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registro de autoridade

William John Woods

  • Pessoa
  • 1937-

Nasceu em 1937, em Belfast, Irlanda do Norte, em família com quatro irmãos. Seu pai trabalhou como marinheiro voluntário na Segunda Guerra Mundial. Desde os 14 anos era filiado à Igreja Evangélica, onde teve o primeiro contato com a hanseníase, através da ajuda que o seu grupo oferecia à American Leprosy Missions (ALM). Frequentou um seminário batista e ali conheceu diversas pessoas que migraram para a região Norte do Brasil para fundar novas igrejas. Influenciado pelas histórias contadas por esses seminaristas, o depoente decidiu partir também para o Brasil. Chegou ao Brasil através do estado do Amazonas, em 1960. Vendo a difícil realidade daquela população, comoveu-se e resolveu tornar-se médico para diminuir um pouco os problemas de saúde e o sofrimento do povo da região. Inicialmente se tornou paramédico, realizando curso voltado para a área de hanseníase, promovido pela Leprosy Research Unit. Em 1968 foi para Manaus, cursar Medicina, e se graduou em 1974 pela Universidade Federal do Amazonas. Estagiou com o professor René Garrido no Instituto de Leprologia (IL) em São Cristóvão, no Rio de Janeiro. No IL obteve a especialização em oftalmologia e trabalhou no Hospital Colônia de Curupaiti, em Jacarepaguá. Fez parte do primeiro grupo a trabalhar com prevenção de incapacidades provocadas pela hanseníase, em Manaus. Transferiu-se em 1979 para o Acre, onde foi gerente do Programa de Dermatologia desde 1981 até o início da década de 2000. Em 1997 recebeu o título de Cavalheiro da Ordem Britânica, concedido pela Rainha da Inglaterra, sobretudo por seu esforço
em combater a doença no Brasil. Com sua equipe, implementou a prevenção de incapacidades físicas e a adaptação de calçados, juntamente com a poliquimioterapia, no estado do Amazonas, que já foi o mais endêmico do país. Considera-se o Acre um exemplo de sucesso com grande redução da endemia, mesmo antes de apresentar boa cobertura da atenção básica. Isso graças às ações no interior de igarapés, coordenadas por ele, levando diagnóstico e tratamento a todas as populações ribeirinhas, na medida do possível. Atualmente continua atuando como assessor do Programa Estadual de Controle da Hanseníase e outras dermatoses tropicais no Acre, dedicando sua vida ao trabalho e à Igreja.

Waldemar Luiz Alves

  • Pessoa
  • 1920-

Nasceu em Paulista (PE), em 1920. Filho de um foguista, ainda criança foi morar em Recife, onde começou a trabalhar como torneiro-mecânico. Mais tarde, aprendeu com um primo o ofício de pespontador e após seis meses tornou-se autônomo, até ser convidado para dirigir a seção de pesponto de uma grande fábrica de calçados em Recife. Em 1942, fez parte da Junta Interventora no Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Calçados de Recife que, após 60 dias, convocou eleições para a nova diretoria, sendo eleito presidente do sindicato. Em 1944, houve eleições para o Conselho Fiscal do Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Industriários (IAPI), na qual foi eleito suplente da representação dos trabalhadores. Continuou como presidente do sindicato por mais dois anos quando, em 1946, tornou-se membro efetivo do Conselho Fiscal do IAPI, transferindo-se para o Rio de Janeiro. Nos anos 1950, participou ativamente na luta pela reforma da Previdência Social e, particularmente, na aprovação da Lei Orgânica da Previdência Social (LOPS), que possibilitava, entre outras coisas, a participação de empregados e empregadores na administração dos órgãos de Previdência Social. Além disso, foi membro da Comissão Ministerial que regulamentou a referida lei. No governo Kubitschek foi assessor do então Ministro do Trabalho João Batista Ramos, para assuntos relacionados à Previdência Social. Logo após a regulamentação da LOPS, quando foram convocadas as eleições para o preenchimento dos cargos de representante classista junto à Previdência Social, concorreu e foi eleito um dos representantes dos empregados no Conselho de Administração do IAPI. Como integrante do Conselho Administrativo, foi eleito pelo mesmo, presidente do IAPI, permanecendo no cargo por um ano, de 1962 a 1963. Participou também das eleições de 1962, como candidato da coligação Partido Social Trabalhista e Partido Socialista Brasileiro (PST-PSB), em Pernambuco, sendo um dos mais votados para deputado federal. Porém, em 09 de abril de 1964, teve o seu mandato cassado pelo Ato Institucional nº 1 (AI-1). Em 1984, atuou no Movimento Nacional Tancredo Neves, na qualidade de coordenador das entidades de classe.

Ulrico Frederico da Gama

  • Pessoa
  • 1932-?

Nasceu em 1932, em Belém (PA). Desde a infância teve contato com a hanseníase, pois uma de suas tias era portadora da doença. Descobriu-se doente aos 14 anos e por isso seguiu para o Rio de Janeiro acompanhado da tia, então internada na Colônia de Marituba, para se internarem na Colônia Tavares de Macedo, em Itaboraí, Rio de Janeiro. No período em que ficou internado não havia um tratamento eficaz contra a doença e ‘seu Fred’, como o chamam, foi medicado com óleo de chaulmoogra. Depois de passar três anos na Colônia Tavares de Macedo, foi transferido em 1950 para o Hospital Frei Antônio, localizado em São Cristóvão, no Rio de Janeiro. Neste hospital fez muitos amigos, com os quais manteve contato mesmo após sua saída do leprosário. No Hospital Frei Antônio concluiu o curso ginasial por meio
do exame de madureza que foi aplicado pelo Colégio Pedro II. Em 1952 foi transferido para o Sanatório Padre Bento, em Guarulhos, São Paulo. Ao receber alta, 8 anos depois, foi trabalhar no Dispensário de Lepra, na cidade de Votuporanga, São Paulo, como empregado do estado. Casou-se, teve três filhos e tem uma neta. Atualmente vive no Pensionato São Francisco, localizado nas imediações do Hospital Padre Bento e ocupado majoritariamente por ex-internos daquela instituição.

Thomas Ferran Frist

  • Pessoa
  • 1945-

Nasceu em 2 de julho de 1945, em Temple (Flórida, Estados Unidos). Passou a infância no Alabama com a mãe, escritora, e o pai, pastor presbiteriano. Frequentou o Davidson College na Carolina do Norte, onde cursou Medicina, e estudou na Universidade de Montpellier, França, durante um ano. Após a graduação, esteve na Índia, onde deu aulas em uma universidade. Nesse período trabalhou no Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), ocupando um cargo responsável pela ajuda a refugiados da Guerra do Vietnã. Foi durante essa atividade que surgiu o interesse em atuar com hanseníase. A partir daí dedicou-se inteiramente ao estudo da doença e foi para Universidade de Yale, onde recebeu uma bolsa da American Leprosy Missions (ALM) para realizar pesquisa sobre o tema. Em 1973 chegou ao Brasil para desenvolver um projeto financiado pela ALM e aprovado pela Divisão Nacional de Dermatologia Sanitária. Em 1974 foi para o Instituto Lauro de Souza Lima, em Bauru, São Paulo, realizar alguns estudos e pesquisas sobre prevenção de Incapacidades, no projeto PRO-Rehab, que teve três anos de duração. Nesse período trabalhou com o dr. Opromolla, promovendo o programa de educação e prevenção sanitária contra a hanseníase. Em 1981, “Ano Internacional das pessoas com deficiência”, começou a fazer contatos para criar um movimento de pessoas com deficiência física, que pretendia reunir vítimas em geral. Nessa época estava internado lá o paciente Francisco Augusto Vieira Nunes, o Bacurau, que apoiou seu projeto para a moradia dos pacientes internos em uma vila ao redor da Colônia. Thomas o estimulou a representar os portadores de hanseníase nesse movimento. Logo depois Bacurau canalizou o movimento para as causas específicas dos pacientes das colônias, para fazer frente à Portaria n. 165, do Ministério da Saúde, de maio de 1976. O entrevistado acabou criando a Sociedade para Reabilitação e Reintegração do Incapacitado (Sorri), que teve pouca adesão dos portadores de hanseníase e, em 1984, voltou para os Estados Unidos, onde frequentou cursos de administração de ONGs nas Universidades Harvard e Columbia. Participou da elaboração de um curso no Brasil para conselheiros de reabilitação. Foi presidente da ALM, de 1989 a 1994, e da Federação Internacional de Luta contra a Lepra (ILEP). Publicou em 1996 o livro Don't treat me like I have leprosy! – a guide to overcoming prejudice and segregation. Casado e pai de dois filhos, mantém um sítio em Bauru que, eventualmente, visita com a família brasileira. Atualmente, participa em projetos, encontros e congressos relativos à hanseníase e outras causas de deficiências físicas.

Sylvio Lengruber Sertã

  • Pessoa
  • 1907-?

Nasceu em 1907 no Carmo, município localizado na região serrana do Estado do Rio de Janeiro. Lá viveu toda a sua infância e adolescência em uma grande fazenda com o pai, Licínio Sertã, de origem portuguesa, e a mãe, Olímpia Lengruber Sertã, de origem suíça. Seu pai era médico clínico e atendia seus pacientes em sua própria casa, que se transformava em uma espécie de mini-hospital, onde, além das consultas, realizava cirurgias e exames. Sua escolaridade básica sempre foi realizada em estabelecimentos de ensino privado. Cursou os primeiros anos no Ginásio Bittencourt e no Colégio Vieira Lima, ambos no Carmo. Aos 15 anos, veio para o Rio de Janeiro fazer os exames preparatórios para o vestibular no Colégio Pedro II. Seu interesse pela medicina foi despertado quando era ainda um menino e acompanhava o trabalho e a luta do pai, médico do início do século, em um local com tão poucos recursos como era o Carmo. Uma vez, presenciou o pai salvar um menino, asfixiado pela difteria. Este fato foi considerado por ele decisivo em sua opção profissional. Em 1923, foi aprovado no vestibular para a Faculdade Nacional de Medicina, no Rio de Janeiro. Logo que iniciou o curso, foi convidado por seu irmão, também médico, para trabalhar no Hospital São Francisco de Assis, na enfermaria de ginecologia dirigida por Armando Aguinaga. Na verdade, a ginecologia não foi propriamente uma escolha pessoal; ela lhe foi oferecida como uma primeira oportunidade de trabalho na área da saúde. Armando Aguinaga tornou-se para ele uma referência como profissional da medicina, como professor e como amigo. Logo que se formou (1928), associou a atividade docente à clínica, trabalhando na enfermaria de ginecologia do Hospital São Francisco de Assis. De 1928 a 1968 trabalhou neste Hospital, ocupando o cargo de assistente e de chefe de clínica do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia. Sem contar os anos em que desenvolveu sua atividade como estudante - sem remuneração - foram 40 anos de trabalho no serviço público. Foi também professor da Escola de Enfermagem Ana Nery. Alguns anos depois, prestou concurso para livre-docente da Faculdade Nacional de Medicina (1935) e na Escola de Medicina e Cirurgia do Instituto Hahnemaniano (1936), na cadeira de clínica obstétrica. Para ele, o magistério foi mais do que uma atividade de ensino, uma experiência de aprendizado, pois, no seu entender, o interesse do aluno leva o professor a se empenhar e a pesquisar. Assim, ele ficou lecionava ao mesmo tempo em três estabelecimentos de ensino superior. Na Escola de Enfermagem Ana Nery, chegou a criar um curso de parteiras. Além dessas atividades, montou também um consultório particular em sociedade com Armando Aguinaga (1935). Sua participação mais efetiva no movimento associativo médico deu-se apenas em 1954, quando aceitou um convite, feito por Roberto Duque Estrada, para ocupar o cargo de tesoureiro da diretoria provisória do Conselho Regiônal de Medicina do Distrito Federal. Naquele momento, o Conselho de Medicina não tinha autonomia financeira, suas verbas vinham do Sindicato dos Médicos. Quatro anos mais tarde (1957), foram realizadas eleições para a nova diretoria do Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal. Foi um dos membros da chapa única de composição que venceu as eleições. Esta chapa reuniu médicos do Conselho Provisório, do Sindicato dos Médicos, da Associação Médica do Distrito Federal, da Academia Nacional de Medicina e da Sociedade de Medicina e Cirurgia. Do ponto de vista ideológico, esta composição reunia tendências heterogêneas e até antagônicas.
Na eleição seguinte, esta composição política não teve condições de se manter (1962). A crise do governo João Goulart se evidenciava nos debates sobre a "ameaça" do comunismo na sociedade brasileira. O debate político-ideológico próprio dos anos 60 no Brasil, traduzia-se no seio do movimento médico naquela oportunidade. Encabeçou uma chapa que tinha como lema: "Luta contra o comunismo na classe médica da Guanabara". Seu objetivo era afastar do Conselho as lideranças médicas que, no seu entender, eram simpáticas às ideias comunistas. Para ganhar a eleição, a chapa encabeçada por ele coordenou o trabalho de "cabos eleitorais", que se dividiram entre vários hospitais. Vitorioso, ocupou a presidência em 1963 e 1964, quando ampliou as dependências do Conselho, adquirindo outras salas no Edifício Odeon e criando um consórcio de automóveis para os médicos. Em sua gestão, o Conselho Regional já julgava processos éticos, sem no entanto punir os médicos. Um ano depois, passou a ocupar uma vaga no Conselho Federal de Medicina. Em 1978, a eleição para o Conselho Regional foi impugnada devido à constatação de várias irregularidades da chapa vencedora. Foi convidado pela antiga diretoria a voltar ao Conselho, desta vez como interventor. Assim, ele ficou como presidente provisório do Conselho Regional por mais cinco anos.

Sinésio Talhari

  • Pessoa
  • 1946-

Nasceu em 15 de novembro de 1946, em Mendonça (SP). Foi para o Rio de Janeiro para estudar Medicina e em 1966 ingressou na UFF, em Niterói. Seu interesse pela Dermatologia veio a partir das aulas do professor Rubem David Azulay. Fez residência e mestrado em Dermatologia, em 1971, mas antes de terminar seu curso foi para o Instituto de Medicina Tropical, em Lisboa, Portugal, por intermédio do professor Antar Padilha Gonçalves, com bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian. Ao retornar da Europa defendeu a dissertação Hiperceratose e epidermolítica, em 1973, e foi para o Instituto de Medicina Tropical, no Amazonas, em 1974. Nesse mesmo ano foi nomeado diretor clínico do Leprosário Antônio Aleixo, que se encontrava em estado de abandono, e lá executou a recomendação do Ministério da Saúde para a desospitalização da hanseníase, de acordo com a Portaria n. 165, de maio de 1976. Pouco depois foi trabalhar no Dispensário Alfredo da Matta com o intuito de transformá-lo em Centro de Dermatologia Tropical e Venereologia. Foi professor titular da disciplina de Dermatologia no Departamento de Saúde Coletiva da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Amazonas, desde 1977. Durante algumas viagens pelo interior do Amazonas, observou pela primeira vez uma doença dermatológica chamada ‘pint’a que acabou sendo o tema de sua Tese de Doutorado em Dermatologia na Escola Paulista de Medicina (Unifesp), defendida em 1998, intitulada Pinta (carete) – aspectos epidemiológicos, clínicos e laboratoriais, no Estado do Amazonas. Escreveu obras de referência tais como Hanseníase, de 1984; Dermatologia tropical, de 1995, e Doenças sexualmente transmissíveis – manifestações cutâneas associadas à AIDS, em 2002, além de inúmeros textos publicados em revistas científicas. É dermatologista brasileiro internacionalmente conhecido na área de Dermatologia Tropical, tendo sido presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) na gestão 2005-2006. Juntamente com o professor René Garrido Neves instituiu o curso de Dermatopatologia Tropical, subsidiado pela SBD, e que por ser itinerante vem treinando centenas de profissionais de saúde nos últimos 20 anos. Até 1988, foi coordenador do Programa de Dermatologia Sanitária do Estado do Amazonas. Dirigiu o Instituto de Medicina Tropical, onde implementou um Núcleo de Dermatologia em Doenças Tropicais/DST/Aids e criou o curso de Pós-graduação stricto sensu em Doenças Tropicais. Atualmente, aposentado da UFMA, é professor de dermatologia da Universidade Nilton Lins e médico dermatologista da Fundação Alfredo da Matta.

Silvia Vecellio

  • Pessoa
  • 1931-

Nasceu em 19 de agosto de 1931, em Auronzo, Itália. Formou-se em magistério e ingressou na vida religiosa aos 24 anos. Graduou-se em Meio de Comunicação Social, com especialização em Educação Cinematográfica, em Veneza. Chegou ao Brasil em 1959, para viver na cidade de Campo Grande, e nos anos seguintes passou a atuar como missionária no Colégio Auxiliadora. No período em que trabalhava no Colégio manteve contato com os filhos de hansenianos internados no Educandário Getúlio Vargas, preventório próximo ao Leprosário São Julião, em Mato Grosso do Sul, e ajudava-os com vestuário, alimentação e brinquedos. Fez cursos de teologia na Universidade Franciscana, em Petrópolis, no Rio de Janeiro. Em 1972, assumiu a administração do Hospital São Julião e implementou diversas reformas e melhorias, entre elas a de trazer um número maior de médicos e profissionais de saúde para atuar no Hospital e na Escola Franco Delpiano, que atende a população em geral e não apenas os internados. Realizou também uma ampla reforma nos pavilhões existentes. Continua na direção do Hospital São Julião, que se destaca por ser a referência em diagnóstico, tratamento e reabilitação em hanseníase no estado.

Rio Nogueira

  • Pessoa
  • 1922-2005

Nasceu no Rio de Janeiro, em 7 de dezembro de 1922. Desde cedo, manifestou grande interesse pela matemática e se dedicou inteiramente aos estudos, destacando-se como excelente aluno. Cursou o Colégio Pedro II, externato, e teve como uma de suas maiores influências o professor José Oiticica. Bacharelou-se em matemática pela Faculdade Nacional de Filosofia e, em engenharia civil, pela Escola Nacional de Engenharia. Além disso, licenciou-se em matemática pela Faculdade de Filosofia do Distrito Federal. Obteve ainda o título de Doutor em matemática, por aprovação em concurso para professor catedrático da Escola Nacional de Agronomia, e de Doutor em ciências econômicas, contábeis e atuariais, por aprovação em concurso para a cátedra da Faculdade Nacional de Ciências Econômicas, realizados em 1950 e 1962. Em 1941, ingressou no Ministério da Agricultura, através de concurso, ocupando o cargo de meteorologista e, em 1945, assumiu o cargo de atuário do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio (MTIC). Foi nomeado, em 1951, diretor do Departamento de Estatística e Atuária do Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Empregados em Transportes e Cargas (IAPETEC), tendo sido membro do Conselho Atuarial do Ministério do Trabalho. Com a extinção do Conselho Atuarial do Ministério do Trabalho, foi convidado para assessorar o Ministro do Planejamento Hélio Beltrão. Em 1978, aposentou-se como diretor no Instituto Nacional de Previdência Social (INPS). Em 1942 e 1972, exerceu inúmeras atividades didáticas, lecionando na faculdade Nacional de Filosofia, na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), na Escola Nacional de Ciências Estatísticas (ENCE) e na Fundação Getúlio Vargas (FGV), entre outras instituições de ensino. Em 1963, fundou com Iscar Porto Carreiro a STEA – Serviços Técnicos de Estatística e Atuária, responsável pela estrutura atuarial da Previdência complementar de inúmeras empresas. Na STEA, elaborou planos para a implantação de fundações de seguridade social na Companhia Vale do Rio Doce, Embratel, Rede Ferroviária Federal, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Banco Central, entre outras empresas. Autor de vários livros didáticos, artigos, trabalhos e monografias premiadas, publicou também, em 1985, o A Crise Moral e Financeira da Previdência Social, em que retrata a sua experiência de 40 anos de atividades, sugerindo a reformulação da política de Previdência do Governo Federal. Participou também de vários congressos nacionais e internacionais, inclusive como representante dos ministros do Trabalho e Planejamento. Desde 1970, vem proferindo palestras e conferências sobre Previdência Social e complementar. Em 1982, aposentou-se na cátedra de matemática financeira da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), continuando o seu trabalho na presidência da STEA. Faleceu no Rio de Janeiro em 29 de maio de 2005.

Paulo da Silva Cabral

  • Pessoa
  • 1919-?

Nasceu no Rio de Janeiro, 1919. Seu pai era funcionário público e faleceu, vítima de malária, quando ele ainda era recém-nascido. Criado pela mãe e pelo irmão mais velho, viveu muitas dificuldades no bairro do Riachuelo. Cursou o ginásio e o secundário no Colégio Pedro II, internato. Formado pela Faculdade de Direito da atual UFF, iniciou sua carreira de profissional defendendo no Tribunal de Segurança alguns dos militares revoltosos de 1935. Ao mesmo tempo, iniciou suas atividades como redator do Jornal A Noite, função que exerceu até 1957. Ingressou na Previdência Social, em 1940, sendo nomeado por Getúlio Vargas como inspetor de Previdência do Ministério do Trabalho.
Em 1942, assumiu a Procuradoria da Caixa de Aposentadoria e Pensões dos Ferroviários da Estrada de Ferro Central do Brasil (EFCB). Em 1977, aposentou-se como procurador-chefe da Consultoria Jurídica do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) e, em 1984, voltou a ocupar o cargo de procurador-geral do INPS, por um breve período. Durante a sua trajetória no sistema previdenciário – na procuradoria, no setor de benefícios, no serviço social, na presidência da Junta Interventora do Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Empregados em Transportes e Cargas (IAPETC), em 1964, ou na presidência do Conselho de Recursos da Previdência Social (CRPS) – acumulou um grande conhecimento ao que se refere à Previdência brasileira. Organizador e chefe do serviço social da Caixa da Central do Brasil, entre 1944 e 1949, lançou nesta ocasião o jornal O Trilho. Estudioso das primeiras Caixas de Previdência que antecederam a Lei Eloy Chaves, participou do I Congresso Brasileiro de Serviço Social, realizado em 1947. Foi representante da Caixa da Central junto ao grupo de trabalho para a constituição do Instituto de Serviços Sociais do Brasil (ISSB), membro de diversas comissões para apuração dos débitos da União com a Previdência, professor universitário, professor da Escola Naval, especialista em direito previdenciário e membro da Academia Brasileira de Previdência Social, com sede em São Paulo.

Mário Duffles

  • Pessoa
  • 1926-

Nasceu em Antônio Carlos (MG), em 1926, descendente da família Andrada e de imigrantes holandeses e ingleses. Seu pai, após ter sido expulso da Escola Militar de Realengo, devido ao seu envolvimento na sublevação de 1918; dedicou-se à agricultura e industrialização de alimentos. Em 1932, depois da morte do pai no combate à Revolução Constitucionalista, mudou com a família para o Rio de Janeiro. Seis anos mais tarde, sua mãe morreu de tuberculose e, assistido pela tia, Antonieta Lott, ingressou no Colégio Militar do Rio de Janeiro, onde passou a viver como interno. Em 1944, quando estudava na Escola Militar de Resende, decidiu-se pela carreira médica, ingressando na Faculdade de Medicina da Universidade do Brasil, atual UFRJ. Ainda estudante, foi nomeado pelo prefeito Ângelo Mendes de Moraes, para a Secretaria de Saúde e Assistência, onde começou a trabalhar como técnico do Laboratório Bromatológico. Neste período, exerceu também a atividade de acadêmico de medicina do Serviço de Assistência Médica Domiciliar de Urgência (SAMDU). Recém-formado, alugou uma sala em um centro espírita da Rocinha, onde começou o trabalho que mais tarde daria origem à Clínica São Sebastião. De início, atendia basicamente à população da localidade, dedicando-se à pediatria e clínica geral. A partir dos anos 1960, passou a se dedicar especialmente à ginecologia e obstetrícia, atendendo uma clientela que, posteriormente, não mais se limitava aos moradores da Rocinha. Iniciou suas atividades na Secretaria da Saúde, como técnico de análise de leite, no Laboratório Bromatológico. Depois de formado, passou a atuar na Fiscalização Sanitária do Leite, onde trabalhou aproximadamente 15 anos. A partir daí, foi trabalhar na Fiscalização de Alimentos do VI Distrito de Higiene Sanitária (VIHS). Em 1966, participou da organização do Centro Médico Sanitário Alberto Borghetti, em Madureira. Meses depois, ainda como funcionário da Secretaria da Saúde, foi para a Fiscalização da Medicina, onde permaneceu até a sua aposentadoria, em 1984. Quanto às suas atividades no SAMDU, foi contratado como médico assim que se formou. Em 1952, o então diretor, Nelson Chustoff, nomeou-o chefe do Posto Central, na Rua do Matoso. Após essa experiência, não mais exerceu cargos de chefia, tendo trabalhado mais tarde nos postos da Gávea e de Botafogo. No momento da unificação da Previdência Social, prestava atendimento no atual Posto de Assistência Médica (PAM) da Rua Voluntários da Pátria, onde permaneceu até a sua aposentadoria.

Murilo Villela Bastos

  • Pessoa
  • 1918-?

Nasceu na cidade de São Paulo, em 1918. Seu pai era médico, mas abandonou a profissão para ser fazendeiro. Iniciou os estudos em Penápolis (SP), onde o pai clinicava. Fez o admissão numa pequena escola da fazenda da avó, na zona da mata mineira, e o ginásio no Liceu Franco Brasileiro, na cidade de São Paulo. Em 1934, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde durante um ano cursou o pré-médico. Em 1935, entrou para a Faculdade de Medicina da Universidade do Brasil atual UFRJ, formando-se em 1940. Como acadêmico, trabalhou no Hospital Miguel Couto e no Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina. Depois de formado, em 1941, tornou-se médico do Hospital Psiquiátrico D. Pedro II, trabalhando no laboratório da instituição. Em 1945, fez concurso para médico do Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Comerciários (IAPC), dos Industriários (IAPI), e para biologista do Ministério da Educação e Saúde, sendo aprovado em todos. Ao longo do ano de 1945, foi técnico de laboratório do Ministério da Educação e Saúde. Em 1946, ingressou no IAPC, trabalhando como médico no ambulatório central, na Cinelândia. Em 1952, a partir do interesse despertado para a administração médica, fez um curso de administração pública na Fundação Getúlio Vargas (FGV). Em 1953, foi membro da Comissão de Reorganização do Departamento de Assistência Médica do IAPC. Em 1954 e 1955, com o objetivo de ampliar os conhecimentos na área de organização da assistência médica, realizou diversos cursos nos Estados Unidos e Inglaterra.
Em 1956, trabalho no Hospital dos Comerciários (atual Hospital Federal de Ipanema), sendo mais tarde nomeado chefe do serviço médico. No período de 1961 a 1962, foi diretor da Divisão de Organização Hospitalar do Ministério da Saúde, presidente da Associação Brasileira de Hospitais e membro do Conselho de Medicina da Previdência Social, representando o Ministério da Saúde. Em 1963, ingressou no Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Bancários (IAPB), tornando-se assessor do Departamento Médico deste instituto e do IAPC, de 1964 a 1966. Nesse mesmo período, foi membro do grupo de planejamento de saúde do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, do Ministério do Planejamento. Em 1967, foi assessor técnico da Secretaria de Assistência Médica, do recém-criado Instituto Nacional de Previdência Social (INPS). De 1971 a 1972, foi membro do Conselho de Administração do Centro de Integração de Atividades Médicas do estado de São Paulo, representando a presidência do INPS. Entre 1973 e 1974, assessorou o superintendente regional do INPS, no antigo estado da Guanabara. Com a criação do Ministério da Previdência Social, em 1974, atuou como assessor do ministro junto à Secretaria de Estudos Especiais do Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS). Em 1976, representou a Previdência Social brasileira em um grupo de estudos da Organização Panamericana de Saúde (OPAS), para a realização de um projeto de planejamento de saúde nas Américas. Em 1977, foi representante do Brasil em um grupo de estudos sobre o planejamento de saúde no mundo. Além dos cargos que ocupou na Previdência Social, foi professor de fundamentos socioeconômicos de saúde nos cursos do Departamento de Saúde do Ministério da Saúde, e na Escola Nacional de Saúde Pública, do mesmo ministério. Entre as inúmeras atuações na área da saúde, escreveu diversos artigos e livros, entre os quais: Assistência Médica na Previdência Social (1973); Organização do Setor Saúde para o Desenvolvimento (1974); Contribuição para a Discussão do Sistema Nacional de Saúde (1975); O Impacto da Previdência Social na Organização dos Serviços Médicos (1978).

Moacyr Velloso Cardoso de Oliveira

  • Pessoa
  • 1913-1992

Nasceu em Vitória (ES), em 25 de julho de 1913, filho de Arthur Cardoso de Oliveira e Teresa Velloso de Oliveira, ambos baianos e de famílias de profissionais liberais. Realizou o curso primário na Escola Olavo Bilac e no Externato Pitanga, no Rio de Janeiro, e o secundário no Externato Santo Inácio, na mesma cidade. Em 1933, bacharelou-se em ciências jurídicas e sociais pela Faculdade de Direito do Rio de Janeiro, doutorando-se em direito público pela mesma faculdade, em 1935. Católico por formação, foi fundador da Ação Universitária Católica, em 1934, e sócio do Centro Dom Vital. Em 1937, ingressou na Previdência Social como assistente-técnico da comissão organizadora do Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Industriários (IAPI), participando, entre outras atividades, da elaboração do primeiro concurso público para o ingresso nos quadros técnicos do IAPI, e do seu primeiro regulamento. Procurador do IAPI a partir de 1938, ocupou entre 1941 e 1948 os seguintes cargos: diretor de Previdência Social do Conselho Nacional do Trabalho (CNT), diretor-geral do Departamento de Previdência Social (DPS) e diretor-geral do Departamento de Previdência Social (DNPS). Além dessas ocupações, participou da elaboração do decreto que extingiu a administração das Caixas de Aposentadoria e Pensões (CAPs) e da organização e regulamentação da Justiça do Trabalho, em 1941. Também fez parte da comissão que elaborou e regulamentou a Lei de Acidentes do Trabalho e assinou o decreto que criou o Serviço de Assistência Médica Domiciliar de Urgência (SAMDU). Em 1945, chefiou a delegação brasileira no I Congresso Pan-Americano de Serviço Social no Chile. Após o fim do Estado Novo, assessorou diversos projetos de Lei Orgânica da Previdência Social (LOPS), desde a primeira versão apresentada ao Congresso Nacional, em 1947, até a versão definitiva, aprovada em 1960, além de participar de sua regulamentação. Em 1950, tornou-se membro da Comissão Permanente de Direito Social do Ministério do Trabalho. Em 1955, foi nomeado chefe de gabinete do Ministro do Trabalho, Indústria e Comércio (MTIC) e, de 1958 a 1959, foi assistente-técnico desse Ministério. Após o golpe de março de 1964, foi designado chefe de gabinete do Ministro do Trabalho Arnaldo Sussekind, assumindo interinamente a pasta em duas ocasiões. No governo Castelo Branco, participou da formulação do projeto de unificação dos Institutos de Aposentadoria e Pensões (IAPs) e assessorou o Ministro do Planejamento Roberto Campos, na instituição do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Aposentado do cargo de procurador do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), em 1977, voltou à Previdência Social a convite do Ministro Hélio Beltrão, 1982, afastando-se em 1988, quando já ocupava a Secretaria da Previdência Social do Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS). Professor de legislação social da Escola Técnica de Serviço Social e do Instituto de Direito Social do Rio de Janeiro, foi sócio do Centro Dom Vital, um dos fundadores da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG), representante do Brasil várias vezes nas reuniões da Organização Internacional do Trabalho em Genebra, na Suíça, e professor de Direito do Trabalho e Doutrina Social da Igreja na PUC-Rio. Além de artigos técnicos sobre trabalho e Previdência Social, publicou diversas obras, entre elas: Noções de Legislação de Previdência e do Trabalho (1937) e A Previdência Social Brasileira e a Nova Lei Orgânica (1961). Faleceu em São Lourenço (MG) no dia 28 de janeiro de 1992.

Maria Eugênia Noviski Gallo

  • Pessoa
  • 1946-?

Nasceu em 17 de abril de 1946, em Curitiba (PR). De ascendência polonesa, desde a infância aprendeu sobre os costumes desse povo. Iniciou os estudos no Grupo Escolar Professor Brandão, uma escola pública de Curitiba. Em 1969, ingressou em Medicina na UFPR, onde se formou em 1975, e no ano seguinte foi para o Rio de Janeiro fazer Residência Médica e Mestrado em Dermatologia, na UFF, sob orientação do dr. Rubem David Azulay. Durante o mestrado, trabalhou como bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), no Instituto de Leprologia (IL), em São Cristóvão, com o dr. René Garrido Neves, e foi aprovada no concurso para médica dermatologista e imunologista do Inamps. Especializou-se em Hansenologia, com título concedido pela Associação Brasileira Médica, em 1975. Em 1998 defendeu no IOC/Fiocruz a tese de doutorado "Poliquimioterapia com duração fixa em Hanseníase multibacilar". Em 1976, testemunhou a incorporação do Instituto de Leprologia à Fiocruz e todas as resistências em torno desse fato. Nesse mesmo ano foi contratada para o IOC, como pesquisadora. Presenciou novas decisões no tratamento ao doente como a implantação da poliquimioterapia e a mudança do termo de ‘lepra’ para ‘hanseníase’. Atualmente é professora em cursos de especialização, pós-graduação e residência médica. Atuou como vice-presidente da Netherlands Leprosy Relief Brasil (NLR), organização não-governamental com atuação no Rio de Janeiro e foi chefe do Laboratório de Hanseníase do IOC/Fiocruz de 1998 até 2006. Foi assessora do Programa Nacional de Controle da Hanseníase (PNCH) desde 2004, atuando na Comissão Interministerial de Avaliação realizando trabalho de relatoria de processos de pedidos de pensão indenizatória dos isolados compulsoriamente no país, derivados da promulgação da Lei 11.520, de setembro de 2007, pelo Governo Federal.

Marcos da Cunha Lopes Virmond

  • Pessoa
  • 1950-

Nasceu em 15 de março de 1950, em Cruz Alta (RG). Filho de militar, morou e estudou em diversas regiões do Brasil, como Rio de Janeiro, Minas Gerais e Pernambuco. Seu apreço e gosto pela literatura e a música são grandes; tornou-se professor de regência musical e faz parte da Ordem dos Músicos do Brasil. Em fins da década de 1960, voltou para Porto Alegre onde concluiu o ensino médio no colégio estadual Júlio de Castilhos. O interesse pela Medicina deu-se no próprio meio familiar, já que o avô e o tio eram médicos. Em 1968, ingressou na UFRGS, no curso de Medicina, e concluiu a graduação em 1974. De 1975 a 1976, fez Residência em cirurgia geral no Hospital Presidente Vargas, no Instituto de Assistência Médica da Previdência Social, no Rio de Janeiro. O contato com a dermatologia, mais especificamente com a hanseníase, ocorreu em 1976, quando foi trabalhar na Colônia Itapuã, em Porto Alegre. Foi médico de saúde pública da Secretaria de Saúde e Meio Ambiente do Rio de Janeiro, em 1976. Entre 1977 e 1979, fez residência em cirurgia plástica no serviço do professor Antônio da Costa Estima. Esse curso foi determinante na escolha em trabalhar com cirurgias de reabilitação em hanseníase. Em 1980 foi à Bauru fazer cursos no Instituto Lauro de Souza Lima (ILSL), e algum tempo depois passou a trabalhar como professor do Instituto. De 1988 a 1991 foi médico-chefe do Ambulatório de Dermatologia Sanitária de Porto Alegre. Em 1989 obteve título de especialista em cirurgia plástica pelo Conselho Federal de Medicina, de Porto Alegre, como também pela Associação Brasileira de Hansenologia e pela Associação Médica Brasileira, do Rio de Janeiro. Em 1994, através de concurso, tornou-se pesquisador científico do ILSL, e em 1997 tornou-se diretor técnico de departamento desse Instituto. Em 1999 defendeu tese de doutorado pela Faculdade de Medicina da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp), em Botucatu, São Paulo. É membro titular da Federación Iberolatinoamericana de Cirurgia Plástica y Reconstructiva e presidente da Sociedade Brasileira de Hansenologia (SBH) desde 2006. Ocupou o posto de vice-presidente para as Américas na International Leprosy Association (ILA), de 1998 a 2008, e atualmente é o presidente da ILA. Concluiu o doutorado em Música pela Unicamp, em 2007, com tese sobre a obra do compositor brasileiro Antônio Carlos Gomes. Atualmente é diretor do ILSL e dedica-se à pesquisa e ao ensino de composição e regência no curso superior de Música, da Universidade do Sagrado Coração, em Bauru (SP).

Luiz Viegas da Motta Lima

  • Pessoa
  • 1923-2018

Nasceu no Rio de Janeiro, em 1923, filho de Pedro da Motta Lima, jornalista e militante do Partido Comunista Brasileiro (PCB), e de Priscilla Viegas da Motta Lima; ambos nascidos em Viçosa, Alagoas. Estudou o curso primário em escola pública e o ginásio no Colégio Pedro II. Em dezembro de 1940 ingressou, através de concurso público, no quadro de funcionários do Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Bancários (IAPB), onde trabalhou até 1943. Nesse momento, foi admitido também por concurso no Banco do Brasil. A partir de 1944, participou intensamente de todas as lutas e mobilizações do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro até o movimento militar de 1964. Foi um dos fundadores da Federação dos Bancários do Rio de Janeiro e do Espírito Santo, sendo o seu primeiro presidente, em 1957, e reeleito, sucessivamente, até 1964. Participou também da fundação da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Crédito (CONTEC), ocupando o cargo de secretário-geral de 1961 a 1964. Membro do CPB desde 1944, concorreu pela legenda do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) à Câmara Municipal do Rio de Janeiro, no período que antecedeu a mudança da capital para Brasília. Constou da lista dos primeiros 101 brasileiros atingidos pelo Ato Inconstitucional no 1 (AI-1), em abril de 1964. Nessa ocasião, exilou-se na Embaixada do México, no Rio de Janeiro, e depois transferiu-se para a Tchecoslováquia, onde viveu até 1965, quando então retornou ao Brasil. Demitido do Banco do Brasil por decreto-lei, em outubro de 1964, foi anistiado e aposentado em agosto de 1979. Em 1980, colaborou na organização do Departamento de Aposentados do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, no qual atua até hoje. Participou ainda como um dos organizadores do IX Congresso Nacional dos Aposentados e Pensionistas, realizado em 1985, em Curitiba e da criação da Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas, sendo um dos seus vice-presidentes. Em 1986, participou da Comissão de Alto Nível, patrocinada pelo Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS), que sugeriu um plano de mudanças na Previdência Social. Faleceu em 15 de março de 2018.

Luiz Moura

  • Pessoa
  • 1925-

Nasceu no Rio de Janeiro, em 4 de maio de 1925. Teve influência marcante de seu pai, Pedro Moura, que durante muitos anos chefiou a 12ª Enfermaria da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro. Pedro Moura foi também membro ativo da Ação Integralista Brasileira, sendo inclusive preso após a tentativa de golpe, em 1938. Cursou o primário no colégio alemão ("Deutsche Schule") e o secundário nos colégios Lafayette e Santo Antônio Maria Zacaria. Cursou o complementar de medicina no Colégio Santo Inácio e ingressou na Faculdade Nacional de Medicina da Universidade do Brasil, atual UFRJ, em 1944, apesar da resistência do pai, que almejava para seu filho a carreira militar, opção de seus três irmãos. A partir do quarto ano da faculdade, passou a ser interno do serviço de clínica da 12ª Enfermaria da Santa Casa da Misericórdia, onde permaneceu até 1949, quando concluiu o curso. Em 1950, ingressou como cirurgião no Hospital General Manoel Vargas, atual Hospital de Bonsucesso, que pertencia ao antigo Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Empregados dos Transportes e Cargas (IAPETC). Paralelamente, manteve clínica médica particular e administrou durante alguns anos uma granja criada por seu pai no início da década de 1950. Em 1960, transferiu-se para o plantão do Hospital do IAPETC e permaneceu lá até 1967. Segundo seu depoimento, neste período, descontente com os rumos do país e com a excessiva interferência dos sindicatos no hospital, aderiu ao golpe de 1964, sendo incumbido de ajudar a controlar o hospital no dia da eclosão, em abril. Dois anos depois, diplomou-se pela Escola Superior de Guerra (ESG). Assistente-técnico do Hospital de Bonsucesso a partir de 1967, foi convidado pelo General Médici, em 1969, para assumir a Secretaria Executiva de Assistência Médica do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), cargo no qual foi empossado em 24 de novembro de 1969. No ano seguinte, com a saída de Walter Graciosa, assumiu a presidência do INPS em 25 de fevereiro. Nos dois cargos que ocupou, procurou implementar uma política de produção e distribuição de medicamentos para a população, a partir da sua experiência com a indústria de medicamentos do Hospital de Bonsucesso. A ênfase na produção e distribuição de medicamentos gerou inúmeros conflitos, provocando a sua exoneração em 4 de agosto do mesmo ano. Apesar do seu afastamento de cargos públicos, continuou denunciando a ação das indústrias farmacêuticas estrangeiras, através do deputado Florim Coutinho. Em 1970, foi transferido para o ambulatório de Cavalcanti e, em 1973, para o Hospital Cardoso Fontes, onde foi assistente de dois diretores e chefe de clínica médica. No final de 1980, foi nomeado diretor nacional da Divisão Nacional de Medicamentos do Ministério da Saúde (DIMED/MS). Dois anos depois, retornou à Previdência Social, trabalhando em projetos especiais da Superintendência Regional do Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS), sendo nomeado, posteriormente, diretor do Serviço de Medicina social do município do Rio de Janeiro e coordenador da Administração Médica do estado do Rio de Janeiro, aposentando-se em 1983.

Luis Tranquilino de Lima

  • Pessoa
  • 1932-?

Nasceu em 25 de maio de 1932, em Timbaúba dos Mocós (PE). Desde a juventude trabalhou na agricultura com sua família, e em 1948 mudou-se para Recife e passou a trabalhar como pedreiro. Neste mesmo ano foi para o Rio de Janeiro, para trabalhar no ramo de construção civil, de modo geral. Em 1956, quando residia no Rio de Janeiro, surgiram os primeiros sintomas da hanseníase. Após um corte no pé, sentiu-se mal e decidiu, portanto, fazer alguns exames no Hospital da Cruz Vermelha. Começou a ser medicado com remédios para tratamento de hanseníase, mas não informaram o diagnóstico e a gravidade da doença, tampouco a necessidade de tratamento sem interrupção. Após algum tempo, mesmo estando medicado, seu estado de saúde se agravou e ele foi perdendo gradativamente a visão. Em 1958 foi morar em João Pessoa, Paraíba, na Colônia Getúlio Vargas, para operar os olhos, e conseguiu sua aposentadoria por invalidez. Ao melhorar da visão, continuou em João Pessoa trabalhando como agricultor, mas voltou a apresentar sintomas de hanseníase e foi internado em 1960 na Colônia Getúlio Vargas. Como interno da Colônia, trabalhou como vigilante da área verde que circunda a instituição e adaptou-se totalmente ao cotidiano asilar, e ali reside até hoje. Por causa da doença, aproximou-se da religião espírita e chegou a ser presidente da Federação Espírita daquele estado.

Departamento de Zoologia Médica

  • Entidade coletiva
  • 1926-

A Seção de Zoologia Médica foi criada e formalizada no regulamento do Instituto Oswaldo Cruz de 1926, compondo-se das subseções de Protozoologia, Entomologia e Helmintologia. Entretanto, o IOC, desde a sua criação, atribuiu importância fundamental às áreas de estudos e pesquisas que compunham a zoologia médica, a qual permaneceu prestigiada até a atualidade. Esta importância ficou evidente quando o Instituto, ao delimitar suas áreas de atuação, estruturou-se formalmente em seções cujas denominações refletiam suas atribuições finalísticas. Sendo assim, em 1919 foram definidos como seus objetivos principais, os estudos de patologia experimental, de higiene, de zoologia, de veterinária e fitopatologia. Em 1921, foi criada a Seção de Protozoologia, área de excelência do Instituto para o que contribuiu de forma decisiva a descoberta das doença de Chagas. Em 1922 foi criada a Seção de Entomologia e, finalmente, como já mencionado anteriormente, em 1926, a Seção de Zoologia Médica. Esta estrutura manteve-se até 1982 com algumas alterações. Em 1942, a Seção de Zoologia Médica passou a chamar-se Divisão de Zoologia Médica: em 1962, nova denominação foi atribuída ao órgão, Divisão de Zoologia, acrescendo-se ao mesmo as seções de Malacologia e Hidrobiologia e, em 1970, substituiu se o termo divisão por departamento, passando a denominar-se Departamento de Zoologia. Nesta ocasião foi também suprimida a Seção de Malacologia. Ao iniciar-se a década de 80, as seções se departamentalizaram e a Zoologia Médica não mais foi mencionada na estrutura organizacional da instituição, sendo porém representada pelas disciplinas que a compõe. Hoje, fazem parte do IOC, entre outros, o Departamento de Protozoologia, formado pelos Laboratórios de Biologia, de Tripanossoma, de Imunidade Celular e Humoral e de Imuno-Modulação; o Departamento de malacologia, que tem sob sua orientação o laboratório de mesmo nome, e o Departamento de Helmintologia, composto pelos laboratórios de Esquistossomose Experimental, de Helmintos Parasitas de Vertebrados e de Helmintos Parasitas de Peixes. Por sua vez, a entomologia enquanto disciplina permanece atualmente vinculada ao Departamento de Biologia.

Benedito Vieira de Figueiredo

  • Pessoa
  • 1938-2018

Nasceu em 15 de maio de 1938, em Cuiabá (MT). Fez o curso ginasial no Colégio Salesiano São Gonçalo e o curso científico no Colégio Estadual de Mato Grosso. Foi para o Rio de Janeiro em 1956, com o intuito de ingressar na Faculdade Nacional de Medicina da Universidade do Brasil. Ao final da graduação, especializou-se em Dermatologia, tendo realizado seu estágio no Pavilhão São Miguel, da Santa Casa da Misericórdia. Em 1963 trabalhou como Auxiliar de Ensino, da mesma universidade. Nessa época atuava, concomitantemente, como médico do Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Industriários (IAPI), na Penha. Após a morte de seu pai decidiu retornar ao Mato Grosso. Antes, porém, apresentou-se à Divisão Nacional de Lepra, com intuito de trabalhar como dermatologista contra a hanseníase em seu estado. Após o treinamento dado pela Campanha Nacional contra a Lepra (CNCL), foi contratado para trabalhar no Mato Grosso. Faleceu em outubro de 2018.

José de Segadas Viana

  • Pessoa
  • 1906-1991

Nasceu no Rio de Janeiro, em 1º de julho de 1906, filho de João Vieira de Segadas Viana e Violeta Brandão de Segadas Viana. Casado com Isolina Becker de Segadas Viana, tem três filhos. Depois de realizar os estudos básicos no Colégio Paula Freitas, ingressou na Faculdade de Direito do Rio de Janeiro, bacharelando-se em ciências jurídicas e sociais, em 1929. Atuou, em seguida, como promotor público na comarca de Monte Carmelo (MG). Em 1930, aderiu à Aliança Liberal (AL), coligação oposicionista que patrocinou a candidatura de Getúlio Vargas à Presidência da República e o levante armado de 03 de outubro. Em 1932, manifestou apoio à Revolução Constitucionalista de São Paulo, mas depois voltou a apoiar o governo Vargas. Retornando ao Rio de Janeiro, ingressou no jornalismo como secretário do "Diário da Noite" e do "O Jornal", que pertenciam à cadeia dos Diários Associados. Em 1940, durante a Segunda Guerra Mundial, foi enviado pelos Diários Associados a Roma, onde permaneceu durante dez dias. Neste mesmo ano, assumiu o cargo de Procurador da Justiça do Trabalho, atuando no setor de Previdência Social. Em 1942, após ser nomeado assistente-técnico do Ministro do Trabalho, Alexandre Marcondes Filho, tornou-se diretor-geral do Departamento Nacional do Trabalho (DNT). Em 1943, passou a chefiar a Divisão de Organização e Assistência Sindical, além de participar com Dorval de Lacerda e Arnaldo Lopes Sussekind, da elaboração da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Nos anos seguintes, presidiu a Comissão de Enquadramento Sindical e a Comissão Técnica de Orientação Sindical, e também integrou a Comissão do Imposto Sindical, Comissão Permanente de Direito Social e a Seção de Segurança Nacional do Ministério do Trabalho. Ainda no Estado Novo, foi um dos fundadores do Centro Trabalhista de Estudos Políticos e Sociais que, após a redemocratização de 1945, teve destacado papel na articulação do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). Em agosto de 1945, assumiu a presidência do diretório do PTB, no Distrito Federal, e em setembro foi eleito secretário-geral da primeira Comissão Executiva do partido. Nas eleições para a Assembleia Nacional Constituinte, elegeu-se deputado pelo Distrito Federal, tornando-se líder da bancada carioca e vice-líder da bancada nacional do PTB. Com a transformação da Constituinte em Congresso Ordinário, teve seu mandato estendido até 1951. Assumiu em seguida o Ministério do Trabalho, enfrentando dois anos depois expressivos movimentos de trabalhadores, como a greve dos 300 mil e a greve dos marítimos no Rio de Janeiro, Santos e Belém. Tentando utilizar-se de um decreto promulgado durante a Segunda Guerra Mundial, através do qual a Marinha Mercante poderia ser convocada como reserva da Marinha de Guerra, provocou a oposição aberta do então presidente nacional do PTB, João Goulart, que terminou por substituí-lo no Ministério. Em 1954, concorreu novamente pela legenda do PTB à Câmara dos Deputados pelo Distrito Federal, alcançando a primeira suplência. Em 1961, após a renúncia de Jânio Quadros, assumiu interinamente a chefia do Ministério do Trabalho, cargo que ocupou até a posse de João Goulart. Pouco depois, participou do governo Carlos Lacerda no então estado da Guanabara, tendo ocupado os cargos de secretário do interior e segurança, e chefe de polícia. Como especialista em direito do trabalho, foi consultor da Organização Internacional do Trabalho (OIT), tendo elaborado os projetos do Código do Trabalho da República dominicana do Panamá. Integrou as delegações brasileiras que participaram da Conferência de Seguro Social em Viena e Madri, das duas Conferências Internacionais de Serviço Social em Porto Rico e Tóquio, da Conferência dos Chanceleres em Washington, da X Assembleia da Previdência social em Viena, e do Congresso Sindical Mundial em Milão. Lecionou Direito do Trabalho e Direito Social na Faculdade Cândido Mendes e na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Foi membro honorário do Instituto do Trabalho e Medicina Social e do Instituto Brasileiro do Trabalho, além de membro permanente do Comitê Misto OIT-UNESCO para a Aplicação do Estatuto Internacional do Mestre. Integrou o Instituto de Medicina e Direito Social e foi sócio-honorário da Unión Americana de Medicina del Trabajo e do Instituto Brasileiro de História da Medicina. Faleceu no Rio de Janeiro no dia 17 de outubro de 1991.

José Fuks

  • Pessoa
  • 1923-?

Nasceu no Rio de Janeiro, em 1923, filho de imigrantes poloneses de origem judaica. Seu pai era alfaiate e sua mãe, dona de casa. Entre os três filhos, foi o mais velho. Estudou em escolas públicas, cursando o ginásio e o complementar noturno no Colégio Pedro II. Aos 13 anos, começou a trabalhar para ajudar nas despesas da família; alfabetizando crianças. Em 1945, enquanto trabalhava em um escritório de contabilidade, prestou concurso para o Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Industriários (IAPI), sendo designado para a delegacia do Paraná como escriturário-auxiliar. Neste mesmo ano, iniciou o curso de engenharia na Universidade Federal do Paraná. De volta ao Rio de Janeiro, em 1948, foi trabalhar no setor de arrecadação do IAPI, transferindo-se no ano seguinte para o setor de engenharia, onde assumiu a direção de fiscalização das obras do conjunto residencial da Penha. Com o término destas obras, transferiu-se para o conjunto residencial de Bangu, ocupando o mesmo cargo. A partir de 1952, já então formado, exerceu vários cargos no setor de engenharia do IAPI, tais como: chefe de seção, de serviço, assistente de departamento, chefe de departamento. Depois da unificação dos Institutos de Aposentadoria e Pensões (IAPs), assumiu a chefia de engenharia do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS). Entre 1970 e 1977, trabalhou na empresa de engenharia Carvalho Hosken, porém, não se desligou do INPS, do qual tornou-se engenheiro-chefe, em 1977. Um ano depois, ocupou o cargo de secretário-geral de engenharia e patrimônio do Instituto de Administração Financeira da Previdência Social (IAPAS), aposentando-se em 1985.

Jair Ferreira

  • Pessoa
  • 1947-

Nasceu em 29 de outubro de 1947, em Rio Grande (RS). Herdou dos pais o gosto pela leitura e pela música, e hoje é compositor e participante de um coral cujo repertório inclui óperas italianas, tango e música popular brasileira. Aos 15 anos saiu de sua cidade e foi para Porto Alegre completar o ensino secundário no Colégio Júlio de Castilhos. Sua aptidão para a biologia e a percepção de que o curso lhe proporcionaria uma visão humanística da sociedade foram os principais fatores que o levaram a optar pela Medicina, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), onde ingressou em 1970. A escolha pela Dermatologia veio a partir das aulas, e ao final da graduação, em seu estágio obrigatório, optou por fazer a residência nessa área. Em 1971, foi convidado pelo professor César Bernardes para trabalhar na Secretaria de Saúde do Estado do Rio Grande do Sul, como médico dermatologista de Saúde Pública. Em 1973, fez o Curso de Especialização em Saúde Pública, na USP, e quando retornou ao Rio Grande do Sul foi admitido através do convênio entre a Secretaria Estadual de Saúde e a Fundação Serviços Especiais de Saúde Pública (FSESP). Pela FSESP trabalhou como médico em regime de dedicação exclusiva e abriu mão do consultório particular. Foi nesse trabalho que implantou um sistema informatizado para o registro dos pacientes de hanseníase, que foi exemplo no Brasil, antes da existência do Sistema de Informações de Agravos de Notificação (Sinan). Em 1989 prestou concurso para professor auxiliar de Epidemiologia no Departamento de Medicina Social da UFRGS, onde ministra aulas também na Faculdade de Nutrição. Defendeu a tese de doutorado intitulada Validade dos indicadores epidemiológicos utilizados para avaliar de forma indireta a magnitude da hanseníase, pela mesma Universidade, em 1999. Foi consultor da OPAS em DST/Aids e Hanseníase, em vários países como Venezuela, República Dominicana e Guatemala, entre outros. Foi também consultor temporário do Ministério da Saúde e de alguns estados brasileiros nos Programas de Controle da Hanseníase e DST/Aids, desde a década de 1980. Ainda hoje atua como coordenador do Programa de Aids do Hospital de Clínicas de Porto Alegre e como participante do Comitê de Cooperação Técnica em Hanseníase do Mercosul.

Isabel Bezerra da Silva

  • Pessoa
  • 1935-?

Nasceu em 6 de novembro de 1935, em Alagoa Nova, região metropolitana de Campina Grande, Paraíba, em família de cinco filhos. Aos 10 anos foi internada com seus pais, Severiano Bezerra da Silva e Maria Delmira da Conceição, e uma irmã na Colônia Getúlio Vargas. Os demais irmãos foram levados para o Educandário Eunice Weaver, que era o preventório ligado à Colônia. Sua mãe faleceu no mesmo ano em que foi internada, e o pai teve alta e voltou para Alagoa Nova. Ficou noiva de um dos enfermeiros, Antônio Batista da Silva, que também era paciente da Colônia, e por sugestão do dr. Edson de Almeida, diretor da Colônia, iniciou seu aprendizado nessa área, mas foi também garçonete e cozinheira. Após seu casamento, desejou mudar para Recife, mas seu pedido foi negado pelo diretor e o casal resolveu fugir durante a madrugada. Seis anos após, seu esposo voltou a sentir os sintomas de hanseníase e por isso decidiram voltar para a Colônia em 1975. No ano seguinte, ficou viúva e casou-se com o Sr. Joaquim Ferreira dos Santos, com quem viveu a partir de então.

Germano Traple

  • Pessoa
  • 1924-2008

Nasceu em 26 de maio de 1924, em Curitiba (PR). Filho de Guilherme Traple e Nathalia Elly Traple, seguiu carreira militar até 1945, quando optou pela graduação em Medicina. Em 1953 ingressou na Faculdade de Medicina, da Universidade Federal do Paraná (UFPR); em 1958 foi interno da disciplina de Clínica Médica, com o professor Gastão
Pereira da Cunha, e em 1959, com o professor Otávio da Silveira, foi interno da disciplina de Neurologia, tendo concluído o Curso de Medicina nesse mesmo ano. Fez diversos cursos sobre hanseníase. O primeiro deles foi promovido pela Secretaria de Saúde e Bem-Estar Social de Curitiba, em 1972, e teve o título de especialista em Hansenologia. Um dos mais recentes foi o curso com treinamento no Department of Hand & Leprosy Reconstructive Surgery and Rehabilitation Unit, do Christian Medical College Hospital e do New Life Centre, em 1983, na Índia. Foi coordenador do Programa de Prevenção de Incapacidades Físicas em Hanseníase, de 1976 a 1990, na Secretaria de Saúde do Paraná. Trabalhou como consultor da Germany Leprosy and Tuberculosis Relief Association of Leprosy – Würtzburg, entre 1977 e 1995. Foi consultor temporário na OMS e da OPAS, atuando nesta função por duas vezes. A primeira delas foi em 1984, quando realizou um levantamento sobre os doentes da Ilha de Páscoa, no Chile. Dois anos depois, exerceu a atividade de professor quando organizou e proferiu as aulas de um curso de hansenologia da Associação Paranaense de Hansenologia, em Curitiba. Entre 1992 e 1995, foi diretor-geral do Hospital de Dermatologia Sanitária do Paraná, a antiga Colônia São Roque. Teve vários trabalhos publicados, inclusive em congressos internacionais; ministrou diversos cursos, palestras e treinamentos na área da hanseníase. Além disso, recebeu muitas homenagens, como a da Secretaria Estadual de Saúde do Paraná, durante o curso sobre gerência no Programa de Hanseníase com enfoque na Prevenção de Incapacidades Físicas, realizado de 20 a 23 de setembro de 2005, em Curitiba. Foi especialista em reabilitação e pioneiro em prevenção de incapacidades físicas na hanseníase no Paraná e no Brasil, e é referência da comunidade científica nacional e internacional. Executou treinamentos em todo o Brasil sobre as técnicas de adaptação de calçados. Faleceu em Curitiba no dia 21 de março de 2008.

Geraldo Augusto de Faria Baptista

  • Pessoa
  • 1908-?

Nasceu em Belo Horizonte (MG), em 1908, pertencendo a uma família de classe média do interior. Até os 15 anos viveu em Minas Gerais; onde cursou o primário no Grupo Escolar Afonso Pena, e os primeiros anos do curso secundário no Ginásio Mineiro. Em 1924, com a mudança da família para o Rio de Janeiro, concluiu o secundário no Colégio Pedro II. Em 1925, ingressou na Faculdade Nacional de Direito, formando-se em 1929. Iniciou sua carreira profissional no cartório do pai, e em seguida, trabalhou num escritório de advocacia. Em 1931, ingressou no Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio (MTIC), como primeiro adjunto do procurador-geral do Conselho Nacional do Trabalho (CNT), atuando na área da Previdência Social. Em 1938, foi requisitado pelo recém-criado Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Industriários (IAPI), para ocupar o cargo de procurador-geral. Em 1942, integrou a delegação brasileira na 1ª Conferência Interamericana de Seguridade Social, realizada em Santiago do Chile. Dois anos depois, voltou à Procuradoria da Previdência Social, do MTIC, e no ano seguinte, após a queda de Getúlio Vargas, presidiu o CNT no governo José Linhares. Em 1947, retornou ao MTIC e, quatro anos mais tarde, participou da Comissão Nacional de Bem-Estar Social, que reviu o primeiro projeto de Lei Orgânica da Previdência Social (LOPS), do então deputado Aluízio Alves. Participou também, em 1953, do processo de unificação das Caixas de Aposentadoria e Pensões (CAPs), e mais tarde, no final da década de 1950, atuou como consultor de legislação social do Senado, no período de aprovação da LOPS. No início dos anos 1960, integrou a Comissão Permanente de Direito Social (CPDS), que avaliava processos relativos à Previdência Social. Em 1965, apresentou-se e voltou a exercer advocacia. No governo Chagas Freitas (1970/1974), assumiu o cargo de Secretário de Justiça do estado do Rio de Janeiro.

Francisco Luiz Torres de Oliveira

  • Pessoa
  • 1916-?

Nasceu em 1916, em São Paulo (SP). Filho de imigrantes portugueses, teve cinco irmãos e, entre eles, foi o único a completar o curso superior. Seu pai era proprietário de um sebo de livros. Aos 16 anos, trabalhou como protocolista do Departamento Central de Munições de São Paulo durante a Revolta Constitucionalista de 1932. Em 1937, foi aprovado no concurso para a carreira de oficial administrativo do Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Industriários (IAPI). Bacharelou-se, em 1939, pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP). Pouco depois, mudou-se para o Rio de Janeiro, passando a trabalhar na administração central do IAPI. No IAPI, ocupou diversos cargos em comissão, como o de diretor do Departamento de Benefícios e diretor do Departamento de Serviços Gerais. Foi também membro da Junta Consultiva do Serviço de Assistência Médica Domiciliar de Urgência (SAMDU). Participou de inúmeras comissões de estudos sobre a viabilidade da implantação da assistência médica para os segurados do IAPI. Também esteve presente no debate e nas principais etapas do processo de unificação da Previdência Social, principalmente durante os 13 anos de tramitação da Lei Orgânica da Previdência Social (LOPS). Após o golpe de 1964, foi nomeado presidente-interventor do IAPI. Nesta função, trabalhou ativamente no processo de unificação da Previdência Social, que culminou com a criação do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), em 1967. Foi presidente deste Instituto, entre 1967 e 1969. Em 1968, prestou longos depoimentos à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que investigava a situação financeira da Previdência Social e os resultados da sua unificação. Estes depoimentos foram publicados pela revista Previdência Social (1968), que somados aos inúmeros artigos e trabalhos publicados ao longo de sua carreira profissional, proporcionaram um amplo panorama das concepções de Torres de Oliveira e dos chamados 'cardeais' do IAPI, sobre a Previdência Social e o papel da assistência médica. Participou como técnico de administração da Fundação Getúlio Vargas (FGV) no programa de assistência técnica à Reforma Administrativa Federal, proferindo aulas e palestras sobre o tema, entre 1971 e 1973. Participou da implantação do Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS) e do grupo de trabalho que elaborou a lei que instituiu o Sistema Nacional de Previdência e Assistência social (SINPAS), atuando também na sua implantação. No âmbito do MPAS, foi subsecretário de estudos especiais na Secretaria-Geral do Ministério, supervisionou os grupos de trabalho constituídos para estudar a implantação da assistência social no MPAS e o dimensionamento da assistência médica prestada pela Previdência Social.

Fundação Serviços de Saúde Pública (FSESP)

  • Entidade coletiva
  • 1969-1990

A Fundação Serviços de Saúde Pública (FSESP) originou-se do Serviço Especial de Saúde Pública (SESP), agência bilateral criada em 17 de julho de 1942, no contexto da Segunda Guerra Mundial. Subordinado ao Ministério da Educação e Saúde, visava implantar ações de combate à malária e a outras endemias, nas áreas de extração da borracha, na Amazônia, e de minérios, no vale do rio Doce, regiões estratégicas para os esforços de guerra. Suas atribuições abarcavam desde o saneamento do vale do Amazonas, a profilaxia e assistência sobre malária, a construção e administração de escolas de enfermagem, hospitais e centros de saúde, a formação e o aperfeiçoamento de médicos, enfermeiras e engenheiros sanitaristas, até a colaboração com o Serviço Nacional de Lepra e a criação de sistemas de águas e esgoto. Sua estrutura administrativa era constituída por uma Superintendência, pelas divisões de Engenharia, Educação Médica, Enfermagem, Lepra e Administração, e por órgãos locais, como os programas da Amazônia, do Rio Doce, de Migração e da Mica. Em 1944 a Divisão de Lepra foi extinta, e a de Educação Médica, desmembrada em duas: Educação Sanitária e Médico-Sanitária. Em 1949 foram criados os programas da Bahia e do Nordeste. Em 1950 surgiu o Programa do São Francisco, seguido, em 1956, dos programas de Goiás, Mato Grosso e Maranhão. Em 1952 integravam seus órgãos centrais estas divisões: Organização Sanitária, Estatística Sanitária, Educação Sanitária, Enfermagem e Engenharia. A partir de 1954 o SESP expandiu sua atuação no território nacional, dividindo responsabilidades pelas atividades de saúde e saneamento com os governos estaduais por meio dos Serviços Cooperativos de Saúde. Em 1957 os órgãos centrais assim se estruturavam: Divisão de Orientação Técnica, de Educação e Treinamento, de Enfermagem e de Engenharia. Pouco antes do término do acordo bilateral que garantia o funcionamento do SESP o presidente Juscelino Kubitschek sancionou a lei n. 3.750, de 11 de abril de 1960, transformando-o na Fundação Serviço Especial de Saúde Pública (FSESP), vinculada ao Ministério da Saúde (MS). Com o decreto n. 52.076, de 29 de maio de 1963, as diretorias ficaram subordinadas às Divisões de Orientação Técnica, de Saúde Ocupacional, de Administração e de Engenharia. Pela lei n. 5.318, de 26 de setembro de 1967, coube à FSESP executar ações na política de saneamento do governo federal, atuando com o Departamento Nacional de Obras e Saneamento e o Departamento Nacional de Endemias Rurais. Pelo decreto-lei n. 904, de 1º de outubro de 1969, o nome Fundação Serviço Especial de Saúde Pública foi alterado para Fundação Serviços de Saúde Pública, mantendo-se, porém, sua sigla anterior. A FSESP teve papel preponderante na Campanha de Erradicação da Varíola, através de convênio assinado com o MS em janeiro de 1970. Em 1986 o MS e a FSESP direcionaram ações para o controle das doenças sexualmente transmissíveis, desenvolvendo projeto-piloto em dez estados. Com a reforma administrativa do governo Collor, foi criada a Fundação Nacional de Saúde, instituída pela lei n. 81, de 6 de dezembro de 1990, resultado da fusão da FSESP com a Superintendência de Campanhas de Saúde Pública.

Fabíola Aguiar Nunes

  • Pessoa
  • 1943-

Nasceu em 1943, em Salvador (BA). Filha de médico sanitarista, viveu em uma grande família. Ingressou concomitantemente na Faculdade de Medicina e de Farmacologia, mas após o segundo ano optou pela Medicina. A escolha pela Saúde Pública teve grande influência de seu pai. Em 1966, último ano da faculdade, recebeu convite de Jorge Novis para estudar Arquivo Médico na Costa Rica e posteriormente organizar o arquivo médico do Hospital das Clínicas da Bahia. Sua intenção era não apenas organizar esse arquivo, mas também implantar um curso semelhante ao existente na Costa Rica, tanto para brasileiros quanto para estrangeiros. Em 1970 inicia o mestrado em saúde pública, na Universidade da Califórnia, em Los Angeles, Estados Unidos. O tema de sua dissertação foi o papel e a importância dos Centros de Saúde na saúde pública. Em 1972, começou a lecionar no Departamento de Medicina Preventiva da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Em 1974 foi nomeada vice-diretora do Hospital das Clínicas da Bahia e pouco depois trabalhou na Primeira Diretoria Regional de Saúde, da Secretaria Estadual de Saúde. Fez concursos para bolsa do DAAD, para ir à Alemanha, solicitou bolsa ao Conselho Britânico e fez um concurso da OPAS. Optou pela OPAS, e foi para o Programa de Saúde Pública na Costa Rica, o programa de Planejamento Estratégico Centro América Panamá (Pascap), em 1980. Por indicação do secretário de Saúde de São Paulo foi nomeada para a Secretaria Nacional de Programas Especiais, em 1985, na gestão do ministro da Saúde Carlos Santana. Nessa secretaria estavam sediados os programas de controle de agravos como tuberculose e dermatologia sanitária (DST/Aids, hanseníase, leishmaniose tegumentar) e o programa de doenças crônico-degenerativas (diabetes, hipertensão e câncer). Em sua gestão podem se ressaltar os seguintes resultados: início do controle do tabagismo e da AIDS e reestruturação do Programa de Controle da Hanseníase com a implantação da poliquimioterapia. Foi delegada do Ministério da Saúde na 8ª Conferencia Nacional de Saúde, em 1986. Na década de 1990 trabalhou no Hospital da Universidade de Brasília e no Hospital Regional de Sobradinho, no Distrito Federal. Em 1995 foi convidada pelo ministro da Saúde, Adib Jatene, para assumir a Coordenação do Conselho Nacional de Saúde, e em sua gestão foi elaborada a Resolução 196/96, que define regras para pesquisas envolvendo seres humanos e o Plano de Erradicação do Aedes Aegypti. Em 1997, retornou para o Hospital de Sobradinho e organizou o trabalho de controle e combate ao mosquito transmissor da dengue; iniciou, também, a implantação do Programa Saúde em Casa, precursor do Programa de Saúde da Família. De 2001 a 2003, coordenou a Fiocruz em Brasília; em 2005 aposentou-se da Fundação Hospitalar do Distrito Federal, e em 2009 assumiu novamente a coordenação da Fiocruz em Brasília. Em 2010, assumiu a Secretaria de Saúde do Distrito Federal.

Edson Guimarães Saggese

  • Pessoa
  • 1952-

Nasceu em 10 de janeiro de 1952, em Petrópolis (RJ), e estudou no Colégio Pedro Delvi até o curso ginasial. Veio para o Rio de Janeiro fazer o pré-vestibular para cursar Medicina e seu interesse pela psiquiatria surgiu ainda na adolescência quando um amigo teve uma crise psicótica. A primeira experiência de atendimento a pacientes foi por meio de estágio no Hospital Psiquiátrico de Jurujuba, em Niterói, durante os primeiros anos da graduação. Concluiu a graduação na UFF em 1969; especializou-se em Psiquiatria e em Psiquiatria Infantil, em 1975 e 1976, respectivamente. Neste período prestou concurso para médico do INAMPS e trabalhou em Petrópolis. Fez Residência em Psiquiatria, entre 1977 e 1978, como requisito para ingressar no curso de mestrado em medicina, área de Psiquiatria. Concluiu o mestrado em 1983 com a dissertação “Adolescência: a ideologia das teorias”. Em 1995, defendeu tese de doutorado em Ciências da Saúde, na área de Psiquiatria, onde trabalhou com adolescência e as psicoses. Suas atividades profissionais na UFRJ começaram com a admissão como médico no Instituto de Psiquiatria, em 1978, onde também exercia funções docentes. Em 1979, assumiu a Coordenação do Curso de Especialização em Psiquiatria, Psicoterapia e Saúde Mental, na área infanto-juvenil, cargo que exerceu até 1993. Foi um dos organizadores e primeiro coordenador do Centro de Atenção Psicosocial Infanto-Juvenil, CAPS II, a partir de 1998. Como principal destaque de suas atividades realizadas encontra-se o ‘Projeto Brincar’, cujo objetivo era aproximar os doentes internos do Instituto de Psiquiatria de seus filhos, programando uma tarde de brincadeiras entre eles. Este projeto foi premiado pela Fundação ABRINQ, em 1994. Participou de treinamentos e implantação de serviços em diversas cidades brasileiras e em Moçambique, na África. Atualmente coordena o Projeto PROADOLESCER, uma estratégia de atenção a adolescentes em grave sofrimento psíquico, financiado pela FINEP e implantado em Niterói (RJ). Autor do livro "Adolescência e Psicose: transformações Sociais e os desafios da Clínica e organizador e autor dos livros "Proadolescer: Pesquisa e Clínica com Adolescentes na Rede de Saúde Mental" (2013) e "Juventude e Saúde Mental. A Especificidade da Clínica com Adolescentes" (2015).

Edmar de Oliveira

  • Pessoa
  • 1951-

Nasceu em 1951, em Palmerais (PI), com ascendência indígena e portuguesa. Iniciou sua formação escolar no Colégio Batista, completando o científico, com bolsa de estudos, no Colégio Jesuíta Diocesano. Planejava fazer o curso de jornalista ao terminar o ensino médio, tendo até fundado um jornal chamado Folha Cultural de Piauí com colegas de várias escolas. No entanto, optou por cursar medicina na Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Piauí, em 1977, por ser pública. Sua inclinação para jornalismo o impulsionou a participar da fundação do jornal Toco cru pegando fogo durante a graduação. Veio para o Rio de Janeiro em 1978 fazer Residência Médica em Psiquiatria na UERJ. Ingressou, em 1984, no Mestrado em Medicina Social na UERJ, mas não defendeu a dissertação, tendo apenas completado os créditos. Logo após, foi trabalhar como bolsista na Colônia Juliano Moreira para a realização de um censo de pacientes e, posteriormente contratado, junto com os demais bolsistas, para desenvolvimento de alguns projetos, frutos deste censo.
Em finais da década de 1980, foi para o Centro Psiquiátrico Pedro II, atual Instituto Municipal de Assistência à Saúde Nise da Silveira, primeiro como Diretor do Ambulatório Central, onde conheceu Paulo Amarante e Luís Carlos Vanderlei. Logo depois, foi nomeado para Coordenador Geral de Saúde do CPP II, e assumiu a vice-direção da instituição em 1990. Ao deixar este cargo voltou a atuar como clínico, usando a literatura como terapia e criou o jornal O Grito, com os pacientes da enfermaria Espaço Aberto ao Tempo, junto com Luis Carlos Vanderlei. Assumiu a direção do Instituto Municipal de Assistência à Saúde Nise da Silveira, em 2000 e permaneceu por 10 anos no posto. Atualmente é jornalista, escritor e blogueiro.

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