Mostrando 967 resultados

registro de autoridade

Adilson Pereira dos Santos

  • Pessoa
  • 1967-

Nasceu em 7 de dezembro de 1967, em Mendes (RJ). De família numerosa – eram oito irmãos, viveu toda a infância na cidade natal, onde completou o ensino fundamental na Escola Estadual Prefeito João Gurito, e durante esse período trabalhou com seu pai. Aos 17 anos, por incentivo de um irmão, começou a jogar futebol no clube Barra do Piraí, também no interior do estado. A partir de então, atuou nos mais variados clubes de futebol do país, como Sport Clube de Juiz de Fora (MG), Fernandópolis (BA), Friburguense (RJ) e Fluminense (RJ). Iniciou sua carreira no Fluminense em 1995 e por esse motivo, mudou-se para a cidade do Rio de Janeiro. Quatro anos mais tarde, apareceram os primeiros sintomas da doença, que foi diagnosticada pela drª. Maria Leide W. de Oliveira através de exames no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Após o diagnóstico, foi impedido de seguir com sua profissão e imediatamente começou a fazer tratamento naquele Hospital, tornando-se paciente da dra. Maria Leide. Em 2002, abriu uma escola de futebol em Barra do Piraí, cidade onde reside atualmente. Essa escola conta hoje com cerca de 140 alunos. Em 2003, o entrevistado conseguiu sua aposentadoria, mas sofria com as reações pós-alta.

Antônio Pereira da Silva

  • Pessoa
  • 1933-?

Nasceu em 22 de março de 1933, em Pilar, Alagoas, em família numerosa, com 11 filhos. Na infância começou a apresentar sintomas de hanseníase; por falta de tratamento adequado perdeu a sensibilidade dos pés e das mãos. Sua família tratou da doença com medicamentos caseiros, tais como chás fitoterápicos e uma mistura de pólvora com limão para tratar os ferimentos. Mesmo apresentando sinais de avançado estado da doença, trabalhou anos na lavoura com os demais membros da família. Por causa da hanseníase, aos 10 anos foi isolado na casa-grande da fazenda onde trabalhava e lá permaneceu por alguns anos. Ao sair da fazenda passou a trabalhar em engenhos de cana-de-açúcar e na criação de gado. Na década de 1950 foi internado na Colônia Eduardo Rabello, em Alagoas. Quando essa Colônia foi desativada, seus pacientes foram transferidos para a Colônia de Mirueira, em Pernambuco, e nessa mudança Antônio Pereira evadiu-se. Posteriormente, foi para a Colônia Getúlio Vargas, na Paraíba.

Diltor Vladimir Araújo Opromolla

  • Pessoa
  • 1934-2004

Nasceu em 13 de abril de 1934, em São Paulo. Originário de família de poucas posses, foi office boy no Tribunal do Trabalho, onde a mãe trabalhava, antes de iniciar o curso de medicina. Sempre gostou muito de praticar esportes, principalmente basquete. Em 1952 foi para Sorocaba, cursar Ciências Médicas na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, e concluiu a graduação em 1957. Seu interesse pela dermatologia se deu através das aulas do professor Humberto Cerruti, que levou os alunos para fazer um curso no leprosário de Pirapitingui, em Itu, São Paulo. Outro fator que contribuiu para essa escolha foi a admiração pelo grande dermatologista Lauro de Souza Lima, que ministrou algumas aulas sobre lepra para sua turma na faculdade. Após a graduação, voltou para São Paulo para estagiar no Hospital das Clínicas com o professor João de Aguiar Pupo. Trabalhou no Hospital do Câncer e no Hospital do Pênfigo, ambos localizados em São Paulo. Em 1959 foi trabalhar com o dr. Mário Pernambuco em Bauru no Sanatório Aimorés. Em parceria com esse médico, empreendeu vários projetos e medidas que contribuíram para que esse Sanatório se transformasse, em 1989, em um dos principais centros de pesquisas no combate à hanseníase: o Instituto Lauro de Souza Lima (ILSL). Participou da equipe que promoveu as primeiras cirurgias reabilitadoras nos pacientes atingidos pela hanseníase, e hoje o ILSL é considerado uma instituição de referência no tratamento da hanseníase, sobretudo em cirurgias de reabilitação. Ingressou no doutorado em 1971, na USP, e em 1973 defendeu a tese Contribuição ao estudo da terapêutica da lepra, orientado por Luiz Ferreira Martins. Em seus primeiros anos de atividade médica, ligou-se ao dr. Lauro de Souza Lima em trabalhos sobre terapêutica em hanseníase. Dessa parceria resultou o uso pioneiro da Rifampicina que é, até hoje, a droga mais efetiva para o combate à doença. Graças à sua trajetória científica e profissional tornou-se muito respeitado no Brasil e no exterior. No decorrer de sua vivência acadêmica e profissional, publicou mais de duzentos trabalhos científicos em periódicos nacionais e estrangeiros, e participou de centenas de congressos, simpósios e seminários dentro e fora do Brasil. Foi especialista em Dermatologia pelo Conselho Regional de Medicina de São Paulo e em hansenologia pela Sociedade Brasileira de Hansenologia (SBH). Foi vice-presidente da Fundação Paulista contra a Hanseníase, membro do Steering Committee of the Therapy of Mycobacterial Diseases, presidente da International Leprosy Association (ILA) para a América Latina, chairman da Seção de Quimioterapia no Congresso Internacional de Lepra em Orlando (Flórida, EUA) em 1993 e convidado oficial da American Leprosy Missions (ALM) para todos os congressos internacionais de hanseníase. Profissionalmente ocupou os mais diferentes cargos no ILSL, tais como, diretor, professor e administrador. Faleceu aos 70 anos, no dia 15 de dezembro de 2004, em Bauru (SP).

Dora Martins Cypreste

  • Pessoa
  • 1955-

Nasceu em 24 de maio de 1955, em Vitória, Espírito Santo. Cursou o segundo grau com o objetivo de tornar-se professora, mas posteriormente decidiu ingressar na faculdade de Serviço Social. Estudou na Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) de 1977 a 1981. Em 1982 começou a trabalhar no Hospital Pedro Fontes, o que a princípio foi um grande choque para a família, uma vez que o medo do contágio era muito presente no imaginário de toda a sociedade. Como uma de suas funções, encaminhava os filhos dos pacientes aos Dispensários a fim de evitar o contágio. Ao ter acesso à Portaria Ministerial nº 165 de 1976, da Secretaria Nacional de Saúde, reviu sua atuação profissional e buscou transformar o tratamento dado aos doentes. Em 1982 fundou o Morhan do Espírito Santo. Em 1987 ajudou na formulação de uma nova Portaria Ministerial. Participou, também, do Comitê Nacional de Estruturação das Colônias, do Programa Nacional de Controle da Hanseníase (PNCH), nos períodos de 1998 e 2007/2008. Assumiu a direção do Hospital Pedro Fontes em 1990, e transformou o hospital em ambulatório, que passou a atender também a comunidade externa e organizou um espaço específico para receber e tratar os idosos. Participou do 3º Congreso de Hansenologia del Países Endémicos, em Alicante, Espanha, e logo depois do Congresso de Epidemiologia, em Cuba, ambos em 1990. Em 1994 foi assessora do Programa de Controle de Hanseníase de São Paulo; ao sair, assumiu o cargo de Supervisora do Centro Regional de Especialidades (CRE) de Vitória. No início da década de 2000, trabalhou como Assistente Social Perita coordenando o programa de estágios da Faculdade de Serviço Social em Vitória, Espírito Santo. Além disso, assessorou os hospitais Francisco Ribeiro Arantes e Arnaldo Pezutti Cavalcante, antigos sanatórios do estado de São Paulo. Atualmente, trabalha na Previdência Social de Vitória (ES).

Euzenir Nunes Sarno

  • Pessoa
  • 1938-

Nasceu em 1938, na Bahia. Em 1963 concluiu o curso de Medicina na Escola Baiana de Medicina e Saúde Pública (EBMSP), em Salvador. Logo após sua formatura ingressou na Residência Médica em Anatomia Patológica, na mesma instituição. Veio para o Rio de Janeiro, onde trabalhou no Departamento de Anatomia Patológica da UERJ e realizou pesquisas sobre hepatite B. Alcançou o título de livre docência pela UFRJ, em 1971. Desde 1976 tem sido orientadora de diversas dissertações de mestrado e teses de doutorado nas áreas de Dermatologia, Nefrologia e Medicina Tropical na UERJ, na UFF, na UFRJ e no IOC/Fiocruz. Em 1986 foi convidada por Sérgio Arouca para trabalhar como chefe do Laboratório de Hanseníase, da Fiocruz e empreendeu uma série de modificações no Departamento, tanto na parte física do prédio, com a modernização de equipamento e instalações, como incentivando a qualificação profissional dos que lá trabalhavam. Participou de vários congressos ao longo de sua carreira acadêmico-científica, dentre os quais se destacam os Congressos Internacionais de Hanseníase, o I Encontro Nacional de Tuberculose e o XXVII Meeting of the Brazilian Society of Immunology, realizado no Rio de Janeiro, em 2003. Em 2002 assumiu a Vice-Presidência de Pesquisas e Desenvolvimento Tecnológico, da Fiocruz, convidada por Paulo Gadelha, onde permaneceu até 2005. Atualmente, é a chefe do Laboratório de Hanseníase, no IOC/Fiocruz.

Fabíola Aguiar Nunes

  • Pessoa
  • 1943-

Nasceu em 1943, em Salvador (BA). Filha de médico sanitarista, viveu em uma grande família. Ingressou concomitantemente na Faculdade de Medicina e de Farmacologia, mas após o segundo ano optou pela Medicina. A escolha pela Saúde Pública teve grande influência de seu pai. Em 1966, último ano da faculdade, recebeu convite de Jorge Novis para estudar Arquivo Médico na Costa Rica e posteriormente organizar o arquivo médico do Hospital das Clínicas da Bahia. Sua intenção era não apenas organizar esse arquivo, mas também implantar um curso semelhante ao existente na Costa Rica, tanto para brasileiros quanto para estrangeiros. Em 1970 inicia o mestrado em saúde pública, na Universidade da Califórnia, em Los Angeles, Estados Unidos. O tema de sua dissertação foi o papel e a importância dos Centros de Saúde na saúde pública. Em 1972, começou a lecionar no Departamento de Medicina Preventiva da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Em 1974 foi nomeada vice-diretora do Hospital das Clínicas da Bahia e pouco depois trabalhou na Primeira Diretoria Regional de Saúde, da Secretaria Estadual de Saúde. Fez concursos para bolsa do DAAD, para ir à Alemanha, solicitou bolsa ao Conselho Britânico e fez um concurso da OPAS. Optou pela OPAS, e foi para o Programa de Saúde Pública na Costa Rica, o programa de Planejamento Estratégico Centro América Panamá (Pascap), em 1980. Por indicação do secretário de Saúde de São Paulo foi nomeada para a Secretaria Nacional de Programas Especiais, em 1985, na gestão do ministro da Saúde Carlos Santana. Nessa secretaria estavam sediados os programas de controle de agravos como tuberculose e dermatologia sanitária (DST/Aids, hanseníase, leishmaniose tegumentar) e o programa de doenças crônico-degenerativas (diabetes, hipertensão e câncer). Em sua gestão podem se ressaltar os seguintes resultados: início do controle do tabagismo e da AIDS e reestruturação do Programa de Controle da Hanseníase com a implantação da poliquimioterapia. Foi delegada do Ministério da Saúde na 8ª Conferencia Nacional de Saúde, em 1986. Na década de 1990 trabalhou no Hospital da Universidade de Brasília e no Hospital Regional de Sobradinho, no Distrito Federal. Em 1995 foi convidada pelo ministro da Saúde, Adib Jatene, para assumir a Coordenação do Conselho Nacional de Saúde, e em sua gestão foi elaborada a Resolução 196/96, que define regras para pesquisas envolvendo seres humanos e o Plano de Erradicação do Aedes Aegypti. Em 1997, retornou para o Hospital de Sobradinho e organizou o trabalho de controle e combate ao mosquito transmissor da dengue; iniciou, também, a implantação do Programa Saúde em Casa, precursor do Programa de Saúde da Família. De 2001 a 2003, coordenou a Fiocruz em Brasília; em 2005 aposentou-se da Fundação Hospitalar do Distrito Federal, e em 2009 assumiu novamente a coordenação da Fiocruz em Brasília. Em 2010, assumiu a Secretaria de Saúde do Distrito Federal.

Fuad Abílio Abdala

  • Pessoa
  • 1918-2005

Nasceu em 1918, em Uberaba (MG), descendente de libaneses. Seu pai chegou ao Brasil pouco antes da Primeira Guerra Mundial; aqui adquiriu algumas posses, começou a trabalhar com comércio e foi proprietário de uma confeitaria. Embora tenha nascido em Uberaba, passou a maior parte de sua infância e juventude na cidade de Pedregulho, interior de São Paulo, onde estudou até o fim do curso ginasial. Em 1933, aos 15 anos de idade, foi denunciado como portador de hanseníase e internado compulsoriamente no leprosário de Cocais, em Casa Branca, São Paulo. Durante sua internação, escrevia cartas para os familiares dos pacientes analfabetos, atividade que praticou mesmo fora do leprosário. Em 1937 saiu de Cocais e foi para o Sanatório Padre Bento, em Guarulhos, no mesmo estado, e ali trabalhou no clube da Caixa Beneficente. Praticava diversos esportes como basquete, futebol e salto com vara, com outros internos e até mesmo com médicos. Depois de dois anos sendo tratado com Promim, recebeu alta em 1948. Fora do hospital, trabalhou no escritório de contabilidade de um tio. Em 1950 o dr. Lauro de Souza Lima o convidou para trabalhar no Departamento de Profilaxia da Lepra (DPL) como agente comunitário. Ficou nessa atividade até 1962, quando foi demitido pelo diretor que sucedeu Lauro de Souza Lima. Apresentou problemas de visão por conta da hanseníase, ficou cego e aposentou-se, mas, mostrando prova de verdadeira dedicação e persistência, foi aprovado no vestibular para o curso de Direito na Universidade de São Paulo (USP), em 1976. Em 1981, já formado, montou seu escritório e tornou-se membro e advogado do Morhan. Atuou como advogado até 1988. Casou-se com dona Palmira, teve filhos e foi um dos fundadores do Pensionato São Francisco, instituição localizada ao lado do Hospital Padre Bento e que presta assistência aos ex-pacientes do antigo Sanatório e aos idosos em geral daquela região. Viveu nesse pensionato até o falecimento, em 2005.

Isabel Bezerra da Silva

  • Pessoa
  • 1935-?

Nasceu em 6 de novembro de 1935, em Alagoa Nova, região metropolitana de Campina Grande, Paraíba, em família de cinco filhos. Aos 10 anos foi internada com seus pais, Severiano Bezerra da Silva e Maria Delmira da Conceição, e uma irmã na Colônia Getúlio Vargas. Os demais irmãos foram levados para o Educandário Eunice Weaver, que era o preventório ligado à Colônia. Sua mãe faleceu no mesmo ano em que foi internada, e o pai teve alta e voltou para Alagoa Nova. Ficou noiva de um dos enfermeiros, Antônio Batista da Silva, que também era paciente da Colônia, e por sugestão do dr. Edson de Almeida, diretor da Colônia, iniciou seu aprendizado nessa área, mas foi também garçonete e cozinheira. Após seu casamento, desejou mudar para Recife, mas seu pedido foi negado pelo diretor e o casal resolveu fugir durante a madrugada. Seis anos após, seu esposo voltou a sentir os sintomas de hanseníase e por isso decidiram voltar para a Colônia em 1975. No ano seguinte, ficou viúva e casou-se com o Sr. Joaquim Ferreira dos Santos, com quem viveu a partir de então.

Marcos da Cunha Lopes Virmond

  • Pessoa
  • 1950-

Nasceu em 15 de março de 1950, em Cruz Alta (RG). Filho de militar, morou e estudou em diversas regiões do Brasil, como Rio de Janeiro, Minas Gerais e Pernambuco. Seu apreço e gosto pela literatura e a música são grandes; tornou-se professor de regência musical e faz parte da Ordem dos Músicos do Brasil. Em fins da década de 1960, voltou para Porto Alegre onde concluiu o ensino médio no colégio estadual Júlio de Castilhos. O interesse pela Medicina deu-se no próprio meio familiar, já que o avô e o tio eram médicos. Em 1968, ingressou na UFRGS, no curso de Medicina, e concluiu a graduação em 1974. De 1975 a 1976, fez Residência em cirurgia geral no Hospital Presidente Vargas, no Instituto de Assistência Médica da Previdência Social, no Rio de Janeiro. O contato com a dermatologia, mais especificamente com a hanseníase, ocorreu em 1976, quando foi trabalhar na Colônia Itapuã, em Porto Alegre. Foi médico de saúde pública da Secretaria de Saúde e Meio Ambiente do Rio de Janeiro, em 1976. Entre 1977 e 1979, fez residência em cirurgia plástica no serviço do professor Antônio da Costa Estima. Esse curso foi determinante na escolha em trabalhar com cirurgias de reabilitação em hanseníase. Em 1980 foi à Bauru fazer cursos no Instituto Lauro de Souza Lima (ILSL), e algum tempo depois passou a trabalhar como professor do Instituto. De 1988 a 1991 foi médico-chefe do Ambulatório de Dermatologia Sanitária de Porto Alegre. Em 1989 obteve título de especialista em cirurgia plástica pelo Conselho Federal de Medicina, de Porto Alegre, como também pela Associação Brasileira de Hansenologia e pela Associação Médica Brasileira, do Rio de Janeiro. Em 1994, através de concurso, tornou-se pesquisador científico do ILSL, e em 1997 tornou-se diretor técnico de departamento desse Instituto. Em 1999 defendeu tese de doutorado pela Faculdade de Medicina da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp), em Botucatu, São Paulo. É membro titular da Federación Iberolatinoamericana de Cirurgia Plástica y Reconstructiva e presidente da Sociedade Brasileira de Hansenologia (SBH) desde 2006. Ocupou o posto de vice-presidente para as Américas na International Leprosy Association (ILA), de 1998 a 2008, e atualmente é o presidente da ILA. Concluiu o doutorado em Música pela Unicamp, em 2007, com tese sobre a obra do compositor brasileiro Antônio Carlos Gomes. Atualmente é diretor do ILSL e dedica-se à pesquisa e ao ensino de composição e regência no curso superior de Música, da Universidade do Sagrado Coração, em Bauru (SP).

Silvia Vecellio

  • Pessoa
  • 1931-

Nasceu em 19 de agosto de 1931, em Auronzo, Itália. Formou-se em magistério e ingressou na vida religiosa aos 24 anos. Graduou-se em Meio de Comunicação Social, com especialização em Educação Cinematográfica, em Veneza. Chegou ao Brasil em 1959, para viver na cidade de Campo Grande, e nos anos seguintes passou a atuar como missionária no Colégio Auxiliadora. No período em que trabalhava no Colégio manteve contato com os filhos de hansenianos internados no Educandário Getúlio Vargas, preventório próximo ao Leprosário São Julião, em Mato Grosso do Sul, e ajudava-os com vestuário, alimentação e brinquedos. Fez cursos de teologia na Universidade Franciscana, em Petrópolis, no Rio de Janeiro. Em 1972, assumiu a administração do Hospital São Julião e implementou diversas reformas e melhorias, entre elas a de trazer um número maior de médicos e profissionais de saúde para atuar no Hospital e na Escola Franco Delpiano, que atende a população em geral e não apenas os internados. Realizou também uma ampla reforma nos pavilhões existentes. Continua na direção do Hospital São Julião, que se destaca por ser a referência em diagnóstico, tratamento e reabilitação em hanseníase no estado.

Thomas Ferran Frist

  • Pessoa
  • 1945-

Nasceu em 2 de julho de 1945, em Temple (Flórida, Estados Unidos). Passou a infância no Alabama com a mãe, escritora, e o pai, pastor presbiteriano. Frequentou o Davidson College na Carolina do Norte, onde cursou Medicina, e estudou na Universidade de Montpellier, França, durante um ano. Após a graduação, esteve na Índia, onde deu aulas em uma universidade. Nesse período trabalhou no Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), ocupando um cargo responsável pela ajuda a refugiados da Guerra do Vietnã. Foi durante essa atividade que surgiu o interesse em atuar com hanseníase. A partir daí dedicou-se inteiramente ao estudo da doença e foi para Universidade de Yale, onde recebeu uma bolsa da American Leprosy Missions (ALM) para realizar pesquisa sobre o tema. Em 1973 chegou ao Brasil para desenvolver um projeto financiado pela ALM e aprovado pela Divisão Nacional de Dermatologia Sanitária. Em 1974 foi para o Instituto Lauro de Souza Lima, em Bauru, São Paulo, realizar alguns estudos e pesquisas sobre prevenção de Incapacidades, no projeto PRO-Rehab, que teve três anos de duração. Nesse período trabalhou com o dr. Opromolla, promovendo o programa de educação e prevenção sanitária contra a hanseníase. Em 1981, “Ano Internacional das pessoas com deficiência”, começou a fazer contatos para criar um movimento de pessoas com deficiência física, que pretendia reunir vítimas em geral. Nessa época estava internado lá o paciente Francisco Augusto Vieira Nunes, o Bacurau, que apoiou seu projeto para a moradia dos pacientes internos em uma vila ao redor da Colônia. Thomas o estimulou a representar os portadores de hanseníase nesse movimento. Logo depois Bacurau canalizou o movimento para as causas específicas dos pacientes das colônias, para fazer frente à Portaria n. 165, do Ministério da Saúde, de maio de 1976. O entrevistado acabou criando a Sociedade para Reabilitação e Reintegração do Incapacitado (Sorri), que teve pouca adesão dos portadores de hanseníase e, em 1984, voltou para os Estados Unidos, onde frequentou cursos de administração de ONGs nas Universidades Harvard e Columbia. Participou da elaboração de um curso no Brasil para conselheiros de reabilitação. Foi presidente da ALM, de 1989 a 1994, e da Federação Internacional de Luta contra a Lepra (ILEP). Publicou em 1996 o livro Don't treat me like I have leprosy! – a guide to overcoming prejudice and segregation. Casado e pai de dois filhos, mantém um sítio em Bauru que, eventualmente, visita com a família brasileira. Atualmente, participa em projetos, encontros e congressos relativos à hanseníase e outras causas de deficiências físicas.

William John Woods

  • Pessoa
  • 1937-

Nasceu em 1937, em Belfast, Irlanda do Norte, em família com quatro irmãos. Seu pai trabalhou como marinheiro voluntário na Segunda Guerra Mundial. Desde os 14 anos era filiado à Igreja Evangélica, onde teve o primeiro contato com a hanseníase, através da ajuda que o seu grupo oferecia à American Leprosy Missions (ALM). Frequentou um seminário batista e ali conheceu diversas pessoas que migraram para a região Norte do Brasil para fundar novas igrejas. Influenciado pelas histórias contadas por esses seminaristas, o depoente decidiu partir também para o Brasil. Chegou ao Brasil através do estado do Amazonas, em 1960. Vendo a difícil realidade daquela população, comoveu-se e resolveu tornar-se médico para diminuir um pouco os problemas de saúde e o sofrimento do povo da região. Inicialmente se tornou paramédico, realizando curso voltado para a área de hanseníase, promovido pela Leprosy Research Unit. Em 1968 foi para Manaus, cursar Medicina, e se graduou em 1974 pela Universidade Federal do Amazonas. Estagiou com o professor René Garrido no Instituto de Leprologia (IL) em São Cristóvão, no Rio de Janeiro. No IL obteve a especialização em oftalmologia e trabalhou no Hospital Colônia de Curupaiti, em Jacarepaguá. Fez parte do primeiro grupo a trabalhar com prevenção de incapacidades provocadas pela hanseníase, em Manaus. Transferiu-se em 1979 para o Acre, onde foi gerente do Programa de Dermatologia desde 1981 até o início da década de 2000. Em 1997 recebeu o título de Cavalheiro da Ordem Britânica, concedido pela Rainha da Inglaterra, sobretudo por seu esforço
em combater a doença no Brasil. Com sua equipe, implementou a prevenção de incapacidades físicas e a adaptação de calçados, juntamente com a poliquimioterapia, no estado do Amazonas, que já foi o mais endêmico do país. Considera-se o Acre um exemplo de sucesso com grande redução da endemia, mesmo antes de apresentar boa cobertura da atenção básica. Isso graças às ações no interior de igarapés, coordenadas por ele, levando diagnóstico e tratamento a todas as populações ribeirinhas, na medida do possível. Atualmente continua atuando como assessor do Programa Estadual de Controle da Hanseníase e outras dermatoses tropicais no Acre, dedicando sua vida ao trabalho e à Igreja.

Domingos Sávio do Nascimento Alves

  • Pessoa
  • 1951-

Nasceu em Piedade do Rio Grande (MG) em 7 de março de 1951. Filho de José Edgar Alves e Maria Aparecida Nascimento Alves, realizou os primeiros estudos no Seminário Santo Antônio até 1967, quando entrou no Colégio Estadual de Juiz de Fora. Ingressou na Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Juiz de Fora em 1970, como aluno de uma turma experimental de cinco anos. Os primeiros anos da graduação foram marcados por sua dedicação à política ambiental e participação no diretório acadêmico da faculdade como vice-presidente e um dos representantes do conselho universitário. Em 1970, foi preso devido à militância política, tendo seus direitos políticos cassados; foi julgado em 1973, mas absolvido definitivamente somente em 1979 pelo Supremo Tribunal de Justiça. Durante a graduação, participou de atividades literárias e culturais como teatro e cinema; trabalhou como sub editor do jornal da Universidade e jogou no time de futebol de salão da Faculdade de Medicina. Nos últimos anos da graduação, optou pela especialização em neurologia e em 1975 veio para o Rio de Janeiro fazer Residência Médica em Neurologia, no Instituto de Neurologia Deolindo Couto, da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Tem especialização em Neurologia pela UFRJ e também pela PUC-Rio, onde estudou a síndrome de Parkinson. Tem especialização em Psiquiatria Social e em Saúde Pública, adquiridos em 1983 e 1987, respectivamente, pela ENSP/Fiocruz. Em 1982, foi contratado pela Campanha Nacional de Saúde Mental para assumir a direção do Hospital Jurandir Manfredini, na Colônia Juliano Moreira, e em 1986, foi nomeado Diretor Geral daquela Colônia. Foi convidado, em 1992, para assumir o cargo de Coordenador Nacional de Saúde Mental, pelo Ministério da Saúde, época em que atuou concomitantemente como Conselheiro Suplente do Ministério da Saúde no Conselho Federal de Entorpecentes (COFEN), até 1995. Este Conselho objetivava discutir a questão das drogas e envolvia membros de todos os Ministérios em uma proposta interdisciplinar. Trabalhou como Coordenador da Comissão Organizadora da Segunda Conferência Nacional de Saúde Mental, realizada em 1992, cujas propostas para discussão giravam em torno de dois pontos: mudanças no modelo assistencial e o direito dos pacientes à cidadania. Por motivos de saúde pediu ao Ministério da Saúde sua aposentadoria, em 1997. Entretanto, pouco depois foi convidado a compor uma chapa e participar das eleições para a diretoria do Instituto Franco Basaglia naquele mesmo ano. Em 1999, candidatou-se à presidência do Instituto onde atualmente é voluntário.

Edson Guimarães Saggese

  • Pessoa
  • 1952-

Nasceu em 10 de janeiro de 1952, em Petrópolis (RJ), e estudou no Colégio Pedro Delvi até o curso ginasial. Veio para o Rio de Janeiro fazer o pré-vestibular para cursar Medicina e seu interesse pela psiquiatria surgiu ainda na adolescência quando um amigo teve uma crise psicótica. A primeira experiência de atendimento a pacientes foi por meio de estágio no Hospital Psiquiátrico de Jurujuba, em Niterói, durante os primeiros anos da graduação. Concluiu a graduação na UFF em 1969; especializou-se em Psiquiatria e em Psiquiatria Infantil, em 1975 e 1976, respectivamente. Neste período prestou concurso para médico do INAMPS e trabalhou em Petrópolis. Fez Residência em Psiquiatria, entre 1977 e 1978, como requisito para ingressar no curso de mestrado em medicina, área de Psiquiatria. Concluiu o mestrado em 1983 com a dissertação “Adolescência: a ideologia das teorias”. Em 1995, defendeu tese de doutorado em Ciências da Saúde, na área de Psiquiatria, onde trabalhou com adolescência e as psicoses. Suas atividades profissionais na UFRJ começaram com a admissão como médico no Instituto de Psiquiatria, em 1978, onde também exercia funções docentes. Em 1979, assumiu a Coordenação do Curso de Especialização em Psiquiatria, Psicoterapia e Saúde Mental, na área infanto-juvenil, cargo que exerceu até 1993. Foi um dos organizadores e primeiro coordenador do Centro de Atenção Psicosocial Infanto-Juvenil, CAPS II, a partir de 1998. Como principal destaque de suas atividades realizadas encontra-se o ‘Projeto Brincar’, cujo objetivo era aproximar os doentes internos do Instituto de Psiquiatria de seus filhos, programando uma tarde de brincadeiras entre eles. Este projeto foi premiado pela Fundação ABRINQ, em 1994. Participou de treinamentos e implantação de serviços em diversas cidades brasileiras e em Moçambique, na África. Atualmente coordena o Projeto PROADOLESCER, uma estratégia de atenção a adolescentes em grave sofrimento psíquico, financiado pela FINEP e implantado em Niterói (RJ). Autor do livro "Adolescência e Psicose: transformações Sociais e os desafios da Clínica e organizador e autor dos livros "Proadolescer: Pesquisa e Clínica com Adolescentes na Rede de Saúde Mental" (2013) e "Juventude e Saúde Mental. A Especificidade da Clínica com Adolescentes" (2015).

Resultados 601 a 630 de 967