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Domingos Sávio do Nascimento Alves

Entrevista realizada por Laurinda Rosa Maciel e Angélica Estanek Lourenço, no Centro Psiquiátrico Pedro II, atual Instituto Municipal de Assistência à Saúde (Imas Nise), Rio de Janeiro (RJ), nos dias 16 e 21 de agosto de 2000.
Sumário
Fita 1 – Lado A
Comentários sobre a infância em Piedade do Rio, Minas Gerais, onde morou até os 11 anos quando entrou no Seminário Santo Antônio. Sua formação em medicina numa turma experimental de cinco anos, na Universidade Federal de Juiz de Fora, de 1970 a 1974. Comentários sobre os primeiros anos e os professores que marcaram a graduação, como Hildegardo Rodrigues, de Anatomia. Breve relato sobre a militância política nos dois primeiros anos da graduação. Motivos para a escolha da Neurologia e a vinda para o Rio de Janeiro para fazer Residência em Neurologia, no Instituto de Neurologia Deolindo Couto, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, na Praia Vermelha, em 1975. O trabalho em São Lourenço, Sul de Minas Gerais, onde atuou como neurologista clínico, de 1977 até 1991, concomitante com o trabalho no PAM Bangu no INAMPS, em 1976. Comentários sobre o ingresso no Seminário Santo Antônio, em 1962; as atividades como redator do jornal, Rex nostrae; sua participação na Juventude Estudantil Católica. A opção pela medicina; o ingresso no curso. As dificuldades encontradas na graduação pela duração do curso em apenas cinco anos.

Fita 1 – Lado B
Relato sobre o período de atividade política quando vice-presidente do diretório acadêmico da faculdade de medicina e as circunstâncias de sua prisão em 1971; a cassação de seus direitos políticos. Comentários sobre o período de Residência em Neurologia. O curso de Neurologia na Pontifícia Universidade Católica (PUC), em 1976, e a monografia final sobre Síndrome de Parkinson. O concurso para o INAMPS, em 1976. Comentários sobre a ida para a Colônia Juliano Moreira (CJM) e a situação caótica na qual se encontrava; dificuldades e mudanças implantadas. O curso de Psiquiatria Social realizado na CJM sob coordenação da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP), em 1982. A nomeação para diretor do Hospital Jurandir Manfredini, que fazia atendimento aos pacientes ditos ‘agudos’ dentro da CJM, em 1983, 1985 e 1986. Comentários sobre a municipalização da Colônia, anteriormente da alçada federal, a disposição dos prédios e a internação dos pacientes. As transformações ocorridas na Colônia pela realização dos seminários internos com os funcionários e novas formas de tratamento aos doentes.

Fita 2 – Lado A
O curso de especialista em Saúde Pública na ENSP, em 1987. Comentários sobre as demissões na CJM e no Centro Psiquiátrico Pedro II (CPPII), na época da reforma psiquiátrica. Sua nomeação como diretor interino da CJM e o convite para a Coordenadoria de Saúde Mental, três meses depois. As circunstâncias da intervenção na CJM e no CPP II com a substituição dos diretores por interventores, em 1987; a resistência na Colônia e as negociações. Algumas situações vividas no mandato do presidente José Sarney. Comentários sobre a Primeira Conferência Nacional de Saúde Mental, em 1987 e seus desdobramentos; breve relato sobre a nomeação para diretor do bloco médico Álvaro Ramos, na CJM, em 1989. Observações sobre o projeto de lei Paulo Delgado.

Fita 2 – Lado B
As dificuldades da aprovação do projeto na Câmara. A Conferência Regional para Restauração da Assistência Psiquiátrica realizada em Caracas, em 1990, convocada pela OPAS, para discutir a reestruturação da Assistência Psiquiátrica no Continente Latino-americano. Dificuldades enfrentadas no período em que esteve à frente da Coordenação Nacional de Saúde Mental.

Fita 3 – Lado A
Sobre o cotidiano familiar e o interesse em estudar música por influência do pai. A ida para o colégio interno e as férias nas fazendas dos tios, em São João del Rei. Sua participação nos Congressos Brasileiros de Neurologia realizados bianualmente e o XI Congresso Mundial de Neurologia em Amsterdã, em 1977, e as dificuldades encontradas para sair do país. O trabalho na realização do vídeo sobre Sincinesia familiar que seria apresentado no Congresso Brasileiro de Neurologia realizado na Bahia em 1976. Comentários sobre sua participação e/ou presença em congressos até 1990. As transformações implantadas na CJM voltadas, especificamente, para os doentes, como as assembleias nas quais os pacientes tinham a oportunidade de participar. Comentários sobre as palestras realizadas com os funcionários com o intuito de modificar as posturas em relação aos doentes.

Fita 3 – Lado B
Comentários sobre os módulos residenciais destinados aos pacientes na Colônia. A visita do diretor da divisão de Saúde Mental à Colônia para avaliar a real necessidade de repasse de verba para reformas em 1986. Explicações sobre as três etapas da ressocialização dos pacientes na Colônia e as mudanças no comportamento dos pacientes com a implantação da ressocialização. Relato sobre o trabalho como Conselheiro Suplente do Ministério da Saúde, no Conselho Federal de Entorpecentes (CONFEM), em 1986. Explicações sobre o Fundo de Combate ao Tráfico de Drogas (FUNCAB), do Ministério da Justiça. Comentários sobre a lei nº 6368 de 1976, que penaliza o uso de drogas no Brasil; a descriminação das drogas no país. O trabalho como Coordenador da Comissão Organizadora para a realização da Segunda Conferência Nacional de Saúde Mental, em 1992. As mudanças na política de repasse de verbas destinadas à saúde mental que impõem transformações nas condições internas dos hospitais, tais como fechamento dos quartos fortes e fim da violação das correspondências.

Fita 4 – Lado A
As conferências municipais ocorridas em todo o país para debater mudanças no modelo assistencial e o direito dos usuários à cidadania, temas anteriormente discutidos na Segunda Conferência Nacional de Saúde Mental, em Brasília, em 1992. Comentários sobre esta Conferência, a participação dos usuários com apoio do Ministério da Saúde, a presença de representantes estrangeiros e a plenária final. As portarias chamadas “regras mínimas de funcionamento”, elaboradas a partir das reuniões entre os Coordenadores de Saúde Mental dos Estados, para tornar possível seu cumprimento em todo o país e a iniciativa de alguns estados no sentido de ampliar as exigências para o funcionamento dos serviços de saúde mental. Relato sobre um episódio ocorrido em Maceió por conta de um parecer técnico realizado em hospital psiquiátrico visando a aprovação de pedido de financiamento para a reforma do prédio. Os objetivos da Associação dos Familiares dos Doentes Mentais Graves (AFDM). Suas responsabilidades como Diretor do Departamento de Promoção e Assistência à Saúde, do Ministério da Saúde, em 1993. O apoio recebido do Ministro da Saúde, Adib Domingos Jatene, para a realização de seu trabalho como Coordenador Nacional de Saúde Mental. As circunstâncias que o fizeram abdicar do cargo de Diretor de Departamento de Promoção e Assistência à Saúde, em 1996, e análise sobre o Movimento de Reforma Psiquiátrica no Brasil.

Fita 4 – Lado B
Comentários sobre alguns resultados alcançados pelo Movimento de Reforma Psiquiátrica no Brasil e no Rio de Janeiro. Relato sobre a tentativa da prefeitura de Santos, São Paulo, desativar os Núcleos de Atenção Psicossocial (NAPS). Descrição do sistema de adesão das associações dos usuários e a organização do Movimento de Reforma Psiquiátrica no Brasil, se comparados com o Canadá. A iniciativa dos estados para criação de leis que visem a normatização dos serviços de saúde mental. O debate gerado em torno da criação do Sistema Único de Saúde (SUS). A nomeação de Pedro Gabriel Delgado como Coordenador Nacional de Saúde Mental e comentários sobre a implantação do modelo de descentralização administrativa.

Zilton de Araújo Andrade

Entrevista realizada por Simone Kropf e Wanda Hamilton, nos dias 12 e 14 de abril de 2000.

Sumário

Fita 1
Referência ao local e ano de nascimento; comentário sobre a sua adaptação nas escolas e a influência de sua professora Áurea Bittencourt em seus estudos; os estudos na Escola Rio Branco; o perfil profissional dos pais; as atividades econômicas desenvolvidas em sua cidade; os estudos em regime de internato no Ginásio Ipiranga em Salvador; descrição sobre o regime de internato do Ginásio Ipiranga; o perfil da professora Áurea Bittencourt e sua influência na escolha de sua escola; breve referência ao perfil acadêmico de seus irmãos; a vontade inicial de seguir a vocação de odontologia; o incentivo dos pais para que seguisse a carreira de medicina; referência às dificuldades financeiras que sua família possuía; a profissão do avô paterno; a crise de1929 e a decadência da fazenda de seu avô paterno; a profissão de seu avô materno; a origem da família materna e paterna; a decisão em fazer medicina; o concurso para o laboratório da Fundação Gonçalo Moniz, ainda como estudante; breve histórico sobre a criação da Fundação Gonçalo Moniz; o quadro de professores da Fundação Gonçalo Moniz; o contato com o laboratório e o despertar da vocação em pesquisas médicas; referência aos especialistas que deram curso de anatomia patológica na Fundação Gonçalo Moniz; a questão da autópsia nos hospitais em Salvador; o treinamento em anatomia patológica; o primeiro trabalho publicado na revista O Hospital em colaboração com Samuel Pessoa; o trabalho no Instituto de Saúde Pública; os professores do curso de anatomia patológica, organizado por Otávio Mangabeira Filho; a clientela do curso de anatomia patológica; breve histórico sobre a criação da Fundação Gonçalo Moniz; o estágio na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo; os estudos com o professor Mário Rubens Montenegro na Universidade de São Paulo; considerações sobre a Faculdade de Medicina da Bahia; a estrutura do Hospital Universitário na Bahia; referência à área de medicina tropical dentro da Faculdade; o interesse pela área de Medicina Tropical a partir da entrada do professor Aluízio Prata na Faculdade; a ida para a Faculdade de Medicina da universidade de Toulaine; considerações sobre o trabalho desenvolvido como bolsista da Fundação Rockefeller; os motivos por que foi levado a estudar doença de Chagas; descrição sobre sua bolsa da Fundação Rockefeller; breve histórico sobre a Fundação Rockefeller; as experiências adquiridas no período em que esteve fazendo o curso nos EUA; o desejo em tornar-se especialista na área de patologia; considerações sobre o seu primeiro contato com a Drª Sônia Andrade; referência à crise que o Centro de Pesquisas enfrentou em 1955.

Fita 2
Considerações sobre a “crise” na fundação Gonçalo Moniz; seu primeiro trabalho sobre doença de Chagas publicado no Boletim da Fundação Gonçalo Moniz; o convite para trabalhar no hospital da Faculdade de Medicina da Bahia; a importância do trabalho de Francisco Laranja; o acesso à literatura sobre doença de Chagas; a publicação do trabalho “Patologia em doença de Chagas”; os trabalhos desenvolvidos em colaboração com a Dr. Sônia Andrade; a especialização da Dr. Sônia Andrade em tripanossomíase; as teorias do professor Köberle sobre doença de Chagas e a polêmica em trono da questão das toxinas; referência ao trabalho desenvolvido pela Dr. Sônia Andrade; as contestações sobre as teorias do professor Köberle; o trabalho no hospital da Faculdade de Medicina da Bahia; a ida para Ribeirão Preto; os problemas de Otávio Mangabeira Filho para montar o Instituto de Pesquisas; a saída de Otávio Mangabeira Filho do Instituto de Saúde Pública; a volta de Ribeirão Preto e o convite de Edgar Santos para que voltasse a trabalhar no hospital da Faculdade de Medicina da Bahia; a tese de doutorado desenvolvida em Ribeirão Preto; a decisão de fazer o curso livre de docência em patologia; descrição das atividades que realizou como professor de patologia; o apoio da Fundação Rockefeller e da Fundação Kellogg’s na residência médica do Hospital Universitário; a trajetória profissional como professor na Faculdade de Medicina da Bahia; o perfil profissional do Dr. Coelho dos Santos; considerações acerca do curso de patologia que ministrava aos alunos da Faculdade de Medicina da Bahia; referências pessoais ao exercício de sua carreira profissional como professor livre docente; referência ao “monopólio” que o professor Coelho dos Santos mantinha sob a cadeira de patologia; o perfil profissional do Dr. Edgar Santos; os profissionais do Hospital Universitário da Bahia; o convite para assumir como chefe o serviço de anatomia patológica do Hospital Universitário; as mudanças introduzidas no serviço de anatomia patológica do Hospital Universitário após a sua chegada dos EUA; referência às sessões de anatomia que ocorriam no hospital; breve referência às suas atividades como patologista do Hospital Universitário e como professor livre docente; considerações sobre seu trabalho em tempo integral e sua dedicação exclusiva; o apoio da Fundação Kellogg’s ao hospital das Clínicas no que se referia ao pagamento do salário dos professores; o interesse da Fundação Kellogg’s no Hospital das Clínicas; a ascensão da área de patologia nos EUA a partir da década de 50.

Fita 3
Considerações acerca do apoio da Fundação Kellogg’s ao Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina da Bahia; a resistência de alguns profissionais em realizar suas atividades no regime de dedicação exclusiva e tempo integral; o prestígio de sua equipe de trabalho que possuía dedicação exclusiva e tempo integral; a complementação dada pelo CNPq aos professores que se dedicavam em tempo integral; a importância da dedicação exclusiva na vida de um pesquisador; as greves realizadas pelos alunos e sua volta à chefia do Serviço de Anatomia Patológica do Hospital Universitário em 1964; ausência de militância política; considerações sobre suas concepções acerca dos problemas sociais que eram levantados em suas aulas de patologia; a reforma do ensino universitário em 1968 e a situação dos departamentos na Faculdade de Medicina da Bahia; a situação do Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina após a reforma do ensino universitário; o seu inconformismo com a ausência de um Departamento de Patologia na faculdade de medicina e seu empenho para a criação do departamento; Considerações sobre a criação do Departamento de Anatomia Patológica e Medicina Legal, em 1972; referência à sua admissão como professor titular da cadeira de patologia e a estruturação do curso de patologia da faculdade de medicina; considerações sobre suas pesquisas em doença de Chagas; as mudanças que introduziu na cadeira de patologia no período em que assumiu a cadeira como professor titular; referência à qualidade do curso de patologia da Faculdade de Medicina da Bahia; a situação da Faculdade de Medicina da Bahia após a reforma do ensino universitário; breve comentário sobre sua aposentadoria; a participação como membro do Conselho Técnico Científico da Fundação Oswaldo Cruz; considerações sobre o Plano Nacional de Pós-graduação e sua introdução na Faculdade de Medicina da Bahia; a implantação do curso de mestrado na Faculdade de Medicina; o perfil dos estudantes que entravam para o curso de mestrado; a demanda de serviços da área de patologia; referência ao primeiro grupo de alunos que fizeram o doutorado em patologia humana no Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz; a transferência dos profissionais de patologia da Faculdade de Medicina para o Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz; os rumores em trono dos problemas enfrentados pela Fundação Gonçalo Momiz e pelo Instituto de Saúde Pública da Bahia; os motivos que o levaram a trabalhar em Ribeirão Preto; a saída de Otávio Mangabeira Filho do Instituto de Saúde Pública; breve histórico sobre a criação do Instituto de Saúde Pública da Bahia; a interferência de Antônio Carlos Magalhães na manutenção do terreno da Fundação Gonçalo Moniz; breve histórico sobre a criação do Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz; a administração de Vinícios da Fonseca como presidente da Fiocruz; a cooperação tripartite pela qual foi criado o Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz; a transferência do curso de pós-graduação da Faculdade de Medicina da Bahia para o Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz; a rotina de trabalho do Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz; a estruturação dos departamentos e laboratórios do Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz no período de 1981 a 1990.

Fita 4
Os laboratórios iniciais que foram criados no Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz; referência às divergências relacionadas ao Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz e o Dr. Morel; a eleição do Moyses Sadigursky como diretor do Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz; as dificuldades enfrentadas pelo Centro de Pesquisas no período em que Sérgio Arouca foi presidente da Fiocruz; a criação do Laboratório Avançado de Saúde Pública (LASP); a decepção pessoal com a criação do LASP; a ida para o NHI nos EUA; a anexação do LASP ao Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz; considerações sobre suas decepções com o Dr. Bernardo Galvão; os motivos pelos quais deixa a direção do Centro de Pesquisas; perfil profissional do Dr. Mitermayer; a participação no Programa Integrado de Doenças Endêmica (PIDE); breve histórico sobre a criação do PIDE; a participação no julgamento dos relatórios de pesquisa enviados ao PIDE; considerações sobre a política e os resultados do PIDE; a estruturação do TDR; os fatores fundamentais do sucesso do PIDE; a autonomia dos cientistas dentro do PIDE; a relação entre ciência e política no período do governo militar; considerações sobre o julgamento de projetos pelo CNPq; referência à sua participação no PIDE; os integrantes do comitê do PIDE na época em que participou do programa; considerações sobre sua participação no TDR e a divulgação de suas pesquisas sobre tripanossomíase; a ida para Nova Iorque em 1961 para treinar sua técnica de imunofluorescência; a doença de Chagas como conhecimento produzido na América Latina; a participação na reunião do “Planning” do TDR; referência às suas atividades desenvolvidas no TDR; considerações sobre a pesquisa de tratamento experimental desenvolvida por sua equipe de trabalho; síntese da contribuição de suas pesquisassem doença de Chagas e esquistossomose; o despertar de seu interesse em pesquisas sobre doença de Chagas; o modelo experimental para o estudo da cardiopatia Chagásica; breve referência ao desenvolvimento de seu trabalho em colaboração com a Dra Sônia Andrade e o Dr. Moyses Sadigursky; considerações sobre o desenvolvimento de seu trabalho a partir de 1997.

Fita 5
Referência sobre os estudos atuais sobre a reversibilidade da fibrose crônica; o atual trabalho desenvolvido pelos mestrandos do Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz sobre fibrose hepática a partir de 1993; as linhas de pesquisa do Laboratório de Patologia Experimental do Centro de Pesquisa Gonçalo Moniz; o trabalho desenvolvido pela Dra Sônia Andrade e a colaboração estabelecida entre o Laboratório de Patologia Experimental.

Bernardo Galvão

Entrevista realizada por Simone Kropf e Wanda Hamilton, no dia 13 de abril de 2000.

Sumário
Fita 01
Referência ao local e ano de nascimento; a formação do pai como professor de geografia e história; o perfil profissional do pai; considerações sobre a dedicação de sua mãe à família; a dificuldade encontrada ao assumir a administração da escola de sua família por conta da doença do pai; a venda da escola de sua família; a decisão em não assumir a escola pelo fato de ter passado para medicina; a residência em patologia com o professor Zilton Andrade; os estudos no Colégio Estadual da Bahia; considerações sobre sua vocação em medicina; referência à carreira acadêmica de seus quatro irmãos; referência ao teste vocacional que realizou para decidir sua carreira acadêmica; considerações sobre seus objetivos em fazer medicina; o cursos de patologia na Escola Baiana de Medicina; a importância do professor Zilton Andrade no despertar de seu interesse em patologia; o grupo de pesquisadores em patologia dirigido pelo professor Zilton Andrade; considerações sobre os motivos que o levaram a fazer patologia; descrição do trabalho em patologia; as condições de pesquisa do grupo do professor Zilton Andrade e o ambiente de trabalho; o reconhecimento e o apoio dado ao grupo do professor Zilton Andrade; os estudos em patologia; comentários sobre sua participação como membro do Partido Comunista; a militância política; considerações sobre a posição da universidade perante os alunos que eram militantes políticos; a opção pelos estudo e não pela militância política; a aprovação na residência médica; o convite do professor Zilton Andrade para trabalhar em Brasília; o perfil de Aluízio Prata; as perseguições sofridas por Samuel Pessoa em conseqüência de sua militância política; a amizade com o Dr. Aluízio Prata; o convite do Dr. Aluízio Prata para trabalhar na Universidade de Brasília na cadeira de patologia; referência às dificuldades de vida encontradas em Brasília; a volta para a Bahia; considerações sobre o processo de seleção e avaliação do alunos que trabalhavam no laboratório do professor Zilton Andrade; os trabalhos desenvolvidos pelo grupo do professor Zilton Andrade; referência à metodologia de trabalho do grupo do professor Zilton Andrade; as sessões de anátomo-clínica realizadas na Faculdade de Medicina da Bahia; a linha de pesquisa de trabalho do professor Zilton Andrade em doenças parasitárias: chagas, esquistossomose , leishmaniose; a metodologia de trabalho realizada no laboratório do professor Zilton Andrade; o primeiro trabalho realizado com o professor Zilton Andrade; os casos de doenças parasitárias mais freqüentes que apareciam no hospital; considerações sobre sua não adaptação em Brasília; o interesse em fazer mestrado; referência sobre seu interesse pessoal na qualificação de seus estudos; considerações sobre as novas técnicas que aprendeu no mestrado em Patologia Humana; o convite para fazer doutorado no laboratório da Organização Mundial de Saúde, na Universidade de Genebra; considerações sobre as novas técnicas da área de imunologia que estavam entrando no Brasil; o corpo docente do mestrado em Patologia Humana; os avanços tecnológicos na área de imunologia; o primeiro trabalho sobre “Miocardite Chagásica”, publicado em 1970 em colaboração com o professor Zilton Andrade; considerações sobre seu trabalho em doença de chagas; referência às experiências feitas em camundongos infectados com Trypanosoma Cruzi; considerações sobre o trabalho de desenvolvido em Genebra; a volta para Salvador; considerações sobre a criação do TDR; referência aos problemas políticos enfrentados na implantação do Centro de Imunologia Parasitária em Salvador; comentários sobre o convite para fazer o doutorado em Genebra; o convite de Vinícius da Fonseca em 1977 para trabalhar na FIOCRUZ; a montagem do laboratório de imunologia na FIOCRUZ; considerações sobre a participação de Paul Henrie Lambert na montagem de seu projeto de pesquisa na FIOCRUZ; a criação do Centro de Imunologia Parasitária no campus de Manguinhos; o quadro de pesquisadores que trabalharam no Centro de Imunologia Parasitária.

Fita 02
O crescimento da área de imunologia após a criação do Centro de Imunologia Parasitária na FIOCRUZ; os recursos do TDR para o Centro de Imunologia Parasitária; o vínculo do TDR com a FIOCRUZ; os trabalhos desenvolvidos no Departamento de Imunologia Parasitária sobre doença de chagas e as outras linhas de pesquisa; o apoio de Paul Henrie Lambert na criação do Centro de Imunologia Parasitária; os recursos materiais adquiridos com o projeto de imunologia parasitária; os avanços na pesquisa sobre aids na FIOCRUZ; os motivos pelos quais foi levado a trabalhar em pesquisas relacionadas à aids; considerações sobre o sentido social da pesquisa; os primeiros contatos com os doentes de aids; a abertura de uma nova linha de pesquisa após o primeiro contato com um doente de aids; a reação das pessoas que trabalhavam no laboratório de imunologia parasitária em relação à aids; a organização de um projeto sobre aids em conjunto com o Hospital Grafée Guinle; o perfil de Hélio Gelli Pereira e sua colaboração nos projetos do laboratório de imunologia parasitária; referência ao isolamento do vírus da aids em 1983, na França; considerações sobre as primeiras células infectadas pelo vírus da aids que chegam ao Brasil para fins pesquisa, por intermédio da Drª. Marguerite Peggy Pereira; a montagem da primeira triagem de HIV em bancos de sangue no Brasil; o avanço da aids no Brasil e a sua prevalência nas cidades brasileiras; a produção de imunoflorescência para os estudos em aids em 1985; os cursos de diagnóstico sorológico para pesquisadores da América Latina e Brasil criados através do Departamento de Imunologia Parasitária da FIOCRUZ; o pioneirismo do laboratório de imunologia parasitária na América Latina em pesquisas sobre aids; as vantagens da infra-estrutura do laboratório de imunologia parasitária que foi propiciada através dos recursos do TDR; considerações sobre o isolamento do vírus da aids em 1987, no Brasil; a repercussão do isolamento do vírus da aids na imprensa e a projeção da FIOCRUZ; considerações sobre os cursos de biologia molecular e celular que eram oferecidos para os jornalistas; a ascensão do jornalismo científico; o papel social da FOCRUZ perante a população e o aumento de seu prestígio na imprensa após o isolamento do vírus da aids em 1987; referência ao projeto de reforçamento institucional apresentado pelo Departamento de Imunologia ao TDR; considerações sobre outras modalidades de financiamento concedidas pelo TDR aos demais departamentos e pesquisadores da FIOCRUZ; a relação do Departamento de Imunologia com outros departamentos e outros grupos de pesquisa dentro da FIOCRUZ; as origens do Departamento de Imunologia; os grupos de maior afinidade dentro da FIOCRUZ com os profissionais do Departamento de Imunologia; considerações sobre as linhas de pesquisa do Departamento de Imunologia; os fatores da divisão estrutural do Departamento de Imunologia em laboratórios; considerações sobre o desenvolvimento de pesquisas dentro da FIOCRUZ e sua política institucional; o Programa de AIDS da FIOCRUZ; considerações sobre a desarticulação do Programa de AIDS da FIOCRUZ; referência à disseminação da aids no Brasil e ao projeto apresentado à Fundação Banco do Brasil para obter financiamento nas pesquisas sobre aids.

Fita 03
Comentários sobre o desenvolvimento de um trabalho sobre aids com Maria Inês Carvalho, que era ligada ao Banco da Providência; a ação de Don Eugênio Sales no auxílio aos doentes de aids; considerações sobre a intervenção de Don Eugênio Sales na continuidade e aprovação do projeto sobre aids; considerações sobre as idéias de descentralização da ações da FIOCRUZ na gestão de Sérgio Arouca; as razões da Construção do Laboratório Isolamento e Caracterização de HIV em Salvador; as hipóteses relacionadas ao perfil epidemiológico da aids no Brasil; considerações sobre o perfil epidemiológico da aids na África e no Brasil; os investimentos da FIOCRUZ na obra de construção do laboratório de pesquisas em aids em Salvador e o financiamento do Banco do Brasil; considerações pessoais sobre os motivos que atrasaram o desenvolvimento da ciência e tecnologia no Brasil; os problemas enfrentados pelo laboratório de Salvador por estar politicamente vinculado ao IOC; referência às falhas da política de integração externa da FIOCRUZ; a dificuldade institucional que fora enfrentada no início da implementação do laboratório em pesquisa sobre aids em Salvador; as relações política na escolha de presidentes da FIOCRUZ; a intervenção de Hebert de Souza (Betinho) na questão política de escolha do diretor de Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz; os problemas políticos internos enfrentados pelo programa institucional de aids; a insatisfação pessoal em relação à forma de integração do Laboratório Avançado de Saúde Pública (LASP) de Salvador com o IOC; os projetos financiados pelo Banco do Brasil na FIOCRUZ e as regras de financiamento; justificativa para a escolha da denominação “Laboratório Avançado de Saúde Pública”; os investimentos desenvolvidos em pesquisa após a criação do LASP; o perfil de Jairo Ivo dos Santos e sua importância no desenvolvimento do programa sobre aids; considerações sobre os objetivos da pesquisa em aids na época de criação do LASP; as conquistas adquiridas após o isolamento do vírus da aids no Brasil; a participação no programa da ONU sobre avaliação de vacinas em aids; considerações sobre as primeiras caracterizações do vírus da aids no Brasil; a implantação da Rede Nacional de Isolamento e Caracterização de HIV no Brasil; os atuais objetivos e finalidades do LASP; as ONGs e a luta contra a aids no Brasil; a sintonia entre os cientistas e as ONGs no que se refere às discussões sobre aids; o papel da FIOCRUZ perante a comunidade e o exercício de cidadania.

Fita 04
Considerações sobre o Projeto de Vigilância de Poliformismo do HIV no Brasil; os grupos científicos que trabalham em pesquisas sobre aids no Brasil; referência ao projeto do PRONEX; a desarticulação do Programa de AIDS da FIOCRUZ; críticas à avaliação de projetos na FIOCRUZ; as perspectivas atuais na pesquisa sobre aids; o programa de vacina contra a aids; o papel do Brasil e da FIOCRUZ diante do panorama de desenvolvimento tecnológico em aids; as pesquisas de novas drogas de combate à aids no Brasil; as razões e o descontentamento pessoal por não ter o projeto aprovado pelo PRONEX; a atual situação dos bancos de sangue no Brasil; a “feminilização” da aids; os impactos das campanhas do Ministério da Saúde em relação à aids; as pesquisas em HTLV (vírus da família do vírus da aids); as origens da entrada do HTLV no Brasil; as perspectivas de pesquisas do LASP e a incorporação de novas tecnologias; a organização do VI Simpósio Nacional de HTLV no Brasil e os atuais planos de trabalho.

Italo Sherlock

Entrevista realizada por Wanda Hamilton e Simone Kropf , nos dias 10 e 11 de abril de 2000.

Sumário

Fita 1
Considerações sobre o local de nascimento e origem familiar; as áreas de atuação de seu pai; o hobby pessoal em desenho e pintura; o despertar da carreira de pesquisador entomologista ainda quando garoto; considerações sobre a criação de seu museu particular de história natural; seus irmãos e a história familiar; a profissão de sua mãe; os estudos no Ginásio Sobralense; referência aos destaques culturais da cidade de Sobral, no Estado do Ceará; a tendência para os estudos em ciências naturais; referência à visita dos professores Samuel Pessoa, Leônidas Deane e Maria Deane à cidade de Sobral na campanha da leishmaniose em 1952; o entusiasmo dos professores Samuel Pessoa, Leônidas Deane e Maria Deane com o museu de história natural e o convite, aos dezesseis anos, para trabalhar na campanha contra a leishmaniose; a iniciação de seus primeiros estudos em ciências e entomologia com o professor Arquibaldo Galvão; considerações sobre o trabalho de levantamento entomológico feito para os Deane na cidade de Sobral; a ida para São Paulo com os Deane e o curso de entomologia realizado na Faculdade de Higiene e Saúde Pública da Universidade de São Paulo; a ida para o Rio de Janeiro; o estágio no Instituto Oswaldo Cruz e aproximação com o professor Herman Lent e Hugo Lopes; o término do curso de entomologia na Faculdade de São Paulo e o quadro de professores do curso; a nomeação, aos vinte anos, como “Conselheiro da Sociedade Brasileira de Entomologia”; o estágio no laboratório do Dr. Herman Lent, no Instituto Oswaldo Cruz; o convite de Otávio Mangabeira Filho para trabalhar na Bahia; o Dr. Deane como “modelo” profissional; considerações sobre suas perspectivas em fazer ciência; o incentivo de Otávio Mangabeira Filho aos seus estudos na Faculdade de Medicina da Bahia; referência ao trabalho como bolsista de iniciação científica (CNPq) do IOC; perfil profissional de Amilcar Viana Martins; referência aos trabalhos que desenvolveu sobre flebótomos; considerações sobre sua trajetória profissional; os trabalhos desenvolvidos com o Dr. Otávio Mangabeira Filho; o perfil de Otávio Mangabeira Filho; a criação da Fundação Gonçalo Moniz; breve referência aos problemas enfrentados por Otávio Mangabeira Filho após a criação da Fundação Gonçalo Moniz; a criação do Centro de Pesquisa da Bahia; a morte de Otávio Mangabeira Filho e a ocupação do cargo de diretor do Centro de Pesquisa da Bahia (Centro de Pesquisa Gonçalo Moniz); os desafios enfrentados como diretor do Centro de Pesquisa; o vínculo do Centro de Pesquisa com outras instituições; os objetivos do Centro de Pesquisa Gonçalo Moniz; considerações sobre o perfil profissional de Otávio Mangabeira Filho; os estudos realizados por Otávio Mangabeira Filho acerca do vetor da leishmaniose; a proveniência dos recursos do Centro de Pesquisa Gonçalo Moniz; o quadro de pesquisadores do Centro de Pesquisa Gonçalo Moniz; as verbas do Centro de Pesquisa Gonçalo Moniz; as perspectivas do Centro de Pesquisas após a morte do Dr. Otávio Mangabeira Filho; considerações sobre sua incorporação no quadro de pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz; a admiração por Samuel Pessoa; as demandas em pesquisa do Centro de Pesquisa Gonçalo Moniz; referência aos trabalhos publicados em colaboração com Otávio Mangabeira Filho; considerações sobre a falta que sentiu do Dr. Mangabeira após o seu falecimento; a transferência do Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz para o INERu; o incentivo de Samuel Pessoa para que ingressasse na especialização em otorrinolaringologia; os testes realizados para ingressar na especialização em otorrinolaringologia.

Fita 2
Considerações sobre o ingresso no curso de otorrinolaringologia e seu trabalho em sua clínica particular; referência ao trabalho realizado como médico contratado da Marinha; ausência de militância política; a admiração por Samuel Pessoa; considerações sobre o período em que o Dr. Samuel Pessoa e sua esposa ficaram escondidos em sua casa; considerações sobre a transferência do Núcleo de Pesquisas em conseqüência da tomada do prédio pelo DENERu; referência à falta de instalação do Centro de Pesquisas em sua sede permanente como um dos impecílios para o desenvolvimento do Centro de Pesquisa; as decepções acumuladas em incertezas devido às peregrinações do Centro de Pesquisa por diversas sedes; os conflitos enfrentados pelo Centro de Pesquisa; os motivos do afastamento de Otávio Mangabeira Filho da Fundação Gonçalo Moniz e a criação do Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz; os problemas enfrentados pelo Centro de Pesquisa após a morte do Dr. Mangabeira Filho; menção à sua premiação com a medalha Gerhard Domack, concedida pelo Laboratório Bayer; o sacrifício em manter o Centro de Pesquisas após a morte do Dr. Mangabeira Filho; a orientação das pesquisas durante os seus dezoito anos de chefia no Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz; a sua dedicação aos estudos em leishmaniose; a participação do Centro de Pesquisas no inquérito nacional sobre doença de Chagas; considerações sobre as experiências adquiridas na Faculdade de Medicina da Bahia; o desejo em se espelhar, na época de estudante, em pesquisadores como o Dr. Deane, Samuel Pessoa e Otávio Mangabeira Filho; as cátedras da Faculdade de Medicina da Bahia; o apoio e incentivo do Dr. Mangabeira Filho em sua época de estudante de medicina; as matérias com que mais se identificou na faculdade de medicina; considerações sobre o perfil de Otávio Mangabeira Filho; as colaborações de Otávio Mangabeira Filho na universidade; o estatuto da Fundação Gonçalo Moniz, criada pelo Dr. Mangabeira Filho; breve histórico sobre a vida de Gonçalo Moniz; a origem do Centro de Pesquisa Gonçalo Moniz; as áreas de maior destaque na Faculdade de Medicina; a bolsa concedida pela Kellogg’s Fundation para o desenvolvimento de um projeto, ainda como estudante de medicina; a atuação de Edgar Santos como Reitor da Faculdade de Medicina da Bahia; referência ao projeto que desenvolveu como bolsista da Kellogg’s Fundation; os programas de controle para doença de Chagas no Estado da Bahia, em sua época de estudante de medicina, e sua participação em alguns destes projetos; referência ao trabalho do Dr. Mangabeira Filho sobre doença de Chagas; os contatos que teve com os grupos de pesquisadores que se dedicavam ao estudo da doença de Chagas; breve referência às dificuldades financeiras que teve em sua época de medicina e após a morte do Dr. Otávio Mangabeira Filho.

Fita 3
Considerações sobre sua época de estudante na Faculdade de Medicina da Bahia; o curso de entomologia realizado na Faculdade de Higiene e Saúde Pública da Universidade de São Paulo; referência às dificuldades financeiras de sua família para ajudá-lo no estudos; o convênio estabelecido, entre o Centro de Pesquisas e a Harvard School no período em que esteve como diretor do Centro de Pesquisas; breve referência aos cursos de especialização feitos após a conclusão da Faculdade de Medicina; os pesquisadores da Harvard Schooll que desenvolveram projetos no Centro de Pesquisas; o trabalho sobre os barbeiros da Bahia publicado com o cientista da Harvard School Phillip Mardsden; o encantamento dos cientistas da Harvard School com o tema das doenças tropicais; a dificuldade em manter os pesquisadores no Centro de Pesquisas no período de 1964 até 1970; referência à sua família, esposa e filhos; a vocação da esposa em cuidar da casa; a relação do Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz com as Universidades fora do Brasil; os problemas enfrentados com a falta de instalação do Centro de Pesquisas; considerações sobre sua viagem à London ShoolI na década de 1970; as experiências adquiridas nas viagens para instituições da Inglaterra; breve referência a origem de seu sobrenome “Sherlock “; as relações com os institutos de pesquisa da Inglaterra e os pesquisadores com quem manteve contato; as experiências adquiridas na viagem à London School; breve referência aos pesquisadores estrangeiros que se instalaram no Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz para desenvolverem seus projetos; menção ao trabalho do Dr. Kenneth Mott e sua importante atuação no Centro de Pesquisas como intermediador entre a Harvard Scholl; os projetos do Centro de Pesquisas desenvolvidos em colaboração com institutos estrangeiros; o trabalho sobre doença de Chagas no interior da Bahia e o acordo com a Harvard Sholl; o interesse dos pesquisadores estrangeiros na área de medicina tropical; o término das colaborações entre o Centro de Pesquisa e os institutos estrangeiros quando sai da direção do Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz; os recursos mobilizados para o desenvolvimento do projeto em parceria com a Harvard School e as verbas destinadas ao Centro de Pesquisas; breve comentário sobre o desperdício na compra de aparelhos dentro das instituições; considerações acerca das mudanças ocorridas no Centro de Pesquisas em decorrência de sua integração à Fiocruz; as especialidades estabelecidas pelo Dr. Mangabeira Filho no Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz; as demandas em pesquisa aplicada do Centro de Pesquisa Gonçalo Moniz; referência ao modelo ideal de pesquisadores na visão do Dr. Otávio Mangabeira Filho; os intercâmbios do Centro de pesquisas com outros institutos do Nordeste; o Centro de Pesquisa como pólo de atração de pesquisas na Região Nordeste; a atuação de Aluízio Prata no Centro de Pesquisas; descrição das pesquisas aplicadas desenvolvidas pelo Centro de Pesquisas; referência às dificuldades do centro de pesquisas após a sua incorporação à Fundação Oswaldo Cruz; os motivos que levaram à extinção da Fundação Gonçalo Moniz; as grandes dificuldades em manter a sede do Centro de Pesquisas em um local fixo; os pesquisadores que pediram demissão do Centro de Pesquisas em decorrência da crise pela qual estava passando; o convênio estabelecido com a Escola Nacional de Saúde Pública para a montagem de cursos regionalizados.

Fita 4
Referência à sua opção de passar de estatutário para CLT na Fiocruz; as razões por sua opção por CLT; a repercussão do prêmio Gerhard Domack que recebeu; a visita do presidente Ernesto Geisel à Fiocruz; a indicação do Dr. Aluízio Prata e do Dr. Zilton Andrade para serem membros do Conselho Científico Tecnológico na Bahia; os primeiros contatos do Dr. Zilton Andrade com o Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz através do Conselho Científico Tecnológico; considerações sobre o seu grande ressentimento com o Dr. Zilton Andrade; perfil profissional do Dr. Zilton Andrade considerações sobre as negociações acerca das instalações do Centro de Pesquisas; a interferência de Antônio Carlos Magalhães nas negociações do terreno de Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz; a gestão de Vinícius da Fonseca na presidência da Fiocruz; a assinatura do comodato como garantia das instalações físicas do Centro de Pesquisas; referência a seu afastamento do Centro de Pesquisas em 1980 e a nomeação do Dr. Zilton Andrade; referência às dificuldades do Centro de Pesquisas após o falecimento do Dr. Otávio Mangabeira Filho; os trabalhos realizados pelo Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz na gestão do Dr. Vinícius da Fonseca como presidente da Fiocruz; as dificuldades do Centro de Pesquisas no período em que ficou incorporado ao DENERu; referência a incorporação do INERu pela Fiocruz e as esperanças de prosperidade; a situação do Centro de Pesquisas após a incorporação com a Fiocruz; considerações sobre o seu período de gestão extra-oficial no Centro de Pesquisas; a nomeação do Dr. Zilton Andrade como diretor do Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz; o desgaste pessoal perante as dificuldades porque passou o Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz; referência ao ressentimento pessoal com o Dr. Zilton Andrade; as decepções que considera ter sofrido na gestão de Zilton Andrade e Moyses Sadigurksy como diretores do Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz; breve referência ao perfil profissional do Dr. Zilton Andrade; referência ao desenvolvimento atual de seu trabalho; o estudo atual sobre a interação do hospedeiro e vetor nas doenças parasitológicas; o doutorado em Biologia Parasitária; a perda de alguns funcionários de seu laboratório; descrição de alguns trabalhos sobre vetores de doenças parasitárias que possui para publicação; considerações sobre os projetos desenvolvidos para o PAPES e para o CNPq; sua dedicação e pioneirismo ao estudo da leishmaniose no Brasil; a decepção pessoal por nunca ter sido convidado para os projetos do PRONEX; a aprovação do projeto sobre doenças reemergentes no Brasil pelo CNPq; os estudos sobre leishmaniose visceral realizado por sua equipe; as hipóteses de trabalho sobre leishmaniose e o trabalho sobre doença de Chagas; referência à colônia de flebótomos que possui o laboratório; o convite para ser, em 2002, presidente do Simpósio Internacional de Flebótomos; breve avaliação sobre a área de estudos e doenças parasitárias no Brasil; a utilização de técnicas de biologia molecular nas pesquisas de seu laboratório; a situação do controle da doença de Chagas na Bahia; a colaboração de pesquisadores e instituições no projeto sobre leishmaniose.

Fita 5
Referência aos trabalhos desenvolvidos por sua equipe de pesquisa; opinião pessoal de que as perseguições que sofre ou sofreu não possui fundamentos; considerações sobre o descaso que um pesquisador sofre; o trabalho em seu consultório particular; o gosto pelo trabalho no Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz; os cursos e conferências que ministra na Faculdade de Medicina; os motivos pelos quais deixou de ser assistente de otorrinolaringologia na Universidade.

Sebastião de Oliveira

Entrevista realizada por Anna Beatriz de Sá Almeida e Magali Romero Sá, na Fiocruz (RJ), em 08 de novembro de 2000.
Sumário
Fita 1 - Lado A
O primeiro contato com a Coleção de Dípteros, no Laboratório de Lauro Travassos, chefe da Seção de Zoologia do IOC; referência aos trabalhos realizados por Lauro Travassos, Hugo de Souza Lopes e Ferreira de Almeida em entomologia; a opção de trabalhar com mosquitos; as viagens de coleta de parte do acervo da Coleção Entomológica; relato das primeiras excursões à Fazenda Japuíba, de Lauro Travassos, em Angra dos Reis; breve comentário sobre as habilidades de Francisco José Rodrigues Gomes, o Chico Trombone, auxiliar no IOC; os primeiros mosquitos coletados; o início das coleções da entomologia; comparação entre os procedimentos dos atuais coletores de insetos e dos pioneiros do IOC; o caráter multidisciplinar da organização das excursões para coleta realizadas por Lauro Travassos; o momento da consolidação da Coleção Entomológica do IOC e a atuação de Herman Lent; as coleções dos laboratórios do IOC; as coleções da Fiocruz nos dias atuais; considerações acerca da coleção de Adolpho Lutz; a diferença entre coleções fechadas e coleções gerais; alguns exemplos de coleções que tiveram continuidade mesmo após o falecimento do precursor; considerações acerca da interferência das aposentadorias compulsórias, na década de 1970, durante o processo de organização da Coleção Entomológica; os problemas enfrentados por José Jurberg, pesquisador do IOC, para assegurar a conservação da Coleção Entomológica; a transferência da coleção para o Hospital Evandro Chagas (HEC); comentários sobre a falta de incentivo às coleções científicas; referência à formação e atuação de Leonidas Deane.

Fita 1 - Lado B
Considerações acerca da posição de Leonidas Deane diante da Coleção Entomológica; as tentativas de doação das coleções para outras instituições e a resistência de José Jurberg; as dificuldades enfrentadas atualmente para a manutenção e a classificação da Coleção Entomológica; a necessidade de pessoal para trabalhar na organização da coleção; considerações acerca do perfil dos contratados para tal função; o perfil profissional de Wanda Cunha; a importância de um inventário do material da coleção; a aquisição de novos espécimes para a coleção; o perfil dos antigos coletores de espécimes do IOC; a falta de infra-estrutura para incorporação de novos espécimes; considerações sobre as últimas coleções adquiridas; referência à Coleção Zikán, incorporada à Coleção Geral; considerações sobre o entomologista Carlos Alberto Seabra; breve referência ao entusiasmo de Moacyr Alvarenga, coronel da Força Aérea Brasileira (FAB), para a coleta de besouros; os espécimes de moscas cedidos por Moacyr Alvarenga a Hugo de Souza Lopes; considerações acerca da coleção de Aldo Ferreira de Almeida adquirida pelo Museu Nacional e sua trajetória; referência à Coleção de Mosquitos da Fundação Rockefeller; considerações sobre o método utilizado pela Fundação Rockefeller na coleta e organização dos espécimes; comentário sobre o perfil de Lélio Gomes, coletor de espécimes da Fundação Rockefeller incorporado ao IOC; comentários sobre o destino da Coleção de Mosquitos da Fundação Rockefeller, sob a guarda do Centro de Pesquisas René Rachou.

Fita 2 - Lado A
Comentários acerca da Coleção de Flebótomos, sob curadoria de Olga Falcão no CPqRR; novas considerações acerca da coleção de mosquitos da Fundação Rockefeller; referências ao aprendizado com John Lane e Nelson Cerqueira e seus trabalhos desenvolvidos junto à Fundação Rockefeller; considerações acerca da Coleção de Mosquitos da Faculdade de Higiene e Saúde Pública de São Paulo; a proibição do envio de espécimes, sem autorização, para outros países; a situação atual das Coleções Científicas da Fiocruz.

Edmar de Oliveira

Entrevista realizada por Anna Beatriz de Sá Almeida, Laurinda Rosa Maciel e Nathacha R. B. Reis, no Centro Psiquiátrico Pedro II, atual Instituto Municipal de Assistência à Saúde Nise da Silveira (Imas Nise), Rio de Janeiro (RJ), nos dias 24 e 31 de maio de 2000.
Sumário
Fita 1 – Lado A
Comentários sobre a importância do trabalho de história oral realizado com a pesquisa. A história de sua família, em Palmerais, Piauí; lembranças da infância, o trabalho do pai e o início de sua formação escolar. O curso ginasial no Colégio Americano Batista, em Terezina, Piauí; lembranças e casos, dificuldades e facilidades nos estudos. O ensino médio e a bolsa de estudos no Colégio Diocesano. Sua participação na fundação do jornal cultural Gamma; nomes de alguns colegas que participaram deste jornal como Arnaldo Albuquerque, Francisco Pereira e Paulo José Cunha.

Fita 2 – Lado A
A influência de Torquato Mendes em sua escolha pela área de Psiquiatria. A formação em medicina na Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Piauí, em 1977; sua participação como presidente do diretório acadêmico e no jornal da faculdade. A vinda para o Rio de Janeiro para fazer a Residência Médica em Psiquiatria, na UERJ, em 1976. A dificuldade de conciliação de suas atividades neste período; a militância política e os grupos de estudo. O mestrado no Instituto de Medicina Social, da UERJ, em 1984, onde cumpriu todos os créditos, mas não defendeu a dissertação. Suas atividades profissionais, as clínicas particulares em Tanguá, Jacarepaguá e Vilar dos Teles, no Rio de Janeiro. Comentários sobre o professor Robalino Tobodeti. Sua entrada na Colônia Juliano Moreira (CJM) para realizar um censo entre os pacientes.

Fita 2 – Lado B
Continuação dos comentários sobre o censo e os recursos da Campanha Nacional de Saúde Mental. A criação do Hospital Jurandir Manfredini para tratar os doentes agudos e impedir novas internações na CJM. As circunstâncias da contratação dos estagiários que trabalharam no censo. A população de pacientes e moradores que invadiram o terreno da CJM. Os primeiros problemas ocorridos em conseqüência das mudanças implantadas na instituição. Comentários sobre a crise política entre os dirigentes da CJM. Sua nomeação como Diretor do Ambulatório Central, do Centro Psiquiátrico Pedro II (CPP II), em 1984. As internações irregulares nas clínicas privadas. A união dos três hospitais, Colônia Juliano Moreira, Hospital Philip Pinel e Centro Psiquiátrico Pedro II, para a criação dos pólos de internação e emergência psiquiátrica para dificultar as internações, principalmente nas clínicas privadas. O trabalho de Juarez Montenegro Cavalcanti como diretor do CPP II. As circunstâncias de sua nomeação como Coordenador Geral de Saúde do CPP II, em 1986. A intervenção do Ministério da Saúde no CPP II nomeando Dr. Pedro Monteiro como diretor, em 1988.

Fita 3 – Lado A
Comentário sobre o artigo de Jurandir Freire Costa “Faca no peito”, contando a história do suicídio de um paciente do CPP II. Os conflitos causados durante a intervenção na CJM; as transferências de funcionários para outras instituições para minar a resistência. A intervenção na CJM. Sua experiência como Diretor do Instituto Psiquiátrico Adauto Botelho (IPAB), no CPP II. O trabalho de Luis Wanderlei e Nise da Silveira na enfermaria do CPP II, no programa Enfermaria Aberta ao Tempo (EAT). As circunstâncias de sua nomeação como Diretor do CCP II, em 1989. A demissão dos diretores das unidades federais no governo do, então, Presidente da República Fernando Collor de Melo; relato sobre acontecimentos curiosos ocorridos durante seu mandato. A criação do Conselho Diretor no CPP II para democratizar a instituição. A experiência de ensino na UERJ, em diferentes momentos de sua trajetória profissional.

Fita 3 – Lado B
O trabalho em 1991 no EAT usando a Literatura como tratamento terapêutico; o jornal O Grito, criado a partir deste projeto, que contava com a colaboração dos pacientes. A experiência de trabalhar com psicóticos no EAT.

Anna Kohn Hoineff

Entrevista realizada por Laurinda Rosa Maciel, Magali Romero Sá e Natacha Regazzini Bianchi Reis, na Fiocruz (RJ), nos dias 14 de junho e 05 de julho de 2000.
Sumário
Fita 1 - Lado A
Origem familiar, seus cursos básico e científico; o trabalho como assistente no Colégio Anglo-Americano; as atividades no Programa Ciência no Ar, na TV Tupi; a preparação para o curso de história natural; seus trabalhos com aranhas e cobras no programa Ciência no Ar; referência ao convite para trabalhar com Lauro Travassos no IOC e suas atividades com borboletas; o Curso de Especialização em Helmintologia e seu interesse pelo estudo de helmintos parasitos de peixes por sugestão de Lauro Travassos; a opção por este estudo em detrimento ao de borboletas; o primeiro trabalho publicado sobre helmintos parasitos de peixes e início do trabalho remunerado em Manguinhos; a rotina nos meios de transporte disponíveis para Manguinhos; a efetivação como pesquisadora no IOC; o estágio na Hebrew University, Israel; comentários sobre sua passagem por Paris, no Museu de História Natural, e o contato com os professores Alain Chabaud e Robert Philippe Dollfus.

Fita 1 - Lado B
Continuação dos comentários sobre a passagem por Paris e a pesquisa realizada no acervo do Museu de História Natural; a chegada em Israel e o encontro com os professores Wertheim e Illan Papema; comentários sobre o trabalho com parasitos de peixes do Mediterrâneo e parasitos de peixes de aquário; avaliação do estágio realizado por três meses e a oportunidade de estudar parasitos monogenéticos (parasitos de branquías); o retomo ao Brasil e seu casamento, as pesquisas no IOC e os trabalhos de campo; referência à publicação do catálogo de parasitos de peixes do Brasil; o falecimento de João Ferreira Teixeira de Freitas, de seu pai e de Lauro Travassos, todos no ano de 1970; o convite de Oswaldo Cruz Filho para o cargo de assessora técnica da direção do IOC; o impacto da criação da Fiocruz na atividade de pesquisa; os efeitos do Massacre de Manguinhos; referência ao trabalho de direção de Wladimir Lobato Paraense, no IOC, e de Vinícius da Fonseca, na Presidência da Fundação; a permanência no IOC como estatutária e a reforma no prédio do biotério que propiciou a crianção de caramujos e camundongos; o trabalho com Míriam Tendler; o uso do primeiro microscópio eletrônico no Instituto; referência à administração de José Coura; o credenciamento dos laboratórios do IOC, em 1991; o período do presidente da República, Fernando Collor de Melo, e seu pedido de aposentadoria.

Fita 2, - Lado A
Comentários sobre atividades acadêmicas como docente do curso de mestrado em Zoologia do Museu Nacional e sua orientação na primeira dissertação de Mestrado em Zoologia defendida na instituição; as bolsas do CNPq e a sua efetivação como pesquisadora titular na Fiocruz; o trabalho de orientação de teses; referência à gratificação oferecida aos pesquisadores pós-graduados na Fiocruz e o trabalho de docente no IOC; a criação e o desenvolvimento da Coleção Helmintológica no IOC; a importância das coleções científicas nas atividades de pesquisa; considerações sobre a definição dos tipos nas coleções científicas; os empréstimos de exemplares das coleções científicas do IOC para o exterior; as atividades de pesquisa sobre helmintos parasitos de peixes em reservatórios da usina hidrelétrica Itaipu; a abertura da linha de pesquisa sobre ultra-estrutura dos parasitos de peixes e a orientação de teses e dissertações sobre este tema; a elaboração do catálogo sobre parasitos de peixes da América do Sul; atualização do catálogo de espécies de trematódeos existentes no Brasil, cuja primeira edição foi elaborada com Travassos e Teixeira, em 1969.

Fita 2 - Lado B
Atualização do catálogo sobre parasitos de peixes e as publicações sobre o tema no Brasil; referência à sua equipe de trabalho na Fiocruz; tentativa de transferência da Coleção Helmintológica do IOC para o Museu Nacional na década de 1970; comentários sobre as dificuldades de contratação de pessoal; considerações sobre a questão da remuneração das atividades de pesquisa no país.

Delir Corrêa Gomes

Sumário
Fita 1 - Lado A
Origem familiar; os estudos primário e secundário realizados no colégio da Irmandade das Freiras Servas do Espírito Santo; o incentivo do pai para o estudo da Medicina e o interesse pela área de Biologia; primeiros contatos com o IOC, encontro com Lauro Travassos; incentivo para que prestasse vestibular para história natural; a opção pelo curso de história natural na UEG; o início do estágio no IOC e a importância deste no seu aperfeiçoamento profissional; breve comentário sobre os cursas e professores da UEG; reflexões sobre os cursos de entomologia e helmintologia realizados no IOC durante a graduação; comentários sobre a opção pela helmintologia; referência aos pesquisadores dos Laboratórios de Entomologia e Helmintologia, em 1961; a presença das mulheres no IOC e na UEG e as relações estabelecidas entre homens e mulheres; comentários acerca das cobranças de Lauro Travassos e João Ferreira Teixeira de Freitas em relação às avaliações dos estagiários nos cursos universitários; a importância do Curso de Aplicação do IOC em sua formação, as disciplinas e exigências curriculares; comentários sobre a questão da remuneração de estagiários do IOC; menção às bolsas fornecidas pelo CNPq; referências ao primeiro trabalho publicado em 1964; comentários sobre o estágio no IOC e as expectativas de contratação; referência à matrícula no primeiro Curso Avançado de Protozoologia, realizado na Universidade de Brasília (UnB), em 1970; o Curso de Imunoparasitologia, realizado no Instituto Castelo Branco, atual Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP/Fiocruz), em 1973; o interesse pela área de imunoparasitologia; breve comparação dos cursos de especialização e de pós-graduação, a partir dos anos 1970.

Fita 1 - Lado B
Considerações sobre os cursos de pós-graduação no início dos anos 1970; as exigências de títulos de pós-graduação; a opção pelo curso de pós-graduação na área de parasitologia na UFRRJ; o interesse por novos temas de pesquisa; referência ao convite de João Ferreira Teixeira de Freitas para ministrar curso de helmintologia no Curso de Aplicação; comentários acerca da prática na pesquisa e no magistério; breve relato das experiências no ensino de helmintologia; comparação dos requisitos para frequentar os cursos de medicina tropical e de parasitologia médica, ministrados na Fiocruz nos anos 1970; a experiência no ensino secundário durante a gestão de Vinícius da Fonseca, na Fiocruz; dificuldades enfrentadas para conciliar o Curso de Mestrado na UFRRJ e atividades profissionais do magistério; breve relato da efetivação na Fiocruz em fins dos anos 1970; considerações acerca da sua chefia no Departamento de Helmintologia; o perfil profissional dos pesquisadores Lauro Travassos e João Ferreira Teixeira de Freitas e as viagens de coleta realizadas por eles; a organização de excursões de coleta e sua importância na formação de várias coleções; a utilização do material da Coleção Helmintológica para as pesquisas da dissertação de mestrado; dificuldades financeiras enfrentadas nos 1970 para a realização de novas excursões de coleta; as coleções da Fiocruz e os materiais coletados por pesquisadores de outras instituições; reflexões acerca do período em que foi curadora da Coleção Helmintológica, entre 1982 e 1989; o acesso ao cargo de curadora, seu trabalho na recuperação e organização do material e a questão da falta de apoio institucional.

Fita 2 - Lado A
A situação das coleções científicas da Fiocruz na gestão Vinícius da Fonseca (1975-1979) e a ameaça de sua transferência para o Museu Nacional; comentários acerca do quadro de pesquisadores da Fiocruz durante a gestão de Vinícius da Fonseca; considerações sobre o trabalho de pesquisadores com espécimes da Coleção Helmintológica; relatos sobre o cotidiano do uso da Coleção Helmintológica; as trocas de materiais da coleção com pesquisadores de outras instituições; considerações acerca das medidas tomadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), em relação à entrada e saída de espécimes no país; comentário sobre a importância do Projeto das Coleções Científicas da Fiocruz promovido pela Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz) e pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz); sua participação na Sociedade de Biologia do Rio de Janeiro; origem das verbas destinadas à manutenção da Sociedade de Biologia do Rio de Janeiro e publicação dos trabalhos nas Atas da Sociedade de Biologia do Rio de Janeiro, breves reflexões sobre a importância das coleções científicas.

João Baptista Risi Junior

Entrevista realizada por Dilene Nascimento, Anna Beatriz Almeida e Eduardo Maranhão no dia 21 de novembro de 2000, no Rio de Janeiro (RJ).

Elisaldo Carlini

Entrevista realizada por Tânia Fernandes (TF) e Fernando Dumas (FD), em São Paulo (SP), nos dias 16 de abril, 23 de julho, 23 e 24 de agosto de 1999 e 04 de dezembro de 2000.

Sumário
Fita 1 - Lado A
Referência à sua infância em Ribeirão Preto: seus pais e irmãos; a mudança para Pirajá e a vida da família naquele local; o interesse pelas plantas na infância; referência aos irmãos como profissionais na área médica; a morte de seu pai; sua experiência na Escola Rural de Pirajá (escola primária); a mudança da família para José do Rio Preto e a entrada para o ginásio; seu interesse por criação de galinhas no sítio de seu tio e a vida em família; a chegada em São Paulo; seu primeiro emprego; sua experiência no curso científico; o término do científico e o início do curso preparatório para estudar medicina; o desempenho escolar dos irmãos; a Escola Paulista de Medicina; seu emprego como datilógrafo em agencia bancária e, como farmacêutico, no Laboratório Antipiol; sua tentativa de ingressar na Universidade de São Paulo; seu segundo ano de curso preparatório e a entrada para a Escola Paulista de Medicina; o trabalho no Laboratório Geiger; o encanto pela bioquímica e farmacologia e a influência dos professores Ribeiro do Vale e José Leal Prado; suas experiências na Faculdade e considerações sobre a formação do cientista atualmente; referência aos seus primeiros trabalhos publicados; consideração sobre bolsa de estudo da Fundação Rockefeller; comentários sobre a vida profissional de sua esposa e sobre seus casamentos.

Fita 1 - Lado B
Comenta seu trabalho com plantas e sua primeira pesquisa científica na Sociedade Paulista de Biologia; sua ida para a Universidade de Toulaine e seu interesse pela psicofarmacologia; a Universidade de Yale e seu trabalho com o prof. Jack Peter Green; a defasagem do conhecimento científico no Brasil em relação aos Estados Unidos; considerações sobre sua volta para o Brasil na época do golpe de 64 e sobre sua não nomeação para titular na Escola Paulista de Medicina; seu trabalho na universidade como assistente voluntário; sua transferência para o Instituto Biológico e para a Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa; seu livro Farmacologia prática sem aparelhagem.

Fita 2 - Lado A
Comenta o período militar no país; sua entrada para a Escola Paulista de Medicina e sua relação com o Partido dos Trabalhadores (PT); sua saída da Santa Casa e seu ingresso na Escola Paulista de Medicina; referência aos investimentos e verbas em pesquisa; seu trabalho com plantas, especialmente a Espinheira Santa, na Escola Paulista de Medicina; os produtos à base de plantas no país, as patentes e os mestrados profissionalizantes no país.

Fita 2 - Lado B
Continua referência aos mestrados profissionalizantes, a política de patentes de produtos naturais e sua relação com a atividade de pesquisa no país.

Fita 3 - Lado A (Making Off)
Comentário sobre sua descendência espanhola, italiana e portuguesa; o processo de miscigenação no país; sua trajetória desde Ribeirão Preto, onde nasceu, até chegar em São Paulo para trabalhar e estudar medicina; a importância da planta para a cura das doenças; as etapas de desenvolvimento de medicamentos; discute a importância do conhecimento popular sobre plantas terapêuticas; comenta o grande potencial de plantas terapêuticas no país; aponta o descaso do governo brasileiro com a atividade científica e o cientista; os convênios da Universidade Paulista de Medicina com laboratórios particulares e as vantagens de se trabalhar com plantas; aborda as plantas que estão sendo patenteadas.

Fita 3 - Lado A
Relaciona o estágio que fez com os professores Ribeiro do Vale e Leal do Prado na Escola Paulista de Medicina a sua formação em metodologia de pesquisa; a Revista Psicofarmacologia e seu interesse pelas plantas medicinais; sua mudança para os Estados Unidos; a Universidade de Yale e Toulaine; o tratamento dispensado pela comunidade científica norte-americana aos latino-americanos; seu retorno ao Brasil, a rotina e o trabalho sobre maconha no Instituto Biológico de São Paulo; o curso de medicina que fundou na Santa Casa de Misericórdia; o golpe militar de 1964 e a liberdade de expressão nos Estados Unidos; a publicação Farmacologia sem a prática, sem a aparelhagem; comenta discussão entre Otto Gottlieb e Luiz Gonzaga Laboriaux; os simpósios que organizou.

Fita 3 - Lado B
Comenta a formação dos participantes dos simpósios sobre plantas medicinais atualmente; a interdisciplinaridade entre botânica, química, medicina e biologia; o grupo de pesquisadores de Ribeirão Preto; referências a Federação da Sociedade Brasileira de Biologia Experimental, a Associação Brasileira para Progresso da Ciência, a Fundação Brasileira de Plantas Medicinais; o Projeto Flora e o sistema americano de informação Napralete; aborda a relação do CNPq com os simpósios que organizou; a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP); projeto que desenvolveu sob a aprovação da Central de Medicamentos (CEME); o PRONEX; a necessidade de financiamento de um banco de insumos para abastecimento de matérias-primas.

Fita 4 - Lado A
Aborda aspectos internacionais e nacionais relacionados a valorização da pesquisa de plantas medicinais no país; a engenharia genética; convênios com instituições de pesquisa estrangeiras; a parceria com o Departamento de Química da Universidade Federal de Minas Gerais.

Fita 4 - Lado B
Comenta a relação com laboratórios particulares; as universidades em Cuba e na América Latina; discute esquemas de produção de pesquisas em plantas; comenta os costumes e usos populares das plantas; a medicina chinesa.

Fita 5 - Lado A
Aborda a relação entre a fitoterápico e o medicamento; o suporte, investimento e desenvolvimento da pesquisa de fitoterápicos no país; a ação da planta “nó de cachorro”; a quantidade de farmacólogos no país e a organização de grupos de estudos de plantas no Brasil; a relação dos médicos com a fitoterapia; o “Biotônico Fontoura” e os medicamentos genéricos; monopólio do diagnóstico de doenças pelos médicos.

Fita 5 - Lado B
Comentário sobre o screening farmacológico; o biotério e os padrões de comportamento de cobaias; a mixagem higiênica de animais e a produção e utilização das cobaias; seu trabalho de pesquisa atualmente.

Fita 6 - Lado A
Referência as verbas públicas para pagar pessoal da equipe do Grupo Plantas; comenta a formação acadêmica dos integrantes desse grupo de trabalho; sua decisão de se aposentar; os padrões de biotipo e importação de medicamentos; a bioequivalência; o início de sua carreira no Ministério da Saúde: seus projetos e programas.

Fita 6 - Lado B
Sua saída do Ministério da Saúde e os processos judiciais que sofreu; o desaparecimento de portaria que assinou na Vigilância Sanitária; o Instituto Nacional de Controle de Qualidade de Medicamentos (INCQS); a necessidade de um programa nacional de controle de qualidade dos medicamentos.

Fita 7 - Lado A
Aborda o desfecho dos projetos judiciais que sofreu e a perseguição à Haity Moussatché; a relação do Instituto de Biotecnologia da Amazônia com a Agronomia.

Fita 8 - Lado A
Comentários sobre a instituição e regulamentação das pós-graduações na década de 60 e o papel desempenhado pelo CNPq; considerações sobre o 1º Simpósio de Plantas Medicinais; a Fundação Rockefeller e o financiamento em pesquisa na Escola Paulista de Medicina; a CEME e o projeto de financiamento em pesquisa em plantas medicinais e produção de medicamentos; os grupos de pesquisa financiados pela CEME e o trabalho com plantas; o processo de patenteamento do uso terapêutico de plantas e a oposição a Lei de Patentes no Brasil; a discussão no Congresso em Recife em torno da questão de patentes.

Fita 8 - Lado B
Continuação dos comentários sobre o Simpósio em Recife e a discussão das patentes; considerações sobre a ciência no Brasil e a questão da propriedade intelectual; o processo de patentes no exterior e no Brasil; referências ao II Programa Nacional de Desenvolvimento (PND) e o Projeto Flora; considerações sobre o período como assessor do CNPq e o financiamento em ciência; a discussão em torno da Farmacologia acadêmica e a Farmacologia aplicada e as mudanças no status do medicamento de plantas.

Fita 9 - Lado A
A FAPESP e o financiamento de projetos; o trabalho como assessor da FAPESP e a análise de projetos; considerações sobre o convênio universitário do SUS; a pesquisa em Psicobiologia do Sono; a parceria das indústrias com as universidades; o financiamento das indústrias em projetos de pesquisa com plantas medicinais.

Fita 9 - Lado B
Considerações sobre a Associação de Plantas Medicinais; menção a organização dos Simpósios de Plantas Medicinais; considerações sobre a importância da pesquisa em plantas; a SBPC, a FESB e a questão da política em ciência; a formação de uma agregação de indústrias nacionais e o financiamento de laboratórios de pesquisa; associação da indústria com a universidade; ABIFARMA; a Alanac e a defesa dos interesses dos laboratórios nacionais; a questão dos genéricos.

Paulo Marchiori Buss

Entrevista realizada por Eduardo Navarro Stotz e Cristina Fonseca, no Rio de Janeiro, em três sessões, nos dias 06 de julho (fitas 1 e 2), 15 de julho (fita 3) e 05 de agosto de 1999 (fita 4).

Dyrce Lacombe

Entrevista realizada por Anna Beatriz de Sá Almeida, Magali Romero Sá e Renata Fernandes Marques, na Fiocruz (RJ), nos dias 02 de julho e 11 de agosto de 1999.
Sumário
Fita 1 - Lado A
Origem familiar e a rotina na Ilha do Governador; o curso secundário e a relação com o professor Newton Santos; comentário sobre seu primeiro contato com o IOC e sobre o professor Olympio da Fonseca; o ingresso na FNFi; os professores e o curso de História Natural; a presença de mulheres na faculdade, tanto alunas quanto professoras; o interesse pela biologia; o trabalho como assistente de Olympio da Fonseca no curso do IOC; as relações dos professores com as alunas; a viagem para os Estados Unidos logo após a conclusão da graduação; o convite para trabalhar em Manguinhos; o trabalho com o professor Rudolf Barth.

Fita 1 - Lado B
O trabalho com o professor Rudolf Barth; referência às pesquisadoras do IOC; a importância do desenho e da fotografia na histologia; a relação de amizade entre os departamentos e as unidades do IOC; referência ao temperamento de Rocha Lagoa; o concurso para zoóloga do Museu Nacional: o ingresso e as atividades na instituição; o movimento dos bolsistas no IOC e seus resultados.

Fita 2 - Lado A
Comentários acerca do Congresso Internacional sobre Doença de Chagas, realizado no Hotel Glória, em 1979, e o contato com importantes pesquisadores de várias nacionalidades.

Fita 3 - Lado A
Referência ao pesquisador José Cândido de Melo Carvalho e à equipe de trabalho da expedição no Rio Negro, na Amazônia, em 1962 e 1963; a saída do Museu Nacional e o ingresso no IOC; a relação com José Cândido e Newton Santos; as excursões e os trabalhos realizados com Lauro Travassos, Amilcar Vianna Martins e Rudolf Barth; a excursão a Belém do Pará, em 1964, com Lauro Travassos; viagem de férias à Europa com José Cândido e sua esposa; comentários sobre as primeiras participações em congressos internacionais realizados nos Estados Unidos, na América Central e na Europa; comentários sobre o seu interesse em cracas, a partir do trabalho realizado na Baía de Guanabara no começo dos anos 1960.

Fita 3 - Lado B
Considerações sobre a experiência de trabalho em instituições de pesquisa nos Estados Unidos; a relação entre Lauro Travassos e Olympio da Fonseca; referência a Herman Lent; comentários sobre o trabalho com embiídeos; referência a artigos publicados; comentários sobre Lejeune Pacheco H. de Oliveira; considerações sobre a Coleção de Cracas e a importância da Biologia Marinha no IOC; comentários sobre a administração de Vinícius da Fonseca e a transferência de Lejeune Pacheco H. de Oliveira para a UFRJ; o destino de várias coleções após a década de 1970, como a de Anatomia Patológica e de Febre Amarela; referência à palestra sobre cracas na cidade de Cabo Frio; sua relação com José Rodrigues Coura e Leonidas Deane; comentários sobre Alina Szumlewicz.

Fita 4 - Lado A
Comentários sobre a transferência da Alina Szumlewicz para Manguinhos e do Laboratório de Anatomia e Histologia de Vetores de Doença de Chagas de Manguinhos para Jacarepaguá; a relação com a direção do IOC; considerações sobre o universo feminino do IOC; os critérios para obtenção de recursos e bolsas de pesquisa; comentários sobre o trabalho como docente.

Luiz Fernando Ferreira

Entrevista realizada por Wanda Hamilton e Nara Azevedo, no dia 07 de dezembro de 1999.

Sumário

Fita 1
Origem familiar; a formação do pai em medicina e a especialização em cardiologia na Santa Casa de Misericórdia; a amizade do pai com Francisco Laranja e Genard Nóbrega; as pesquisas de Francisco Laranja em cardiopatia da doença de Chagas; as atividades literárias do pai; a influência religiosa da mãe na pré-adolescência; o gosto pela leitura e a escolha da profissão médica; influências na escolha da profissão médica; os primeiros contatos com Manguinhos; a opção pela pesquisa científica; o contato com o professor Hugo de Souza Lopes em Manguinhos; o trabalho com José Rodrigues da Silva; o heroísmo dos cientistas de sua época; sua dedicação à pesquisa básica na Faculdade de Medicina; as aulas na Faculdade Nacional de Medicina; sua admiração por Aloísio de Castro; a infra-estrutura da Faculdade de Medicina; a admiração por Thales Martins; o estágio no laboratório de radiologia do Instituto de Biofísica; o trabalho no laboratório do Hospital Moncorvo Filho; a publicação do primeiro trabalho na revista Vida Médica; o estudo de eletroforese em esquistossomose; o pioneirismo do Instituto de Biofísica; as dificuldades de se especializar fora do Brasil no tempo de seu pai; a bolsa concedida pelo Conselho de Pesquisa da Faculdade de Medicina da Universidade do Brasil; as publicações na revista O Hospital; o vestibular para a Faculdade Nacional de Medicina; os estudos no Colégio Zacharias e no Colégio Juruena; a amizade com José Rodrigues Coura; a trajetória na Faculdade e sua inclinação para as áreas de microbiologia e parasitologia; o concurso para monitor oficial da cadeira de Medicina Tropical; a chefia do laboratório de dignóstico em parasitologia da cadeira de Medicina Tropical e as pesquisas em esquistossomose; o curso de protozoologia do INERu de Belo Horizonte.

Fita 2
O curso de protozoologia oferecido pelo INERu em Belo Horizonte; os institutos do INERu; a importância de trabalhar com pesquisadores experientes; a volta de Belo Horizonte para terminar a Faculdade; perfil do professor Fróes da Fonseca; o trabalho em esquistossomose com Hélion Póvoa e a aproximação com o professor José Rodrigues da Silva; o convite para permanecer na cadeira de Medicina Tropical após a formatura; a efetivação como instrutor de ensino em 1960; a dedicação do professor Rodrigues da Silva à cadeira de Medicina Tropical; os laboratórios da Faculdade de Medicina; suas pesquisas em isosporose humana; a defesa da tese de doutorado e o Prêmio Ganning; perfil de Adolpho Lutz; a amizade com o Dr. Olímpio da Fonseca; a imagem do cientista; a fundação e os objetivos da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical; a revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical; a liderança do professor Rodrigues da Silva na área de doenças tropicais e na Sociedade de Medicina Tropical; a admiração pelo professor Rodrigues da Silva e o Dr. Lutz; perfil do Dr. Mário Aragão; a indicação para a cátedra de parasitologia na Faculdade de Ciências Médicas; perfil anarquista de sua biblioteca particular; o curso de entomologia em Manguinhos; a entrada na Fundação Oswaldo Cruz; sua admiração pelo Dr. Manoel Frota Moreira; o trabalho desenvolvido na Fundação Oswaldo Cruz; o trabalho no Hospital São Francisco ligado à cadeira de Medicina Tropical da Faculdade; considerações sobre a Medicina Tropical.

Fita 3
História da cadeira de Medicina Tropical da Faculdade Nacional de Medicina; a antiga sede da Escola Nacional de Saúde Pública; o curso de Parasitologia Médica da Escola de Saúde Pública; a criação do Departamento de Parasitologia na Escola Nacional de Saúde Pública; o trabalho no Hospital São Francisco de Assis; perfil do Dr. Edgar Cerqueira Falcão; a admiração por Gaspar Vianna; Manguinhos como pólo de atração e centro de referência para os estudantes de medicina; perfil dos professores da Faculdade Nacional de Medicina; a diversificação dos cursos de universitários; a criação da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras em São Paulo e no Rio de Janeiro; o convite para trabalhar na Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP) em 1966; gestão de Edmar Terra Blois como diretor da ENSP; a criação da ENSP; a decisão de deixar a cadeira de Medicina Tropical da Faculdade Nacional de Medicina para chefiar o Departamento de Ciências Biológicas da ENSP; os cursos oferecidos pela ENSP; a criação dos departamentos da ENSP; a saída de Edmar Terra Blois da direção da ENSP; a importância da ENSP como centro de referência em saúde pública; a organização do Departamento de Ciências Biológicas; a criação da Fundação Oswaldo Cruz e a posterior transferência dos pesquisadores do Departamento de Ciências Biológicas para o IOC; a experimentação de novas drogas para esquistossomose e as pesquisas sobre transfusão sangüínea da doença de Chagas desenvolvidas na Faculdade de Medicina; as pesquisas desenvolvidas no Departamento de Ciências Biológicas; a escola de Lauro Travassos e o Departamento de Helmintologia do IOC; o aspecto aplicado das pesquisas em parasitologia médica; o papel de Unidade Sanitária da ENSP; a relação dos alunos dos cursos de Saúde Pública da ENSP com o Departamento de Ciências Biológicas;

Fita 4
Os avanços da pesquisa científica a partir da década de 1950; a criação da Fundação Oswaldo Cruz; a indicação de Vinícius da Fonseca para ocupar a presidência da Fundação Oswaldo Cruz; a importância da gestão de Vinícius da Fonseca na Fiocruz; o convite de Vinícius da Fonseca para ocupar a direção da ENSP; a relação com Vinícius da Fonseca; a criação dos cursos de pós-graduação durante sua gestão como diretor da ENSP; a transferência dos cursos de pós-graduação em virologia e parasitologia para o IOC durante a gestão de José Rodrigues Coura como vice-presidente de Pesquisa da Fiocruz; a indicação de Guilardo Martins Alves para ocupar a presidência da Fiocruz; os problemas com o SNI para contratação de pessoal; a pesquisa sobre a origem da esquistossomose mansoni no continente americano; a criação do termo paleoparasitologia; a pesquisa sobre esquistossomose em roedores realizada em Sumidouro, RJ; a Medalha Samuel Pessoa pelo melhor trabalho apresentado no Congresso de Parasitologia de Belo Horizonte; o reconhecimento científico de suas pesquisas em paleoparasitologia; as pesquisas em paleoparasitologia desenvolvidas pelo seu grupo; os grupos internacionais em paleoparasitologia; perfil de Carl Reinhart; o uso das técnicas da biologia molecular nas pesquisas em paleoparasitologia a partir da década de 1980; comentários acerca da origem do homem americano; perfil de Maria Beltrão; o trabalho de Nied Guidon no Piauí; as hipóteses cerca da expansão histórica da esquistossomose; a relação com grupos internacionais de paleoparasitologia; perfil de Aidan Cockborn; a amizade com Sergio Arouca e o convite para ocupar a vice-presidencia de Ensino da Fiocruz; suas inclinações anarquistas; a relação com os pesquisadores do IOC; a fundação da Sociedade Brasileira de Paleoparasitologia; a opção por permanecer na ENSP.

Fita 5
As mudanças introduzidas nos cursos para formação de sanitaristas; os motivos para a permanência do Departamento de Ciências Biológicas na ENSP; a introdução das ciências sociais na formação dos sanitaristas e a criação do Departamento de Ciências Sociais da ENSP; a escola parasitológica de Samuel Pessoa; perfil científico de José Rodrigues da Silva; os concursos para catedrático da cadeira de Medicina Tropical da Faculdade Nacional de Medicina; a admiração do pai por Miguel Couto; o convite para ocupar a chefia do Departamento de Helmintologia do IOC; as pesquisas de Miriam Tendler e Naftale Katz para o desenvolvimento da vacina contra a esquistossomose; a relação científica com os pesquisadores do Departamento de Helmintologia do IOC; os motivos da criação da Sociedade de Parasitologia; a criação da Sociedade Brasileira de Paleopatologia; as perspectivas no campo da paleopatologia; as dificuldades do transporte de material científico; a opção pela não militância política; a ascensão à presidência interina da FIOCRUZ e as dificuldades enfrentadas na época do Governo Fernando Collor de Mello; a recusa de novos cargos administrativos e sua situação atual.

Antônio José Lapa

Entrevista realizada por Tania Fernandes e Fernando Dumas, em São Paulo (SP) e no Rio de Janeiro (RJ), nos dias 21 e 22 de setembro de 1999 e 30 de novembro de 2000.

Sumário

Fita 1 - Lado A
Referência a sua origem familiar, sua vida e seus estudos em Marília (SP); comentário sobre sua mudança para São Paulo e seu interesse pela medicina; seus estudos preparatórios para o curso de medicina; sua entrada na Escola Paulista de Medicina e sua rotina como aluno da faculdade; o envolvimento com a farmacologia e a relação com os professores Ribeiro do Vale e Leal Prado.

Fita 1 - Lado B
Comentário sobre a criação do Laboratório de Farmacologia na Escola Paulista de Medicina; a trajetória acadêmica de Ribeiro do Vale e as viagens pelo nordeste do país com este professor.

Fita 2 - Lado A
Referência a sua experiência como estudante de medicina nas instituições de ensino e pesquisa no nordeste do país; comenta sobre seu interesse e estudos sobre maconha e o interesse de Ribeiro do Vale por plantas; sua entrada como professor na Escola Paulista de Medicina; aborda a criação da Pós-graduação no país e o curso de farmacologia no Chile.

Fita 3 - Lado A
Comenta a formação acadêmica de colegas no curso de farmacologia no Chile e o retorno ao Brasil; suas pesquisas e tese sobre hormônios e o canal deferente; a conjuntura política pós-64; discute sobre sua decisão de não fazer uma tese sobre maconha; comentário sobre a eletrofisiologia e suas experiências nos Estados Unidos; o retorno ao Brasil e a segunda viagem ao Estados Unidos; a entrada na Escola Paulista de Medicina.

Fita3 - Lado B
Comentário sobre as dificuldades financeiras que sofreu quando veio dos Estados Unidos para o Brasil; referência ao convite para prestar concurso para a Universidade de São Paulo e convite de Ribeiro do Vale para coordenar projeto de plantas medicinais; sobre a escolha das plantas medicinais como objeto de estudo científico; sobre a interrupção do projeto de plantas medicinais pela Central de Medicamento (CEME); sobre a proposta de criação de um projeto integrado de produtos naturais e sua relação com a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP); comentário sobre a sua proposta pessoal para se estudar plantas medicinais no país.

Fita4 - Lado A
Comentário sobre a aplicação de um projeto de especialização em farmacologia no norte e nordeste do país: instituições envolvidas, dificuldades, qualificação dos alunos e repercussão social dos cursos; comenta o fato da CAPES ter cortado o financiamento do projeto de especialização em farmacologia; o convite para trabalhar em projeto da CEME de plantas medicinais.

Fita 4 - Lado B
Referência a grupos e projetos de estudo sobre plantas organizados pela CEME: problemas, investimentos e resultados; o projeto e estudos de toxidade de substâncias; a necessidade de treinamento de pessoal para se fazer testes de toxidade em substâncias; testes em medicamentos e o uso de cães como cobaias.

Fita 5 - Lado A
Referência a correlação entre os projetos da Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Tecnológico (CAPES) e da Central de Medicamentos (CEME) sobre plantas medicinais no período de 1982 à 1988; as correntes científicas e o conhecimento popular sobre plantas; a necessidade de se formar farmacêuticos e a instalação de indústrias farmacêuticas multinacionais no país; o desenvolvimento da toxicologia; a diferença entre efeito colateral e tóxico.

Fita 5 - Lado B
Referência ao conceito de reação tóxica; a relação do projeto de formação de farmacologistas no país da CAPES e da CEME; fontes de financiamento para projetos de plantas medicinais; a relação entre subdesenvolvimento e investimento na atividade científica; o envio de plantas para fora do Brasil; a relação da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) com os projetos de plantas no país; diferença entre as gerações de farmacologistas e a mudança no conceito de toxidade.

Fita 6 - Lado A
Comentário sobre a indústria de fitoterápicos e consumo de medicamentos no país; o processo de valorização da planta para a produção de medicamentos; a importação de técnicas e métodos de pesquisas científicas estrangeiras; marcadores e testes biológicos; a relação das universidades com a indústria farmacêutica.

Fita 6 - Lado B
Referência a relação entre a produção de medicamentos, testes de toxidade e medicamentos inovadores; a distribuição e comercialização de medicamentos; o papel do medicamento natural nos Estados Unidos e Europa ocidental.

Fita 7 - Lado A
Referência a relação entre o estudo clínico das plantas e o pré-clínico; o desenvolvimento da clínica no país; ação, risco e toxidade das plantas; lei de patente no Brasil, controle de qualidade e legislação de vigilância sanitária.

Fita 7 - Lado B
Comentário sobre política de patentes; a diferença entre legalidade e legitimidade para se patentear produtos naturais; a relação entre a política de patentes e a Central de Medicamentos (CEME).

Fita 8 - Lado A
Referência a atividade de pesquisa na período posterior ao presidente Fernando Collor de Mello; o regionalismo na prática científica; os aspectos quantitativos de eventos acadêmicos sobre plantas.

Fita 9 - Lado A
Considerações sobre a organização da comunidade científica de plantas medicinais e as agências de fomento; a Escola Paulista de Medicina e a instituição e credenciamento da pós-graduação em farmacologia; o curso de farmacologia no Chile em 1968; referência ao intercâmbio com cientistas e os encontros latino-americanos; o curso nos Estados Unidos; menção a Ribeiro do Valle.

Fita 9 - Lado B
Referência a Carlini e o setor de psicobiologia; considerações sobre a farmacologia acadêmica e de plantas medicinais; menção ao trabalho nos Estados Unidos; Ribeiro do Valle e a coordenação do projeto de plantas medicinais da CEME; a questão da integração entre farmacologia, química e botânica; a CEME e os 13 projetos integrados de plantas medicinais.

Fita 10 - Lado A
Continuação dos comentários sobre a interação dos grupos de pesquisa de plantas medicinais e o fim do projeto da CEME em 1978; a elaboração do Projeto Integrado de Botânica, Farmacologia e Química de Produtos Naturais e a questão do financiamento da FINEP; a relação dos projetos de produtos naturais e de plantas medicinais; o convênio entre CAPES e a universidade para os cursos de recrutamento e formação de farmacologistas; considerações sobre a área de farmacologia e a formação acadêmica dos profissionais envolvidos na pesquisa com plantas medicinais; referência a Delby Fernandes.

Fita 10 - Lado B
Continuação das considerações sobre Delby Fernandes e a estrutura da pós-graduação na UFPb; a elaboração do protocolo de pesquisa de farmacologia em plantas medicinais em 1982; breve menção ao Programa Flora; os grupos de toxicologia para medicamentos; os estudos toxicológicos e os testes clínicos; referência ao Programa da CEME, a Portaria nº 6 e os estudos de toxicidade para fitoterápicos; o Comitê de Ética e os testes com cápsula.

Fita 11 - Lado A
Os projetos da CEME e a pesquisa em plantas medicinais; a questão da divulgação da eficácia nos estudos de plantas; a produção de cápsula para testes; o desenvolvimento de medicamentos e a discussão das patentes; o financiamento hoje e a área de plantas medicinais; referência aos simpósios de plantas medicinais.

Fita 11 - Lado B
Considerações sobre os recursos para pesquisa no Brasil, os órgãos de fomento e a questão da produção de medicamentos; o financiamento do CNPq para projetos regionais e o compromisso das pró-reitorias das universidades; menção ao programa da CEME, o PROCADE, o PRONEX (Programa de Apoio a Núcleos de Excelência) e os grupos de pesquisa com plantas medicinais; crítica a ausência de incentivo e financiamento para pesquisa de plantas no Brasil; referência a criação da Sociedade Brasileira de Plantas Medicinais em 1998.

José Jurberg

Entrevista realizada por Anna Beatriz de Sá Almeida e Magali Romero Sá, na Fiocruz (RJ), em 25 e 31 de maio de 1999.
Sumário
Fita 1 - Lado A
Origem familiar e referência ao irmão Pedro Jurberg, pesquisador do IOC; a trajetória escolar; breve comentário sobre religião e costumes judaicos; o primeiro vestibular para medicina e a influência do pai: o curso ginasial no Instituto Lafayette; a vocação profissional; referência à formação na Faculdade de Farmácia e Odontologia do Estado do Rio de Janeiro, em Niterói; a inscrição no Curso de Entomologia do IOC; o gosto pela fotografia e pelo desenho; menção ao estágio realizado sob a orientação de Herman Lent; o convite para trabalhar com Hugo de Souza Lopes; referência à primeira publicação; o primeiro contato com os triatomíneos e a descoberta de uma nova espécie; menção ao financiamento CAPES para sua manutenção no IOC; referência à contratação como professor da cadeira de higiene e legislação farmacêutica na Faculdade de Farmácia e Odontologia, do Estado do Rio de Janeiro; considerações a respeito da impossibilidade de acumulação de cargos públicos e a opção por permanecer no IOC; a contratação no IOC, em 1963, através de Regime Jurídico Único (RJU); o processo de seleção de pesquisadores no IOC, no passado e no presente; o perfil do professor José Messias do Carmo e o trabalho na Faculdade de Farmácia e Odontologia do Rio de Janeiro; alusão ao período em que foi assistente-estagiário de Hugo de Souza Lopes, na Escola Nacional de Veterinária, da atual UFRRJ; a remuneração no IOC e a necessidade de trabalhar com o pai para se manter; a bolsa do Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq) na categoria de pesquisador assistente, em 1965; referência ao Curso de Especialização em Saúde Pública para Farmacêuticos da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP/Fiocruz); o período como assistente de Herman Lent na cadeira de parasitologia aplicada, no curso da ENSP; breve referência à cassação de 1970; a gestão de Francisco Paulo da Rocha Lagoa como Ministro da Saúde; o ingresso no mestrado do Museu Nacional, em 1970, sob a orientação de José Cândido de Melo Carvalho.

Fita 1 - Lado B
A diversidade de suas publicações e a habilidade para o desenho; comentários sobre o período dos trabalhos de campo e a interrupção em 1970; o perfil profissional de Herman Lent; os pesquisadores do IOC no momento de seu ingresso; comparação entre pesquisadores do passado e presente; o perfil de Costa Lima e Fábio Leoni Werneck; a ética profissional da nova geração de pesquisadores da Fiocruz; o curso de Histologia de Invertebrados do IOC, ministrado pelo professor Rudolf Barth, em 1964; o mestrado no Museu Nacional; a influência da tecnologia na entomologia; reflexões sobre o grau de dificuldade de aperfeiçoamento dos antigos pesquisadores; a gestão de Vinícius da Fonseca na Fiocruz; sobre a coordenação do Projeto dos Programas Prioritários de Pesquisa da Fiocruz e o Programa de Doença de Chagas, em 1976; a transferência da Coleção Entomológica para o prédio do Castelo, na gestão de Vinícius Fonseca; o crescimento do Departamento de Entomologia após o ingresso de novos pesquisadores; o reingresso na gestão de Sergio Arouca dos cientistas cassados Hugo de Souza Lopes e Sebastião José de Oliveira; a participação como membro do Grupo Executivo do Curso de Mestrado em Parasitologia Médica da Fiocruz, em 1979; a mudança da Coleção Entomológica para o Hospital Evandro Chagas (HEC); o retorno da Coleção Entomológica para o prédio do Castelo na gestão de Vinícius da Fonseca e suas consequências; os problemas institucionais vividos por Sebastião José de Oliveira; a importância da Coleção Entomológica; a atuação no Departamento de Entomologia do IOC; alusão à Vice-Presidência de Pesquisa, sob a direção de José Rodrigues Coura; a gestão de Leonidas Deane como chefe do Departamento de Entomologia; o convite de Leonidas Deane para atuar como chefe substituto do Departamento de Entomologia; considerações sobre Leonidas e Maria Deane; o pedido de demissão do cargo de chefe substituto do Departamento de Entomologia; considerações sobre Wladimir Lobato Paraense e a Coleção Entomológica do IOC.

Fita 2 - Lado A
O perfil de Leonidas e Maria Deane; o período como assessor especial da Presidência da Fiocruz, em 1990; o convite do Ministério da Saúde, em 1988, para a implantação do Laboratório Nacional e Internacional de Referência em Taxonomia de Triatomíneos do Departamento de Entomologia do IOC, com o auxílio do BIRD, em convênio com a Fundação Nacional de Saúde (FUNASA); considerações sobre a administração dos recursos cedidos pelo convênio; comentários sobre os pesquisadores selecionados no primeiro convênio; a importância da Coleção de Triatomíneos para o Departamento de Entomologia: a aquisição da coleção do argentino Rodolfo Carcavalho; menção ao quantitativo atual de exemplares da coleção; a presença de Rodolfo Carcavalho no laboratório de Entomologia; referência à publicação do Atlas dos Vetores da Doença de Chagas nas Américas, reflexões sobre a definição de coleção institucional; breve relato sobre a Coleção de Arthur Neiva; as coleções emprestadas a pesquisadores cassados em 1970; considerações sobre as coleções que se encontram no Museu Nacional desde o período da cassação.

Fita 3 - Lado A
A Biblioteca da Fiocruz e sua importância para as atividades dos pesquisadores; a participação como secretário do Conselho Técnico Científico da Fiocruz; a gestão de Hermann Schatzmayr na Fiocruz e a reforma da biblioteca; a participação como coordenador da comissão designada para realizar o projeto da biblioteca; a importância da biblioteca para os pesquisadores; comentários sobre a European Community Latin America Triatominae Research Network (ECLAT); considerações sobre a viabilidade da profilaxia de alguns insetos; menção às atas das reuniões quando secretariava o Conselho Técnico Científico da Fiocruz; análise sobre a unificação, nos anos 1970, da Coleção Entomológica e das Coleções Laboratoriais; breve referência a Orlando Vicente Ferreira e sua participação na unificação das coleções; a experiência em trabalhar com os pesquisadores Costa Lima e Hugo de Souza Lopes; referência acerca da designação de curadoria para as coleções; considerações sobre a curadoria de parte da coleção; considerações sobre a gestão de Francisco de Paula da Rocha Lagoa; comentários acerca da transferência da Coleção Entomológica para o HEC e suas consequências; alusão à importância de Orlando Vicente Ferreira para a coleção; considerações sobre a gestão de José Guilherme Lacorte; reflexões sobre o período que a Coleção Entomológica ficou no HEC; nova menção à gestão de Vinícius da Fonseca; breve relato sobre a aposentadoria compulsória de Orlando Vicente Ferreira e sua recontratação; reflexões acerca da atual conservação da coleção; novas considerações à gestão de Vinícius da Fonseca; a normatização da Coleção Entomológica; menção ao professor Costa Lima; a aquisição da Coleção Zikán; comentários sobre o desaparecimento do livro de registro; reflexões acerca das avarias sofridas pela coleção; a postura de alguns dirigentes quanto à Coleção Entomológica; a atuação de Wladimir Lobato Paraense como vice-presidente de Pesquisa da Fiocruz.

Fita 3 - Lado B
O perfil de Wladimir Lobato Paraense e sua postura frente à manutenção da Coleção Entomológica; referência ao papel de José Cândido de Melo Carvalho na manutenção da Coleção Entomológica no IOC; a postura de Francisco de Paula da Rocha Lagoa, Wladimir Lobato Paraense, Leonidas Deane e Paulo Gadelha quanto à Coleção Entomológica; a importância da Coleção Entomológica; o perfil de Sebastião José de Oliveira; as gestões de José Rodrigues Coura e Elói Garcia, na Vice-Presidência de Pesquisa; considerações sobre as técnicas de conservação da Coleção Helmintológica; comparação entre o quantitativo da Coleção Helmintológica e Entomológica; opinião acerca da entomologia vinculada à área médica; a implantação de laboratórios como centros de referência; considerações acerca do Laboratório Nacional e Internacional de Referência em Taxonomia de Triatomíneos do Departamento de Entomologia do IOC; a estratégia administrativa para os centros de referência criados na Fiocruz; menção à criação da Câmara Técnica de Implantação dos Centros de Referência e de Institucionalização das Coleções do IOC, em 1997; considerações sobre o processo de formação do centro de referência do Departamento de Entomologia; a importância da coleção de triatomíneos; breve relato sobre o fim do convênio com o BIRD; considerações sobre a manutenção do centro de referência apenas com verbas da FUNASA; considerações sobre a formação de coleções particulares e institucionais e sobre o registro de algumas coleções; breve referência à contratação de Dario Mendes pelo IOC para o registro das coleções; o perfil do pesquisador Leonidas Deane; menção ao estágio no The Natural History Museum para desenvolver projeto sobre morfologia e taxonomia de triatomíneos, em 1992; considerações sobre o Laboratório de Taxonomia e Bioquímica; referência ao número de artigos publicados; a abertura de um processo para publicar nas Memórias do Instituto Oswaldo Cruz em português; comentários sobre o periódico Entomologia y Vetores, criada por Rodolfo U. Carcavallo; a participação como 'referee' e editor no periódico Entomologia y Vetores; considerações sobre o perfil do pesquisador Herman Lent.

Fita 4 - Lado A
O perfil de Herman Lent; referência ao estágio na Divisão de Zoologia do Museu Nacional, com José Lacerda de Araújo Feio; reflexões sobre sua experiência profissional e pessoal.

Marcelo Sobral

Entrevista realizada por Tania Fernandes e Fernando Dumas, em João Pessoa (PB) , no dia 26 de março de 1998.

Sumário
Fita 1 - Lado A
Referência ao trabalho desenvolvido pelo Laboratório de Tecnologia Farmacêutica (LTF); a produção do LTF; o processo de validação científica do fitoterápico; a relação do LTF com a indústria farmacêutica; a publicação de resultados de pesquisas e a política de patentes; a relação da Universidade de São Paulo (USP) com a indústria farmacêutica; a relação do LTF com os organismos estatais.

Fita 1 - Lado B
Continua abordando a relação do LTF com o Estado; o papel do LTF na formação dos farmacêuticos; a relação do LTF com a Faculdade de Farmácia; a equipe de trabalho do LTF; os recursos e custos de manutenção do LTF; a relação do LTF com a etnofarmacologia; substâncias produzidas pelo LTF.

Fita 2 - Lado A
Comenta sobre os objetos de pesquisa do LTF; a disseminação das receitas populares de plantas e a validação do fitoterápico; a relação do LTF com a farmacologia e a fitoterapia; a relação do farmacologia com a fitoterapia; a pesquisa com plantas no Brasil; a comprovação científica dos fitoterápicos.

Fita 2 - Lado B
Referência a importância do fitoterápico no Brasil; sua escolha pela carreira de farmacêutico e sua trajetória acadêmica; a captação de recursos no LTF; a direção do LTF; a política salarial para os funcionários do LTF.

Paulo Barragat

Entrevista realizada por Tania Fernandes, Lina Rodrigues e Maria Gilda de Oliveira, no Rio de Janeiro (RJ), nos dias 22 de agosto e 12 de dezembro de 1996.

Sumário
Fita 1 - Lado A
Aborda sua origem familiar, a formação e as atividades profissionais do pai na Cidade de Petrópolis; sua educação básica e sua afinidade com a Química e a aviação; sobre concurso para aviador da Força Aérea Brasileira (FAB); sobre curso de Químico na Universidade do Brasil; sobre sua esposa; sua experiência como aluno do Colégio Interno São José; seu estágio no Instituto de Química Agrícola (IQA) e sua passagem pelo Instituto de Malariologia.

Fita 1 - Lado B
Sobre suas atividades e as condições de trabalho no Instituto de Malariologia; sobre a criação do Departamento Nacional de Endemias Rurais (DNERu); suas atividades no IQA e no laboratório de sua residência; sobre a Universidade do Brasil; sobre trabalho com inseticidas no Instituto de Malariologia; sobre o desenvolvimento e a patente dos inseticidas DDT e BHC.

Fita 2 - Lado A
Sobre as atividades do Instituto de Malariologia; sobre a Campanha Gambia promovida pela Fundação Rockefeller; sobre as atividades de Nestor e Madeira no Instituto de Malariologia; sobre Walter Mors e o trabalho de Jarede na aplicação de inseticidas; sobre as atividades do Departamento Nacional de Endemias Rurais (DNERu); sobre sua equipe de trabalho e sua mudança para Manguinhos; sobre a constituição da Fundação Instituto Oswaldo Cruz e a criação do Instituto de Produção de Medicamentos (INPROMED).

Fita 2 - Lado B
Sobre a criação da FAR-Manguinhos e a BIO-Manguinhos; sobre a relação da FIOCRUZ com a Central de Medicamentos (CEME) e a produção de medicamentos; sobre a relação da FIOCRUZ com a FINEP; sobre seu trabalho no conselho de Desenvolvimento Industrial do Ministério da Saúde; sobre patentes; sobre a relação da universidade com a indústria farmacêutica.

Fita 3 - Lado A
Referência à criação, objetivos e atividades do Instituto de Malariologia; sobre o funcionamento, direção e as pesquisas do Instituto Nacional de Endemias Rurais (INERu); sobre a trajetória de Mário Pinotti; sobre as instalações do Departamento Nacional de Endemias Rurais (DNERu) na Av. Rio Branco, Centro do Rio de Janeiro; sobre a fabricação do inseticida BHC.

Fita 3 - Lado B
Sobre o Serviço de Produtos Profiláticos (SPP); sua experiência e seus estudos nos Estados Unidos e sua ida para Manguinhos; sobre Carlos Modesto; sobre a Cidade das Meninas; sua mudança para o Serviço Nacional de Malária; sua saída do Instituto de Química Agrícola (IQA); suas atividades no Aeroclube de Manguinhos; sua atividade docente na Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP); sobre a aplicação do DDT nas residências e sobre acidente com ácido sulfúrico.

Fita 4 - Lado A
Referência à Neri Guimarães; sobre o Instituto Nacional de Produção de Medicamentos (INPROMED); sobre a localização de FAR-Manguinhos; sobre Wilson Aguiar; sobre suas atividades com a Central de Medicamentos (CEME); sobre a saída da CEME do Ministério da Saúde e sua subordinação ao INPS; sobre financiamento para fabricação de medicamentos no Serviço de Produtos Profiláticos (SPP); sobre a criação do SPP.

Fita 4 - Lado B
Sobre sua nomeação para direção do INPROMED; sobre convênio entre a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) com a FIOCRUZ e a NORQUISA para produção de medicamentos; sobre produção de soda cáustica na Indústria Salgema; sobre a criação e a atividade do Grupo da Indústria Farmacêutica (GIFAR); sobre sua nomeação para assessor da presidência da FIOCRUZ; sobre suas atividades atualmente na FIOCRUZ; sobre árvore que produz resina na Amazônia.

Fita 5 - Lado A
Sobre a produção de medicamentos e inseticida a partir de uma resina extraída de planta; sobre sua visita ao Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (INPA); sobre a possibilidade de industrialização de resina de árvore.

Alexandre do Valle

Entrevista realizada por Ana Paula Zaquieu e Dilene Raimundo do Nascimento, no Rio de Janeiro (RJ), nos dias 27 de abril, 04 e 18 de maio de 1998.
Sumário
1ª Sessão: 27 de abril
Fita 1 – Lado A
Aspectos de sua vida pessoal: a infância; a família; a situação financeira da família; a separação dos pais; o distanciamento do pai; o novo casamento da mãe; a relação com o padrasto. A opção profissional pela psicologia; o ingresso na PUC-Rio; as possibilidades oferecidas pelo curso de graduação e as dúvidas quanto à linha terapêutica a seguir; considerações sobre a psicoterapia existencialista; o interesse pela psicanálise e pelos textos de Gilles Deleuze e Félix Gattari. O início da vida sexual, o uso de preservativo como método anticoncepcional; o impacto limitado das informações sobre Aids em sua vida sexual.

Fita 1 – Lado B
Rápida menção as campanhas de prevenção. Os primeiros contatos com a Aids; as leituras de Michel Foucault e a influência profissional do psicanalista Jurandir Freire Costa. Menção ao engajamento no curso de graduação e à participação na organização de eventos na universidade. As primeiras informações sobre o Grupo pela Vidda, ainda durante a faculdade; o interesse “teórico” pela Aids; o impacto dos textos de Herbert Daniel. A relação entre seu comportamento “marginal” e o interesse pela temática da Aids; o sofrimento causado por seu comportamento “fora dos padrões”; as inquietações de ordem social; a identificação com as questões ideológicas ligadas às minorias. A monografia sobre Aids; a ida ao Grupo pela Vidda no final de 1992; o impacto da reunião de recepção e o ingresso definitivo no grupo; o desconforto inicial; o processo de integração; o convite para auxiliar na “recepção” do Grupo.

Fita 2 – Lado A
Breve histórico da “recepção” do Grupo pela Vidda e de seus objetivos; a composição dos voluntários; a integração no grupo. Ressalta a experiência pessoal adquirida durante os três anos na coordenação da reunião de recepção do Grupo Pela Vidda; as distinções entre a intervenção clínica e a proposta “política” da recepção, com o seu estímulo à uma maior interação comunitária. Os objetivos do Pela Vidda, a luta coletiva contra o isolamento, a opção de seus gestores por atividades de integração que não se assemelham aos serviços de assistência; o ingresso de novos voluntários para ajudar na recepção. Considerações sobre as múltiplas representações da Aids; o interesse profissional por questões relacionadas à construção de identidade. Relembra a ruptura brutal imposta aos soropositivos e o peso da identidade de “aidético” à época de seu ingresso no grupo. Define a “recepção” como um espaço de estímulo à pluralidade e a diversidade no que se refere à relação com a Aids.

Fita 2 – Lado B
O objetivo das reuniões de recepção, dinâmica, respeito às particularidades, o estímulo à multiplicidade na convivência com a doença; alusão à um episódio que ilustra a diversidade presente em todas as reuniões. Menção às suas atividades profissionais anteriores ao Grupo; as dificuldades financeiras; a primeira remuneração como coordenador da reunião de recepção; o envolvimento em outras atividades internas; a especialização profissional em temas ligados à Aids e à sexualidade; o trabalho voluntário no Disque-Aids. A participação num projeto coordenado pelo pesquisador Richard Parker da Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids (ABIA). Comenta a tensão entre a ABIA e o Grupo pela Vidda, ressaltando as dificuldades em estar trabalhando nas duas instituições. Histórico do Grupo Pela Vidda: a origem como projeto da ABIA; a dependência financeira da ABIA; as relações entre as duas instituições sob a liderança de Herbert Daniel; a morte de Herbert Daniel e o início da incompatibilidade de interesses; as tensões referentes ao financiamento do projeto HSH (Homens que fazem sexo com homens); os desentendimentos que resultaram na ruptura final. Alusão ao seu desinteresse profissional pela área acadêmica e a clara opção pelas atividades do Grupo Pela Vidda. O ingresso no projeto HSH. Menção às duas coisas que marcaram profundamente sua trajetória profissional em 1994: a vitória no concurso financiado pela USAID, permitindo-lhe a ida para o curso de capacitação sobre “elaboração e implementação de projetos na área de Aids” na Califórnia e a participação, como representante do Pela Vidda, no Congresso de Yokohama, no Japão.

2ª Sessão: 04 de maio
Fita 3 – Lado A
Longas considerações sobre Aids e o uso de drogas; a participação num curso sobre redução de danos para os usuários de drogas; a proposta do curso. Alusão à realidade carioca e à difícil penetração no universo dos usuários de drogas injetáveis na cidade do Rio de Janeiro. Menção às experiências bem sucedidas da Austrália e da Holanda; as especificidades da realidade brasileira e dificuldades em se implantar um programa deste tipo no Brasil. Rápidos comentários sobre o grupo de convivência criado para usuário de drogas contaminados pelo HIV no Pela Vidda. Referência ao forte “tabu” que cerca o uso de drogas no Brasil, dificultando o seu enfrentamento. O distanciamento atual do Pela Vidda com questões relacionadas às drogas. O desinteresse profissional pela questão das drogas; a falta de estímulo diante dos baixos índices de sucesso no tratamento clínico com usuários de drogas; o desinteresse do Pela Vidda em atuar junto aos usuários de drogas. Comenta o contato com o trabalho desenvolvido em Osasco/SP. O impacto, em sua vida pessoal, da aproximação com as questões relacionadas à Aids. A percepção da sexualidade como uma construção social. Considerações sobre o processo de construção de identidade. Os aspectos culturais que envolvem as atividades de prevenção. A sua relação pessoal com a sexualidade: as inquietações da adolescência; a opção sexual pelas mulheres, a despeito de suas características pouco máculas; a sua relação afetiva com os homens. Ressalta os aspectos interessantes de sua “ambiguidade”. Discussão sobre a origem da homossexualidade; rechaço à ideia da predisposição genética. Enfatiza os aspectos culturais e históricos que fazem com que os significados da homossexualidade se transformem no tempo e no espaço. Volta a falar da experiência adquirida no curso de capacitação financiado pela USAID na Califórnia.

Fita 3 – Lado B
A experiência cultural proporcionada pelo curso; a convivência com o grupo de africanos que compunha a turma; a realidade sexual africana e a forma como a luta contra a Aids se organiza naquele continente. A organização comunitária contra a Aids em São Francisco. Os desdobramentos do curso no Brasil. As especificidades das organizações comunitárias americanas. A tensão crescente entre a ABIA e o Grupo pela Vidda; os privilégios garantidos à ABIA em função de sua organização e do prestígio acadêmico dos seus integrantes. A secundarização e a falta de autonomia do “staff” do Pela Vidda na execução do projeto HSH; o fim da participação do Pela Vidda na execução do projeto HSH; a mudança de sede, em 1995. Menção às suas próprias dificuldades financeiras. As propostas de Herbert Daniel; o seu papel, fundamental, de liderança junto às duas instituições. A morte, em 1992, de Herbert Daniel e o início das tensões institucionais entre os dois Grupos, que culminariam numa ruptura final em 1995. A mudança de sede do Pela Vidda. As diferenças institucionais entre a ABIA e o Grupo pela Vidda: o perfil “tradicional” da ABIA, com ênfase na formação técnico-profissional de seus funcionários; em oposição ao perfil engajado, mantido por um grande número de voluntários, do Grupo pela Vidda. Menção à participação do Betinho na ABIA e do Herbert Daniel e no Grupo pela Vidda. A ida à Conferência Internacional de Aids no Japão, em 1994; suas impressões sobre a Conferência.

Fita 4 – Lado A
Características culturais do Japão, a forte repressão sexual e a desinformação sobre Aids. A ênfase do Encontro nas discussões sobre sexualidade. A participação, como coordenador, do projeto “Banco de Horas”; o convite, recusado, para trabalhar como coordenador de aconselhamento do programa de Aids do Ministério da Saúde. Longa exposição sobre a história do projeto “Banco de Horas”, cujo objetivo é, através de uma rede de profissionais, oferecer psicoterapia gratuita para soropositivos. A participação na organização do show “Questão de Honra”, cujo objetivo era mobilizar a classe artística na luta contra a Aids. As atividades e os financiadores atuais do projeto; o alto nível do material de apoio produzido; o perfil socioeconômico da clientela atendida; a distribuição regional dos profissionais filiados ao projeto; as áreas de concentração de interesse do projeto. A atuação como coordenador de projetos do Pela Vidda.

Fita 4 – Lado B
Menção à sobrecarga de trabalho; o prazeroso papel de gestor do grupo. A organização institucional do Grupo, as coordenações de projeto, os financiamentos; referência ao projeto “Buddy”, que se propõe fazer acompanhamento domiciliar aos doentes de Aids; o contato com os financiadores. Considerações sobre a tensão existente entre soropositivos e soronegativos no interior do grupo; o efeito do empobrecimento da epidemia sobre o perfil dos participantes do grupo. A visibilidade alcançada pelo Grupo. Menção a episódios que ilustram essa tensão no dia-a-dia do grupo, as tentativas, ainda frustradas, de superação dos conflitos.

3ª Sessão: 18 de maio
Fita 5 – Lado A
O papel das Ongs/Aids no cenário público brasileiro; a herança do movimento gay; as semelhanças com as organizações comunitárias europeias e americanas; o impacto político de sua luta por direitos de cidadania e contra o avanço da epidemia. Traça a trajetória das Ongs/Aids no Brasil, dividindo-as em duas gerações: a primeira, onde estariam incluídos os GAPAS e a ABIA, de perfil mais intelectualizado e voltadas para uma política de monitoramento das ações governamentais; e a segunda, onde estariam os Grupos pela Vidda e o GIVE-SP, instituições que se propuseram, deste sua fundação, a criar um espaço de voz e atuação política dos doentes. A fragmentação dos objetivos das Ongs atualmente; as iniciativas de integração através dos fóruns regionais. O papel das Ongs como um espaço de referência fundamental para as pessoas que vivem com Aids, diante da contínua fragilização dos serviços oferecidos pelo governo. Os efeitos da parceria com o governo; o processo de institucionalização do Grupo e de legitimação das Ongs no mundo. Considerações sobre o arrefecimento das críticas às ações governamentais na luta contra a epidemia no Brasil; o avanço das políticas públicas de combate à epidemia. Avaliação positiva dos serviços de saúde oferecidos no Rio de Janeiro. Crítica à postura política descompromissada do governo do estado do Rio de Janeiro e da administração municipal da cidade do Rio de Janeiro para com as Ongs. Os limites e as possibilidades das negociações com os canais oficiais; a pouca receptividade do ativismo político atualmente e a necessidade de reinvenção contínua de canais de negociação. Menção ao papel do Encontro Anual de Pessoas Vivendo Com Aids (Vivendo), organizado em parceria entre o Grupo e pelo Grupo pela Vidda- Niterói; o processo de organização do evento; o impacto do evento, a mobilização desencadeada por ele e seus desdobramentos.

Fita 5 – Lado B
Rápida avaliação dos Encontros anuais promovidos pelo Grupo: preocupação com o crescimento contínuo do evento; a participação maciça de representantes de Ongs de outros estados; o perfil do voluntariado; os financiadores. Avaliação das campanhas oficiais de prevenção à Aids; a sua pouca eficácia; as limitações das estratégias adotadas; o equívoco das campanhas centradas no carnaval e no dia 1º de dezembro (Dia Mundial de Luta contra Aids); o alcance limitado das campanhas de televisão; o difícil caminho da inovação no âmbito da transmissão de informação e da mudança de comportamento; a burocracia e as disputas políticas que acompanham todo o processo de elaboração das campanhas. O equívoco e a inutilidade da rígida categorização dos grupos de risco; ressaltando os complexos específicos aspectos culturais e identitários que envolvem a questão.

José Rodrigues Coura

Entrevista realizada nos dias 08 de janeiro de 1998, 09 e 22 de dezembro de 1999 e 03 de abril de 2000.

Wladimir Lobato Paraense

Entrevista realizada por Anna Beatriz de Sá Almeida e Magali Romero Sá, na Fiocruz (RJ), entre os dias 03 de junho e 05 de novembro de 1998.
Sumário
Fita 1 - Lado A
A descoberta de caramujos infectados com esquistossoma em um córrego no IOC e as medidas profiláticas adotadas; considerações acerca dos trabalhos pioneiros de Adolpho Lutz com moluscos no IOC e a introdução desta espécie no IOC; as aulas de histologia ministradas por Jaime Aben Athar na Faculdade de Medicina e Cirurgia do Pará e seu perfil profissional; a experiência no Laboratório de Biologia da Santa Casa da Misericórdia; a aquisição da primeira coleção de lâminas; a viagem a Recife e a procura por emprego; o primeiro contato com a Faculdade de Medicina de Recife.

Fita 1 - Lado B
Os contatos com Aloísio Bezerra Coutinho e Jorge Lobo e o interesse despertado pela Coleção de Lâminas trazidas de Belém do Pará; o concurso para o internato no Hospital Oswaldo Cruz, em Pernambuco; a transferência para a Faculdade de Medicina de Recife; o ingresso no Hospital Oswaldo Cruz; a importância do trabalho realizado no hospital em sua formação profissional; o primeiro contato com Aggeu Magalhães e breve referência ao seu perfil e trajetória profissional; a aquisição de bolsa de estudo em anatomia patológica na USP, concedida por Assis Chateaubriand em 1938; a viagem para São Paulo; breve alusão ao encontro com Assis Chateaubriand, no Rio de Janeiro, e os métodos utilizados por ele para angariar recursos para a concessão de bolsas de estudo.

Fita 2 - Lado A
O trabalho realizado na USP e a orientação de Jorge Queiroz Teles Tibiriça; breve referência ao estudo autodidata sobre o sistema nervoso humano; considerações acerca das precárias condições de vida dos imigrantes nordestinos em São Paulo, tendo como consequência um alto índice de mortalidade; lembrança do transtorno ao diagnosticar casos de esquistossomose e doença de Chagas em autópsias realizadas em corpos de imigrantes e as discussões travadas com Cunha Mota sobre estes diagnósticos; a decisão de escrever uma tese sobre esquistossomose; a continuidade da pesquisa na área de patologia; breve referência aos convites de Evandro Chagas para trabalhar no estado do Pará e no estado de Pernambuco; a opção pelo IOC; o ingresso no laboratório de Evandro Chagas; as pesquisas realizadas sobre leishmaniose visceral; as iniciativas de Evandro Chagas para a criação do Instituto de Patologia Experimental do Norte (IPEN); relato da coleta de material para autópsias no estado do Pará; a decepção dos que voltaram para Recife após o estágio na USP e a decisão de permanecer no Rio de Janeiro.

Fita 2 - Lado B
O convite de Evandro Chagas para participar de um curso de malária no estado do Pará, em 1940; lembranças da morte de Evandro Chagas; a alternativa encontrada por Carlos Chagas Filho para financiar sua permanência no IOC; a necessidade de prestar esclarecimentos a Assis Chateaubriand da sua recusa em retornar a Recife; menção às primeiras publicações sobre leishmaniose visceral; o curso ministrado no Estado do Pará e os primeiros estudos do ciclo da malária; as intenções de Evandro Chagas ao indicar o professor Antônio Emeriano de Souza Castro para a direção do IPEN; a primeira publicação sobre malária; considerações sobre a importância dos desenhistas no trabalho científico; menção ao pioneirismo de seu trabalho sobre o ciclo da malária; comparação entre as condições de trabalho no Brasil e na Alemanha; a sua decisão de reiniciar os estudos de leishmania; a importância do seu estudo sobre a dispersão da Leishmania enriettii em cobaia e o auxílio para a compreensão da leishmaniose humana; a ida para Belo Horizonte; o convite para trabalhar no SESP; breves comentários sobre a criação do SESP; considerações sobre a esquistossomose na região do Vale do Rio Doce.

Fita 3 - Lado A
O convite para trabalhar como pesquisador associado do SESP; as primeiras impressões sobre o trabalho e a resistência inicial em aceitar o convite; breves considerações acerca da participação no Conselho do CNPq; a resolução de aceitar o convite para trabalhar no SESP e a montagem do laboratório em Belo Horizonte, em 1954; o início das investigações sobre os focos de esquistossomose em Belo Horizonte; os problemas relacionados à nomenclatura e à classificação de moluscos; a metodologia utilizada na coleta de moluscos; o trabalho sobre os moluscos encontrados em Belo Horizonte; comparação entre as espécies encontradas em regiões do Estado de Minas Gerais; a necessidade de viajar para Pernambuco à procura de espécimes de moluscos; a decisão do CNPq de encerrar as pesquisas com moluscos; os embates e a solução encontrada para a continuidade da pesquisa; lembranças da emoção da descoberta de caramujos albinos; breves referências às pesquisas genéticas realizadas com os moluscos.

Fita 3 - Lado B
O interesse pela malacologia; o trabalho realizado no Hospital da Santa Casa da Misericórdia de Belo Horizonte; considerações sobre a organização do SESP e suas prioridades durante a Segunda Grande Guerra Mundial; reflexões sobre a boa qualidade dos serviços oferecidos pelo SESP; a necessidade da realização de trabalhos voltados para a esquistossomose na década de 1950; referências ao convite para investigações voltadas à taxonomia de moluscos; reflexões acerca dos problemas relacionados à sistemática dos moluscos; o trabalho realizado no SESP.

Fita 4 - Lado A
A metodologia utilizada no trabalho com os moluscos; referência à trajetória profissional de Nilton Deslandes e sua aptidão para o trabalho científico; considerações sobre o grupo de trabalho no SESP; referência aos problemas enfrentados na classificação de moluscos; a conservação e catalogação das fontes de pesquisas realizadas com moluscos; os problemas enfrentados na publicação dos resultados destas pesquisas; considerações sobre as dificuldades do SESP no combate a determinadas espécies de moluscos no vale do São Francisco e sua contribuição para solucionar o problema.

Fita 4 - Lado B
O procedimento metodológico utilizado nas pesquisas com moluscos; a publicação em inglês do artigo referente à pesquisa em 1954; referência à decisão de se extinguir os moluscos em Belo Horizonte; as espécies de moluscos encontradas na região de Santa Luzia, Minas Gerais; as investigações genéticas realizadas com caramujos; considerações sobre o seu interesse pelas coleções; o encerramento da pesquisa pelo SESP; o convite para trabalhar no Serviço Nacional de Malária; a vinculação das pesquisas em esquistossomose ao Serviço Nacional de Malária.

Fita 5 - Lado A
Comentário sobre a passagem pelo DNERu a partir de 1959; menção à coleta e pesquisa de moluscos planorbídeos realizadas pelo SESP nas regiões Norte e Nordeste do Brasil e na América Latina nos anos 1950; as técnicas e experiências genéticas realizadas com moluscos; os desafios com as pesquisas de moluscos coletados no Brasil; a necessidade de coletar moluscos em diversos países da América Latina; o financiamento recebido do CNPq para coletar moluscos planorbídeos no Peru, Bolívia, México, Cuba e Venezuela; relato das viagens de coletas realizadas em países da América Latina, em 1956.

Fita 5 - Lado B
Relato das viagens de coleta realizadas na América Latina, em 1956.

Fita 6 - Lado A
A passagem por Cuba para coleta de moluscos; a importância do auxílio de professores locais na coleta do material; a diversidade de moluscos encontrados em Cuba; a necessidade de coletar urna espécie de molusco no lago de Valência, na Venezuela; relato de sua estadia na Venezuela.

Fita 6 - Lado B
Considerações sobre a atividade de coleta realizada na Venezuela; a coleta de um exemplar vivo de molusco planorbídeo; as divergências com pesquisadores sobre a espécie coletada; o convite da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) para participar do comitê sobre moluscos e esquistossomose em Washington (EUA); as dificuldades quando da elaboração do guia; a nomeação e gestão na direção do INERu entre 1961 e 1963; o comitê sobre moluscos e esquistossomose em Washington.

Fita 7 - Lado A
Relato da reunião promovida pela OPAS, em Washington; considerações sobre a criação do Centro Nacional de Identificação de Planorbídeos no seu laboratório na década de 1960; as viagens realizadas pela América Latina para identificação de moluscos planorbídeos patrocinadas pela OPAS e Fundação Rockefeller; o estado atual da catalogação do material coletado nesta época; a visita de um pesquisador da Fundação Rockefeller e a oferta para auxilio às pesquisas com moluscos planorbídeos; menção às pesquisas que vem realizando atualmente com pesquisadores norte-americanos; o envio de materiais da coleção para estes pesquisadores; considerações sobre o estado atual da Coleção Malacológica; relato da viagem de coleta feita na cidade de Cochabamba, na Bolívia; a transferência do Centro Nacional de Identificação de Planorbídeos para a Universidade de Brasília (UnB), em 1968.

Fita 7 - Lado B
Considerações sobre a viagem para a Argentina, em 1972, a convite do Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas (CONICET) para auxiliar na elaboração de um livro sobre a fauna local; as coletas de moluscos realizadas na Argentina; considerações sobre o retomo à Fiocruz, em 1976, e a continuidade das pesquisas com moluscos planorbídeos; relato sobre a passagem pela UNB entre 1968 e 1976; o convite do presidente da Fiocruz, Vinícius da Fonseca, para que retornasse à instituição; considerações sobre o estado atual da Coleção Malacológica: o material catalogado e os cuidados e técnicas para conservação e dissecação do acervo.

Fita 8 - Lado A
Relato sobre as técnicas de conservação dos moluscos planorbídeos; a introdução da metodologia de dissecação de moluscos em Cuba, em 1956; as dificuldades na transferência para o Brasil do material coletado em Cuba; considerações sobre a passagem pela Vice-Presidência de Pesquisa da Fiocruz entre 1976 e 1978; a prática das revistas de carros na gestão de Vinícius da Fonseca; comentários sobre a importância das coleções científicas da Fiocruz; considerações sobre sua responsabilidade para com a Coleção Malacológica; o empréstimo de materiais da coleção para pesquisadores nacionais e estrangeiros.

Itália Kerr

Entrevista realizada por Anna Beatriz de Sá Almeida e Magali Romero Sá, na Fiocruz (RJ), nos dias 01 e 29 de abril de 1998.
Sumário
Fita 1 - Lado A
Origem familiar; chegada dos pais ao Brasil no contexto da Segunda Grande Guerra e do regime fascista na Itália; a primeira viagem à Itália aos três anos; lembranças da infância em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais; a adolescência nas cidades de Ouro Preto, Belo Horizonte e Rio de Janeiro; os primeiros estudos em Minas Gerais e o ambiente escolar; os hábitos familiares e a disciplina imposta pelo pai; o curso científico no Colégio Andrews e os professores; a graduação em educação física e a mudança para o curso de história natural.

Fita 1 - Lado B
O apoio do pai à opção pelo curso de história natural, na Faculdade Nacional de Filosofia; considerações sobre o curso na Escola de Educação Física; a transferência para a Universidade Estadual; as aulas de Olympio da Fonseca e o interesse pela biologia e pela pesquisa laboratorial; lembranças da adolescência em Minas Gerais e no Rio de Janeiro com a irmã; o ingresso no IOC como bolsista na área de esquistossomose, com os professores Olympio da Fonseca e Geth Jansen; a mudança para cancerologia com o professor Jorge Guimarães, na década de 1950.

Fita 2 - Lado A
Comentários sobre a nomeação como biologista interina do IOC na área de cancerologia; considerações sobre a tese em cancerologia experimental elaborada para um concurso organizado pelo DASP e as disputas na época; o trabalho de pesquisa no INCA.

Fita 2 - Lado B
Considerações sobre a cassação de Jorge Guimarães; o retorno ao IOC; comentários sobre a gestão de Vinícius da Fonseca e as mudanças estruturais no IOC; o desmembramento do Departamento de Patologia, o momento da mudança regimental do IOC e a opção pelo regime da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT).

Fita 3 - Lado A
Comentários sobre a opção pela CLT e as diferenças entre os regimes estatutário e celetista; a gestão Guilardo Martins Alves, reestruturação do Departamento de Patologia e as dificuldades de trabalho com o Paracoccidioides brasiliensis; a ajuda de Pedrina de Oliveira neste período e os estudos sobre as várias espécies de fungos.

Fita 4 - Lado A
Menção ao trabalho da bolsista Júlia Rolão Araripe; os cursos de biologia parasitária ministrados no IOC; algumas considerações sobre questões de segurança no trabalho, biossegurança etc; comentários sobre a importância da Coleção de Anatomia Patológica.

Fita 4 - Lado B
A Coleção de Anatomia Patológica; comentários sobre o trabalho entre a Fundação Rockefeller e o Serviço Nacional de Febre Amarela (SNFA); o contato com a coleção de Febre Amarela da Fundação Rockefeller; as mudanças ocorridas durante a presidência de Vinícius da Fonseca; a mudança do Departamento de Patologia para o Pavilhão Lauro Travassos; considerações sobre a produção de vacinas na Fiocruz.

Fita 5 - Lado A
A produção de vacinas na Fiocruz; a gestão de Vinícius da Fonseca e Guilardo Martins Alves; comentários sobre a gestão de José Rodrigues Coura no IOC e a produção de vacinas; considerações sobre Henrique Lenzi e o interesse pela Coleção de Febre Amarela; a importância dos auxiliares técnicos na mudança da coleção; as consequências da mudança; a recuperação das Coleções de Febre Amarela e de Anatomia Patológica; o processo de construção das coleções: gavetas, lâminas, amostras, documentação etc.

Fita 5 - Lado B
A Coleção de Febre Amarela: a recuperação do acervo, a reestruturação do espaço, a participação da COC/Fiocruz; menção a Rostan Soares e a localização da coleção; a recuperação da Coleção de Anatomia Patológica; as técnicas de conservação das peças anatômicas; os cuidados com os armários e gavetas; as lâminas da Coleção de Febre Amarela.

Fita 6 - Lado A
Breve consideração sobre o trabalho da Fundação Rockefeller no Brasil; a importância da documentação relativa à Coleção de Febre Amarela para a história da doença; agradecimentos pela realização da entrevista.

Dráuzio Varella

Entrevista realizada por Ana Paula Zaquieu e Dilene Raimundo do Nascimento, no Rio de Janeiro (RJ), nos dias 02 e 09 de maio de 1998.
Sumário
1ª Sessão: 02 de maio
Fita 1 – Lado A
A infância em um bairro operário em São Paulo; a origem europeia, pais, avós, o cotidiano no cortiço de imigrantes e a morte prematura da mãe; diferenças culturais entre espanhóis e portugueses; dedicação do pai ao trabalho e o esforço que os filhos fossem universitários; ingresso na faculdade de medicina da USP e o trabalho como professor de cursinho pré-vestibular; temperamento autoritário do pai; desempenho 'medíocre' ao longo do curso de medicina e sua conclusão; período de indefinição profissional, encontro com Vicente Amato e a ida para o hospital do Servidor Público; o grande interesse por medicina contrapondo-se ao descaso com o curso médico; contato com a equipe médica do Hospital dos Servidores, interesse por imunologia e a grande virada profissional, no início dos anos 1970; avanços nas pesquisas em imunologia e a aproximação com a oncologia; a pesquisa clínica com o uso de BCG oral em pacientes com Melanoma.

Fita 1 – Lado B
O sucesso e a repercussão das primeiras pesquisas clínicas com BCG oral em doentes com Melanoma; intercâmbio com o hospital Memorial de Nova Iorque, ida para Nova Iorque, em 1983, e o primeiro contato com casos de Sarcoma de Kaposi em doentes de AIDS; o despreparo dos médicos em lidar com a doença, comentário sobre os altos índices de morbi-mortalidade da Síndrome, perfil 'chic' dos primeiros contaminados e o contato com os doentes homossexuais; a 'antevisão' da ampla rede de transmissão heterossexual da doença no Brasil; considerações sobre os mecanismos gerais de transmissão dos agentes infecciosos; ênfase no equívoco científico da apressada associação da AIDS à comunidade homossexual e consequências para o controle futuro; crítica ao preconceito contra os homossexuais; condicionantes genéticos do comportamento sexual; a alta contagiosidade das drogas injetáveis e a ineficácia das campanhas de distribuição de seringas descartáveis; comentário sobre a experiência com uma 'roda de baque' (roda de usuários de cocaína injetável), assistida e gravada em São Paulo, e a descrição do comportamento dos envolvidos; alternativa de prevenção entre os usuários de drogas: substituição da droga injetável pelo 'crack'; a experiência com usuários de drogas no Carandiru (SP).

Fita 2 – Lado A
As diferenças de ação e efeito entre a cocaína injetada, inalada e o crack no organismo humano; a experiência de substituição da droga injetada pelo crack entre os presos do Carandiru; os efeitos nocivos do crack e da cocaína inalada; a pesquisa conduzida entre os presos do Carandiru e o trabalho de intervenção: estratégias de persuasão, atendimento clínico, informações básicas sobre a transmissão da Aids, contaminação via droga injetável; os sinais de sucesso da iniciativa; efeito da proximidade dos presos com a Aids e o medo da morte como uma possível explicação da substituição da droga injetável pelo crack; a subnotificação da doença e seus problemas; a predileção pela oncologia e o fascínio pelo desafio à morte; os avanços da ciência médica e o papel do médico junto ao paciente; relação de complementaridade entre a arte (as relações humanas) e a técnica (o saber científico) no processo de cura; comentários sobre a fundamentação técnico-científica da chamada medicina alternativa.

Fita 2 – Lado B
A interação entre técnica e relações humanas como o caminho para a medicina do futuro e a mudança na relação médico-paciente; episódios de desrespeito no atendimento ao paciente presenciados em seu período de 'interno' no Hospital das Clínicas (SP); a precariedade dos hospitais públicos no Brasil, o equívoco na concepção do Estado como entidade prestadora dos serviços de saúde e a experiência como chefe do serviço de oncologia num hospital do INAMPS; a reação de seus pacientes diante do diagnóstico de AIDS; impacto dos novos tratamentos sobre os soropositivos e mudanças na concepção da doença.

2ª Sessão: 09 de maio
Fita 3 – Lado A
A ascendência europeia, o sentimento de pertencimento à cultura brasileira e a opção por viver no Brasil; exaltação à diversidade cultural do Brasil e comparação entre as características culturais dos brasileiros e dos europeus; seus casamentos; comentários sobre o comportamento contraditório dos detentos do Carandiru diante da morte e do diagnóstico de AIDS; comentários sobre as campanhas de prevenção; o equívoco das iniciativas de distribuição de seringas como meio de prevenção da transmissão da doença; a experiência de substituição da droga injetável pelo crack entre os detentos do Carandiru; as especificidades culturais dos países europeus onde a experiência apresentou resultados significativos; o costume de partilhar a droga como uma característica que inviabiliza a eficácia dos programas de distribuição de seringas individuais; a experiência com campanhas de prevenção em emissoras de rádios paulistas e a eficácia das campanhas voltadas para públicos específicos; comentários sobre a campanha do “Bráulio”; o equívoco das campanhas de carnaval; a questão dos preservativos e a reduzida oferta no mercado brasileiro; a importância de campanhas objetivas e tecnicamente engajadas.

Fita 3 – Lado B
A intervenção da Igreja e a influência de interesses políticos no processo de elaboração das campanhas; defesa por campanhas menos políticas e mais técnicas; avaliação positiva da atuação das ONG's/Aids no Brasil; as condições que propiciaram a proliferação do vírus HIV nas comunidades homossexuais; o pioneirismo das ONG's/Aids; participação na Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo no início dos anos 1990; o projeto de prevenção às DST's; os resultados práticos durante sua participação no governo; a burocracia e irracionalidade dos meios adotados pelos técnicos do governo de São Paulo para a gestão do empréstimo do BIRD destinado ao controle e prevenção da Aids no Brasil, no início dos anos 1990; avaliação dos resultados destes empréstimos; descrição dos avanços gradativos no tratamento clínico da doença e as dificuldades iniciais em diagnosticar as doenças oportunistas; os efeitos limitados dos primeiros medicamentos disponíveis para o controle clínico da doença; o impacto de sua entrevista num programa de TV sobre estes medicamentos e a rápida liberação de novos medicamentos; a divulgação impactante dos avanços da medicina sobre a comunidade médica como estratégia para os médicos se atualizarem; o grande avanço clínico representado pelos 'inibidores de protease'.

Fita 4 – Lado A
Razões que permitem que doentes de AIDS com elevada carga viral e baixíssimo número de CD4 não desenvolvam doenças oportunistas; a formação genética dos vírus, a ação do vírus HIV e possíveis formas de combatê-lo; os possíveis efeitos colaterais, a longo prazo, das novas terapias anti retrovirais; avaliação dos congressos científicos internacionais; crítica ao comportamento dos ativistas europeus e americanos; garantia de uma maior sobrevida proporcionada pelos retrovirais; o alto índice de desistência durante o tratamento e as dificuldades encontradas pelos pacientes em mantê-lo; a convivência com a morte frequente de pacientes; o fascínio pelos desafios da oncologia; a descoberta, depois de anos de medicina, do importante papel do médico nos últimos momentos de vida dos pacientes em fase terminal; a relação com a morte e a Aids: o caso de seu irmão.

Fita 4 – Lado B
A serenidade do irmão durante o tratamento; sobre a sua relação pessoal com a morte; a AIDS como um dos resultados do processo liberação sexual dos anos 1960; o impacto da AIDS sobre o comportamento sexual da juventude.

Simone Maria Borges Lira Bezerra

Entrevista realizada por Ana Paula Zaquieu e Dilene Raimundo do Nascimento, no Rio de Janeiro (RJ), nos dias 22, 27 de janeiro e 08 de fevereiro de 1998.
Sumário
1ª Sessão: 22 de janeiro
Fita 1 – Lado A
A composição familiar, separação dos pais e a ida para Recife com a mãe; o segundo casamento da mãe e sua morte; a volta para o Rio de Janeiro, os amigos; a forte ligação afetiva com uma das irmãs. A volta para o Rio de Janeiro, a vida mais independente do meio familiar; a diferença de idade e o distanciamento dos outros irmãos; as escolas que frequentou no Rio e Recife; a escola de freiras em Recife; a intensa participação nas atividades propostas pelo colégio; o engajamento político e a importância da escola pernambucana. O ingresso na faculdade de medicina veterinária; a morte da mãe.

Fita 1 – Lado B
A volta para o Rio de Janeiro; a interrupção da faculdade; os irmãos; a opção pelo trabalho; longos comentários sobre o emprego atual, a função exercida, o ambiente de trabalho, a relação de prazer com suas atividades. O HIV e a percepção da morte, a vontade de viver bem. Cita livros e filmes que impactaram sua vida afetiva, a busca por uma maior valorização do outro. A relação com o HIV.

Fita 2 – Lado A
Sua condição clínica anterior, a Diabetes descoberta no final da adolescência; a descoberta do HIV; a crença na impossibilidade da contaminação; a relação com os membros do Grupo pela Vidda, o preconceito. Considerações sobre seu distanciamento das questões relacionadas à doença antes do diagnóstico, o descuido com a prevenção, o entendimento da Aids como doença do outro, a dificuldade da sociedade em tratar questões relacionadas à Aids e à sexualidade. O desespero do momento do diagnóstico agravado pela falta de informação sobre a doença, pela omissão da sociedade diante da doença e pelos tabus que cercam a Aids. A imagem do Cazuza como representação do doente de Aids. O doloroso processo até a confirmação do diagnóstico, a solidariedade de uma colega de trabalho. Menção às diferenças individuais no momento do diagnóstico de Aids e às especificidades do significado da doença entre as classes populares. A reação solidária do namorado; as férias na casa da irmã no Recife e o adiamento na confirmação do diagnóstico, vista hoje como uma forma de “fugir” do HIV. A relação distante entre os outros irmãos e a opção em ocultar-lhes o diagnóstico.

Fita 2 – Lado B
Algumas considerações sobre o relacionamento entre os irmãos. O contato com o Grupo Pela Vidda poucos meses depois do diagnóstico; a consulta com um especialista em Aids e a relação de segurança estabelecida com o médico. Considerações sobre as contradições dos relacionamentos amorosos diante da Aids: o silêncio sobre a Aids, o abandono do preservativo a partir do momento em que a relação se torna estável, o uso do preservativo como método anticoncepcional. Comentários sobre a reação do namorado que optou por não fazer o teste anti-Aids. A preocupação em não contaminar o parceiro; crítica aos soropositivos que mantêm relações sexuais sem preservativos. Avaliação da sua vida sexual após o contágio; o medo diante da possibilidade de sexo; menção à um episódio em que a sensação de medo interrompeu um contato mais íntimo com o ex-namorado. Considerações sobre o relacionamento cúmplice e amigo com o ex-namorado. O contato com a experiência individual de outras pessoas e a gradativa superação do bloqueio sexual; a busca por um apoio terapêutico. O impacto do primeiro contato com o Grupo pela Vidda; o diálogo com antigos integrantes do Grupo; a mudança gradativa na relação cotidiana com a doença.

Fita 3 – Lado A
O processo de assumir a doença; a busca do equilíbrio, o gradativo amadurecimento no convívio com a doença e com os outros, o efeito da primeira participação numa manifestação organizada pelo Grupo. O convite de uma revista interessada em depoimentos de mulheres soropositivas para uma entrevista. Parênteses para, contrapondo-se à visão negativa sobre a imprensa, avaliar sua importância estratégica. A elaboração de um texto retratando seus sentimentos em relação à doença. A concessão da entrevista e a publicação do texto. Considerações sobre a repercussão da matéria.

2ª Sessão: 27 de janeiro
Fita 4 – Lado A
O processo de integração no Grupo Pela Vidda, a participação intensa nos debates promovidos pela Tribuna Livre - espaço do Grupo destinado às discussões referentes à Aids. Considerações sobre o que ela chama de “auto-preconceito”, ou seja, a dificuldade do soropositivo em aceitar sua nova condição. A importância da identificação entre os integrantes do Grupo, o despertar de um sentimento de integração e pertencimento. Os receios quanto a um novo relacionamento com um “soronegativo”. A resistência, comum entre as pessoas que, por negarem a doença, não usam preservativo. Comentários sobre os aspectos comportamentais que envolvem a questão do preservativo, tais como: o silêncio, a desinformação que envolve a sexualidade, o amor, a irresponsabilidade, a superficialidade, os tabus sexuais, a pluralidade no processo de assimilação das informações sobre a doença, a percepção do risco. Para ilustrar, cita a participação no evento em comemoração ao dia 1º de dezembro (Dia Mundial de Luta Contra Aids), para avaliar as diferentes reações das pessoas diante da abordagem do Grupo que, na ocasião, distribuía preservativo aos passantes. Questionamento quanto à maneira mais apropriada de estimular a prevenção.

Fita 4 – Lado B
A revelação do diagnóstico entre as amigas. Aponta as fases do processo até a aceitação da doença. A partir de sua experiência pessoal, avalia o importante papel do soropositivo na construção de uma imagem mais positiva da Aids. A falta de autoestima como uma das possíveis explicações para a resistência ao uso do preservativo. Menção a sua experiência pessoal para ilustrar o peso da associação Aids/preservativo; a necessidade afetiva de manter uma relação sexual com um parceiro soropositivo sem preservativo. Considerações sobre a ineficácia das campanhas; longa discussão na busca de caminhos alternativos mais eficazes na luta contra o avanço da doença; menção aos aspectos culturais e identitários que envolvem a percepção do risco da doença.

Fita 5 – Lado A
O efeito exemplar das trajetórias de integrantes do Grupo que aprenderam, ao longo do tempo, a conviver com a doença. O esforço pessoal em tentar viver bem, a despeito da doença; a busca por uma maior autoestima; a vontade de continuar vivendo. A visão do Grupo como um espaço que leva as pessoas a construírem formas mais positivas de conviver com a Aids; ressalta as diferenças individuais na forma de lidar com a doença e na própria convivência no Grupo. Opinião sobre as questões que envolvem a maternidade entre mulheres soropositivas. Considerações gerais sobre o comportamento preconceituoso e radical das pessoas, e de sua busca pessoal por uma vida feliz.

3ª Sessão: 08 de fevereiro
Fita 6 – Lado B
Leitura do texto sobre sua experiência pessoal com o HIV publicado na revista Mulher de Hoje.

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