Instituto Aggeu Magalhães (IAM)
- Entidade coletiva
- 1950-
Instituto Aggeu Magalhães (IAM)
Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (ENSP)
Em 3 de setembro de 1954 a lei n. 2.312 definiu que a “União manteria uma Escola Nacional de Saúde Pública à qual poderiam ser equiparadas outras existentes ou que viessem a ser criadas pelos Estados ou pela iniciativa particular”. Em decorrência dessa lei o governo federal baixou o decreto n. 43.926, de 26 de junho de 1958, dispondo sobre a estrutura e as finalidades da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP), vinculada ao Ministério da Saúde. Em 1958 a ENSP passou a ter sob sua jurisdição os cursos do Departamento Nacional de Saúde e do Departamento Nacional da Criança. Em 23 de março de 1966 foi inaugurada a nova sede da ENSP, com o aproveitamento do esqueleto de um edifício abandonado, em área de 14 mil metros quadrados, situada em Manguinhos. Com a lei n. 5.019, de 7 de junho de 1966, a ENSP e outros estabelecimentos passaram a integrar a Fundação Ensino Especializado de Saúde Pública (Fensp), de personalidade privada, criada com a finalidade de ministrar ensino especializado em saúde pública em cursos de pós-graduação para pessoal de nível técnico-científico e cursos de preparação de pessoal auxiliarmédico, além de realizar estudos e pesquisas de interesse para o aperfeiçoamento técnico e científico do pessoal de saúde pública. Em 1º de outubro de 1969, pelo decreto-lei n. 904, a Fensp passou a denominar-se Fundação Recursos Humanos para a Saúde (FRHS), continuando a ENSP a fazer parte da estrutura da mesma Fundação. Entre suas finalidades incluíam-se a avaliação dos quantitativos e da qualificação do pessoal de que poderia dispor o Sistema Brasileiro de Proteção e Recuperação da Saúde, assim como a promoção de medidas para a formação e o aperfeiçoamento de pessoal. Em 22 de maio de 1970, o decreto n. 66.624 transformou a FRHS em Fundação Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz). Esta passou a integrar sete institutos, entre eles o Instituto Presidente Castelo Branco, novo nome da ENSP, que voltou a ser denominada desta forma em 1976. Em 2003, ela ganha a denominação atual: Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca. Sua estrutura organizacional é esta: quatro vice-diretorias integrantes da direção – Pós-Graduação, Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico, Escola de Governo em Saúde e Desenvolvimento Institucional e Gestão – e seis departamentos – Departamento de Ciências Sociais, Departamento de Epidemiologia e Métodos Quantitativos em Saúde, Departamento de Administração e Planejamento em Saúde, Departamento de Ciências Biológicas, Departamento de Saneamento e Saúde Ambiental, Departamento de Endemias Samuel Pessoa. Integram ainda sua estrutura o Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana, o Centro de Saúde Escola Germano Sinval Faria e o Ambulatório de Saúde do Trabalhador.
Presidência da Fundação Oswaldo Cruz
O primeiro estatuto da Fundação Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz), aprovado pelo decreto n. 67.049, de 13 de agosto de 1970, definiu uma estrutura organizacional que comportava estas instâncias de gestão, administração e assessoramento superior: Conselho de Administração; Presidência; Conselho Técnico-Consultivo e Consultoria Jurídica. Definiu, ainda, a Junta de Controle como órgão de fiscalização financeira. Presidido pelo ministro da Saúde e composto por membros por ele designados, o Conselho de Administração tinha por atribuição fixar as normas necessárias à gestão administrativa e financeira da instituição. O mesmo instrumento estabelecia que a Fiocruz seria presidida pelo diretor do Instituto Oswaldo Cruz (IOC). Ao presidente cabiam atribuições executivas no que concerne à direção, coordenação e orientação das atividades da instituição. A ele competia, ainda, presidir o Conselho Técnico-Consultivo que, composto pelos diretores do Instituto Castelo Branco, do Instituto de Produção de Medicamentos, por chefes de alguns departamentos e pelo coordenador dos institutos autônomos, tinha por atribuição opinar acerca de questões técnico-científicas. O primeiro regimento, também de 1970, constituiu a Administração Geral da instituição e conferiu ao núcleo da Presidência uma estrutura que comportava um gabinete, uma assessoria e o Serviço de Relações Públicas. Em 1976, essa estrutura de gestão e administração superior sofreu a primeira modificação. Um novo estatuto suprimiu o Conselho de Administração, desvinculou o exercício da presidência da direção do IOC e transformou o Conselho Técnico-Consultivo em Conselho Técnico Científico, que, de órgão de representação interna, passou a ser composto por conselheiros nomeados pelo ministro. O mesmo instrumento também previu, pela primeira vez, a existência de vice-presidências, transformou a Junta de Controle em Unidade de Controle Interno e criou a Assessoria de Segurança e Informações. Ao final desse ano estavam também constituídas a Superintendência de Administração Geral, a Assessoria Geral de Planejamento, a Assessoria de Relações Públicas e a Prefeitura do campus. Em dezembro de 1979, foram pela primeira vez definidos os campos de atuação das vice-presidências, contemplando as áreas de pesquisa, de recursos humanos e de desenvolvimento tecnológico. Competia aos vice-presidentes a direção das unidades centrais de suas áreas, respectivamente o IOC, a Escola Nacional de Saúde Pública e o Laboratório Central de Drogas, Medicamentos e Alimentos, que em junho de 1981 passou a denominar-se Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde. Entre o final da década de 1980 e o início da seguinte, as áreas de atuação das vice-presidências foram redefinidas, refletindo as deliberações do I e II Congressos Internos da Fiocruz. Na década de 1990 as áreas de planejamento e administração centralizadas sofreram modificações, em boa parte decorrentes da adequação da estrutura da Fiocruz às normas gerais definidas para a administração federal. Entre as alterações ocorridas nesse período, destacam-se a criação da Diretoria de Recursos Humanos; a transformação também em diretoria da Superintendência de Administração Geral e a transformação da Superintendência de Planejamento em Assessoria de Planejamento Estratégico. Atualmente a Presidência da Fiocruz contempla as vice-presidências de Pesquisa e Laboratórios de Referência; Desenvolvimento Institucional e Gestão do Trabalho; Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde; Produção e Inovação em Saúde; Ensino, Informação e Comunicação. Conta ainda com nove órgãos de assistência direta, quatro unidades técnico-administrativas e uma unidade de apoio.
Instituto Fernandes Figueira (IFF)
As origens do Instituto Fernandes Figueira remontam à década de 1920, quando o pediatra Antonio Fernandes Figueira assumiu a Inspetoria de Higiene Infantil. Em 7 de setembro de 1924, com a lei n. 4.793, a Prefeitura do Distrito Federal cedeu à Inspetoria de Higiene Infantil (IHI) o Hotel Sete de Setembro, situado no bairro carioca do Flamengo, para a instalação de um hospital para crianças. Esse hotel, que mais tarde seria transformado na Casa do Estudante, havia sido construído para recepcionar os visitantes da Exposição do Centenário da Independência, em 1922. A construção destinada à moradia dos funcionários do antigo hotel foi reformada, e ali foi instalado o Hospital Arthur Bernardes. O decreto n. 5.150, de 10 de janeiro de 1927, alterou sua denominação para Abrigo Hospital Arthur Bernardes. Na década de 1930 o hospital enfrentou várias crises e chegou a ser desativado, ficando restrito a um pequeno ambulatório de pediatria. Em 1939 ele foi reaberto como Instituto de Higiene e Medicina da Criança, abrigando o Serviço de Puericultura do Distrito Federal. Em 1940 foi criado o Departamento Nacional da Criança (DNCr), que substituiu a IHI. No mesmo ano, o Instituto de Higiene e Medicina da Criança foi reformulado e passou a se chamar Instituto Nacional de Puericultura (INP), tendo como missão realizar estudos, inquéritos e pesquisas sobre problemas relativos à maternidade e à saúde da criança. Ao DNCr cabia o desenvolvimento de atividades de formação de recursos humanos para a atenção materno-infantil, através de cursos com intensa participação de técnicos do INP, conforme o decreto-lei n. 5.912, de 25 de outubro de 1943. Pelo decreto n. 9.089, de 26 de março de 1946, o INP passou a ser denominado Instituto Fernandes Figueira (IFF), cuja estrutura foi formalizada pelo decreto n. 26.690, de maio de 1949. Em 1970 foi criada a Fundação Instituto Oswaldo Cruz, que incorporou vários institutos, entre eles o IFF. Atualmente a instituição realiza atividades de pesquisa, ensino, assistência, desenvolvimento tecnológico e extensão no âmbito da saúde da mulher, da criança e do adolescente. Sua estrutura organizacional é esta: quatro vice-diretorias integrantes da direção – Assistência, Ensino, Pesquisa e Desenvolvimento Institucional –, três departamentos – Ginecologia, Patologia Clínica e Ensino –, coordenações de Bolsas e Gerência de Projetos de Pesquisa em Saúde e Núcleo de Inovação Tecnológica.
Nasceu em 2 de agosto de 1894, na cidade de São Paulo, filha de Adolpho Lutz e Amy Fowler Lutz. Em 1908 a família transferiu-se para o Rio de Janeiro, quando seu pai, renomado especialista em medicina tropical, passou a trabalhar no Instituto Oswaldo Cruz (IOC). Seus estudos superiores foram feitos em Paris durante a Primeira Guerra Mundial, quando viveu com a mãe e o irmão, Gualter, em um apartamento na capital francesa. Formada em ciências naturais pela Faculdade de Ciências da Universidade de Paris, em 1918, ingressou, nesse mesmo ano, no IOC, como tradutora, e de forma apenas oficiosa, a única que encontrou para estar ao lado do pai como sua auxiliar de pesquisa. Participou, no ano seguinte, do concurso para o cargo de secretário do Museu Nacional, quando se classificou em primeiro lugar. Em 1924 integrou o grupo de educadores que fundou a Associação Brasileira de Educação. Em 1931 assumiu a função de secretária de redação do museu, tendo como atribuição principal a tradução de textos, e em 1937 foi designada naturalista da instituição, onde desenvolveu estudos sobre botânica, biologia e anfíbios, sua grande especialidade. Como uma das pioneiras do movimento feminista no Brasil, lutou pelo voto feminino e promoveu a fundação de entidades como a Liga para a Emancipação Intelectual da Mulher (1919), a Federação Brasileira para o Progresso Feminino (1922), a União Universitária Feminina (1929), a Liga Eleitoral Independente (1932), União Profissional Feminina (1933) e a União das Funcionárias Públicas (1933). Para participar com mais eficiência da vida política e da conquista de direitos para as mulheres, bacharelou-se em 1933 pela Faculdade de Direito do Rio de Janeiro. Candidatou-se, em 1934, à Câmara dos Deputados pela legenda do Partido Autonomista do Distrito Federal, representando a Liga Eleitoral Independente. Obteve a primeira suplência e ocupou a vaga do titular, deputado Cândido Pessoa, em virtude de sua morte, em 1936. Na Câmara, onde permaneceu até a implantação do Estado Novo, em 1937, batalhou pela mudança da legislação concernente ao trabalho da mulher e do menor e apresentou, também, projetos relacionados ao combate à lepra e à malária. No final da década de 1930, quando Adolpho Lutz já apresentava sérios problemas de saúde, assumiu a correspondência com seus interlocutores e a coordenação de algumas de suas pesquisas, cuidando da publicação de seus últimos trabalhos. Após a morte do pai, em 1940, não mediu esforços para reunir e publicar seus textos, preservar suas coleções biológicas e seu acervo pessoal. Ao longo de sua trajetória representou o Brasil em diversos eventos, entre eles a assembleia geral da Liga das Mulheres Eleitoras, nos Estados Unidos (1922), a Conferência Internacional da Mulher, em Berlim (1929) e a VII Conferência Pan-Americana da Mulher, em Montevidéu (1933). Em 1951 foi agraciada com o título de Mulher das Américas. Em 1975, Ano Internacional da Mulher, fez parte da delegação brasileira que participou da Conferência Mundial da Mulher, realizada no México pela Organização das Nações Unidas. Morreu em 16 de setembro de 1976, no Rio de Janeiro.
Nasceu em 25 de fevereiro de 1936, na cidade do Rio de Janeiro (RJ), filho de José de Carvalho e Soledade Lopes de Carvalho. Iniciou sua trajetória no Cruz IOC em 1950, quando foi contratado como servente na Seção de Fotografia e realizou atividades no Serviço de Envasamento de vacina antitífica. No ano seguinte participou do Curso de Fotomicrografia, e em 1960, do Curso de Auxiliar de Laboratório, ambos promovidos pelo IOC. Foi enquadrado em 1964 como fotógrafo, função que desempenhava desde 1955, após ter sido declarado servidor equiparado aos funcionários efetivos. Em 1968 foi designado para participar do Projeto Rondon I, no qual produziu registros fotográficos inéditos das aldeias dos índios yanomamis no Alto Catrimani, em Roraima. Entre 1970 e 1977 respondeu pela Unidade de Audiovisual da Escola Nacional de Saúde Pública. No ano de 1975 atuou na Campanha de Prevenção ao Câncer Ginecológico, bem como participou dos cursos de Fotografia como Método Científico, da Associação Universitária Santa Úrsula, e de Técnicas Audiovisuais, da Faculdade de Comunicação da Fundação Armando Álvares Penteado. Em 1977 graduou-se no curso de licenciatura em geografia da Sociedade Unificada de Ensino Superior Augusto Motta. Ainda nesse ano foi aposentado. Retornou em 1986 ao IOC, novamente na condição de funcionário público, como fotógrafo de microscopia no Departamento de Virologia, onde trabalhou com a equipe que pela primeira vez isolou o vírus da dengue no Brasil. Ainda em 1986 produziu o registro fotográfico dos dez cientistas do IOC, personagens do episódio do Massacre de Manguinhos, para o evento de reintegração destes à Fiocruz. Aposentou-se compulsoriamente em 2006. Anos depois, voltou ao instituto como técnico de laboratório, sendo responsável por grande parte do trabalho de restauração e organização das lâminas das coleções Histopatológica e de Febre Amarela pertencentes ao Laboratório de Patologia. Morreu em 22 de maio de 2015, no Rio de Janeiro.
Ministério das Relações Exteriores (MRE)
Paulo Duarte de Carvalho Amarante
Nasceu em Colatina, norte do Espírito Santo em 31 de agosto de 1952. Iniciou sua formação escolar no Colégio Marista, indo morar com os pais em Vila Velha em 1968, aos 16 anos, onde terminou o curso científico. Nessa época organizou um clube de astronomia amadora entre os colegas do colégio, estudando também literatura e filosofia. Com grande talento musical, por um momento ficou em dúvida sobre qual carreira profissional seguir. Optou pela Medicina e se formou em 1976, na Escola de Medicina da Santa Casa de Misericórdia de Vitória, EMESCAM. No quarto ano da faculdade, foi acadêmico plantonista do Hospital Colônia Adauto Botelho em Cariacica, Espírito Santo. Veio para o Rio de Janeiro em 1976, fazer a residência no Internato em Psiquiatria, na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Participou do primeiro curso de musicoterapia no Rio de Janeiro com Rolando Beneson e tentou implantar mais tarde esta técnica no Hospital Adauto Botelho e no Instituto Psiquiatria da Universidade do Brasil, IPUB, da UFRJ. Em 1978, ingressou para o Mestrado no Instituto de Medicina Social, na UERJ, onde defendeu a dissertação “Psiquiatria social e colônias de alienados no Brasil”. Em 1982, trabalhou com Paulo Mariz como Assessor do Diretor da DINSAM (Divisão Nacional de Saúde Mental), cuja autonomia administrativa o possibilitou fazer muitas modificações no CPPII, Centro Psiquiátrico Pedro II, tais como concurso para preenchimento do quadro de funcionários, entre especialistas e técnicos. Tais mudanças geraram muita resistência por parte dos funcionários daquela instituição. Realizou um vídeo chamado “CRONIKÓS” denunciando a internação compulsória de um dos pacientes no IPUB, que lhe rendeu menção honrosa no 1º Festival Nacional de Vídeo, do Museu de Arte Contemporânea da USP, em 1983. Paralelamente ao cargo de Assessor de Saúde Mental, da Superintendência Regional do Rio de Janeiro, INAMPS, em 1985, trabalhou como Diretor do Centro de Estudos do CPP II e foi designado como Suplente do Representante da Secretaria de Estado de Saúde e Higiene, em 1986. Durante o curso de Doutorado em Saúde Pública na ENSP, obteve bolsa na modalidade sanduíche da CAPES para estágio em Trieste, na Itália, sob orientação de Franco Rotelli durante os meses de novembro de 1991 a março de 1992. Fez estágio de pós-doutorado em Imola, na Itália, sob supervisão de Ernesto Venturini. A partir de 1993, assumiu a Coordenadoria do Núcleo de Estudos Político-Sociais em Saúde (NUPES), na Fiocruz. Coordena atualmente o Curso de Especialização em Saúde Mental e o Laboratório de Estudos e Pesquisas em Saúde Mental (LAPS). É doutor honoris causa da Universidade Popular das Madres da Plaza de Mayo. É autor e organizador de vários livros, dentre eles, “Loucos pela Vida: a trajetória da Reforma Psiquiátrica no Brasil”, uma obra de referência para o estudo deste tema e é um dos organizadores. Autor de O homem e a serpente – Outras histórias para a loucura e a psiquiatria; Psiquiatria social e reforma psiquiátrica; Ensaios: subjetividade, saúde mental, sociedade, dentre outros. É editor da coleção “Loucura e civilização”, da Editora Fiocruz. Foi presidente nacional da Associação Brasileira de Saúde Mental (Abrasme) e em 6 de junho de 2015, foi eleito seu Presidente de Honra. Coordenadora do Grupo de Trabalho em Saúde Mental da Abrasco, do qual é Vice-Presidente, membro da Diretoria Nacional do Cebes e professor titular e coordenador do Laboratório de estudos e pesquisas em saúde mental e atenção psicossocial da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, da Fiocruz.
Ítalo Rodrigues de Araujo Sherlock
Zoraide da Silva Castelo Branco
Nasceu em 24 de novembro de 1879, na cidade do Rio de Janeiro, filho de Henrique Carlos da Rocha Lima e Hermizilia Cássia Rocha Lima. Formou-se pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro em 1901. Um ano antes frequentou o Instituto Soroterápico Federal, em Manguinhos, quando teve o primeiro contato com Oswaldo Cruz e a pesquisa científica. Entre 1901 e 1902 realizou cursos de higiene, bacteriologia, protozoologia, microbiologia e anatomia patológica no Instituto de Higiene e no Hospital Charité de Berlim (Alemanha). Em 1903, a convite de Oswaldo Cruz, ingressou como chefe de serviço no Instituto Soroterápico Federal. Ali se destacou na orientação de estudantes de medicina que frequentavam os laboratórios para desenvolver suas teses de doutoramento e na estruturação de cursos sobre anatomia patológica, bacteriologia e zoologia médica. Retornou à Alemanha em 1906, para estudar no Instituto de Patologia anexo ao Hospital de Munique. No ano seguinte, ao lado de Oswaldo Cruz, participou em Berlim do XIV Congresso Internacional de Higiene e Demografia e da Exposição de Higiene a este vinculada. Sua atuação no preparo do material referente às atividades do Instituto Soroterápico Federal contribuiu significativamente para o primeiro lugar alcançado pela mostra brasileira no evento. Em 1909 vinculou-se ao Instituto de Anatomia Patológica da Universidade de Jena e, posteriormente, ao Instituto de Doenças Marítimas e Tropicais de Hamburgo. Em 1910 pediu exoneração de Manguinhos. No Tropeninstitut permaneceu até 1927, onde pesquisou várias moléstias, como febre amarela, verruga peruana, doença de Chagas e tifo exantemático, do qual descreveu o agente etiológico em 1916, a Rickettsia prowazekii. Em 1928, já de volta ao Brasil, incorporou-se ao Instituto Biológico de Defesa Agrícola e Animal (Instituto Biológico em 1937), que viria a dirigir de 1933 a 1949. A consolidação desse instituto paulista no cenário científico brasileiro e internacional foi o maior legado de sua administração. Em 1952 recebeu o título de doutor honoris causa da Universidade de Hamburgo. Morreu em 12 de abril de 1956, na cidade de São Paulo.
Nasceu na cidade do Rio de Janeiro, em 25 de abril de 1917. Ingressou aos vinte anos, como auxiliar de mecânica, na Fábrica de Projéteis de Artilharia na mesma cidade. Trabalhou nesta fábrica até 1940, quando passou a exercer a função de assistente-técnico e de desenhista da Fundação Rockefeller, onde permaneceu até 1946. Junto à instituição norte-americana, desenvolveu atividades como desenhista, na área da saúde. Uma de suas principais atividades era desenhar mosquitos, em especial os exemplares de sabetíneos. Assim, em 1942, participou como ilustrador do trabalho Sabetíneas da América, organizado por John Lane e Nelson Cerqueira. Em sua formação profissional teve grande influência do pesquisador Nelson Cerqueira. A Coleção de Mosquitos da Fundação Rockefeller, na qual trabalhou, reunia exemplares de todo o país. Atualmente, esta coleção encontra-se no Centro de Pesquisas René Rachou, da Fiocruz. Em 1946, Orlando Ferreira passou ao cargo de auxiliar de entomologia no Serviço Nacional de Febre Amarela, permanecendo na instituição durante seis anos. Na década de 1950, iniciou suas atividades profissionais no IOC, passando a trabalhar na Seção de Zoologia Médica. Os desenhos de outras espécies e grupos da entomologia que produziu levaram-no a estudar de forma autodidata os principais livros e manuais de entomologia. Colaborou na publicação de diversos trabalhos, principalmente com Costa Lima. Ao longo de sua carreira profissional na Fiocruz, Orlando Ferreira foi enquadrado como entomologista, zoólogo e pesquisador. Com o pesquisador José Jurberg, foi curador da Coleção Entomológica de 1976 a 1986, ano em que o professor Sebastião José de Oliveira assumiu a curadoria desta, quando de sua reintegração à Fiocruz. Teve destacada atuação como organizador da Coleção Entomológica desde os anos 1950, projetando a construção de armários e elevadores para melhor acondicionamento e conservação. Em 1990, Orlando aposentou-se, mas não se desligou das suas atividades na Coleção Entomológica.
Nasceu em 17 de março de 1929, em Niterói (RJ), filho de Adelino Silva Neves e de Helena Garrido Neves. Sua opção profissional recaiu primeiramente pelo atletismo, por isso estava mais propenso a seguir a carreira militar e chegou a fazer prova para a Academia Militar das Agulhas Negras. Em 1948, foi aprovado no vestibular da Faculdade de Medicina da UFF, em Niterói (RJ). O que despertou seu interesse pela Dermatologia foram as aulas do professor Paulo de Figueiredo Parreiras Horta. Ao terminar a graduação, em 1953, foi contratado pelo Laboratório de Anatomia Patológica do Instituto de Leprologia, do Serviço Nacional de Lepra (SNL). Tem vários títulos de pós-graduação, dentre eles o de Especialista em Leprologia, pelo SNL, em 1956, além de Especialista em Dermatologia pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), em 1967, e de Especialista em Hansenologia, pela Sociedade Brasileira de Hansenologia (SBH), em 1974. Foi nomeado diretor do Instituto de Leprologia (IL), em 1964. Entre 1969 e 1975, esteve no cargo de chefe de Anatomia Patológica do IL e, de posição francamente contrária à absorção do Instituto pela Fiocruz, transferiu-se para Brasília, para trabalhar no Instituto do Câncer, onde implantou o atendimento ao câncer de pele. Atuou como professor titular da UFF, substituindo o professor Rubem David Azulay, até 1982. Foi presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia em 1986 e professor titular de Dermatologia na UFRJ, de 1993 a 1999, quando foi compulsoriamente aposentado. Considerado um dos dermatologistas com importante atuação na hanseníase, colaborou em vários momentos da política de controle da doença no país, da Campanha Nacional contra a Lepra e da Divisão Nacional de Dermatologia Sanitária. Morreu em 12 de maio de 2012.
Nasceu em 1939, na cidade de Presidente Wenceslau (SP), graduou-se em medicina veterinária em 1967 pela UFF e concluiu o doutorado no Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da USP, em 1972. No período de 1969 a 1971, cursou o pós-doutorado em virologia e epidemiologia, no Baylor College Of Medicine, EUA. Entre 1974 e 1976, ocupou o cargo de Gerente de setor da Bayer do Brasil Indústrias Químicas S.A., em São Paulo e em Colônia, na Alemanha. Em 1976, foi convidado pelo então presidente da Fiocruz, Vinicius da Fonseca, a ocupar o cargo de superintendente do recém-criado Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos – Bio-Manguinhos. Esteve à frente do instituto por 13 anos consecutivos, desde a sua criação. No período de abril de 1989 a março de 1990, foi presidente da Fiocruz. Entre 1990 e 1991 foi coordenador do Programa de Auto-Suficiência Nacional em Imunobiológicos (Pasni), do Ministério da Saúde. Na Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), atuou como coordenador de Biotérios do Programa de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico, Programa Especial de Vacinas e Imunização, entre 1991 e 1997, em Washington, EUA. Retornou ao Brasil no fim de 1997, ocupando o cargo de vice-presidente de Tecnologia da Fiocruz. Em 2001, deixou a função e tornou-se novamente diretor eleito de Bio-Manguinhos, em segundo mandato, cargo no qual permaneceu até 2009.
Olympio Oliveira Ribeiro da Fonseca [Filho]
Olympio Oliveira Ribeiro da Fonseca nasceu em 7 de maio de 1895, no Rio de Janeiro, filho de Olympio Arthur Ribeiro da Fonseca e Elisa Oliveira Ribeiro da Fonseca. Em 1915 graduou-se pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. De 1913 a 1914 freqüentou o Curso de Aplicação do IOC, onde atuou posteriormente como pesquisador especializado em fungos, professor, chefe de laboratório e diretor. Foi membro da Academia Nacional de Medicina, Academia Brasileira de Ciências e Sociedade Brasileira de Biologia, diretor do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, além de professor catedrático de parasitologia da Faculdade Nacional de Medicina da Universidade do Brasil, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro. Morreu em 19 de abril de 1978, no Rio de Janeiro.
Estudo Nacional de Despesa Familiar
Pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) com assessoria da Food and Agriculture Organization (FAO), entre 18 de agosto de 1974 a 15 de agosto de 1975 (fase de campo). Tinha como objetivo Avaliar o consumo alimentar, a estrutura de despesa familiar e o estado nutricional de uma amostra da população brasileira, representativa dos estados da federação. Procurou atender as necessidades de planejamento governamental e privado, compondo uma visão geral que congrega aspectos distintos da situação. Enfatizou-se a obtenção de informações sobre consumo alimentar, levantando-se elementos para estudos sobre condições de nutrição. As informações alimentares foram coletadas através de pesagem direta, durante sete dias. Também inclui relato dos alimentos que foram consumidos fora do domicílio durante o período. Além das informações sobre alimentos no domicílio, também foram coletados outros dados sócio-econômicos, tais como: composição familiar (sexo, idade, migração e relação com o chefe para todas as pessoas do domicílio), emprego, renda e dados antropométricos das pessoas residentes. Direcionada para a população em geral de todos os estados e regiões metropolitanas (Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte, Salvador, Recife, Fortaleza, Belém e Brasília), e não inclui a área rural na região Norte. Atingiu aproximadamente 55 mil famílias.
José Cândido de Albuquerque Mello Mattos
Lejeune Pacheco Henriques de Oliveira
Nasceu em 16 de novembro de 1915, em Suassuí (MG), filho de Aristides Henriques de Oliveira e Naomi Silva Pacheco de Oliveira. Formou-se em 1938 pela Faculdade Nacional de Medicina da Universidade do Brasil, onde atuou junto à cadeira de parasitologia do professor Olympio da Fonseca Filho como auxiliar de herbário (1935-1936), monitor (1936) e assistente de história natural do Curso Complementar (1936-1937). Nesse último período frequentou o Curso de Aplicação do IOC. Em 1937 ingressou na instituição como assistente técnico, sendo a seguir designado para as funções de biologista (1941), pesquisador (1950), encarregado da Estação de Hidrobiologia da Seção Auxiliar (1954), chefe da Seção de Hidrobiologia da Divisão de Zoologia (1963), pesquisador em biologia (1972) e pesquisador associado (1981). Em 1947 atuou como assistente de parasitologia em curso organizado pelo Departamento Nacional de Saúde Pública. No ano seguinte iniciou suas atividades didáticas em cursos do IOC, como os de Aplicação, Hidrobiologia, Fundamental de Biologia, Bacteriologia, Parasitologia e Imunologia e Indicadores de Regimes Hidrobiológicos e de Poluição. Também lecionou nos cursos de Pilotos de Pesca da Escola de Marinha Mercante e de Limnologia do Instituto de Biologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). De 1977 a 1979 atuou como orientador de bolsistas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, bem como examinador de dissertações de mestrado dos cursos de Zoologia e Botânica do Departamento de Zoologia do Instituto de Biologia da UFRJ. Foi membro da Sociedade Brasileira de Biologia, da Associação Internacional de Limnologia, da Associação Americana para o Avanço da Ciência, da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, da Academia Brasileira de Ciências, da Sociedade Internacional de Estudo das Algas, da Sociedade Brasileira de Proteção à Natureza, da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e da Sociedade Brasileira de Zoologia. Recebeu as medalhas Mérito D. João VI (1958) e do Saneador do Rio de Janeiro (1972). Casou-se com a pesquisadora Luiza Krau que havia ingressado, na década de 1940, em Manguinhos e foi designada sua assistente na Estação de Hidrobiologia na Ilha do Pinheiro. Morreu em 22 de outubro de 1982, no Rio de Janeiro.
Estevam José Cardoso de Oliveira
Luiz Carlos Fadel de Vasconcellos
Alaísa Helena Calixto do Nascimento