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registro de autoridade

Carlos Leal Jourdan

  • Pessoa
  • 1909-?

Nasceu no Rio de Janeiro, em 1909, no bairro de São Cristóvão, e foi criado pela mãe, viúva e professora do Instituto de Educação. Cursou o colégio Militar e formou-se pela Escola de Engenharia da Universidade do Brasil, atual UFRJ, em 1932. Em 1927, começou a trabalhar para a Estrada de Ferro Central do Brasil (EFCB). Depois, passou pela Prefeitura do Distrito Federal e pelo Observatório Nacional, até que em 1936, participou do segundo concurso para a constituição do atuariado do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio (MTIC), iniciando uma carreira que anos mais tarde o levaria à presidência do Instituto Brasileiro de Atuária (IBA). Na segunda metade da década de 1940, foi diretor de publicações do IBA. Ocupou vários cargos de confiança na estrutura da Previdência Social brasileira; foi chefe de seção e chefe de serviços. Em 1951, foi nomeado para a direção do serviço atuarial do MTIC, posto que ocupou por 15 anos ininterruptos, trabalhando durante a gestão de 25 ministros. Presidente do Conselho Atuarial do MTIC, de 1951 a 1966, reuniu à sua volta um grupo de atuários que teve relevante atuação na administração pública. Após o golpe de 1964, colaborou na instituição do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Em 1966, requereu sua aposentadoria. Em 1969, contratado pela Companhia Federal de Seguros, vinculada ao Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS), foi responsável pela implantação dos planos de seguro até a privatização da empresa.

Celso Barroso Leite

  • Pessoa
  • 1917-?

Nasceu em Santo Antônio de Pádua (RJ), em 06 de novembro de 1917. Formou-se bacharel em direito e jornalismo, e mestre em jornalismo pela Universidade de Siracuse (Estados Unidos). Funcionário do Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Industriários (IAPI) através de concurso público, exerceu, entre outros cargos, o de chefe do serviço de divulgação e diretor do Departamento de Benefícios. Fundador e primeiro diretor da revista Industriários, foi secretário-geral do Ministério do Trabalho e Previdência Social (MTPS), tendo ocupado o cargo de ministro interino. Além disso, exerceu a função de secretário de Previdência Social, do Ministério de Previdência e Assistência Social (MPAS), e coordenador das comissões de Intercâmbio Internacional e de Acordos Internacionais de Previdência Social. Assessorou a Coordenação-Geral do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), e foi também diretor-executivo da Coordenação do Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior (CAPES). Entre as suas principais atribuições, destacam-se a de assessor-técnico da comissão instituída para estudar a reformulação da Previdência Social, em 1964, relator da comissão que elaborou o regimento geral da Previdência Social, em 1967, membro da comissão de elaboração do projeto que, transformado em lei, incluiu o seguro de acidentes do trabalho na Previdência Social; e da comissão de sua regulamentação. Chefiou a delegação brasileira na reunião de ministros responsáveis pelo bem-estar social, em 1968, e foi membro das delegações brasileiras na Conferência Internacional do Trabalho, realizada em Genebra, em 1968 e 1974. Presidiu ainda a reunião de peritos sobre prevenção e reparação dos acidentes de trabalho, da Organização Internacional do Trabalho (OIT), em 1979, coordenou o grupo que preparou a Consolidação das Leis da Previdência Social, em 1977, e sua atualização em 1984. Participou da comissão que preparou o desdobramento do Ministério do Trabalho e Previdência Social em dois ministérios (MT e MPAS). Foi pesquisador bolsista do Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq), membro do Comitê Consultivo sobre pesquisas em seguridade social, da Associação Internacional de Seguridade Social (AISS).

Clóvis Lombardi

  • Pessoa
  • 1942-

Nasceu em 25 de janeiro de 1942, em São Paulo. Iniciou seus estudos no Grupo Escolar Oswaldo Cruz, e posteriormente fez o curso secundário no Colégio Estadual Antônio Firmino de Proença, ambos na Mooca, São Paulo. Em 1960, ingressou na Faculdade de Medicina da USP. Seu interesse pela Saúde Pública começou com a disciplina na graduação e com a viagem de férias – promovida pelo Centro Acadêmico Oswaldo Cruz, para o Amapá, onde pôde observar a má qualidade de vida daquela população. Optou pela Clínica Médica como especialidade, com estágio no Instituto de Gastroenterologia, sob a supervisão do dr. José Aristodemo Pinotti. É especialista em Saúde Pública, pela USP. Fez também o Curso de Medicina Tropical, no Instituto de Medicina Tropical de São Paulo, em 1967, e Residência de Clínica Médica e Dermatologia. É pós-graduado em Sociologia pela USP. Sua tese de doutorado, Aspectos epidemiológicos da mortalidade entre doentes de hanseníase no Estado de São Paulo foi defendida em 1983, sob orientação do professor Walter Belda. Em 1967 começou a trabalhar no Departamento de Medicina Social da Santa Casa de Misericórdia, de São Paulo, como auxiliar de ensino. Trabalhou com o professor José Martins de Barros na Dermatologia Sanitária da Faculdade de Saúde Pública, em 1971. Graças a seu título de especialista em Medicina do Trabalho, foi nomeado médico no Hospital dos Servidores do Estado, cargo que ocupou entre 1972 e 1983. Viajou para a França, com bolsa da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), para se aperfeiçoar em Hanseníase no Hôpital Saint-Louis. A seguir, estudou Epidemiologia e Hanseníase na Universidade Católica de Louvain, na Bélgica. Ao retornar a Brasil reassumiu seu posto de médico sanitarista, na Secretaria de Saúde. Foi nomeado, em 1986, como coordenador do Programa de Hanseníase de São Paulo. Concomitantemente, foi diretor do Instituto de Saúde de São Paulo. Publicou o livro Hanseníase: epidemiologia e controle (São Paulo: Imesp, 1990), originado de sua tese de livre-docência, Tendência secular da detecção da hanseníase no estado de São Paulo (1934-1983), defendida em 1990, na USP. Em 1990 foi para Caracas, na Venezuela, como coordenador do Plano Regional de Eliminação da Hanseníase nas Américas, da OPAS. Cinco anos depois, segundo a política da OPAS de rotatividade entre os países, retornou ao Brasil, e posteriormente transferiu-se para o Paraguai. Aposentou-se da OPAS em 2004. Atualmente, está no Instituto Lauro de Souza Lima (ILSL), em Bauru, São Paulo.

Adilson Pereira dos Santos

  • Pessoa
  • 1967-

Nasceu em 7 de dezembro de 1967, em Mendes (RJ). De família numerosa – eram oito irmãos, viveu toda a infância na cidade natal, onde completou o ensino fundamental na Escola Estadual Prefeito João Gurito, e durante esse período trabalhou com seu pai. Aos 17 anos, por incentivo de um irmão, começou a jogar futebol no clube Barra do Piraí, também no interior do estado. A partir de então, atuou nos mais variados clubes de futebol do país, como Sport Clube de Juiz de Fora (MG), Fernandópolis (BA), Friburguense (RJ) e Fluminense (RJ). Iniciou sua carreira no Fluminense em 1995 e por esse motivo, mudou-se para a cidade do Rio de Janeiro. Quatro anos mais tarde, apareceram os primeiros sintomas da doença, que foi diagnosticada pela drª. Maria Leide W. de Oliveira através de exames no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Após o diagnóstico, foi impedido de seguir com sua profissão e imediatamente começou a fazer tratamento naquele Hospital, tornando-se paciente da dra. Maria Leide. Em 2002, abriu uma escola de futebol em Barra do Piraí, cidade onde reside atualmente. Essa escola conta hoje com cerca de 140 alunos. Em 2003, o entrevistado conseguiu sua aposentadoria, mas sofria com as reações pós-alta.

Agenor Mendes Filho

  • Pessoa
  • 1936-

Nasceu em 8 de julho de 1936, em Maceió (AL), onde concluiu a educação básica no colégio Guido Fontgalland. Com grande inclinação para a música, praticou piano durante muitos anos. Em 1956 mudou-se com a família para Recife com o objetivo de prestar vestibular para Medicina no ano seguinte. Porém, recebeu o diagnóstico de Hanseníase e, por causa do tratamento, foi impedido de realizar o vestibular em 1957. Foi tratado com Rifampicina e DDS e começou a trabalhar na biblioteca da Faculdade de Direito e da Escola de Engenharia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Em virtude da afinidade com a leitura, formou-se em Biblioteconomia em 1958 pela mesma universidade. Após receber alta médica do tratamento de hanseníase, entrou no curso de Medicina em 1962, e comemorou essa vitória ao lado do pai e do professor Jorge Lobo. Em 1965 foi trabalhar na biblioteca do Instituto de Pediatria do Nordeste, cujo chefe era o professor Antônio Figueira. Nesse mesmo ano, pediu para ser transferido para a Clínica Dermatológica Santo Amaro, onde passou a atuar como bibliotecário-médico. Em 1967, já formado em Medicina, pleiteou no Conselho Regional de Medicina sua passagem para o cargo de Médico, mas só conseguiu ser enquadrado na categoria de médico em 1971, após vários embates com o professor Paulo de Souza. Antes disso, em 1968, entrou como sócio da Sociedade Brasileira de Dermatologia, e em 1969 frequentou o Congresso Brasileiro de Dermatologia, realizado em Recife, onde se encontrou com os grandes dermatologistas brasileiros da época, como Rubem David Azulay, Ramos e Silva e Silvio Fraga, dentre outros. Nesse Congresso, apresentou um trabalho com a ajuda do professor Márcio Lobo, intitulado “Afecções dermatológicas mais frequentes em nosso meio”. Foi chefe do ambulatório de dermatologia e professor de hansenologia do Hospital das Clínicas de Recife, antiga Clínica Santo Amaro. No período em que atuou na instituição, o depoente e sua equipe deram grande atenção ao setor de hansenologia do hospital. Em 1991, pediu a aposentadoria.

Algy de Medeiros

  • Pessoa
  • 1918-?

Nasceu no Rio de Janeiro, em 1918, sendo o primeiro filho de uma família de dez irmãos. Seu pai era funcionário da Biblioteca Nacional e sua mãe, professora. Realizou o curso primário na escola pública em que sua mãe lecionava, e o secundário no Ginásio 28 de Setembro. Em 1941, formou-se pela Escola de Medicina e Cirurgia da Universidade do Rio de Janeiro. Ainda estudante, trabalhou como auxiliar de tesoureiro na Caixa de Aposentadoria e Pensões dos Ferroviários da Central do Brasil. Após formar-se, foi nomeado médico, exercendo a atividade até sua aposentadoria, em 1959. No início da sua carreira profissional, trabalhou como assistente do professor Luiz Feijó, diretor do setor de perícia médica do Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Industriários (IAPI). Em 1949, quando foi instituída a assistência médica aos segurados do IAPI, foi aprovado no concurso para cardiologista, tendo trabalhado nos ambulatórios da Avenida Henrique Valadares e Praça Mauá aposentando-se, em 1967, quando exercia suas atividades no serviço médico pessoal do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS). Pós-graduado em cardiologia e angiologia, dedicou-se a atividades na UFRJ. Entre 1969 e 1971, foi também professor titular de clínica propedêutica médica e chefe do Departamento de Medicina da Faculdade de Medicina de Teresópolis (RJ). Na UFRJ, entre outras atividades, chefiou a seção de angiologia da terceira cadeira de clínica médica do Hospital Moncorvo Filho, de 1953 a 1963, e coordenou a área de domínio conexo do curso de mestrado em angiologia, de 1971 a 1973. Na UERJ, chefiou a seção de angiologia do Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE) a partir de 1962, e exerceu a coordenação-geral do curso de especialização em angiologia a partir de 1973, além de ter participado em diferentes momentos do corpo deliberativo do Departamento de Medicina, ministrar cursos de atualização e desenvolver pesquisas.

Aloysio de Salles Fonseca

  • Pessoa
  • 1918-2007

Nasceu no Rio de Janeiro em 16 de dezembro de 1918. Filho de José de Salles Fonseca e Anna de Salles Fonseca. Formou-se em Medicina pela Faculdade Nacional de Medicina da Universidade do Brasil (atual UFRJ) em 1940. Logo após a sua formatura, instalou um consultório médico na farmácia de seu pai, nas proximidades do Morro da Mangueira, além de trabalhar como assistente voluntário e Professor do Genival Londres, no Hospital Souza Aguiar. Em 1944, dirigiu o Serviço Médico do Centro Nacional de Ensino e Pesquisas Agronômicas (atual UFRRJ), realizando pesquisas e campanhas sanitárias, muitas das quais em convênio com o Serviço Nacional de Malária da época. Foi também Chefe do Serviço de Clínica Médica do Hospital dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro (HSE). Foi eleito Membro Titular da Academia Nacional de Medicina (ANM) em 1962 , tornando-se Membro Emérito em 2002. Ocupou vários cargos da Diretoria e foi Presidente em três biênios diferentes, 1983-85, 1987-89 e 1999-2001. Presidiu o Congresso Internacional de Educação Médica, ano 2000 (ANM), elaborando precioso volume comemorativo. Na sua segunda gestão, obteve a doação do terreno lateral ao prédio da Academia que ocupa desde 2011 o novo Prédio-sede em final de construção (Centro da Memória Médica Nacional). Salles Fonseca foi um dos fundadores e idealizadores do Hospital dos Servidores do Estado (HSE). Além disso, foi Diretor do INAMPS, Professor Titular de Clínica Médica da Universidade Federal Fluminense (UFF) onde foi Diretor da Faculdade de Medicina, Diretor do Hospital Universitário Antônio Pedro da UFF, Membro do Conselho Nacional do Ministério da Saúde, Presidente da Sociedade de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro, da Federação Pan-Americana de Faculdades/Escolas Médicas, da Associação Brasileira de Escolas Médicas e Membro correspondente estrangeiro da Academia Venezuelana de Medicina. Ele implantou seu Plano de Reforma da Assistência Médica na Previdência Social, denominado Plano do CONASP, cujas Ações Integradas de Saúde constituem a espinha dorsal da Reforma Sanitária Brasileira, ora em vigor. Ocupou, interinamente, o Ministério da Assistência e Previdência Social. Professor Emérito da Faculdade de Medicina de Teresópolis. Professor Honoris Causa da Faculdade de Medicina da UFPE. Foi agraciado pelo Governo Brasileiro com as Comendas da Ordem do Rio Branco, da Ordem do Mérito Médico Nacional, da Ordem do Mérito Naval e da Ordem do Mérito Aeronáutico. Condecorado com a medalha de Honra Presidente Juscelino Kubitschek do Estado de Minas Gerais. Faleceu em 28 de abril de 2007.

Armando de Oliveira Assis

  • Pessoa
  • 1912-1988

Nasceu em Piracicaba (SP), a 27 de março de 1912, filho do dentista Francisco Ribeiro de Assis e de Adélia de Oliveira Assis. Realizou seus estudos básicos em Piracicaba (SP) e Juiz de Fora (MG), para onde mudou após o falecimento de seu pai. Em Juiz de Fora, trabalhou como tipógrafo no jornal de propriedade do seu avô materno. Mais tarde, transferiu-se para o Rio de Janeiro, cursando o internato do Colégio Pedro II, e depois a Faculdade Nacional de Direito, diplomando-se em 1936. Durante os seus estudos na faculdade de direito, trabalhou no escritório de advocacia de um tio, depois ingressou na Companhia Adriática de Seguros, onde teve os primeiros contatos com as técnicas de seguro e cálculo atuarial. Em dezembro de 1937, prestou concurso para o Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Industriários (IAPI), ingressando na carreira de secretaria, em janeiro de 1938. No IAPI, chefiou a secretaria do Departamento de Benefícios, de 1938 a 1940, assumindo no ano seguinte o cargo de diretor do departamento. Entre 1946 e 1955, já como assistente-técnico do Departamento de Benefícios, foi encarregado das relações com as instituições internacionais de seguridade social. Em 1956, assumiu a direção da Divisão de Estudo e Planejamento do IAPI, permanecendo no cargo até 1964, quando passou a consultor-administrativo da presidência do IAPI. Durante a década de 1950, participou de inúmeras comissões de estudos e de apoio legislativo na área da Previdência Social. Integrou ainda a equipe que, junto à Fundação Getúlio Vargas (FGV), assessorou o deputado Aluízio Alves na revisão do projeto de Lei Orgânica da Previdência Social (LOPS). Deste trabalho resultou a publicação, em 1950, de "A Previdência Social no Brasil e Estrangeiro". Participou, como representante das instituições de Previdência Social brasileiras, de várias reuniões e congressos internacionais patrocinados pela Associação Internacional de Seguridade Social (AISS), Organização Internacional do Trabalho (OIT) e Organização Ibero-Americana de Seguridade (OISS). Entre 1965 e 1966, foi designado representante do governo no Conselho Diretor do Departamento Nacional de Previdência Social (DNPS), e depois diretor do mesmo departamento. Entre abril e julho de 1966, ocupou a chefia do gabinete do Ministro do Trabalho e Previdência Social. Além disso, entre outros cargos, presidiu o Conselho de Recursos da Previdência Social (CRPS) em dois períodos, sendo o último entre 1973 e 1985. Faleceu em 1º de dezembro de 1988.

Arnaldo Sobrinho de Moraes

  • Pessoa
  • 1928-?

Nasceu em 1928, em Cruz do Espírito Santo (PB). Por ser filho de agricultor, desde criança ajudava o pai na lavoura. Aos 18 anos já trabalhava em uma padaria, e o proprietário do estabelecimento o encaminhou ao Exército, onde se alfabetizou com a ajuda dos colegas. Em 1949, ao deixar as Forças Armadas, foi trabalhar como auxiliar de cozinha na Colônia Getúlio Vargas, Paraíba, dirigida pelo leprologista Humberto Cartacho. A partir daí, passou a testemunhar o sofrimento dos pacientes com sequelas de hanseníase, uma realidade que não conhecia. Como empregado da Colônia, podia residir na chamada ‘área sadia’ e tinha autonomia para plantar legumes e comercializá-los na feira, o que aumentava a renda familiar. Por residir até hoje no mesmo local, presenciou sucessivas administrações como as de Cláudio Baracuí, Manuel Menezes de Oliveira, Antônio Ramalho e Francisca Estrela Dantas Maroja. Trabalhou ainda como ‘capitão de campo’, uma espécie de supervisor da Colônia. Casou-se, teve nove filhos e se aposentou como servidor da Colônia em 1995.

Artur Roberto Couto

  • Pessoa
  • 1954-

Nasceu em 1954, na cidade do Rio de Janeiro. Graduou-se em administração de empresas pelas Faculdades Integradas Simonsen, em 1979. Especializou-se em administração pública pela Fundação Getúlio Vargas em 1996 e cursou o MBA Executivo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro em 1999. É vinculado, desde 1979, ao Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos – Bio-Manguinhos/Fiocruz, onde ocupou o cargo de vice-diretor de Gestão e Mercado.

Domingos Sávio do Nascimento Alves

  • Pessoa
  • 1951-

Nasceu em Piedade do Rio Grande (MG) em 7 de março de 1951. Filho de José Edgar Alves e Maria Aparecida Nascimento Alves, realizou os primeiros estudos no Seminário Santo Antônio até 1967, quando entrou no Colégio Estadual de Juiz de Fora. Ingressou na Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Juiz de Fora em 1970, como aluno de uma turma experimental de cinco anos. Os primeiros anos da graduação foram marcados por sua dedicação à política ambiental e participação no diretório acadêmico da faculdade como vice-presidente e um dos representantes do conselho universitário. Em 1970, foi preso devido à militância política, tendo seus direitos políticos cassados; foi julgado em 1973, mas absolvido definitivamente somente em 1979 pelo Supremo Tribunal de Justiça. Durante a graduação, participou de atividades literárias e culturais como teatro e cinema; trabalhou como sub editor do jornal da Universidade e jogou no time de futebol de salão da Faculdade de Medicina. Nos últimos anos da graduação, optou pela especialização em neurologia e em 1975 veio para o Rio de Janeiro fazer Residência Médica em Neurologia, no Instituto de Neurologia Deolindo Couto, da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Tem especialização em Neurologia pela UFRJ e também pela PUC-Rio, onde estudou a síndrome de Parkinson. Tem especialização em Psiquiatria Social e em Saúde Pública, adquiridos em 1983 e 1987, respectivamente, pela ENSP/Fiocruz. Em 1982, foi contratado pela Campanha Nacional de Saúde Mental para assumir a direção do Hospital Jurandir Manfredini, na Colônia Juliano Moreira, e em 1986, foi nomeado Diretor Geral daquela Colônia. Foi convidado, em 1992, para assumir o cargo de Coordenador Nacional de Saúde Mental, pelo Ministério da Saúde, época em que atuou concomitantemente como Conselheiro Suplente do Ministério da Saúde no Conselho Federal de Entorpecentes (COFEN), até 1995. Este Conselho objetivava discutir a questão das drogas e envolvia membros de todos os Ministérios em uma proposta interdisciplinar. Trabalhou como Coordenador da Comissão Organizadora da Segunda Conferência Nacional de Saúde Mental, realizada em 1992, cujas propostas para discussão giravam em torno de dois pontos: mudanças no modelo assistencial e o direito dos pacientes à cidadania. Por motivos de saúde pediu ao Ministério da Saúde sua aposentadoria, em 1997. Entretanto, pouco depois foi convidado a compor uma chapa e participar das eleições para a diretoria do Instituto Franco Basaglia naquele mesmo ano. Em 1999, candidatou-se à presidência do Instituto onde atualmente é voluntário.

Edmar de Oliveira

  • Pessoa
  • 1951-

Nasceu em 1951, em Palmerais (PI), com ascendência indígena e portuguesa. Iniciou sua formação escolar no Colégio Batista, completando o científico, com bolsa de estudos, no Colégio Jesuíta Diocesano. Planejava fazer o curso de jornalista ao terminar o ensino médio, tendo até fundado um jornal chamado Folha Cultural de Piauí com colegas de várias escolas. No entanto, optou por cursar medicina na Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Piauí, em 1977, por ser pública. Sua inclinação para jornalismo o impulsionou a participar da fundação do jornal Toco cru pegando fogo durante a graduação. Veio para o Rio de Janeiro em 1978 fazer Residência Médica em Psiquiatria na UERJ. Ingressou, em 1984, no Mestrado em Medicina Social na UERJ, mas não defendeu a dissertação, tendo apenas completado os créditos. Logo após, foi trabalhar como bolsista na Colônia Juliano Moreira para a realização de um censo de pacientes e, posteriormente contratado, junto com os demais bolsistas, para desenvolvimento de alguns projetos, frutos deste censo.
Em finais da década de 1980, foi para o Centro Psiquiátrico Pedro II, atual Instituto Municipal de Assistência à Saúde Nise da Silveira, primeiro como Diretor do Ambulatório Central, onde conheceu Paulo Amarante e Luís Carlos Vanderlei. Logo depois, foi nomeado para Coordenador Geral de Saúde do CPP II, e assumiu a vice-direção da instituição em 1990. Ao deixar este cargo voltou a atuar como clínico, usando a literatura como terapia e criou o jornal O Grito, com os pacientes da enfermaria Espaço Aberto ao Tempo, junto com Luis Carlos Vanderlei. Assumiu a direção do Instituto Municipal de Assistência à Saúde Nise da Silveira, em 2000 e permaneceu por 10 anos no posto. Atualmente é jornalista, escritor e blogueiro.

Edson Guimarães Saggese

  • Pessoa
  • 1952-

Nasceu em 10 de janeiro de 1952, em Petrópolis (RJ), e estudou no Colégio Pedro Delvi até o curso ginasial. Veio para o Rio de Janeiro fazer o pré-vestibular para cursar Medicina e seu interesse pela psiquiatria surgiu ainda na adolescência quando um amigo teve uma crise psicótica. A primeira experiência de atendimento a pacientes foi por meio de estágio no Hospital Psiquiátrico de Jurujuba, em Niterói, durante os primeiros anos da graduação. Concluiu a graduação na UFF em 1969; especializou-se em Psiquiatria e em Psiquiatria Infantil, em 1975 e 1976, respectivamente. Neste período prestou concurso para médico do INAMPS e trabalhou em Petrópolis. Fez Residência em Psiquiatria, entre 1977 e 1978, como requisito para ingressar no curso de mestrado em medicina, área de Psiquiatria. Concluiu o mestrado em 1983 com a dissertação “Adolescência: a ideologia das teorias”. Em 1995, defendeu tese de doutorado em Ciências da Saúde, na área de Psiquiatria, onde trabalhou com adolescência e as psicoses. Suas atividades profissionais na UFRJ começaram com a admissão como médico no Instituto de Psiquiatria, em 1978, onde também exercia funções docentes. Em 1979, assumiu a Coordenação do Curso de Especialização em Psiquiatria, Psicoterapia e Saúde Mental, na área infanto-juvenil, cargo que exerceu até 1993. Foi um dos organizadores e primeiro coordenador do Centro de Atenção Psicosocial Infanto-Juvenil, CAPS II, a partir de 1998. Como principal destaque de suas atividades realizadas encontra-se o ‘Projeto Brincar’, cujo objetivo era aproximar os doentes internos do Instituto de Psiquiatria de seus filhos, programando uma tarde de brincadeiras entre eles. Este projeto foi premiado pela Fundação ABRINQ, em 1994. Participou de treinamentos e implantação de serviços em diversas cidades brasileiras e em Moçambique, na África. Atualmente coordena o Projeto PROADOLESCER, uma estratégia de atenção a adolescentes em grave sofrimento psíquico, financiado pela FINEP e implantado em Niterói (RJ). Autor do livro "Adolescência e Psicose: transformações Sociais e os desafios da Clínica e organizador e autor dos livros "Proadolescer: Pesquisa e Clínica com Adolescentes na Rede de Saúde Mental" (2013) e "Juventude e Saúde Mental. A Especificidade da Clínica com Adolescentes" (2015).

Fabíola Aguiar Nunes

  • Pessoa
  • 1943-

Nasceu em 1943, em Salvador (BA). Filha de médico sanitarista, viveu em uma grande família. Ingressou concomitantemente na Faculdade de Medicina e de Farmacologia, mas após o segundo ano optou pela Medicina. A escolha pela Saúde Pública teve grande influência de seu pai. Em 1966, último ano da faculdade, recebeu convite de Jorge Novis para estudar Arquivo Médico na Costa Rica e posteriormente organizar o arquivo médico do Hospital das Clínicas da Bahia. Sua intenção era não apenas organizar esse arquivo, mas também implantar um curso semelhante ao existente na Costa Rica, tanto para brasileiros quanto para estrangeiros. Em 1970 inicia o mestrado em saúde pública, na Universidade da Califórnia, em Los Angeles, Estados Unidos. O tema de sua dissertação foi o papel e a importância dos Centros de Saúde na saúde pública. Em 1972, começou a lecionar no Departamento de Medicina Preventiva da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Em 1974 foi nomeada vice-diretora do Hospital das Clínicas da Bahia e pouco depois trabalhou na Primeira Diretoria Regional de Saúde, da Secretaria Estadual de Saúde. Fez concursos para bolsa do DAAD, para ir à Alemanha, solicitou bolsa ao Conselho Britânico e fez um concurso da OPAS. Optou pela OPAS, e foi para o Programa de Saúde Pública na Costa Rica, o programa de Planejamento Estratégico Centro América Panamá (Pascap), em 1980. Por indicação do secretário de Saúde de São Paulo foi nomeada para a Secretaria Nacional de Programas Especiais, em 1985, na gestão do ministro da Saúde Carlos Santana. Nessa secretaria estavam sediados os programas de controle de agravos como tuberculose e dermatologia sanitária (DST/Aids, hanseníase, leishmaniose tegumentar) e o programa de doenças crônico-degenerativas (diabetes, hipertensão e câncer). Em sua gestão podem se ressaltar os seguintes resultados: início do controle do tabagismo e da AIDS e reestruturação do Programa de Controle da Hanseníase com a implantação da poliquimioterapia. Foi delegada do Ministério da Saúde na 8ª Conferencia Nacional de Saúde, em 1986. Na década de 1990 trabalhou no Hospital da Universidade de Brasília e no Hospital Regional de Sobradinho, no Distrito Federal. Em 1995 foi convidada pelo ministro da Saúde, Adib Jatene, para assumir a Coordenação do Conselho Nacional de Saúde, e em sua gestão foi elaborada a Resolução 196/96, que define regras para pesquisas envolvendo seres humanos e o Plano de Erradicação do Aedes Aegypti. Em 1997, retornou para o Hospital de Sobradinho e organizou o trabalho de controle e combate ao mosquito transmissor da dengue; iniciou, também, a implantação do Programa Saúde em Casa, precursor do Programa de Saúde da Família. De 2001 a 2003, coordenou a Fiocruz em Brasília; em 2005 aposentou-se da Fundação Hospitalar do Distrito Federal, e em 2009 assumiu novamente a coordenação da Fiocruz em Brasília. Em 2010, assumiu a Secretaria de Saúde do Distrito Federal.

Fundação Serviços de Saúde Pública (FSESP)

  • Entidade coletiva
  • 1969-1990

A Fundação Serviços de Saúde Pública (FSESP) originou-se do Serviço Especial de Saúde Pública (SESP), agência bilateral criada em 17 de julho de 1942, no contexto da Segunda Guerra Mundial. Subordinado ao Ministério da Educação e Saúde, visava implantar ações de combate à malária e a outras endemias, nas áreas de extração da borracha, na Amazônia, e de minérios, no vale do rio Doce, regiões estratégicas para os esforços de guerra. Suas atribuições abarcavam desde o saneamento do vale do Amazonas, a profilaxia e assistência sobre malária, a construção e administração de escolas de enfermagem, hospitais e centros de saúde, a formação e o aperfeiçoamento de médicos, enfermeiras e engenheiros sanitaristas, até a colaboração com o Serviço Nacional de Lepra e a criação de sistemas de águas e esgoto. Sua estrutura administrativa era constituída por uma Superintendência, pelas divisões de Engenharia, Educação Médica, Enfermagem, Lepra e Administração, e por órgãos locais, como os programas da Amazônia, do Rio Doce, de Migração e da Mica. Em 1944 a Divisão de Lepra foi extinta, e a de Educação Médica, desmembrada em duas: Educação Sanitária e Médico-Sanitária. Em 1949 foram criados os programas da Bahia e do Nordeste. Em 1950 surgiu o Programa do São Francisco, seguido, em 1956, dos programas de Goiás, Mato Grosso e Maranhão. Em 1952 integravam seus órgãos centrais estas divisões: Organização Sanitária, Estatística Sanitária, Educação Sanitária, Enfermagem e Engenharia. A partir de 1954 o SESP expandiu sua atuação no território nacional, dividindo responsabilidades pelas atividades de saúde e saneamento com os governos estaduais por meio dos Serviços Cooperativos de Saúde. Em 1957 os órgãos centrais assim se estruturavam: Divisão de Orientação Técnica, de Educação e Treinamento, de Enfermagem e de Engenharia. Pouco antes do término do acordo bilateral que garantia o funcionamento do SESP o presidente Juscelino Kubitschek sancionou a lei n. 3.750, de 11 de abril de 1960, transformando-o na Fundação Serviço Especial de Saúde Pública (FSESP), vinculada ao Ministério da Saúde (MS). Com o decreto n. 52.076, de 29 de maio de 1963, as diretorias ficaram subordinadas às Divisões de Orientação Técnica, de Saúde Ocupacional, de Administração e de Engenharia. Pela lei n. 5.318, de 26 de setembro de 1967, coube à FSESP executar ações na política de saneamento do governo federal, atuando com o Departamento Nacional de Obras e Saneamento e o Departamento Nacional de Endemias Rurais. Pelo decreto-lei n. 904, de 1º de outubro de 1969, o nome Fundação Serviço Especial de Saúde Pública foi alterado para Fundação Serviços de Saúde Pública, mantendo-se, porém, sua sigla anterior. A FSESP teve papel preponderante na Campanha de Erradicação da Varíola, através de convênio assinado com o MS em janeiro de 1970. Em 1986 o MS e a FSESP direcionaram ações para o controle das doenças sexualmente transmissíveis, desenvolvendo projeto-piloto em dez estados. Com a reforma administrativa do governo Collor, foi criada a Fundação Nacional de Saúde, instituída pela lei n. 81, de 6 de dezembro de 1990, resultado da fusão da FSESP com a Superintendência de Campanhas de Saúde Pública.

Francisco Luiz Torres de Oliveira

  • Pessoa
  • 1916-?

Nasceu em 1916, em São Paulo (SP). Filho de imigrantes portugueses, teve cinco irmãos e, entre eles, foi o único a completar o curso superior. Seu pai era proprietário de um sebo de livros. Aos 16 anos, trabalhou como protocolista do Departamento Central de Munições de São Paulo durante a Revolta Constitucionalista de 1932. Em 1937, foi aprovado no concurso para a carreira de oficial administrativo do Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Industriários (IAPI). Bacharelou-se, em 1939, pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP). Pouco depois, mudou-se para o Rio de Janeiro, passando a trabalhar na administração central do IAPI. No IAPI, ocupou diversos cargos em comissão, como o de diretor do Departamento de Benefícios e diretor do Departamento de Serviços Gerais. Foi também membro da Junta Consultiva do Serviço de Assistência Médica Domiciliar de Urgência (SAMDU). Participou de inúmeras comissões de estudos sobre a viabilidade da implantação da assistência médica para os segurados do IAPI. Também esteve presente no debate e nas principais etapas do processo de unificação da Previdência Social, principalmente durante os 13 anos de tramitação da Lei Orgânica da Previdência Social (LOPS). Após o golpe de 1964, foi nomeado presidente-interventor do IAPI. Nesta função, trabalhou ativamente no processo de unificação da Previdência Social, que culminou com a criação do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), em 1967. Foi presidente deste Instituto, entre 1967 e 1969. Em 1968, prestou longos depoimentos à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que investigava a situação financeira da Previdência Social e os resultados da sua unificação. Estes depoimentos foram publicados pela revista Previdência Social (1968), que somados aos inúmeros artigos e trabalhos publicados ao longo de sua carreira profissional, proporcionaram um amplo panorama das concepções de Torres de Oliveira e dos chamados 'cardeais' do IAPI, sobre a Previdência Social e o papel da assistência médica. Participou como técnico de administração da Fundação Getúlio Vargas (FGV) no programa de assistência técnica à Reforma Administrativa Federal, proferindo aulas e palestras sobre o tema, entre 1971 e 1973. Participou da implantação do Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS) e do grupo de trabalho que elaborou a lei que instituiu o Sistema Nacional de Previdência e Assistência social (SINPAS), atuando também na sua implantação. No âmbito do MPAS, foi subsecretário de estudos especiais na Secretaria-Geral do Ministério, supervisionou os grupos de trabalho constituídos para estudar a implantação da assistência social no MPAS e o dimensionamento da assistência médica prestada pela Previdência Social.

Geraldo Augusto de Faria Baptista

  • Pessoa
  • 1908-?

Nasceu em Belo Horizonte (MG), em 1908, pertencendo a uma família de classe média do interior. Até os 15 anos viveu em Minas Gerais; onde cursou o primário no Grupo Escolar Afonso Pena, e os primeiros anos do curso secundário no Ginásio Mineiro. Em 1924, com a mudança da família para o Rio de Janeiro, concluiu o secundário no Colégio Pedro II. Em 1925, ingressou na Faculdade Nacional de Direito, formando-se em 1929. Iniciou sua carreira profissional no cartório do pai, e em seguida, trabalhou num escritório de advocacia. Em 1931, ingressou no Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio (MTIC), como primeiro adjunto do procurador-geral do Conselho Nacional do Trabalho (CNT), atuando na área da Previdência Social. Em 1938, foi requisitado pelo recém-criado Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Industriários (IAPI), para ocupar o cargo de procurador-geral. Em 1942, integrou a delegação brasileira na 1ª Conferência Interamericana de Seguridade Social, realizada em Santiago do Chile. Dois anos depois, voltou à Procuradoria da Previdência Social, do MTIC, e no ano seguinte, após a queda de Getúlio Vargas, presidiu o CNT no governo José Linhares. Em 1947, retornou ao MTIC e, quatro anos mais tarde, participou da Comissão Nacional de Bem-Estar Social, que reviu o primeiro projeto de Lei Orgânica da Previdência Social (LOPS), do então deputado Aluízio Alves. Participou também, em 1953, do processo de unificação das Caixas de Aposentadoria e Pensões (CAPs), e mais tarde, no final da década de 1950, atuou como consultor de legislação social do Senado, no período de aprovação da LOPS. No início dos anos 1960, integrou a Comissão Permanente de Direito Social (CPDS), que avaliava processos relativos à Previdência Social. Em 1965, apresentou-se e voltou a exercer advocacia. No governo Chagas Freitas (1970/1974), assumiu o cargo de Secretário de Justiça do estado do Rio de Janeiro.

Germano Traple

  • Pessoa
  • 1924-2008

Nasceu em 26 de maio de 1924, em Curitiba (PR). Filho de Guilherme Traple e Nathalia Elly Traple, seguiu carreira militar até 1945, quando optou pela graduação em Medicina. Em 1953 ingressou na Faculdade de Medicina, da Universidade Federal do Paraná (UFPR); em 1958 foi interno da disciplina de Clínica Médica, com o professor Gastão
Pereira da Cunha, e em 1959, com o professor Otávio da Silveira, foi interno da disciplina de Neurologia, tendo concluído o Curso de Medicina nesse mesmo ano. Fez diversos cursos sobre hanseníase. O primeiro deles foi promovido pela Secretaria de Saúde e Bem-Estar Social de Curitiba, em 1972, e teve o título de especialista em Hansenologia. Um dos mais recentes foi o curso com treinamento no Department of Hand & Leprosy Reconstructive Surgery and Rehabilitation Unit, do Christian Medical College Hospital e do New Life Centre, em 1983, na Índia. Foi coordenador do Programa de Prevenção de Incapacidades Físicas em Hanseníase, de 1976 a 1990, na Secretaria de Saúde do Paraná. Trabalhou como consultor da Germany Leprosy and Tuberculosis Relief Association of Leprosy – Würtzburg, entre 1977 e 1995. Foi consultor temporário na OMS e da OPAS, atuando nesta função por duas vezes. A primeira delas foi em 1984, quando realizou um levantamento sobre os doentes da Ilha de Páscoa, no Chile. Dois anos depois, exerceu a atividade de professor quando organizou e proferiu as aulas de um curso de hansenologia da Associação Paranaense de Hansenologia, em Curitiba. Entre 1992 e 1995, foi diretor-geral do Hospital de Dermatologia Sanitária do Paraná, a antiga Colônia São Roque. Teve vários trabalhos publicados, inclusive em congressos internacionais; ministrou diversos cursos, palestras e treinamentos na área da hanseníase. Além disso, recebeu muitas homenagens, como a da Secretaria Estadual de Saúde do Paraná, durante o curso sobre gerência no Programa de Hanseníase com enfoque na Prevenção de Incapacidades Físicas, realizado de 20 a 23 de setembro de 2005, em Curitiba. Foi especialista em reabilitação e pioneiro em prevenção de incapacidades físicas na hanseníase no Paraná e no Brasil, e é referência da comunidade científica nacional e internacional. Executou treinamentos em todo o Brasil sobre as técnicas de adaptação de calçados. Faleceu em Curitiba no dia 21 de março de 2008.

Isabel Bezerra da Silva

  • Pessoa
  • 1935-?

Nasceu em 6 de novembro de 1935, em Alagoa Nova, região metropolitana de Campina Grande, Paraíba, em família de cinco filhos. Aos 10 anos foi internada com seus pais, Severiano Bezerra da Silva e Maria Delmira da Conceição, e uma irmã na Colônia Getúlio Vargas. Os demais irmãos foram levados para o Educandário Eunice Weaver, que era o preventório ligado à Colônia. Sua mãe faleceu no mesmo ano em que foi internada, e o pai teve alta e voltou para Alagoa Nova. Ficou noiva de um dos enfermeiros, Antônio Batista da Silva, que também era paciente da Colônia, e por sugestão do dr. Edson de Almeida, diretor da Colônia, iniciou seu aprendizado nessa área, mas foi também garçonete e cozinheira. Após seu casamento, desejou mudar para Recife, mas seu pedido foi negado pelo diretor e o casal resolveu fugir durante a madrugada. Seis anos após, seu esposo voltou a sentir os sintomas de hanseníase e por isso decidiram voltar para a Colônia em 1975. No ano seguinte, ficou viúva e casou-se com o Sr. Joaquim Ferreira dos Santos, com quem viveu a partir de então.

Jair Ferreira

  • Pessoa
  • 1947-

Nasceu em 29 de outubro de 1947, em Rio Grande (RS). Herdou dos pais o gosto pela leitura e pela música, e hoje é compositor e participante de um coral cujo repertório inclui óperas italianas, tango e música popular brasileira. Aos 15 anos saiu de sua cidade e foi para Porto Alegre completar o ensino secundário no Colégio Júlio de Castilhos. Sua aptidão para a biologia e a percepção de que o curso lhe proporcionaria uma visão humanística da sociedade foram os principais fatores que o levaram a optar pela Medicina, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), onde ingressou em 1970. A escolha pela Dermatologia veio a partir das aulas, e ao final da graduação, em seu estágio obrigatório, optou por fazer a residência nessa área. Em 1971, foi convidado pelo professor César Bernardes para trabalhar na Secretaria de Saúde do Estado do Rio Grande do Sul, como médico dermatologista de Saúde Pública. Em 1973, fez o Curso de Especialização em Saúde Pública, na USP, e quando retornou ao Rio Grande do Sul foi admitido através do convênio entre a Secretaria Estadual de Saúde e a Fundação Serviços Especiais de Saúde Pública (FSESP). Pela FSESP trabalhou como médico em regime de dedicação exclusiva e abriu mão do consultório particular. Foi nesse trabalho que implantou um sistema informatizado para o registro dos pacientes de hanseníase, que foi exemplo no Brasil, antes da existência do Sistema de Informações de Agravos de Notificação (Sinan). Em 1989 prestou concurso para professor auxiliar de Epidemiologia no Departamento de Medicina Social da UFRGS, onde ministra aulas também na Faculdade de Nutrição. Defendeu a tese de doutorado intitulada Validade dos indicadores epidemiológicos utilizados para avaliar de forma indireta a magnitude da hanseníase, pela mesma Universidade, em 1999. Foi consultor da OPAS em DST/Aids e Hanseníase, em vários países como Venezuela, República Dominicana e Guatemala, entre outros. Foi também consultor temporário do Ministério da Saúde e de alguns estados brasileiros nos Programas de Controle da Hanseníase e DST/Aids, desde a década de 1980. Ainda hoje atua como coordenador do Programa de Aids do Hospital de Clínicas de Porto Alegre e como participante do Comitê de Cooperação Técnica em Hanseníase do Mercosul.

José Fuks

  • Pessoa
  • 1923-?

Nasceu no Rio de Janeiro, em 1923, filho de imigrantes poloneses de origem judaica. Seu pai era alfaiate e sua mãe, dona de casa. Entre os três filhos, foi o mais velho. Estudou em escolas públicas, cursando o ginásio e o complementar noturno no Colégio Pedro II. Aos 13 anos, começou a trabalhar para ajudar nas despesas da família; alfabetizando crianças. Em 1945, enquanto trabalhava em um escritório de contabilidade, prestou concurso para o Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Industriários (IAPI), sendo designado para a delegacia do Paraná como escriturário-auxiliar. Neste mesmo ano, iniciou o curso de engenharia na Universidade Federal do Paraná. De volta ao Rio de Janeiro, em 1948, foi trabalhar no setor de arrecadação do IAPI, transferindo-se no ano seguinte para o setor de engenharia, onde assumiu a direção de fiscalização das obras do conjunto residencial da Penha. Com o término destas obras, transferiu-se para o conjunto residencial de Bangu, ocupando o mesmo cargo. A partir de 1952, já então formado, exerceu vários cargos no setor de engenharia do IAPI, tais como: chefe de seção, de serviço, assistente de departamento, chefe de departamento. Depois da unificação dos Institutos de Aposentadoria e Pensões (IAPs), assumiu a chefia de engenharia do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS). Entre 1970 e 1977, trabalhou na empresa de engenharia Carvalho Hosken, porém, não se desligou do INPS, do qual tornou-se engenheiro-chefe, em 1977. Um ano depois, ocupou o cargo de secretário-geral de engenharia e patrimônio do Instituto de Administração Financeira da Previdência Social (IAPAS), aposentando-se em 1985.

José de Segadas Viana

  • Pessoa
  • 1906-1991

Nasceu no Rio de Janeiro, em 1º de julho de 1906, filho de João Vieira de Segadas Viana e Violeta Brandão de Segadas Viana. Casado com Isolina Becker de Segadas Viana, tem três filhos. Depois de realizar os estudos básicos no Colégio Paula Freitas, ingressou na Faculdade de Direito do Rio de Janeiro, bacharelando-se em ciências jurídicas e sociais, em 1929. Atuou, em seguida, como promotor público na comarca de Monte Carmelo (MG). Em 1930, aderiu à Aliança Liberal (AL), coligação oposicionista que patrocinou a candidatura de Getúlio Vargas à Presidência da República e o levante armado de 03 de outubro. Em 1932, manifestou apoio à Revolução Constitucionalista de São Paulo, mas depois voltou a apoiar o governo Vargas. Retornando ao Rio de Janeiro, ingressou no jornalismo como secretário do "Diário da Noite" e do "O Jornal", que pertenciam à cadeia dos Diários Associados. Em 1940, durante a Segunda Guerra Mundial, foi enviado pelos Diários Associados a Roma, onde permaneceu durante dez dias. Neste mesmo ano, assumiu o cargo de Procurador da Justiça do Trabalho, atuando no setor de Previdência Social. Em 1942, após ser nomeado assistente-técnico do Ministro do Trabalho, Alexandre Marcondes Filho, tornou-se diretor-geral do Departamento Nacional do Trabalho (DNT). Em 1943, passou a chefiar a Divisão de Organização e Assistência Sindical, além de participar com Dorval de Lacerda e Arnaldo Lopes Sussekind, da elaboração da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Nos anos seguintes, presidiu a Comissão de Enquadramento Sindical e a Comissão Técnica de Orientação Sindical, e também integrou a Comissão do Imposto Sindical, Comissão Permanente de Direito Social e a Seção de Segurança Nacional do Ministério do Trabalho. Ainda no Estado Novo, foi um dos fundadores do Centro Trabalhista de Estudos Políticos e Sociais que, após a redemocratização de 1945, teve destacado papel na articulação do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). Em agosto de 1945, assumiu a presidência do diretório do PTB, no Distrito Federal, e em setembro foi eleito secretário-geral da primeira Comissão Executiva do partido. Nas eleições para a Assembleia Nacional Constituinte, elegeu-se deputado pelo Distrito Federal, tornando-se líder da bancada carioca e vice-líder da bancada nacional do PTB. Com a transformação da Constituinte em Congresso Ordinário, teve seu mandato estendido até 1951. Assumiu em seguida o Ministério do Trabalho, enfrentando dois anos depois expressivos movimentos de trabalhadores, como a greve dos 300 mil e a greve dos marítimos no Rio de Janeiro, Santos e Belém. Tentando utilizar-se de um decreto promulgado durante a Segunda Guerra Mundial, através do qual a Marinha Mercante poderia ser convocada como reserva da Marinha de Guerra, provocou a oposição aberta do então presidente nacional do PTB, João Goulart, que terminou por substituí-lo no Ministério. Em 1954, concorreu novamente pela legenda do PTB à Câmara dos Deputados pelo Distrito Federal, alcançando a primeira suplência. Em 1961, após a renúncia de Jânio Quadros, assumiu interinamente a chefia do Ministério do Trabalho, cargo que ocupou até a posse de João Goulart. Pouco depois, participou do governo Carlos Lacerda no então estado da Guanabara, tendo ocupado os cargos de secretário do interior e segurança, e chefe de polícia. Como especialista em direito do trabalho, foi consultor da Organização Internacional do Trabalho (OIT), tendo elaborado os projetos do Código do Trabalho da República dominicana do Panamá. Integrou as delegações brasileiras que participaram da Conferência de Seguro Social em Viena e Madri, das duas Conferências Internacionais de Serviço Social em Porto Rico e Tóquio, da Conferência dos Chanceleres em Washington, da X Assembleia da Previdência social em Viena, e do Congresso Sindical Mundial em Milão. Lecionou Direito do Trabalho e Direito Social na Faculdade Cândido Mendes e na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Foi membro honorário do Instituto do Trabalho e Medicina Social e do Instituto Brasileiro do Trabalho, além de membro permanente do Comitê Misto OIT-UNESCO para a Aplicação do Estatuto Internacional do Mestre. Integrou o Instituto de Medicina e Direito Social e foi sócio-honorário da Unión Americana de Medicina del Trabajo e do Instituto Brasileiro de História da Medicina. Faleceu no Rio de Janeiro no dia 17 de outubro de 1991.

Benedito Vieira de Figueiredo

  • Pessoa
  • 1938-2018

Nasceu em 15 de maio de 1938, em Cuiabá (MT). Fez o curso ginasial no Colégio Salesiano São Gonçalo e o curso científico no Colégio Estadual de Mato Grosso. Foi para o Rio de Janeiro em 1956, com o intuito de ingressar na Faculdade Nacional de Medicina da Universidade do Brasil. Ao final da graduação, especializou-se em Dermatologia, tendo realizado seu estágio no Pavilhão São Miguel, da Santa Casa da Misericórdia. Em 1963 trabalhou como Auxiliar de Ensino, da mesma universidade. Nessa época atuava, concomitantemente, como médico do Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Industriários (IAPI), na Penha. Após a morte de seu pai decidiu retornar ao Mato Grosso. Antes, porém, apresentou-se à Divisão Nacional de Lepra, com intuito de trabalhar como dermatologista contra a hanseníase em seu estado. Após o treinamento dado pela Campanha Nacional contra a Lepra (CNCL), foi contratado para trabalhar no Mato Grosso. Faleceu em outubro de 2018.

Departamento de Zoologia Médica

  • Entidade coletiva
  • 1926-

A Seção de Zoologia Médica foi criada e formalizada no regulamento do Instituto Oswaldo Cruz de 1926, compondo-se das subseções de Protozoologia, Entomologia e Helmintologia. Entretanto, o IOC, desde a sua criação, atribuiu importância fundamental às áreas de estudos e pesquisas que compunham a zoologia médica, a qual permaneceu prestigiada até a atualidade. Esta importância ficou evidente quando o Instituto, ao delimitar suas áreas de atuação, estruturou-se formalmente em seções cujas denominações refletiam suas atribuições finalísticas. Sendo assim, em 1919 foram definidos como seus objetivos principais, os estudos de patologia experimental, de higiene, de zoologia, de veterinária e fitopatologia. Em 1921, foi criada a Seção de Protozoologia, área de excelência do Instituto para o que contribuiu de forma decisiva a descoberta das doença de Chagas. Em 1922 foi criada a Seção de Entomologia e, finalmente, como já mencionado anteriormente, em 1926, a Seção de Zoologia Médica. Esta estrutura manteve-se até 1982 com algumas alterações. Em 1942, a Seção de Zoologia Médica passou a chamar-se Divisão de Zoologia Médica: em 1962, nova denominação foi atribuída ao órgão, Divisão de Zoologia, acrescendo-se ao mesmo as seções de Malacologia e Hidrobiologia e, em 1970, substituiu se o termo divisão por departamento, passando a denominar-se Departamento de Zoologia. Nesta ocasião foi também suprimida a Seção de Malacologia. Ao iniciar-se a década de 80, as seções se departamentalizaram e a Zoologia Médica não mais foi mencionada na estrutura organizacional da instituição, sendo porém representada pelas disciplinas que a compõe. Hoje, fazem parte do IOC, entre outros, o Departamento de Protozoologia, formado pelos Laboratórios de Biologia, de Tripanossoma, de Imunidade Celular e Humoral e de Imuno-Modulação; o Departamento de malacologia, que tem sob sua orientação o laboratório de mesmo nome, e o Departamento de Helmintologia, composto pelos laboratórios de Esquistossomose Experimental, de Helmintos Parasitas de Vertebrados e de Helmintos Parasitas de Peixes. Por sua vez, a entomologia enquanto disciplina permanece atualmente vinculada ao Departamento de Biologia.

Luis Tranquilino de Lima

  • Pessoa
  • 1932-?

Nasceu em 25 de maio de 1932, em Timbaúba dos Mocós (PE). Desde a juventude trabalhou na agricultura com sua família, e em 1948 mudou-se para Recife e passou a trabalhar como pedreiro. Neste mesmo ano foi para o Rio de Janeiro, para trabalhar no ramo de construção civil, de modo geral. Em 1956, quando residia no Rio de Janeiro, surgiram os primeiros sintomas da hanseníase. Após um corte no pé, sentiu-se mal e decidiu, portanto, fazer alguns exames no Hospital da Cruz Vermelha. Começou a ser medicado com remédios para tratamento de hanseníase, mas não informaram o diagnóstico e a gravidade da doença, tampouco a necessidade de tratamento sem interrupção. Após algum tempo, mesmo estando medicado, seu estado de saúde se agravou e ele foi perdendo gradativamente a visão. Em 1958 foi morar em João Pessoa, Paraíba, na Colônia Getúlio Vargas, para operar os olhos, e conseguiu sua aposentadoria por invalidez. Ao melhorar da visão, continuou em João Pessoa trabalhando como agricultor, mas voltou a apresentar sintomas de hanseníase e foi internado em 1960 na Colônia Getúlio Vargas. Como interno da Colônia, trabalhou como vigilante da área verde que circunda a instituição e adaptou-se totalmente ao cotidiano asilar, e ali reside até hoje. Por causa da doença, aproximou-se da religião espírita e chegou a ser presidente da Federação Espírita daquele estado.

Luiz Moura

  • Pessoa
  • 1925-

Nasceu no Rio de Janeiro, em 4 de maio de 1925. Teve influência marcante de seu pai, Pedro Moura, que durante muitos anos chefiou a 12ª Enfermaria da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro. Pedro Moura foi também membro ativo da Ação Integralista Brasileira, sendo inclusive preso após a tentativa de golpe, em 1938. Cursou o primário no colégio alemão ("Deutsche Schule") e o secundário nos colégios Lafayette e Santo Antônio Maria Zacaria. Cursou o complementar de medicina no Colégio Santo Inácio e ingressou na Faculdade Nacional de Medicina da Universidade do Brasil, atual UFRJ, em 1944, apesar da resistência do pai, que almejava para seu filho a carreira militar, opção de seus três irmãos. A partir do quarto ano da faculdade, passou a ser interno do serviço de clínica da 12ª Enfermaria da Santa Casa da Misericórdia, onde permaneceu até 1949, quando concluiu o curso. Em 1950, ingressou como cirurgião no Hospital General Manoel Vargas, atual Hospital de Bonsucesso, que pertencia ao antigo Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Empregados dos Transportes e Cargas (IAPETC). Paralelamente, manteve clínica médica particular e administrou durante alguns anos uma granja criada por seu pai no início da década de 1950. Em 1960, transferiu-se para o plantão do Hospital do IAPETC e permaneceu lá até 1967. Segundo seu depoimento, neste período, descontente com os rumos do país e com a excessiva interferência dos sindicatos no hospital, aderiu ao golpe de 1964, sendo incumbido de ajudar a controlar o hospital no dia da eclosão, em abril. Dois anos depois, diplomou-se pela Escola Superior de Guerra (ESG). Assistente-técnico do Hospital de Bonsucesso a partir de 1967, foi convidado pelo General Médici, em 1969, para assumir a Secretaria Executiva de Assistência Médica do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), cargo no qual foi empossado em 24 de novembro de 1969. No ano seguinte, com a saída de Walter Graciosa, assumiu a presidência do INPS em 25 de fevereiro. Nos dois cargos que ocupou, procurou implementar uma política de produção e distribuição de medicamentos para a população, a partir da sua experiência com a indústria de medicamentos do Hospital de Bonsucesso. A ênfase na produção e distribuição de medicamentos gerou inúmeros conflitos, provocando a sua exoneração em 4 de agosto do mesmo ano. Apesar do seu afastamento de cargos públicos, continuou denunciando a ação das indústrias farmacêuticas estrangeiras, através do deputado Florim Coutinho. Em 1970, foi transferido para o ambulatório de Cavalcanti e, em 1973, para o Hospital Cardoso Fontes, onde foi assistente de dois diretores e chefe de clínica médica. No final de 1980, foi nomeado diretor nacional da Divisão Nacional de Medicamentos do Ministério da Saúde (DIMED/MS). Dois anos depois, retornou à Previdência Social, trabalhando em projetos especiais da Superintendência Regional do Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS), sendo nomeado, posteriormente, diretor do Serviço de Medicina social do município do Rio de Janeiro e coordenador da Administração Médica do estado do Rio de Janeiro, aposentando-se em 1983.

Luiz Viegas da Motta Lima

  • Pessoa
  • 1923-2018

Nasceu no Rio de Janeiro, em 1923, filho de Pedro da Motta Lima, jornalista e militante do Partido Comunista Brasileiro (PCB), e de Priscilla Viegas da Motta Lima; ambos nascidos em Viçosa, Alagoas. Estudou o curso primário em escola pública e o ginásio no Colégio Pedro II. Em dezembro de 1940 ingressou, através de concurso público, no quadro de funcionários do Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Bancários (IAPB), onde trabalhou até 1943. Nesse momento, foi admitido também por concurso no Banco do Brasil. A partir de 1944, participou intensamente de todas as lutas e mobilizações do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro até o movimento militar de 1964. Foi um dos fundadores da Federação dos Bancários do Rio de Janeiro e do Espírito Santo, sendo o seu primeiro presidente, em 1957, e reeleito, sucessivamente, até 1964. Participou também da fundação da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Crédito (CONTEC), ocupando o cargo de secretário-geral de 1961 a 1964. Membro do CPB desde 1944, concorreu pela legenda do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) à Câmara Municipal do Rio de Janeiro, no período que antecedeu a mudança da capital para Brasília. Constou da lista dos primeiros 101 brasileiros atingidos pelo Ato Inconstitucional no 1 (AI-1), em abril de 1964. Nessa ocasião, exilou-se na Embaixada do México, no Rio de Janeiro, e depois transferiu-se para a Tchecoslováquia, onde viveu até 1965, quando então retornou ao Brasil. Demitido do Banco do Brasil por decreto-lei, em outubro de 1964, foi anistiado e aposentado em agosto de 1979. Em 1980, colaborou na organização do Departamento de Aposentados do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, no qual atua até hoje. Participou ainda como um dos organizadores do IX Congresso Nacional dos Aposentados e Pensionistas, realizado em 1985, em Curitiba e da criação da Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas, sendo um dos seus vice-presidentes. Em 1986, participou da Comissão de Alto Nível, patrocinada pelo Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS), que sugeriu um plano de mudanças na Previdência Social. Faleceu em 15 de março de 2018.

Marcos da Cunha Lopes Virmond

  • Pessoa
  • 1950-

Nasceu em 15 de março de 1950, em Cruz Alta (RG). Filho de militar, morou e estudou em diversas regiões do Brasil, como Rio de Janeiro, Minas Gerais e Pernambuco. Seu apreço e gosto pela literatura e a música são grandes; tornou-se professor de regência musical e faz parte da Ordem dos Músicos do Brasil. Em fins da década de 1960, voltou para Porto Alegre onde concluiu o ensino médio no colégio estadual Júlio de Castilhos. O interesse pela Medicina deu-se no próprio meio familiar, já que o avô e o tio eram médicos. Em 1968, ingressou na UFRGS, no curso de Medicina, e concluiu a graduação em 1974. De 1975 a 1976, fez Residência em cirurgia geral no Hospital Presidente Vargas, no Instituto de Assistência Médica da Previdência Social, no Rio de Janeiro. O contato com a dermatologia, mais especificamente com a hanseníase, ocorreu em 1976, quando foi trabalhar na Colônia Itapuã, em Porto Alegre. Foi médico de saúde pública da Secretaria de Saúde e Meio Ambiente do Rio de Janeiro, em 1976. Entre 1977 e 1979, fez residência em cirurgia plástica no serviço do professor Antônio da Costa Estima. Esse curso foi determinante na escolha em trabalhar com cirurgias de reabilitação em hanseníase. Em 1980 foi à Bauru fazer cursos no Instituto Lauro de Souza Lima (ILSL), e algum tempo depois passou a trabalhar como professor do Instituto. De 1988 a 1991 foi médico-chefe do Ambulatório de Dermatologia Sanitária de Porto Alegre. Em 1989 obteve título de especialista em cirurgia plástica pelo Conselho Federal de Medicina, de Porto Alegre, como também pela Associação Brasileira de Hansenologia e pela Associação Médica Brasileira, do Rio de Janeiro. Em 1994, através de concurso, tornou-se pesquisador científico do ILSL, e em 1997 tornou-se diretor técnico de departamento desse Instituto. Em 1999 defendeu tese de doutorado pela Faculdade de Medicina da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp), em Botucatu, São Paulo. É membro titular da Federación Iberolatinoamericana de Cirurgia Plástica y Reconstructiva e presidente da Sociedade Brasileira de Hansenologia (SBH) desde 2006. Ocupou o posto de vice-presidente para as Américas na International Leprosy Association (ILA), de 1998 a 2008, e atualmente é o presidente da ILA. Concluiu o doutorado em Música pela Unicamp, em 2007, com tese sobre a obra do compositor brasileiro Antônio Carlos Gomes. Atualmente é diretor do ILSL e dedica-se à pesquisa e ao ensino de composição e regência no curso superior de Música, da Universidade do Sagrado Coração, em Bauru (SP).

Maria Eugênia Noviski Gallo

  • Pessoa
  • 1946-?

Nasceu em 17 de abril de 1946, em Curitiba (PR). De ascendência polonesa, desde a infância aprendeu sobre os costumes desse povo. Iniciou os estudos no Grupo Escolar Professor Brandão, uma escola pública de Curitiba. Em 1969, ingressou em Medicina na UFPR, onde se formou em 1975, e no ano seguinte foi para o Rio de Janeiro fazer Residência Médica e Mestrado em Dermatologia, na UFF, sob orientação do dr. Rubem David Azulay. Durante o mestrado, trabalhou como bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), no Instituto de Leprologia (IL), em São Cristóvão, com o dr. René Garrido Neves, e foi aprovada no concurso para médica dermatologista e imunologista do Inamps. Especializou-se em Hansenologia, com título concedido pela Associação Brasileira Médica, em 1975. Em 1998 defendeu no IOC/Fiocruz a tese de doutorado "Poliquimioterapia com duração fixa em Hanseníase multibacilar". Em 1976, testemunhou a incorporação do Instituto de Leprologia à Fiocruz e todas as resistências em torno desse fato. Nesse mesmo ano foi contratada para o IOC, como pesquisadora. Presenciou novas decisões no tratamento ao doente como a implantação da poliquimioterapia e a mudança do termo de ‘lepra’ para ‘hanseníase’. Atualmente é professora em cursos de especialização, pós-graduação e residência médica. Atuou como vice-presidente da Netherlands Leprosy Relief Brasil (NLR), organização não-governamental com atuação no Rio de Janeiro e foi chefe do Laboratório de Hanseníase do IOC/Fiocruz de 1998 até 2006. Foi assessora do Programa Nacional de Controle da Hanseníase (PNCH) desde 2004, atuando na Comissão Interministerial de Avaliação realizando trabalho de relatoria de processos de pedidos de pensão indenizatória dos isolados compulsoriamente no país, derivados da promulgação da Lei 11.520, de setembro de 2007, pelo Governo Federal.

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