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registro de autoridade

Martinus Pawel

  • Pessoa
  • 1911-1986

Nasceu em 10 de novembro de 1911, em Roma, Itália, filho de Leo Pawel e Luiza Comerci Pawel. Formou-se em 1935 pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), com a dissertação Sobre o cálculo matemático de propagação das moléstias infecto-contagiosas crônicas. Em 1937 fez curso de pós-graduação em Berlim, Alemanha, no qual desenvolveu estudos sobre doenças da nutrição e também sobre administração de serviços de saúde, especialmente no que se refere à área de seguro social. Retornou ao Brasil em 1938 e fixou-se como especialista em patologia clínica e em doenças da nutrição, tendo sido assistente de Walter Haberferld até 1946. Foi aprovado em concurso para o Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Comerciários (IAPC), em 1945, como patologista clínico, dando início à carreira na previdência social brasileira. Entre outubro de 1950 e fevereiro de 1951 recebeu bolsa das Nações Unidas para estudar a administração de serviços de saúde na Inglaterra e Holanda. Também realizou uma viagem de estudos pela Suécia, entre 1957 e 1958, com bolsa de estudos oferecida pelo Comitê Sueco de Assistência Técnica. Nessa oportunidade obteve o grau de Bacharel em Administração de Serviços Médicos- Sociais pela Universidade de Gotemburgo, com uma pesquisa sobre administração hospitalar, e aproveitou para visitar instituições na Alemanha, Suíça, Inglaterra e Países Baixos. Foi professor da Faculdade de Higiene da USP. Além disso, ocupou o posto de redator-geral da revista técnica Hospital de Hoje, entre 1958 e 1966. Em 1960 foi convidado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para assumir o cargo de conselheiro de Planejamento e Avaliação de Serviços de Saúde junto aos países subdesenvolvidos, onde organizou a coleta de dados estatísticos para avaliação do desempenho dos serviços médicos de Gana. Em 1963 foi promovido a conselheiro regional para a África e transferido para o Congo. Entre as atividades realizadas nessa função, visitou países do continente, orientando as políticas de saúde pública, representou a direção regional da OMS em conclaves interafricanos para questões de saúde e participou da Comissão Central para Classificação de Doenças. Voltou ao Brasil em 1964 e reassumiu suas funções no IAPC. Nessa ocasião, organizou e dirigiu o Serviço de Saúde Comunitária do Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual, de São Paulo. No ano seguinte passou a lecionar na Faculdade de Saúde Pública da USP como professor convidado, e aí permaneceu até 1967. Nesse mesmo ano participou tanto dos estudos preliminares para a criação do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), quanto na sua implantação em São Paulo, como assessor técnico do superintendente da regional paulista e também integrou a IV Conferência Nacional de Saúde, realizada na Escola Nacional de Saúde Pública no Rio de Janeiro. Foi também, no INPS, diretor de Recursos Contratados e assessor técnico de gabinete da Coordenação de Assistência Médica, entre 1967- 1970 e 1975-1979. De 1976 a 1981 presidiu a Comissão Regional de Medicina Comunitária do INPS, mais tarde Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social. Em 1972 aceitou convite para lecionar na Escola Superior de Saúde Pública de Toronto, Canadá, e, em 1975. o mesmo fato se repetiu, dessa vez em Gotemburgo, Suécia, na Escola Superior de Saúde Pública da Escandinávia. Dedicou-se ainda aos problemas relativos à assistência médica para os doentes de câncer, quando foi presidente da Comissão Regional de Oncologia da Subsecretaria de Assistência Médica do INPS, em São Paulo, entre 1976 e 1979. Morreu em 10 de janeiro de 1986.

Augusto Cid de Mello Perissé

  • BR RJCOC AP
  • Pessoa
  • 1917-2008

Nasceu em 30 de abril de 1917, em Barbacena (MG), filho de João Gambetta Perissé e Irene de Mello Perissé. Em 1938 formou-se pela Escola Nacional de Farmácia da Universidade do Brasil, atual Universidade Federal do Rio Janeiro. Em 1943 ingressou no IOC como químico analista. Na instituição foi tecnologista, professor, pesquisador e organizador do Laboratório de Química Orgânica. De 1948 a 1951 realizou cursos de especialização em química orgânica, bioquímica, eletrônica e microscopia eletrônica no IOC. Lecionou química no Instituto de Tecnologia do Rio de Janeiro (1952) e na Universidade da Bahia (1956). Em 1957 obteve o grau de doutor em ciências (química) pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo ao apresentar a tese intitulada Sobre a síntese e as propriedades de formazanos e tetrazenos. Ainda em 1957 viajou para Frankfurt, Alemanha Ocidental, a fim de realizar o pós-doutorado como bolsista do Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico (DAAD). Em seguida, passou dois anos no Collège de France, em Paris, dando continuidade ao seu pós-doutorado. Em 1965 foi pesquisador visitante no laboratório do professor László Mester, do Instituto de Química de Substâncias Naturais, de Gif-sur-Yvette, França. Em 1970, com outros nove pesquisadores do IOC, teve seus direitos políticos suspensos e também foi aposentado pelos Atos Institucionais 5 e 10 (AI-5 e AI-10) do governo militar instaurado no país em 1964, episódio denominado de "Massacre de Manguinhos". Embora tenha sido aprovado em concurso para professor da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto nesse mesmo ano, não pode ocupar o posto devido a sua cassação. Além disso, foi obrigado a interromper suas pesquisas sobre venenos de diplópodes (gongôlo) brasileiros. Em 1972, a convite do professor Mester, voltou ao Instituto de Química de Substâncias Naturais, onde permaneceu até 1975. Ainda no exterior, em 1973, esteve no Instituto Nacional de Saúde e Pesquisa Médica, de Paris, na Universidade Técnica de Munique e no Instituto Max Planck, de Heidelberg, onde pesquisou a síntese automática de proteínas. Entre 1976 e 1977 atuou em Moçambique como professor catedrático concursado da Universidade Eduardo Mondlane. Retornou ao Brasil por causa de problemas de saúde da esposa. Em 1981, como bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, recomeçou seu trabalho em Manguinhos, quando prestou consultoria à Vice-Presidência de Desenvolvimento da Fiocruz e retomou suas pesquisas sobre os diplópodes. Em 1984 iniciou estudos sobre química e bioquímica da hanseníase. No ano de 1986 foi reintegrado ao quadro de pesquisadores da Fiocruz. Em 1994, devido a problemas de saúde, afastou-se da instituição. Foi membro da Sociedade Brasileira de Química, da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), da Sociedade de Biologia do Rio de Janeiro e das Sociedades de Química de Londres e da Alemanha. Morreu em 30 de março de 2008, no Rio de Janeiro.

Araquém Âlcantara Pereira

  • Pessoa
  • 1951-

Nasceu na cidade de Florianópolis (SC) em 1951. Ingressou na Faculdade de Jornalismo da Universidade Católica de Santos em 1970. Durante a graduação trabalhou como repórter nos jornais O Estado de S. Paulo e Jornal da Tarde, iniciando sua atividade como fotógrafo. Em 1979 realizou sua primeira matéria de caráter ambientalista, retratando o Parque da Juréia, em Iguape (SP). Entre 1972 e 1982 trabalhou também nos jornais Cidade de Santos, O Globo, Tribuna de Santos e na revista IstoÉ, além de desenvolver projetos pessoais sobre questões ecológicas e sociais. A partir de 1985 passou a colaborar em periódicos nacionais e internacionais como profissional autônomo. Foi o primeiro fotógrafo a realizar um ensaio sistemático sobre os ecossistemas e as unidades de conservação do país, após 22 anos de expedições pelo interior do Brasil. Em 1998 lançou o livro de fotografias TerraBrasil, resultado de dez anos de pesquisas. Em 2001 foi escolhido pelo Museu Britânico de Londres para produzir a capa do livro Unknown Amazon, que acompanhou uma grande exposição etnográfica sobre a Amazônia. Nesse mesmo ano foi convidado pelo Ministério das Relações Exteriores para realizar a exposição “Mudanças Climáticas” no Memorial da América Latina em São Paulo. Também foi convidado pelo Ministério do Meio Ambiente para realizar a exposição “Parques Nacionais do Brasil”, no Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Foi pioneiro em documentar todos os parques nacionais do Brasil e a produzir uma edição especial de colaborador para a revista National Geographic, que resultou na publicação do livro Bichos do Brasil (2008). Possui fotos em acervos de vários museus e galerias, entre eles o Museu do Café de Kobe (Japão), o Centro Cultural Georges Pompidou de Paris (França), Museu Britânico de Londres (Inglaterra), Museu de Arte e Museu de Arte Moderna, ambos em São Paulo. Recebeu o prêmio Jabuti com o livro Amazônia (2006), o prêmio Fernando Pini de melhor livro de arte do ano, com a obra Mar de dentro (2007), o prêmio Fernando Pini de Excelência Gráfica com o livro Sertão Sem Fim, além de ser finalista do prêmio Jabuti e do prêmio Fundação Conrado Wessel (2010). Em 2015 percorreu 38 cidades do Brasil para retratar a atuação de profissionais do Programa Mais Médicos, criado pelo Ministério da Saúde em 2013, que resultou na publicação Mais médicos (2015).

Celso Arcoverde de Freitas

  • BR RJCOC CE
  • Pessoa
  • 1913-2005

Nasceu em 3 de outubro de 1913, em Engenho Souza, Água Preta (PE), filho de Manoel de Siqueira Barbosa Arcoverde e Celsa Freire Arcoverde. Como sua mãe morreu no parto, foi criado pela irmã de seu pai, Carlota, casada com Theophilo José de Freitas, a quem homenageou com a adoção de seu sobrenome quando alcançou a maioridade. Ainda menino mudou-se para Recife, onde fez os cursos primário, secundário e os exames preparatórios para a Faculdade de Medicina do Recife, hoje pertencente à Universidade Federal de Pernambuco, diplomando-se em 1934. Iniciou sua trajetória profissional no ano de 1935 como assistente extranumerário de clínica médica do Hospital Pedro II de Recife. A partir de 1938 foi médico auxiliar no distrito de Caruaru da Delegacia Federal de Saúde da 5ª região e, um ano depois, passou a acumular o cargo de assistente extranumerário de clínica médica do Hospital São Sebastião da mesma localidade. De 1941 a 1956 chefiou setores e circunscrições do Serviço Nacional de Peste (SNP) em estados do Nordeste. Nesse período fez o Curso de Especialização em Peste do Departamento Nacional de Saúde (1943), o Curso Básico de Saúde Pública do IOC (1946) e foi contratado como médico especializado do SNP (1947). Com a criação do Departamento Nacional de Endemias Rurais (DNERu), em 1956, foi designado para coordenar a Campanha contra o Tracoma. Em 1958 assumiu a subchefia do gabinete do ministro da Saúde Mário Pinotti. Em 1960 foi membro do Grupo de Trabalho para elaboração do Programa de Saúde do 1° Plano Diretor da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste, além de assistente técnico do DNERu. Em 1961 respondeu pela direção geral do órgão e também por sua Divisão de Profilaxia até 1964. Em 1962 exerceu as funções de relator do Grupo de Trabalho sobre Campanha Contra Tracoma, membro do Grupo de Trabalho sobre Campanha Contra Peste, ambos organizados pelo Ministério da Saúde, e professor da disciplina Fundamentos Sócio-Econômicos da Escola Nacional de Saúde Pública. Em 1964 recebeu a Ordem do Mérito Médico no grau de oficial. Na Organização Pan-Americana da Saúde, entre 1966 e 1969, atuou como consultor do Programa de Controle de Peste no Equador, Peru e Bolívia. Em 1968 foi chefe do Núcleo Central de Pesquisas do Instituto Nacional de Endemias Rurais (INERu), bem como diretor substituto da instituição. Em 1972 foi designado para responder pelo expediente da Divisão de Campanhas da Superintendência de Campanhas de Saúde Pública. Foi assessor do ministro da Saúde Mário Machado de Lemos em 1973 e no ano seguinte diretor do INERu da Fiocruz. Após aposentar-se no Ministério da Saúde, em 1980, trabalhou na Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro com Isnard Teixeira. Integrou a Sociedade de Internos dos Hospitais do Recife, a Sociedade Brasileira de Higiene, a Sociedade Brasileira de Médicos Escritores – Regional Pernambuco e a Academia Pernambucana de Medicina. Foi casado com Flora de Araújo Jorge Arcoverde de Freitas, com que teve quatro filhos. Morreu em 31 de agosto de 2005, no Rio de Janeiro.

Hospital Geral Moncorvo Filho

  • Entidade coletiva
  • 1935-?

Em 1935 o prédio do Instituto de Proteção e Assistência à Infância (IPAI), fundado em 1899 por Arthur Moncorvo Filho, foi cedido pela família à Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro para abrigar seu hospital de clínicas, passando a denominar-se Hospital Moncorvo Filho. A partir de 1942, o prédio passou a abrigar o Instituto de Ginecologia (IG/UFRJ) e, posteriormente, o Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia Luiz Capriglione (IEDE). O prédio foi tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (INEPAC) em 1990 por sua importância histórica e arquitetônica para a cidade.

Arthur Neiva

  • Pessoa
  • 1880-1943

Nasceu em 22 de março de 1880, em Salvador (BA), filho de João Augusto Neiva e Ana Adelaide Paço Neiva. Iniciou o curso superior na Faculdade de Medicina da Bahia, concluindo-o na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro em 1903. Trabalhou para a Inspetoria de Profilaxia da Febre Amarela nas campanhas dirigidas por Oswaldo Cruz visando à erradicação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença. Em 1906 ingressou no Instituto Soroterápico Federal, posteriormente denominado IOC, onde realizou pesquisas em entomologia e parasitologia. Em 1907 participou ao lado de Carlos Chagas da campanha de profilaxia da malária em Xerém (RJ). Nessa região estudou os hábitos e as características dos mosquitos transmissores da doença e identificou alguns grupos de seus parasitos resistentes à quinina. Em 1908, como pesquisador do IOC, desenvolveu pesquisas sobre os insetos transmissores da doença de Chagas. Em 1910 forneceu informações detalhadas sobre a biologia do Conorhinus megistus – depois denominado Panstrongylus megistus –, que contribuíram para os primeiros conhecimentos sobre o ciclo evolutivo do Trypanosoma cruzi. Ainda sobre a doença de Chagas, realizou a classificação de espécies de barbeiros e explicou o mecanismo de transmissão, formulando a hipótese de que, ao se coçar, o indivíduo introduz em seu corpo, pela pele ou por uma mucosa, as fezes do inseto que contém tripanossomas. Durante a década de 1910 participou de expedições científicas enviadas pelo IOC ao interior do Brasil. Ao lado de Belisário Penna percorreu estados das regiões Nordeste e Centro-Oeste, com recursos do IOC e da Inspetoria de Obras contra as Secas, e publicou, quatro anos depois, um relatório em que são denunciadas as más condições de vida e saúde da população rural. Participou do movimento que congregou cientistas, médicos e intelectuais em prol do saneamento do país. Em 1914, com a tese intitulada Revisão do gênero Triatoma Lap., sobre um dos gêneros de barbeiros, tornou-se livre-docente da cadeira de história natural médica e parasitologia da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. De 1923 a 1927 dirigiu o Museu Nacional do Rio de Janeiro. Entre 1924 e 1927 chefiou a Comissão de Estudos e Debelação da Praga Cafeeira do estado de São Paulo, trabalhando com Angelo Moreira da Costa Lima e Edmundo Navarro de Andrade. Em 1928 o governo paulista o contratou como diretor-superintendente do recém-criado Instituto Biológico de Defesa Agrícola e Animal, denominado, a partir de 1937, Instituto Biológico, onde permaneceu até 1932. Após a Revolução de 1930, ocupou cargos na administração pública, como o de interventor federal na Bahia. De 1935 a 1937 foi deputado federal pelo Partido Social Democrático baiano. Com a implantação do Estado Novo, retomou suas atividades em Manguinhos. Morreu em 6 de junho de 1943, no Rio de Janeiro.

Walter Oswaldo Cruz

  • Pessoa
  • 1910-1967

Nasceu em 23 de janeiro de 1910, em Petrópolis (RJ), filho de Oswaldo Gonçalves Cruz e Emília Fonseca Cruz. Em 1925 ingressou na Faculdade de Medicina da Universidade do Rio de Janeiro. A partir de 1928 e até a conclusão do curso, em 1930, fez estágio voluntário no Hospital de Doenças Tropicais do IOC, e começou a estudar hematologia experimental no laboratório de Carlos Chagas, em 1929. Entre 1931 e 1932 frequentou o Curso de Aplicação do IOC. Na instituição também atuou como chefe interino dos laboratórios de Angelo Moreira da Costa Lima e de Eurico Villela (1933-1935), técnico especializado (1937) e pesquisador (1946). Além disso, chefiou a Seção de Hematologia (1942-1962) e a Divisão de Patologia (1962-1964). Em 1932 publicou no Comptes Rendus de La Société de Biologie de Rio de Janeiro o primeiro de seus 94 artigos científicos, intitulado "Pathogenie de l'anémie dans l'ankylostomose. Importance prépondérante d'une pertubation dans le métabolisme du fer dans l'organisme". Sua trajetória profissional não se limitou aos trabalhos realizados no âmbito do IOC. Em laboratórios norte-americanos e europeus, como os das universidades de Rochester (1940-1941), Johns Hopkins (1943) e Londres (1954), desenvolveu pesquisas sobre suscetibilidade das hemácias a soluções hipotônicas, mecanismo de destruição e regeneração das hemácias, eliminação do pigmento biliar na anemia pela acetilfenilidrazina, malária experimental, anemia hemolítica e hemostase. Foi membro da Sociedade Internacional de Hematologia (1948), da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (1948), da Sociedade Brasileira de Hematologia e Hemoterapia (1950) - ambas na qualidade de fundador -, da Academia Brasileira de Ciências (1954) e da Academia de Ciências de Nova York (1963), entre outras. De 1928 a 1953 disputou diversos campeonatos de xadrez, sendo campeão brasileiro em seis oportunidades. Ainda referente ao esporte de sua predileção, foi colaborador das revistas Xadrez e Xadrez Brasileiro e redator de colunas especializadas em vários jornais, como Última Hora e Tribuna da Imprensa. A partir da década de 1950 engajou-se na campanha pela criação do Ministério da Ciência. A preocupação com a educação e o ensino científico o levou a participar dos mais importantes projetos acadêmicos desenvolvidos no país à época, como a criação da Universidade de Brasília (1960), e a reforma universitária (1962-1963). Em 1961, durante o curto período de governo de Jânio Quadros, foi coordenador da Assessoria Técnica da Presidência da República, quando organizou o documento "Ciência, coluna vertebral do desenvolvimento nacional". Com o golpe militar de 1964, passou a ser investigado pela Subcomissão de Investigação instaurada no IOC, cujo objetivo era averiguar suspeitas de malversação de verbas públicas e atividades consideradas subversivas perante o novo aparato governamental brasileiro. Morreu em 3 de janeiro de 1967, no Rio de Janeiro.

Lygia dos Reis Corrêa

  • Pessoa
  • 1935-2016

Nasceu em 3 de maio de 1935, na cidade de Belo Horizonte (MG), filha de Ary dos Reis Corrêa e Maria Ferreira dos Reis Corrêa. Em 1958 graduou-se em história natural pela Faculdade de Filosofia da Universidade de Minas Gerais, atual Universidade Federal de Minas Gerais. Nesse mesmo ano ingressou no Instituto Nacional de Endemias Rurais (INERu), do Departamento Nacional de Endemias Rurais, sediado em sua cidade natal. Na instituição atuou como auxiliar técnico (1958), biologista (1960) e pesquisadora em biologia (1967). Foi nesse período que conheceu o pesquisador Wladimir Lobato Paraense, de quem se tornou companheira de vida e de trabalho nas áreas de parasitologia e malacologia. No INERu realizou diversas atividades técnico-científicas, entre elas o inquérito epidemiológico sobre esquistossomose no município de Passos (MG) e o treinamento e orientação de estagiários e bolsistas do Centro de Identificação de Planorbídeos para as Américas, que foi estabelecido por meio de convênio firmado entre o Brasil e a Organização Pan-Americana da Saúde. Em 1968, junto com Lobato Paraense, ingressou na Universidade de Brasília, onde lecionou as seguintes disciplinas: parasitologia, biologia geral, zoologia de invertebrados e bloco de mecanismos de agressão e defesa (helmintoses). Em 1977 transferiu-se para a Fundação Oswaldo Cruz acompanhando Lobato Paraense, que havia sido nomeado vice-presidente de Pesquisas da instituição. Lotada no Instituto Oswaldo Cruz (IOC), atuou como pesquisadora associada (1977-1990), adjunta (1990-1995) e titular (1995-2005) nos laboratórios de Esquistossomose e de Malacologia. Além disso, de 1991 a 2005 chefiou o Departamento de Malacologia. Desenvolveu pesquisas sobre a suscetibilidade de planorbídeos neotropicais à infecção pelo Schistosoma mansoni e a relação planorbídeos - Schistosoma mansoni da região Neotropical, particularmente do Brasil. Ainda em 2005 foi aposentada compulsoriamente, mas permaneceu no IOC realizando pesquisas sobre planorbídeos. Integrou a Sociedade de Biologia de Minas Gerais, a Sociedade Brasileira de Parasitologia, a Federação Latino-Americana de Parasitologistas e a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência. Morreu em 22 de dezembro de 2016, no Rio de Janeiro.

Gilberto Guimarães Villela

  • Pessoa
  • 1904-1977

Nasceu em 12 de julho de 1904, na cidade de Lavras (MG), filho de Gastão de Azevedo Villela e Iracema Guimarães Villela. Em 1926 formou-se pela Faculdade de Medicina da Universidade do Rio de Janeiro, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro. Sua trajetória no Instituto Oswaldo Cruz (IOC) teve início em 1928, quando foi admitido como assistente. Em 1937 foi nomeado biologista e em 1969 pesquisador. Além disso, chefiou a Divisão de Química do IOC entre 1942 e 1964. Exerceu também os cargos de auxiliar técnico da cadeira de zoologia da Faculdade de Farmácia do Rio de Janeiro em 1927 e de assistente do Laboratório Geral do Hospital São Francisco de Assis de 1929 a 1930. Realizou significativos trabalhos no campo da bioquímica, com contribuições no estudo das vitaminas e enzimas. Além disso, dedicou-se ao estudo dos biocromos, com foco na pigmentação dos animais. Sua trajetória não se limitou apenas ao meio científico brasileiro, visto que alcançou reconhecimento internacional com livros e artigos publicados em periódicos científicos da Inglaterra e Estados Unidos. Visitou importantes centros de pesquisas, como a Escola de Medicina da Universidade da Califórnia, a Universidade de Londres, o Instituto Pasteur, a Universidade de Nagoya e a Universidade de Nova York, onde também atuou como professor visitante. Foi membro da Academia Nacional de Medicina, da Academia Brasileira de Ciências, da New York Academy of Sciences e da Société de Chimie Biologique de Paris, entre outras. No Brasil ainda liderou diversas conferências pelo país com o objetivo de estudar doenças relacionadas à desnutrição, quando participou da Campanha Nacional das Vitaminas promovida pela Associação Brasileira de Química. Devido à sua atuação científica, conquistou em 1957 o prêmio Nacional de Alimentação e, posteriormente, o prêmio Oswaldo Cruz em 1971 com a tese Salicilato de sódio e atividade da desidrogenase L-glutâmica no cérebro. Dedicou grande parte da sua vida ao IOC, sendo desligado do seu cargo apenas após sua aposentadoria compulsória, ao completar setenta anos. Isso não ocasionou o afastamento do pesquisador da instituição. Em 1975 foi nomeado membro da redação das Memórias do Instituto Oswaldo Cruz. Morreu em 17 de julho de 1977, no Rio de Janeiro.

Herman Lent

  • Pessoa
  • 1911-2004

Nasceu em 3 de fevereiro de 1911, no Rio de Janeiro, filho de Hano e Anna Lent. Estudou no Colégio Militar do Rio de Janeiro, obtendo o título de agrimensor e bacharel em ciências e letras em 1928. Entre 1931 e 1932 realizou o Curso de Aplicação do IOC. Em 1934 graduou-se pela Faculdade de Medicina da Universidade do Rio de Janeiro, onde ingressou em 1929 e exerceu a função de auxiliar acadêmico de parasitologia (1933-1934). Em 1932, a convite de Carlos Chagas, iniciou sua trajetória no IOC como estagiário do Laboratório de Helmintologia dirigido por Lauro Travassos. Nesse período publicou seu primeiro artigo científico com João Ferreira Teixeira de Freitas (1934), com quem manteve parceria por alguns anos. Influenciado por Arthur Neiva, passou a se interessar por entomologia, especializando-se no estudo da família Reduviidae, com destaque para os vetores da doença de Chagas. No IOC exerceu os cargos de chefe de clínica (1936), assistente técnico (1938), técnico especializado (1939) e pesquisador (1941). Além disso, chefiou a Seção de Entomologia (1950, 1954-1956 e 1959-1961) e a Divisão de Zoologia (1961-1964). Desde 1934 participou de inúmeras expedições pelo Brasil e América Latina para coleta de material científico. Integrou a Missão de Cooperação Intelectual do Ministério de Relações Exteriores do Brasil ao Paraguai (1943-1944), sendo nomeado chefe honorário do Laboratório de Parasitologia do Instituto de Higiene de Assunção. Atuou como professor na Escola de Ciências da Universidade do Distrito Federal (1935-1937), na Escola de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro (1940), em cursos do Ministério da Saúde (1940-1942 e 1964), no Colégio Pedro II (1954-1967) e como conferencista do Conselho Nacional de Pesquisas (1968-1970). Em 1970, com outros nove pesquisadores do IOC, teve seus direitos políticos suspensos e foi aposentado pelos Atos Institucionais 5 e 10 (AI-5 e AI-10), episódio relatado no livro O massacre de Manguinhos. Dois anos depois foi para a Venezuela, atuando como professor de pós-graduação em parasitologia da Universidade de Los Andes até 1974. De 1975 a 1976 foi pesquisador associado do Museu Americano de História Natural, quando produziu com Pedro Wygodzinsky uma obra de referência sobre triatomíneos, "Revision of the Triatominae (Hemiptera, Reduviidae), and their significance as vectors of Chagas' disease", publicada em 1979. Após retornar ao Brasil, em 1976, foi convidado para trabalhar na Universidade Santa Úrsula, onde desempenhou as funções de professor titular, decano (1980-1981) e membro do Conselho de Ensino e Pesquisa (1982-1989). Não aceitou a reintegração à Fiocruz em 1986, porém fez parte do Conselho Técnico-Científico da instituição (1985-1988), além de frequentar o Laboratório Nacional e Internacional de Referência em Taxonomia de Triatomíneos do IOC. Foi membro da Sociedade Brasileira de Biologia (1940), da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (1961) e da Academia Brasileira de Ciências (1966), entre outras. Recebeu diversas honrarias, como o prêmio Costa Lima (1972), a Ordem Nacional do Mérito Científico (1995) e o título de pesquisador emérito da Fiocruz (2004). Morreu em 7 de junho de 2004, no Rio de Janeiro.

José Jurberg

  • Pessoa
  • 1937-

Nasceu em 24 de julho de 1936, no Rio de Janeiro. Em 1960 graduou-se em farmácia pela Faculdade de Farmácia e Odontologia do Estado do Rio de Janeiro, atual Universidade Federal Fluminense. Ainda em 1960 iniciou sua trajetória no IOC como estagiário na Seção de Entomologia sob a orientação de Herman Lent e Hugo de Souza Lopes. Dois anos depois frequentou o Curso de Entomologia e em seguida foi contratado como pesquisador da instituição. Em 1963 publicou nas Memórias do IOC seu primeiro trabalho científico, intitulado “Contribuição para o estudo da morfologia do Myrmeleon januarius (Navas, 1916) (Neuroptera, Myrmeleonidae)”. Nessa mesma década ingressou na área de ensino como professor de higiene e legislação farmacêutica da faculdade em que se formou. Junto aos orientadores participou da criação de uma nova ferramenta para identificar os triatomíneos (barbeiros) e outros grupos de insetos por meio da análise comparativa das estruturas fálicas e anatomia interna. A partir desse momento, destacou-se por sua habilidade na arte do desenho científico e pelo intercâmbio estabelecido com instituições brasileiras e estrangeiras. Com a suspensão dos direitos políticos e a aposentadoria de dez pesquisadores do IOC pelos Atos Institucionais 5 e 10 (AI-5 e AI-10) em 1970, episódio denominado Massacre de Manguinhos, tornou-se responsável pela Seção de Entomologia e defensor da manutenção da Coleção Entomológica. Além disso, se empenhou pelo reingresso dos pesquisadores à Fiocruz, fato ocorrido em 1986 durante a gestão de Sérgio Arouca, de quem foi assessor no Conselho Técnico-Científico. Em 1978 foi mestre em ciências biológicas pelo Museu Nacional. Em 1989 implantou o Laboratório Nacional e Internacional de Referência em Taxonomia de Triatomíneos. No ano de 1996 obteve o título de doutor em ciências pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Entre 1991 e 1997 chefiou o Departamento de Entomologia do IOC. Aposentou-se em 2006, mas permaneceu como chefe de laboratório e curador da Coleção de Triatomíneos.

Wilson Fadul

  • Pessoa
  • 1920-2011

Nasceu em 4 de fevereiro de 1920, na cidade de Valença (RJ), filho de André e Angelita Fadul. Formou-se pela Faculdade Fluminense de Medicina, atual Universidade Federal Fluminense, em 1945. No ano seguinte ingressou por concurso na Aeronáutica como segundo-tenente médico, tendo sido designado para servir em Campo Grande (MT). Em 1950 iniciou nessa cidade sua carreira política, quando foi eleito vereador pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), legenda pela qual sempre se elegeu. Em 1952 tornou-se presidente da Câmara Municipal e no ano seguinte venceu as eleições para a Prefeitura de Campo Grande, após o assassinato do prefeito Ary Coelho de Oliveira em evento político do PTB na cidade de Cuiabá. Em 1954 foi eleito deputado federal por Mato Grosso, sendo reeleito nos anos de 1958 e 1962. Na Câmara dos Deputados atuou como primeiro-secretário da Mesa Diretora em 1957 e também membro de comissões permanentes e comissões parlamentares de inquérito. No ano de 1960 candidatou-se ao cargo de governador do estado, mas ficou em segundo lugar, sendo derrotado por Fernando Corrêa da Costa, candidato da União Democrática Nacional. Em 1963 se licenciou da Câmara dos Deputados para assumir o Ministério da Saúde no governo do presidente João Goulart. Durante a sua gestão foi realizada uma pesquisa sobre a indústria farmacêutica no país, que revelou enorme desnacionalização do setor. Com esses dados, o governo federal criou o Grupo Executivo da Indústria Farmacêutica Nacional, cujo objetivo era defender a indústria brasileira de medicamentos. Ainda como ministro convocou a III Conferência Nacional de Saúde, realizada em 1963 na Academia Nacional de Medicina, no Rio de Janeiro, com o objetivo de fixar as bases de uma política nacional de saúde, bem como chefiou a delegação brasileira presente na XVII Assembléia Mundial de Saúde, promovida pela Organização Mundial da Saúde, em Genebra (Suíça), em março de 1964. Após o golpe militar ocorrido ainda em março de 1964, que encerrou o governo de João Goulart, foi demitido do Ministério da Saúde e voltou à Câmara dos Deputados. Em junho teve o mandato cassado e os direitos políticos suspensos por dez anos pelo Ato Institucional n. 1. Com a edição do Ato Institucional nº 5 (AI-5) em 1968 seguiu para a França. Em 2012, após a sua morte, a Câmara dos Deputados realizou uma cerimônia para devolver simbolicamente os mandatos aos deputados federais cassados. No final da década de 1970, com a aprovação da Anistia, retornou ao Brasil e foi um dos fundadores do Partido Democrático Trabalhista liderado por Leonel Brizola. Concorreu ao governo de Mato Grosso do Sul em 1982, mas não obteve sucesso no pleito. De volta ao Rio de Janeiro atuou como vice-presidente e presidente do Banco do Estado do Rio de Janeiro durante os governos de Leonel Brizola no Rio de Janeiro nas décadas de 1980 e 1990. Em 2011 foi homenageado pela Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul com a instituição da Comenda do Mérito do Trabalho Ministro Wilson Fadul. Morreu em 18 de outubro de 2011, no Rio de Janeiro.

Tito Arcoverde de Albuquerque Cavalcanti

  • Pessoa
  • 1905-1990

Nasceu em 2 de julho de 1905, na cidade de Taquaritinga (SP). Doutor em medicina pela Universidade de São Paulo (USP), em 1931, foi assistente, chefe de laboratório e docente concursado de fisiologia da Faculdade de Medicina dessa universidade. Em 1939, foi aprovado em concurso para professor da Faculdade de Odontologia da Universidade do Brasil, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro. Nesse mesmo ano, ingressou no IOC, trabalhando como pesquisador, professor e chefe da Divisão de Fisiologia. Paralelamente, lecionou no Departamento Nacional de Saúde, na Faculdade de Ciências Médicas e na Faculdade de Medicina da Universidade do Brasil. Em 1955, foi colocado, pelo IOC, à disposição do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), sendo indicado para a direção do Setor de Pesquisas Biológicas e do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA). Em 1959, retornou a Manguinhos e foi nomeado diretor do IOC no ano seguinte. Em 1961, voltou à chefia da Divisão de Fisiologia e Farmacodinâmica, cargo do qual foi exonerado em 1964, como aconteceu com todos os outros pesquisadores envolvidos nos inquéritos administrativos instaurados no IOC. Foi ainda consultor científico do INPA, membro do Conselho Deliberativo do CNPq e da Comissão Nacional de Assistência Técnica do Ministério das Relações Exteriores. Em 1963, participou da Missão Científica Brasileira ao Leste Europeu, promovida pela Universidade de Brasília. Membro da Academia Brasileira de Ciências e fundador da Sociedade Brasileira de Fisiologia, foi agraciado em 1943 com o prêmio da Sociedade de Medicina e Cirurgia de São Paulo, por seus estudos sobre águas minerais, e em 1958, com a Medalha do Mérito D. João VI, pelos serviços prestados às pesquisas do Jardim Botânico. Desenvolveu estudos de grande importância nas áreas de nutrição e saúde ocupacional. Ente eles destacam-se trabalhos sobre o valor energético dos alimentos brasileiros, problemas alimentares na Amazônia, no Maranhão e Piauí, além de pesquisas sobre questões de saúde do trabalhador em indústrias gráficas. Em 1970, Tito Cavalcanti teve seus direitos políticos suspensos e foi aposentado pelo Atos Institucionais (AI-5 e AI-10). Em 1986, foi reintegrado ao quadro de pesquisadores da Fiocruz, passando a trabalhar com Haity Moussatché na reorganização do Departamento de Fisiologia e Farmacodinâmica da instituição. Morreu em 11 de dezembro de 1990.

Fernando Braga Ubatuba

  • Pessoa
  • 1917-2003

Nasceu em 1º de novembro de 1917, em Pelotas (RS). Formou-se em medicina pela Universidade do Brasil, atual UFRJ, em 1942, obtendo doutorado em bioquímica na UFRRJ. Nesse mesmo ano, ingressou no IOC como químico-analista, sendo também designado para professor dos cursos do Instituto e chefe da seção de endocrinologia, cargo que ocupou até 1964. Lecionou também na Faculdade de Ciências Médicas da atual UERJ, na UFRJ, na UFF e em instituições particulares. Em 1951, foi nomeado professor catedrático da Escola Nacional de Veterinária, hoje UFRRJ, onde criou um núcleo de pesquisas em ciências fisiológicas. Especialista em hormônios, Fernando Ubatuba esteve na Suíça e Inglaterra, a fim de aprimorar seus conhecimentos nesse campo. De volta ao Brasil, montou um laboratório de padronização de hormônios no IOC e na Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro. Além disso, foi assessor no planejamento do laboratório central de controle de produtos veterinários da Secretaria de Defesa Sanitária da Agricultura. Membro da Academia Brasileira de Ciências, desenvolveu trabalhos pioneiros em bioquímica e fisiologia de insetos e em deficiências minerais em gado bovino, criando núcleos de pesquisadores nessas áreas. Em 1968, foi preso na UFRRJ, ficando 14 dias incomunicável no paiol de pólvora do Exército, em Paracambi. Depois foi liberado apenas para dar aulas, sendo levado sob escolta até a universidade. Em 1970, Fernando Ubatuba teve seus direitos políticos suspensos e foi aposentado pelo Atos Institucionais nº 5 e 10 (AI-5 e AI-10). Sua cassação desestruturou a divisão de Fisiologia e Farmacodinâmica de Manguinhos e levou sua mulher, Arlette Ubatuba, responsável pela produção de vacinas antibacterianas, a aposentar-se. Em 1971, foi para a Universidade Centro-Ocidental Lisandro Alvarado, de Barquisimeto, na Venezuela, onde instalou um centro de pesquisas em ciências fisiológicas. Em seguida, viajou para a Grã-Bretanha como pesquisador visitante do Instituto de Fisiologia Animal da Universidade de Cambridge. Trabalhou também como professor de farmacologia na Universidade de Edinburgh, na Escócia. Foi contratado, em 1974, como pesquisador sênior da Wellcome Research Laboratories, aposentando-se em 1980. Nessa instituição, teve participação ativa nos estudos que acabaram por conceder o prêmio Nobel de Medicina a John Vane, em 1982. Fernando Ubatuba retornou ao Brasil, em 1980, para colaborar na reformulação dos cursos e no desenvolvimento de pesquisas na Faculdade de Ciências da UnB, passando a coordenar o Departamento de Farmacologia e o Biotério Central. Em 1986, embora tenha sido reintegrado ao quadro de pesquisadores da Fiocruz, optou por permanecer na UnB. Retornou ao Rio de Janeiro em 1990, como pesquisador visitante do CNPq no Departamento de Bioquímica da UFRJ. Afastou-se deste cargo em 1995, devido a problemas de saúde. Faleceu em 9 de março de 2003.

Moacyr Vaz de Andrade

  • Pessoa
  • 1920-?

Nasceu em 20 de março de 1920, no Rio de Janeiro. Formou-se bacharel em Química pela Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil, atual UFRJ, doutorando-se pela mesma universidade, em 1951. Aluno do Curso de Aplicação do IOC, foi contratado, em 1943, ao ser aprovado em concurso para químico analista. Em Manguinhos, foi professor e pesquisador da seção de micologia, onde se dedicou a investigações em Química e Terapêutica de fungos. Representou o IOC na Comissão de Biofarmácia do Serviço Nacional de Fiscalização de Medicina e Farmácia do Ministério da Saúde. Professor de Química em diversas escolas de segundo grau do Rio de Janeiro, lecionou também no curso de pós-graduação da Faculdade Nacional de Farmácia da Universidade do Brasil. Em 1970, vinha desenvolvendo pesquisas sobre a atividade antitumor de substâncias produzidas por fungos, quando teve seus direitos políticos suspensos e foi aposentado pelo Atos Institucionais nº 5 e 10 (AI-5 e AI-10). Devido a esse fato, foi obrigado a interromper suas investigações, ficando praticamente desempregado durante dois anos e meio. A partir de 1973, passou a trabalhar para a iniciativa privada, chefiando o controle de qualidade de produtos farmacêuticos, alimentícios e dietéticos. É membro da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), da Associação Brasileira de Química e das Sociedades de Micopatologia Médica e Veterinária e de Biologia do Rio de Janeiro. Em 1986, foi reintegrado ao quadro de pesquisadores da Fiocruz, voltando a trabalhar no Departamento de Micologia, do qual se afastou em 1997 por problemas de saúde.

Hermes Lima

  • Pessoa
  • 1902-1978

Hugo de Souza Lopes

  • Pessoa
  • 1909-1991

Nasceu no Rio de Janeiro em 5 de janeiro de 1909. Formou-se médico veterinário pela Escola Superior de Agricultura e Medicina Veterinária (1933). Ainda estudante, em 1931 ingressou como estagiário voluntário no laboratório de Lauro Travassos no IOC, onde iniciou suas pesquisas sobre dípteros Sarcophagidae (moscas). De 1932 a 1938 foi auxiliar técnico da Seção de Entomologia do Instituto de Biologia Vegetal, chefiada por frei Thomaz Borgmeier. Em 1938 retornou ao IOC, ocupando os cargos de pesquisador na Seção de Helmintologia (1949) e chefe da Seção de Entomologia (1960-1964). Além de suas atividades de pesquisa, dedicou-se ao ensino de zoologia médica, parasitologia e entomologia na escola onde se formou (1934-1964), no Curso de Aplicação do IOC (1950-1968) e no Curso de Saúde Pública da Fundação Gonçalo Muniz (1951). Em 1970, com outros nove pesquisadores do IOC, teve seus direitos políticos suspensos e foi aposentado pelos Atos Institucionais nº 5 e 10 (AI-5 e AI-10), no episódio denominado Massacre de Manguinhos. Passou, então, a desenvolver suas pesquisas no laboratório de entomologia do Museu Nacional. Em 1976 integrou o corpo docente da Universidade Santa Úrsula. Com a anistia, foi reintegrado à Fiocruz em 1986 e passou a atuar no Departamento de Biologia do IOC como pesquisador titular. Suas pesquisas abrangeram os campos da entomologia, malacologia e botânica. Formou expressiva coleção de espécies dos grupos estudados, principalmente de insetos, bem como descreveu inúmeros gêneros e espécies novas para a ciência, com mais de duzentas publicações nessa área. Morreu em 10 de maio de 1991, no Rio de Janeiro.

Paulo Barragat

  • Pessoa
  • 1923-2015

Nasceu em 15 de junho de 1923, no Rio de Janeiro, filho de Marcello Barragat e Olga Correa Barragat. Iniciou sua trajetória profissional em 1947 ao graduar-se em química pela Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro. Nesse mesmo ano ingressou como estagiário na Seção de Análises Químicas do Instituto de Química Agrícola (IQA) do Ministério da Agricultura, atual Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Por solicitação da Secretaria de Agricultura do Distrito Federal, em convênio com o IQA, foi contratado com Hilda Almeida Aguiar para o trabalho de análises de terras. Com o fim do convênio, ambos foram requisitados pelo Instituto de Malariologia, com sede na Cidade das Meninas, em Duque de Caxias (RJ), subordinado ao Serviço Nacional de Malária, cuja missão era realizar estudos sobre a doença, além de incorporar investigações sobre outras endemias, como a doença de Chagas e a esquistossomose. Na instituição chefiou a Seção Técnica, onde eram preparados e testados os inseticidas diclorodifeniltricloroetano (DDT) e hexaclorociclohexano (BHC), largamente utilizados no combate aos transmissores dessas endemias. Em 1956, com a criação do Departamento Nacional de Endemias Rurais, as atividades de produção de inseticidas ficaram sob a responsabilidade do Serviço de Produtos Profiláticos (SPP), que, no ano seguinte, passou também a produzir medicamentos. Nesse período ocupou o cargo de chefe da Seção Industrial. Em 1962 conseguiu transferir o SPP para um terreno localizado no campus de Manguinhos. Em 1966 foram inauguradas as novas instalações do SPP, destinado à produção de derivados do DDT. Esteve à frente do Instituto de Produção de Medicamentos, órgão da Fiocruz originado pela fusão do SPP com o Departamento de Soros e Vacinas do IOC, atualmente denominado Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos). Foi membro da Associação Brasileira das Indústrias de Química Fina e dos conselhos diretor e consultivo da Central de Medicamentos. Aposentou-se em 1991. Morreu em 1 de abril de 2015, no Rio de Janeiro.

Walter Vieira Mendes

  • Pessoa
  • 1914-1969

Nasceu em 26 de dezembro de 1914, no Rio de Janeiro, filho de José Machado Mendes e Adelaide Vieira Mendes. Formou-se em 1940 pela Faculdade Nacional de Medicina da Universidade do Brasil, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro. Ao longo de sua trajetória profissional teve destacada atuação em instituições de saúde localizadas no Rio de Janeiro, onde foi secretário-geral da Federação das Sociedades de Tuberculose, diretor do Hospital Sanatório Torres Homem, diretor do Hospital Sanatório de São Sebastião e diretor do Departamento de Tuberculose da Prefeitura do Distrito Federal. Em 1953 atuou como professor de curso sobre tuberculose (uso do fármaco isoniazida no tratamento da doença) realizado na Faculdade Nacional de Medicina em colaboração com a Campanha Nacional contra a Tuberculose. Morreu em 22 de dezembro de 1969, no Rio de Janeiro.

Virgínia Maria de Niemeyer Portocarrero

  • Pessoa
  • 1917-2023

Nasceu em 23 de outubro de 1917, no Rio de Janeiro, filha de Tito Portocarrero e Dinah de Niemeyer Portocarrero. Viveu sua infância na Tijuca e foi alfabetizada pela mãe. Fez o primário no Colégio Maria Imaculada, mantido por irmãs concepcionistas espanholas, onde aprendeu piano e trabalhos manuais, como era uma típica educação feminina na época. Formou-se bacharel em ciências e letras pelo Colégio Pedro II da avenida Marechal Floriano, no centro do Rio de Janeiro, e mais tarde realizou o Curso de Aperfeiçoamento e Arte Decorativa da Escola Politécnica Nacional de Engenharia, adquirindo formação de decoradora, professora de desenho e desenhista. Em função das constantes mudanças vividas em decorrência da profissão do pai, iniciou o Curso de Enfermagem Samaritana na Cruz Vermelha de Belém (PA), e veio a concluí-lo no Rio de Janeiro. Vários membros de sua família eram militares e por isso cresceu ouvindo histórias de tios e avôs que lutaram na Guerra do Paraguai, o que representava motivo de orgulho e exemplo a ser seguido pelos demais. Devido a sua formação, trabalhava no Instituto do Mate como desenhista, mas ao ler uma matéria no jornal O Globo, na qual o governo solicitava voluntários para a Segunda Guerra Mundial, inscreveu-se sem o conhecimento da família e foi selecionada. Uma vez escolhida, era preciso realizar capacitação através de cursos e treinamentos e foi matriculada no Curso de Emergência de Enfermeiras da Reserva do Exército (CEERE) - Quadro de Emergência de Enfermeiras da Reserva do Exército Brasileiro (QEERE). A conclusão do curso foi em 2 de junho de 1944, e após essa data ficou à disposição do Primeiro Escalão da Força Expedicionária Brasileira (FEB), cujo contingente total era de 25.334 cidadãos, sendo 67 enfermeiras. Em 7 de julho de 1944, seguiu para Nápoles, Itália, como integrante do 2º Grupo (General Diretor de Saúde Marques Porto). Passou pelos hospitais 182th Station General Hospital em Nápoles, 105th Station Hospital em Cevitavecchia, 64th General Hospital em Ardenza, 38th Evacuation Hospital, em Cecina, Florença e Pisa, 16th Evacuation Hospital em Pistoia e 15th Evacuation Hospital em Corvela, todos na Itália. Após quase um ano de trabalho voluntário na guerra, regressou ao Brasil em 7 de julho de 1945 com licença autorizada pela portaria 8.411, publicada no Diário Oficial da União, em 23 de junho de 1945, e retornou ao cargo que ocupava no Instituto do Mate. Em seguida, trabalhou como laboratorista e escriturária no Departamento de Saúde Escolar do Distrito Federal quando, em 1957, as enfermeiras "febianas" foram incorporadas ao Exército Brasileiro. Voltou ao serviço ativo do Exército como 2º tenente e passou a atuar como enfermeira na Policlínica Central do Exército. Passou para a reserva em 25 de setembro de 1962 como 1º tenente e foi promovida a capitão em 1963. Em 24 de setembro de 2019, foi aprovada a concessão do título de doutor honoris causa pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio) e a cerimônia de entrega no dia 4 de março de 2020. Morreu em 29 de março de 2023, na cidade de Araruama (RJ).

Vinicius Fonseca

  • Pessoa
  • 1923-2008

Nasceu em 5 de junho de 1923, em Guarabira (PB), filho de Carlos Fonseca e Maria Niteza Moura Fonseca. Bacharel em ciências jurídicas lotado na Secretaria de Planejamento (Seplan), foi designado pelo ministro da Saúde, Paulo de Almeida Machado, para a presidência da Fiocruz. Sua gestão, de 21 de agosto de 1975 a 15 de março de 1979, se deu no período em que a instituição tentava esboçar uma reação que a tirasse do silêncio e da desmobilização impostos pela ditadura militar instaurada em 1964. A ligação com o ministro do Planejamento, João Paulo dos Reis Velloso – um político de visão tecnocrática e desenvolvimentista –, lhe permitiu traçar um conjunto de estratégias para recuperar a Fiocruz. Um dos principais objetivos de sua administração, ao lado da restruturação da área de pesquisa biomédica, foi dotar a instituição de uma infraestrutura de produção de vacinas capaz de atender às necessidades dos programas de imunização do Ministério da Saúde, bem como contribuir para o projeto a longo prazo de autossuficiência em imunobiológicos do país. Morreu em 25 de novembro de 2008, no Rio de Janeiro.

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