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Henrique da Rocha Lima

  • Person
  • 1879-1956

Nasceu em 24 de novembro de 1879, na cidade do Rio de Janeiro, filho de Henrique Carlos da Rocha Lima e Hermizilia Cássia Rocha Lima. Formou-se pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro em 1901. Um ano antes frequentou o Instituto Soroterápico Federal, em Manguinhos, quando teve o primeiro contato com Oswaldo Cruz e a pesquisa científica. Entre 1901 e 1902 realizou cursos de higiene, bacteriologia, protozoologia, microbiologia e anatomia patológica no Instituto de Higiene e no Hospital Charité de Berlim (Alemanha). Em 1903, a convite de Oswaldo Cruz, ingressou como chefe de serviço no Instituto Soroterápico Federal. Ali se destacou na orientação de estudantes de medicina que frequentavam os laboratórios para desenvolver suas teses de doutoramento e na estruturação de cursos sobre anatomia patológica, bacteriologia e zoologia médica. Retornou à Alemanha em 1906, para estudar no Instituto de Patologia anexo ao Hospital de Munique. No ano seguinte, ao lado de Oswaldo Cruz, participou em Berlim do XIV Congresso Internacional de Higiene e Demografia e da Exposição de Higiene a este vinculada. Sua atuação no preparo do material referente às atividades do Instituto Soroterápico Federal contribuiu significativamente para o primeiro lugar alcançado pela mostra brasileira no evento. Em 1909 vinculou-se ao Instituto de Anatomia Patológica da Universidade de Jena e, posteriormente, ao Instituto de Doenças Marítimas e Tropicais de Hamburgo. Em 1910 pediu exoneração de Manguinhos. No Tropeninstitut permaneceu até 1927, onde pesquisou várias moléstias, como febre amarela, verruga peruana, doença de Chagas e tifo exantemático, do qual descreveu o agente etiológico em 1916, a Rickettsia prowazekii. Em 1928, já de volta ao Brasil, incorporou-se ao Instituto Biológico de Defesa Agrícola e Animal (Instituto Biológico em 1937), que viria a dirigir de 1933 a 1949. A consolidação desse instituto paulista no cenário científico brasileiro e internacional foi o maior legado de sua administração. Em 1952 recebeu o título de doutor honoris causa da Universidade de Hamburgo. Morreu em 12 de abril de 1956, na cidade de São Paulo.

Paulo Duarte de Carvalho Amarante

  • Person
  • 1952-

Nasceu em Colatina, norte do Espírito Santo em 31 de agosto de 1952. Iniciou sua formação escolar no Colégio Marista, indo morar com os pais em Vila Velha em 1968, aos 16 anos, onde terminou o curso científico. Nessa época organizou um clube de astronomia amadora entre os colegas do colégio, estudando também literatura e filosofia. Com grande talento musical, por um momento ficou em dúvida sobre qual carreira profissional seguir. Optou pela Medicina e se formou em 1976, na Escola de Medicina da Santa Casa de Misericórdia de Vitória, EMESCAM. No quarto ano da faculdade, foi acadêmico plantonista do Hospital Colônia Adauto Botelho em Cariacica, Espírito Santo. Veio para o Rio de Janeiro em 1976, fazer a residência no Internato em Psiquiatria, na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Participou do primeiro curso de musicoterapia no Rio de Janeiro com Rolando Beneson e tentou implantar mais tarde esta técnica no Hospital Adauto Botelho e no Instituto Psiquiatria da Universidade do Brasil, IPUB, da UFRJ. Em 1978, ingressou para o Mestrado no Instituto de Medicina Social, na UERJ, onde defendeu a dissertação “Psiquiatria social e colônias de alienados no Brasil”. Em 1982, trabalhou com Paulo Mariz como Assessor do Diretor da DINSAM (Divisão Nacional de Saúde Mental), cuja autonomia administrativa o possibilitou fazer muitas modificações no CPPII, Centro Psiquiátrico Pedro II, tais como concurso para preenchimento do quadro de funcionários, entre especialistas e técnicos. Tais mudanças geraram muita resistência por parte dos funcionários daquela instituição. Realizou um vídeo chamado “CRONIKÓS” denunciando a internação compulsória de um dos pacientes no IPUB, que lhe rendeu menção honrosa no 1º Festival Nacional de Vídeo, do Museu de Arte Contemporânea da USP, em 1983. Paralelamente ao cargo de Assessor de Saúde Mental, da Superintendência Regional do Rio de Janeiro, INAMPS, em 1985, trabalhou como Diretor do Centro de Estudos do CPP II e foi designado como Suplente do Representante da Secretaria de Estado de Saúde e Higiene, em 1986. Durante o curso de Doutorado em Saúde Pública na ENSP, obteve bolsa na modalidade sanduíche da CAPES para estágio em Trieste, na Itália, sob orientação de Franco Rotelli durante os meses de novembro de 1991 a março de 1992. Fez estágio de pós-doutorado em Imola, na Itália, sob supervisão de Ernesto Venturini. A partir de 1993, assumiu a Coordenadoria do Núcleo de Estudos Político-Sociais em Saúde (NUPES), na Fiocruz. Coordena atualmente o Curso de Especialização em Saúde Mental e o Laboratório de Estudos e Pesquisas em Saúde Mental (LAPS). É doutor honoris causa da Universidade Popular das Madres da Plaza de Mayo. É autor e organizador de vários livros, dentre eles, “Loucos pela Vida: a trajetória da Reforma Psiquiátrica no Brasil”, uma obra de referência para o estudo deste tema e é um dos organizadores. Autor de O homem e a serpente – Outras histórias para a loucura e a psiquiatria; Psiquiatria social e reforma psiquiátrica; Ensaios: subjetividade, saúde mental, sociedade, dentre outros. É editor da coleção “Loucura e civilização”, da Editora Fiocruz. Foi presidente nacional da Associação Brasileira de Saúde Mental (Abrasme) e em 6 de junho de 2015, foi eleito seu Presidente de Honra. Coordenadora do Grupo de Trabalho em Saúde Mental da Abrasco, do qual é Vice-Presidente, membro da Diretoria Nacional do Cebes e professor titular e coordenador do Laboratório de estudos e pesquisas em saúde mental e atenção psicossocial da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, da Fiocruz.

José de Carvalho Filho

  • Person
  • 1936-2015

Nasceu em 25 de fevereiro de 1936, na cidade do Rio de Janeiro (RJ), filho de José de Carvalho e Soledade Lopes de Carvalho. Iniciou sua trajetória no Cruz IOC em 1950, quando foi contratado como servente na Seção de Fotografia e realizou atividades no Serviço de Envasamento de vacina antitífica. No ano seguinte participou do Curso de Fotomicrografia, e em 1960, do Curso de Auxiliar de Laboratório, ambos promovidos pelo IOC. Foi enquadrado em 1964 como fotógrafo, função que desempenhava desde 1955, após ter sido declarado servidor equiparado aos funcionários efetivos. Em 1968 foi designado para participar do Projeto Rondon I, no qual produziu registros fotográficos inéditos das aldeias dos índios yanomamis no Alto Catrimani, em Roraima. Entre 1970 e 1977 respondeu pela Unidade de Audiovisual da Escola Nacional de Saúde Pública. No ano de 1975 atuou na Campanha de Prevenção ao Câncer Ginecológico, bem como participou dos cursos de Fotografia como Método Científico, da Associação Universitária Santa Úrsula, e de Técnicas Audiovisuais, da Faculdade de Comunicação da Fundação Armando Álvares Penteado. Em 1977 graduou-se no curso de licenciatura em geografia da Sociedade Unificada de Ensino Superior Augusto Motta. Ainda nesse ano foi aposentado. Retornou em 1986 ao IOC, novamente na condição de funcionário público, como fotógrafo de microscopia no Departamento de Virologia, onde trabalhou com a equipe que pela primeira vez isolou o vírus da dengue no Brasil. Ainda em 1986 produziu o registro fotográfico dos dez cientistas do IOC, personagens do episódio do Massacre de Manguinhos, para o evento de reintegração destes à Fiocruz. Aposentou-se compulsoriamente em 2006. Anos depois, voltou ao instituto como técnico de laboratório, sendo responsável por grande parte do trabalho de restauração e organização das lâminas das coleções Histopatológica e de Febre Amarela pertencentes ao Laboratório de Patologia. Morreu em 22 de maio de 2015, no Rio de Janeiro.

Bertha Maria Júlia Lutz

  • Person
  • 1894-1976

Nasceu em 2 de agosto de 1894, na cidade de São Paulo, filha de Adolpho Lutz e Amy Fowler Lutz. Em 1908 a família transferiu-se para o Rio de Janeiro, quando seu pai, renomado especialista em medicina tropical, passou a trabalhar no Instituto Oswaldo Cruz (IOC). Seus estudos superiores foram feitos em Paris durante a Primeira Guerra Mundial, quando viveu com a mãe e o irmão, Gualter, em um apartamento na capital francesa. Formada em ciências naturais pela Faculdade de Ciências da Universidade de Paris, em 1918, ingressou, nesse mesmo ano, no IOC, como tradutora, e de forma apenas oficiosa, a única que encontrou para estar ao lado do pai como sua auxiliar de pesquisa. Participou, no ano seguinte, do concurso para o cargo de secretário do Museu Nacional, quando se classificou em primeiro lugar. Em 1924 integrou o grupo de educadores que fundou a Associação Brasileira de Educação. Em 1931 assumiu a função de secretária de redação do museu, tendo como atribuição principal a tradução de textos, e em 1937 foi designada naturalista da instituição, onde desenvolveu estudos sobre botânica, biologia e anfíbios, sua grande especialidade. Como uma das pioneiras do movimento feminista no Brasil, lutou pelo voto feminino e promoveu a fundação de entidades como a Liga para a Emancipação Intelectual da Mulher (1919), a Federação Brasileira para o Progresso Feminino (1922), a União Universitária Feminina (1929), a Liga Eleitoral Independente (1932), União Profissional Feminina (1933) e a União das Funcionárias Públicas (1933). Para participar com mais eficiência da vida política e da conquista de direitos para as mulheres, bacharelou-se em 1933 pela Faculdade de Direito do Rio de Janeiro. Candidatou-se, em 1934, à Câmara dos Deputados pela legenda do Partido Autonomista do Distrito Federal, representando a Liga Eleitoral Independente. Obteve a primeira suplência e ocupou a vaga do titular, deputado Cândido Pessoa, em virtude de sua morte, em 1936. Na Câmara, onde permaneceu até a implantação do Estado Novo, em 1937, batalhou pela mudança da legislação concernente ao trabalho da mulher e do menor e apresentou, também, projetos relacionados ao combate à lepra e à malária. No final da década de 1930, quando Adolpho Lutz já apresentava sérios problemas de saúde, assumiu a correspondência com seus interlocutores e a coordenação de algumas de suas pesquisas, cuidando da publicação de seus últimos trabalhos. Após a morte do pai, em 1940, não mediu esforços para reunir e publicar seus textos, preservar suas coleções biológicas e seu acervo pessoal. Ao longo de sua trajetória representou o Brasil em diversos eventos, entre eles a assembleia geral da Liga das Mulheres Eleitoras, nos Estados Unidos (1922), a Conferência Internacional da Mulher, em Berlim (1929) e a VII Conferência Pan-Americana da Mulher, em Montevidéu (1933). Em 1951 foi agraciada com o título de Mulher das Américas. Em 1975, Ano Internacional da Mulher, fez parte da delegação brasileira que participou da Conferência Mundial da Mulher, realizada no México pela Organização das Nações Unidas. Morreu em 16 de setembro de 1976, no Rio de Janeiro.

Instituto Fernandes Figueira (IFF)

  • Corporate body
  • 1924-

As origens do Instituto Fernandes Figueira remontam à década de 1920, quando o pediatra Antonio Fernandes Figueira assumiu a Inspetoria de Higiene Infantil. Em 7 de setembro de 1924, com a lei n. 4.793, a Prefeitura do Distrito Federal cedeu à Inspetoria de Higiene Infantil (IHI) o Hotel Sete de Setembro, situado no bairro carioca do Flamengo, para a instalação de um hospital para crianças. Esse hotel, que mais tarde seria transformado na Casa do Estudante, havia sido construído para recepcionar os visitantes da Exposição do Centenário da Independência, em 1922. A construção destinada à moradia dos funcionários do antigo hotel foi reformada, e ali foi instalado o Hospital Arthur Bernardes. O decreto n. 5.150, de 10 de janeiro de 1927, alterou sua denominação para Abrigo Hospital Arthur Bernardes. Na década de 1930 o hospital enfrentou várias crises e chegou a ser desativado, ficando restrito a um pequeno ambulatório de pediatria. Em 1939 ele foi reaberto como Instituto de Higiene e Medicina da Criança, abrigando o Serviço de Puericultura do Distrito Federal. Em 1940 foi criado o Departamento Nacional da Criança (DNCr), que substituiu a IHI. No mesmo ano, o Instituto de Higiene e Medicina da Criança foi reformulado e passou a se chamar Instituto Nacional de Puericultura (INP), tendo como missão realizar estudos, inquéritos e pesquisas sobre problemas relativos à maternidade e à saúde da criança. Ao DNCr cabia o desenvolvimento de atividades de formação de recursos humanos para a atenção materno-infantil, através de cursos com intensa participação de técnicos do INP, conforme o decreto-lei n. 5.912, de 25 de outubro de 1943. Pelo decreto n. 9.089, de 26 de março de 1946, o INP passou a ser denominado Instituto Fernandes Figueira (IFF), cuja estrutura foi formalizada pelo decreto n. 26.690, de maio de 1949. Em 1970 foi criada a Fundação Instituto Oswaldo Cruz, que incorporou vários institutos, entre eles o IFF. Atualmente a instituição realiza atividades de pesquisa, ensino, assistência, desenvolvimento tecnológico e extensão no âmbito da saúde da mulher, da criança e do adolescente. Sua estrutura organizacional é esta: quatro vice-diretorias integrantes da direção – Assistência, Ensino, Pesquisa e Desenvolvimento Institucional –, três departamentos – Ginecologia, Patologia Clínica e Ensino –, coordenações de Bolsas e Gerência de Projetos de Pesquisa em Saúde e Núcleo de Inovação Tecnológica.

Presidência da Fundação Oswaldo Cruz

  • Corporate body
  • 1970-

O primeiro estatuto da Fundação Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz), aprovado pelo decreto n. 67.049, de 13 de agosto de 1970, definiu uma estrutura organizacional que comportava estas instâncias de gestão, administração e assessoramento superior: Conselho de Administração; Presidência; Conselho Técnico-Consultivo e Consultoria Jurídica. Definiu, ainda, a Junta de Controle como órgão de fiscalização financeira. Presidido pelo ministro da Saúde e composto por membros por ele designados, o Conselho de Administração tinha por atribuição fixar as normas necessárias à gestão administrativa e financeira da instituição. O mesmo instrumento estabelecia que a Fiocruz seria presidida pelo diretor do Instituto Oswaldo Cruz (IOC). Ao presidente cabiam atribuições executivas no que concerne à direção, coordenação e orientação das atividades da instituição. A ele competia, ainda, presidir o Conselho Técnico-Consultivo que, composto pelos diretores do Instituto Castelo Branco, do Instituto de Produção de Medicamentos, por chefes de alguns departamentos e pelo coordenador dos institutos autônomos, tinha por atribuição opinar acerca de questões técnico-científicas. O primeiro regimento, também de 1970, constituiu a Administração Geral da instituição e conferiu ao núcleo da Presidência uma estrutura que comportava um gabinete, uma assessoria e o Serviço de Relações Públicas. Em 1976, essa estrutura de gestão e administração superior sofreu a primeira modificação. Um novo estatuto suprimiu o Conselho de Administração, desvinculou o exercício da presidência da direção do IOC e transformou o Conselho Técnico-Consultivo em Conselho Técnico Científico, que, de órgão de representação interna, passou a ser composto por conselheiros nomeados pelo ministro. O mesmo instrumento também previu, pela primeira vez, a existência de vice-presidências, transformou a Junta de Controle em Unidade de Controle Interno e criou a Assessoria de Segurança e Informações. Ao final desse ano estavam também constituídas a Superintendência de Administração Geral, a Assessoria Geral de Planejamento, a Assessoria de Relações Públicas e a Prefeitura do campus. Em dezembro de 1979, foram pela primeira vez definidos os campos de atuação das vice-presidências, contemplando as áreas de pesquisa, de recursos humanos e de desenvolvimento tecnológico. Competia aos vice-presidentes a direção das unidades centrais de suas áreas, respectivamente o IOC, a Escola Nacional de Saúde Pública e o Laboratório Central de Drogas, Medicamentos e Alimentos, que em junho de 1981 passou a denominar-se Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde. Entre o final da década de 1980 e o início da seguinte, as áreas de atuação das vice-presidências foram redefinidas, refletindo as deliberações do I e II Congressos Internos da Fiocruz. Na década de 1990 as áreas de planejamento e administração centralizadas sofreram modificações, em boa parte decorrentes da adequação da estrutura da Fiocruz às normas gerais definidas para a administração federal. Entre as alterações ocorridas nesse período, destacam-se a criação da Diretoria de Recursos Humanos; a transformação também em diretoria da Superintendência de Administração Geral e a transformação da Superintendência de Planejamento em Assessoria de Planejamento Estratégico. Atualmente a Presidência da Fiocruz contempla as vice-presidências de Pesquisa e Laboratórios de Referência; Desenvolvimento Institucional e Gestão do Trabalho; Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde; Produção e Inovação em Saúde; Ensino, Informação e Comunicação. Conta ainda com nove órgãos de assistência direta, quatro unidades técnico-administrativas e uma unidade de apoio.

Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (ENSP)

  • Corporate body
  • 1954-

Em 3 de setembro de 1954 a lei n. 2.312 definiu que a “União manteria uma Escola Nacional de Saúde Pública à qual poderiam ser equiparadas outras existentes ou que viessem a ser criadas pelos Estados ou pela iniciativa particular”. Em decorrência dessa lei o governo federal baixou o decreto n. 43.926, de 26 de junho de 1958, dispondo sobre a estrutura e as finalidades da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP), vinculada ao Ministério da Saúde. Em 1958 a ENSP passou a ter sob sua jurisdição os cursos do Departamento Nacional de Saúde e do Departamento Nacional da Criança. Em 23 de março de 1966 foi inaugurada a nova sede da ENSP, com o aproveitamento do esqueleto de um edifício abandonado, em área de 14 mil metros quadrados, situada em Manguinhos. Com a lei n. 5.019, de 7 de junho de 1966, a ENSP e outros estabelecimentos passaram a integrar a Fundação Ensino Especializado de Saúde Pública (Fensp), de personalidade privada, criada com a finalidade de ministrar ensino especializado em saúde pública em cursos de pós-graduação para pessoal de nível técnico-científico e cursos de preparação de pessoal auxiliarmédico, além de realizar estudos e pesquisas de interesse para o aperfeiçoamento técnico e científico do pessoal de saúde pública. Em 1º de outubro de 1969, pelo decreto-lei n. 904, a Fensp passou a denominar-se Fundação Recursos Humanos para a Saúde (FRHS), continuando a ENSP a fazer parte da estrutura da mesma Fundação. Entre suas finalidades incluíam-se a avaliação dos quantitativos e da qualificação do pessoal de que poderia dispor o Sistema Brasileiro de Proteção e Recuperação da Saúde, assim como a promoção de medidas para a formação e o aperfeiçoamento de pessoal. Em 22 de maio de 1970, o decreto n. 66.624 transformou a FRHS em Fundação Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz). Esta passou a integrar sete institutos, entre eles o Instituto Presidente Castelo Branco, novo nome da ENSP, que voltou a ser denominada desta forma em 1976. Em 2003, ela ganha a denominação atual: Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca. Sua estrutura organizacional é esta: quatro vice-diretorias integrantes da direção – Pós-Graduação, Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico, Escola de Governo em Saúde e Desenvolvimento Institucional e Gestão – e seis departamentos – Departamento de Ciências Sociais, Departamento de Epidemiologia e Métodos Quantitativos em Saúde, Departamento de Administração e Planejamento em Saúde, Departamento de Ciências Biológicas, Departamento de Saneamento e Saúde Ambiental, Departamento de Endemias Samuel Pessoa. Integram ainda sua estrutura o Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana, o Centro de Saúde Escola Germano Sinval Faria e o Ambulatório de Saúde do Trabalhador.

Academia Nacional de Medicina (ANM)

  • Corporate body
  • 1829-

Criada como Sociedade de Medicina do Rio de Janeiro em 30 de junho de 1829. Os seus estatutos, inspirados nos regulamentos da Academia de Medicina de Paris, tinham como objetivo principal as questões de saúde pública relativas às inspeções sanitárias em geral. Em 1835, passou a receber uma subvenção do Tesouro Público, mudando o seu nome para Academia Imperial de Medicina. A partir de então, ficou constituída por 3 seções: medicina, cirurgia e farmácia, ampliando o seu papel ao tornar-se consultora do Governo Imperial em assuntos relacionados a políticas de saúde pública, ao exercício da medicina e à comercialização de medicamentos. Com a instauração do regime republicano, em 1889, passou a ser designada de Academia Nacional de Medicina. Estabeleceu-se em sede própria em 1904.

Hugo Widmann Laemmert Junior

  • Person
  • 1909-1962

Nasceu em 23 de janeiro de 1909, no Rio de Janeiro, filho de Hugo Widman Laemmert e Alice Cabral Laemmert. Em 1932 graduou-se pela Faculdade de Medicina da Universidade do Rio de Janeiro, onde exerceu o posto de assistente até 1935. Ainda como estudante de medicina atuou na Inspetoria dos Serviços de Profilaxia, do Departamento Nacional de Saúde Pública (1929-1930). Entre 1933 e 1934 frequentou o Curso de Aplicação do IOC. Suas atividades como pesquisador especializado em estudos sobre o comportamento do vírus amarílico na mata, seus vetores e depositários foram desenvolvidas no Serviço de Febre Amarela (1935-1939), mantido cooperativamente pela Fundação Rockefeller e o governo brasileiro, no Serviço de Estudos e Pesquisas sobre a Febre Amarela (1940-1949), administrado pelo Ministério da Educação e Saúde, e no IOC (1950-1962). No instituto desempenhou também as funções de chefe de laboratório e de professor do Curso de Bacteriologia, Parasitologia e Imunologia. Em 1962 foi agraciado com a Ordem do Mérito Médico, no grau de oficial. Morreu em 25 de setembro de 1962, no Rio de Janeiro.

Clementino Fraga Filho

  • Person
  • 1917-2016

Nasceu em Salvador (BA), em 11 de agosto de 1917, filho de Clementino Rocha Fraga Júnior e Olindina da Silva Fraga.

Carlos Renato Grey

  • Person
  • 1912-?

Nasceu no Rio de Janeiro no ano de 1912. Teve uma infância marcada pela perda de três de seus quatro irmãos e de sua mãe. Seu pai era um médico que viajava a cada dois anos à Europa para se aperfeiçoar profissionalmente. O contato com o cotidiano profissional de seu pai, principalmente durante o período da gripe espanhola (1918), influiu na sua opção pela medicina. Outra motivação foi sua admiração pelo seu primo Jorge de Moraes Grey que, na época, gozava de grande prestígio como médico e professor. Durante o período em que frequentou a Faculdade de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro (1932/1937), exerceu uma expressiva liderança no movimento estudantil. Participou do Diretório Acadêmico, do qual chegou a ser presidente, e do Diretório Central dos Estudantes, onde ocupou os cargos de diretor de intercâmbio e de vice-presidente. A atividade política na universidade não o impediu de ser monitor da cadeira de Histologia e Embriologia Geral e interno no Serviço de Cirurgia Geral e Urologia do Hospital São Francisco de Assis, chefiado por Jorge Gouvêa. Antes de se formar, tornou-se Auxiliar Acadêmico dos Cursos de Docência Livre de Clínica Urológica de seu primo Jorge de Moraes Grey. Já formado, continuou no Serviço de Cirurgia Geral e Urologia do Hospital São Francisco de Assis, sob a orientação de Jorge Gouvêa. Como as possibilidades de inserção no mercado de trabalho como cirurgião eram então bastante restritas, aceitou uma proposta de seu ex-professor de Medicina Tropical, Evandro Chagas, para trabalhar no convênio firmado entre o governo brasileiro e a Fundação Rockefeller. Assim, trabalhou no Nordeste, no Centro de Estudos da Malária (1940/1942), onde desempenhou importante trabalho e conseguiu erradicar uma espécie de mosquito causador da malária. Apesar do resultado positivo do trabalho desenvolvido no Nordeste, jamais abandonou a sua opção pela cirurgia e pela urologia. De volta ao Rio de Janeiro, com o objetivo de aperfeiçoar sua formação, tornou-se estagiário no Hospital do Pronto Socorro, atual Souza Aguiar. Nos anos seguintes, exerceu suas atividades como médico na Embaixada Americana (1942/1943) e como assistente do Serviço de Cirurgia Geral e Urologia no Hospital Nossa Senhora do Socorro. Seu consultório foi montado no centro da cidade. O trabalho nos dois hospitais era realizado em regime de plantões de 24 horas, o que lhe permitia dedicar bastante tempo ao próprio consultório. Em 1945, foi aprovado, por concurso público, para trabalhar como urologista no Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Comerciários (IAPC), atual Hospital de Ipanema. Naquela época, somente médicos com sólida formação eram aprovados em um concurso público. Consequentemente, eles conquistavam grande prestígio, dentro e fora da profissão. A. partir desse momento, ele pôde adquirir a sua autonomia profissional, trabalhando como cirurgião. Durante sua vida profissional, não se ocupou somente de atividade clínica, tendo no seu horizonte alguns objetivos políticos. Sua luta política tinha, segundo suas palavras, três objetivos principais. O primeiro deles era combater o "regime da copa e cozinha": um médico recém-formado só conseguia se inserir no mercado de trabalho se dispusesse de algum tipo de apadrinhamento. O segundo era denunciar a existência de um "feudo na cirurgia": o mercado de trabalho na área da cirurgia estava dominado por um pequeno grupo que ocupava todos os espaços institucionais de atuação. Finalmente, condenava a exploração que os medalhões da Santa Casa exerciam sobre os estudantes. Estas foram as principais motivações que o levaram a ingressar, juntamente com outros médicos jovens, no Sindicato Médico Brasileiro. No Sindicato, acabou sendo designado por Álvaro Tavares de Souza, presidente da entidade, para participar da Comissão Organizadora do IV Congresso Médico Sindicalista, realizado em 1944. Neste Congresso, participou das discussões sobre a constituição de um novo Código de Ética, para substituir o de 1931, e sobre a criação do Conselho de Medicina. Fez parte da Comissão que encaminhou as resoluções do Congresso ao presidente Getúlio Vargas. Sua intensa atividade durante o Congresso lhe valeu a indicação para tornar-se membro do Primeiro Conselho Provisório Federal de Medicina (1945). Este Primeiro Conselho, criado a partir da aprovação da Lei n° 7.955 de 1945, não teve uma atuação efetiva, pois os médicos não sabiam muito bem quais seriam as funções desta nova instituição. Aos poucos, abandonou a atividade associativa, dedicando-se à carreira profissional.

Itália Guarany Angiola Kerr

  • Person
  • 1927-[2014]

Nasceu em 14 de abril de 1927, em Minas Gerais, filha de imigrantes italianos. Viveu seus primeiros anos de vida no estado de São Paulo, mas fez o ginásio em Belo Horizonte e o científico no Colégio Andrews, no Rio de Janeiro. Seu pai era engenheiro e geólogo e sua mãe, professora de italiano. Após o científico, optou pela Faculdade de Educação Física, onde graduou-se antes de ingressar na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, em 1954, na UERJ, concluindo-o em 1957. No curso de história natural teve a oportunidade de conhecer Olympio da Fonseca e Geth Jansen, responsáveis pelo convite para estagiar no IOC. Com os dois pesquisadores, iniciou sua carreira em estudos sobre esquistossomose, permanecendo na instituição como estagiária até os anos 1970, quando passou a condição de biologista interina do Instituto. Trabalhou no Departamento de Patologia do IOC, com Jorge Guimarães, em cancerologia experimental, área na qual viria a se especializar. Como funcionária do IOC, também trabalhou com Jorge Guimarães, por um curto período, na Seção de Patologia Experimental do Instituto Nacional de Câncer (INCA). A partir de 1980, passou a estudar e publicar trabalhos sobre a paracoccidioidomicose, doença encontrada de forma endêmica no Brasil. Nessa pesquisa contou com a colaboração de Henrique Lenzi e da então estagiária Júlia Araripe. Kerr ministrou aulas de patologia geral no Curso de Mestrado em Biologia Parasitária do IOC, em 1987. No ano seguinte, foi professora de noções básicas em técnicas aplicadas à patologia experimental, no Curso de Auxiliar-Técnico de Pesquisa em Biologia Parasitária no IOC. Trabalhou com Gilberto Teixeira no Programa de Outras Doenças Parasitárias do IOC, onde realizou pesquisas sobre blastomicose. Em 1985 tornou-se responsável pela recuperação e reorganização do acervo da Coleção de Febre Amarela e do Museu de Anatomia Patológica. No final da década de 1980, interrompeu suas atividades junto a esta coleção por falta de recursos e condições de trabalho. Aposentou-se como pesquisadora do IOC em 1991. Em 1994, reiniciou suas atividades como curadora, no momento em que o Departamento de Patologia do IOC e a COC passaram a apoiar o seu trabalho de conservação e manutenção do acervo, tendo permanecido nesta função por alguns anos.

Gonçalo Moniz Sodré de Aragão

  • Person
  • 1870-1939

Nasceu em Salvador (BA) em 28 de janeiro de 1870, filho de Egas Carlos Moniz Sodré de Aragão e Maria Leopoldina Sodré Pereira. Ingressou na Faculdade de Medicina da Bahia em 1887. No ano de 1891 diplomou-se médico com o trabalho intitulado "Etiologia e pathogenia da suppuração", relavante para a medicina baseada no conhecimento etiológico de suporte experimental. Foi professor da cadeira de Fisiologia, Anatomia, Fisiologia Patológica e Patologia Geral entre 1894 e 1895, apresentando a tese "Imunidade mórbida", iniciando carreira no campo da microbiologia. Em 1899 foi encarregado pelo governo baiano de montar e dirigir o Gabinete de Análises e Pesquisas Bacteriológicas, órgão estadual de verificação de óbitos e controle de doenças infectocontagiosas de caráter epidêmico. A partir disso, publicou diversos estudos sobre a peste bubônica, como "Considerações sobre a peste bubônica" (1899). Foi colaborador de Lydio de Mesquita no Instituto Bacteriológico, Soroterápico e Vaccionogênico, que mais tarde seria nomeado em sua homenagem como Fundação Gonçalo Moniz, atual Instituto Gonçalo Moniz. Seu trabalho de controle da peste bubônica na Bahia o levaria a trabalhar em Manguinhos no estudo e preparação da vacina antipestosa e do soro Yersin. Dedicou-se também ao estudo da tuberculose com vários trabalhos publicados sobre o tema. Faleceu em 1° de junho de 1939, em Salvador.

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