comunistas (1964); as disputas entre a AMDF, a AMB e a Sociedade de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro; de que maneira a SMCRJ tornou-se representante da AMB no Rio de Janeiro; os motivos da proliferação institucional no movimento médico; o SMB e a oposição à criação do Conselho de Medicina; a proposta de criação da Ordem dos Médicos; o achatamento salarial dos médicos de 1940 a 1952; a AMB e a palavra de ordem: "emprego único para os médicos"; as distorções do comportamento médico como efeito da baixa remuneração; os cargos que ocupou no Colégio Brasileiro de Cirurgiões; como se tornou presidente do CBC; a relação entre a participação em associações médicas e o status; sua atuação como presidente do CBC e suas principais contribuições ao CBC; o CBC hoje; a sua atuação no movimento da greve da letra 'O'.

Fita 10 - Lado A
A participação em entidades médicas; sua entrada para o Colégio Brasileiro de Cirurgiões (1932); o Colégio Brasileiro de Cirurgiões neste período; sua atuação como relator nas reformas estatutárias do Colégio; as diferenças entre o Colégio e a Sociedade de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro; o Colégio de Cirurgiões hoje; as diferenças entre o Colégio e as demais instituições médicas do período; os benefícios; por que não participou de maneira ativa do Sindicato; a clientela do Sindicato; como se tornou sócio do Sindicato; que tipo de relacionamento seu pai tinha com Álvaro Tavares; a atuação de Álvaro Tavares à frente do Sindicato; a posição do Sindicato com relação à entrada do Estado na Assistência Médica; as relações do Colégio com os professores das faculdades de medicina; sua participação em entidades médicas internacionais.

Fita 10 - Lado B
O perfil da profissão na década de 1940; as relações entre os médicos; as estratégias para angariar clientes; a importância do trabalho no serviço público; o seguro saúde e o credenciamento dos médicos como solução para os médicos; as relações entre a prática médica e a política; a constituinte de 1933 e a eleição do candidato dos médicos: Cumplido Sant'Anna; onde se formavam os médicos que atuavam no RJ; como eram as relações entre alopatas e homeopatas na década de 1940; a origem social de seus colegas de turma na década de 1930; a presença da medicina na imprensa leiga - os anúncios médicos; a posição contrária do SMB à criação do Conselho em 1945; as razões da demora da tramitação do Projeto 7.955 na Câmara; o Código de Ética de 1945.

Fita 11 - Lado A
O Código de 1945; as funções de um código de ética; como eram as relações entre os médicos na década de 1940; as conferências médicas: o que eram e como eram realizadas; a especialização da medicina e os dilemas éticos; as diferenças entre o médico assistente e o médico perito (1945); as relações entre os médicos e os farmacêuticos na década de 1940; a mercantilização da farmácia depois da Segunda Grande Guerra; os tipos de charlatanismo; o relacionamento do doente com o charlatão; a posição do Colégio Brasileiro de Cirurgiões em relação ao charlatanismo; os avanços técnicos na medicina; o desenvolvimento das lentes de contato depois da grande guerra; a posição do Conselho com relação ao charlatanismo; o segredo médico; os anúncios médicos e a indústria dos agradecimentos; o seguro saúde e a proletarização dos médicos; as consultas pelo rádio e pelos jornais; a entrada do Estado na Assistência Médica e as suas consequências para a prática médica.

Fita 11 - Lado B
A criação do seguro saúde no Brasil, na França, nos Estados Unidos e na Inglaterra; o funcionamento do seguro saúde no Brasil; sua relação com a autonomia profissional e com o mercado de trabalho médico; o trabalho gratuito; a transferência de pacientes da clínica pública para a clinica privada; o caso do "Dr. Pulha".

Fita 12 - Lado A
O perfil profissional do médico na década de 1950; a atuação do médico de família no início do século; as modificações no ensino prático da medicina na década de 1940; os limites de atuação do SMB; a atuação de Álvaro à frente do Sindicato; como o Sindicato via a opção dos médicos pelo serviço público; as faculdades existentes na época em que se formou; as razões para o declínio da clínica privada; sua opinião sobre o assalariamento e sobre a autonomia; o Sindicato e a crítica à Reforma Pedro Ernesto; a Reforma Pedro Ernesto e a ampliação do mercado de trabalho do médico carioca; a relação ambígua do Sindicato com relação a Pedro Ernesto; a verificação da indigência nos Hospitais da Assistência; as diferenças entre o Hospital do Pronto Socorro e o Dispensário do Méier.

Fita 12 - Lado B
O movimento de criação da AMDF; o perfil dos médicos participantes da AMB; a proposta de fundação de uma associação de bases nacionais; a criação da AMDF; a discriminação aos médicos cariocas da AMDF pela AMB; a participação dos médicos 'comunistas' na AMDF; as relações entre a AMDF e a greve da letra 'O'; os motivos da greve da letra 'O'; o veto ao projeto que criava a letra 'O' e a reação da AMDF; como foi obtido o aumento dos médicos pela AMDF; a repercussão da greve na imprensa.

Célio Rodrigues de Almeida

Entrevista realizada por Antonio Torres Montenegro e Tânia Fernandes, em Recife (PE), nos dias 31 de janeiro a 14 de agosto de 1996. O lado A da fita 5 e as fitas 6 e 7 sofreram danificação; a entrevista foi refeita nas fitas 8 e 9.
Sumário
Fita 1 - Lado A
Lembranças da infância em Canhotinho (PE); o trabalho do pai como motorista; Ascenso Ferreira em Canhotinho; o casamento do pai e a mudança para Canhotinho; mudança de toda a família para Garanhuns (PE); lembranças da adolescência em Garanhuns: o Colégio Diocesano e as matinês de cinema aos domingos.

Fita 1 - Lado B
A namorada, o carnaval, o irmão gêmeo falecido; os longos cabelos cacheados da infância; as diversões, os trabalhos domésticos auxiliando a mãe; a missa e a religiosidade; a mudança para Recife para servir o Exército.

Fita 2 - Lado A
O trabalho em teatro; lembranças da família; lembranças da 2ª Guerra Mundial e da Copa do Mundo de 1950; a situação política; o crime do padre Hosana de Siqueira e Silva; a participação no movimento anti-comunista; lembranças de Canhotinho e Garanhuns.

Fita 2 - Lado B
Lembranças da infância; a morte de Getúlio Vargas e de Francisco Alves; o interesse pela dança de salão; o serviço militar em Recife (PE); os estudos no Ginásio Pernambucano; o primeiro emprego; o ingresso na universidade; o vestibular em Recife; o início da carreira profissional.

Fita 3 - Lado A
Lembranças do vestibular; o ingresso no Laboratório Central da Peste; lembranças da adolescência; lembranças da ampliação da Avenida Conde da Boa Vista; a participação de congresso em Manaus (AM); a especialização em micopatologia; o golpe de 1964; os convites para trabalhar no sertão.

Fita 3 - Lado B
O ingresso no CPqAM; os trabalhos com a peste; a organização do projeto da peste; o estágio no Rio de Janeiro e alguns episódios; convênios com a SUDENE para o projeto da peste; o trabalho em Garanhuns; montagem do biotério em Garanhuns; a missão francesa e a escolha de Exu (PE).

Fita 4 - Lado A
O radioamador como sistema de comunicação; Exu (PE) como foco da peste; os programas de profilaxia da peste no Brasil; comentários sobre a história da peste no Brasil; Oswaldo Cruz e o trabalho na epidemia de peste em Santos; Oswaldo Cruz e a desratização no Rio de Janeiro; a peste em Pernambuco; urbanização da peste; a peste em Triunfo (PE); a criação do Departamento Nacional de Endemias Rurais (DNERu) e a atuação do governo federal nas grandes campanhas nacionais; a evolução de medidas contra a peste; o uso do DDT; o ciclo da peste; o caso do lança-chamas; as mudanças no combate à peste em 1958; o surto de peste em 1961; a divergência entre os pestólogos; o trabalho em Exu lembranças da vida naquela cidade.

Fita 4 - Lado B
A pesquisa em Exu; a ameaça de paralização dos trabalhos em Exu; o cotidiano em Exu; a perda de contatos com a França e o Irã nos anos 1970; a apresentação de trabalhos em Fortaleza (CE), em 1971; a produção científica do CPqAM e a peste; a relação com a Fiocruz sob a gestão de Vinícius da Fonseca; a polêmica em Fortaleza; a sustentação da tese de transmissão da peste por pulgas silvestres; o congresso em Fortaleza; o prestígio do tralho do CPqAM em peste; a incorporação à Fiocruz; o apoio aos estados do Nordeste; as mudanças nos meios de controle da peste.

Fita 5 - Lado B
O estágio em Paris; os trabalhos no Institut Pasteur; lembranças da França; a visita do ministro da Saúde brasileiro ao Institut Pasteur; a construção do laboratório em Garanhuns; a vinda de pesquisadores americanos a Garanhuns; trabalhos na área da peste em Garanhuns; a disputa por cargos na Fundação; as bolsas de pesquisa; a fase áurea do Instituto; as incompatibilidades em Garanhuns; a transferência para o Instituto Aggeu Magalhães (IAM), em Recife.

Fita 8 - Lado A
O convite para participar de um congresso na Rússia; a situação da peste na Rússia; os preparativos para a viagem à Rússia; a proibição da entrada de brasileiros na Rússia; a mudança da viagem; o estágio no Institut Pasteur, em Paris; a implantação dos cursos de peste em Garanhuns; a transformação do laboratório de Garanhuns em um laboratório regional, e do CPqAM em central para a peste; a pesquisa em Garanhuns e a relação com o CPqAM; as outras áreas de pesquisa no CPqAM naquela época; a gestão de Dirceu Pessoa no CPqAM; os estados e as localidades com maior incidência de peste no Brasil; o controle da peste; exemplo de controle na Rússia; o desaparecimento do foco de peste na Europa; referências à peste medieval; a situação da incidência da peste nos anos 1990 no Brasil; os focos de peste no Brasil; a situação em Exu nos anos 1990; os laboratórios no Ceará, Paraíba e Pernambuco; o trabalho de educação sanitária; o trabalho em Exu; os cursos oferecidos em Garanhuns; lembranças do trabalho em Garanhuns; o surto de peste em 1960, em Pernambuco; o Departamento de Bacteriologia no CPqAM; os estudos em biologia molecular no CPqAM.

Fita 8 - Lado B
Comentários sobre sua experiência em Garanhuns; a reunião no Rio de Janeiro com o Ministério da Saúde para delinear o projeto de controle da peste; o projeto de Baltazar, do Institut Pasteur, e o financiamento da OMS; a escolha de Garanhuns para o início do projeto; o CPqAM e a SUDENE como encarregados do projeto; a estruturação do laboratório em Garanhuns e a montagem de um biotério; as dificuldades de instalação do Biotério; a escolha de Exu para implantação do trabalho; a escola agrícola em Exu; a transferência de Exu para Garanhuns; o curso na Universidade Gama Filho; as gestões de Saul Tavares e de Dirceu Pessoa; a Fiocruz e o projeto em Exu; referência aos pesquisadores que trabalhavam no CPqAM; a transferência de Garanhuns para Recife; o trabalho no CPqAM; o foco de peste no Rio de Janeiro; o envio de material da Fiocruz para o CPqAM; a peste na zona rural do Rio de Janeiro; a falta de um combate excessivo à peste; o ressurgimento da peste em 1961; o processo de readaptação no IAM; a saída de Exu para Recife.

Fita 9 - Lado A
A campanha de peste da Fundação Nacional de Saúde; a organização dos trabalhos pesquisados; a criação de pulgas; o trabalho de campo e a transmissão de conhecimentos.

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