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registro de autoridade

Augusto Cid de Mello Perissé

  • BR RJCOC AP
  • Pessoa
  • 1917-2008

Nasceu em 30 de abril de 1917, em Barbacena (MG), filho de João Gambetta Perissé e Irene de Mello Perissé. Em 1938 formou-se pela Escola Nacional de Farmácia da Universidade do Brasil, atual Universidade Federal do Rio Janeiro. Em 1943 ingressou no IOC como químico analista. Na instituição foi tecnologista, professor, pesquisador e organizador do Laboratório de Química Orgânica. De 1948 a 1951 realizou cursos de especialização em química orgânica, bioquímica, eletrônica e microscopia eletrônica no IOC. Lecionou química no Instituto de Tecnologia do Rio de Janeiro (1952) e na Universidade da Bahia (1956). Em 1957 obteve o grau de doutor em ciências (química) pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo ao apresentar a tese intitulada Sobre a síntese e as propriedades de formazanos e tetrazenos. Ainda em 1957 viajou para Frankfurt, Alemanha Ocidental, a fim de realizar o pós-doutorado como bolsista do Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico (DAAD). Em seguida, passou dois anos no Collège de France, em Paris, dando continuidade ao seu pós-doutorado. Em 1965 foi pesquisador visitante no laboratório do professor László Mester, do Instituto de Química de Substâncias Naturais, de Gif-sur-Yvette, França. Em 1970, com outros nove pesquisadores do IOC, teve seus direitos políticos suspensos e também foi aposentado pelos Atos Institucionais 5 e 10 (AI-5 e AI-10) do governo militar instaurado no país em 1964, episódio denominado de "Massacre de Manguinhos". Embora tenha sido aprovado em concurso para professor da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto nesse mesmo ano, não pode ocupar o posto devido a sua cassação. Além disso, foi obrigado a interromper suas pesquisas sobre venenos de diplópodes (gongôlo) brasileiros. Em 1972, a convite do professor Mester, voltou ao Instituto de Química de Substâncias Naturais, onde permaneceu até 1975. Ainda no exterior, em 1973, esteve no Instituto Nacional de Saúde e Pesquisa Médica, de Paris, na Universidade Técnica de Munique e no Instituto Max Planck, de Heidelberg, onde pesquisou a síntese automática de proteínas. Entre 1976 e 1977 atuou em Moçambique como professor catedrático concursado da Universidade Eduardo Mondlane. Retornou ao Brasil por causa de problemas de saúde da esposa. Em 1981, como bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, recomeçou seu trabalho em Manguinhos, quando prestou consultoria à Vice-Presidência de Desenvolvimento da Fiocruz e retomou suas pesquisas sobre os diplópodes. Em 1984 iniciou estudos sobre química e bioquímica da hanseníase. No ano de 1986 foi reintegrado ao quadro de pesquisadores da Fiocruz. Em 1994, devido a problemas de saúde, afastou-se da instituição. Foi membro da Sociedade Brasileira de Química, da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), da Sociedade de Biologia do Rio de Janeiro e das Sociedades de Química de Londres e da Alemanha. Morreu em 30 de março de 2008, no Rio de Janeiro.

Celso Arcoverde de Freitas

  • BR RJCOC CE
  • Pessoa
  • 1913-2005

Nasceu em 3 de outubro de 1913, em Engenho Souza, Água Preta (PE), filho de Manoel de Siqueira Barbosa Arcoverde e Celsa Freire Arcoverde. Como sua mãe morreu no parto, foi criado pela irmã de seu pai, Carlota, casada com Theophilo José de Freitas, a quem homenageou com a adoção de seu sobrenome quando alcançou a maioridade. Ainda menino mudou-se para Recife, onde fez os cursos primário, secundário e os exames preparatórios para a Faculdade de Medicina do Recife, hoje pertencente à Universidade Federal de Pernambuco, diplomando-se em 1934. Iniciou sua trajetória profissional no ano de 1935 como assistente extranumerário de clínica médica do Hospital Pedro II de Recife. A partir de 1938 foi médico auxiliar no distrito de Caruaru da Delegacia Federal de Saúde da 5ª região e, um ano depois, passou a acumular o cargo de assistente extranumerário de clínica médica do Hospital São Sebastião da mesma localidade. De 1941 a 1956 chefiou setores e circunscrições do Serviço Nacional de Peste (SNP) em estados do Nordeste. Nesse período fez o Curso de Especialização em Peste do Departamento Nacional de Saúde (1943), o Curso Básico de Saúde Pública do IOC (1946) e foi contratado como médico especializado do SNP (1947). Com a criação do Departamento Nacional de Endemias Rurais (DNERu), em 1956, foi designado para coordenar a Campanha contra o Tracoma. Em 1958 assumiu a subchefia do gabinete do ministro da Saúde Mário Pinotti. Em 1960 foi membro do Grupo de Trabalho para elaboração do Programa de Saúde do 1° Plano Diretor da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste, além de assistente técnico do DNERu. Em 1961 respondeu pela direção geral do órgão e também por sua Divisão de Profilaxia até 1964. Em 1962 exerceu as funções de relator do Grupo de Trabalho sobre Campanha Contra Tracoma, membro do Grupo de Trabalho sobre Campanha Contra Peste, ambos organizados pelo Ministério da Saúde, e professor da disciplina Fundamentos Sócio-Econômicos da Escola Nacional de Saúde Pública. Em 1964 recebeu a Ordem do Mérito Médico no grau de oficial. Na Organização Pan-Americana da Saúde, entre 1966 e 1969, atuou como consultor do Programa de Controle de Peste no Equador, Peru e Bolívia. Em 1968 foi chefe do Núcleo Central de Pesquisas do Instituto Nacional de Endemias Rurais (INERu), bem como diretor substituto da instituição. Em 1972 foi designado para responder pelo expediente da Divisão de Campanhas da Superintendência de Campanhas de Saúde Pública. Foi assessor do ministro da Saúde Mário Machado de Lemos em 1973 e no ano seguinte diretor do INERu da Fiocruz. Após aposentar-se no Ministério da Saúde, em 1980, trabalhou na Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro com Isnard Teixeira. Integrou a Sociedade de Internos dos Hospitais do Recife, a Sociedade Brasileira de Higiene, a Sociedade Brasileira de Médicos Escritores – Regional Pernambuco e a Academia Pernambucana de Medicina. Foi casado com Flora de Araújo Jorge Arcoverde de Freitas, com que teve quatro filhos. Morreu em 31 de agosto de 2005, no Rio de Janeiro.

Arthur Neiva

  • Pessoa
  • 1880-1943

Nasceu em 22 de março de 1880, em Salvador (BA), filho de João Augusto Neiva e Ana Adelaide Paço Neiva. Iniciou o curso superior na Faculdade de Medicina da Bahia, concluindo-o na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro em 1903. Trabalhou para a Inspetoria de Profilaxia da Febre Amarela nas campanhas dirigidas por Oswaldo Cruz visando à erradicação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença. Em 1906 ingressou no Instituto Soroterápico Federal, posteriormente denominado IOC, onde realizou pesquisas em entomologia e parasitologia. Em 1907 participou ao lado de Carlos Chagas da campanha de profilaxia da malária em Xerém (RJ). Nessa região estudou os hábitos e as características dos mosquitos transmissores da doença e identificou alguns grupos de seus parasitos resistentes à quinina. Em 1908, como pesquisador do IOC, desenvolveu pesquisas sobre os insetos transmissores da doença de Chagas. Em 1910 forneceu informações detalhadas sobre a biologia do Conorhinus megistus – depois denominado Panstrongylus megistus –, que contribuíram para os primeiros conhecimentos sobre o ciclo evolutivo do Trypanosoma cruzi. Ainda sobre a doença de Chagas, realizou a classificação de espécies de barbeiros e explicou o mecanismo de transmissão, formulando a hipótese de que, ao se coçar, o indivíduo introduz em seu corpo, pela pele ou por uma mucosa, as fezes do inseto que contém tripanossomas. Durante a década de 1910 participou de expedições científicas enviadas pelo IOC ao interior do Brasil. Ao lado de Belisário Penna percorreu estados das regiões Nordeste e Centro-Oeste, com recursos do IOC e da Inspetoria de Obras contra as Secas, e publicou, quatro anos depois, um relatório em que são denunciadas as más condições de vida e saúde da população rural. Participou do movimento que congregou cientistas, médicos e intelectuais em prol do saneamento do país. Em 1914, com a tese intitulada Revisão do gênero Triatoma Lap., sobre um dos gêneros de barbeiros, tornou-se livre-docente da cadeira de história natural médica e parasitologia da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. De 1923 a 1927 dirigiu o Museu Nacional do Rio de Janeiro. Entre 1924 e 1927 chefiou a Comissão de Estudos e Debelação da Praga Cafeeira do estado de São Paulo, trabalhando com Angelo Moreira da Costa Lima e Edmundo Navarro de Andrade. Em 1928 o governo paulista o contratou como diretor-superintendente do recém-criado Instituto Biológico de Defesa Agrícola e Animal, denominado, a partir de 1937, Instituto Biológico, onde permaneceu até 1932. Após a Revolução de 1930, ocupou cargos na administração pública, como o de interventor federal na Bahia. De 1935 a 1937 foi deputado federal pelo Partido Social Democrático baiano. Com a implantação do Estado Novo, retomou suas atividades em Manguinhos. Morreu em 6 de junho de 1943, no Rio de Janeiro.

Herman Lent

  • Pessoa
  • 1911-2004

Nasceu em 3 de fevereiro de 1911, no Rio de Janeiro, filho de Hano e Anna Lent. Estudou no Colégio Militar do Rio de Janeiro, obtendo o título de agrimensor e bacharel em ciências e letras em 1928. Entre 1931 e 1932 realizou o Curso de Aplicação do IOC. Em 1934 graduou-se pela Faculdade de Medicina da Universidade do Rio de Janeiro, onde ingressou em 1929 e exerceu a função de auxiliar acadêmico de parasitologia (1933-1934). Em 1932, a convite de Carlos Chagas, iniciou sua trajetória no IOC como estagiário do Laboratório de Helmintologia dirigido por Lauro Travassos. Nesse período publicou seu primeiro artigo científico com João Ferreira Teixeira de Freitas (1934), com quem manteve parceria por alguns anos. Influenciado por Arthur Neiva, passou a se interessar por entomologia, especializando-se no estudo da família Reduviidae, com destaque para os vetores da doença de Chagas. No IOC exerceu os cargos de chefe de clínica (1936), assistente técnico (1938), técnico especializado (1939) e pesquisador (1941). Além disso, chefiou a Seção de Entomologia (1950, 1954-1956 e 1959-1961) e a Divisão de Zoologia (1961-1964). Desde 1934 participou de inúmeras expedições pelo Brasil e América Latina para coleta de material científico. Integrou a Missão de Cooperação Intelectual do Ministério de Relações Exteriores do Brasil ao Paraguai (1943-1944), sendo nomeado chefe honorário do Laboratório de Parasitologia do Instituto de Higiene de Assunção. Atuou como professor na Escola de Ciências da Universidade do Distrito Federal (1935-1937), na Escola de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro (1940), em cursos do Ministério da Saúde (1940-1942 e 1964), no Colégio Pedro II (1954-1967) e como conferencista do Conselho Nacional de Pesquisas (1968-1970). Em 1970, com outros nove pesquisadores do IOC, teve seus direitos políticos suspensos e foi aposentado pelos Atos Institucionais 5 e 10 (AI-5 e AI-10), episódio relatado no livro O massacre de Manguinhos. Dois anos depois foi para a Venezuela, atuando como professor de pós-graduação em parasitologia da Universidade de Los Andes até 1974. De 1975 a 1976 foi pesquisador associado do Museu Americano de História Natural, quando produziu com Pedro Wygodzinsky uma obra de referência sobre triatomíneos, "Revision of the Triatominae (Hemiptera, Reduviidae), and their significance as vectors of Chagas' disease", publicada em 1979. Após retornar ao Brasil, em 1976, foi convidado para trabalhar na Universidade Santa Úrsula, onde desempenhou as funções de professor titular, decano (1980-1981) e membro do Conselho de Ensino e Pesquisa (1982-1989). Não aceitou a reintegração à Fiocruz em 1986, porém fez parte do Conselho Técnico-Científico da instituição (1985-1988), além de frequentar o Laboratório Nacional e Internacional de Referência em Taxonomia de Triatomíneos do IOC. Foi membro da Sociedade Brasileira de Biologia (1940), da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (1961) e da Academia Brasileira de Ciências (1966), entre outras. Recebeu diversas honrarias, como o prêmio Costa Lima (1972), a Ordem Nacional do Mérito Científico (1995) e o título de pesquisador emérito da Fiocruz (2004). Morreu em 7 de junho de 2004, no Rio de Janeiro.

José Jurberg

  • Pessoa
  • 1937-

Nasceu em 24 de julho de 1936, no Rio de Janeiro. Em 1960 graduou-se em farmácia pela Faculdade de Farmácia e Odontologia do Estado do Rio de Janeiro, atual Universidade Federal Fluminense. Ainda em 1960 iniciou sua trajetória no IOC como estagiário na Seção de Entomologia sob a orientação de Herman Lent e Hugo de Souza Lopes. Dois anos depois frequentou o Curso de Entomologia e em seguida foi contratado como pesquisador da instituição. Em 1963 publicou nas Memórias do IOC seu primeiro trabalho científico, intitulado “Contribuição para o estudo da morfologia do Myrmeleon januarius (Navas, 1916) (Neuroptera, Myrmeleonidae)”. Nessa mesma década ingressou na área de ensino como professor de higiene e legislação farmacêutica da faculdade em que se formou. Junto aos orientadores participou da criação de uma nova ferramenta para identificar os triatomíneos (barbeiros) e outros grupos de insetos por meio da análise comparativa das estruturas fálicas e anatomia interna. A partir desse momento, destacou-se por sua habilidade na arte do desenho científico e pelo intercâmbio estabelecido com instituições brasileiras e estrangeiras. Com a suspensão dos direitos políticos e a aposentadoria de dez pesquisadores do IOC pelos Atos Institucionais 5 e 10 (AI-5 e AI-10) em 1970, episódio denominado Massacre de Manguinhos, tornou-se responsável pela Seção de Entomologia e defensor da manutenção da Coleção Entomológica. Além disso, se empenhou pelo reingresso dos pesquisadores à Fiocruz, fato ocorrido em 1986 durante a gestão de Sérgio Arouca, de quem foi assessor no Conselho Técnico-Científico. Em 1978 foi mestre em ciências biológicas pelo Museu Nacional. Em 1989 implantou o Laboratório Nacional e Internacional de Referência em Taxonomia de Triatomíneos. No ano de 1996 obteve o título de doutor em ciências pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Entre 1991 e 1997 chefiou o Departamento de Entomologia do IOC. Aposentou-se em 2006, mas permaneceu como chefe de laboratório e curador da Coleção de Triatomíneos.

Moacyr Vaz de Andrade

  • Pessoa
  • 1920-?

Nasceu em 20 de março de 1920, no Rio de Janeiro. Formou-se bacharel em Química pela Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil, atual UFRJ, doutorando-se pela mesma universidade, em 1951. Aluno do Curso de Aplicação do IOC, foi contratado, em 1943, ao ser aprovado em concurso para químico analista. Em Manguinhos, foi professor e pesquisador da seção de micologia, onde se dedicou a investigações em Química e Terapêutica de fungos. Representou o IOC na Comissão de Biofarmácia do Serviço Nacional de Fiscalização de Medicina e Farmácia do Ministério da Saúde. Professor de Química em diversas escolas de segundo grau do Rio de Janeiro, lecionou também no curso de pós-graduação da Faculdade Nacional de Farmácia da Universidade do Brasil. Em 1970, vinha desenvolvendo pesquisas sobre a atividade antitumor de substâncias produzidas por fungos, quando teve seus direitos políticos suspensos e foi aposentado pelo Atos Institucionais nº 5 e 10 (AI-5 e AI-10). Devido a esse fato, foi obrigado a interromper suas investigações, ficando praticamente desempregado durante dois anos e meio. A partir de 1973, passou a trabalhar para a iniciativa privada, chefiando o controle de qualidade de produtos farmacêuticos, alimentícios e dietéticos. É membro da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), da Associação Brasileira de Química e das Sociedades de Micopatologia Médica e Veterinária e de Biologia do Rio de Janeiro. Em 1986, foi reintegrado ao quadro de pesquisadores da Fiocruz, voltando a trabalhar no Departamento de Micologia, do qual se afastou em 1997 por problemas de saúde.

Hugo de Souza Lopes

  • Pessoa
  • 1909-1991

Nasceu no Rio de Janeiro em 5 de janeiro de 1909. Formou-se médico veterinário pela Escola Superior de Agricultura e Medicina Veterinária (1933). Ainda estudante, em 1931 ingressou como estagiário voluntário no laboratório de Lauro Travassos no IOC, onde iniciou suas pesquisas sobre dípteros Sarcophagidae (moscas). De 1932 a 1938 foi auxiliar técnico da Seção de Entomologia do Instituto de Biologia Vegetal, chefiada por frei Thomaz Borgmeier. Em 1938 retornou ao IOC, ocupando os cargos de pesquisador na Seção de Helmintologia (1949) e chefe da Seção de Entomologia (1960-1964). Além de suas atividades de pesquisa, dedicou-se ao ensino de zoologia médica, parasitologia e entomologia na escola onde se formou (1934-1964), no Curso de Aplicação do IOC (1950-1968) e no Curso de Saúde Pública da Fundação Gonçalo Muniz (1951). Em 1970, com outros nove pesquisadores do IOC, teve seus direitos políticos suspensos e foi aposentado pelos Atos Institucionais nº 5 e 10 (AI-5 e AI-10), no episódio denominado Massacre de Manguinhos. Passou, então, a desenvolver suas pesquisas no laboratório de entomologia do Museu Nacional. Em 1976 integrou o corpo docente da Universidade Santa Úrsula. Com a anistia, foi reintegrado à Fiocruz em 1986 e passou a atuar no Departamento de Biologia do IOC como pesquisador titular. Suas pesquisas abrangeram os campos da entomologia, malacologia e botânica. Formou expressiva coleção de espécies dos grupos estudados, principalmente de insetos, bem como descreveu inúmeros gêneros e espécies novas para a ciência, com mais de duzentas publicações nessa área. Morreu em 10 de maio de 1991, no Rio de Janeiro.

Paulo Barragat

  • Pessoa
  • 1923-2015

Nasceu em 15 de junho de 1923, no Rio de Janeiro, filho de Marcello Barragat e Olga Correa Barragat. Iniciou sua trajetória profissional em 1947 ao graduar-se em química pela Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro. Nesse mesmo ano ingressou como estagiário na Seção de Análises Químicas do Instituto de Química Agrícola (IQA) do Ministério da Agricultura, atual Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Por solicitação da Secretaria de Agricultura do Distrito Federal, em convênio com o IQA, foi contratado com Hilda Almeida Aguiar para o trabalho de análises de terras. Com o fim do convênio, ambos foram requisitados pelo Instituto de Malariologia, com sede na Cidade das Meninas, em Duque de Caxias (RJ), subordinado ao Serviço Nacional de Malária, cuja missão era realizar estudos sobre a doença, além de incorporar investigações sobre outras endemias, como a doença de Chagas e a esquistossomose. Na instituição chefiou a Seção Técnica, onde eram preparados e testados os inseticidas diclorodifeniltricloroetano (DDT) e hexaclorociclohexano (BHC), largamente utilizados no combate aos transmissores dessas endemias. Em 1956, com a criação do Departamento Nacional de Endemias Rurais, as atividades de produção de inseticidas ficaram sob a responsabilidade do Serviço de Produtos Profiláticos (SPP), que, no ano seguinte, passou também a produzir medicamentos. Nesse período ocupou o cargo de chefe da Seção Industrial. Em 1962 conseguiu transferir o SPP para um terreno localizado no campus de Manguinhos. Em 1966 foram inauguradas as novas instalações do SPP, destinado à produção de derivados do DDT. Esteve à frente do Instituto de Produção de Medicamentos, órgão da Fiocruz originado pela fusão do SPP com o Departamento de Soros e Vacinas do IOC, atualmente denominado Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos). Foi membro da Associação Brasileira das Indústrias de Química Fina e dos conselhos diretor e consultivo da Central de Medicamentos. Aposentou-se em 1991. Morreu em 1 de abril de 2015, no Rio de Janeiro.

Walter Vieira Mendes

  • Pessoa
  • 1914-1969

Nasceu em 26 de dezembro de 1914, no Rio de Janeiro, filho de José Machado Mendes e Adelaide Vieira Mendes. Formou-se em 1940 pela Faculdade Nacional de Medicina da Universidade do Brasil, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro. Ao longo de sua trajetória profissional teve destacada atuação em instituições de saúde localizadas no Rio de Janeiro, onde foi secretário-geral da Federação das Sociedades de Tuberculose, diretor do Hospital Sanatório Torres Homem, diretor do Hospital Sanatório de São Sebastião e diretor do Departamento de Tuberculose da Prefeitura do Distrito Federal. Em 1953 atuou como professor de curso sobre tuberculose (uso do fármaco isoniazida no tratamento da doença) realizado na Faculdade Nacional de Medicina em colaboração com a Campanha Nacional contra a Tuberculose. Morreu em 22 de dezembro de 1969, no Rio de Janeiro.

Sólon de Camargo

  • Pessoa
  • 1912-1993

Nasceu em 27 de junho de 1912, em Alfenas (MG), filho de João de Camargo e Amélia de Oliveira Camargo. Em 1935 graduou-se em medicina pela Escola de Medicina e Cirurgia do Instituto Hahnemmaniano do Brasil. Em 1937 iniciou sua trajetória profissional no campo da saúde pública ao ingressar no Serviço de Febre Amarela, que esteve a cargo da Fundação Rockefeller até 1939, quando passou para a esfera administrativa do Ministério da Educação e Saúde, sob a denominação de Serviço Nacional de Febre Amarela. Nesses órgãos atuou como médico (1937-1940) e chefe (1939-1946) dos setores Pernambuco, Ceará, Espírito Santo e Piauí, e chefe (1946-1950) da Circunscrição Nordeste. De 1950 a 1965, por meio de convênio celebrado entre o governo brasileiro e a Repartição Sanitária Pan-Americana, da Organização Mundial da Saúde, foi médico e consultor especializado junto a diversos países do continente americano, como Guatemala, Argentina, Colômbia, Venezuela e Jamaica. As ações empreendidas no período se concentraram em torno da supervisão e treinamento de recursos humanos para o controle da febre amarela, erradicação do Aedes aegypti e administração sanitária em geral. Em 1961 tornou-se mestre em saúde pública pela Escola de Higiene e Saúde Pública da Universidade de Johns Hopkins, em Baltimore, Estados Unidos. De volta ao Brasil, trabalhou no Instituto Nacional de Endemias Rurais (INERu), do Departamento Nacional de Endemias Rurais (DNERu), entre 1965 e 1968. Além do cargo de chefe do Núcleo Central de Pesquisas da Guanabara (1966-1968), também respondeu pela coordenação, no bairro de Jacarepaguá, do plano piloto estabelecido pelo diretor do INERu, José Rodrigues da Silva, para o controle da esquistossomose mansônica em áreas experimentais, identificadas por seus altos índices de ocorrência da doença (1965). Na Superintendência de Campanhas de Saúde Pública, criada a partir da fusão do DNERu e das Campanhas de Erradicação da Varíola e da Malária, exerceu os seguintes postos de comando: chefe da Circunscrição Guanabara (1970), chefe da Campanha Contra a Esquistossomose e outras Verminoses, da Divisão de Campanhas (1972-1973) e diretor da Divisão de Esquistossomose do Departamento de Erradicação e Controle de Endemias (1977-1979). Após a aposentadoria, ocorrida em 1978, atuou no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) de 1980 a 1985. Nesse último ano foi cedido pelo CNPq à Fiocruz, onde desenvolveu atividades de ensino e pesquisa no Departamento de Epidemiologia e Métodos Quantitativos da Escola Nacional de Saúde Pública até 1990. Integrou ainda o Colégio Médico do Norte de Santander, Colômbia (1958), a Associação Americana de Saúde Pública (1964), a Sociedade Americana de Medicina Tropical e Higiene (1965), a Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (1966) e a Sociedade Argentina de Parasitologia (1979), entre outras instituições médico-científicas. Morreu em 22 de abril de 1993, no Rio de Janeiro.

Ernani de Paiva Ferreira Braga

  • Pessoa
  • 1913-1984

Nasceu em 1913, no Mato Grosso, vivendo boa parte da sua juventude no Rio Grande do Sul. Graduou-se em 1935 pela Faculdade de Medicina da Universidade do Rio de Janeiro. Recebeu o título de sanitarista pela conclusão do Curso de Saúde Pública, em 1941. Foi colaborador do Departamento Nacional de Saúde, da Delegacia de Saúde do Ceará e da Secretaria de Saúde do Pará. Na Fundação SESP permaneceu de 1944 até 1959 em uma das carreiras mais marcantes dentro da instituição. Em 1954 assumiu o cargo de diretor do Departamento Nacional de Saúde. No início dos anos 1960 voltou-se para a formação de recursos humanos, atuando junto a CAPES/MEC e à Fundação Rockefeller, quando participou do programa nacional de ensino e pesquisa das ciências biomédicas. De 1962 a 1967 foi diretor executivo da Federación Panamericana de Asociaciones de Facultades de Medicina, criada com o objetivo de impulsionar o ensino médico na América. A grande experiência acumulada e o enorme e merecido prestígio que conquistou colocaram-no no comando da Diretoria de Recursos Humanos da OMS, em Genebra, de 1967 a 1973. No decorrer desse tempo, exerceu também atividades docentes junto a instituições do país e do exterior, foi consultor de inúmeras organizações, participou da diretoria de associações, como a American Public Health Association e a Sociedade Brasileira de Higiene, além de ter desempenhado relevantes funções nas Assembleias Mundiais de Saúde da OMS. De volta ao Brasil, dirigiu por curto espaço de tempo a Escola Nacional de Saúde Pública (então IPCB) e teve uma breve experiência como secretário de Saúde do Rio de Janeiro. Em 1974, atuou como assessor de saúde da Diretoria da Faculdade de Medicina da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), compondo a comissão nomeada por Hélio Fraga para implantação do Hospital Universitário, junto com Clementino Fraga Filho, Lopes Pontes e Mariano de Andrade. Foi sócio-fundador, vice-presidente e membro do Conselho da ABRASCO. Colaborou ainda na criação da Associação Brasileira de Educação Médica e de numerosas associações nacionais e na América Latina de educação médica. A partir de 1979 assumiu a vice-presidência de Recursos Humanos da Fiocruz e a direção da Escola Nacional de Saúde Pública, onde permaneceu, até a sua morte, por leucemia, em 20 de abril de 1984, no Rio de Janeiro.

Hospital Evandro Chagas

  • Entidade coletiva
  • 1918-

Em 1908 Carlos Chagas vai a Lassance, em Minas Gerais, com a missão de organizar a profilaxia da malária nos canteiros de obras da Estrada de Ferro do Brasil, onde permaneceu desenvolvendo trabalhos que levaram à descoberta de uma nova tripanossomíase, causada por um protozoário e transmitida ao homem por um inseto hematófago denominado barbeiro. Em parte, graças à repercussão dos estudos sobre esta doença, Oswaldo Cruz obteve recursos para construir em Manguinhos um hospital destinado aos estudos clínicos e bacteriológicos de moléstias encontradas no interior do país. Esta verba não foi suficiente, e o Hospital Oswaldo Cruz teve suas obras custeadas, em boa parte, por recursos do próprio Instituto. Data de 1918 a sua inauguração, embora só tenha começado a funcionar, efetivamente, em 1921. O primeiro projeto de construção do Hospital Oswaldo Cruz, de 1917, elaborado pelo arquiteto Luís de Moraes e exibido na Exposição Internacional de Berlim, não foi executado. O segundo, de 1912, previa seis pavilhões, mas apenas um foi edificado e está em atividade até hoje. Dirigido por Evandro Chagas, o Hospital de Manguinhos cumpria sua função de Centro de estudos de pesquisas clínicas, como também prestava assistência médica à população. A entidades mórbidas, tais como a febre amarela, a Leishmaniose Visceral e tegumentar, a doença de Lutz e o pênfigo foliáceo fossem também objeto de estudo. Após a morte prematura de Evandro Chagas, em 1940, o hospital passou a se chamar Hospital Evandro Chagas. Nos anos 50, iniciou-se a construção de um novo prédio - o Pavilhão 26 - com instalações físicas bem maiores, mas nunca chegou a funcionar plenamente. Em meados dos anos 70, o Hospital Evandro Chagas, sem recursos, retornou ao seu antigo prédio, o histórico Pavilhão Gaspar Viana. Hoje o Hospital Evandro Chagas realiza pesquisas e presta serviços assistenciais de referência nas áreas de febre amarela, esquistossomose, leishmaniose, malária, cólera, dengue e Aids, entre outras doenças.

Ministério da Saúde (MS)

  • Entidade coletiva
  • 1953-

As origens do Ministério da Saúde remontam ao decreto n. 19.402, de 14 de novembro de 1930, quando foi criado o Ministério dos Negócios da Educação e Saúde Pública pelo governo de Getúlio Vargas. As duas áreas, anteriormente subordinadas ao Ministério da Justiça e Negócios Interiores, passaram a ter pasta própria para gerir os assuntos relativos ao ensino, saúde pública e assistência hospitalar no país. Antes disso, no decorrer do processo de institucionalização da saúde pública no Brasil, intensificada a partir dos primeiros anos do século XX, a área esteve sob o comando da Diretoria Geral de Saúde Pública e do Departamento Nacional de Saúde Pública. Pelo decreto n. 19.444, de 1º de dezembro de 1930, o Ministério da Educação e Saúde Pública recebeu a seguinte composição: Gabinete do ministro, Diretoria de Contabilidade, Departamento Nacional de Ensino, Departamento Nacional de Saúde Pública, Departamento Nacional de Medicina Experimental e Departamento Nacional de Assistência Pública, todos independentes entre si e imediatamente subordinados ao ministro. Com a reforma administrativa realizada pelo governo federal em 1934, o Departamento Nacional de Saúde Pública transformou-se no Departamento Nacional de Saúde. Em 1937, a partir da lei n. 378, de 13 de janeiro, o ministério teve o nome alterado para Ministério da Educação e Saúde. Pela lei n. 1.920, de 25 de julho de 1953, promulgada durante novo governo de Getúlio Vargas, foi criado o Ministério da Saúde com o objetivo de centralizar as políticas do setor e estruturar as respostas aos diversos problemas médico-sanitários nacionais. Ainda de acordo com a lei, o antigo ministério passou a denominar-se Ministério da Educação e Cultura.

Victor Tavares de Moura

  • Pessoa
  • 1892-1960

Nasceu em 12 de abril de 1892, em Nazareth (PE), filho de João de Moura Vasconcelos e Davina de Moura Tavares. Em 1906 ingressou na Faculdade de Medicina da Bahia, mas concluiu o curso em 1913 na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Entre 1916 e 1918 fez cursos em Paris e Berlim, especializando-se em cirurgia, e regressou em seguida a Pernambuco, em consequência da Primeira Guerra Mundial. Em Recife foi diretor do posto de Assistência, da Diretoria de Higiene e Saúde Pública. Em 1920 foi nomeado médico da prefeitura de Garanhuns e dois anos depois coordenou a campanha contra a peste bubônica. Exerceu a profissão de médico sanitarista e foi nomeado, em 1928, diretor do Hospital Santa Francisca, em Barreiros. A essa atividade acumulou, entre 1928 e 1930, as funções de chefe do posto de Saneamento Rural e diretor do Centro de Saúde anexo ao hospital. De volta a Recife em 1930, atuou como epidemiologista até 1934. No ano seguinte transferiu-se para o Rio de Janeiro para trabalhar como médico da prefeitura do Distrito Federal. Posteriormente foi assistente de clínica sifilográfica da Diretoria Geral de Assistência Municipal e médico dos Institutos de Aposentadorias e Pensões dos Bancários (IAPB) e dos Comerciários. Em 1937 foi nomeado chefe do Albergue da Boa Vontade, pelo interventor federal cônego Olímpio de Melo. Em virtude da Lei de Desacumulação deixou o IAPB em 1938, ao optar pelo cargo que ocupava na prefeitura. Exerceu as funções de adido chefe e diretor na Secretaria Geral de Saúde e Assistência. Em 1941 constituiu uma comissão para o estudo das favelas, tornando-se um dos responsáveis pela execução do projeto piloto dos Parques Proletários, o primeiro dos quais inaugurado em 1939 no bairro carioca da Gávea. No contexto da Segunda Guerra Mundial tomou parte, em janeiro de 1943, da comissão denominada Mobilização Econômica, cujo objetivo era encaminhar trabalhadores para a extração de borracha na região amazônica. Nesse mesmo ano tornou-se chefe do Serviço Social, que, transformado em Departamento de Assistência Social, teve-o como seu primeiro diretor. Entre 1944 e 1958 foi professor das cadeiras de medicina social e sociologia da Escola de Enfermeiras Rachel Haddock Lobo. Em 1949, a convite de Euvaldo Lodi, presidente da Confederação Nacional da Indústria, assumiu o cargo de chefe de serviço para a divisão regional do Rio de Janeiro do Serviço Social da Indústria, onde permaneceu até 1953. Ainda em 1949 participou do I Congresso Americano de Medicina do Trabalho, em Buenos Aires, Argentina. Em 1951 tornou-se membro da Associação Brasileira de Medicina do Trabalho e organizou o II Congresso Americano de Medicina do Trabalho, realizado no Brasil em 1952, ocasião em que foi agraciado com a medalha de ouro. Apesar da especialização em cirurgia, trocou a medicina curativa pela preventiva e dedicou-se inteiramente à medicina social e do trabalho, à prevenção de acidentes e doenças profissionais. Morreu em 3 de novembro de 1960, no Rio de Janeiro.

Szachna Eliasz Cynamon

  • Pessoa
  • 1925-2007

Nasceu em 25 de abril de 1925, em Tarnobrzeg, Polônia, filho de Hersz Cynamon e Ryfka Cynamon. Imigrou com sua família para o Brasil em 1933, instalando-se no município de Petrópolis (RJ). Adolescente, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde, por intermédio de seu pai, passou a trabalhar no Departamento de Imprensa e Propaganda. Em 1951 formou-se pela Escola Nacional de Engenharia da Universidade do Brasil, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro. Recém-formado iniciou estágio no escritório do conceituado engenheiro russo Greg Zaharov. Aproximou-se então do engenheiro David Grynfogiel, o que lhe valeu em 1952 a ida para o Serviço Especial de Saúde Pública (SESP), onde iniciou sua trajetória profissional como engenheiro sanitário. Inicialmente trabalhou efetuando cálculos de cimento argamassa para projetos de obras de saneamento básico. Posteriormente foi admitido como engenheiro distrital no Centro de Saúde do SESP em Colatina (ES), região de extração mineral de mica, ferro e pedras preciosas da Companhia Vale do Rio Doce. Entre 1952 e 1954 trabalhou no município mineiro de Governador Valadares, região de produção de aço e ferro gusa. Como subchefe da área de engenharia do SESP coordenou projetos de obras para instalações de tratamento e abastecimento de água e esgoto sanitário. Em 1955 concluiu o curso de especialização na Faculdade de Higiene e Saúde Pública da Universidade de São Paulo, mesma instituição onde obteve, em 1969, o título de doutor em saúde pública com a tese Procedimentos para equacionamento e projeto de esgotos sanitários de pequenas comunidades. A carreira de engenheiro sanitário também incluiu diversas atividades no campo da educação sanitária, com treinamentos realizados em escolas rurais por diversos estados da federação. Em 1966 ingressou na Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP), onde criou o Departamento de Saneamento e Saúde Ambiental e também idealizou a primeira patente tecnológica internacional da Fiocruz, o Valo Aeróbio-anaeróbio de Oxidação ETE – em Escala Piloto da Fiocruz (1996). Foi o principal responsável pela consolidação do ensino no campo da engenharia sanitária na instituição. Ainda no âmbito da ENSP, foi idealizador e coordenador do Projeto Articulado de Melhoria da Qualidade de Vida - Universidade Aberta (1993-2000). Fundou e presidiu a Cooperativa dos Trabalhadores Autônomos do Complexo de Manguinhos (1994-2002). Entre os prêmios e homenagens que recebeu, destacam-se Personalidade Científica em Desenvolvimento Tecnológico, concedido em 1999 pela Associação Brasileira de Engenharia Sanitária, prêmio pelos serviços prestados à engenharia da saúde, por ocasião do centenário da Organização Pan-Americana da Saúde, e Personalidade da Engenharia Sanitária do Século XX, conferido pelo Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura do Rio de Janeiro, em 2001. Morreu em 10 de junho de 2007, no Rio de Janeiro.

Superintendência Operacional de Apoio ao Programa Nacional de Imunizações

  • Entidade coletiva
  • 1973-2003

Em 1973 foi formulado o Programa Nacional de Imunizações (PNI), por determinação do Ministério da Saúde, com o objetivo de coordenar as ações de imunizações que se caracterizavam, até então, pela descontinuidade, pelo caráter episódico e pela reduzida área de cobertura. A proposta básica para o Programa, constante de documento elaborado por técnicos do Departamento Nacional de Profilaxia e Controle de Doenças (Ministério da Saúde) e da Central de Medicamentos (CEME - Presidência da República), foi aprovada em reunião realizada em Brasília, em 18 de setembro de 1973, presidida pelo ministro Mário Machado de Lemos e contou com a participação de renomados sanitaristas e infectologistas, bem como de representantes de diversas instituições. Em 1975 foi institucionalizado o PNI, resultante do somatório de fatores, de âmbito nacional e internacional, que convergiam para estimular e expandir a utilização de agentes imunizantes, buscando a integridade das ações de imunizações realizadas no país. O PNI passou a coordenar, assim, as atividades de imunizações desenvolvidas rotineiramente na rede de serviços e, para tanto, traçou diretrizes pautadas na experiência da Fundação de Serviços de Saúde Pública (FSESP), com a prestação de serviços integrais de saúde através de sua rede própria. Em seguimento à erradicação da varíola, inicia-se em 1980 a "1ª Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite", com a meta de vacinar todas as crianças menores de 5 anos em um só dia. De 1990 a 2003, o PNI fez parte da Fundação Nacional de Saúde. A partir de 2003, passou a integrar o Departamento de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Vigilância em Saúde (DEVEP/SVS), inserido na Coordenação Geral do Programa Nacional de Imunizações (CGPNI).

Sociedade Brasileira de Parasitologia

  • Entidade coletiva
  • 1965-

Fundada em 8 de julho de 1965, na cidade de Belo Horizonte (MG), tendo como primeiro presidente Amilcar Vianna Martins (1967-1968). A SBP ficou inativa desde esse período até 1974, quando foi recriada por Rubens Campos, o segundo presidente (1975-1976). Entre seus principais objetivos estão: estimular estudos relativos à parasitologia em seus múltiplos aspectos; fomentar o intercâmbio de conhecimentos entre pesquisadores nacionais e estrangeiros; promover eventos científicos; manter intercâmbio cultural com instituições congêneres; sugerir aos órgãos públicos ou particulares, especificamente incumbidos do combate às doenças parasitárias, as medidas técnico-administrativas indicadas á luz dos conhecimentos mais atuais; divulgar conhecimentos científicos relativos à sua especialidade. Os congressos da SBP iniciaram-se em 1976, sendo o primeiro realizado em conjunto com o XII Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical em Belém do Pará. A instituição é afiliada à Federação Latino-Americana de Parasitologia, à Federação Mundial de Parasitologia e à Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência.

Sávio de Albuquerque Antunes

  • Pessoa
  • 1908-1985

Nasceu em 11 de fevereiro de 1908, em Nova Friburgo (RJ), filho de Joaquim José Antunes e Maria Alice de Albuquerque Antunes. Estudou no Colégio Militar do Rio de Janeiro (1919-1925), na Escola Politécnica da Universidade do Rio de Janeiro, onde fez o 1º (1926) e 2º (1930) anos do curso geral, e na Universidade do Distrito Federal como ouvinte do Curso de Física (1936). Entre as décadas de 1930 e 1960 atuou em empresas públicas e privadas. Na Escola Nacional de Saúde Pública foi professor contratado de matemática e estatística (1965-1966), estatística e ciência da informação (1966-1969) e estatística (1970). Ainda na instituição atuou como chefe do Departamento de Ciências Estatísticas e do Departamento de Ensino (1966-1970). Em paralelo às suas atividades profissionais, desempenhou as funções de diretor, ensaísta, editor e livreiro nas empresas Sávio Antunes - Livreiro e Editor, e Gavião: Editora e Livraria S. A. (1960-1965). Foi casado com Estela Vilá Pitaluga, com quem teve dois filhos. Morreu em 16 de julho de 1985, no Rio de Janeiro.

Rostan de Rohan Loureiro Soares

  • Pessoa
  • 1914-1996

Nasceu em 26 de fevereiro de 1914, em Maceió (AL), filho de Sanelva Rohan Araújo Soares e Guiomar Loureiro de Rohan. Em 1932 ingressou na Faculdade de Medicina do Recife, e concluiu o curso pela Faculdade Fluminense de Medicina, em 1937. Entre 1938 e 1941 exerceu os cargos de médico no Instituto Militar de Biologia, de inspetor sanitário de saúde dos portos e de laboratorista no Laboratório Central do Hospital São Francisco de Assis. Em 1942 ingressou no Serviço Nacional de Febre Amarela, onde atuou como chefe da Divisão Alagoas da Circunscrição Nordeste. Um ano depois, foi designado para trabalhar no Serviço Nacional de Malária, onde, como médico malariologista e especializado, ocupou as funções de chefe de distritos da 4a Circunscrição, Rio de Janeiro, e do Setor Alagoas da Circunscrição Nordeste (1943-1947), chefe do Laboratório de Protozoologia do Laboratório Central da Seção de Epidemiologia (1948-1949), e chefe do Laboratório de Parasitologia do Instituto de Malariologia (1949-1955). Com a transferência desse órgão para Belo Horizonte, passou a representá-lo na Seção de Protozoologia do IOC. Lotado no Instituto Nacional de Endemias Rurais (INERu), atuou junto ao IOC no Núcleo de Pesquisas – Divisão para Estudo das Grandes Endemias, depois, Divisão de Nosologia (1956-1961), na Divisão de Zoologia (1961-1971), no Curso de Aplicação – tópico de protozoologia (1964-1967), no Laboratório de Química Orgânica e Terapêutica (1971-1972) e no Laboratório de Quimioterapia I (1973-1976). Nesse período recebeu o título de patologista da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica. Em 1975 transferiu-se do INERu para a Fiocruz e no ano seguinte passou a ser responsável pelo Laboratório de Esquistossomose (moluscicida) e Quimioterapia Experimental do IOC. A partir de 1984, embora ainda trabalhasse com hemoparasitos, ligou-se ao Departamento de Helmintologia. Em 1990 foi aposentado compulsoriamente, mas permaneceu à frente de suas atividades de pesquisa. Durante sua trajetória profissional realizou pesquisas visando o combate e a erradicação das principais doenças tropicais brasileiras. Em 1955 seu trabalho "Sal cloroquinado, novo método de profilaxia da malária" foi laureado com o prêmio Mário Pinotti da Academia Nacional de Medicina. Morreu em 31 de maio de 1996, no Rio de Janeiro.

Romualdo Francisco Dâmaso

  • Pessoa
  • 1947-1995

Nasceu em 7 de fevereiro de 1947, em Presidente Olegário (MG), filho de Sebastião Francisco Dâmaso e Maria Madalena Nunes. Em 1970 formou-se em ciências sociais pela Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). No ano seguinte ingressou no mestrado de ciências políticas da instituição, que foi concluído em 1978. De 1971 a 1991 exerceu atividades docentes no Departamento de Psicologia da UFMG, na Fundação Mineira de Educação e Cultura e na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Atuou ainda como professor no curso de especialização em saúde mental da Escola de Saúde de Minas Gerais (1987-1989). Em 1989 ingressou na Escola Nacional de Saúde Pública, com lotação no Departamento de Administração e Planejamento em Saúde. Em 1992 foi aprovado no doutorado da ENSP, que não foi concluído devido à sua morte. Entre 1993 e 1994 foi professor na Escola de Enfermagem da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Além disso, participou de bancas examinadoras, eventos, consultorias e assessorias, e também coordenou projetos direcionados à saúde mental e coletiva, sendo o Dicionário Critico de Saúde Coletiva, em 1994, um dos mais relevantes. Morreu em 20 de novembro de 1995, em Belo Horizonte.

Renato Ferraz Kehl

  • Pessoa
  • 1889-1974

Nasceu em 22 de agosto de 1889, em Limeira (SP), filho de Joaquim Maynert Kehl e Rita de Cássia Ferraz Kehl. Formou-se aos vinte anos pela Escola de Farmácia de São Paulo e, posteriormente, em 1915, doutorou-se em medicina na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Exerceu a clínica em São Paulo durante alguns anos. Interessou-se pelos princípios da eugenia e fundou em 1918 a Sociedade Eugênica de São Paulo, com 140 médicos. Lutando pela difusão e implantação das ideias eugênicas, realizou conferências no Brasil, publicou cerca de trinta livros e inúmeros artigos em jornais. Durante alguns anos exerceu o cargo de inspetor sanitário rural do Departamento Nacional de Saúde Pública (DNSP), no qual organizou o Serviço de Educação Sanitária ligado à Inspetoria da Lepra e das Doenças Venéreas, tendo sido também o criador do Museu de Higiene, apresentado por esse serviço nas Comemorações do Centenário da Independência, em 1922. No museu realizou uma exposição da campanha educativa e sanitária que deveria ser instalada no país, na qual incluiu objetos e fotografias que mostravam as habitações típicas das áreas rurais infestadas de insetos transmissores de doenças. No Departamento de Saneamento e Profilaxia Rural do DNSP trabalhou entre 1919 e 1922 como inspetor sanitário rural e chefe do posto de Meriti (RJ), e depois passou para o Serviço de Educação e Propaganda Sanitária, de 1923 a 1924. Tendo se exonerado do cargo de inspetor sanitário do DNSP, ingressou na empresa Bayer, a princípio como farmacêutico e depois como diretor. Nessa companhia dirigiu durante muitos anos os periódicos Os Farmacêuticos Brasileiros e Revista Terapêutica, que circulavam largamente entre os médicos de todo o país. Em 1933 ingressou na Academia Nacional de Medicina. Entre seus livros destacam-se Eugenia e medicina social, O médico do lar, Aparas eugênicas, A cura da fealdade, Lições de eugenia, Bíblia da saúde e Pais, médicos e mestres. Morreu em 14 de agosto de 1974, no Rio de Janeiro.

Reinout Ferdinand Alexander Altman

  • Pessoa
  • 1909-1993

Nasceu em 8 de março de 1909, na cidade de Semarang, Indonésia, filho de Gerrit Frederick Altman e Helena Olga Grunewald. Entre janeiro de 1953 e julho de 1955 trabalhou no Instituto Agrônomo do Norte, subordinado ao Ministério da Agricultura, de onde saiu para atuar no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, da Presidência da República, de agosto de 1955 a março de 1960. A partir de agosto de 1960 foi cedido ao Instituto Oswaldo Cruz (IOC) na condição de pesquisador. Nessa instituição permaneceu até julho de 1961, quando passou a exercer o mesmo cargo no Serviço Nacional de Câncer. Ainda em 1960 naturalizou-se brasileiro. De volta ao IOC foi pesquisador em biologia (1975) e pesquisador titular (1978), com lotação no Departamento de Química e Terapêutica Experimental e, posteriormente, no Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular. Em 1991 foi aposentado compulsoriamente. Morreu em 24 de setembro de 1993, no Rio de Janeiro.

Paulo de Góes

  • Pessoa
  • 1913-1988

Nasceu em 14 de julho de 1913, no Rio de Janeiro, filho de Gil de Góes e Ângela Alípio de Góes. Em 1936 graduou-se pela Faculdade de Medicina da Universidade do Rio de Janeiro. Durante o curso médico trabalhou como auxiliar-técnico de microbiologia e depois como assistente de biologia na mesma faculdade, instituição à qual dedicou a maior parte de sua carreira acadêmica. A partir de 1937 teve início sua atuação como professor de biologia geral, higiene e história natural. Lecionou na Universidade do Brasil, como auxiliar de história natural do Curso Complementar de Medicina em 1937, no curso de patologia geral da Faculdade Nacional de Medicina em 1938 e no curso de microbiologia da Escola de Enfermagem Anna Nery em 1939. Foi também chefe do Laboratório de Patologia Geral da Faculdade Nacional de Medicina, em 1938, do Laboratório de Clínica Propedêutica Médica da Faculdade de Ciências Médicas, e, no ano seguinte, do laboratório do Hospício Nossa Senhora da Saúde (Hospital da Gamboa). Em 1944 doutorou-se em medicina e obteve o título de livre-docente de microbiologia pela Universidade do Brasil, da qual tornou-se professor catedrático em 1945. Passou a professor catedrático interino da Faculdade Nacional de Farmácia e chefe do Departamento de Biologia e Higiene da mesma faculdade em 1946. Nesse mesmo ano lecionou na cadeira de alergia e imunidade da Escola Nacional de Tisiologia. Em 1951 criou o Curso de Especialização em Microbiologia, com duração de um ano, em período integral, que se tornou uma referência nacional. Em 1955, antecipando-se à reforma universitária, reuniu as cátedras de microbiologia das faculdades de Farmácia e de Medicina, fundando o Instituto de Microbiologia, que recebeu seu nome em 1995, entidade pioneira na história da microbiologia no Brasil. Entre 1967 e 1968 exerceu o cargo de adido científico junto à Embaixada do Brasil em Washington, Estados Unidos. Ainda nesse período requereu e obteve sua aposentadoria como professor catedrático da Faculdade de Odontologia e Farmácia da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Ao retornar ao Brasil, ocupou de 1969 a 1971 a Sub-Reitoria de Pesquisa e Graduação dessa universidade, na qual desenvolveu trabalho sobre o êxodo de cientistas brasileiros para o exterior, intitulado Brain Drain. Entre os diversos títulos e homenagens recebidos, destaca-se a comenda da Ordem do Rio Branco, concedida em 1968. Morreu em 13 de novembro de 1982, no Rio de Janeiro.

Phócion Serpa

  • Pessoa
  • 1892-1967

Nasceu em 7 de agosto de 1892, em Campos dos Goytacazes (RJ), filho de Joaquim Francisco Pereira Vasconcellos Serpa e Agripina Paraíso Serpa. Ingressou em 1913 na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, onde se graduou em 1919, com a tese de doutoramento A educação física e moral na puberdade masculina. Ingressou como telegrafista da Repartição Geral dos Telégrafos em 1913, onde permaneceu até 1919. Em 1917 foi nomeado estudante assistente do Serviço de Clínica Médica pelo Instituto de Proteção e Assistência à Infância. Ainda em 1919 foi nomeado médico auxiliar do Serviço de Profilaxia Rural do Distrito Federal, em que passou no ano seguinte a subinspetor sanitário e chefiou os postos da Ilha do Governador e de Pilares. Com a criação do Departamento Nacional de Saúde Pública (DNSP) foi promovido, por Carlos Chagas, em 1921, a inspetor sanitário rural. Dois anos depois, ocupou o cargo de chefe de serviço da Diretoria de Saneamento e Profilaxia Rural, nesse mesmo Departamento. Após a Revolução de 1930, assumiu a Secretaria Geral do DNSP e, no ano seguinte, o cargo de chefe de gabinete do ministro interino da Educação e Saúde Pública, Belisário Penna, sem, no entanto, deixar as funções que exercia. Em 1938, durante o Estado Novo, assumiu o cargo de secretário do Conselho Nacional de Serviço Social e do Conselho Nacional de Cultura, por designação de Gustavo Capanema, ministro da Educação e Saúde. Como escritor produziu tanto obras literárias – romances, poemas e ensaios, tendo recebido o prêmio Menção Honrosa de Romance em 1930 da Academia Brasileira de Letras – quanto biografias e artigos, com destaque para as biografias de Oswaldo G. Cruz e uma inacabada e inédita de Belisário Penna. Morreu em 28 de janeiro de 1967, no Rio de Janeiro.

Paulo Estevão de Berrêdo Carneiro

  • Pessoa
  • 1901-1982

Nasceu em 4 de outubro de 1901, no Rio de Janeiro, filho de Mario Barbosa Carneiro e Maria Theodora de Berrêdo Carneiro. Em 1919 ingressou na Escola Politécnica do Rio de Janeiro, onde em 1923 formou-se no curso de química industrial. Como docente atuou no Instituto de Educação do Distrito Federal (1922-1932), na Escola Politécnica do Rio de Janeiro (1923-1927) e na Faculdade de Medicina da Universidade do Rio de Janeiro (1932-1934). Em 1927 casou-se com Corina de Lima e Silva, tendo dois filhos: Beatriz Clotilde e Mário Augusto. Em 1931 obteve o grau de doutor em ciências pela Universidade de Paris ao apresentar a tese Le guarana et Paullinia cupana H. B. & K.: contribution à l'étude des plantes à caféine. De 1932 a 1934 trabalhou como chefe da Seção de Pesquisas Agrícolas e Industriais do Instituto de Óleos do Ministério da Agricultura, e entre 1933 e 1935 foi auxiliar técnico do gabinete do ministro da Agricultura Juarez Távora. Nesse período também exerceu os cargos de secretário de Agricultura, Indústria e Comércio de Pernambuco e de diretor do Departamento de Matérias Primas Vegetais e Animais do Instituto Nacional de Tecnologia, do qual foi chefe do Laboratório de Química e Vegetal. Entre 1938 e 1944 foi assistente técnico do Escritório de Propaganda e Expansão Comercial do Brasil na França e seu vice-diretor nos dois anos seguintes. Ainda em 1944 passou a assistente técnico do gabinete de Alexandre Marcondes Filho, ministro do Trabalho, Indústria e Comércio. Em 1939 realizou o inventário completo dos arquivos de Auguste Comte e contribuiu para a difusão das ideias positivistas no Brasil com a criação da Associação Internacional Casa de Auguste Comte, que dirigiu de 1954 a 1980. No panorama internacional, foi delegado adjunto do Brasil em 1946 na Conferência das Nações Unidas. Ainda nesse ano participou da comissão preparatória da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), quando propôs a criação do Instituto Internacional da Hiléia Amazônica, que se destinaria a atividades de cooperação científica entre o Brasil e demais países. Na UNESCO teve destacada atuação como representante brasileiro (1946-1958), embaixador, chefe da delegação permanente do Brasil (1958-1966), delegado nas Conferências Gerais (1946-1964 e 1968-1978) e membro do Conselho Executivo (1946-1982). Em 1950 assumiu a presidência da Comissão Internacional para a Organização da História Científica e Cultural da Humanidade. Entre 1950 e 1980 foi vice-presidente do Centro Internacional de Crianças. Em 1955 criou em Paris a Casa do Brasil. De 1961 a 1980 presidiu o Comitê Executivo da Campanha Internacional para Salvar os Monumentos da Núbia, no Egito. Integrou a Associação Brasileira de Educação (1924), a Union Rationaliste (1938), a Academia Brasileira de Ciências (1939), a Sociedade de Beneficência Brasileira (1940), o Conselho do Institute Internacionale Philosophie Politique (1953), a Associação Montessori Internacional (1956), o Conselho Indiano de Relações Culturais (1965), o Conselho Deliberativo do Museu de Arte Moderna (1967), a Academia Brasileira de Letras (1971), entre outras. Morreu em 17 de fevereiro de 1982, no Rio de Janeiro.

Oswaldo Gonçalves Cruz

  • Pessoa
  • 1872-1917

Nasceu em 5 de agosto de 1872, em São Luiz do Paraitinga (SP), filho de Bento Gonçalves Cruz e Amália Bulhões Cruz. Em 1889 ingressou na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, onde se formou em 1892, apresentando a tese de doutoramento A vehiculação microbiana pelas águas. No ano seguinte instalou em sua residência um pequeno laboratório de microbiologia. Nesse período, assumiu tanto a clínica que pertencera a seu pai como o ambulatório em que ele cuidava dos funcionários da Fábrica de Tecidos Corcovado. Em 1894, a convite de Egydio Salles Guerra, trabalhou na Policlínica Geral do Rio de Janeiro como responsável pela montagem e chefia do laboratório de análises clínicas que apoiava o Serviço de Moléstias Internas. No mesmo ano, auxiliou o Instituto Sanitário Federal, chefiado por Francisco Fajardo, a diagnosticar o cólera como a epidemia reinante no vale do Paraíba. Em 1897 foi para Paris, onde estudou microbiologia, soroterapia e imunologia no Instituto Pasteur e medicina legal no Instituto de Toxicologia. Retornou em 1899, reassumiu seu cargo na Policlínica e foi convidado para fazer parte da comissão chefiada por Eduardo Chapot-Prévost a fim de verificar a mortandade de ratos responsável pelo surto de peste bubônica em Santos. De volta ao Rio de Janeiro, foi convidado a ocupar a direção técnica do Instituto Soroterápico Federal que estava sendo construído na Fazenda Manguinhos, comandado pelo barão de Pedro Affonso, proprietário do Instituto Vacínico Municipal, e cujo funcionamento se iniciou em 1900. Em 1902, após divergências internas que provocaram a exoneração do barão, passou a dirigir sozinho a instituição. No ano seguinte, assumiu o comando da Diretoria Geral de Saúde Pública (DGSP) com o desafio de empreender uma campanha sanitária para combater as principais doenças que grassavam na capital federal: febre amarela, peste bubônica e varíola. Os métodos utilizados em relação às epidemias de febre amarela e peste bubônica abarcaram desde o isolamento dos doentes, a notificação compulsória dos casos positivos, a captura de mosquitos e ratos, até a desinfecção das moradias situadas em zonas de focos. Em 1904, após a aprovação da lei da vacinação antivariólica obrigatória, ocorreu uma revolta popular, seguida da tentativa de golpe por parte dos militares – episódio denominado de Revolta da Vacina. Durou uma semana e foi sufocada com saldo de mortos, feridos e presos, o que levou à revogação da obrigatoriedade. Entre 1905 e 1906 realizou, pela DGSP, uma expedição a trinta portos marítimos e fluviais de Norte a Sul do país com o objetivo de estabelecer um código sanitário de acordo com os preceitos internacionais. Em 1907 recebeu a medalha de ouro em nome da seção brasileira presente no XIV Congresso Internacional de Higiene e Demografia de Berlim. Terminado o evento, foi a Paris, com o objetivo de estreitar laços científicos com o Instituto Pasteur, e em seguida a Nova York, onde conheceu o Instituto de Pesquisas Médicas. Nesse período, cumprindo missão delegada pelo governo brasileiro, reuniu-se com o presidente Theodore Roosevelt para lhe garantir que a esquadra norte-americana poderia desembarcar na capital federal sem temer a febre amarela. Encontrava-se ainda no exterior quando, em 1907, o presidente Afonso Pena transformou o Instituto Soroterápico Federal em Instituto de Patologia Experimental de Manguinhos. Em sua volta ao país, no início de 1908, foi recepcionado como herói nacional, e não mais criticado por sua conduta à frente das campanhas sanitárias. Ainda em 1908 o instituto foi denominado Instituto Oswaldo Cruz (IOC). Em 1909 solicitou sua exoneração da DGSP e optou pela direção do IOC. Em Manguinhos realizou o levantamento das condições sanitárias do interior do país por meio de expedições científicas promovidas pelo IOC, tais como, em 1910, os combates à malária durante a construção da Ferrovia Madeira-Mamoré, para onde viajou em companhia de Belisário Penna, e à febre amarela, a convite do governo do Pará. Em 1913 ingressou na Academia Brasileira de Letras, e um ano depois foi agraciado com o título de oficial da Ordem Nacional da Legião de Honra da França. Após deixar o comando do IOC no início de 1916, em consequência do agravamento de sua doença renal, foi residir em Petrópolis (RJ), onde ocupou o cargo de prefeito por nomeação de Nilo Peçanha, presidente do estado do Rio de Janeiro. Morreu em 11 de fevereiro de 1917, em Petrópolis.

José Arthur Alves da Cruz Rios

  • Pessoa
  • 1921-2017

Nasceu em 24 de maio de 1921, no Rio de Janeiro (RJ), filho de José Alves da Cruz Rios e Umbelina de Castro. Casou-se em 1943 com Regina Alves de Figueiredo, filha de Jackson de Figueiredo, fundador do Centro Dom Vital e destacada liderança da intelectualidade católica leiga. Formou-se bacharel em Direito pela Faculdade de Direito de Niterói (1939-1943) e iniciou o curso de Ciências Sociais na Faculdade Nacional de Filosofia (FNFi) (1939-1941), no entanto, não o concluiu. Durante seus estudos na FNFi, entrou em contato com a Sociologia Empírica norte-americana e, por intermédio de Regina Figueiredo, passou a integrar o grupo de católicos que realizava conferências e debates no Centro Dom Vital. Entre 1946 e 1947, a convite do sociólogo rural Thomas Lynn Smith e através de uma bolsa de estudos, formou-se mestre em Sociologia Rural na Universidade do Estado de Louisiana, nos Estados Unidos. De 1951 a 1953 coordenou a Campanha Nacional de Educação Rural. Chefiou, entre 1954 e 1962, a Seção de Pesquisas Sociais da Divisão de Educação Sanitária no Serviço Especial de Saúde Pública. Ocupou o cargo de assessor legislativo no Senado Federal (1957-1974). Dirigiu o escritório da Sociedade de Análises Gráficas e Mecanográficas Aplicadas aos Complexos Sociais (SAGMACS), no Rio de Janeiro (1956-1959). Na direção da SAGMACS e orientado pelo padre Louis-Joseph Lebret, desenvolveu um estudo encomendado pelo jornal O Estado de São Paulo, publicado em 1960 sob o título Aspectos humanos da favela carioca. No governo de Carlos Lacerda, coordenou os Serviços Sociais do Estado da Guanabara (1960-1961). Fundou e dirigiu os escritórios Sociedade de Pesquisas e Planejamento (1960-1972) e Instituto de Estudos para Desenvolvimento Social e Econômico (1963-1970), pelos quais desenvolveu variadas consultorias e cursos de formação profissional e assistência técnica para instituições públicas e privadas. Entre as décadas de 1970 e 1990 atuou em agências internacionais voltadas para o campo da Defesa Social e da Criminologia, como a Organização das Nações Unidas, o Instituto Latino-Americano das Nações Unidas para a Prevenção do Crime e Tratamento de Delinquentes e o Instituto Inter-Regional de Pesquisas sobre Crime e Justiça das Nações Unidas. Ainda nesse período e no âmbito da criminologia, integrou conselhos e grupos de trabalho do Ministério da Justiça. Produziu artigos, ensaios, livros, estudos, pesquisas e consultorias sobre, entre outros temas, sociologia urbana e sociologia rural, habitação, educação rural, desenvolvimento, sociologia religiosa, penitencialismo, favelas, artesanato, violência, criminalidade urbana, vitimologia, suicídio em jovens, reforma agrária, literatura, imigração e colonização. Foi membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, da Confederação Nacional do Comércio, do Pen Clube e do Centro Dom Vital, entre outras instituições. Durante sua trajetória profissional, desenvolveu atividades técnicas e compôs diversos comitês, comissões, conselhos e associações. Ministrou cursos avulsos e aulas em universidades brasileiras e norte-americanas. Incorporado como docente à academia, foi professor na Universidade Federal do Rio de Janeiro (1979-1991), na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (1969-1976) e na Universidade Santa Úrsula (2000-2002). Proferiu inúmeros seminários, palestras e conferências para instituições públicas e privadas. Morreu em 16 de setembro de 2017, no Rio de Janeiro.

Henrique de Oliveira Rodrigues

  • Pessoa
  • 1937-

Nasceu em 1° de março de 1937, no Rio de Janeiro, filho de Henrique Rodrigues y Rodrigues e Helena Maria de Oliveira. Em 1961 graduou-se como farmacêutico químico pela Faculdade Nacional de Farmácia da Universidade do Brasil. Além disso, frequentou o Curso de Aplicação do IOC entre 1964 e 1965 e obteve os títulos de licenciado em história natural pela Universidade do Estado da Guanabara, em 1970, e de mestre em ciências biológicas (zoologia) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, em 1981. Sua trajetória científico-acadêmica esteve ligada aos estudos de helmintos parasitos de vertebrados desenvolvidos no IOC, onde atuou como bolsista de Lauro Travassos e J. F. Teixeira de Freitas (1959-1962), biologista (1962), pesquisador (1969) e curador da Coleção Helmintológica (1977-1981). Ainda no IOC foi chefe da Seção de Helmintologia da Divisão de Zoologia e do Laboratório de Helmintologia do Departamento de Zoologia Médica (1968-1974). Em 1970, na cidade de Lisboa, realizou estágios no Laboratório de Entomologia e Helmintologia da Escola Nacional de Saúde Pública e de Medicina Tropical e no Laboratório dos Serviços Veterinários dos Portos de Pesca. Foi membro da Sociedade de Biologia do Rio de Janeiro, da Associação de Biologia do Rio de Janeiro, da Sociedade dos Amigos do Museu Nacional, da Associação de Docentes, Pesquisadores e Tecnologistas da Fiocruz e da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência. Aposentou-se em 1992.

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