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registro de autoridade

Estácio de Figueiredo Monteiro

  • Pessoa
  • 1915-1994

Nasceu em 11 de abril de 1915, na cidade do Rio de Janeiro, filho de Mario Monteiro e Edith de Figueiredo Monteiro. Em 1937 graduou-se pela Faculdade Fluminense de Medicina, atual Universidade Federal Fluminense, bem como concluiu o Curso de Aplicação do IOC e tornou-se tenente médico da Aeronáutica. Ainda em 1937 iniciou sua trajetória profissional no IOC, onde atuou como estagiário na Seção de Vírus sob a orientação de José Guilherme Lacôrte, assistente técnico, pesquisador, professor, médico, editor das Memórias do Instituto Oswaldo Cruz e membro da Comissão de Redação das Publicações do instituto. Além disso, exerceu as funções de chefe da Seção de Nutrição da Divisão de Higiene (1956-1962), superintendente dos Serviços Auxiliares de Diagnóstico do Hospital Evandro Chagas, compreendendo o Laboratório de Patologia Clínica e os Gabinetes de Raio X e Eletrocardiografia (1956-1959), chefe da Seção de Físico-Química da Divisão de Química (1962-1964) e chefe da Seção de Vírus da Divisão de Virologia (1964-1971). Aposentou-se em 1971, mas permaneceu em atividade ao longo da década como membro da Comissão Nacional de Controle da Meningite, coordenador do Projeto Prioritário de Produção de Vacina contra o Herpes e membro da missão técnica relacionada à vacina contra o sarampo que visitou o Instituto Mérieux, em Lyon (França). Morreu em 3 de julho de 1994, no Rio de Janeiro.

Evandro Serafim Lobo Chagas

  • Pessoa
  • 1905-1940

Nasceu em 10 de agosto de 1905, no Rio de Janeiro, filho de Carlos Ribeiro Justiniano Chagas e Íris Lobo Chagas. Realizou os estudos primários no Colégio Rezende e os secundários no Colégio Pedro II. Sendo seu pai diretor do Instituto IOC, teve a infância e a juventude marcadas pela convivência estreita com os principais cientistas e intelectuais brasileiros e estrangeiros da época. Em 1921 ingressou na Faculdade de Medicina da Universidade do Rio de Janeiro e optou por realizar seu internato no Hospital Oswaldo Cruz (HOC), que posteriormente levaria seu nome, e no Hospital São Francisco de Assis, sob a orientação de Carlos Chagas e Eurico Villela, com quem aprofundou seus estudos de cardiologia. No HOC, ainda estudante, foi responsável pelo Serviço de Radiologia e Eletrocardiografia. Ao se formar em 1926 assumiu a chefia do Serviço e de uma enfermaria do HOC. Como conhecedor de radiologia e eletrocardiografia, exerceu a clínica especializada no Rio de Janeiro, onde foi um dos primeiros a fazer o exame complementar eletrocardiográfico. Em 1930 tornou-se livre-docente da cátedra de medicina tropical da Faculdade de Medicina, que era ocupada por seu pai, apresentando tese intitulada Forma cardíaca da tripanossomíase americana. Nesse ano assumiu a chefia de laboratório da Seção de Patologia Humana do HOC. Em 1936 chefiou a Comissão Encarregada dos Estudos da Leishmaniose Visceral Americana (CEELVA), organizada pelo IOC com o objetivo de investigar a doença, cuja nosologia era praticamente desconhecida na América do Sul. Após algumas excursões pelas regiões Norte e Nordeste, descobriu o primeiro caso humano da leishmaniose visceral americana, cabendo à sua equipe a descrição da doença, identificada como autóctone. Ainda em 1936 obteve o apoio do governo do Pará para a criação do Instituto de Patologia Experimental do Norte, com sede em Belém, atual Instituto Evandro Chagas, e foi designado pelo IOC para orientar as suas atividades técnicas e científicas. O instituto tinha como missão estudar os problemas médico-sanitários da região, orientando sua profilaxia e assistência. O alargamento das atividades da CEELVA levou à formação do Serviço de Estudos das Grandes Endemias (SEGE), em 1937, para o qual foi nomeado superintendente. A criação do SEGE correspondeu à necessidade de estender ao interior as atividades do IOC e esclarecer os principais problemas de patologia regional do país. Foram realizadas pesquisas sobre leishmaniose visceral e tegumentar, malária, doença de Chagas, esquistossomose, filariose e bouba. Em 1938 instalou um laboratório em Recife (PE) voltado para o estudo da esquistossomose, cujos trabalhos ficaram a cargo da Comissão de Estudos de Patologia Experimental do Nordeste. Ainda nesse ano instalou um posto de pesquisas em Russas (CE), o qual contribuiu com a campanha de erradicação do vetor da epidemia de malária ocorrida na região, o mosquito Anopheles gambiae, em ação conjunta com o Serviço de Malária do Nordeste e a Fundação Rockefeller. Em 1940, com a cooperação da Delegacia Federal de Saúde da 2ª Região, realizou o levantamento epidemiológico da malária no vale do Amazonas, sobre o qual se apoiaria a campanha federal de saneamento. Morreu em 8 de novembro de 1940, no Rio de Janeiro.

Miguel Ozório de Almeida

  • Pessoa
  • 1890-1953

Nasceu em 1 de agosto de 1890, no Rio de Janeiro, filho de Gabriel Ozório de Almeida e Carlota Cardoso Ozório de Almeida. Graduou-se pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro em 1911, quando defendeu a tese São os reflexos tendinosos de origem cérebro-espinhal?. Nessa instituição foi interno da cadeira de clínica médica regida por Miguel Couto (1911), preparador interino de fisiologia (1911-1912) e livre-docente de fisiologia (1912), higiene (1915) e física-biológica (1916). Iniciou suas pesquisas científicas com o irmão Álvaro Ozório de Almeida no laboratório de fisiologia por este instalado no porão da casa de seus pais, no bairro do Flamengo, que logo se transformou em um local de reuniões, consultas e estudos para pesquisadores brasileiros e estrangeiros. Entre 1913 e 1917 atuou como subcomissário de Higiene e Assistência Pública no Rio de Janeiro. Na Escola Superior de Agricultura e Medicina Veterinária foi professor de fisiologia (1917-1934), membro fundador da comissão de redação do periódico Archivos da Escola Superior de Agricultura e Medicina Veterinária (1917) e diretor interino (1924). Em 1919 ingressou no Instituto Oswaldo Cruz, onde atuou como assistente (1919-1921), chefe do Laboratório de Fisiologia (1927-1942), chefe de serviço (1938-1942) e chefe da Divisão de Fisiologia (1942-1953). Ocupou também os cargos de diretor do Instituto de Biologia Animal (1933-1934), de diretor-geral da Diretoria Nacional de Saúde e Assistência Médico-Social (1934-1935) e de reitor da Universidade do Distrito Federal (1935-1936). Integrou a Comissão Brasileira de Cooperação Intelectual, a Comissão Internacional de Cooperação Intelectual da Liga das Nações e a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura. Foi membro e dirigente da Academia Brasileira de Ciências, da Academia Nacional de Medicina, da Academia Brasileira de Letras, da Société de Biologie de Paris, da Sociedade de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro, da Sociedade de Biologia do Brasil e da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, entre outras dentro e fora do Brasil. Morreu em 2 de dezembro de 1953, no Rio de Janeiro.

Francisco da Silva Laranja Filho

  • Pessoa
  • 1916-1989

Nasceu em 28 de setembro de 1916, em São Borja (RS). Em 1935 iniciou sua graduação na Faculdade de Medicina de Porto Alegre, que foi concluída em 1940 na Faculdade Nacional de Medicina da Universidade do Brasil. Ainda como estudante atuou na função de eletrocardiografista, auxiliando o professor Edgard Magalhães Gomes, da Santa Casa de Misericórdia, nas perícias médicas que avaliavam a capacidade de trabalho dos operários. Em 1938 foi aprovado em concurso público para a vaga de auxiliar administrativo no Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Industriários (IAPI), e passou no ano seguinte à função de médico auxiliar. Recém-formado, ocupou o cargo de chefe da eletrografia da Santa Casa, serviço criado por Magalhães Gomes, único lugar na época onde as cardiopatias eram tratadas. Em 1942 foi aprovado em outro concurso público do IAPI e ingressou como médico cardiologista. Dois anos depois recebeu o convite de Emmanuel Dias para integrar a equipe de pesquisadores do IOC que se dedicava às pesquisas clínicas em doença de Chagas realizadas no posto de Bambuí (MG). Em 1948 concluiu os estudos de caracterização da cardiopatia chagásica crônica. Em 1953, com a criação do Ministério da Saúde, tornou-se diretor do IOC, em substituição a Olympio da Fonseca Filho. Após o suicídio do presidente Getúlio Vargas em 1954, apresentou seu pedido de demissão para o presidente Café Filho. Deixou a diretoria do IOC em fevereiro do ano seguinte e retomou as pesquisas sobre a doença de Chagas. Em 1956 publicou um artigo científico no periódico Circulation, da Associação Americana de Cardiologia, divulgando as investigações realizadas sobre cardiopatia chagásica em Bambuí. Um ano depois assumiu a direção do Serviço de Assistência Médica Domiciliar de Urgência, cargo em que ficou até o final do governo de Juscelino Kubitschek, a pedido de João Goulart, seu amigo. Em 1964 voltou a atuar no IAPI como médico cardiologista. Em 1971 foi aprovado em concurso público para professor titular de cardiologia da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade de Brasília, mas não foi admitido, pois seu nome fazia parte de uma lista de pessoas que o governo militar afastou de qualquer cargo público de importância. Em 1977 foi convidado pela Fiocruz para desenvolver pesquisas em terapêutica da doença de Chagas, lotado no Departamento de Ciências Biológicas da Escola Nacional de Saúde Pública. Morreu em 7 de setembro de 1989, no Rio de Janeiro.

Frederico Adolfo Simões Barbosa

  • Pessoa
  • 1916-2004

Nasceu em 27 de julho de 1916, no Recife (PE), filho de Fernando Simões Barbosa e Maria Simões Barbosa. Formou-se em 1938 pela Faculdade de Medicina do Recife. Desde o início da carreira engajou-se tanto na vida acadêmica – onde foi docente das cadeiras de microbiologia, parasitologia, zoologia e medicina preventiva na Universidade do Recife, na Universidade Federal de Pernambuco e na Faculdade de Ciências Médicas de Pernambuco –, quanto no desenvolvimento de pesquisas e políticas voltadas para as condições de saúde de sua região ao longo das décadas de 1940 e 1950. O foco de suas investigações foi a esquistossomose, cujos fatores de desenvolvimento foram seu objeto de estudo. Em 1952 formou-se em história natural pela Faculdade Católica de Pernambuco. Participou da fundação do Instituto Aggeu Magalhães em Pernambuco, atual Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães (CPqAM), que dirigiu por dois períodos (1950-1961 e 1964-1969). Entre as décadas de 1950 e 1970 construiu uma significativa carreira de consultor e perito junto à Organização Mundial da Saúde (OMS), à Organização Pan-Americana da Saúde e à Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura. Entretanto, mantinha intercâmbios internacionais desde a década de 1940, quando realizou o mestrado na Faculdade de Higiene e Saúde Pública da Universidade Johns Hopkins e outros cursos nos Estados Unidos. Na passagem pela OMS atuou como parasitologista responsável pela avaliação do uso de moluscicidas no combate à esquistossomose em regiões africanas. Participou de pesquisa em Gana refutando relatórios anteriores da instituição que aprovaram o uso de tais produtos no mais importante lago do país. Após retornar ao Brasil, foi coordenador do Programa Internacional Brasil, Egito e Hungria de pesquisa sobre recursos humanos e atenção primária à saúde (1972-1975) e iniciou sua trajetória na Universidade de Brasília. Na Faculdade de Ciências da Saúde, como professor de medicina comunitária (1972-1981) e como diretor (1975-1976), desenvolveu programa de integração docente-assistencial junto às comunidades carentes do Distrito Federal. Esse trabalho pioneiro contribuiu para a formação de recursos humanos em saúde, combinando conceitos das ciências sociais e das ciências médicas para desenvolver nos estudantes pensamento crítico sobre os determinantes da doença e seu componente político/social. Integrou o grupo que participou da fundação da Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Coletiva, da qual foi o primeiro presidente (1979-1981). Na passagem pela Universidade Federal de São Carlos e pela Secretaria de Ensino Superior do Ministério da Educação e Cultura (1980-1984) deu continuidade aos estudos realizados em Brasília. Em 1983 ingressou na Escola Nacional de Saúde Pública como professor de epidemiologia. Foi diretor da instituição de 1985 a 1989 e desempenhou papel central na criação do Núcleo de Doenças Endêmicas Samuel Pessoa, transformado em departamento em 1993, que abriu espaço interdisciplinar para as pesquisas sobre os fatores e as estratégias de controle social do processo saúde-doença, em sua dimensão coletiva. Após sua aposentadoria, retornou ao CPqAM e deu continuidade aos estudos que o acompanharam ao longo de sua carreira: epidemiologia e estratégias de controle da esquistossomose. Morreu em 8 de março de 2004, no Recife.

Gustavo Kohler Riedel

  • Pessoa
  • 1887-1934

Nasceu em 14 de agosto de 1887, em Porto Alegre (RS), filho de Henrique Riedel e Hermínia Kohler. Em 1906 iniciou sua graduação na Faculdade de Medicina de Porto Alegre, que foi concluída em 1908 na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro com a apresentação da tese Novas contribuições à patogenia da epilepsia. Em 1907 conquistou o primeiro lugar em concurso para interno na Assistência a Psicopatas. Três anos depois fez concurso para alienista, alcançando voto de louvor. Em 1911 foi nomeado livre-docente da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro e diretor interino do Laboratório de Anatomia Patológica do Hospício Nacional de Alienados. Ainda nesse mesmo ano foi promovido a psiquiatra. Em 1918 foi eleito diretor da Colônia de Alienadas do Engenho de Dentro, onde criou o Ambulatório Rivadávia Corrêa com o objetivo de desenvolver ações preventivas em psiquiatria e outras especialidades médicas. Em 1931 assumiu a direção da Assistência Hospitalar do Distrito Federal, e no ano seguinte foi eleito diretor da Assistência a Psicopatas, local onde se aposentou em 1934. Criou a Liga Brasileira de Higiene Mental, da qual foi seu primeiro presidente, de 1923 a 1925. Representou o Brasil em eventos internacionais, como o IV Congresso Médico Latino-Americano (1909), o Centenário de Louis Pasteur (1923), o Congresso Internacional de Higiene Social e Educação Profilática (1923) e o Congresso Internacional de Higiene Mental (1930). Integrou a Academia Nacional de Medicina, onde ocupou a cadeira que pertencerá a Oswaldo Cruz, a Sociedade Brasileira de Psiquiatria, Neurologia e Medicina Legal e a Associação Real Médico-Pisicológica de Londres. Foi casado com Edith Hasch Riedel, com quem teve dois filhos, Lia e Léo. Morreu em 16 de maio de 1934, no Rio de Janeiro.

Hildebrando Monteiro Marinho

  • Pessoa
  • 1917-2007

Nasceu em 2 de novembro de 1917, no Rio de Janeiro, filho de Manuel Faustino Vieira Marinho e Ambrozina Monteiro Marinho. Formou-se em 1941 pela Escola de Medicina e Cirurgia do Instituto Hahnemanniano do Brasil, atual Escola de Medicina e Cirurgia da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro. Durante os primeiros anos da graduação frequentou os serviços dos professores Eduardo Rabelo e Motta Maia. Em seguida atuou no Serviço de Clínica Médica do Hospital Miguel Couto, chefiado pelo professor Lourenço Jorge, primeiro como estagiário e, posteriormente, já concursado, como auxiliar acadêmico. Manteve-se neste serviço até o ano de 1945, quando teve início sua atuação profissional. Na qualidade de assistente do professor Luiz Amadeu Capriglione - 5ª cadeira de Clínica Médica, estruturou e desenvolveu a primeira unidade de hematologia da Faculdade Nacional de Medicina (FNM) da Universidade do Brasil, período considerado o mais importante de sua formação profissional, quando se definiu pela hematologia e chefiou, de 1945 a 1954, a Seção de Hematologia da 5ª cadeira, localizada no Hospital Moncorvo Filho. Em 1955, após a morte de Luiz Capriglione, foi incorporado à 3ª cadeira de Clínica Médica da FNM, sob a chefia do professor Luiz Feijó, continuando na direção da Seção de Hematologia até 1958. Nesse ano implantou o Serviço de Hematologia Clínica do Instituto Estadual de Hematologia Arthur Siqueira Cavalcanti, com sede no Hospital Pedro Ernesto. Foi colaborador também da 2ª cadeira de Clínica Médica da FNM, liderada pelo professor Carlos Cruz Lima onde, na condição de pesquisador, procurou estruturar o Centro de Pesquisas Hematológicas da instituição (1964-1967). Em 1969, durante sua gestão como secretário de Saúde do estado da Guanabara (1966-1971), o Serviço de Hematologia foi incorporado à estrutura organizacional do Instituto de Hematologia, que passou a contar com uma nova sede, unindo as áreas de hemoterapia e hematologia clínica que estavam separadas. Por três vezes assumiu a direção do instituto e a chefia do serviço (1959-1983). Ainda na área da saúde estadual exerceu as funções de diretor do Departamento de Assistência Hospitalar (1960-1961), presidente do Conselho Técnico de Saúde (1966-1971) e diretor-presidente da Superintendência de Serviços Médicos (1966-1971). Em 1983 se afastou da instituição para comandar o Serviço de Hematologia - 3ª Enfermaria do Hospital Geral da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro, onde continuou exercendo suas atividades de pesquisa e ensino. Atuou também como professor e dirigente da Universidade Gama Filho (1969-1993), Fundação Educacional Souza Marques (1975-1981) e Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (1975-1988). Foi membro da Sociedade de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro (1944), da Sociedade Internacional de Hematologia (1948), da Sociedade Brasileira de Hematologia e Hemoterapia (1950), da Sociedade Internacional de Medicina Interna (1964), do Colégio Brasileiro de Hematologia (1965) e da Academia Nacional de Medicina (1969), entre outras. Em 1971 recebeu o título de benemérito da Assembleia Legislativa do Estado da Guanabara por suas contribuições ao ensino, pesquisa e gestão na área da saúde pública. Morreu em 2 de setembro de 2007, no Rio de Janeiro.

Hortênsia Hurpia de Hollanda

  • Pessoa
  • 1917-2011

Nasceu em 26 de maio de 1917, em Corumbá (MS), filha de Horácio Hurpia Filho e Olívia Bacchi Hurpia. Em 1941 iniciou o Curso de Língua e Literatura Anglo-germânicas na Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil, que somente foi concluído em 1943 no Centro de Cultura Inglesa em Assunção, Paraguai. De 1942 a 1947 foi professora contratada pelo Ministério das Relações Exteriores para integrar a equipe de ensino e intercâmbio cultural nesse país, onde lecionou português e noções de puericultura e higiene em escolas da rede oficial. Em 1950 graduou-se em nutrição pela Universidade do Brasil e, dois anos depois, recebeu o diploma de especialista em educação sanitária pela Faculdade de Biologia e Ciências Médicas da Universidade do Chile. Em 1954 obteve o título de Mestre em Saúde Pública e Educação pela Universidade da Califórnia, em Berkeley, Estados Unidos. De 1949 a 1955 foi assistente técnica da Divisão de Educação Sanitária do Serviço Especial de Saúde Pública e orientadora de trabalhos de educação sanitária na Campanha de Combate à Esquistossomose do Serviço Nacional de Malária. A partir de 1956 atuou no Departamento Nacional de Endemias Rurais (DNERu), onde inicialmente chefiou a Seção de Educação Sanitária. Na época coordenou em Mandacaru e Varjão, bairros de João Pessoa (PB), ação pioneira que envolveu as populações locais na discussão de projetos de melhoria das condições ambientais relacionadas com a existência da esquistossomose. Em 1958, como bolsista da Organização Mundial da Saúde (OMS), realizou estudos em áreas de esquistossomose e malária na Itália, Sudão, Uganda, Tanzânia e Egito. Em 1960 estudou planejamento e avaliação de material educativo para a saúde em Washington, Atlanta, Chicago e Nova York. Em 1963 foi contratada como consultora de educação em saúde pela Comissão do Pacífico Sul. Nessa função atuou em países e territórios da Melanésia, Polinésia e Micronésia, como Tonga, Papua Nova-Guiné, Nova Caledônia, Taiti e Ilhas Salomão, e teve destacada participação em reuniões técnicas internacionais sobre controle da malária, combate à tuberculose, urbanização e saúde mental em sociedades tradicionais e organização de serviços de saúde em áreas subdesenvolvidas. De volta ao Brasil em 1968, exerceu as funções de assessora técnica do diretor do Instituto Nacional de Endemias Rurais e, entre 1969 e 1970, de assistente técnica da diretoria do DNERu. De 1968 a 1969 também prestou consultorias para a OMS no México, Costa Rica, Honduras, Guatemala, Paraguai e Argentina. Entre 1970 e 1977 foi assessora e diretora da Divisão Nacional de Educação Sanitária do Ministério da Saúde, assim como assessora junto às secretarias estaduais de saúde do Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Pará, Bahia e Rio Grande do Sul. Ainda na década de 1970 desenvolveu pesquisas referentes aos problemas de vida, saúde e trabalho em Capim Branco (MG), região endêmica de esquistossomose, e à produção de materiais audiovisuais com a participação dos moradores de Serra Pelada (ES). Aposentou-se em 1987, mas continuou assessorando diversos estados brasileiros nas áreas de educação e saúde pública. Morreu em 5 de maio de 2011, em Votuporanga (SP).

Manuel Isnard Teixeira

  • Pessoa
  • 1912-1998

Nasceu a 6 de maio de 1912, em Itapipoca (CE). Realizou seus primeiros estudos em Fortaleza, viajando em 1927 para Salvador, onde frequentou o curso preparatório. Em 1933, diplomou-se pela Faculdade de Medicina da Bahia, ingressando no ano seguinte no Curso de Aplicação do IOC, onde permaneceu até 1936, quando foi contratado como chefe do laboratório da Inspetoria de Defesa Sanitária Animal, em Fortaleza. Simultaneamente à formação acadêmica, iniciou sua militância política, participando da organização do 1º Congresso Leigo Acadêmico do Brasil. Candidatou-se a deputado federal pela União Sindical da Bahia, em 1933. No ano seguinte, passou a atuar no movimento denominado Ala Médica Reivindicadora e na Juventude Comunista da Bahia, ligada ao Partido Comunista Brasileiro (PCB), o que levou a ser preso em 1936. Foi chefe do Serviço de Biologia e diretor científico do laboratório Bezerra S/A, em Fortaleza, de 1938 a 1943, quando seguiu como bolsista do Institute of Interamerican Affairs para os Estados Unidos, onde realizou vários cursos na School of Higiene of Johns Hopkins University. Ao retornar, em 1945, foi convidado para a direção do Instituto Evandro Chagas, do qual se afastou um ano depois, devido às precárias condições de vida no Norte do país. Em 1946, foi encarregado das pesquisas bacteriológicas do Instituto Nacional de Nutrição da Universidade do Brasil, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), função que desempenhou paralelamente à de assistente da cadeira de microbiologia e imunologia. Nesse mesmo ano, foi nomeado biologista da Divisão de Organização Sanitária do Departamento Nacional de Saúde Pública (DNSP), que o designou, em 1947, para chefiar a campanha contra as helmintoses. Desenvolveu, com Amílcar Barca Pellon, o Inquérito Helmintológico Escolar, visando o levantamento das áreas infestadas pela esquistossomose no Brasil, concluído em 1954. A tentativa de fazer valer os interesses dos médicos e sanitaristas nas decisões governamentais relativas à saúde pública fez com que se candidatasse, em 1946, à Assembléia Constituinte, além de participar da criação da Associação Médica do Distrito Federal (AMDF), em 1950. Em 1952, foi nomeado por concurso, médico sanitarista do DNSP, tornando-se chefe do laboratório do Serviço Nacional de Tuberculose, em 1954. Chefiou também o laboratório de pesquisa sobre toxoplasmose e viroses oculares da clínica oftalmológica da Faculdade de Medicina da Universidade do Brasil. A partir de 1959, iniciou uma série de viagens comissionado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), visitando inicialmente o México, Estados Unidos, Canadá e Japão, para estudar a fabricação e aplicação da vacina BCG liofilizada. Foi também à Europa, em 1960, para pesquisar novas técnicas em bacteriologia da tuberculose. Em 1961, de volta ao Brasil, passou a chefiar o laboratório do Instituto Fernandes Figueira (IFF) até 1964, quando teve seu direitos políticos cassados e foi compulsoriamente aposentado sob a acusação de comunismo. De 1964 a 1970, ministrou vários cursos sobre vírus e técnicas de laboratório no Rio de Janeiro e em São Paulo. No período da ditadura militar, continuou militando clandestinamente e participou da Comissão Jurídica Popular, organismo responsável pela apuração de crimes políticos. Em 1973, tornou-se diretor do Instituto Abreu Fialho, sendo nomeado chefe de serviço da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro. Morreu no dia 11 de julho de 1998.

Mário de Beaurepaire Aragão

  • Pessoa
  • 1918-1999

Nasceu em 10 de maio de 1918, no Rio de Janeiro, filho de Henrique de Beaurepaire Rohan Aragão e Maria Amélia Doria de Aragão. Em 1942 formou-se engenheiro agrônomo pela Escola Nacional de Agronomia, atual Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. No ano seguinte iniciou sua trajetória profissional como assistente do Serviço Florestal da Companhia Paulista de Estradas de Ferro. Em 1946 foi nomeado chefe do Posto Agrícola da Secretaria de Agricultura da Prefeitura do Distrito Federal. Em 1949 passou a exercer a função de pesquisador da Seção de Ecologia do Instituto de Malariologia, subordinado ao Serviço Nacional de Malária do Departamento Nacional de Saúde. Nesse instituto realizou pesquisas sobre microclimas, bromelecidas e o raio de voo de mosquitos vetores da malária nos estados do Paraná e Santa Catarina. Em 1956 tornou-se pesquisador do Instituto Nacional de Endemias Rurais (INERu), órgão de pesquisas do Departamento Nacional de Endemias Rurais (DNERu). De 1964 a 1968 trabalhou na Universidade de El Salvador como professor e diretor do Departamento de Ciências Biológicas. Em 1970 foi assessor do Instituto de Conservação da Natureza do estado da Guanabara. Entre 1971 e 1972 frequentou o Curso de Pós-Graduação em Entomologia da Universidade Federal do Paraná e obteve o título de mestre em ciências biológicas com a tese O comportamento dos anofelinos do subgênero Kerteszia, no sul do Brasil e o efeito do inseticida DDT. Em 1975 entrou para o quadro de servidores da Fiocruz, lotado no Instituto de Endemias Rurais, nova denominação do INERu, que passou para a estrutura organizacional da instituição após a extinção do DNERu, ocorrida em 1970. De 1976 a 1978 integrou o Projeto RADAMBRASIL, desenvolvido no âmbito do Ministério das Minas e Energia, na condição de assessor técnico da Divisão de Uso Potencial da Terra. Ainda na década de 1970 fez parte do Conselho de Valorização de Parques do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (1976) e do Grupo de Trabalho do Conselho Nacional de Saúde responsável pela elaboração do manual Praguicidas em saúde pública (1979). Em 1980 transferiu-se para a Escola Nacional de Saúde Pública, da Fiocruz, onde atuou como pesquisador titular no Departamento de Ciências Biológicas até sua aposentadoria em 1990. Durante esse período deu continuidade às pesquisas sobre insetos vetores de doenças e os meios de combatê-los. Morreu em 1º de outubro de 1999, no Rio de Janeiro.

Lauro Jurandir de Castro Leão

  • Pessoa
  • 1917-

Nasceu no dia 1 de janeiro de 1917, em Belém (PA), filho de um comandante de embarcações no Amazonas. Estudou o primário e o ginásio em sua terra natal e concluiu o curso de contabilidade no Rio de Janeiro. Começou a trabalhar aos 16 anos em uma sapataria, e mais tarde, como praticante de piloto do rio Amazonas. Aos 18 anos, decidiu seguir carreira militar, mudando para São Paulo em dezembro de 1933. Em 1936, quando terminava o curso para sargento, foi excluído do Exército devido à sua ligação, na época, com a Ação Integralista Brasileira (AIB). Trabalhou durante alguns meses em atividade comercial, em São Paulo, até transferir-se um ano depois para o Rio de Janeiro, quando iniciou sua carreira de bancário. Em 1937, ingressou no Banco Borges e Irmãos S. A. e filiou-se ao Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro. No final do Estado Novo, tornou-se membro do Partido Comunista Brasileiro (PCB), participando desta agremiação durante o pequeno período de sua legalidade. Em 1946, foi integrante da Junta Interventora no Sindicato dos Bancários. Na década de 1950, exerceu, consecutivamente, quatro mandatos na diretoria do sindicato. Eleito, em 1957, delegado regional do Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Bancários (IAPB), ocupou o cargo até 1962, sendo indicado neste mesmo ano, pela Confederação Nacional de Trabalhadores em Empresas de Crédito (CONTEC), para a direção do setor de arrecadação e fiscalização do IAPB. Em 1964, com o golpe que derrubou o Presidente João Goulart, foi exonerado e preso, voltando posteriormente às atividades como bancário. Em 1982, participou, como representante do Sindicato dos Bancários, da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Senado Federal, para apurar a crise da Previdência Social. Em 1984, participou da criação do Departamento de Aposentados do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, e no ano seguinte, da Federação das Associações de Aposentados e Pensionistas do Estado do Rio de Janeiro. Em 1986 representou essas instituições na VIII Conferência Nacional de Saúde.

Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)

  • Entidade coletiva
  • 1970-

A origem da instituição remonta a criação do Instituto Soroterápico Federal em 25 de maio de 1900. Sua sede permanece localizada no que na época denominava-se Fazenda de Manguinhos, Zona Norte da cidade do Rio de Janeiro. Originalmente o instituto foi criado para fabricar soros e vacinas contra a peste bubônica, por isso sua intensa trajetória se confunde com o próprio desenvolvimento da saúde pública no país. Por obra de Oswaldo Cruz, o Instituto foi responsável pela reforma sanitária que erradicou a epidemia de peste bubônica e a febre amarela da cidade. E logo ultrapassou os limites do Rio de Janeiro, com expedições científicas por diferentes regiões do do país. A instituição também foi está na origem da criação do Departamento Nacional de Saúde Pública, em 1920. Durante todo o século 20, vivenciou as muitas transformações políticas do Brasil. Perdeu autonomia com a Revolução de 1930 e foi foco de muitos debates nas décadas de 1950 e 1960. Com o golpe de 1964, foi atingida pelo chamado Massacre de Manguinhos: a cassação dos direitos políticos de alguns de seus cientistas. A Fundação é criada oficialmente em 22 de maio de 1970, através do Decreto n° 66.624, que incorporou o Núcleo de Pesquisas da Bahia (que passa a ser denominado Centro de Pesquisas Gonçalo Muniz - CPqGM), o Instituto Fernandes Figueira (IFF), a Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP), o Centro de Pesquisas René Rachou (CPqRR) e o Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães (CPqAM), que juntas do IOC, tornam-se unidade técnico-científica da Fiocruz. Com o retorno da democracia, na gestão do sanitarista Sergio Arouca, teve programas e estruturas recriados, e realizou seu 1º Congresso Interno, marco da moderna Fiocruz. Nos anos seguintes, foi palco de grandes avanços, como o isolamento do vírus HIV pela primeira vez na América Latina. Continuou a ampliar suas instalações e, em 2003, teve seu estatuto enfim publicado. Se seguiram grandes avanços científicos, com feitos como o deciframento do genoma do BCG, bactéria usada na vacina contra a tuberculose. Mais tarde foram criados escritórios como o de Mato Grosso do Sul e o de Moçambique, na África.

Instituto de Tecnologia em Fármacos de Manguinhos (Farmanguinhos)

  • Entidade coletiva
  • 1976-

O Laboratório de Tecnologia em Quimioterápicos de Manguinhos foi criado em 1976, através do estatuto da Fiocruz (Norma Regulamentar nº 2.176), cuja aprovação se deu pelo Decreto Presidencial 77.481, de 23 de abril do mesmo ano. Em 1979 iniciou-se a produção do primeiro medicamento, o sulfato ferroso. O Ato da Presidência nº 013/83 de 23/05/1983 modificou o nome para Instituto de Tecnologia em Fármacos. Posteriormente, Farmanguinhos foi qualificada como Unidade Técnico–Científica "cujas atividades estão relacionadas diretamente às áreas finalísticas da Fiocruz, ou seja, pesquisa, ensino, produção de bens e serviços e desenvolvimento tecnológico" (Ato da Presidência 152/88, de 30 de setembro de 1988. Em 1990 o portfólio do instituto compreendia cinco produtos: sulfato ferroso, dapsona, dietilcarbamazina, dexametasona e tetraciclina. Nesse período, a área de produção se dividia em uma linha de pomadas e cremes e duas de comprimidos. A produção foi ampliada em 1992, sendo dividida por classe de doenças, como anemia, hanseníase, câncer, doenças mentais, filariose, cólera, dermatites infecciosas, tracoma, glaucoma e dermatites ceborréicas. Entre os anos de 1993 e 1995 o portfólio de produtos compreendia 127 medicamentos. O primeiro antirretroviral Zidovudina (AZT) passou a ser produzido em 1999. Nos anos 2000 consolidou-se como parceiro estratégico do Ministério da Saúde, com produção ultrapassando a marca de meio bilhão de unidades, e com a participação em programas de assistência farmacêutica, como o Saúde da Família e o Hiperdia, que tem como objetivo a prevenção e o tratamento da hipertensão arterial e diabetes mellitus.

Adauto José Gonçalves de Araújo

  • Pessoa
  • 1951-2015

Nasceu no Rio de Janeiro, em 29 de janeiro de 1951. Graduou-se na Faculdade de Medicina da UFRJ em 1975. Na Fiocruz fez mestrado em Biologia Parasitária em 1980 e doutorado em saúde pública em 1987. Obteve pós-doutorado pela University of Nebraska (EUA) em 2002. Passou a integrar, como professor e pesquisador, a ENSP em 1984, quando deixou a UFRJ. Foi pioneiro no campo da paleoparasitologia, que estuda origem e evolução das infecções parasitárias. Também pesquisou em outras áreas, como a helmintologia de parasitos, a epidemiologia, a origem e evolução do parasitismo, publicando mais de noventa artigos. Em 1984 foi eleito presidente da Associación Latino Americana y del Caribe de Educación en Salud Pública (ALAESP). Foi diretor da ENSP de dezembro de 1994 a dezembro de 1997, e em sua gestão foi criado o programa de Educação a Distância.

Luiz Marino Bechelli

  • Pessoa
  • 1912-2004

Nasceu em 25 de março de 1912, em Piramboia (SP). Descendente de imigrantes italianos, teve forte influência familiar no gosto pela arte europeia, principalmente a italiana. Sempre gostou de praticar esportes, especialmente tênis e basquete. Após concluir o ensino médio, no colégio Anglo Latino, em São Paulo, iniciou a graduação no curso de Medicina em 1928, na Faculdade de Medicina de São Paulo, hoje pertencente à USP. Em 1933, no término da graduação, trabalhou no Posto de Sífilis Arnaldo Vieira de Carvalho, o que lhe despertou o interesse pela área da dermatologia. Em 1934, estagiou no Leprosário Cocais, em Casa Branca, São Paulo, e optou definitivamente pela atuação na área da hanseníase. Entre 1940 e 1942 foi médico-chefe da Inspetoria Regional de Araraquara, São Paulo. Em 1945 ganhou uma bolsa para estudar Dermatologia na Columbia University, em Nova York, nos Estados Unidos, e no ano seguinte esteve em Cleveland para estudar Epidemiologia de Moléstias Infecciosas e Bioestatística, na Case Western Reserve University. Ao retornar dos Estados Unidos foi contratado pelo Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, ao mesmo tempo em que atuava no Departamento de Profilaxia da Lepra (DPL). Em 1957 transferiu-se para Ribeirão Preto a convite do professor Zeferino Vaz para lecionar dermatologia na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto; além disso, assumiu, em agosto de 1957 a responsabilidade por organizar e desenvolver o Departamento de Dermatologia daquela faculdade. Assim, entre 1957 e 1960 atuou como professor e diretor da USP de Ribeirão Preto. O dr. Bechelli foi um dos fundadores da Sociedade Paulista de Leprologia e participou de iniciativas importantes e inovadoras no combate à hanseníase, como, por exemplo, a introdução da Sulfona no tratamento da doença. Juntamente com Abraão Rotberg, Nelson de Souza Campos e Flavio Maurano, disputou os concursos de monografia promovidos pelo Serviço Nacional de Lepra (SNL) em 1942 e 1943. Recebeu prêmios e homenagens pelo seu Tratado de Leprologia obra clássica no campo da Hansenologia que, em conjunto com outras publicações do SNL, foram importantes para subsidiar os estudos na área. De 1959 até 1993 esteve na Organização Mundial de Saúde, como especialista em leprologia, atuando em projetos importantes como a experimentação da vacina BCG na África, e chegou a chefiar o Programa Mundial de Controle da Lepra. Aposentou-se definitivamente em 1996, mas continuou escrevendo e publicando trabalhos para congressos ligados à hanseníase. Faleceu em 16 de agosto de 2004, em Ribeirão Preto, São Paulo.

Instituto Nacional de Endemias Rurais (INERu)

  • Entidade coletiva
  • 1956-1970

O Instituto Nacional de Endemias Rurais (INERu) originou-se da lei n. 2.743, de 6 de março de 1956, que criou o Departamento Nacional de Endemias Rurais (DNERu) no Ministério da Saúde. Sua estrutura organizacional era constituída pelo Núcleo Central de Pesquisas da Guanabara, Centro de Pesquisa René Rachou (MG), Núcleo de Pesquisas da Bahia e Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães (PE). Aos centros e núcleos, por seus laboratórios, competia: realizar estudos e pesquisas sobre o conhecimento de malária, leishmaniose, doença de Chagas, peste, brucelose, febre amarela, esquistossomose, filariose e outras endemias brasileiras, investigando a natureza e o comportamento de seus agentes etiológicos, vetores e hospedeiros, assim como os fatores e modos de transmissão; atuar no aperfeiçoamento das medidas de combate às endemias; participar, com a Divisão de Profilaxia do DNERu, dos inquéritos destinados a determinar o grau de prevalência e de morbidade das referidas doenças e a avaliar os métodos profiláticos empregados, como também estabelecer as normas observadas nesses inquéritos; promover a celebração de convênios, acordos, contratos e ajustes com outros órgãos de pesquisas, governamentais ou não. Durante a década de 1960 o INERu instituiu programas de trabalho visando à intensificação do controle e combate às endemias rurais, tais como: Plano Piloto para Experimentação e Avaliação da Metodologia no Controle da Esquistossomose, Investigações e Estudos sobre Doença de Chagas, Pesquisas sobre Leishmanioses e Projeto Piloto para Pesquisas Aplicadas ao Combate à Peste no Brasil. Em 1970, pelo decreto n. 66.623, de 22 de maio, foi criada a Superintendência de Campanhas de Saúde Pública, resultado da fusão do DNERu com as Campanhas de Erradicação da Varíola e da Malária. Nessa mesma data, pelo decreto n. 66.624, a Fundação de Recursos Humanos para a Saúde foi transformada em Fundação Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o INERu a ela integrado. Pelo decreto n. 67.049, de 13 de agosto de 1970, o INERu passou a denominar-se Instituto de Endemias Rurais, ficando subordinado à direção do Instituto Oswaldo Cruz (IOC) como órgão autônomo. No primeiro semestre de 1976 foi aprovado pelo ministro da Saúde o Plano de Reorientação Programática da Fiocruz, que integrou as atividades e definiu os objetivos até então dispersos na área de pesquisa. Dessa forma, o INERu foi incorporado à estrutura do IOC, e seus centros e núcleos regionais foram transformados nestas unidades: Centro de Pesquisa René Rachou, Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães e Centro de Pesquisa Gonçalo Moniz.

Alfredo Jorge Guimarães Ferreira

  • Pessoa
  • 1913-2007

Nasceu em 26 de outubro de 1913, na cidade de Paris, França, filho de Alfredo Augusto Vaz Ferreira e Ambrosina Guimarães Ferreira. Em 1937 formou-se em arquitetura pela Escola Nacional de Belas Artes da Universidade do Brasil, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro, e integrou a equipe liderada pelo arquiteto Atílio Corrêa Lima que venceu o concurso nacional de projetos para a construção da Estação de Hidroaviões do Rio de Janeiro, atual sede do Clube da Aeronáutica. Entre 1942 e 1950 chefiou a Divisão de Obras do Ministério da Educação e Saúde. Projetou a Hospedaria e Estação de Controle de Imigração, na Ilha das Flores (RJ) em 1945, e dois anos depois, o Pavilhão Arthur Neiva do IOC com a colaboração de Roberto Burle Marx. Ainda em 1947 atuou como professor de arquitetura hospitalar de cursos de Administração Hospitalar organizado pela Divisão de Organização Hospitalar do Ministério da Educação e Saúde. Em 1948 projetou o dormitório do internato do Colégio Pedro II, situado no bairro de São Cristóvão, no Rio de Janeiro, e o restaurante dos funcionários do IOC. Em 1949 participou do concurso nacional de projetos para construção do Estádio do Maracanã integrando a equipe composta por Thomaz Estrella, Renato Mesquita dos Santos e Renato Soeiro. No ano seguinte projetou a escola profissionalizante em Teresina (PI) e também foi responsável pelos projetos dos prédios das escolas técnicas de Manaus (AM) e Fortaleza (CE). De 1951 a 1970 atuou como consultor da Universidade Federal do Paraná e da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Em 1954 projetou a casa modernista de Stanislav Kozlowski no bairro do Leblon e três anos depois a sede do Instituto Nacional do Câncer, situado na Praça da Cruz Vermelha, região central do Rio de Janeiro. Colaborou no projeto de reforma do restaurante da Fiocruz em 1995, mesmo estando aposentado como funcionário público desde 1970. Morreu em 2007, na cidade de Teresópolis (RJ).

Lauro Pereira Travassos

  • Pessoa
  • 1890-1970

Nasceu em 2 de julho de 1890, em Angra dos Reis (RJ), filho de João de Mattos Travassos e de Laura Pereira Travassos. Formou-se em 1913 pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, apresentando a tese Sobre as espécies brazileiras da subfamília Heterakinae. Três anos antes de sua formatura foi nomeado auxiliar acadêmico do Serviço de Profilaxia da Febre Amarela no Rio de Janeiro. Participou de diversas expedições científicas, a primeira das quais em 1912 à cidade de Botucatu (SP), ao lado de Paulo Parreiras Horta, com o objetivo de estudar as epizootias do gado. Em 1915 acompanhou as primeiras demonstrações da Fundação Rockefeller sobre a profilaxia da ancilostomíase em Minas Gerais, e dois anos depois tomou parte da Comissão Científico-Militar enviada à Ilha de Trindade, no litoral fluminense. Em 1918 mereceu elogios de Carlos Chagas por sua cooperação nos trabalhos de assistência hospitalar e socorros domiciliares durante a epidemia de gripe espanhola que grassou na capital federal. Em 1923 foi nomeado médico auxiliar do Serviço de Saneamento e Profilaxia Rural do Rio de Janeiro. Entre 1922 e 1950 realizou expedições ao Pantanal do Mato Grosso, dirigindo comissões do IOC em trabalhos de campo sobre parasitologia. Em 1929, a convite do Instituto de Medicina Tropical de Hamburgo, ingressou em projeto de intercâmbio intelectual com pesquisadores brasileiros. Suas atividades docentes tiveram início no ano de 1913, quando passou a lecionar no Curso de Aplicação do IOC. Em 1915 tornou-se livre-docente da cátedra de história natural e parasitologia da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. De 1926 a 1928 ministrou aulas de parasitologia na Faculdade de Medicina de São Paulo, de cujo corpo docente tornara-se conhecido por seus trabalhos científicos e pela participação em congressos médicos e de higiene. Em 1930 prestou concurso para as áreas de parasitologia e zoologia médica da Escola Superior de Agricultura e Medicina Veterinária, sendo nomeado em seguida. Foi também professor de zoologia da Escola de Ciências da Universidade do Distrito Federal, entre 1935 e 1937. Nesse último ano, em função da lei que impedia a acumulação de empregos públicos, renunciou à carreira no magistério e passou a se dedicar exclusivamente ao IOC, onde exerceu as funções de chefe da Divisão de Zoologia Médica e de professor de helmintologia nos cursos oferecidos pela instituição. Por sua trajetória profissional recebeu os prêmios Desportes, da Academia de Medicina de Paris, em 1944, e Alfred Jurzykowski, da Academia Nacional de Medicina, em 1968, como também a Ordem do Mérito Médico, na classe de comendador, concedida pelo Ministério da Saúde, em 1964. Fundou a Sociedade de Biologia do Rio de Janeiro e foi presidente de honra da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência. Morreu em 20 de março de 1970, no Rio de Janeiro.

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