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Domingos Arthur Machado Filho

Entrevista realizada por Rose Ingrid Goldschmidt e Wanda Hamilton, na Universidade Santa Úrsula (RJ), entre os dias 19 de junho e 29 de julho de 1986.
Sumário
1ª Sessão: fitas 1 e 2
Origem familiar; formação escolar; influência do professor Mário Eugênio do colégio São José no seu interesse pela biologia; influência do irmão na escolha da profissão; a participação do pai na Revolução de 1930; o curso preparatório e o teste para a Escola Militar; o ingresso na Escola Nacional de Veterinária; as aulas de fisiologia de Miguel Osório de Almeida; o convite de Lauro Travassos para estagiar em Manguinhos; as aulas de parasitologia ministradas por Lauro Travassos na Escola Nacional de Veterinária; o trabalho na Fundação Rockefeller por indicação de Lauro Travassos e a campanha contra a febre amarela no sul de Minas Gerais; o convite de Hugo de Souza Lopes para se tornar seu assistente na Universidade do Brasil; o estágio não-remunerado no IOC e as dificuldades financeiras; o trabalho com Lauro Travassos em Manguinhos; a convocação para a guerra; o vestibular para a Escola de Medicina e Cirurgia.

2ª Sessão: fitas 3 e 4
O vestibular para o curso de história natural da UDF; comentários sobre professores e colegas de turma da UDF; a participação acidental na fundação da Ação Integralista Brasileira de 1933; o trabalho como professor de nível médio; o convite de Hélio Carvalho de Oliveira para a direção da Escola Técnica Visconde de Mauá; o telegrama enviado pelos pesquisadores do IOC apoiando Luís Carlos Prestes em 1946; a célula do Partido Comunista nos arredores do IOC; a contratação para o quadro permanente do IOC durante a gestão Olympio da Fonseca; comentários sobre César Pinto e Lauro Travassos; o financiamento de Guilherme Guinle à Revista Brasileira de Biologia; o trabalho como chefe de laboratório na Escola de Medicina e Cirurgia; a incorporação de Mário Vianna Dias na área de fisiologia da Escola de Medicina e Cirurgia; comentários sobre as faculdades da área biomédica no Rio de Janeiro; o ingresso no corpo docente da Faculdade de Medicina de Valença (RJ); opinião sobre o ensino universitário no Brasil; o exercício do magistério em detrimento da atividade de pesquisa; a homenagem prestada por Darcy Ribeiro, em 1985, aos cientistas cassados do IOC; o exercício da atividade clínica em Manguinhos.

3ª Sessão: fitas 5 e 6
A relação do IOC com os moradores da região próxima ao campus; o trabalho na seção de helmintologia; comentários sobre os auxiliares técnicos; as administrações de Cardoso Fontes e Henrique Aragão; a produtividade científica de Manguinhos; opinião sobre o desenvolvimento da ciência brasileira; os cursos de doutorado na área biomédica no Rio de Janeiro; a relação entre pesquisa pura e aplicada na helmintologia; a importância da ciência pura para a ampliação do conhecimento; a falta de verbas para a pesquisa no IOC; o trabalho de combate à malária e febre amarela na Fundação Rockefeller; a relação entre a Fundação Rockefeller e o IOC.

4ª Sessão: fitas 7 e 8
A orientação científica de Oswaldo Cruz para o IOC; a redemocratização da FIOCRUZ na administração Sérgio Arouca e o incentivo à pesquisa; a oposição de Afrânio Peixoto à descoberta da doença de Chagas; o prestígio político de Carlos Chagas; comentários sobre Olympio da Fonseca e o retorno ao IOC como diretor em 1950; os desentendimentos entre Olympio da Fonseca e Lauro Travassos; perfil de Herman Lent; o trabalho das mulheres em Manguinhos; o movimento pela deposição de Olympio da Fonseca; as dificuldade na obtenção de material para pesquisa no IOC; o IOC antes do golpe militar; a relação com Rocha Lagoa até a cassação em 1970; o relacionamento entre os cassados; a transferência de pesquisadores que não foram cassados; a gestão Francisco Laranja; a Lei de Desacumulação de Cargos e o ingresso no quadro permanente do IOC; a participação dos cientistas de Manguinhos na elaboração de dicionários e enciclopédias após a cassação.

5ª Sessão: fitas 9 a 11
Comentário sobre a gestão Antônio Augusto Xavier; o Conselho Deliberativo implantado na época de Francisco Laranja; a política desenvolvimentista de Juscelino Kubitchesk; as deficiências de equipamentos nas universidades do Rio de Janeiro; o pleito acadêmico Potsch-Mello Leitão; perfil de Hugo de Souza Lopes; as administrações de Tito Cavalcanti e Joaquim Travassos da Rosa; comentários sobre o acervo documental e bibliográfico de Manguinhos; ciência e tecnologia no Brasil a partir do governo Juscelino; o incentivo à pesquisa aplicada e à saúde pública no governo João Goulart; a instauração de inquéritos administrativo e militar em Manguinhos durante a gestão Rocha Lagoa; a repercussão do golpe militar no Instituto; a surpresa de cassação; o Inquérito Policial Militar (IPM) presidido pelo General Falcão em 1964; o clima político em Manguinhos após 1964; comentários sobre Geth Jansen; o incremento do setor de produção após 1964; a situação das instituições científicas no Brasil diante das perseguições políticas após o golpe de 1964; o fechamento dos laboratórios do IOC após as cassações dos pesquisadores; comentários sobre o Ministério da Ciência e Tecnologia criado no governo José Sarney; as dificuldades de trabalho e a situação financeira depois da cassação; opinião sobre o desenvolvimento atual da ciência no Brasil; o intercâmbio com cientistas do exterior antes da cassação; expectativas em relação à reintegração ao quadro de pesquisadores da FIOCRUZ.

Domingos Sávio do Nascimento Alves

Entrevista realizada por Laurinda Rosa Maciel e Angélica Estanek Lourenço, no Centro Psiquiátrico Pedro II, atual Instituto Municipal de Assistência à Saúde (Imas Nise), Rio de Janeiro (RJ), nos dias 16 e 21 de agosto de 2000.
Sumário
Fita 1 – Lado A
Comentários sobre a infância em Piedade do Rio, Minas Gerais, onde morou até os 11 anos quando entrou no Seminário Santo Antônio. Sua formação em medicina numa turma experimental de cinco anos, na Universidade Federal de Juiz de Fora, de 1970 a 1974. Comentários sobre os primeiros anos e os professores que marcaram a graduação, como Hildegardo Rodrigues, de Anatomia. Breve relato sobre a militância política nos dois primeiros anos da graduação. Motivos para a escolha da Neurologia e a vinda para o Rio de Janeiro para fazer Residência em Neurologia, no Instituto de Neurologia Deolindo Couto, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, na Praia Vermelha, em 1975. O trabalho em São Lourenço, Sul de Minas Gerais, onde atuou como neurologista clínico, de 1977 até 1991, concomitante com o trabalho no PAM Bangu no INAMPS, em 1976. Comentários sobre o ingresso no Seminário Santo Antônio, em 1962; as atividades como redator do jornal, Rex nostrae; sua participação na Juventude Estudantil Católica. A opção pela medicina; o ingresso no curso. As dificuldades encontradas na graduação pela duração do curso em apenas cinco anos.

Fita 1 – Lado B
Relato sobre o período de atividade política quando vice-presidente do diretório acadêmico da faculdade de medicina e as circunstâncias de sua prisão em 1971; a cassação de seus direitos políticos. Comentários sobre o período de Residência em Neurologia. O curso de Neurologia na Pontifícia Universidade Católica (PUC), em 1976, e a monografia final sobre Síndrome de Parkinson. O concurso para o INAMPS, em 1976. Comentários sobre a ida para a Colônia Juliano Moreira (CJM) e a situação caótica na qual se encontrava; dificuldades e mudanças implantadas. O curso de Psiquiatria Social realizado na CJM sob coordenação da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP), em 1982. A nomeação para diretor do Hospital Jurandir Manfredini, que fazia atendimento aos pacientes ditos ‘agudos’ dentro da CJM, em 1983, 1985 e 1986. Comentários sobre a municipalização da Colônia, anteriormente da alçada federal, a disposição dos prédios e a internação dos pacientes. As transformações ocorridas na Colônia pela realização dos seminários internos com os funcionários e novas formas de tratamento aos doentes.

Fita 2 – Lado A
O curso de especialista em Saúde Pública na ENSP, em 1987. Comentários sobre as demissões na CJM e no Centro Psiquiátrico Pedro II (CPPII), na época da reforma psiquiátrica. Sua nomeação como diretor interino da CJM e o convite para a Coordenadoria de Saúde Mental, três meses depois. As circunstâncias da intervenção na CJM e no CPP II com a substituição dos diretores por interventores, em 1987; a resistência na Colônia e as negociações. Algumas situações vividas no mandato do presidente José Sarney. Comentários sobre a Primeira Conferência Nacional de Saúde Mental, em 1987 e seus desdobramentos; breve relato sobre a nomeação para diretor do bloco médico Álvaro Ramos, na CJM, em 1989. Observações sobre o projeto de lei Paulo Delgado.

Fita 2 – Lado B
As dificuldades da aprovação do projeto na Câmara. A Conferência Regional para Restauração da Assistência Psiquiátrica realizada em Caracas, em 1990, convocada pela OPAS, para discutir a reestruturação da Assistência Psiquiátrica no Continente Latino-americano. Dificuldades enfrentadas no período em que esteve à frente da Coordenação Nacional de Saúde Mental.

Fita 3 – Lado A
Sobre o cotidiano familiar e o interesse em estudar música por influência do pai. A ida para o colégio interno e as férias nas fazendas dos tios, em São João del Rei. Sua participação nos Congressos Brasileiros de Neurologia realizados bianualmente e o XI Congresso Mundial de Neurologia em Amsterdã, em 1977, e as dificuldades encontradas para sair do país. O trabalho na realização do vídeo sobre Sincinesia familiar que seria apresentado no Congresso Brasileiro de Neurologia realizado na Bahia em 1976. Comentários sobre sua participação e/ou presença em congressos até 1990. As transformações implantadas na CJM voltadas, especificamente, para os doentes, como as assembleias nas quais os pacientes tinham a oportunidade de participar. Comentários sobre as palestras realizadas com os funcionários com o intuito de modificar as posturas em relação aos doentes.

Fita 3 – Lado B
Comentários sobre os módulos residenciais destinados aos pacientes na Colônia. A visita do diretor da divisão de Saúde Mental à Colônia para avaliar a real necessidade de repasse de verba para reformas em 1986. Explicações sobre as três etapas da ressocialização dos pacientes na Colônia e as mudanças no comportamento dos pacientes com a implantação da ressocialização. Relato sobre o trabalho como Conselheiro Suplente do Ministério da Saúde, no Conselho Federal de Entorpecentes (CONFEM), em 1986. Explicações sobre o Fundo de Combate ao Tráfico de Drogas (FUNCAB), do Ministério da Justiça. Comentários sobre a lei nº 6368 de 1976, que penaliza o uso de drogas no Brasil; a descriminação das drogas no país. O trabalho como Coordenador da Comissão Organizadora para a realização da Segunda Conferência Nacional de Saúde Mental, em 1992. As mudanças na política de repasse de verbas destinadas à saúde mental que impõem transformações nas condições internas dos hospitais, tais como fechamento dos quartos fortes e fim da violação das correspondências.

Fita 4 – Lado A
As conferências municipais ocorridas em todo o país para debater mudanças no modelo assistencial e o direito dos usuários à cidadania, temas anteriormente discutidos na Segunda Conferência Nacional de Saúde Mental, em Brasília, em 1992. Comentários sobre esta Conferência, a participação dos usuários com apoio do Ministério da Saúde, a presença de representantes estrangeiros e a plenária final. As portarias chamadas “regras mínimas de funcionamento”, elaboradas a partir das reuniões entre os Coordenadores de Saúde Mental dos Estados, para tornar possível seu cumprimento em todo o país e a iniciativa de alguns estados no sentido de ampliar as exigências para o funcionamento dos serviços de saúde mental. Relato sobre um episódio ocorrido em Maceió por conta de um parecer técnico realizado em hospital psiquiátrico visando a aprovação de pedido de financiamento para a reforma do prédio. Os objetivos da Associação dos Familiares dos Doentes Mentais Graves (AFDM). Suas responsabilidades como Diretor do Departamento de Promoção e Assistência à Saúde, do Ministério da Saúde, em 1993. O apoio recebido do Ministro da Saúde, Adib Domingos Jatene, para a realização de seu trabalho como Coordenador Nacional de Saúde Mental. As circunstâncias que o fizeram abdicar do cargo de Diretor de Departamento de Promoção e Assistência à Saúde, em 1996, e análise sobre o Movimento de Reforma Psiquiátrica no Brasil.

Fita 4 – Lado B
Comentários sobre alguns resultados alcançados pelo Movimento de Reforma Psiquiátrica no Brasil e no Rio de Janeiro. Relato sobre a tentativa da prefeitura de Santos, São Paulo, desativar os Núcleos de Atenção Psicossocial (NAPS). Descrição do sistema de adesão das associações dos usuários e a organização do Movimento de Reforma Psiquiátrica no Brasil, se comparados com o Canadá. A iniciativa dos estados para criação de leis que visem a normatização dos serviços de saúde mental. O debate gerado em torno da criação do Sistema Único de Saúde (SUS). A nomeação de Pedro Gabriel Delgado como Coordenador Nacional de Saúde Mental e comentários sobre a implantação do modelo de descentralização administrativa.

Dora Martins Cypreste

Entrevista realizada por Maria Leide W. de Oliveira, em Vitória (ES), no dia 09 de setembro de 2003.

Dráuzio Varella

Entrevista realizada por Ana Paula Zaquieu e Dilene Raimundo do Nascimento, no Rio de Janeiro (RJ), nos dias 02 e 09 de maio de 1998.
Sumário
1ª Sessão: 02 de maio
Fita 1 – Lado A
A infância em um bairro operário em São Paulo; a origem europeia, pais, avós, o cotidiano no cortiço de imigrantes e a morte prematura da mãe; diferenças culturais entre espanhóis e portugueses; dedicação do pai ao trabalho e o esforço que os filhos fossem universitários; ingresso na faculdade de medicina da USP e o trabalho como professor de cursinho pré-vestibular; temperamento autoritário do pai; desempenho 'medíocre' ao longo do curso de medicina e sua conclusão; período de indefinição profissional, encontro com Vicente Amato e a ida para o hospital do Servidor Público; o grande interesse por medicina contrapondo-se ao descaso com o curso médico; contato com a equipe médica do Hospital dos Servidores, interesse por imunologia e a grande virada profissional, no início dos anos 1970; avanços nas pesquisas em imunologia e a aproximação com a oncologia; a pesquisa clínica com o uso de BCG oral em pacientes com Melanoma.

Fita 1 – Lado B
O sucesso e a repercussão das primeiras pesquisas clínicas com BCG oral em doentes com Melanoma; intercâmbio com o hospital Memorial de Nova Iorque, ida para Nova Iorque, em 1983, e o primeiro contato com casos de Sarcoma de Kaposi em doentes de AIDS; o despreparo dos médicos em lidar com a doença, comentário sobre os altos índices de morbi-mortalidade da Síndrome, perfil 'chic' dos primeiros contaminados e o contato com os doentes homossexuais; a 'antevisão' da ampla rede de transmissão heterossexual da doença no Brasil; considerações sobre os mecanismos gerais de transmissão dos agentes infecciosos; ênfase no equívoco científico da apressada associação da AIDS à comunidade homossexual e consequências para o controle futuro; crítica ao preconceito contra os homossexuais; condicionantes genéticos do comportamento sexual; a alta contagiosidade das drogas injetáveis e a ineficácia das campanhas de distribuição de seringas descartáveis; comentário sobre a experiência com uma 'roda de baque' (roda de usuários de cocaína injetável), assistida e gravada em São Paulo, e a descrição do comportamento dos envolvidos; alternativa de prevenção entre os usuários de drogas: substituição da droga injetável pelo 'crack'; a experiência com usuários de drogas no Carandiru (SP).

Fita 2 – Lado A
As diferenças de ação e efeito entre a cocaína injetada, inalada e o crack no organismo humano; a experiência de substituição da droga injetada pelo crack entre os presos do Carandiru; os efeitos nocivos do crack e da cocaína inalada; a pesquisa conduzida entre os presos do Carandiru e o trabalho de intervenção: estratégias de persuasão, atendimento clínico, informações básicas sobre a transmissão da Aids, contaminação via droga injetável; os sinais de sucesso da iniciativa; efeito da proximidade dos presos com a Aids e o medo da morte como uma possível explicação da substituição da droga injetável pelo crack; a subnotificação da doença e seus problemas; a predileção pela oncologia e o fascínio pelo desafio à morte; os avanços da ciência médica e o papel do médico junto ao paciente; relação de complementaridade entre a arte (as relações humanas) e a técnica (o saber científico) no processo de cura; comentários sobre a fundamentação técnico-científica da chamada medicina alternativa.

Fita 2 – Lado B
A interação entre técnica e relações humanas como o caminho para a medicina do futuro e a mudança na relação médico-paciente; episódios de desrespeito no atendimento ao paciente presenciados em seu período de 'interno' no Hospital das Clínicas (SP); a precariedade dos hospitais públicos no Brasil, o equívoco na concepção do Estado como entidade prestadora dos serviços de saúde e a experiência como chefe do serviço de oncologia num hospital do INAMPS; a reação de seus pacientes diante do diagnóstico de AIDS; impacto dos novos tratamentos sobre os soropositivos e mudanças na concepção da doença.

2ª Sessão: 09 de maio
Fita 3 – Lado A
A ascendência europeia, o sentimento de pertencimento à cultura brasileira e a opção por viver no Brasil; exaltação à diversidade cultural do Brasil e comparação entre as características culturais dos brasileiros e dos europeus; seus casamentos; comentários sobre o comportamento contraditório dos detentos do Carandiru diante da morte e do diagnóstico de AIDS; comentários sobre as campanhas de prevenção; o equívoco das iniciativas de distribuição de seringas como meio de prevenção da transmissão da doença; a experiência de substituição da droga injetável pelo crack entre os detentos do Carandiru; as especificidades culturais dos países europeus onde a experiência apresentou resultados significativos; o costume de partilhar a droga como uma característica que inviabiliza a eficácia dos programas de distribuição de seringas individuais; a experiência com campanhas de prevenção em emissoras de rádios paulistas e a eficácia das campanhas voltadas para públicos específicos; comentários sobre a campanha do “Bráulio”; o equívoco das campanhas de carnaval; a questão dos preservativos e a reduzida oferta no mercado brasileiro; a importância de campanhas objetivas e tecnicamente engajadas.

Fita 3 – Lado B
A intervenção da Igreja e a influência de interesses políticos no processo de elaboração das campanhas; defesa por campanhas menos políticas e mais técnicas; avaliação positiva da atuação das ONG's/Aids no Brasil; as condições que propiciaram a proliferação do vírus HIV nas comunidades homossexuais; o pioneirismo das ONG's/Aids; participação na Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo no início dos anos 1990; o projeto de prevenção às DST's; os resultados práticos durante sua participação no governo; a burocracia e irracionalidade dos meios adotados pelos técnicos do governo de São Paulo para a gestão do empréstimo do BIRD destinado ao controle e prevenção da Aids no Brasil, no início dos anos 1990; avaliação dos resultados destes empréstimos; descrição dos avanços gradativos no tratamento clínico da doença e as dificuldades iniciais em diagnosticar as doenças oportunistas; os efeitos limitados dos primeiros medicamentos disponíveis para o controle clínico da doença; o impacto de sua entrevista num programa de TV sobre estes medicamentos e a rápida liberação de novos medicamentos; a divulgação impactante dos avanços da medicina sobre a comunidade médica como estratégia para os médicos se atualizarem; o grande avanço clínico representado pelos 'inibidores de protease'.

Fita 4 – Lado A
Razões que permitem que doentes de AIDS com elevada carga viral e baixíssimo número de CD4 não desenvolvam doenças oportunistas; a formação genética dos vírus, a ação do vírus HIV e possíveis formas de combatê-lo; os possíveis efeitos colaterais, a longo prazo, das novas terapias anti retrovirais; avaliação dos congressos científicos internacionais; crítica ao comportamento dos ativistas europeus e americanos; garantia de uma maior sobrevida proporcionada pelos retrovirais; o alto índice de desistência durante o tratamento e as dificuldades encontradas pelos pacientes em mantê-lo; a convivência com a morte frequente de pacientes; o fascínio pelos desafios da oncologia; a descoberta, depois de anos de medicina, do importante papel do médico nos últimos momentos de vida dos pacientes em fase terminal; a relação com a morte e a Aids: o caso de seu irmão.

Fita 4 – Lado B
A serenidade do irmão durante o tratamento; sobre a sua relação pessoal com a morte; a AIDS como um dos resultados do processo liberação sexual dos anos 1960; o impacto da AIDS sobre o comportamento sexual da juventude.

Dyrce Lacombe

Entrevista realizada por Anna Beatriz de Sá Almeida, Magali Romero Sá e Renata Fernandes Marques, na Fiocruz (RJ), nos dias 02 de julho e 11 de agosto de 1999.
Sumário
Fita 1 - Lado A
Origem familiar e a rotina na Ilha do Governador; o curso secundário e a relação com o professor Newton Santos; comentário sobre seu primeiro contato com o IOC e sobre o professor Olympio da Fonseca; o ingresso na FNFi; os professores e o curso de História Natural; a presença de mulheres na faculdade, tanto alunas quanto professoras; o interesse pela biologia; o trabalho como assistente de Olympio da Fonseca no curso do IOC; as relações dos professores com as alunas; a viagem para os Estados Unidos logo após a conclusão da graduação; o convite para trabalhar em Manguinhos; o trabalho com o professor Rudolf Barth.

Fita 1 - Lado B
O trabalho com o professor Rudolf Barth; referência às pesquisadoras do IOC; a importância do desenho e da fotografia na histologia; a relação de amizade entre os departamentos e as unidades do IOC; referência ao temperamento de Rocha Lagoa; o concurso para zoóloga do Museu Nacional: o ingresso e as atividades na instituição; o movimento dos bolsistas no IOC e seus resultados.

Fita 2 - Lado A
Comentários acerca do Congresso Internacional sobre Doença de Chagas, realizado no Hotel Glória, em 1979, e o contato com importantes pesquisadores de várias nacionalidades.

Fita 3 - Lado A
Referência ao pesquisador José Cândido de Melo Carvalho e à equipe de trabalho da expedição no Rio Negro, na Amazônia, em 1962 e 1963; a saída do Museu Nacional e o ingresso no IOC; a relação com José Cândido e Newton Santos; as excursões e os trabalhos realizados com Lauro Travassos, Amilcar Vianna Martins e Rudolf Barth; a excursão a Belém do Pará, em 1964, com Lauro Travassos; viagem de férias à Europa com José Cândido e sua esposa; comentários sobre as primeiras participações em congressos internacionais realizados nos Estados Unidos, na América Central e na Europa; comentários sobre o seu interesse em cracas, a partir do trabalho realizado na Baía de Guanabara no começo dos anos 1960.

Fita 3 - Lado B
Considerações sobre a experiência de trabalho em instituições de pesquisa nos Estados Unidos; a relação entre Lauro Travassos e Olympio da Fonseca; referência a Herman Lent; comentários sobre o trabalho com embiídeos; referência a artigos publicados; comentários sobre Lejeune Pacheco H. de Oliveira; considerações sobre a Coleção de Cracas e a importância da Biologia Marinha no IOC; comentários sobre a administração de Vinícius da Fonseca e a transferência de Lejeune Pacheco H. de Oliveira para a UFRJ; o destino de várias coleções após a década de 1970, como a de Anatomia Patológica e de Febre Amarela; referência à palestra sobre cracas na cidade de Cabo Frio; sua relação com José Rodrigues Coura e Leonidas Deane; comentários sobre Alina Szumlewicz.

Fita 4 - Lado A
Comentários sobre a transferência da Alina Szumlewicz para Manguinhos e do Laboratório de Anatomia e Histologia de Vetores de Doença de Chagas de Manguinhos para Jacarepaguá; a relação com a direção do IOC; considerações sobre o universo feminino do IOC; os critérios para obtenção de recursos e bolsas de pesquisa; comentários sobre o trabalho como docente.

Dyrce Lacombe

Entrevista realizada por Nara Azevedo e Bianca Antunes Cortes, no Rio de Janeiro (RJ), nos dias 30 de março, 15 de abril e 06 de maio de 2005.

Edmar de Oliveira

Entrevista realizada por Anna Beatriz de Sá Almeida, Laurinda Rosa Maciel e Nathacha R. B. Reis, no Centro Psiquiátrico Pedro II, atual Instituto Municipal de Assistência à Saúde Nise da Silveira (Imas Nise), Rio de Janeiro (RJ), nos dias 24 e 31 de maio de 2000.
Sumário
Fita 1 – Lado A
Comentários sobre a importância do trabalho de história oral realizado com a pesquisa. A história de sua família, em Palmerais, Piauí; lembranças da infância, o trabalho do pai e o início de sua formação escolar. O curso ginasial no Colégio Americano Batista, em Terezina, Piauí; lembranças e casos, dificuldades e facilidades nos estudos. O ensino médio e a bolsa de estudos no Colégio Diocesano. Sua participação na fundação do jornal cultural Gamma; nomes de alguns colegas que participaram deste jornal como Arnaldo Albuquerque, Francisco Pereira e Paulo José Cunha.

Fita 2 – Lado A
A influência de Torquato Mendes em sua escolha pela área de Psiquiatria. A formação em medicina na Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Piauí, em 1977; sua participação como presidente do diretório acadêmico e no jornal da faculdade. A vinda para o Rio de Janeiro para fazer a Residência Médica em Psiquiatria, na UERJ, em 1976. A dificuldade de conciliação de suas atividades neste período; a militância política e os grupos de estudo. O mestrado no Instituto de Medicina Social, da UERJ, em 1984, onde cumpriu todos os créditos, mas não defendeu a dissertação. Suas atividades profissionais, as clínicas particulares em Tanguá, Jacarepaguá e Vilar dos Teles, no Rio de Janeiro. Comentários sobre o professor Robalino Tobodeti. Sua entrada na Colônia Juliano Moreira (CJM) para realizar um censo entre os pacientes.

Fita 2 – Lado B
Continuação dos comentários sobre o censo e os recursos da Campanha Nacional de Saúde Mental. A criação do Hospital Jurandir Manfredini para tratar os doentes agudos e impedir novas internações na CJM. As circunstâncias da contratação dos estagiários que trabalharam no censo. A população de pacientes e moradores que invadiram o terreno da CJM. Os primeiros problemas ocorridos em conseqüência das mudanças implantadas na instituição. Comentários sobre a crise política entre os dirigentes da CJM. Sua nomeação como Diretor do Ambulatório Central, do Centro Psiquiátrico Pedro II (CPP II), em 1984. As internações irregulares nas clínicas privadas. A união dos três hospitais, Colônia Juliano Moreira, Hospital Philip Pinel e Centro Psiquiátrico Pedro II, para a criação dos pólos de internação e emergência psiquiátrica para dificultar as internações, principalmente nas clínicas privadas. O trabalho de Juarez Montenegro Cavalcanti como diretor do CPP II. As circunstâncias de sua nomeação como Coordenador Geral de Saúde do CPP II, em 1986. A intervenção do Ministério da Saúde no CPP II nomeando Dr. Pedro Monteiro como diretor, em 1988.

Fita 3 – Lado A
Comentário sobre o artigo de Jurandir Freire Costa “Faca no peito”, contando a história do suicídio de um paciente do CPP II. Os conflitos causados durante a intervenção na CJM; as transferências de funcionários para outras instituições para minar a resistência. A intervenção na CJM. Sua experiência como Diretor do Instituto Psiquiátrico Adauto Botelho (IPAB), no CPP II. O trabalho de Luis Wanderlei e Nise da Silveira na enfermaria do CPP II, no programa Enfermaria Aberta ao Tempo (EAT). As circunstâncias de sua nomeação como Diretor do CCP II, em 1989. A demissão dos diretores das unidades federais no governo do, então, Presidente da República Fernando Collor de Melo; relato sobre acontecimentos curiosos ocorridos durante seu mandato. A criação do Conselho Diretor no CPP II para democratizar a instituição. A experiência de ensino na UERJ, em diferentes momentos de sua trajetória profissional.

Fita 3 – Lado B
O trabalho em 1991 no EAT usando a Literatura como tratamento terapêutico; o jornal O Grito, criado a partir deste projeto, que contava com a colaboração dos pacientes. A experiência de trabalhar com psicóticos no EAT.

Edmundo Machado Neto

Entrevista realizada por Tania Fernandes e Fernando Dumas, em Brasília (DF), no dia 15 de maio de 2001.

Sumário
Fita 1 - Lado A
A formação em Química pela UnB em 1972 e o trabalho na CEME como assessor e coordenador de pesquisa; as mudanças da CEME para diferentes ministérios e a questão da autonomia; a proposta da CEME de assegurar a distribuição de medicamentos aos programas governamentais de Saúde; o Programa de pesquisa em Plantas Medicinais e o Programa de síntese química; o processo de seleção dos projetos pela CEME; menção a demanda de testes clínicos; as universidades e a farmacologia clínica; a pesquisa em plantas medicinais e o papel do farmacologista e do botânico; a articulação da CEME com a Fiocruz na década de 80; a formalização do Programa de pesquisa em Plantas Medicinais em 1982.

Fita 1 - Lado B
Comentários sobre produto sintético, produto intermediário e a RENAME; o Programa da CEME e as indústrias farmacêuticas; a pesquisa em plantas medicinais e a falta de estrutura para produção de medicamentos; considerações sobre a estrutura da CEME; referência a Carlini, Lapa e Matos; a proposta da CEME em transformar uma empresa brasileira de medicamentos em 1979; a desativação da CEME em 1997 e os laboratórios; a ANVISA e o registro de medicamento feito no Brasil; a legislação de fitoterápico e a Portaria nº 6.

Fita 2 - Lado A
Continuação dos comentários sobre a legislação de fitoterápicos e a Portaria nº 6; considerações sobre o processo de registro de medicamentos; a transformação da Vigilância Sanitária em Agência e a revisão da Portaria nº 6 que recebeu o nome de RDC - Resolução de Diretoria Colegiada (17) 2000; as indústrias farmacêuticas brasileiras, a produção de medicamento fitoterápico e a demanda do mercado; a questão da pesquisa e patente de medicamentos; menção a ausência de um programa de pesquisa em química fina; referência a fiscalização de medicamentos vendidos em farmácias.

Fita 2 - Lado B
A questão da Vigilância municipal e estadual e a fiscalização das farmácias; a ANVISA; a diferença entre similares e genéricos; a legislação e o registro de medicamentos; considerações sobre a CEME e o vácuo deixado na área de pesquisa e medicamentos com a sua extinção; a recomendação da OPAS e do MS para a formação de uma comissão nacional de produtos fitoterápicos; a RENAME e a padronização de produtos; referência a Farmácia Viva e os LTFs; menção a Clabin.

Edson Guimarães Saggese

Entrevista realizada por Angélica Estanek Lourenço, Laurinda Rosa Maciel e Nathacha R. B. Reis, no Instituto de Psiquiatria da UFRJ, Rio de Janeiro (RJ), no dia 26 de maio de 2003.
Sumário
Fita 1 – Lado A
Comentários sobre a infância em Petrópolis e a origem familiar italiana. Razões da opção pela Medicina e Psiquiatria; vinda para a cidade do Rio de Janeiro para cursar a graduação na UFF, em 1969. O estágio realizado no Hospital Psiquiátrico de Jurujuba nos primeiros anos da graduação; as condições de abandono dos pacientes e do Hospital. O Curso de Especialização em Psiquiatria realizado no Instituto de Psiquiatria, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, UFRJ, em 1975.

Fita 1 – Lado B
As circunstâncias de sua admissão em 1978 como médico do Instituto de Psiquiatria, com funções docentes. Breve relato sobe as dificuldades enfrentadas no período de ditadura. A psicanálise no Brasil, suas práticas terapêuticas e comparação com a psicanálise praticada na Argentina. A criação e atividades do Setor de Adolescentes, no Instituto de Psiquiatria, na UFRJ. A dissertação de mestrado, Adolescência, a ideologia das teorias, defendida em 1983, no IPUB/UFRJ. O trabalho feito para o doutorado em Ciências da Saúde/UFRJ, sobre adolescência e psicose, em 1995.

Fita 2 – Lado A
Relato sobre as atividades profissionais na UFRJ e os vínculos com a instituição. A coordenação do curso de especialização em Psiquiatria, Psicoterapia e Saúde Mental, na área infanto-juvenil, da UFRJ, entre 1979 e 1993. A criação do primeiro Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) para infância e adolescência, na UFRJ. Comentários sobre as mudanças no atendimento aos pacientes após a reforma psiquiátrica no Brasil.

Fita 2 – Lado B
O tratamento oferecido nos CAPS infanto-juvenis. Relato sobre um jovem paciente tratado no Instituto. A cidadania dos pacientes. O Jornal da Amizade, feito pelos pacientes com o apoio do Instituto de Psiquiatria. Participação em Congressos; atividades realizadas pelo Projeto Brincar, criado no início da década de 1990; o reconhecimento com o prêmio da Fundação Abrinq, em 1994.

Fita 3 – Lado A
As circunstâncias da proibição do Projeto Brincar pela preocupação com a segurança das crianças. As consequências do Projeto para os pacientes e seus filhos. A assessoria aos programas radiofônicos Sou mãe da minha mãe e Viver com a loucura, desenvolvidos pelo MEC.

Edson Porto

Entrevista realizada por Simone Kropf e Tamara Rangel. em Brasília (DF), no dia 17 de outubro de 2006.

Eduardo de Azeredo Costa

Entrevista realizada em quatro sessões por Maria Cristina Fonseca, Paulo Roberto Elian dos Santos e Lisabel Espellet Klein, nos dias 02 (fitas 1 e 2), 8 (fitas 3 até 6, lado A) e 16 de março (fitas 6 lado B até fita 8, lado A) e 13 de abril de 2004 (fitas 9 e 10 lado A), no Rio de Janeiro/RJ.

Eduardo Oswaldo Cruz

Entrevista realizada por Ana Luce Girão Soares de Lima, Eduardo Vilela Thielen, Stella Oswaldo Cruz Penido e Renato da Gama Rosa Costa, em 13 de junho de 2000, a respeito de sua trajetória profissional e familiar, e as lembranças de seu pai e seu avô, Oswaldo Cruz Filho e Oswaldo Gonçalves Cruz.

Eli Baia

Entrevista realizada por Ana Luce Girão Soares de Lima, Luís Otávio Coimbra e Marcos Chor Maio, no Rio de Janeiro (RJ), nos dias 29 de agosto, 24 de setembro, 07 e 14 de novembro de 1986.

Resenha biográfica: Eli Baia de Almeida nasceu em Viçosa, Alagoas, em 1915. Sua mãe era filha de um próspero comerciante holandês, que desfrutava de grande prestígio na cidade. Seu pai, comerciante de algodão e criador de gado, motivado pela concorrência após a instalação da empresa Anderson Clayton na cidade e também pelo desejo de proporcionar melhores opções de estudo para seus filhos, decidiu mudar com a família para Maceió, em 1929.
Realizou o curso básico em Viçosa, na escola pública local, e estudou no Colégio Diocesano Maristas e no Liceu Alagoano, em Maceió, onde concluiu o ginásio.
Formado pela Faculdade de Medicina de Recife, em 1939, especializou-se em tisiologia na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Iniciou suas atividades profissionais no Centro de Saúde da Rua do Rezende, onde o professor Manoel de Abreu desenvolvia o programa de abreugrafia.
Em 1942, ingressou no corpo médico do Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Bancários (IAPB), trabalhando inicialmente no Dispensário de Tuberculosos, na Avenida 13 de Maio.
De 1950 a 1954, prosseguiu suas atividades como fisiologista, no Sanatório Cardoso Fontes, em Jacarepaguá (RJ). Neste período, realizou palestras em sindicatos e participou de congressos no Brasil e no exterior, divulgando a experiência de recuperação do tuberculoso para o trabalho, desenvolvida pelo IAPB.
Posteriormente, foi diretor-médico do IAPB, procurando estender a outros estados as condições de atendimento médico do Rio de Janeiro. Sua administração foi pautada pela instalação de hospitais nos demais grandes centros de população bancária, como São Paulo, Fortaleza e Belo Horizonte, além do estabelecimento de convênios com sanatórios particulares e o credenciamento de fisiologistas. Participou ainda da comissão de instalação do Hospital da Lagoa
No governo de Juscelino Kubitschek, foi nomeado para a comissão organizadora do Sistema de Assistência Médica da Previdência Social (SAMPS), que propôs, em suas conclusões, a unificação da assistência médica previdenciária e uma melhor distribuição regional de postos e serviços médicos.
Filiado ao Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), manteve estreita ligação com lideranças sindicais bancárias durante os anos 50.
Representante do IAPB no processo de unificação da Previdência Social, assumiu o cargo de diretor da Divisão Hospitalar do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), em 1967.
Durante a gestão de Júlio Barata no Ministério do Trabalho e Previdência Social (MTPS), foi nomeado superintendente regional em Brasília, e no ano seguinte, ocupou o mesmo cargo em São Paulo. Neste estado, assumiu a superintendência após uma crise em que ocorreram denúncias de fraudes e descredenciamento de casas de saúde. Durante a sua gestão, algumas casas de saúde foram recredenciadas e estabeleceram-se convênios com o estado e o município de São Paulo.
Em seu retorno ao Hospital da Lagoa, reassumiu o cargo de chefe do serviço de pneumologia. Atualmente, preside o centro de estudos deste hospital e a Academia de Administração Hospitalar, além de exercer atividades como médico liberal.

1ª ENTREVISTA – 29/08/1986
Fita 1 – Origem familiar; o ingresso no IAPB, em 1942; origem do nome Baia; o programa de combate à esquistossomose desenvolvido pela Fundação Rockefeller, em 1927; as condições de habitação e higiene em Viçosa; assistência médica em Viçosa; atividades econômicas em Viçosa; os efeitos da instalação da Anderson Clayton na cidade, de 1927 a 1928;mo trabalho educativo da Fundação Rockefeller; os casos de esquistossomose na família; influência na escolha de sua carreira profissional; biografia do pai; a escola pública em Viçosa; os intelectuais da cidade; ausência de cursos universitários em Alagoas; a mudança para Maceió, em 1929; lembranças do Colégio Diocesano; as relações com a comunidade israelita de Maceió; lembranças da Revolução de 1930; a Aliança Nacional Libertadora (ANL); lembranças do movimento de 1935; o vestibular para engenharia em São Paulo, em 1932; lembranças do movimento constitucionalista; a Faculdade de Medicina de Recife; lembranças dos professores e das matérias preferidas na Faculdade; o aprendizado médico na rede hospitalar de Recife; o contato com professores de diferentes ideologias na faculdade; o vestibular para a Faculdade de Medicina de Recife; ausência de discussões sobre Previdência Social na universidade.

Fita 2 – A opção pela tisiologia; o programa de combate à tuberculose do Serviço de Divisão Nacional de Tuberculose (SDNT); admissão no IAPB; o trabalho no Dispensário de Tuberculose do Posto 13 de Maio (IAPB); o programa do IAPB de assistência aos tuberculosos; assistência médica aos bancários; o programa de Pedro Ernesto para a construção de hospitais; o trabalho com o professor Manoel de Abreu no centro de saúde da Rua do Rezende; o primeiro cadastro toráxico da Previdência Social; os interesses literários e intelectuais; o Rio de Janeiro no Estado Novo; a campanha do Serviço Nacional de Tuberculose; a missão no IAPB; assistência médica aos bancários; relação entre a equipe médica do IAPB e o Sindicato dos Bancários; o trabalho no Sanatório Cardoso Fontes; a viagem aos Estados Unidos com o apoio da American Torax Society; a participação no Congresso Médico na Índia, em 1957; incidência de tuberculose nos outros Institutos de Aposentadoria e Pensões (IAPs); a regionalização da assistência à tuberculose pelo IAPB; os convênios com hospitais e casas de saúde particulares; a participação no movimento de reivindicação da letra Ö”.

Fita 3 – A filiação ao PTB; a designação para diretor-médico do IAPB; a proposta do Sindicato dos Bancários para candidatar-se a deputado federal; o trabalho na área de cancerologia pulmonar; a participação em congressos internacionais de pneumologia; o desenvolvimento de conhecimentos médicos no IAPB; ascensão a diretor-médico do IAPB; a classificação de hospitais da rede privada para o estabelecimento de convênios; a indicação da sociedade médica do IAPB para que assumisse a direção médica; a exigência da abreugrafia pelo IAPB; assistência médica no Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Comerciários (IAPC); assistência médica no Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Industriários (IAPI); o projeto de Lei Orgânica da Previdência Social (LOPS).

2ª ENTREVISTA - 24/09/1986
Fita 4 – Lembranças do farmacêutico de Viçosa; comentários sobre José Viegas da Motta Lima; diretor-geral do Departamento Médico do IAPB; o tratamento de tuberculose por pneumotórax; o estigma social contra tuberculosos; as condições de contágio; a permanência do doente no sanatório; trajetória profissional; o credenciamento de médicos e o pagamento por unidade de serviço pelo IAPB; a tentativa de unificação da assistência médica previdenciária no governo Kubitschek; a experiência como superintendente regional em São Paulo; o trabalho no setor de pneumologia do Hospital da Lagoa; o relacionamento com Júlio Barata; denúncia de irregularidades no INPS de São Paulo; método adotado para o controle de irregularidades; avaliação do Serviço de Assistência Médica Domiciliar de Urgência (SAMDU); resistência dos sindicatos à unificação da Previdência; comentários sobre a assistência prestada pelo IAPB e SAMDU; o controle financeiro no IAPB; as duas gestões como diretor-médico (antes e depois da unificação); avaliação da experiência de direção colegiada no IAPB; a compra do Hospital da Lagoa.

Fita 5 – A compra do Hospital da Lagoa; o sistema de assistência médica previdenciária do Brasil em relação a outros países; oposição do SAMDU à unificação dos serviços médicos proposta pelo SAMPS; influência do PTB nas nomeações de funcionários para o IAPB; assistência médica nos conjuntos habitacionais do IAPB; referência ao Plano Beveridge nas formulações do SAMPS; os grupos de seguro-saúde; as fraudes no INPS; a distribuição regional dos hospitais do IAPB; as prisões e cassações no IAPB pós-64; os convênios dos IAPs e INPS; a universalização da Previdência; assistência materno-infantil no IAPB; o tratamento de câncer originário do IAPB e atualmente desenvolvido no Hospital da Lagoa; os tratamentos médicos no exterior através do IAPB; os casos de câncer pulmonar tratados como tuberculose; os sanatórios de tuberculose no Rio de Janeiro; a participação em congressos médicos internacionais pelo IAPB; a redução do número de aposentadorias por invalidez como resultado do tratamento contra tuberculose; o Boletim do Centro de Estudos do IAPB.

3ª ENTREVISTA – 07/11/1986
Fita 6 – As atividades no Centro de Estudos do IAPB, entre 1952 e 1968; influência do modelo do Centro de Estudos do Hospital dos Servidores do Estado (HSE); influência do modelo norte-americano nos hospitais previdenciários; a importância da informática na medicina; o atendimento hospitalar pela Previdência, em São Paulo; as condições de atendimento nos hospitais conveniados; a qualidade do atendimento do HSE; resistência do HSE à unificação; a relação entre universalização e perda de qualidade do serviço médico; as dificuldades atuais dos hospitais previdenciários; as correntes político-partidárias e a atuação do centro de estudos; as dificuldades nos projetos de unificação, como o SAMPS; a idéia de criação do SAMPS no governo Kubitschek; o senso médico do SAMPS; os padrões de convênios do Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS) com a rede hospitalar privada.

Fita 7 – Remoção da maternidade do Hospital da Lagoa na administração de Luiz Seixas no INPS; a direção colegiada no IAPB; a distribuição de medicamentos e a ampliação da assistência durante a gestão colegiada; a participação na comissão de instalação do Hospital da Lagoa; o treinamento de funcionários do hospital; a organização da equipe médica; a utilização da capacidade do hospital; a carência de auxiliares de enfermagem; ampliação do corpo médico após a unificação; administração da Previdência Social nos governos militares; a importância da Previdência no desenvolvimento da medicina; a nomeação para diretor da divisão hospitalar do INPS; reação dos bancários à unificação; assistência médica previdenciária após a unificação; atuação no processo de unificação; a participação de representantes dos antigos institutos após a unificação da Previdência.

Fita 8 – Atuação de Torres de Oliveira no processo de unificação; convocação para a Superintendência do INPS em Brasília; atuação como superintendente regional em São Paulo; a fiscalização das condições de atendimento das casas de saúde contratadas; os convênios com sindicatos; comentários sobre a condição de superintendente regional no governo Médici;

4ª ENTREVISTA – 14/11/1986
Fita 8 (continuação) – Os cargos ocupados no IAPB e no INPS; o salário dos médicos após a unificação; comentários sobre a política salarial e a carreira na Previdência; comentário sobre o Plano Nacional de Saúde na gestão do Ministro Leonel Miranda; ampliação dos contratos com o setor privado após a unificação; explicação para o crescimento do setor contratado; os convênios do IAPB com sindicatos; comentários sobre a assistência médica no IAPI; os convênios da Previdência com os hospitais universitários; comentários sobre a não-remuneração dos médicos que participam das atividades de ensino nos hospitais; a diferença de tratamento nos hospitais próprios da Previdência e nos contratados; a residência médica nos hospitais previdenciários; a Sociedade Médica dos Bancários como embrião do Centro de Estudos dos Bancários; o papel do Boletim do Centro de Estudos dos Bancários; o intercâmbio entre os médicos dos IAPS; comentários sobre as jornadas médicas realizadas no Hospital de Ipanema; assistência médica no Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Marítimos (IAPM); comparação entre a assistência médica do IAPB, IAPC e IAPM; a construção de hospitais pelo Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Empregados em Transportes e Cargas (IAPETC); comentários sobre a fundação do Hospital do Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores do Estado (IPASE) em campina Grande (PB).

Fita 9 – Comentários sobre a construção do Sanatório Alcides Carneiro pelo IPASE; a organização da Comissão do SAMPS; referência à posição de Francisco Laranja quanto à unificação; a participação de Fioravanti di Piero nas discussões sobre a unificação; a excessiva centralização das decisões após a unificação; aproximação recente entre a concepção do médico e do atuário; os conflitos entre médicos e o serviço atuarial do IAPB; referência à gestão de Rafael de Almeida Magalhães no Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS); mudanças no perfil dos pacientes do Hospital da Lagoa; a participação na Academia Brasileira de Administração Hospitalar; as diferenças entre o trabalho desenvolvido atualmente e no início da sua carreira no IAPB.

Elias Domingos dos Santos

Entrevista realizada por Maria Leide W. de Oliveira e Laurinda Rosa Maciel, em Belmonte (BA), no dia 02 de agosto de 2010.

Elias José Elias

Entrevista realizada por Maria Leide W. de Oliveira e Laurinda Rosa Maciel, em Belmonte (BA), no dia 30 de julho de 2010.

Elisa Andries

Entrevista realizada por Cristiane D'Ávila no dia 11 de julho de 2022, em modo virtual pela Plataforma Teams.

Elizabeth Leeds

Entrevistas realizadas com Elizabeth Leeds em duas sessões: a primeira em 06/11/2017 com 1h44m52s de duração; a segunda em 08/11/2017 com 1h9m13s de duração. O tempo total e de 2h54min5s de gravação. Transcrição disponível.

Ellen Jessouroun

Entrevista realizada por Claudia Trindade e Wanda Hamilton, em Bio-Manguinhos/Fiocruz (RJ), no dia 23 de dezembro de 2005.
Sumário
Fita 1

Origem familiar; a opção pela formação em biologia e o ingresso na Faculdade Santa Úrsula, em 1974; os professores da graduação; o curso de especialização em microbiologia na UFRJ; o trabalho no Laboratório de Microbiologia de Alimentos da UFRJ; as atividades referentes à microbiologia dos alimentos; sobre a opção de ir para São Paulo, fazer mestrado na USP, em 1980; o trabalho na cervejaria Brahma; a saída da Brahma e o ingresso no curso de doutorado em Engenharia de Alimentos, na UNICAMP; a interrupção do doutorado e o retorno ao Rio de Janeiro; a vinda para a Fiocruz; o contrato para trabalhar com implantação da produção de vacina DTP em Bio-Manguinhos; comentários sobre a não concretização do projeto de produção de vacina DTP e sua transferência para os projetos de vacina contra meningite; considerações sobre as questões políticas envolvidas no andamento de projetos científicos da Fiocruz; a inexistência, no Brasil, da cultura do desenvolvimento; a situação de Bio-Manguinhos à época de seu ingresso na instituição; a personalidade de Fernando Lopes; a gestão de Otávio Oliva e a melhoria das condições verificadas de Bio-Manguinhos; a admiração por Akira Homma; o apoio dado por Otávio Oliva ao seu trabalho; a aproximação com pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz; a montagem do laboratório de desenvolvimento de vacinas bacterianas com Graça Danelli; a estruturação do projeto de desenvolvimento da vacina contra meningite B envolvendo Bio-Manguinhos, o Instituto Butantan e o Instituto Adolfo Lutz no contexto do Pasni; a experiência acumulada por Bio-Manguinhos ao longo de uma década em desenvolvimento tecnológico e a importância do projeto de desenvolvimento da vacina contra meningite B; o desenvolvimento da vacina contra meningite C conjugada atualmente em fase de testes clínicos; a estruturação da Assessoria Clínica de Bio-Manguinhos; considerações sobre o campo de desenvolvimento tecnológico em imunobiológicos no Brasil; sobre a idéia de criação do CDTS; comentários sobre a necessidade de avaliação dos projetos de desenvolvimento tecnológico; considerações sobre a administração de João Quental em Bio-Manguinhos; considerações sobre a crise de Bio-Manguinhos nos anos 1990; a visita à fábrica da GlaxoSmithKline à época da transferência da vacina Hib; o papel de Akira Homma e Marcos Oliveira na superação da crise de Bio-Manguinhos; a opção de se produzir vacina Hib e o seu impacto sobre a instituição; os cursos de Boas Práticas de Produção e a implantação de Boas Práticas de Produção e de Laboratório em Bio-Manguinhos; considerações sobre a gestão Marcos Oliveira; o papel de Akira Homma em Bio-Manguinhos; considerações sobre a necessidade de Bio-Manguinhos permanecer na Fiocruz; a reestruturação recente de Bio-Manguinhos e a criação da Vice-direção de Desenvolvimento Tecnológico; a indicação para o cargo de gerente do Programa de Desenvolvimento Tecnológico de Vacinas Bacterianas; as perspectivas do Programa Desenvolvimento Tecnológico de Vacinas Bacterianas para os próximos anos; sobre a equipe multidisciplinar que atualmente lidera; a implantação da Gerência de Projetos; o papel desempenhado pela área de Controle de Qualidade em Bio-Manguinhos; sobre o projeto da Planta de Protótipos e sua possível construção em Jacarepaguá; o mestrado profissional de Bio-Manguinhos; o doutorado realizado no IOC; dos motivos que incapacitam Bio-Manguinhos a concorrer em condições de igualdade com as empresas multinacionais de produção de imunobiológicos.

Elmo da Silva Amador

Entrevista realizada por Fátima Piveta, Tânia Fernandes, Renato e Marcelo Fico, e Fábio de Souza no Rio de Janeiro, no dia 08 de setembro de 2005.

Elsa Ramos Paim

Entrevista realizada em cinco sessões por Maria Cristina Fonseca e Verônica Brito, nos dias 27 (fitas 1 e 2, lado A) e 29 de abril (fitas 3 e 4, lado A), 07 (fitas 5 e 6) e 12 de maio (fitas 7 e 8) e 17 de junho de 2004 (fitas 9 e 10, lado A).

Elza de Jesus Oliveira

Entrevista realizada por Tania Fernandes, Renato Gama-Rosa, Michele Soares, Graziela Barros e Consuelo Guimarães, no Rio de Janeiro, no dia 12 de fevereiro de 2004.

Enilda Gouveia

Entrevista realizada por Luiz Octávio Coimbra e Nilson Moraes, no Rio de Janeiro (RJ), nos dias 12, 19, 26 de novembro e 08 de dezembro de 1986.

Resenha biográfica: Enilda Lins da Cruz Gouveia nasceu em Palmares, Pernambuco, a 3 de maio de 1921. Filha de proprietários rurais, realizou o curso da Escola Normal de Pernambuco. Trabalhou, inicialmente, no Departamento de Educação Física da Secretaria de Educação de Pernambuco, entre 1945 e 1953, no serviço de antropometria.
Em 1953, formou-se pela Escola Central de Nutrição do Serviço de Alimentação da Previdência Social (SAPS), no rio de Janeiro.
Entre 1954 e 1960, participou do curso de extensão em nutrição da Universidade de São Paulo (USP), do curso do Ministério da Saúde da Argentina e do curso de treinamento superior na Guatemala. Em 1954, participou ainda do I Congresso Brasileiro de Nutrição no Rio de Janeiro, e em 1959, foi nomeada assessora do Programa de Pesquisas Alimentares do SAPS. Neste mesmo ano, ocupou a direção da Escola de Visitadoras Alimentares do SAPS, em Belo Horizonte (MG).
Em 1961, nomeada professora da disciplina de inquéritos de nutrição da Escola Central do SAPS, não só participou de uma série de inquéritos sobre hábitos alimentares e propriedades dos alimentos consumidos no Brasil, como também orientou a sua realização.
Durante os anos 60, enquanto presidente e membro da direção da Associação Brasileira de Nutricionistas (ABN), liderou a luta pelo reconhecimento e regulamentação da profissão de nutricionista. Em 1964, presidiu um congresso brasileiro e outro latino-americano de nutricionistas, no Rio de Janeiro.
Professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) desde 1966, participou em 1967 da IV Conferência Nacional de Saúde e também da Comissão de Funcionamento dos Cursos do SAPS. Em 1969, esteve no Congresso Latino-Americano de Alimentação e Desenvolvimento Sócio-Econômico, realizado em São Paulo.
Entre 1967 e 1970, publicou diversos artigos sobre o papel da nutricionista nas atividades de saúde. Com a extinção do SAPS, em 1967, foi encaminhada para a Comissão Nacional de Alimentação, no Ministério da Saúde, de onde surgiu o Instituto Nacional de Alimentação e Nutrição (INAN).
Transferida em 1970 para o Departamento Nacional de Organização Sanitária do Ministério da Saúde, participou do INAN, organizando, em 1976, o Programa Nacional de Alimentação e Nutrição (PRONAN). Anteriormente, em 1975, participou também da montagem do Estudo Nacional de Despesa Familiar (ENDEF).
Atualmente, aposentada do Ministério da Saúde, Enilda Gouveia é professora e diretora do Departamento de Nutrição e Saúde Pública da Universidade do Rio de Janeiro (UNI-RIO).

Sumário
1ª Sessão: 12 de novembro
Fita 1
Antecedentes familiares; os engenhos de açúcar do pai; lembranças da Revolução de 1930; lembranças da Revolta Comunista de 1935; o assassinato de João Pessoa; comentários sobre a mãe; o médico da família; o padre no engenho; a época da 'bagaceira' no engenho; as festas no engenho.

Fita 2
Referência a um cunhado; o colégio de freiras em Recife; o Instituto de Educação; as comemorações do Estado Novo no Instituto de Educação; o emprego no Departamento de Educação Física de Pernambuco; a família após o falecimento da mãe; a volta aos estudos no Instituto de Educação; a rotina de trabalho no Departamento de Educação Física; a medição das crianças; o concurso para o curso de nutrição do SAPS.

Fita 3
O concurso para o SAPS; a bolsa para o curso de nutrição no Rio de Janeiro; comentário sobre o irmão, médico do Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Marítimos (IAPM).

2ª Sessão: 19 de novembro
Fita 3 (continuação)
Influência do professor Dante Costa na estruturação do SAPS; comentário sobre o professor Bandeira de Mello; a regulamentação da profissão de nutricionista; caracterização das atividades de nutricionista; comentário sobre Josué de Castro; a criação do SAPS; aspectos da Escola de Nutrição do SAPS; o pensionato do SAPS; os pioneiros da criação do SAPS; as delegacias regionais; as visitadoras de alimentação; comentário sobre as pesquisas em nutrição do SAPS; os pesquisadores e as pesquisas desenvolvidas pelo SAPS.

Fita 4
As pesquisas sobre o valor proteico das frutas do Nordeste; Josué de Castro e as pesquisas sociais; as pesquisas sobre a situação alimentar brasileira; o restaurante na mina de Morro Velho (MG); o trabalho da professora Vanda Saraiva da Fonseca com os madeireiros do Paraná; origem e criação do SAPS; a relação entre o Instituto de aposentadoria e Pensões dos Industriários (IAPI) e o SAPS; as delegacias regionais e os restaurantes; o restaurante da Praça da Bandeira; os restaurantes nos Institutos de Aposentadoria e Pensões (IAPs); o estágio nos restaurantes do SAPS; o restaurante do cais do porto em Pernambuco; o restaurante do Instituto de aposentadoria e Pensões dos Comerciários (IAPC) e do Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores do Estado (IPASE) do Rio de Janeiro; alimentação comparada dos restaurantes populares; o papel do nutricionista nos restaurantes populares; a programação dos restaurantes; as dietas especiais; as comemorações no restaurante da Praça da Bandeira com a presença de Getúlio Vargas; influências políticas na administração Edson Cavalcanti; a organização administrativa e pedagógica da Escola de Nutrição; os serviços de dietoterapia do SAPS na Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro e no Hospital Pedro Ernesto (RJ); as diferenças entre o nutricionista e o dietista.

Fita 5
Os postos de abastecimento do SAPS; o caso da compra excessiva de tecidos; a Escola de Visitadoras de Belo Horizonte; o caso da compra excessiva de café; as reestruturações do SAPS; o projeto de um serviço nacional de alimentação; a biblioteca e os cursos de alfabetização do SAPS; a delegacia regional de São Paulo.

3ª Sessão: 26 de novembro
Fita 5 (continuação)
Alguns hospitais de Recife; o retorno a Recife, em 1954; o serviço de antropometria na Secretaria de Saúde; o estudo de Manoel Caetano sobre a desnutrição infantil; o ingresso no SAPS; mudanças no SAPS após 1954; as fraudes no setor de abastecimento do SAPS.

Fita 6
A compra excessiva de gêneros alimentícios; a compra de alimentos deteriorados; os alimentos impróprios para consumo; o curso para nutricionista junto ao governo do Paraná; a volta ao Rio de Janeiro; o I Congresso Brasileiro de Nutrição; o encontro com médicos especialistas em nutrição; o interesse do SAPS na alimentação da família do trabalhador; as primeiras pesquisas alimentares do SAPS; comentários sobre o trabalho apresentado no I Congresso Brasileiro de Nutrição; os restaurantes do SAPS em São Paulo; a estrutura administrativa dos restaurantes; os restaurantes do SAPS no Rio de Janeiro; os restaurantes do SAPS em São Paulo; as reivindicações dos trabalhadores nos restaurantes; comentário sobre o restaurante Calabouço (RJ); o SAPS em Curitiba (PR); assessoria de técnica norte-americana em inquéritos alimentares em MG e RN; o treinamento alimentar no Chaco (AG); a viagem à Guatemala; o inquérito alimentar em Açu (RN); a colaboração do SAPS com o Ministério da Saúde nos anos 1960; a proposta de Dante Costa sobre pesquisas alimentares no SAPS; a nomeação para a assessoria técnica do Fundo de Alimentação da ONU (FAO); o trabalho com a técnica norte-americana; o encontro com D. Eugênio Sales em Açu; o inquérito alimentar em Açu; aspectos do quadro alimentar da população rural de Açu; o estudo do professor Nelson Chaves sobre desnutrição infantil; referência ao quadro alimentar no sertão de Pernambuco.

Fita 7
As deficiências alimentares da população pernambucana; o quadro alimentar dos estivadores; referência ao Instituto de Nutrição de Pernambuco; o I Congresso Brasileiro de Nutricionistas, em 1958; o Congresso de Nutricionistas no Palácio Tiradentes (RJ), em 1964; a participação na Associação Brasileira de Nutricionistas; referência à Sonia Liselote Ornelas; ascensão à presidência da Associação Brasileira de Nutricionistas; referência a Sonia Moreira Alves de Souza; a regulamentação da profissão de nutricionista; o Congresso de Nutricionistas no Palácio Tiradentes, em 1964; o I Congresso Latino-Americano de Nutricionistas; lembranças da morte do estudante Edson Luis; as atividades como diretora da Escola de Visitadores de Alimentação do SAPS; o médico do SAPS em Belo Horizonte; o fechamento de restaurantes nos anos 1960; a decadência do SAPS; a distribuição do pessoal e o acervo do SAPS após a extinção; o impacto do fechamento dos restaurantes populares; financiamento e recursos do SAPS; origem do SAPS no IAPI; a participação de Josué de Castro na criação do SAPS; a Comissão Nacional de Alimentação; referência ao Programa Integrado de Alimentação Aplicada; o curso de auxiliares de alimentação do IAPI e a origem do SAPS.

Fita 8
O trabalho do setor de divulgação do SAPS; as diversas categorias dos restaurantes populares; a distribuição nacional dos restaurantes; nomes de instituições ligadas à nutrição; referência ao serviço médico do SAPS; especialidades profissionais ligadas à nutrição; comentário sobre o Programa do Trabalhador do INAN.

4ª Sessão: 08 de dezembro
Fita 8 (continuação)
A Escola de Nutrição frente à unificação da Previdência Social; referência a IV Conferência Nacional de Saúde; o interesse de empresas multinacionais no SAPS; a participação da Nestlé em congressos de nutrição nos anos 1960 e 1970; o Congresso Nacional de Nutrição (RJ); a Comissão Nacional de Alimentação do Ministério da Saúde; o reconhecimento oficial dos cursos de nutrição; o concurso de nutricionista para o Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS); o serviço de nutrição nos hospitais do INAMPS; defesa de direitos dos nutricionistas nos hospitais do INAMPS.

Fita 9
As relações entre nutricionistas e médicos nos hospitais e ambulatórios; os estagiários da Escola de Nutrição no INAMPS; os resultados dos inquéritos alimentares da Comissão Nacional de Alimentação; a importância do hidrato de carbono na alimentação dos brasileiros; crítica aos hábitos alimentares dos brasileiros; a participação no Estudo Nacional de Despesa Familiar (ENDEF); a metodologia dos inquéritos alimentares; a reforma no ensino de nutrição; o esvaziamento dos congressos de nutrição; o nutricionista frente ao mercado de trabalho; comentário sobre a origem do INAN; a participação no INAN; as disputas políticas entre o Ministério da Saúde e o INAN; referência ao 1º Programa Nacional de Alimentação e Nutrição (PRONAN); o processo sobre fraudes no INAN.

Fita 10
Os objetivos do PRONAN; o Programa de Assistência ao Trabalhador (PAT); comentários sobre alimentação e saneamento; críticas à ação das instituições públicas no amparo ao trabalhador; o Simpósio Nacional de Alimentação e Nutrição; a importância dos estudos de saúde pública na universidade; origem do curso de nutrição da UNIRIO, no SAPS.

Ermiro Estevam de Lima

Entrevista realizada por Marcos Chor Maio para o projeto 'Associativismo Médico no Rio de Janeiro'.

Ermiro Estevam de Lima

Entrevista realizada por André de Faria Pereira Neto, Patrícia Loyola do Amaral e Sérgio Luiz Alves da Rocha, no Rio de Janeiro (RJ), nos dias 20 e 27 de abril e 01, 04 e 11 de maio de 1995.
Sumário
Fita 1 - Lado A
A infância em Bezerros e Recife (PE); seu fascínio pela engenharia mecânica; sua opção pela medicina: a influência de Paulo Afonso; o cotidiano na Faculdade de Medicina da Bahia; o vestibular para medicina em 1921; a entrada na faculdade; a família: a profissão de seu pai e de seus irmãos; a cidade de Bezerros na sua infância; o curso primário; a formação deficiente dos médicos deste período; os motivos de sua opção pela medicina; sua clientela em Bezerros e nas cidades vizinhas; as razões que o levaram a vir para o Rio de Janeiro: a influência de Álvaro Fróes da Fonseca; seus estudos de anatomia no Rio de Janeiro; a transferência de Fróes da Fonseca da Faculdade de Medicina da Bahia para a Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro; o concurso; sua vida como estudante na faculdade; sua carreira durante os dez anos em que se dedicou à anatomia; a Faculdade de Medicina da Bahia e o seu prestígio na época; o perfil de Ermiro Lima como estudante e professor; o primeiro concurso de docência na Faculdade de Anatomia.

Fita 1 - Lado B
A importância dos concursos para a docência: sua repercussão profissional e social; o apoio recebido por ocasião de seu primeiro concurso; sua transição para a otorrinolaringologia; as relações entre a anatomia e a cirurgia; a influência de Eduardo Morais na opção pela otorrinolaringologia; a dedicação à clínica de otorrinolaringologia; o trabalho no Hospital Santa Isabel (BA); Eduardo de Morais e o seu prestígio científico e político; as atividades desenvolvidas como auxiliar de ensino de Fróes da Fonseca; Fróes da Fonseca e Morais: símbolos de médicos eruditos; a trajetória de Fróes da Fonseca; o processo de especialização e as polêmicas a respeito; a influência da medicina americana; a trajetória profissional de Morais; sua tese de doutoramento.

Fita 2 - Lado A
O salvamento da vítima de osteonite; o regime de cobrança de honorários; sua recusa em estipular a quantia da consulta; sua clínica em Bezerros: organização do espaço físico, especialidades tratadas, localização; o perfil socioeconômico de sua clientela em Bezerros; o perfil de seus pais; o seu casamento em 1951.

Fita 2 - Lado B
A época de seus estudos em medicina na Bahia; o perfil socioeconômico e cultural dos estudantes de medicina da Bahia nos anos 1920; as diferenças entre a vida universitária em Pernambuco e na Bahia; a entrada na faculdade em 1920; a vida do médico neste período; sua clínica em Bezerros e o grande número de clientes; sua recusa em estipular o preço da consulta; suas atividades associativas no período universitário,. a participação na Sociedade Literária; os reflexos da semana de 1922 na faculdade de medicina; os reflexos da fundação do PCB sobre os estudantes de medicina da Bahia; as influências da atuação de Luís Carlos Prestes, Juarez Távora e Siqueira Campos; o movimento integralista e o comunista e sua repercussão sobre os estudantes de medicina da Bahia; sua amizade com Plínio Salgado; os debates entre as vertentes comunista e integralista na sociedade.

Fita 3 - Lado A
O atentado no Palácio Guanabara e os integralistas; as diferenças entre Gustavo Barroso e Plínio Salgado; a estrutura dos concursos para a faculdade; a remuneração do professor; seu concurso de livre-docência em anatomia no Rio de Janeiro (1928); Fróes da Fonseca e seu interesse pela anatomia e antropologia dos índios; suas relações com Roquete Pinto - diretor do Museu Nacional; seus estudos sobre a conformação nasal dos índios brasileiros; o convite de Fróes para se estabelecer no Rio de Janeiro; o período em que passou a exercer a otorrinolaringologia gratuitamente, visando seu aperfeiçoamento profissional; seu trabalho na Policlínica Geral do Rio de Janeiro; a formação de sua clientela particular; o consultório com Linhares; o consultório com a família Conde; um histórico da otorrinolaringologia; o trabalho no Hospital São Francisco de Assis; a cátedra na Universidade de Farmácia e Odontologia e a cátedra de anatomia da Faculdade de Odontologia da Universidade do Brasil; o prestígio do professor universitário; o concurso de 1944 com David Sanson.

Fita 3 - Lado B
A clientela da Policlínica; as especialidades existentes; a montagem de seu consultório; o mercado de trabalho para a otorrinolaringologia naquela época; a história da otorrinolaringologia no Brasil; a importância dos médicos Hilário de Gouvêa, João Marinho, Hélio Hungria e David Sanzon para o desenvolvimento da otorrinolaringologia no Brasil; seu concurso para a cátedra de anatomia (1939); sua entrada para a faculdade na década de 1950; seu período nos Estados Unidos no fim da Segunda Guerra Mundial.

Fita 4 - Lado A
A cronologia dos concursos realizados por Ermiro Lima: de 1928 a 1944; seu trabalho nos hospitais de Boston, Saint Louis e Filadélfia no ano de 1945; sua nomeação para diretor do Hospital dos Servidores do Estado (1947); sua atividade como docente; o horário do consultório e das aulas na faculdade,- a montagem de seu consultório particular; o prestígio conseguido através do incidente de 1944; o seu novo consultório: a localização; como conseguiu montar este consultório; o mercado de trabalho para o otorrino na época; as modificações feitas no consultório devido aos avanços tecnológicos; a relação entre médico e paciente; a relação entre os próprios médicos.

Fita 4 - Lado B
O prestígio na relação médico/paciente; o perfil teórico e o perfil artesanal dos médicos; as ligações entre a prática médica e a arte; sensibilidade e subjetividade versus tecnologia e objetividade no diagnóstico médico; os debates e controvérsias entre a generalidade e as especialidades em medicina; as relações entre a moral e o prestígio médicos; a concorrência entre a medicina e as outras formas de cura não-cientificas; a existência do charlatanismo diplomado; as condições de trabalho no hospital público; os fatores responsáveis pela cura.

Fita 5 - Lado A
A relação médico/paciente; a propaganda médica; o perfil socioeconômico de sua clientela; o estabelecimento de uma clientela fixa; a relação entre a docência e o consultório privado; o Hospital dos Servidores: tecnologia versus remuneração; o Hospital dos Servidores, local de prestígio médico; sua atividade associativa: a passagem no Sindicato Médico; comentários sobre Alvares Tavares de Souza; como se tornou líder da greve da letra "O"; a posição do Sindicato com relação ao assalariamento; a política classista do Sindicato; os motivos para a fundação da Associação Médica do Distrito Federal (AMDF).

Fita 5 - Lado B
Os motivos da proliferação associativa na categoria; as diferenças entre a AMDF, o Sindicato dos Médicos e a Associação Médica Brasileira (AMB); a posição dos médicos Alípio Correia Neto (cirurgião) e Jairo Ramos (pioneiro da cardiologia em SP), representantes paulistas da AMB contrários à AMDF; os motivos das divergências entre a AMDF e a AMB com relação à realização da greve; a posição do Sindicato contrária à greve; o perfil dos médicos que lideravam o movimento; os motivos para a escolha de Ermiro Lima para a presidência da AMDF; os motivos para a greve da letra "O"; a figura de Alencastro Guimarães, ministro do Trabalho, na época da greve da letra "O".

Fita 6 - Lado A
As razões para a fundação da Associação Médica do Distrito Federal (AMDF); o primeiro presidente da AMDF: Couto e Silva; as relações entre a AMDF e a AMB; a relação entre o associativismo e o prestígio médico; o relacionamento entre médicos e entre estes e seus clientes; a luta da AMDF pela aprovação do projeto de lei n° 1.082/50; o envolvimento do Sindicato dos Médicos, da AMB e da AMDF na campanha de aprovação do Projeto de Lei 1.082/50, que significava para os médicos atingir a letra "O".

Fita 6 - Lado B
Os motivos da greve da letra "O"; remuneração versus prestígio; as divergências no interior da categoria; os motivos que o levaram a liderar a greve da letra "O"; suas atividades associativas posteriores à liderança da greve; o protesto dos médicos no Palácio do Cateter o veto do presidente Café Filho ao Projeto de Lei n° 1.082/50; as concepções dos médicos sobre a greve; o que era a greve simbólica; sua prisão; a influência dos médicos comunistas no movimento; o processo de decisão das greves simbólicas ou jornadas de protesto.

Fita 7 - Lado A
Como foi decidido o início e o fim do movimento da letra "O"; a tendência esquerdista de Afrânio de Alencar Mattos (membro da diretoria da AMDF); a posição dos médicos Isnard Teixeira, Borreli, Júlio Sanderson, Carlos Grey e Renato Pacheco com relação à greve da letra "O" e as suas relações com a AMDF; o posicionamento da Academia Nacional de Medicina em relação à greve; o interesse do governo em rotular a greve como um movimento comunista; o posicionamento da imprensa em relação à greve da letra "O"; o boicote aos laboratórios farmacêuticos de Assis Chateaubriand; o final do movimento: ganhos e perdas; o samba "Maria Candelária" e sua relação com o movimento grevista sobre a letra "O"; o novo Código de Ética proposto pela AMB em 1953.

Fita 7 - Lado B
A AMB em 1953; a origem da AMB; as relações conflituosas entre a AMDF e a AMB; a criação do Conselho de Medicina em 1957 e a aprovação do Código de Ética em 1953; os motivos que levaram a AMB a propor um novo Código de Ética nos anos 1950; a oficialização do código em 1957; a normatização da relação entre os médicos; o desvio de clientes; as relações entre médicos e pacientes; a relação entre o médico especialista e o médico generalista ou antigo médico de família; o processo de especialização da medicina.

Fita 8 - Lado A
As modificações introduzidas na prática médica pela incorporação de novas tecnologias; o funcionamento dos hospitais hoje; o surgimento das especialidades médicas; a contribuição da sofisticação dos instrumentos para a especialização médica; a interrelação entre as várias especialidades médicas; a predominância no código de 1957 do médico generalista sobre o especialista; a relação médico/paciente; o cliente privado e o cliente público; a clínica no Hospital São Francisco e o convívio com clientes de diversas camadas sociais; a primeira diretoria do Conselho de Medicina; as reuniões do Conselho; considerações sobre si mesmo e sobre Álvaro de Mello Dória: os representantes da AMEG na chapa vitoriosa que assumiu o Conselho em 1958.

Fita 8 - Lado B
Os debates nas reuniões do Conselho sobre medicina geral e especializada; a relação médico/médico; a relação médico/paciente; as modificações ocorridas no mercado referente à otorrinolaringologia; a história da otorrinolaringologia; os avanços técnicos e a especialização na otorrinolaringologia; a restrição do campo de atuação na área da otorrinolaringologia; o caso da fonoaudiologia; o perfil do paciente "ideal"; os princípios do exercício da medicina: segredo profissional, liberdade de escolha do paciente em relação ao médico.

Fita 9 - Lado A
Os princípios da medicina: a liberdade de prescrição; a liberdade de ter o seu próprio consultório; o pagamento no ato da consulta; algumas considerações sobre a carga de trabalho médico; a concorrência entre a medicina, o curandeirismo, o charlatanismo e as práticas espíritas; o caso da homeopatia; a distinção entre o curandeiro e o charlatão; a presença do deputado Tenório Cavalcanti nas assembleias sobre a deflagração da greve da letra "O"; agradecimentos e palavras finais.

Ernest Paulini

Entrevista realizada por Lisabel Espellet Klein e Eduardo Vilela Thielen, no Rio de Janeiro, no dia 30 de agosto de 1990.

Ernesto Hofer

Entrevista realizada por Pedro Jurberg e Laurinda Rosa Maciel, no Pavilhão Rocha Lima/Laboratório de Zoonoses Bacterianas/IOC/Fiocruz – Rio de Janeiro, no dia 23 de maio de 2018, com a duração de 1h16min.

Ernesto Silva

Entrevista realizada por Simone Kropf e Gilberto Hochman, em Brasília (DF), nos dias 26 e 27 de abril de 2007.

Euclides Ayres Castilho

Entrevista realizada por Dilene Raimundo do Nascimento e Marcos Roma Santa, em Brasília (DF), no dia 06 de novembro de 1996.
Sumário
Fita 1 – Lado A
Sua formação em medicina preventiva; o trabalho como professor da USP; as funções desempenhadas na Fundação Oswaldo Cruz; a origem de seu interesse profissional pela Aids; o ingresso na Comissão Nacional de Aids, em 1987; a presidência do Comitê Diretivo de Pesquisa do Programa nacional de Aids e do Comitê de Vacinas do Programa Nacional de Aids, ambos em 1993; dificuldades em ajustar o trabalho acadêmico às demandas da área do serviço. Considerações sobre os aspectos técnicos, políticos e institucionais que envolvem o enfrentamento da Aids no Brasil; o processo de incorporação da Aids como uma questão pública, as primeiras iniciativas da comunidade científica, o surgimento das Ongs/Aids. Critica a supervalorização da questão da Aids, diante de outras questões graves de saúde pública no Brasil. Os aspectos burocráticos e administrativos que limitam a implantação e a execução das políticas públicas de combate à epidemia no país; as iniciativas do Programa para assessorar os estados e municípios na captação e administração dos recursos destinados à implantação dos programas regionais de combate à doença. Considerações sobre a imagem que a sociedade tem da Aids. Ressalta seu esforço pessoal em não deixar que seus valores morais interfiram na execução de seu trabalho. As implicações e o inquestionável valor científico do uso da categoria “grupo de risco” na epidemiologia. A redução das atitudes discriminatórias da comunidade médica, principalmente entre os que atuam cotidianamente na área clínica.

Fita 1 – Lado B
Sua relação pessoal com a ameaça da Aids. Considerações sobre as complexas redes de relações sociais que possibilitaram a disseminação da doença no mundo; o crescimento no índice de contaminação através de relações penivaginais. Ressalta o equívoco cometido por alguns colegas ao afirmarem não haver risco de contaminação da mulher para o homem. O medo da contaminação. Aspectos morais que permeiam as considerações técnico-científicas do discurso médico no processo de elaboração das campanhas de prevenção à Aids; destaca toda a complexidade que envolve a produção e a veiculação das campanhas. A polêmica em torno da proposta de “redução de danos” aplicada entre os usuários de drogas injetáveis. Considerações pessoais sobre a relação entre pesquisadores e pacientes; comentários a respeito dos livros de Hervé Guibert, “Ao amigo que não me salvou a vida”, onde o autor expõe sua mágoa diante da postura fria dos pesquisadores diante do drama dos doentes de Aids. Ressalta os aspectos clínicos no uso dos medicamentos anti-Aids e o seu efeito, pelo menos momentâneo, na garantia de uma maior qualidade de vida dos doentes; o impacto do coquetel anti-Aids na sociedade brasileira e as distorções em seu entendimento; a contribuição das atividades comunitárias desenvolvidas pelas ONG's Aids e a preocupação com a pauperização da epidemia no país.

Fita 2 – Lado A
Avaliação positiva da parceria institucional entre o governo e as ONG's-Aids. Considerações sobre uma possível lentidão nas respostas governamentais de combate ao avanço da epidemia; restrições do conhecimento científico sobre o vírus e o pessimismo diante da possibilidade de uma vacina eficaz a curto prazo; os resultados promissores das pesquisas nas áreas clínicas e farmacológicas. O aumento da incidência de Aids entre as mulheres. Comentários sobre o trabalho e o caráter de Lair Guerra, coordenadora do PNDST/AIDS. Sua opinião pessoal sobre a vida em tempos de Aids.

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