Mostrando 967 resultados

registro de autoridade

Aguinaldo Gonçalves

  • Pessoa
  • 1949-

Nasceu em 18 de agosto de 1949, em Santos (SP). Iniciou os estudos em 1964, no Instituto de Educação Canadá, com o intuito de se tornar linguista ou historiador. Influenciado pelo professor de psicologia, optou por fazer Medicina na Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp), em 1967. Após terminar a graduação, fez o Curso de Especialização em Medicina de Trabalho na USP, em 1974. Iniciou nesse mesmo ano, o mestrado em Ciências Biológicas (Biologia Genética), também na USP, cujo tema foi Estudo genético-clínico de família afetada pela Síndrome de Mounier-Kuhn. Em 1976 fez o Curso de Especialização em Saúde Pública, na USP. Em 1977 ingressou na Faculdade de Saúde Pública, como professor de Epidemiologia, Dermatologia Sanitária e Controle da Hanseníase para a graduação e a pós-graduação. Defendeu em 1980 a tese de doutorado Variabilidade dos Agravos constitucionais em pré-escolares da Rede Pública Municipal de São Paulo. Foi convidado pelo ministro da Saúde, Waldyr Arcoverde, para trabalhar na Secretaria Nacional de Programas Especiais de Saúde, desse Ministério, como diretor nacional, a partir de 1980. Ao deixar essa função, foi para o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) trabalhar como coordenador das Ciências da Saúde, dando pareceres e representação em saúde coletiva no âmbito interno e externo da instituição. Em 1983 recebeu a medalha de Mérito “Vacuna contra la Lepra”, concedida pela Asociación para la Investigatión Dermatologica, em Caracas, Venezuela. Foi professor titular em Saúde Coletiva da Faculdade de Educação Física, da Universidade de Campinas (Unicamp), São Paulo, de 1988 a 2010, quando se aposentou. Desde 2010, é professor da Faculdade de Medicina da PUC-Campinas.

Benedito Vieira de Figueiredo

  • Pessoa
  • 1938-2018

Nasceu em 15 de maio de 1938, em Cuiabá (MT). Fez o curso ginasial no Colégio Salesiano São Gonçalo e o curso científico no Colégio Estadual de Mato Grosso. Foi para o Rio de Janeiro em 1956, com o intuito de ingressar na Faculdade Nacional de Medicina da Universidade do Brasil. Ao final da graduação, especializou-se em Dermatologia, tendo realizado seu estágio no Pavilhão São Miguel, da Santa Casa da Misericórdia. Em 1963 trabalhou como Auxiliar de Ensino, da mesma universidade. Nessa época atuava, concomitantemente, como médico do Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Industriários (IAPI), na Penha. Após a morte de seu pai decidiu retornar ao Mato Grosso. Antes, porém, apresentou-se à Divisão Nacional de Lepra, com intuito de trabalhar como dermatologista contra a hanseníase em seu estado. Após o treinamento dado pela Campanha Nacional contra a Lepra (CNCL), foi contratado para trabalhar no Mato Grosso. Faleceu em outubro de 2018.

Cristiano Cláudio Torres

  • Pessoa
  • 1939-

Nasceu em 23 de agosto de 1939 na Colônia do Prata, em Igarapé-Açu, Pará. Até os 6 anos viveu na Creche Santa Teresinha, no centro da cidade, pois seus pais eram portadores de hanseníase e continuavam isolados. Com o aparecimento dos primeiros sintomas da doença, em 1944, foi internado na Colônia de Marituba, e no ano seguinte foi transferido para a Colônia do Prata, para viver ao lado dos pais. Aos 10 anos, saiu da Colônia com os pais e trabalhou em uma loja com os irmãos. Depois de 11 anos fora da Colônia, passou a sofrer grandes limitações causadas pelas sequelas de hanseníase, que obrigaram seu retorno e o de seus pais para Marituba. O depoente herdou da mãe o gosto pelos estudos e pela leitura, a ponto de cultivar até hoje uma pequena biblioteca em sua casa. Durante a juventude sempre praticou atividades físicas e se interessava fortemente por manifestações culturais como teatro. Na Colônia de Marituba aprendeu noções de enfermagem e se tornou chefe da enfermaria interna. Participou da fundação do Morhan, chegou a tornar-se coordenador estadual do Movimento no estado do Pará e foi presidente do Conselho de Saúde, também do Pará. Nesse cargo elaborou campanhas e projetos objetivando melhoria das condições de vida dos ex-hansenianos e dos deficientes físicos, em geral. Reside em uma região onde anteriormente se localizava a Colônia de Marituba, na periferia de Belém e é o vice-coordenador do Morhan.

Gerson Fernando Mendes Pereira

  • Pessoa
  • 1960-

Nasceu em 6 de maio de 1960, em Teresina (PI), em uma família de 9 filhos. Desde criança recebeu dos pais o incentivo à prática de esportes, principalmente futebol e basquete. Prestou vestibular para Administração e Odontologia, mas logo optou pela Medicina. Iniciou a graduação na Universidade Federal do Piauí (UFPI) em 1977 e concluiu em 1983. O interesse pela área da Dermatologia se deu através de um tio que o aconselhou a estagiar no Sanatório Aimorés, em Bauru, São Paulo, reconhecidamente uma grande referência em reabilitação de hanseníase. Em 1984 fez residência com os hansenologistas Diltor Opromolla e Aguinaldo Gonçalves, e os cursos de Hansenologia, de Prevenção de Incapacidade e de Reabilitação, no Sanatório Aimorés. Após esse estágio, foi convidado por Aguinaldo Gonçalves, responsável pela Coordenação de Dermatologia Sanitária, para trabalhar no órgão integrante da estrutura do Ministério da Saúde, onde permaneceu até 1990. Nessa atividade participou de projetos importantes no combate à hanseníase, como a introdução efetiva da poliquimioterapia para todo o Brasil a partir de 1985 e início do controle da aids. Em 1987 foi a Manaus fazer um curso de Dermatologia Tropical; no ano seguinte fez Especialização em Epidemiologia de Hanseníase na ENSP/Fiocruz, do Rio de Janeiro. Iniciou o mestrado em 1996, na Escola Paulista de Medicina (Unifesp) e em 1999 tornou-se Mestre em Epidemiologia. Foi efetivado como servidor do Ministério da Saúde quando exercia o papel de médico da Campanha Nacional de Tuberculose, em 1988. Atuou no Programa Nacional de Controle da Hanseníase entre 1984 e 2003; chefiou a Coordenação Nacional de Dermatologia Sanitária no Centro Nacional de Epidemiologia (Cenepi), da Fundação Nacional de Saúde, em 1994 e 1995, e na Secretaria de Atenção à Saúde, entre 1999 e 2003. Trabalhou na área técnica de Epidemiologia do Programa de DST/Aids do Ministério da Saúde.

Maria Eugênia Noviski Gallo

  • Pessoa
  • 1946-?

Nasceu em 17 de abril de 1946, em Curitiba (PR). De ascendência polonesa, desde a infância aprendeu sobre os costumes desse povo. Iniciou os estudos no Grupo Escolar Professor Brandão, uma escola pública de Curitiba. Em 1969, ingressou em Medicina na UFPR, onde se formou em 1975, e no ano seguinte foi para o Rio de Janeiro fazer Residência Médica e Mestrado em Dermatologia, na UFF, sob orientação do dr. Rubem David Azulay. Durante o mestrado, trabalhou como bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), no Instituto de Leprologia (IL), em São Cristóvão, com o dr. René Garrido Neves, e foi aprovada no concurso para médica dermatologista e imunologista do Inamps. Especializou-se em Hansenologia, com título concedido pela Associação Brasileira Médica, em 1975. Em 1998 defendeu no IOC/Fiocruz a tese de doutorado "Poliquimioterapia com duração fixa em Hanseníase multibacilar". Em 1976, testemunhou a incorporação do Instituto de Leprologia à Fiocruz e todas as resistências em torno desse fato. Nesse mesmo ano foi contratada para o IOC, como pesquisadora. Presenciou novas decisões no tratamento ao doente como a implantação da poliquimioterapia e a mudança do termo de ‘lepra’ para ‘hanseníase’. Atualmente é professora em cursos de especialização, pós-graduação e residência médica. Atuou como vice-presidente da Netherlands Leprosy Relief Brasil (NLR), organização não-governamental com atuação no Rio de Janeiro e foi chefe do Laboratório de Hanseníase do IOC/Fiocruz de 1998 até 2006. Foi assessora do Programa Nacional de Controle da Hanseníase (PNCH) desde 2004, atuando na Comissão Interministerial de Avaliação realizando trabalho de relatoria de processos de pedidos de pensão indenizatória dos isolados compulsoriamente no país, derivados da promulgação da Lei 11.520, de setembro de 2007, pelo Governo Federal.

Luis Tranquilino de Lima

  • Pessoa
  • 1932-?

Nasceu em 25 de maio de 1932, em Timbaúba dos Mocós (PE). Desde a juventude trabalhou na agricultura com sua família, e em 1948 mudou-se para Recife e passou a trabalhar como pedreiro. Neste mesmo ano foi para o Rio de Janeiro, para trabalhar no ramo de construção civil, de modo geral. Em 1956, quando residia no Rio de Janeiro, surgiram os primeiros sintomas da hanseníase. Após um corte no pé, sentiu-se mal e decidiu, portanto, fazer alguns exames no Hospital da Cruz Vermelha. Começou a ser medicado com remédios para tratamento de hanseníase, mas não informaram o diagnóstico e a gravidade da doença, tampouco a necessidade de tratamento sem interrupção. Após algum tempo, mesmo estando medicado, seu estado de saúde se agravou e ele foi perdendo gradativamente a visão. Em 1958 foi morar em João Pessoa, Paraíba, na Colônia Getúlio Vargas, para operar os olhos, e conseguiu sua aposentadoria por invalidez. Ao melhorar da visão, continuou em João Pessoa trabalhando como agricultor, mas voltou a apresentar sintomas de hanseníase e foi internado em 1960 na Colônia Getúlio Vargas. Como interno da Colônia, trabalhou como vigilante da área verde que circunda a instituição e adaptou-se totalmente ao cotidiano asilar, e ali reside até hoje. Por causa da doença, aproximou-se da religião espírita e chegou a ser presidente da Federação Espírita daquele estado.

Rubem David Azulay

  • Pessoa
  • 1917-2013

Nasceu em 9 de junho de 1917, em Belém (PA). Como o estado possuía um dos maiores índices de casos de hanseníase no Brasil, desde a juventude já se interessava pelo tema. Admirado por História Natural das espécies e da evolução humana, decidiu ingressar no curso de Medicina. Iniciou a graduação em 1935, na Faculdade de Medicina e Cirurgia do Pará. Em 1938 transferiu-se para a Faculdade Fluminense de Medicina, em Niterói, Rio de Janeiro; ali teve início sua atividade profissional com a dermatologia, pois passou a estagiar no ambulatório da Policlínica de Niterói. Entre 1940 e 1941 fez o curso de aplicação do IOC. De 1945 a 1946, ganhou uma bolsa de estudos da Leonard Wood Memorial e da OMS. Em 1953, ganhou outra bolsa da OMS para fiscalizar o ensino de dermatologia em diversos países da Europa, como França, Países Baixos, Alemanha e Itália. Em 1954, passou no concurso para Professor Titular da Universidade Federal do Pará (UFPA). No ano seguinte, foi aprovado para a UFF, onde exerceu os cargos de professor interino, assistente voluntário, assistente real, livre-docente, professor titular e diretor. Também foi Professor Titular na Faculdade de Ciências Médicas do Rio de Janeiro, de 1970 a 1977, e na UFRJ, entre 1977 e 1990. Instituiu os primeiros cursos de pós-graduação em dermatologia no Brasil, nas principais Universidades do Rio de Janeiro: UERJ, UFRJ e UFF. Além disso, presidiu as mais importantes associações médicas voltadas para a área da dermatologia, como por exemplo, a Sociedade Brasileira de Dermatologia. Foi um dos fundadores da Associação Brasileira de Leprologia, do Colégio Ibero-Latino, da Reunião Anual dos Dermatólogos Latino-Americano (Radla) e da International Society of Dermatology. Trabalhou no Instituto de Leprologia (IL), do Serviço Nacional de Lepra (SNL), e foi chefe da Turma de Anatomia Patológica. Nesse Instituto teve a oportunidade de realizar inúmeras pesquisas em hanseníase, e uma das mais importantes foi verificar a ação do BCG na profilaxia da doença. Trabalhou com as crianças internas nos preventórios e as dividiu em dois grandes grupos, dando a apenas um deles a vacina BCG oral; as crianças que não ingeriram a vacina tornavam-se mitsuda-positivos. Com base nesse experimento, apresentou um trabalho em 1938 no V Congresso Internacional de Lepra, realizado em Cuba, onde pela primeira vez foi proposta da utilização da BCG na profilaxia da doença. Em 1962, ocupando o lugar de presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia e para comemorar os 50 anos de sua criação, promoveu uma reestruturação no sentido de torná-la mais nacional; assim, foram criadas as Seções Estaduais, além dos cursos de pré-congresso na Reunião Anual de Dermatologia. Em 1970, tornou-se membro da Academia Nacional de Medicina, foi eleito presidente em 1995 e permaneceu no cargo até 1997. Durante sua longa trajetória profissional recebeu inúmeros prêmios e títulos, como o de Cidadão do Estado da Guanabara, em 1973, e o prêmio de Médico do Ano em 1999, concedido pela Sociedade de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro. Foi um dos primeiros dermatologistas a autorizar a internação de casos de hanseníase em enfermarias de Dermatologia nos hospitais universitários do Brasil. Deu imensa contribuição à medicina com seus trabalhos sobre a hanseníase, mas também em leishmaniose e micoses; é autor de centenas de trabalhos, um Compêndio de Dermatologia, e seis teses médicas. Após sua aposentadoria compulsória, passou a atuar unicamente nas faculdades particulares do Rio de Janeiro, como Gama Filho, Souza Marques e Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Foi chefe do Instituto de Dermatologia da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro. Faleceu no Rio de Janeiro, em agosto de 2013.

Zoica Bakirtzief

  • Pessoa
  • 1961-

Nasceu em 15 de setembro de 1961, em Porto Alegre (RG). Filha de Blacoi Bakirtzief, de origem ioguslava, e Esther Hildegard Bakirtzief, tem uma irmã e desde o ensino fundamental destacou-se pelas atividades associativas na escola. No ensino médio, formou-se Laboratorista em Análises Clínicas. Foi morar nos Estados Unidos com o pai e lá cursou a faculdade de Artes, Psicologia e Sociologia na Rutgers University of New Jersey, em 1985. No Brasil, cursou o mestrado em Psicologia Social, na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, e em 1994 defendeu a dissertação Águas passadas que movem moinhos. Na mesma instituição, obteve o título de doutora em Psicologia Social, em 2001, com a tese Conhecimento científico e controle social: a institucionalização do campo da hanseníase (1897-2000). No Brasil, dentre suas atividades profissionais destaca-se o trabalho como coordenadora técnica do projeto social para pessoas com deficiência e hanseníase do estado de São Paulo, de 1990 a 1992, na Sociedade para a Reabilitação e Reintegração do Incapacitado (Sorri). Outro projeto importante foi aquele realizado com o apoio da ONG “Palavra e Ação”, em 1994, chamado “Barreiras psicossociais para aderência ao tratamento da hanseníase”. Coordenou, também em 1994, a pesquisa sobre os fatores associados ao abandono do tratamento de hanseníase em colaboração com a Universidad Central de Venezuela e PUC/SP. Entre os anos de 1997 e 2002 desenvolveu trabalhos concomitantes em diferentes áreas, como a fundação da Sorri e do Morhan em Sorocaba, São Paulo, e da International Association for Dignity and Economic Advancement (IDEA), assim como a implantação da Faculdade de Psicologia na Universidade Paulista (UNIP), também em Sorocaba. No início da década 2000, foi gerente da American Leprosy Missions (ALM) no Brasil, trabalhando com projetos de controle e eliminação da hanseníase, reabilitação e promoção social no país. Foi professora titular de Psicologia na UNIP, campus de Sorocaba. Seu depoimento é peculiar, pois mostra o processo de adoecimento e tratamento da hanseníase, bem como as complicações advindas do comprometimento dos nervos, especialmente com o uso prolongado de corticoides.

Adolpho Hoirisch

  • Pessoa
  • 1930-

Filho de Nisen e Perlea Hoirisch, nasceu no Rio de Janeiro, em 22 de maio de 1930. Cursou o ginásio e científico no Colégio Souza Marques, formando-se em 1948. Em 1954, graduou-se em Medicina pela Faculdade Nacional, da Universidade do Brasil. Buscando investir em atividades extracurriculares que completassem sua formação acadêmica, no decorrer da graduação participou de vários cursos de extensão, quatro deles sob a orientação do prof. Maurício de Medeiros. Em 1953, foi acadêmico bolsista concursado no Instituto de Psiquiatria, da Universidade do Brasil. A partir do quinto ano, trabalhou nas clínicas particulares Santa Helena e Paranapuã, como médico plantonista; no último ano da graduação, foi monitor de Clínica Psiquiátrica. Em 1955, fez o Curso de Especialização em Psiquiatria promovido pelo Departamento Nacional de Saúde, ministrado no Centro Psiquiátrico Pedro II, no Engenho de Dentro. No ano seguinte foi professor deste curso e assumiu a coordenação das atividades didáticas e dos exames de seleção de acadêmicos. Tornou-se Instrutor de Ensino Superior de Clínica Psiquiátrica em 1965 e Professor Assistente na Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em 1966. Foi aprovado em concurso para seleção de neuro-psiquiatria, como oficial médico da Aeronáutica em 1958 e iniciou sua formação psicanalítica. Uma vez cumpridas as exigências relativas aos estudos teóricos, treinamento supervisionado e apresentação de trabalhos, tornou-se membro associado e membro docente, em 1970. Em 1974, tornou-se membro e psicanalista didata. Construiu sua carreira no serviço público desde 1955, quando ingressou no antigo Serviço Nacional de Doenças Mentais, do Ministério da Saúde como psiquiatra remunerado por ‘verba 3’, e lotado no Manicômio Judiciário Heitor Carrilho. Nesta instituição produziu avaliações periciais de responsabilidade criminal e de periculosidade. Em 1962, retornou como bolsista ao Instituto de Psiquiatria, sob direção do Professor José Leme Lopes, reiniciando as atividades assistenciais e de ensino na Faculdade de Medicina da UFRJ. Trabalhou na Divisão Nacional de Saúde Mental (DINSAM) até 1982, exceto no período de 1958 a 1962, quando esteve a serviço da Aeronáutica, como oficial médico neuro-psiquiatra. Efetivado por concurso pelo DASP, tornou-se psiquiatra do quadro permanente do Ministério da Saúde. Conquistou a Livre Docência na disciplina de Clínica Psiquiátrica em 1970, quando defendeu a tese “Crises de Identidade”. Nesse mesmo ano, conquistou o título de Livre Docente e Doutor pela UFRJ, com a tese “O Problema da Identidade Médica” para o concurso de Professor Titular da UFRJ onde foi aprovado por unanimidade, abordando a dificuldade que os médicos têm de abrir mão de seu papel profissional, quando adoecem. Em 1977, foi aprovado em concurso para Professor Titular de Psicologia Médica. É psicanalista, psiquiatra e professor emérito da UFRJ, atendendo em consultório particular, além de frequentar as reuniões da Academia Nacional de Medicina como membro titular onde foi eleito em 24/11/1988 para ocupar a cadeira 46. Para ingressar na Academia Nacional de Medicina apresentou a memória intitulada Implicações Psiquiátricas das Iatrogenias. Uma vez aposentado da UFRJ foi logo convidado a trabalhar na Faculdade Gama Filho onde lecionou Psiquiatria, Saúde mental e Psicologia Médica por uma década.

Bertha Maria Júlia Lutz

  • Pessoa
  • 1894-1976

Nasceu em 2 de agosto de 1894, na cidade de São Paulo, filha de Adolpho Lutz e Amy Fowler Lutz. Em 1908 a família transferiu-se para o Rio de Janeiro, quando seu pai, renomado especialista em medicina tropical, passou a trabalhar no Instituto Oswaldo Cruz (IOC). Seus estudos superiores foram feitos em Paris durante a Primeira Guerra Mundial, quando viveu com a mãe e o irmão, Gualter, em um apartamento na capital francesa. Formada em ciências naturais pela Faculdade de Ciências da Universidade de Paris, em 1918, ingressou, nesse mesmo ano, no IOC, como tradutora, e de forma apenas oficiosa, a única que encontrou para estar ao lado do pai como sua auxiliar de pesquisa. Participou, no ano seguinte, do concurso para o cargo de secretário do Museu Nacional, quando se classificou em primeiro lugar. Em 1924 integrou o grupo de educadores que fundou a Associação Brasileira de Educação. Em 1931 assumiu a função de secretária de redação do museu, tendo como atribuição principal a tradução de textos, e em 1937 foi designada naturalista da instituição, onde desenvolveu estudos sobre botânica, biologia e anfíbios, sua grande especialidade. Como uma das pioneiras do movimento feminista no Brasil, lutou pelo voto feminino e promoveu a fundação de entidades como a Liga para a Emancipação Intelectual da Mulher (1919), a Federação Brasileira para o Progresso Feminino (1922), a União Universitária Feminina (1929), a Liga Eleitoral Independente (1932), União Profissional Feminina (1933) e a União das Funcionárias Públicas (1933). Para participar com mais eficiência da vida política e da conquista de direitos para as mulheres, bacharelou-se em 1933 pela Faculdade de Direito do Rio de Janeiro. Candidatou-se, em 1934, à Câmara dos Deputados pela legenda do Partido Autonomista do Distrito Federal, representando a Liga Eleitoral Independente. Obteve a primeira suplência e ocupou a vaga do titular, deputado Cândido Pessoa, em virtude de sua morte, em 1936. Na Câmara, onde permaneceu até a implantação do Estado Novo, em 1937, batalhou pela mudança da legislação concernente ao trabalho da mulher e do menor e apresentou, também, projetos relacionados ao combate à lepra e à malária. No final da década de 1930, quando Adolpho Lutz já apresentava sérios problemas de saúde, assumiu a correspondência com seus interlocutores e a coordenação de algumas de suas pesquisas, cuidando da publicação de seus últimos trabalhos. Após a morte do pai, em 1940, não mediu esforços para reunir e publicar seus textos, preservar suas coleções biológicas e seu acervo pessoal. Ao longo de sua trajetória representou o Brasil em diversos eventos, entre eles a assembleia geral da Liga das Mulheres Eleitoras, nos Estados Unidos (1922), a Conferência Internacional da Mulher, em Berlim (1929) e a VII Conferência Pan-Americana da Mulher, em Montevidéu (1933). Em 1951 foi agraciada com o título de Mulher das Américas. Em 1975, Ano Internacional da Mulher, fez parte da delegação brasileira que participou da Conferência Mundial da Mulher, realizada no México pela Organização das Nações Unidas. Morreu em 16 de setembro de 1976, no Rio de Janeiro.

Instituto Evandro Chagas (IEC)

  • Entidade coletiva
  • 1936-

Adotou a denominação atual, após a morte de seu diretor Evandro Chagas, em novembro de 1940.

Resultados 391 a 420 de 967