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História oral
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Políticas Nacionais e Programas Internacionais de Saúde em Perspectiva Histórica e Comparada (Brasil, 1958-1973)

Entrevista realizada por Gilberto Hochman e Érico Silva Muniz, na Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz, no Rio de Janeiro/RJ, no dia 5 de setembro de 2008.
Resumo: O projeto reúne um depoimento e está inserido na linha de pesquisa que versa sobre os programas internacionais e políticas nacionais de controle e a erradicação da malária no Brasil entre as décadas de 1930 e 1980. Os resultados em termos de produção, orientação, apresentação de trabalhos e intercâmbios com grupos e pesquisadores que discutem temas semelhantes para outros países, sugerem uma ampliação do escopo de pesquisa e análise na direção da comparação entre programas, do alargamento da dimensão temporal e espacial e do aprofundamento da discussão conceitual sobre as relações entre agendas internacionais e nacionais na formulação e implementação de políticas públicas em perspectiva histórica. A análise das políticas brasileiras de combate à malária a partir de 1941 indica grande oscilação entre a sua autonomia, capacidade de inovação e a recusa a aderir ao programa de erradicação da OPAS/OMS/Unicef até o completo alinhamento com as orientações internacionais na década de 1960. A pré-existência ou não de políticas nacionais e de comunidades de especialistas, as variações na conjuntura internacional e nos regimes políticos, e a disponibilidade de recursos e os condicionantes do financiamento parecem explicar, em grande parte, a trajetória desses programas no Brasil. Nos últimos anos, o campo da história saúde internacional tornou-se sujeito e objeto de um renascimento acadêmico. Os estudos sobre a saúde internacional, suas motivações, princípios, prioridades e paradigmas - e sua estrutura dual de saúde pública e política internacional - têm gerado um debate saudável. Eles apontam sempre a centralidade do campo de estudos para relações internacionais atuais e passadas, para a compreensão das condições de saúde em nível local e nacional, e para as políticas públicas. Apesar desse renascimento, parte dos trabalhos acadêmicos nessa área ainda tende a partir da análise das "supra-instituições" da saúde internacional. A linha de pesquisa histórica na qual esse projeto está inserido analisa a saúde internacional no decorrer do século XX através de diferentes lentes e como uma arena dinâmica na qual atores locais, autoridades nacionais, pesquisadores e especialistas em políticas públicas, médicos, populações, profissionais transnacionais e agências internacionais interagem, modelam-se e remodelam-se uns aos outros. Os estudos históricos recentes têm demonstrado essa interação, ainda que muitas vezes baseada em relações assimétricas, produz resultados e processos diferentes e não antecipados no momento de sua formulação. O Brasil apresenta um panorama favorável ao estudo de ideologias, instituições e práticas de saúde internacional, dadas as preocupações com saúde pública enraizadas não só nos projetos de Estado-Nação, como nos movimentos políticos, nas idéias e nas instituições educacionais e culturais. A região também tem um precoce e longo envolvimento com a arena internacional a partir das conferências sanitárias ainda no século XIX, da criação da Repartição Sanitária Pan-Americana, depois OPAS, em 1902 e do profundo envolvimento na região da Comissão Sanitária Internacional da Fundação Rockefeller. Desse modo, a proposta central do projeto é de um estudo comparativo entre o programa brasileiro de erradicação da malária (1958-1970) e um outro programa, mais bem sucedido em escala nacional e global, como o da erradicação da varíola (1966-1973) pretende avançar tanto no conhecimento sobre a história dessas políticas e programas, como da compreensão da inserção do Brasil da segunda metade do século XX no campo da saúde internacional. Essa pesquisa no que diz respeito a formação de especialistas para os programas está integrada ao Observatório História dos Recursos Humanos em Saúde (COC-OPAS-Segets/MS). Do ponto de vista metodológico essa pesquisa utilizará fontes documentais em arquivos no Rio de Janeiro, Brasília, Washington D.C., Toronto e Genebra. Foi realizada uma entrevista com Reinaldo Felippe Nery Guimarães, em 05/09/2008, com cerca de 1h20min de gravação.

Plenete Cavalcante Marques

Entrevista realizada por Antonio Torres Montenegro e Tânia Fernandes, em Recife (PE), no dia 25 de janeiro de 1996.
Sumário
Fita 1 - Lado A
Memórias da infância e a doença do pai; a vida escolar; o ingresso no CPqAM como auxiliar de escritório; o DNERu e o vínculo deste com o CPqAM; o retorno aos estudos e o término do 2° grau, atual Ensino Médio; os cursos de especialização; as atividades desenvolvidas no CPqAM; a evolução do IAM; as festas religiosas e o carnaval; o cotidiano em bairros como Beberibe, Arruda e Espinheiro (PE); comentários sobre as administrações do IAM; o FioPrev em Recife; os cursos no Rio de Janeiro; suas atividades e a gestão de André Furtado; a relação com os pesquisadores; a incorporação do CPqAM à Fiocruz; o Plano de Cargos e Salários; o número de pesquisadores e funcionários no CPqAM nos anos 1990; a aposentadoria e a Reforma de Estado; a contribuição para o trabalho no IAM; a aposentadoria.

Plantas medicinais: história e memória da pesquisa e da política científica no Brasil

Reúne 16 depoimentos orais de cientistas e professores vinculados à universidades e institutos dedicados à pesquisa na área de plantas medicinais. Estes depoentes foram escolhidos em função de sua inserção acadêmica e participação na condução e organização de grupos de pesquisa. Foram entrevistados, ainda, dois técnicos do Ministério da Saúde que tiveram relevante atuação neste processo. Questões de fundamental importância para o tema, como a relação entre ciência e tecnologia, a indústria farmacêutica nacional, a legislação sobre patentes na área, as agências de fomento à pesquisa e os financiamentos de projetos e programas foram abordados no âmbito do projeto.

Pedro Miguel dos Santos Neto

Entrevista realizada por Tania Fernandes e Silvia Santos, no Instituto Aggeu Magalhães, em Recife/PE, no dia 18 de junho de 2019.

Pedro Gabriel Godinho Delgado

Entrevista realizada por Anna Beatriz de Sá Almeida, Angélica Estanek Lourenço e Laurinda Rosa Maciel, no Rio de Janeiro (RJ), nos dias 16 de dezembro de 2002 e 21 de julho de 2003
Sumário
Fita 1 – Lado A
A opção pela medicina e o interesse pela Psiquiatria a partir do estágio voluntário realizado no Hospital Colônia de Barbacena, em 1974, sob a orientação dos professores Alonso Moreira Filho e Sílvio Oliveira. O ingresso na Residência Médica, do Instituto de Psiquiatria da Universidade do Brasil (IPUB), em 1977. Cursos realizados com Jurandir Costa Freire e Joel Birman, na UERJ, em 1976. O concurso para o Centro Psiquiátrico Pedro II (CPP II), realizado pela Divisão Nacional de Saúde Mental (DINSAM), em 1977; dificuldades de trabalho no Hospital de Neurologia e Psiquiatria Infantil (HNPI) e no pronto-socorro do Hospital Gustavo Riedel.

Fita 1 – Lado B
Comentário sobre as condições precárias em que se encontrava o CPP II. O início do movimento de reforma psiquiátrica através de denúncias escritas no livro de plantão; as primeiras demissões de estagiários e bolsistas da DINSAM e o concurso não realizado por suspeita de fraude. Seu ingresso, por concurso público, no Ministério da Saúde como médico sanitarista, em 1980. A opção de trabalhar na Colônia Juliano Moreira (CJM); recordações dos primeiros projetos desenvolvidos como Coordenador Médico responsável pelo Projeto Assistencial da CJM, entre eles o de re-socialização dos pacientes, apoiado pelo Ministério da Saúde, que incluía bolsa-trabalho para os participantes. Considerações sobre o apoio dos funcionários da CJM às transformações propostas pela diretoria, por volta de 1983.

Fita 2 – Lado A
Comentários sobre as mudanças implantadas na CJM que possibilitaram uma imagem positiva da instituição para moradores e funcionários. As circunstâncias da criação do Hospital Jurandir Manfredini, na CJM e os conflitos com o Ministério da Saúde para implantação de outras mudanças naquela instituição. Sua transferência para o CPP II, em 1984, onde trabalhou como médico da enfermaria feminina no Instituto de Psiquiatria Adauto Botelho (IPAB). O retorno à CJM, em 1985, como Diretor de Ensino e Pesquisa; a criação do NUPSO, Núcleo de Pesquisa em Psiquiatria Social com apoio da Financiadora de Estudos e Pesquisas (FINEP). A nomeação de interventor para a CJM pelo Ministério da Saúde, em 1987, e detalhes da resistência de funcionários e pacientes à esta nomeação. A tensão causada pela chegada da Polícia Federal e do Exército, cuja missão era garantir a posse do interventor.

Fita 2 – Lado B
O fim da tensão com a retirada do Exército da CJM. A criação de uma comissão composta por membros do Ministério da Saúde, da Secretaria de Saúde do Estado do Rio de Janeiro e da CJM para dirigir a instituição. O lema "Por uma sociedade sem manicômios" e a resistência dos profissionais de saúde em aceitá-lo.

Fita 3 – Lado A
A criação do Instituto Franco Basaglia (IFB), em 1989 e o curso de Cidadania e Loucura. Nomeação como Coordenador Estadual de Saúde Mental no Rio de Janeiro, em 1999. Os projetos realizados pelo IFB como o programa ‘SOS - Direitos dos Pacientes’ e o ‘Clube da Esquina’. Como se deu a reforma psiquiátrica no Manicômio Judiciário Heitor Carrilho, atual Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico Heitor Carrilho; a Lei Paulo Delgado e o louco infrator.

Fita 3 – Lado B
A criação e os debates em torno da Lei Paulo Delgado; o processo de tramitação no Congresso e Senado Nacionais e as alterações sofridas; o texto final aprovado em 2001; a repercussão internacional da aprovação da Lei. Comentários sobre a questão do álcool e das drogas nas políticas públicas.

Fita 4 – Lado A
A importância da capacitação profissional para melhorar o atendimento ao doente; os cursos oferecidos pela Secretaria de Formação e Gestão do Trabalho em Saúde. Sua nomeação como Coordenador Nacional de Saúde Mental em 2000; principais atividades realizadas e dificuldades encontradas. A implantação do Programa Nacional de Avaliação dos Hospitais (PNACH) em Psiquiatria, em 2002. A realização da 3ª Conferência Nacional de Saúde Mental, em 2001, considerado o Ano Internacional da Saúde Mental. Os requisitos para a implantação de um Centro de Atenção Psicossocial em um município.

Pedrina Cunha de Oliveira

Entrevista realizada por Lúcio Flávio Taveira e Rose Ingrid Goldschmidt, na Fiocruz (RJ), no dia 06 de junho de 1989.
Sumário
Fitas 1 a 3
Origem familiar; o perfil do pai; a infância em uma fazenda em Goiás; a personalidade da mãe; as dificuldades de comunicação no interior do Brasil na década de 1940; a educação familiar voltada para o trabalho; a ausência de preconceito na educação informal; a igualdade no trato com os trabalhadores da fazenda; os papéis sociais do homem e da mulher no interior brasileiro em meados do século XIX; o espaço doméstico como locus feminino; a profissionalização como caminho para a emancipação; a generosidade característica da educação materna; os papéis familiares: a mãe educadora e pai provedor; a população “encardida” de Goiás; os primeiros estudos realizados na comunidade local; o ingresso no colégio interno feminino; a rígida disciplina de uma instituição religiosa; o cotidiano no internato; a “disciplinarização” do diálogo e a preocupação com a higiene na escola; a vigilância do corpo nos banhos no internato; a preocupação das freiras com a educação humanitária; a censura à literatura; o ingresso em colégio leigo de Goiânia; a liberdade na escolha profissional; a opção pelo curso de farmácia; o desejo inicial de retornar a Goiás após a graduação; a fascinação pelo trabalho laboratorial; o curso de farmácia da UFRJ na década de 1950; a ausência de preconceito sexual na faculdade; as qualidades da Faculdade de Farmácia da UFRJ; a opção por não retornar a Goiás e o primeiro contato com o IOC; o ingresso em Manguinhos como estagiária e o trabalho desenvolvido com Oswaldo Lazzarini Peckolt no Departamento de Química; a rápida efetivação no IOC; os trabalhos realizados com Fernando Ubatuba nos laboratórios das Pioneiras Sociais e o seu abandono devido ao trabalho no IOC em tempo integral; o preconceito em Manguinhos pelo trabalho feminino; a admiração por Bertha Lutz; a mudança para o Departamento de Micologia; o Curso de Aplicação do IOC; o corpo de pesquisadores do Departamento de Micologia na década de 1960; a qualificação profissional de Adolpho Furtado e sua marginalização em Manguinhos; as dificuldades dos pesquisadores do IOC em optarem pelo regime celetista na década de 70; o casamento em 1970 e a experiência da maternidade; a opção pela família no momento de crise do IOC; as dificuldades em conciliar vida privada e vida profissional; o intercâmbio com o Instituto de Biologia de São Paulo; histórico do desenvolvimento da micologia no Brasil desde a década de 50; a demanda de conhecimento da micologia provocada pelo desenvolvimento tecnológico dos últimos anos; a trajetória profissional no Departamento de Micologia; a situação da mulher nas instituições científicas internacionais; a experiência adquirida no mestrado realizado na Universidade de Sheffield; a conscientização feminina na Inglaterra; os grandes nomes da micologia brasileira: Antônio Arêa-Leão e Adolpho Furtado; a organização do Departamento de Micologia a partir da gestão Coura e a demanda de conhecimento dos setores agrícola e industrial do Brasil.

Paulo Marchiori Buss

Entrevista realizada por Tania Fernandes, André Lima e Vanessa Pinheiro, no Centro de Relações Internacionais em Saúde (Fiocruz/CRIS - RJ), no dia 3 de outubro de 2016.

Paulo Ernani Gadelha Vieira

Entrevista realizada em duas sessões; a primeira por Tania Fernandes e Otto Santos, na Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz, Rio de Janeiro, no dia 26 de agosto de 2019 e a segunda etapa por Tania Fernandes, no dia 23 de outubro de 2019, na Fiocruz, Rio de Janeiro.

Paulo Duarte de Carvalho Amarante

Entrevista realizada por Anna Beatriz de Sá Almeida e Laurinda Rosa Maciel, na Fiocruz (RJ), nos dias 11 e 16 de fevereiro, 02, 09 e 23 de março de 1998.
Sumário
Fita 1 – Lado A
Comentários sobre a cidade natal, Colatina, no interior do Espírito Santo; incursões à literatura na juventude e o trabalho do pai no primeiro escritório do IAPC (Instituto de Aposentadoria e Pensão dos Comerciários). A convivência familiar, atividades sociais da mãe, lembranças da infância e de amigos.

Fita 1 – Lado B
Lembranças, casos, atividades e interesses na adolescência; a mudança com os pais para a capital, Vitória, aos 16 anos de idade em 1968; a adaptação à nova realidade; vida escolar, formação e o grupo de estudos no colégio Marista.

Fita 2 – Lado A
A opção pela Medicina diante de outras como a música e o jornalismo. A atividade de médico plantonista do Centro Psiquiátrico Pedro II (CPP II) em 1978; as várias denúncias sobre maus tratos aos pacientes e falta de recursos que fez junto de outros estagiários como Leon Chor e José Carlos Souza Lima. Ainda sobre a opção por medicina: o prestígio que o próprio curso teria, a influência do irmão e o gosto pelos cuidados médicos. Formação universitária na Escola de Medicina da Santa Casa de Misericórdia de Vitória (EMESCAN), de 1971 a 1976. Como era o curso de medicina entre 1960-1970, a privatização da educação. Sobre o curso em uma instituição particular: a opção pela EMESCAN, alunos, professores e disciplinas. O interesse pela Psiquiatria a partir da Psicanálise, a proximidade com a filosofia e as Ciências Sociais. A expulsão do Serviço Psiquiátrico de Urgência (SPU), da Clínica Mayer Gross, assim como do CPP II e do Instituto de Psiquiatria, da Universidade do Brasil (IPUB). Trabalhos realizados durante a residência no CPP II: vídeo intitulado “Crônicas” e o texto “Pedagogia da loucura”, sobre a internação compulsória e violenta de um pintor homossexual e negro, chamado Alcebíades. Prêmio recebido no I Festival Brasileiro de Vídeo, no Museu de Arte Contemporânea de São Paulo, em 1984. Sua vivência como Acadêmico Plantonista do Hospital Colônia Adauto Botelho, da Fundação Hospitalar do Espírito Santo, em Cariacica, entre outubro de 1974 a junho de 1975, ainda no quarto ano da faculdade. Sobre os plantões realizados e o problema da morte de uma paciente na ausência de um médico–plantonista para o atendimento.

Fita 2 – Lado B
Continua narrativa sobre o problema no plantão no Hospital Adauto Botelho, falta de medicamentos e a repercussão na mídia; afastamento do depoente do plantão pelo Sr. Paulo Bonadis, diretor clínico. Ameaça de processo do hospital que o demitiu por denunciar negligência médica. Retorno ao plantão do hospital Adauto Botelho e a intenção de implantar atividades de musicoterapia naquele hospital e mais tarde no IPUB. A experiência de ter sido aluno do primeiro curso de musicoterapia feito no Rio de Janeiro, com Rolando Beneson, em 1972. Residência no IPUB, a obrigatoriedade do uso de uniforme de acordo com a profissão e pedido dos alunos da UFRJ para que as vagas fossem preenchidas prioritariamente pelos próprios alunos. Referência aos profissionais Renato Veras, Alfredo Schechterman, João Ferreira da Silva Filho e o convívio na Residência. A saída de Vitória e a vinda para o Rio de Janeiro, em 1976, para o sexto ano no Internato em Psiquiatria, no Instituto de Psiquiatria, do Departamento de Psiquiatria e Medicina Legal, da UFRJ. Primeiro emprego como plantonista no Serviço Psiquiátrico de Urgência, clínica particular no Rio de Janeiro. Início da narrativa de um caso do garoto chamado Paulinho e tratado com insulinoterapia, método chamado de Von Meduna, denominado pelo depoente como um método arcaico e radical.

Fita 3 – Lado A
Continuação da narrativa sobre o caso de Paulinho, contato com as drogas e tentativas de fuga. A denúncia no Conselho Regional de Medicina e sua ligação com o governo da ditadura. Sobre os movimentos democráticos que começaram a aparecer a partir de 1976. O Centro Brasileiro de Estudos em Saúde (CEBES) e o Movimento de Renovação Médica (REME), os inquéritos contra médicos torturadores e cúmplices da ditadura. A tentativa de denúncia sobre o tratamento de insulinoterapia. O encontro com o cartunista Ziraldo e informações sobre o caso Paulinho, que acarretou sua demissão do SPU. O trabalho na clínica Mayer Gross, no Rio de Janeiro, vinculada ao SPU, de onde também foi demitido. Sobre o início do mestrado no Instituto de Medicina Social (IMS), em 1976. A orientação e co-orientação recebidas no mestrado por Madel Luz e Roberto Machado, respectivamente; a importância de Roberto Machado em sua formação e seu papel prático de orientador. Breve comentário sobre a expulsão de Joel Birman e Jurandir Costa Freire. A criação em 1976, de um núcleo de estudos de saúde mental, um espaço para seminários abertos, onde autores como Massimo Canevatti, Claude Lévi-Strauss, Georges Canguilhem, Gaston Bachelard, eram discutidos. A procura dos alunos por esse curso, com uma Psiquiatria mais reflexiva e sua importância para outros colegas como Pedro Gabriel Delgado e Magda Vaisman. A opção por este mestrado naquele momento e sua insatisfação com a prática psiquiátrica, além da oportunidade de estudar com Jurandir Freire Costa e Joel Birman. Sua decepção ao encontrar o CCP II, no Rio de Janeiro, tão ruim no que se refere às práticas psiquiátricas, o abandono aos pacientes e do próprio hospital, tanto quanto o Adauto Botelho, no Espírito Santo. O trabalho de conclusão do curso sobre pedagogia da loucura, que deu origem ao vídeo “Crônicos” e ao texto “Pedagogia da loucura”. Entrada no mestrado com o incentivo de Renato Veras; o trabalho de curso “Política de nutrição no Brasil”, sobre o Instituto Nacional de Alimentação e Nutrição (INAN), que refletia o autoritarismo no Plano Básico de Suplementação Alimentar. A experiência de trabalho no IMS, de 1978 a 1982. Considerações sobre o curso de Medicina do Trabalho em 1980. O curso de música na Escola Villa Lobos e a experiência de tocar na “Banda de Lá”, com músicos como Ricardo Rendt e Fátima Guedes e o interesse pela área da musicoterapia atrelado à preocupação do relacionamento com os pacientes.

Fita 3 – Lado B
Observações sobre uma paciente rica internada pela família; o trabalho no IPUB com terapias mais alternativas, como a musicoterapia, e a aceitação deste tratamento na instituição. Breve referência à definição de recrudescimento neobiológico. A implantação de terapias para elevar o número de pontos dados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e o aumento da verba destinada às instituições e hospitais. A experiência como bolsista da Divisão Nacional de Saúde Mental (DINSAM), em 1976, no Rio de Janeiro. Comentários sobre as campanhas de saúde pública e o funcionamento do Ministério da Saúde, cuja ação seria mais de normatização. Como eram resolvidos os problemas através de campanhas, como se constituíam e comentário sobre a Campanha de Combate à Lepra e Campanha Nacional de Combate ao Câncer. A criação da Campanha Nacional de Saúde Mental, a partir de 1967 e o Plano de Saúde Mental do governo de John Kennedy, nos Estados Unidos da América em 1963, inspirado no livro de Gerald Kaplan, “Princípios de Psiquiatria Preventiva”.

Fita 4 – Lado A
Sobre a DINSAM e o conceito de saúde mental. A criação do Curso Integrado de Saúde Mental (CISME), oferecido pela Fundação Oswaldo Cruz, e realizado no Hospital Phillip Pinel, na Colônia Juliano Moreira (CJM), no CPP II e no Hospital Custódia de Tratamento Psiquiátrico Heitor Carrilho. Sobre a bolsa de saúde mental, para graduados e graduandos; comentários sobre o colega de graduação, Benilton Bezerra, também bolsista da DINSAM, e a insatisfação com as condições de trabalho, culminadas com a entrega da bolsa em 1976. Retorno por concurso em 1978, com José Carlos Souza Lima e Leon Chor. Crise da Previdência Social desencadeada a partir de 1980. A entrada de Paulo da Costa Mariz para a DINSAM entre 1980 e 1985, para modernizar alguns hospitais públicos. Comentários sobre a co-gestão entre o Ministério da Saúde e a Previdência. Seu afastamento em 1978, juntamente com alguns colegas devido às denúncias. Publicação de um artigo na Revista DEBATE, nº 10, denunciando a política nacional de saúde mental. A demissão de 200 médicos e bolsistas do CPP II, Pinel e IPUB em solidariedade à demissão dos colegas. Sobre a abertura na imprensa para as denúncias no programa da Rede Globo de Televisão, Fantástico, nos jornais Folha de São Paulo e O Globo e as manifestações de apoio às denúncias. O distanciamento da música como opção profissional. Comentários sobre a experiência da criação do Movimento Nacional de Trabalhadores em Saúde Mental, a nível nacional em 1978, no Congresso Brasileiro de Psiquiatria e sobre o Encontro Nacional do Trabalhador de Saúde Mental, no Instituto Sedes Sapeintiae, São Paulo, em 1979, cujo tema foi: “Por uma sociedade sem manicômios”.

Fita 4 – Lado B
Escolha do tema para a dissertação de mestrado intitulada “Psiquiatria social e colônia de alienados no Brasil” defendida em 1982, no IMS/UERJ. Comentários sobre o artigo escrito em parceria com Jurandir Freire Costa a respeito de psicoterapia em classes populares, publicado em 1984, no Cadernos de Psiquiatria Social, da CJM. A realização da pesquisa “A determinação social dos acidentes do trabalho”, no Instituto de Medicina Social em 1978 e a verba conseguida na Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP). Sobre o projeto da co-gestão nas instituições Pinel, CCP II e CJM; o tratamento psiquiátrico na CJM e CPP II: a “clientela” de cada instituição e a situação dos presos políticos. O CPP II como principal serviço da DINSAM e seu papel estratégico, porém completamente abandonado; a situação da CJM. O convite através de Paulo Mariz para retornar ao CPP II em 1982, com autonomia para compor equipe que se constituiu de Benilton Bezerra, Renato Veras e Jurandir Freire Costa. A saída do serviço ocupacional da UERJ. O trabalho sobre as colônias de alienados com Magda Vaz e José Carlos Souza Lima. O retorno ao CPP II, o curso integrado de saúde mental, o acesso ao acervo bibliográfico do CPP II que inspirou a questão da história da psiquiatria no Brasil e a biblioteca daquela instituição.

Fita 5 – Lado A
Sobre a contratação de Jurandir Freire Costa para o CPP II, a dissertação de mestrado de Benilton Bezerra e a sua. Comentários sobre a criação do Museu da História da Psiquiatria em 1982 e 1983, no CPP II, as mudanças ocorridas no período e o concurso para a contratação de 460 novos funcionários, entre especialistas e técnicos. A experiência da co-gestão no Instituto Philipe Pinel, inspirada em outros projetos, tais como o Projeto Niterói e o Projeto Montes Claros. Sobre as fraudes na Previdência Social, antecedentes que poderiam explicar a crise na pasta. A implantação de Planos como o Nacional de Reorientação da Assistência Médica, feito pelo CONASP e o Plano de Ações Integradas em Saúde. As mudanças feitas no CPP II e algumas de suas conseqüências, como o livro “Psicanálise e Contexto Cultural”, de Jurandir Freire Costa e a criação do Primeiro Programa de Regionalização.

Fita 5 – Lado B
O início do movimento da Reforma Psiquiátrica em 1978 e a resistência encontrada no CPP II à Reforma, como eram feitas as internações neste estabelecimento e na CJM. Comentários sobre o significado de ‘cronificar o leito’, as divisões das enfermarias do CPP II em ‘agudos’, ‘subagudos’ e ‘crônicos’ e o significado dos sintomas positivos e negativos. Como eram feitas as internações no Hospital Odilon Galote e no Hospital Pinel. O CPP II como hospital de maior peso assistencial no Estado, os encaminhamentos para o setor privado, os diferentes posicionamentos dos médicos em relação ao tratamento dos pacientes, a discussão sobre a psiquiatria clássica, o funcionamento dos hospitais na década de 1970. A descrença e a resistência no CPP II ao movimento de reforma psiquiátrica. O funcionamento do Pinel e seu corpo de funcionários. A escolha de pacientes, com quadros clínicos específicos para serem usados como exemplos nas salas de aulas. Alguns exemplos de quadros clínicos, das aulas na graduação e o que é ‘humor delirante’. A mudança da estrutura do hospital Pinel que deixou de ser um hospital universitário para se adaptar ao Sistema Único de Saúde (SUS). O Sr. Ângelo, um dos pacientes “usados” nas provas práticas da graduação.

Fita 6 – Lado A
Circunstâncias da criação do CEBES a partir de reuniões, no segundo semestre de 1976, discussão sobre sua origem no Partido Comunista Brasileiro e breve comentário sobre David Capistrano. O começo do movimento sindical e a necessidade de sua atuação sindical pela decadência do trabalho médico, com comentários sobre as distinções entre os dois movimentos. Sobre o REME (Movimento de Renovação Médica) e o ECEM (Encontro Científico de Estudantes de Medicina) de realização bianual. As mudanças no mercado com novas turmas de graduados de faculdades de medicina privadas e o aumento da oferta de emprego com novas clínicas particulares. O CEBES, sua divisão em núcleos municipais, estaduais ou regionais. Comentários sobre a APERJ (Associação de Psiquiatria do Estado Rio de Janeiro), AMERJ (Associação Médica do Rio de Janeiro) e seu posicionamento diante da reforma psiquiátrica. As reuniões no Núcleo de Saúde Mental, a convivência com Gentile e outros nomes da medicina brasileira. A importância em manter o movimento de saúde mental como luta ideológica, alinhada ao pensamento de Franco Basaglia. A criação do Instituto Franco Basaglia, no Rio de Janeiro, idealizado pelo jornalista Cláudio Cordovil, como um instituto de defesa de direitos do doente mental. Considerações sobre a influência deste Instituto no movimento de saúde mental do Rio de Janeiro; funcionamento, organização, atuação e localização no Instituto Philipe Pinel.

Fita 6 – Lado B
O surgimento do lema “Por uma sociedade sem manicômios” em reunião paralela à Conferência Nacional de Saúde Mental, no Rio de Janeiro, em 1987, no bojo do Encontro dos Trabalhadores de Saúde Mental. A mudança de denominação de "Movimento de Trabalhadores em Saúde Mental" para "Movimento social por uma sociedade sem manicômios". Considerações sobre a atuação do Movimento em São Paulo e suas diferenças com o Rio de Janeiro. As expectativas das pessoas em relação à continuidade do movimento de Franco Basaglia, mesmo após sua morte em 1978. Breve comentário sobre as mudanças feitas por Franco Rotelli, como Coordenador de Saúde Mental em Laso, Itália e sobre sua vinda ao Brasil, em 1986. As circunstâncias da criação do Plenário de Trabalhadores de Saúde Mental, rompendo com o movimento anterior e se diferenciando pelo nome. A participação popular no Movimento de Saúde Mental e os projetos de Niterói, de Lages, de Montes Claros e alguns trabalhos ligados aos movimentos eclesiais de base (MEBs). Suposições sobre a forma de participação e busca de reintegração do “louco” à sociedade e do convívio do “manicômio” com a comunidade; observações sobre a reforma psiquiátrica deixando de ser apenas um conjunto de transformações técnicas para englobar um espaço de construção social de maior solidariedade. As possibilidades de ajuda através da musicoterapia e a interação entre o paciente e o terapeuta.

Fita 7 – Lado A
O início da abertura política no Brasil, em 1978, e considerações e avaliação pessoal sobre o I Congresso do Instituto Brasileiro de Psicanálise de Grupos e Instituições. As Sociedades Brasileiras de Psicanálise, sobre seu formato institucional mais tradicional e quais os critérios de filiação. A "Esquerda Freudiana", criadores do Movimento de Trabalhadores de Saúde Mental, na Argentina, e responsáveis pela publicação do livro "Questionamos" que denuncia a participação de psicanalistas em torturas. A trajetória da líder do movimento Mary Lander, perseguida nos EUA, e também na Argentina, em 1974. O critério usado para ser psicanalista e a possibilidade que os participantes do "movimento" perceberam de romper com esta prática psiquiátrica tradicional e institucional. O impacto do discurso de Franco Basaglia no Hotel Copacabana Palace. Sobre a atuação do movimento, a revista "Saúde em debate". A criação do IBRAPS (Instituto Brasileiro de Psicanálise de Grupos e Instituições), críticas a seu funcionamento e a posição de Thomas Tsaz no debate.

Fita 7 – Lado B
Comentários sobre o contexto histórico do 4º Congresso Brasileiro de Psiquiatria, as discussões sobre o modelo de psiquiatria. A importância e a atuação da revista RADIS. Comentários sobre vários momentos em 1978. Considerações sobre a organização e os objetivos do I Encontro Nacional do Movimento dos Trabalhadores em Saúde Mental. As colônias de alienados, tema do livro "Legitimação da loucura no Brasil". A atuação de Luiz Cerqueira, Coordenador de Saúde Mental de São Paulo, no Movimento. O livro "A Indústria da Saúde no Brasil” como um exemplo de crítica à privatização da saúde, mais especificamente na área de saúde mental. As denúncias de Gentile de Mello no Jornal Folha de São Paulo e no Jornal do Brasil, e a importância de uma linguagem de fácil compreensão por todos. O primeiro livro de Basaglia publicado no Brasil, “Psiquiatria alternativa, o otimismo da prática contra o pessimismo da razão”, a partir das conferências proferidas por ele; o segundo livro, “Instituição negada”, publicado em 1985.

Fita 8 – Lado A
Sobre o Congresso da Sociedade de Psiquiatria e a Associação Brasileira de Psiquiatria, Neurologia e Higiene Mental e o uso de financiamento privado para realização de atividades desta natureza. Datas, nomes e finalidades de alguns congressos entre 1979 e 1997. Objetivos do II Encontro Nacional dos Trabalhadores em Saúde Mental, em agosto de 1980, em Salvador. A luta pelas eleições diretas para presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria. Comentários sobre a co-gestão, um convênio entre o Ministério da Saúde e Ministério da Previdência e Assistência Social. A participação do depoente durante a co-gestão, no CPP II.

Fita 8 – Lado B
O que aconteceu com a casa que era residência oficial de Juliano Moreira durante a ditadura. Comentários sobre nova realização da Campanha Nacional de Saúde Mental, motivos e conseqüências. Seu retorno ao CPP II, em 1984. O cargo de Assessor de Saúde Mental, da Superintendência Regional do Rio de Janeiro, do Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social, em 1985. Os conflitos internos na CJM e no CPP II e alguns resultados alcançados a partir da co-gestão. Nomes que participaram da equipe da co-gestão, tais como Rosana Kushnir, Francisco Braga e Francisco de Paula. O concurso para técnicos realizado no CPP II, em 1984.

Fita 9 – Lado A
A difícil aceitação das mudanças propostas de fim dos manicômios por aqueles que não participavam do movimento e a importância destas transformações. Como era vista a instituição manicomial e seus pressupostos básicos. O trabalho de reconstrução do conceito de loucura e tratamento pelos novos teóricos da Psiquiatria e forma de realização destas transformações de maneira progressiva. Comentários sobre o atendimento ambulatorial. O projeto de transformações propostas para o CPP II no prazo de 10 anos e as resistências encontradas. Breve comentário sobre a Casa de Engenho e o Espaço Aberto ao Tempo (EAT). O significado das nomeações de Hésio Cordeiro para o INAMPS e Luis Antônio Santini para a UFF. Considerações sobre sua própria nomeação no cargo de Assessor de Saúde Mental, da Superintendência Regional do Rio de Janeiro, do Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social, em 1985. Como era desenvolvido o trabalho de Diretor do Centro de Estudos do CPP II durante o mesmo período e as conseqüências do trabalho. A experiência da co-gestão e a reforma no serviço de atendimento; mudanças e a descentralização com divisão por áreas para atendimento de acordo com a localização do hospital. Cursos oferecidos no CPP II e o convênio com outras instituições como a UERJ. As dificuldades encontradas para o movimento de saúde mental, tais como as nomeações de Cláudio Macieira para o cargo de Diretor Nacional de Saúde Mental e Paulo Pavão para diretor do CPP II, respectivamente, com a proposta de acabar com o curso multidisciplinar. A nomeação de Maria Tereza Palácios para o Hospital Pinel. Sua demissão do INAMPS e exoneração do cargo de Diretor do Centro de Estudos do CPP II, num período de muitas transferências, exonerações e mudanças que desarticularam o Movimento. A criação do grupo de pagode “Tem jabuti no pagode” como uma forma de resistência e militância contra as mudanças.

Fita 9 – Lado B
O apoio popular para a nomeação de Hésio Cordeiro como Presidente do INAMPS, o contexto político e atos de seu mandato. Sua nomeação para Coordenador do Grupo de Trabalho para o planejamento e a implantação do Centro Brasileiro de Documentação da Memória da Psiquiatria, com apoio de Maurício Viana, Frank Hobstein, Maria Tereza Palácios, Paulo Pavão e Cláudio Macieira. Breve comentário sobre a invasão militar na CJM e as reuniões na casa de Valnei de Moura. A situação no CPP II após a invasão militar com repressão, provocações e ameaças. A fuga de Luiz Roberto Tenório, caçado pela polícia e acobertado pelo depoente. Seu apoio à nomeação do Diretor Nacional de Saúde Mental, Marcos Ferraz, com o compromisso de efetivar a proposta da Estadualização; definição e função desta. A quebra deste acordo e demissão dos três diretores responsáveis por efetivar a estadualização. Os problemas encontrados quando era Coordenador Estadual de Saúde Mental, da Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro. A criação de uma segunda Coordenadoria Estadual de Saúde Mental, da Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro, pelo, então, Diretor Nacional de Saúde Mental, Marcos Ferraz.

Fita 10 – Lado A
As dificuldades encontradas durante sua gestão na Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro, em 1986. O I Encontro de Coordenadores de Saúde Mental da Região Sudeste, realizado em Vitória/ES, em 1985, dificuldades e resultados, como a elaboração de um documento final denominado “Carta de Vitória”. A influência deste Encontro na I Conferência Estadual de Saúde, Rio de Janeiro, em 1987. Breve comentário sobre a desarticulação do movimento de reforma da psiquiatria. A proposta de municipalização e a situação da CJM, do Instituto Phillipe Pinel e do CPP II, atualmente. O contato com Antônio Slavich feito no XVIII Congresso de Neurologia, Psiquiatria e Higiene Mental, em Fortaleza, em 1987. Sobre sua ida para a Itália, com bolsa de doutorado sanduíche, onde conheceu Franco Rotelli, Ernesto Venturini e Franca Basaglia. A realização em 1989 do I Encontro Ítalo-Brasileiro de Saúde, em Salvador, com a presença de Franco Rotelli. Os objetivos e a realização do I Encontro do Fórum Internacional de Saúde Mental e de Ciências Sociais (INFORUM), em 1988.

Fita 10 – Lado B
O enfraquecimento do INFORUM. A importância do II Fórum Internazionale de Salute Mentale e Sciencie Sociali, em Genova, Itália, em 1992, um encontro de renovação do movimento da reforma da psiquiatria para os italianos.

Fita 11 – Lado A
Considerações sobre sua permanência no posto de Coordenador Estadual de Saúde Mental e as dificuldades encontradas para a realização da proposta de estadualização dos hospitais. A entrada no NUPES (Núcleo de Pesquisa em Saúde Mental), com o intuito de organizar uma área de pesquisa sobre a reforma psiquiátrica no Brasil. Sobre os problemas existentes no Curso de Especialização em Psiquiatria Social: realização, seminários, aulas expositivas, duração e clientela. As primeiras atividades na linha de pesquisa, memória da psiquiatria, criada pelo depoente dentro do NUPES e a coleta de material para criação de um centro de documentação. Comentários sobre outras pesquisas, tais como “Análises determinantes e estratégias da reforma psiquiátrica no Brasil”. A permanência na Itália e o doutorado, contatos e convênios assinados no período. A criação do Laboratório de Pesquisas em Saúde Mental (LAPS). As mudanças implantadas no Curso de Especialização em Psiquiatria Social após assumir a Coordenação e os professores visitantes para compor o quadro docente, tais como José Delaqua, Antonio Slavit, Ernesto Venturini etc. O convênio com o Instituto Philippe Pinel e o CPP II. A criação, na Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, do Curso de Acompanhamento Domiciliar.

Fita 11 – Lado B
As novas propostas de mudança no curso de mestrado em Saúde Pública, na ENSP. Sua saída da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, em 1996. A suspensão da subárea Saúde Mental, do mestrado em Saúde Pública da ENSP. Razões da mudança do Curso de Especialização tornar-se bianual. Sobre a falta de cursos de mestrados em Saúde Mental no país. As atividades do LAPS em 1997 e comentários sobre as disciplinas que ministra no mestrado em Saúde Mental, da ENPS.

Fita 12 – Lado A
A importância da formação teórica para a compreensão do papel da psiquiatria. Considerações sobre as mudanças no convênio do Curso Integrado em Saúde Mental, do CPP II, em 1990. A transformação na concepção do que é a psiquiatria e quais suas bases. A responsabilidade de formar professores sob os pressupostos da reforma psiquiátrica. Como é a atual situação do movimento de reforma psiquiátrica especialmente em Santos e no país, em geral. A distribuição de verba do governo de acordo com a classificação dos hospitais. Comentários sobre a vinculação do movimento às políticas públicas. Desabafo quanto à angústia vivida pelo quadro de retrocesso em relação às conquistas alcançadas durante o Movimento, tais como as eleições para diretor dos hospitais e a contratação através de concurso público.

Fita 12 – Lado B
Sobre a Comissão Nacional de Reforma Psiquiátrica e a eleição de seus representantes. A substituição desta Comissão e do cargo de Coordenador de Saúde Mental por uma Comissão composta pelos diretores das instituições psiquiátricas. A importância do Rio de Janeiro no Movimento de Reforma Psiquiátrica, os problemas políticos e os interesses privados; sobre os trabalhos realizados nas instituições públicas. Comentários sobre o que são e como funcionam os Centro de Atenção Psico-Social (CAPS).

Paulo da Silva Cabral

Entrevista realizada por Luiz Octávio Coimbra e Nilson Moraes, no Rio de Janeiro (RJ), nos dias 06, 13, 20, 27 de novembro, 04, 11 e 18 de dezembro.

Resenha biográfica

Pedro da Silva Cabral, nasceu no Rio de Janeiro, 1919. Seu pai era funcionário público e faleceu, vítima de malária, quando Paulo Cabral ainda era recém-nascido. Criado pela mãe e pelo irmão mais velho, viveu muitas dificuldades no bairro do Riachuelo. Cursou o ginásio e o secundário no Colégio Pedro II, internato. É casado e tem um filho.
Formado pela atual Faculdade de Direito da Universidade Federal Fluminense (UFF), iniciou sua carreira de profissional defendendo no Tribunal de Segurança alguns dos militares revoltosos de 1935. Ao mesmo tempo, iniciou suas atividades como redator do Jornal A Noite, função que exerceu até 1957.
Ingressou na Previdência Social, em 1940, sendo nomeado por Getúlio Vargas como inspetor de Previdência do Ministério do Trabalho.
Em 1942, assumiu a Procuradoria da Caixa de Aposentadoria e Pensões dos Ferroviários da Estrada de Ferro Central do Brasil (EFCB). E, 1977, aposentou-se como procurador-chefe da Consultoria Jurídica do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) e, em 1984, voltou a ocupar o cargo de procurador-geral do INPS, por um breve período.
Durante a sua trajetória no sistema previdenciário – na procuradoria, no setor de benefícios, no serviço social, na presidência da Junta Interventora do Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Empregados em Transportes e Cargas (IAPETC), em 1964, ou na presidência do Conselho de Recursos da Previdência Social (CRPS) – acumulou um grande conhecimento ao que se refere à Previdência brasileira.
Organizador e chefe do serviço social da Caixa da Central do Brasil, entre 1944 e 1949, lançou nesta ocasião o jornal O Trilho.
Estudioso das primeiras Caixas de Previdência que antecederam a Lei Eloy Chaves, participou do I Congresso Brasileiro de Serviço Social, realizado em 1947. Foi representante da Caixa da Central junto ao grupo de trabalho para a constituição do Instituto de Serviços Sociais do Brasil (ISSB), membro de diversas comissões para apuração dos débitos da União com a Previdência, professor universitário, professor da Escola Naval, especialista em direito previdenciário e membro da Academia Brasileira de Previdência Social, com sede em São Paulo.

Sumário
1ª Sessão: 06 de novembro
Fita 1
Origem familiar; o avô materno; a infância no Rio de Janeiro; o ingresso no internato do Colégio Pedro II; influência do Professor Júlio César Melo e Souza (Malba Tahan); comentário sobre Jetro Batista da Mora; o lazer dos jovens no bairro do Riachuelo na década de 1930; o vestibular para a Faculdade de Direito da atual UFF; o trabalho para os jornais A Noite e Lux Jornal; a nomeação para o cargo de inspetor da Previdência Social; a avaliação do Movimento Tenentista; comentário sobre Luiz Carlos Prestes.
Fita 2
O trabalho como defensor dos militares revoltosos de 1935, no Tribunal de Segurança; posicionamento ideológico; amizade com Heráclito de Souza Ribeiro; o médico da família; a gripe espanhola de 1917 e o tratamento com homeopatia; referência à mãe; a utilização da Carteira de Empréstimos do Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores do Estado (IPASE); a formatura do irmão na Escola Naval.

2ª Sessão: 13 de novembro
Fita 2 (continuação)
Os professores do Pedro II; comentário sobre o Professor Hânnema Guimarães; o convite para a vice-presidência do Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Ferroviários e Empregados do Serviço Público (IAPFESP), em 1964; histórico das Caixas de Aposentadoria e Pensões (CAPs) no Brasil; a Caixa da Estrada de Ferro Recife-Caruaru; as relações trabalhistas da Estrada de Ferro Central do Brasil (EFCB); a substituição funcional da EFCB.
Fita 3
A Lei Eloy Chaves; a estabilidade no emprego prevista pelo Lei Eloy Chaves; histórico das CAPs; as mobilizações trabalhistas nas décadas de 1910 e 1920; os cocheiros; a greve dos padeiros; a permissão para serviços hospitalares pelas CAPs, em 1931; a bula da Lei nº 22.016 que previa a internação hospitalar apenas para operações; crítica à segmentação das CAPs; a exclusão dos trabalhadores rurais; o surgimento dos Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAPs); o concurso de 1937 para o Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Industriários (IAPI); os “intelectuais” da Previdência Social; comentário sobre João Carlos Vital e o ISSB; análise do projeto do ISSB; comentários sobre o Plano Beveridge; a guerra e o comunismo; Previdência Social e direito natural; entrevista com Moacyr Velloso Cardoso de Oliveira para A Noite.
Fita 4
A chefia do serviço social da Caixa Central; a defesa dos segurados no serviço social; a organização da revista O Trilho no serviço social; comentário sobre Clóvis Bevilacqua e Ruy Barbosa; os processos na Caixa da Central; assistência jurídica aos segurados; relato de um caso de recebimento indevido de pensões por parte de hansenianos; a revista O Trilho do serviço Social da Caixa Central; a chefia do serviço social; o trabalho como inspetor de Previdência do Departamento Nacional de Previdência Social (DNPS) junto à Caixa da Central e ao Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Estivadores (IAPE); a nomeação para procurador da Caixa da Central; as irregularidades na Caixa da Central e no IAPE; comentário sobre o caso de uma prostituta que requeriu pensão; a participação no I Congresso Brasileiro de Direito Social; a repercussão da política habitacional da Caixa da Central.

3ª Sessão: 20 de novembro
Fita 5
A presidência do IAPFESP; relato do caso de suicídio de um aposentado; o encontro com o General Ernesto Geisel; comentário sobre a Carteira Predial da Caixa da Central; comentário sobre o conjunto habitacional dos institutos de Previdência; o valor das aposentadorias; as responsabilidades da Caixa da Central e do Tesouro Nacional no pagamento das aposentadorias dos funcionários públicos vinculados ao sistema previdenciário; promoção à Diretoria de Benefícios da CAPFESP; atuação como diretor da CAPFESP; relato do caso de um funcionário tuberculoso; os benefícios concedidos e as doenças profissionais dos ferroviários; relato de casos de tuberculose e hanseníase.
Fita 6
Aposentadoria de uma hanseniana na CAPFESP; hanseníase e estigma; a incidência de doenças por categoria profissional na CAPFESP; relato do caso de um colega tuberculoso; as doenças e o tempo de carência das contribuições; parecer sobre a aposentadoria de um menor acidentado no trabalho; defesa de tese no I Congresso Internacional de Seguridade Social (RS); a estrutura nacional do serviço médico na Caixa da Central; o médico visitante da Caixa da Central; as eleições para o Conselho Deliberativo da Caixa da Central, em 1950.
Fita 7
Histórico da estrutura administrativa da Caixa da Central; o Hospital Graffrée Guinle (RJ) e a Caixa da Central; o trabalho no jornal A Noite; o trabalho junto à Presidência da República, em 1952; lembranças do I Congresso dos Trabalhadores na Previdência Social, em 1953.

4ª Sessão: 27 de novembro
Fita 7 (continuação)
Histórico do criação CAPFESP, em 1953; as Caixas de Ferroviários do Rio de Janeiro, Bahia e Minas Gerais absorvidas pela CAPFESP; o impacto da unificação das Caixas de ferroviários e servidores públicos; o ambulatório da Caixa da Central na Rua do Matoso; os funcionários da CAPFESP-IAPFESP; a comunidade de serviços informal entre o Instituto de Aposentadoria e Pensões e Pensões dos Bancários (IAPB) e o IAPFESP.
Fita 8
Relato do caso de um segurado do Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Marítimos (IAPM) que foi operado por Egas de Barros; o atendimento aos tuberculosos; comentário sobre o Serviço de Alimentação da Previdência Social (SAPS); o papel do procurador na Previdência Social; os critérios para confirmação de paternidade na Previdência brasileira; relato de um caso de atraso do pagamento de contas municipais na CAPFESP sobre cobrança de dívida com o IAPFESP; a saúde pessoal e da esposa; o dia de pagamento do IAPFESP; a presidência do IAPFESP; a situação financeira do IAPFESP.
Fita 9
A Comissão de Estudos da CAPFESP sobre a cobrança de dívidas das empresas públicas; as intervenções de interesses político-partidários na CAPFESP; a carreira profissional de uma cunhada na Previdência Social; ascensão à chefia da Procuradoria do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS); a equipe de colaboradores na procuradoria; a organização do quadro de pessoal do IAPFESP no governo Kubitschek comentários sobre a Lei Orgânica da Previdência Social (LOPS); as Juntas de Julgamento e Revisão (JJR); a chefia da Procuradoria Regional do IAPFESP; a perseguição a Raimundo Lopes Machado após 1964.
Fita 10
A perseguição ao representante dos trabalhadores na direção do IAPFESP; as invasões a conjuntos residenciais no governo João Goulart.

5ª Sessão: 04 de dezembro
Fita 10 (continuação)
Comentário sobre a posse na Procuradoria-Geral do INPS; o centenário do Colégio Pedro II; a Junta Interventora do IAPFESP, em 1964; a nomeação para a presidência da Junta Interventora; a solidariedade com Jesus Soares Pereira; as perseguições políticas no IAPFESP; o caso de desfalque na tesouraria do IAPFESP.
Fita 11
O caso de desfalque na tesouraria do IAPFESP; a nomeação para a presidência do IAPFESP; o contato com o Ministro Peracchi Barcelos; as casas para funcionários do IAPFESP em Brasília; a reunião com a participação do deputado João Alves; o encontro com o Ministro Peracchi Barcelos; a presença do Serviço Nacional de Informações (SNI) e de autoridades militares no IAPFESP; comentários sobre Raimundo Lopes Machado.
Fita 12
Relato do caso de tentativa de impedimento de uma nomeação para a delegacia de Pernambuco; as relações com o Ministro Nascimento e Silva; unificação dos IAPs; a transformação do IAPFESP em secretaria; a nomeação para a Secretaria de Seguros Sociais do INPS.

6ª Sessão: 11 de dezembro
Fita 12 (continuação)
A organização da Secretaria de Seguros Sociais do INPS; o convite para a reunião da Associação Internacional de Seguridade Nacional (AISS), em Leningrado; a reunião com o Ministro Jarbas Passarinho; a participação na reunião da AISS em Leningrado; a questão da idade-limite para aposentadoria; o convite para auxiliar a Comissão de Direito Social do Ministério do Trabalho.
Fita 13
O convite para a presidência do CRPS; os primeiros dias de trabalho no CRPS; histórico dos conselhos de recursos da Previdência; o papel do CRPS.
Fita 14
O prêmio aos funcionários do CRPS concedido pelos laboratório Roche; relato do caso de aposentadoria da mulher de um segurado acidentado; os conflitos entre o presidente do CRPS e o consultor-médico da Previdência Social; a equipe de assessoria do CRPS; o afastamento do CRPS; as relações entre a Comissão Médica da Previdência Social (CMPS) e o CRPS.
Fita 15
O conflito entre o CRPS e a CMPS; a intervenção do Ministro Júlio Barata e o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP); Júlio Barata no governo Vargas; opinião sobre o seu afastamento do CRPS; a estrutura de funcionamento do CRPS; o encontro com o Ministro do Trabalho Júlio Barata; comentários sobre a manifestação dos subordinados quando do seu afastamento do CRPS; avaliação do trabalho na CMPS; opinião sobre o regime militar pós-1964; a intervenção de um oficial do SNI no IAPFESP.

7ª Sessão: 18 de dezembro
Fita 15 (continuação)
A representação da CMPS contra o presidente do CRPS; conceituação de lei e decreto-lei; histórico dos decretos no primeiro governo Vargas; a CMPS e o CRPS na estrutura do Ministério do Trabalho e Previdência Social (MTPS); avaliação da CMPS; leitura da defesa contra a representação promovida pela CMPS; o caso Raimundo Lopes Machado; a carta enviada por Raimundo Lopes Machado, em 1965; a carta recebida, em 1980, de um ex-funcionário do IAPFESP que foi anistiado; o curso na Associação de Docente da Escola Superior de Guerra (ADESG); a divisão territorial do país; avaliação do trabalho no CRPS; a equipe de trabalho no CRPS; as pressões sofridas pelo responsável do setor de contratos da Previdência; o caso de uma ameaça telefônica.
Fita 16
O exemplo de vida e o suicídio do avô; opinião sobre a criação do Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS); posicionamento contrário à instituição da Procuradoria Jurídica do Instituto de Administração Financeira da Previdência Social (IAPAS); comentários sobre a extensão dos benefícios previdenciários pós-1974; defesa da filiação de donas-de-casa e das prostitutas ao sistema previdenciário; a Academia Brasileira de Previdência Social; o Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário; o I Congresso Brasileiro de Seguridade Social em Porto Alegre; comentários sobre as fraudes na Previdência; relato de um caso de fraude na Diretoria de Benefícios em Barra do Piraí (RJ); os procedimentos em casos de fraudes; o caso de uma aposentadoria fraudada; a tese apresentada no Congresso de Porto Alegre, em 1980; opinião sobre seguro e seguridade social; opinião sobre Bismarck e Beveridge; visão comparativa da Previdência Social em diversos países; comentários sobre a aposentadoria dos aeronautas; o cálculo da própria aposentadoria; sugestão sobre as formas de cobrança das contribuições previdenciárias; a doença da esposa; a saúde pessoal; os tratamento médicos na família; comentários sobre a massificação da Previdência brasileira; o caso de diagnóstico feito na juventude por Fioravanti di Piero; opinião sobre a transferência do Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS) para o Ministério da Saúde; lembranças dos dispensários de tuberculose; as condições da própria aposentadoria.
Fita 17
Comentário sobre a sua aposentadoria; elaboração da lei sobre os empregados das estatais aposentados pelo Presidente da República, em 1964; o caso de um benefício concedido a uma segurada com neto tuberculoso; o aspecto humano dos funcionários da Previdência Social; os conselhos aos alunos da Escola Naval.

Palestra de François Delaporte

Versões acerca da descoberta da Doença de Chagas. O palestrante inicia lendo 2 textos com diferentes versões históricas sobre a descoberta da Doença de Chagas: o primeiro texto é de Oswaldo Cruz, produzido em 1915 e o segundo, de Carlos Chagas, datado de 1921. Em seguida, François Delaporte faz uma análise comparativa das duas versões apresentadas. Segue-se, então, debate com participação de pesquisadores da Casa de Oswaldo Cruz.

Otávio Pieri

Entrevista realizada por Nara Brito e Jaime Benchimol , no dia 25 de agosto de 1988, a respeito da história de vida do depoente abordando aspectos de sua atuação profissional no Instituto Oswaldo Cruz e a zoologia médica, a área da Biologia, a gestão de Wladimir Lobato Paraense, dentre outros temas.

Otávio Oliva

Entrevista realizada por Carlos Fidelis Ponte e Wanda Hamilton, em Bio-Manguinhos/Fiocruz, nos dias 25 e 28 de novembro de 2005.
Sumário
Fita 1 - Lado A
Formação acadêmica; o convite para trabalhar na Fiocruz e o ingresso em Bio-Manguinhos; o processo de transferência de tecnologia realizado entre Bio-Manguinhos e a Jica, agência japonesa; sobre suas atividades de coordenação do processo de transferência entre Brasil e Japão; a crise ocorrida com a vacina anti-rábica, em 1980; a montagem do Laboratório Central de Controle de Drogas e Medicamentos (LCCDR), atual INCQS; sobre as atividades do Centro Nacional de Referência para a Raiva (CNRR).

Fita 1 - Lado B
A necessidade de Bio-Manguinhos investir no desenvolvimento de reagentes; o estudo sobre o tempo de duração da imunidade da vacina contra a febre amarela, produzida pela Fiocruz; o surgimento da notícia da Aids no Brasil e o início das políticas de saúde pública voltadas para o combate à doença; a implantação do diagnóstico de Aids, pela Fiocruz; o trabalho realizado pela Fiocruz no âmbito da política nacional contra a Aids.

Fita 2 - Lado A
A preocupação com o controle de qualidade de sangue e hemoderivados, em decorrência do surgimento da Aids; a equipe do Programa de Aids; o papel de Bio-Manguinhos nas políticas de saúde e a relação com o Ministério da Saúde.

Fita 2 - Lado B
O período como diretor de Bio-Manguinhos; o projeto de construção da planta industrial de Bio-Manguinhos; considerações sobre a necessidade de Bio-Manguinhos em transformar o conhecimento científico em produto; a dificuldade de Bio-Manguinhos competir com indústrias privadas; da necessidade de os laboratórios brasileiros gerarem suas próprias tecnologias.

Fita 3 - Lado A
Considerações sobre o projeto do Centro de Biotecnologia na Fiocruz; comentários sobre o CDTS; a importância de a Fiocruz estar inserida nas metas no Ministério da Saúde; a renda gerada pela venda da vacina de febre amarela; sobre as atividades de pesquisa e desenvolvimento priorizadas em Bio-Manguinhos durante sua gestão; a eleição para diretor de Bio-Manguinhos; as dificuldades enfrentadas enquanto diretor da instituição; as prioridades de sua gestão; a implantação da garantia de qualidade em Bio-Manguinhos; a certificação da vacina de febre amarela produzida em Bio-Manguinhos pela OMS; a importância das Boas Práticas de Fabricação para a produção de vacinas; sobre sua ida para a OPAS e o trabalho que desenvolveu na entidade.

Fita 3 - Lado B
Considerações sobre a necessidade de promover a integração de diversos institutos produtores de vacinas brasileiros; comentários sobre as dificuldades de cooperação entre a Fiocruz e o Instituto Butantan; o investimento em o desenvolvimento tecnológico, durante sua gestão como diretor de Bio-Manguinhos; considerações sobre a necessidade de se gerir Bio-Manguinhos como uma instituição peculiar dentro da Fiocruz.

Fita 4 - Lado A
Comentário sobre a importância de a Fiocruz estar intrinsecamente ligada à área da saúde; sobre a impossibilidade de sucesso de Bio-Manguinhos como órgão independente da Fiocruz; sobre a ideia de promover a integração entre laboratórios produtores da América Latina; as funções que assumiu após deixar o cargo de diretor de Bio-Manguinhos; a preparação do plano de combate à influenza, desenvolvido pelo Brasil e outros países da América Latina; sobre o papel fundamental de Bio-Manguinhos no desenvolvimento do citado plano.

Fita 4 - Lado B
Sua visão sobre o processo de modernização pelo qual vem passando Bio-Manguinhos; considerações sobre a inexistência de normas boas práticas de produção nas plantas produtoras de vacinas que visitou na China; a decepção com a atual crise pela qual passa o PT; sobre sua preocupação em sempre agir com transparência, em defesa dos interesses nacionais.

Otamires Alves da Silva

Entrevista realizada por Antonio Torres Montenegro, em Recife (PE), no dia 24 de abril de 1996.
Sumário
Fita 1 - Lado A
Lembraças de Timbaúba (PE); a infância na Capunga (Recife/PE); a escola; a liberdade feminina; a universidade; o estágio com o Frederico Simões Barbosa e Ivete Barbosa, no antigo Instituto de Higiene, atual Laboratório de Higiene e Segurança do Trabalho (LHST); as diversões na adolescência; os filmes marcantes; os cantores da época; a contratação para o CPqAM; os trabalhos em esquistossomose; a atuação em educação sanitária; o trabalho com a peste, em Garanhuns (PE); os trabalhos com doença de Chagas.

Fita 1 - Lado B
A experiência na França; o doutorado; o convênio com a comunidade europeia; as pesquisas com vacina para a leishmaniose; os testes vacinogênicos em seres humanos.

Oswaldo Godoy

Entrevista realizada por Simone Petraglia Kropf em duas sessões; a primeira realizada no dia 25/08/2006, sendo gravadas as fitas 1 a 3; a segunda realizada no dia 02/03/2007, sendo gravadas as fitas 4 e 5.

Osmar Mattos

Entrevista realizada em duas sessões, por Laurinda Rosa Maciel, Maria Eugênia Noviski Gallo e Maria Leide W. de Oliveira, em Niterói (RJ), nos dias 02 de outubro e 03 de dezembro de 2001.

Orlando Vicente Ferreira

Entrevista realizada por Anna Beatriz de Sá Almeida e Magali Romero Sá, no Rio de Janeiro (RJ), em 21 de fevereiro de 2001.
Sumário
Fita 1 - Lado A
O perfil de Fred Soper, dirigente da Fundação Rockefeller no Brasil; comentários a respeito da participação como assistente-técnico e desenhista na Fundação Rockefeller entre 1940 e 1946; a organização do Setor de Entomologia da Fundação Rockefeller e a rotina de trabalho; o destino das coleções científicas da Fundação Rockefeller após a saída da instituição do Brasil; considerações acerca de sua especialização e a necessidade de reconhecer as várias espécies de mosquitos para a realização do trabalho de taxonomia; a participação na coleta de mosquitos em Teresópolis (RJ); considerações sobre as várias espécies coletadas por profissionais da Fundação Rockefeller e levadas para os Estados Unidos; as excursões de coletas organizadas pela Fundação Rockefeller e sua participação nestas; os vários espécimes de mosquitos e larvas coletados nas excursões organizadas pela Fundação Rockefeller; a catalogação e o armazenamento do material coletado pelo Laboratório de Entomologia da Fundação Rockefeller.

Fita 1 - Lado B
O perfil de Nelson Cerqueira e suas funções na Fundação Rockefeller, assim como aquelas exercidas pelos desenhistas contratados; a transferência para o Serviço Nacional de Febre Amarela (SNFA), como auxiliar de entomologia, após a saída da Fundação Rockefeller do Brasil; o destino das coleções de mosquitos organizadas pela Fundação Rockefeller; os atuais curadores de parte das coleções de mosquitos da Fundação Rockefeller, catalogadas no Centro de Pesquisas René Rachou; comparação entre os curadores das coleções científicas atuais e os do passado; o processo de transferência da Fundação Rockefeller para o SNFA; breve comentário sobre as rivalidades entre os funcionários da Fundação Rockefeller e os do IOC; o ingresso no setor de desenhos da Seção de Zoologia Médica na década de 1950 no IOC; referência à formação de grupos na Seção de Entomologia; o perfil profissional de Edith da Fonseca e de Antônio Pugas, desenhistas da Seção de Zoologia Médica do IOC; a formação profissional e os primeiros trabalhos como desenhista.

Fita 2 - Lado A
O investimento profissional na área de desenho científico; o trabalho com a Coleção Entomológica de Costa Lima, pesquisador do IOC; a formação da coleção do professor Costa Lima; os critérios para a incorporação de novos espécimes coletados por pesquisadores do IOC na coleção organizada por Costa Lima; referência à Bertha Lutz; as coleções deixadas por Adolpho Lutz; o perfil profissional de Adolpho Lutz e de Costa Lima; a formação da coleção organizada por Costa Lima; o relacionamento profissional entre os pesquisadores Lauro Travassos e Costa Lima; a formação da Coleção Geral de Entomologia; referência aos
roubos de espécimes das coleções científicas; considerações acerca de sua participação na organização da Coleção Geral de Entomologia; as coletas realizadas pelo coronel Moacyr Alvarenga; a falta de apoio institucional do IOC para a coleta, catalogação e organização das coleções científicas; a idealização de um prédio para armazenar as coleções na Fiocruz; a necessidade de curadores para as coleções científicas; o envolvimento dos pesquisadores na organização das coleções no passado; o perfil profissional de Hugo de Souza Lopes.

Fita 2 - Lado B
Comparações entre os colecionadores do passado e do presente; a necessidade de organizar as coleções científicas da Fiocruz para facilitar o acesso dos pesquisadores de outras instituições; relato das atividades realizadas quando exerceu a curadoria da Coleção Entomológica; reflexão sobre as implicações do "Massacre de Manguinhos" na trajetória de alguns pesquisadores do IOC; comparações entre os curadores de coleções científicas na Europa, nos Estados Unidos e no Brasil; o perfil profissional de Herman Lent e José Jurberg; a transferência das coleções científicas para o Hospital Evandro Chagas (HEC) na Fiocruz; as questões políticas envolvidas na transferência das coleções científicas para o HEC; a contribuição para organização das coleções científicas da Fiocruz; os prejuízos causados às coleções científicas devido a transferência para o HEC; reflexões acerca do futuro das coleções científicas da Fiocruz.

Orlando Guerra Junior

Entrevista realizada por Nara de Azevedo Britto, Rose Ingrid Goldschmidt e Wanda Hamilton, na Fiocruz, nos dias 10, 11 e 26 de junho e 03 de julho de 1986.
Sumário
Fita 1 e Fita 2

A família de imigrantes alemães; o perfil aristocrático da família materna; o talento musical da família e a amizade com Villa-Lobos; o autoritarismo e a disciplina educacional das crianças da classe média; a amizade com parentes idosos; a perseguição aos alemães no Estado Novo; a facilidade para aprender idiomas estrangeiros na infância; o caráter filantrópico da atividade médica do pai; o impacto da medicina previdenciária sobre a corporação médica do Rio de Janeiro nos anos 1930; a influência paterna na escolha da profissão; o contato com o professor Mello Leitão no curso de Biologia; a participação nos movimentos estudantis da década de 1960; a experiência política no Centro Popular de Cultura e no Diretório Acadêmico da Faculdade Nacional de Filosofia; a demissão por motivos políticos da função de professor do Colégio de Aplicação da UFRJ em 1966; avaliação dos movimentos políticos dos anos 1960 e o surgimento da guerrilha urbana; a influência do Partido Comunista Brasileiro (PCB) na Faculdade Nacional de Filosofia e a greve estudantil de 1963; o perfil conservador de Sobral Pinto; o cotidiano no curso de Biologia.

Fita 3 a Fita 5 – Lado A

Ausência de pesquisa científica e a formação técnica nas universidades brasileiras; a estagnação das universidades brasileiras decorrente das cátedras vitalícias; argumentos em defesa da liberdade de pesquisa; a criação e a experiência no Curso Alba; a experiência profissional na Universidade Gama Filho; o ingresso no IOC como estagiário em 1959; o perfil do cientista Hugo de Souza Lopes e seu interesse em formar novos pesquisadores; a marginalização das mulheres nas universidades brasileiras; os projetos científicos dos diretores de Manguinhos; a falência da ciência básica em Manguinhos após 1964; a perseguição de Rocha Lagoa a seus adversários; a comissão de inquérito presidida por Olympio da Fonseca em Manguinhos; o corte de verbas para a compra de material científico no exterior durante a gestão Rocha Lagoa no IOC; o método científico e os critérios para o estabelecimento da verdade; os limites da experimentação nas pesquisas científicas; as restrições ao desenvolvimento da pesquisa científica nas universidades brasileiras; a remuneração dos cientistas do IOC antes de 1964 e posterior deterioração desta.

Fita 5 – Lado B a Fita 7

As dúvidas quanto à escolha da carreira profissional; a opção pelo status econômico privilegiado do cientista; o preconceito acadêmico em relação à carreira universitária na década de 1960; o curso de mergulhador na Marinha para desenvolver trabalhos em biologia marinha; a inviabilidade da pesquisa básica no IOC na década de 1970; as dificuldades impostas por Rocha Lagoa para obtenção de recursos externos; as diferentes concepções sobre a atividade científica como origem dos conflitos no IOC; os projetos para o desenvolvimento de um tratado de zoologia no Brasil; a inconveniência de unificar ciência e tecnologia em um mesmo ministério; a incapacidade do poder público em reconhecer a ciência básica como fator de desenvolvimento tecnológico; as dificuldades de afirmação da ciência nacional em um país dependente; a necessidade de reformas político-sociais na liberação de verbas para as pesquisas científicas; a visão sanitarista da administração Sergio Arouca; os perigos decorrentes de se priorizar tecnologia em detrimento da ciência; observações sobe o caráter despersonificado da "big-science"; a necessária utilização dos métodos científicos do século XIX para o desenvolvimento da ciência no Brasil; o processo social brasileiro pós-1964; a perseguição política e a cassação dos cientistas de Manguinhos nos anos 1960; a rapinagem do acervo histórico do IOC nas administrações Rocha Lagoa e Vinícius Fonseca; ausência de zoólogos lato sensu no IOC; o projeto de produção de soros antiofídicos em Manguinhos; o prestígio dos estagiários do IOC no meio acadêmico; críticas à "big-science".

Fita 8 a Fita 10

O aperfeiçoamento profissional; a proibição por motivos políticos de fazer o curso de doutorado em Marselha em 1968; o curso no Museu Britânico em 1972; perfil de Geth Jansen; o caráter solitário da pesquisa científica; o perfil profissional e ideológico de Rudolf Barth; a influência positivista na ciência no início do século XX; o reconhecimento social do cientista brasileiro; a política científica brasileira pós-1964; a visão tecnocrática na seleção do quadro científico do IOC nos anos 1980; a reintegração dos cientistas cassados na FIOCRUZ; a necessidade de elaboração de uma política científica para a área de Biologia.

Odilon Baptista

Entrevista realizada por Luiz Octávio Coimbra, Marcos Chor Maio e Nilson Moraes, no RIo de Janeiro (RJ), nos dias 10, 15, 22 de julho e 05 de agosto de 1986.

Resenha biográfica
Odilon Duarte Baptista nasceu no Rio de Janeiro, em 1910. Filho de Pedro Ernesto, recebeu forte influência do pai, tanto na sua formação profissional, em que valoriza o sentido humanitário da medicina, como em suas concepções éticas e políticas. Casado, Odilon Baptista tem uma filha e três netos.
Realizou os estudos básicos no Colégio Santo Inácio e o curso secundário no Colégio Pedro II. Formou-se, em 1932, pela Faculdade de Medicina da Universidade do Brasil, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Iniciou suas atividades profissionais na Casa de Saúde Pedro Ernesto, local em que desde o final dos anos 20 desenvolviam-se articulações políticas, tornando-o conhecido como “Centro da Revolução de 1930”.
Em 1933, foi nomeado para o quadro de médicos da Colônia Juliano Moreira e do recém-criado Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Marítimos (IAPM). Três anos depois, devido à sua participação na Aliança Nacional Libertadora (ANL), foi preso e demitido do IAPM e do Ministério da Educação, ao qual se subordinava a Colônia Juliano Moreira.
Em 1938, retornou ao IAPM, passando então a chefiar o Centro Cirúrgico, atividade que exerceu até 1964, quando todos os chefes de clínica do Hospital dos Marítimos foram destituídos de seus cargos.
Cirurgião e cancerologista, introduziu no Hospital dos Marítimos procedimentos modernos de diagnóstico do câncer, como a biópsia por congelamento. Em 1943, realizou nos Estados Unidos um curso de especialização em cancerologia. Integrou também a delegação brasileira nos congressos internacionais de câncer, realizados em 1952 e 1962.
Em 1953 e 1954, quando ocupava o cargo de presidente da Associação Médica do Distrito Federal (AMDF), foi um dos líderes do movimento nacional pelo enquadramento na letra ‘O”- nível salarial pretendido pelos médicos do serviço público.
Além das atividades de caráter sindical, Odilon Baptista atuou me diversos movimentos políticos, e hoje pertence ao Conselho Mundial da Paz.
Na ocasião da entrevista, exercia a medicina em seu consultório e também como chefe de cirurgia da Ordem Terceira da Penitência.

Sumário
1a Entrevista
Data: 10/07/1986
Fita 1 – Formação universitária; a carreira profissional; a prisão do pai, em 1936; a viagem aos Estados Unidos para o estudo da planta do Hospital dos Empregados Municipais (atual Instituto do Câncer); a demissão da Colônia Juliano Moreira e do IAPM; referência à documentação existente sobre Pedro Ernesto no Centro de Pesquisa e Documentação em História Contemporânea da Fundação Getúlio Vargas (CPDOC/FGV); origem familiar; dados biográficos de Pedro Ernesto; nascimento; formação escolar básica; lembrança do movimento OS 18 do Forte; a participação de Pedro Ernesto no movimento tenentista de 1924; o movimento no terceiro regimento de infantaria, em 1926; lembranças de Copacabana na década de 20; a chegada de Pedro Ernesto no Rio de Janeiro; o ingresso de Pedro Ernesto na Saúde Pública; a resistência à vacinação antivariólica na Favela; atuação de Pedro Ernesto na erradicação de focos de febre amarela no morro da Favela; resistência à vacinação contada por Pedro Ernesto; comentário sobre a defesa de tese de medicina; atuação de Pedro Ernesto na Santa Casa da Misericórdia e na Policlínica de Botafogo; o primeiro consultório de Pedro Ernesto numa farmácia da Rua Riachuelo; o prestígio do médico nos anos 20; referência à qualidade de atendimento do Hospital São Francisco de Assis e da Santa Casa da Misericórdia; a vocação para medicina; os convênios firmados pela Casa de Saúde Pedro Ernesto; lembrança da gripe espanhola; o vestibular para a faculdade de Medicina da Universidade do Brasil na década de 20; lembrança dos professores da faculdade; os movimentos de esquerda da faculdade, entre 1928 e 1932.
Fita 2 – O discurso do orador da turma em que se formou; as reivindicações dos estudantes da faculdade de medicina; características do curso de medicina da sua época; a Casa de Saúde Pedro Ernesto e o tenentismo; a vinculação ao Partido Comunista Brasileiro (PCB); a ligação entre Luiz Carlos Prestes e Pedro Ernesto antes da Revolução de 1930; a nomeação para o corpo médico do IAPI a ligação de Pedro Ernesto com o movimento dos marítimos na década de 30; assistência médica no IAPM; atuação de Anísio Teixeira como Secretário de Educação na administração Pedro Ernesto; ampliação hospitalar durante a administração Pedro Ernesto; a ligação com líderes marítimos;

2a Entrevista
Data: 15/07/1986
Fita 2 (continuação) – A ligação de Pedro Ernesto com Getúlio Vargas; as bases populares de Pedro Ernesto decorrentes da sua trajetória como médico; o contrato da Casa de Saúde Pedro Ernesto com a Sul América para o atendimento aos acidentes de trabalho; atuação de Pedro Ernesto como mediador na greve dos marítimos em 1934; a posição antiintegralista de Pedro Ernesto; comentários sobre a ANL; a participação dos médicos na ANL; ampliação do atendimento ambulatorial e hospitalar na administração Pedro Ernesto no Distrito Federal; o contrato do IAPM com o Hospital Graffrée Guinle.
Fita 3 – Opinião sobre a unificação da Previdência Social; o atendimento ambulatorial e hospitalar do IAPM; descrição do Hospital do IAPM no Andaraí; a relação entre médico e paciente no Hospital dos Marítimos; referência à qualidade dos profissionais da área de saúde no Hospital dos Marítimos; as condições salariais dos profissionais de saúde no IAPM; atuação dos assistentes sociais no Hospital dos Marítimos; a prisão em 1937; o retorno ao IAPM através de Luiz Aranha, em 1938; realização do curso de cirurgia do câncer nos Estados Unidos, em 1943; a participação no Congresso Internacional do Câncer, em 1954, a958 e 1962; o atendimento de urgência no Hospital dos Marítimos; admiração dos marítimos pelo serviço médico do IAPM; o atendimento aos marítimos durante a Segunda Guerra Mundial; a especificidade do atendimento aos marítimos; a greve dos médicos do serviço público, em 1953; as características das associações médicas do Rio de Janeiro, Ceará e Fortaleza; influência do PCB na AMDF; a dedicação dos médicos de esquerda ao movimento médico do Distrito Federal; o apoio dos jornais Última Hora e Diário de Notícias ao movimento dos médicos; referência às gestões de Homero Mesquita e Eduardo Ribeiro no IAPM; referência à gestão de Armando Falcão no IAPM; o prestígio dos sindicatos dos bancários e dos marítimos; as decisões sobre assistência médica no Hospital dos Marítimos; o desenvolvimento da biópsia por congelamento no Hospital dos Marítimos; o contrato do Hospital dos Marítimos com Cosolano Machado para serviços de radioterapia e cobaltoterapia; o Centro de Estudo do Hospital dos Marítimos; o papel do Centro de Estudos na identificação de erros de tratamento médico.
Fita 4 – O impacto do movimento de 1964 sobre a equipe médica do Hospital dos Marítimos; a demissão dos chefes de clínica do Hospital dos Marítimos, em 1964; o inquérito devido à participação no Congresso Internacional do Câncer realizado em Moscou, em 1962; a queda de qualidade do atendimento do Hospital dos Marítimos no pós-1964; a recusa ao convite para dirigir o Hospital dos Marítimos; comentários sobre José Bica, médico do Hospital Miguel Couto; comentário sobre Armando Amaral, diretor do Hospital da Casa de Saúde Santa Teresinha; assistência médica previdenciária e assalariamento dos médicos; os centros de estudos dos hospitais previdenciários e o aprendizado médico; atuação do médico como conselheiro familiar no período de predomínio da medicina liberal; comentários sobre a profissão médica; opinião sobre a socialização da medicina; avaliação da Colônia Juliano Moreira e do Hospital Central do Hospício; o atendimento às doenças infecto-contagiosas na Previdência Social; a resistência médica no Hospital dos Marítimos;

3a Entrevista
Data: 22/07/1986
Fita 4 (continuação) – A conquista da letra “O” pelos médicos do Distrito Federal, em 1953; o movimento nacional dos médicos pelo enquadramento na letra “O”; a heterogeneidade do grupo médico; a importância do setor público na assistência médica na década de 50; a utilização dos serviços médicos do IAPM pelos marítimos; atuação na AMDF; oposição de Carlos Lacerda ao movimento dos médicos; origem social do médico e sua dificuldade de mobilização.
Fita 5 – Assistência médica gratuita até a década de 30; opinião sobre a socialização da medicina em países capitalistas; a evolução tecnológica e o alto custo da assistência médica; comentários sobre os contratos da Previdência Social com o setor privado; comentário sobre as fraudes nos contratos com o setor privado e a posição dos médicos; o crescimento populacional e o atendimento médico; conseqüências da unificação da Previdência na relação entre médico e paciente; a perda da qualidade do Hospital dos Marítimos após 1964; o atual trabalho como chefe de cirurgia no Hospital da Ordem Terceira da Penitência; modelo filantrópico de assistência médica; atual atividade como médico no consultório particular e no Hospital da Ordem Terceira da Penitência; posição sobre os convênios com empresas de medicina de grupo; comentário sobre a família; comentário sobre o neto Pedro Ernesto; a crença na evolução da medicina.

4a Entrevista
Data: 05/08/1986
Fita 6 – A evolução da cancerologia; referência ao desenvolvimento da medicina preventiva em Cuba e na China; a relação entre medicina e política; influência do sentido humanitário da atuação de Pedro Ernesto na carreira médica do bisneto; comentário sobre a atitude dos médicos que se negavam a trabalhar no Hospital da Posse, em Nova Iguaçu (RJ); o empastelamento do Diário Carioca, em 1933; o julgamento de Odilon Baptista e Pedro Ernesto pelo Tribunal de Segurança Nacional, em 1937; a primeira prisão de Pedro Ernesto em 1937; a prisão em 1937, na Casa de Correção onde estavam Otávio Mangabeira, Euclides Figueiredo, Arturzinho Bernardes e Carlos Lacerda; impressões sobre Euclides Figueiredo; o contato com Spencer Bittencourt e José Oiticica na prisão; a libertação após 45 dias de prisão; o contexto histórico do golpe de 1937; a posição antiintegralista de Pedro Ernesto; influência de Góes Monteiro, João Gomes e Eurico Gaspar Dutra na prisão de Pedro Ernesto; a permanência de Pedro Ernesto no interior de Minas Gerais após sua saída da prisão; o retorno de Pedro Ernesto ao Rio de Janeiro; a doença e morte de Pedro Ernesto; defesa da entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial por Pedro Ernesto; comentários sobre a posição de Getúlio Vargas; a participação no Conselho Mundial da Paz; comentários sobre a transição para o socialismo no Brasil; avaliação da atuação do Sindicato dos Médicos; opinião sobre a unificação da Previdência.

O Pioneirismo Feminino na Medicina Brasileira: o caso das primeiras docentes em Ginecologia do Rio de Janeiro

Projeto de pesquisa coordenado por André Pereira, como parte das atividades de iniciação científica (PIBIC), da aluna Bárbara Araújo Machado. Foi realizada entrevista com Clarice Amaral Ferreira em duas sessões, nos dias 22 (fitas 1 e 2) e 29 de fevereiro de 2008 (fitas 3 e 4), no Rio de Janeiro.

Núbia Boechat Andrade

Entrevista realizada por Luciana Heymann e Aline Lacerda, via plataforma Zoom, no dia 16 de junho de 2021, no Rio de Janeiro; responsável pela gravação, Cristina Grumbach e produzida por Crisis Produtivas.

Nísia Trindade

Depoimento gravado on line por Angela de Castro Gomes, Kaori Kodama Flexor e Patricia Raffaini para integrar o dossiê: 'Mulheres intelectuais: práticas culturais de mediação', da Revista Ibero-Americana publicada pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Integra o projeto de pesquisa coordenado por Kaori Kodama intitulado “Divulgação científica em impressos: mediação e público no Brasil (1870-1930)”. O objetivo central da entrevista é levar aos leitores da citada revista EIA, a trajetória, atuação e considerações como intelectual mulher, e assim, abrir um espaço de reflexão em torno da questão de gênero através da produção intelectual e das diferentes experiências e práticas exercidas ao longo do percurso profissional da depoente.

Nildo Aguiar

Entrevista realizada no dia 07 de fevereiro de 1979, a respeito das Associações Médicas no Brasil.
Sumário
Fita 1 - Lado A
Comentário sobre a diferença entre empresas médicas e grupos médicos; sobre a posição da Previdência Social em relação à pressão das entidades representativas da classe médica; sobre a política de saúde pública no momento atual; a contribuição da Previdência Social para a evolução da assistência médica no Brasil; sobre a questão: privatização vs. estatização da assistência médica.
Fita 1 - Lado B
Sobre a questão: privatização X estatização da assistência médica; necessidade de “institucionalização” da medicina pública; controle da compra de equipamentos médicos no âmbito da Previdência; projeto de criação da carreira de médico previdenciário; convênios entre empresas e grupos de assistência médica; comentário sobre a posição dos médicos frente aos grupos de assistência médica.

Fita 2 - Lado A
A ação do Serviço de Assistência Médica Domiciliar e de Urgência da Previdência Social (SAMDU) na assistência médica; papel do Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Industriários (IAPI) e do Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Comerciários (IAPC) na assistência médica; unificação dos Institutos; papel do PPA no âmbito da política previdenciária; sobre a criação do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS); administração do Dr. Luís Seixas na residência do INPS.
Fita 2 - Lado B
A administração do Dr. Luís Seixas na presidência no INPS e várias medidas adotadas; elaboração do Plano de Pronta Ação (PPA); análise da administração de Reinold Stephanes, à frente do INPS; participação dos secretários de assistência médica na elaboração das políticas de saúde; comentário sobre a ênfase dada à assistência médica na administração de Reinold Stephanes.

Nildo Aguiar

Entrevista realizada por Marcos Chor Maio e Nilson Moraes, no Rio de Janeiro (RJ), nos dias 14, 28 de janeiro, 22 e 29 de abril de 1987.

Resenha biográfica
Nildo de Almeida Aguiar nasceu em Manaus, Amazonas, a 12 de março de 1924. Filho de Pompeu Lino de Almeida, um próspero comerciante português, e de Eulália da Silva Aguiar. Iniciou seus estudos em casa, prática usual entre a classe média alta da cidade naquela época. Terminou o primário no Colégio Dom Bosco e o curso ginasial no Ginásio Amazonense.
No início da década de 40, estudou dois anos no Colégio Militar de Fortaleza. Após esse período, já no Rio de Janeiro, completou o curso secundário no Colégio Jurema, onde participou ativamente do grêmio estudantil.
Cursou medicina na Universidade Federal Fluminense (UFF), graduando-se em 1951. Iniciou sua carreira profissional no ano seguinte, na Leite de Rosas S.A., e também no Hospital Moncorvo Filho, como auxiliar de ensino. Ainda em 1952, foi indicado para integrar o quadro de médicos do Serviço de Assistência Médica Domiciliar de Urgência (SAMDU). Neste órgão, desempenhou as funções de plantonista no posto Matoso, chefe de equipe no posto de Deodoro, e a partir de 1964, assumiu a direção do Hospital Getúlio Vargas, permanecendo no cargo até 1967, quando o serviço foi extinto devido à unificação dos Institutos de Aposentadoria e Pensões (IAPs).
Em 1957, ingressou também no quadro de médicos do Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Comerciários (IAPC), em Niterói, através de concurso público. Em 1964, foi transferido para o Hospital dos Comerciários, em Ipanema, onde exerceu o cargo de diretor no período de 1966 a 1978, quando então passou a dirigir o Departamento de Administração Médica da Previdência Social (INAMPS). Ao assumir a direção do Hospital de Ipanema, abandonou a medicina liberal, dedicando-se exclusivamente ao serviço público.
Quanto à política, participou do processo de formação do Partido Socialista Brasileiro (PSB), ao qual foi filiado até 1964. A partir daí, não desenvolveu mais nenhuma atividade político-partidária.
Em 1967, foi delegado brasileiro na 16a Assembléia de Seguridade, em Leningrado, onde pôde observar importantes experiências no campo da medicina preventiva.
Durante a gestão de Reinhold Stephanes na presidência do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), no período de 1974 a 1977, foi indicado como representante deste instituto, no estabelecimento do protocolo MEC/MPAS, que substituiu o sistema de pagamentos por unidades de serviço em subsídio mensal, relativo ao número e ao tipo de altas nos hospitais de ensino.
Em 1980, passou a atuar no Ministério da Saúde, na assessoria do Ministro Dirceu Arcoverde, participando da implementação do sistema de co-gestão entre o Ministério da Previdência Social e o Ministério da Saúde, em suas unidades de assistência médica, como o Instituto Nacional do Câncer (INCA) e o Hospital Fernandes Figueira.
Em 1985, retornou à direção do Hospital de Ipanema, eleito pela comunidade hospitalar, onde permanecia até a data da entrevista.

1a ENTREVISTA – 14/01/1987
Fita 1 – Origem familiar; condição social da família e alternativas profissionais para a classe média alta de Manaus; passagem pela Faculdade Livre de Filosofia; o interesse pela psicanálise; os primeiros estudos; lembranças do Ginásio Amazonense e do Colégio Dom Bosco; formação religiosa; influência humanista do irmão mais velho; lembranças do tio paterno; o cosmopolitismo de Manaus; passagem pelo Colégio Militar de Fortaleza; a chegada ao Rio de Janeiro; lembranças do Colégio Jurema; a opção pela carreira médica; as doenças em Manaus; influência de Alfredo Monteiro; o aprendizado médico no Hospital Moncorvo Filho; mudança do curso de psicologia para medicina; o interesse pela psicanálise; atuação como auxiliar de ensino no Hospital Moncorvo Filho; a prática hospitalar e o aprendizado médico; a orientação para a cirurgia; transferência da Faculdade de Ciências Médicas para a UFF; lembranças da pensão no período de faculdade e influência de um amigo comunista; o convívio com lideranças que formariam o PSB; referência à formação do PSB.

Fita 2 – A atuação no PSB; a ligação com J.G. De Araújo Jorge; impressões sobre o perfil político do sogro e sua atuação como empresário na Leite de Rosas S.A.; a convivência com Dante Costa; referência ao primeiro casamento; lembranças da UFF; o curso de medicina; a formação de grupo de elite no Hospital Moncorvo Filho; o ingresso no SAMDU; as atividades no consultório e na Policlínica de Copacabana; a nomeação para o Hospital de Clínica de Deodoro; a importância atribuída ao SAMDU pela população; a licença médica; o auxílio à natalidade; os professores titulares na condição de médicos do SAMDU; a relação do SAMDU com os hospitais previdenciários; a sobrecarga do Hospital Carlos Chagas pelo SAMDU; o poder político dos segurados do Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Empregados em Transportes e Cargas (IAPETC) e do Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Marítimos (IAPM) sobre o SAMDU; visão dos segurados do IAPETC e do IAPM sobre o SAMDU; a distribuição de postos do SAMDU; a definição do índice de pagamentos dos institutos para o SAMDU; a gestão de Francisco Laranja no SAMDU; a interiorização do SAMDU; discussão sobre a responsabilidade do município no atendimento de urgência; referência aos “cardeais” do Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Industriários (IAPI); o convênio entre o Ministério da Educação e Cultura e o Instituto Nacional de Previdência Social (MEC/INPS); referência ao artigo de Carlos Gentile de Mello sobre convênios da Previdência com o estado e o município; referência ao artigo “Nuno Colan” de Carlos Gentile de Mello; a dupla militância do médico no serviço público e no setor contratado; o SAMDU e a universidade.

Fita 3 – Visão do médico como profissional liberal e sua participação em greves; acumulação de cargos no serviço público; a população e o SAMDU; o SAMDU como escola; o SAMDU e o atendimento humanizado; atuação como diretor do Hospital Getúlio Vargas do SAMDU; a municipalização das instituições de saúde; a proposta de Luiz Carlos Seixas para a recriação do SAMDU no governo Médici; a expansão do SAMDU na região Norte após 1964; o SAMDU e o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB); as condições salariais dos médicos do SAMDU; visão dos médicos do IAPC sobre o ASMDU; atuação do Hospital do IAPC de Ipanema; o ingresso na equipe médica do IAPC de Niterói; assistência médica do IAPC; o nível profissional dos médicos da Previdência; as condições salariais dos médicos da Previdência; as condições salariais dos médicos da previdência; posicionamento político; assistência médica previdenciária no pós-1964; mudança de posição em relação a Getúlio Vargas; o compromisso social de Vargas; o SAMDU como expressão de reconhecimento dos direitos dos trabalhadores.

2a ENTREVISTA – 28/01/1987
Fita 4 – O Centro de Estudos do SAMDU; a Previdência e a democratização de conhecimentos na área médica; ausência de visão social na “corporação médica”; a Previdência Social e a formação de categorias profissionais na área de saúde; o serviço social; a sindicalização dos médicos; a greve dos médicos pelo enquadramento na última categoria do funcionalismo público; a relação dos médicos com as demais categorias profissionais da área de saúde; a Junta Consultiva do SAMDU; o financiamento do SAMDU; o IAPC e a implantação da primeira comunidade de serviços; a expansão da assistência médica através do SAMDU; o padrão arquitetônico dos postos do SAMDU; avaliação da qualidade dos serviços prestados pelo SAMDU; as relações entre o SAMDU e o Serviço de Alimentação da Previdência Social (SAPS); a criação do hospital de urgência: Hospital Presidente Vargas; críticas dos segurados ao SAMDU; os períodos de maior incidência de atendimento; a concessão de licenças médicas pelo SAMDU.

Fita 5 – As licenças médicas na Previdência; a humanização do atendimento; os serviços médicos de empresas; o absenteísmo; o desenvolvimento da tecnologia médica; a infecção hospitalar e o uso indiscriminado de antibióticos; a expansão da assistência médica previdenciária de 1967 a 1970; assistência médica e concepção da Previdência Social como financiadora das instituições públicas e privadas voltadas à saúde; o Lei Orgânica da Previdência Social (LOPS); a gestão colegiada; os “pelegos” como representantes da sociedade na época; o Golpe de 1964; o Inquérito Policial Militar (IPM) no SAMDU e a denúncia contra Carlos Gentile de Mello; atuação de Carlos Gentile de Mello como crítico da Previdência Social; a nomeação para diretor do Hospital Getúlio Vargas do SAMDU; defesa do privilégio dos serviços públicos na área de saúde; a opção pelo serviço público; indicação para a direção do Hospital do SAMDU; a qualidade técnica dos hospitais previdenciários; absorção dos médicos do SAMDU após a unificação do sistema previdenciário.

Fita 6 – Avaliação da unificação; resistência à unificação; o papel do IAPI na unificação; os “cardeais” do IAPI; as propostas de unificação anteriores a 1967; os privilégios dos funcionários do IAPI na administração previdenciária; o predomínio da concepção do IAPI no processo de unificação; a incorporação do Hospital dos Servidores do Estado (HSE) ao sistema previdenciário; o IAPI e a modernização administrativa; o desaparecimento da categoria dos funcionários públicos e a integração do Instituto de Aposentadoria e Assistência dos Servidores do Estado (IPASE) ao sistema previdenciário unificado; a unificação e a qualidade do atendimento médico; o Decreto-lei no 200, de 1967, e a modernização administrativa; as normas do Plano de Ação da Previdência Social (PAPS); a 16a Assembléia de Seguridade, realizada em Leningrado, em 1967; a importância atribuída pela Previdência Social de outros países à medicina preventiva; seguridade social; a gestão de Luiz Seixas no INPS e a defesa da expansão do setor próprio; os convênios com hospitais universitários; impressões sobre a assistência médica na União Soviética; a tradição médica francesa e alemã; o modelo americano de assistência médica.

3a ENTREVISTA – 22/04/1987
Fita 7 – Dedicação exclusiva à medicina previdenciária; o ensino médico e a Previdência Social; as reações contrárias aos convênio MEC/INPS; o papel da Associação Brasileira de Escolas de Medicina (ABEM);\ referência às gestões de Luiz Carlos Seixas e Reinhold Stephanes no INPS; as escolas médicas; comparação entre o atendimento e o tempo de permanência nos hospitais de ensino e hospitais privados; a importância dos convênios MEC/INPS na formação dos médicos; a dedicação exclusiva do médico à medicina previdenciária; a gestão de Luiz Seixas e a expansão do setor próprio; o predomínio do setor privado no sistema médico previdenciário; a mudança na forma de pagamento do INAMPS ao setor contratado; o privilégio do setor público na gestão de Luiz Seixas; a Central de Medicamentos (CEME); o Plano de Pronta Ação (PPA); a redistribuição da medicina previdenciária.

Fita 8 – Os encontros dos diretores dos hospitais próprios da Previdência Social; o pagamento por unidade de serviço; atuação no Ministério da Saúde como assessor de Arcoverde; a co-gestão das unidades do Ministério da Saúde com o Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS); a co-gestão do INCA; o Programa Integrado de Medicina Nuclear; atuação como superintendente do INAMPS no Rio de Janeiro; o projeto Niterói; o grupo de reforma sanitária; a regionalização do atendimento médico; a criação do INAMPS; as ações primárias de saúde; a modalidade assistencial da medicina previdenciária; as diretrizes que orientaram a criação do INAMPS; a Conferência Nacional de Saúde; o concurso público para médico do INPS, em 1976; o Programa Nacional de Serviços Básicos de Saúde (PREV-SAÚDE); a proposta de passagem pelo INAMPS para o Ministério da Saúde na gestão de Jair Soares.

4a ENTREVISTA – 29/04/1987
Fita 9 – Os centros de estudos nos hospitais previdenciários; o processo eleitoral para a direção dos centros de estudos na gestão de Hésio Cordeiro; o predomínio do setor privado na Previdência Social brasileira; assistência médica rural e Ações Integradas de Saúde (AIS); a expansão do setor privado após a unificação; o Conselho Consultivo da Administração de Saúde Previdenciária (CONASP) e a reorientação da assistência médica previdenciária; características do período de 1974 a 1978; a gestão de Jair Soares; a proposta de privatização do INCA na gestão de Raimundo de Brito Ministério da Saúde e proposta de privatização da saúde; a recessão econômica e o CONASP; as diretrizes básicas do CONASP.

Fita 10 – A gestão de Hélio Beltrão no MPAS; os contatos com Reinhold Stephanes; a integração do HSE ao INAMPS; a participação como superintendente do INAMPS no Rio de Janeiro; a gestão de Hélio Beltrão no MPAS; as AIS; o CONASP; a Nova República e o fortalecimento do setor público na medicina previdenciária; o retorno ao Hospital de Ipanema; o governo Leonel Brizola e a co-gestão Secretaria Estadual de Saúde/INAMPS; a situação atual do Hospital de Ipanema; a reforma sanitária; a universalização do atendimento; o Ministério da Saúde e a medicina previdenciária; a regionalização da assistência médica.

Fita 11 – A resistência dos funcionários diante das propostas de racionalização do atendimento; a concepção liberal dos médicos; a consciências social dos médicos na Previdência; fatos que marcaram a sua trajetória; vida profissional e vida pessoal; defesa da municipalização do atendimento.

Naomar de Almeida Filho

Entrevista realizada em duas sessões; a primeira por Tania Fernandes e Eliene Rodrigues, no Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia (ISC/UFBA), no dia 30 de outubro de 2018 e a segunda por Tania Fernandes e Otto Santos, na Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz), no dia 6 de novembro de 2018.

Naftale Katz

Entrevista realizada por Nara Azevedo e Luis Otávio Ferreira, no Rio de Janeiro (RJ), no dia 16 de abril de 1996.

Nádia Maria Batoréu

Entrevista realizada por Carlos Fidelis Ponte, Claudia Trindade e Wanda Hamilton, em Bio-Manguinhos/Fiocruz (RJ), entre os dias 15 de junho e 08 de julho de 2005.
Sumário
Fita 1 - Lado A
Origem familiar; escolaridade; primeiras experiências de trabalho; a escolha da carreira profissional.

Fita 1 - Lado B
O ingresso na Fiocruz em 1981; a estratégia utilizada para conciliar a vida profissional e o exercício da maternidade; a entrada em Bio-Manguinhos, em 1982; o trabalho com anticorpos monoclonais; a montagem do Laboratório de Anticorpos Monoclonais (Latam); considerações sobre Bio-Manguinhos quando de seu ingresso na instituição.

Fita 2 - Lado A
Os projetos realizados pelo Latam; a chefia do Latam; os primeiros trabalhos com HIV, realizados por Bio-Manguinhos; as atividades atualmente desenvolvidas por Bio-Manguinhos para atender os programas de Aids; o crescimento do Latam e sua equipe.

Fita 2 - Lado B
A entrada da Fiocruz no campo dos biofármacos; a especialização em Biologia Médica na UFRJ; o mestrado no IOC; o projeto de desenvolvimento da vacina contra a meningite B; as pesquisas realizadas para sua dissertação.

Fita 3 - Lado A
Os testes clínicos da vacina contra meningite B; a bolsa na Universidad de Biologia Molecular de La Plata, na Argentina; a necessidade de conciliar o mestrado com suas atividades profissionais e domésticas.

Fita 3 - Lado B
O apoio do marido; considerações acerca das diferenças entre a pesquisa acadêmica e de desenvolvimento tecnológico; sobre a implantação de normas de BPL (Boas Práticas de Laboratório).

Fita 4 - Lado A
Criação do Setor de Hibridomas em 1983; produção e importância dos anticorpos monoclonais; humanização de anticorpos monoclonais e os biofármacos; papel de Otávio Oliva na criação do Setor de Hibridomas; a montagem e os trabalhos desenvolvidos pelo Setor de Hibridomas.

Fita 4 - Lado B
O trabalho desenvolvido em Caxambu, em 1998, para implementar a saúde básica do município; as atribuições como chefe do Setor de Hibridomas de Bio-Manguinhos; as expectativas da Fiocruz sobre os biofármacos; os motivos da ida a Caxambu; o retorno para Bio-Manguinhos, em 2003.

Fita 5 - Lado A
O trabalho desenvolvido em Caxambu; o retorno a Bio-Manguinhos, em 2003; o convite de Akira Homma para implantar a produção de biofármacos em Bio-Manguinhos.

Fita 5 - Lado B
O acordo Brasil-Cuba de transferência de tecnologia de eritropoetina e interferon; sobre a construção da planta de biofármacos de Bio-Manguinhos; os usos terapêuticos da eritropoetina e do interferon; considerações acerca da demanda nacional por esses produtos; a diferença entre o interferon clássico e o interferon peguilado.

Fita 6 - Lado A
As pesquisas sobre interferon peguilado de Bio-Manguinhos e a relação com os laboratórios farmacêuticos; descrição das diferentes fases dos testes clínicos, realizados com o objetivo de verificar a eficácia de um produto; as parcerias realizadas para a realização dos testes clínicos; sobre o trabalho do médico Paulo Picon, consultor de biofármacos de Bio-Manguinhos; a relação de Bio-Manguinhos com o INCQS; considerações acerca das normas de qualidade; implantação dos Procedimentos Operacionais Padrão (POP) em Bio-Manguinhos.

Fita 6 - Lado B
O custo financeiro da planta para produção de biofármacos; a estrutura da planta e sua utilidade para a Fiocruz; sobre o financiamento para a construção da planta; o surgimento e expansão do controle e da garantia de qualidade em Bio-Manguinhos ao longo dos anos; sobre a reestruturação de Bio-Manguinhos, no início da década de 2000.

Fita 7 - Lado A
Sobre a reestruturação de Bio-Manguinhos, no início da década; sobre o andamento do projeto referente ao interferon; considerações acerca da estrutura “matricial” de projetos; a questão da propriedade intelectual em Bio-Manguinhos; relação do IOC com Bio-Manguinhos no campo da biologia molecular; as parcerias de Bio-Manguinhos com outras unidades da Fiocruz.

Fita 7 - Lado B
A questão do patenteamento em Bio-Manguinhos; os projetos atuais do setor de biofármacos; os parâmetros utilizados para definir projetos prioritários em biofármacos; as novas descobertas científicas no campo da engenharia genética e o impacto sobre Bio-Manguinhos; considerações sobre os transgênicos.

Fita 8 - Lado A
As dificuldades envolvidas no investimento em transgênicos; a expectativa de produção da planta de biofármacos.

Murilo Villela Bastos

Entrevista realizada por Luiz Octávio Coimbra, Mabel Imbassahy, Marcos Chor Maio e Nilson Moraes , no Rio de Janeiro (RJ), nos dias 18, 25 de junho, 02 e 09 de julho de 1986.

Resenha biográfica
Murilo Villela Bastos nasceu na cidade de São Paulo, em 1918. Seu pai era médico, mas abandonou a profissão para ser fazendeiro. Iniciou os estudos em Penápolis, onde o pai clinicava. Fez o curso de Admissão numa pequena escola da fazenda da avó, na zona da mata mineira, e o ginásio no Liceu Franco Brasileiro, na cidade de São Paulo.
Em 1934, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde durante um ano cursou o pré-médico. Em 1935, entrou para a Faculdade de Medicina da Universidade do Brasil atual Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), formando-se em 1940. Como acadêmico, trabalhou no Hospital Miguel Couto e no Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina. Depois de formado, em 1941, tornou-se médico do Hospital Psiquiátrico D. Pedro II, trabalhando no laboratório da instituição. Em 1945, fez concurso para médico do Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Comerciários (IAPC), dos Industriários (IAPI), e para biologista do Ministério da Educação e Saúde, sendo aprovado em todos. Ao longo do ano de 1945, foi técnico de laboratório do Ministério da Educação e Saúde.
Em 1946, ingressou no IAPC, trabalhando como médico no ambulatório central, na Cinelândia. Em 1952, a partir do interesse despertado para a administração médica, fez um curso de administração pública na Fundação Getúlio Vargas (FGV). Em 1953, foi membro da Comissão de Reorganização do Departamento de Assistência Médica do IAPC. Em 1954 e 1955, com o objetivo de ampliar os conhecimentos na área de organização da assistência médica, realizou diversos cursos nos Estados Unidos e Inglaterra.
Em 1956, trabalho no Hospital dos Comerciários (atual Hospital de Ipanema), sendo mais tarde nomeado chefe do serviço médico. No período de 1961 a 1962, foi diretor da Divisão de Organização Hospitalar do Ministério da Saúde, presidente da Associação Brasileira de Hospitais e membro do Conselho de Medicina da Previdência Social, representando o Ministério da Saúde.
Em 1963, ingressou no Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Bancários (IAPB), tornando-se assessor do Departamento Médico deste instituto e do IAPC, de 1964 a 1966. Nesse mesmo período, foi membro do grupo de planejamento de saúde do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, do Ministério do Planejamento.
Em 1967, foi assessor técnico da Secretaria de Assistência Médica, do recém-criado Instituto Nacional de Previdência Social (INPS). De 1971 a 1972, foi membro do Conselho de Administração do Centro de Integração de Atividades Médicas do estado de São Paulo, representando a presidência do INPS. Entre 1973 e 1974, assessorou o superintendente regional do INPS, no antigo estado da Guanabara.
Com a criação do Ministério da Previdência Social, em 1974, atuou como assessor do ministro junto à Secretaria de Estudos Especiais do Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS).
Em 1976, representou a Previdência Social brasileira em um grupo de estudos da Organização Panamericana de Saúde (OPAS), para a realização de um projeto de planejamento de saúde nas Américas. Em 1977, foi representante do Brasil em um grupo de estudos sobre o planejamento de saúde no mundo. Além dos cargos que ocupou na Previdência Social, foi professor de fundamentos socioeconômicos de saúde nos cursos do Departamento de Saúde do Ministério da Saúde, e na Escola Nacional de Saúde Pública, do mesmo ministério.
Entre as inúmeras atuações na área da saúde, escreveu diversos artigos e livros, entre os quais: Assistência Médica na Previdência Social (1973); Organização do Setor Saúde para o Desenvolvimento (1974); Contribuição para a Discussão do Sistema Nacional de Saúde (1975); O Impacto da Previdência Social na Organização dos Serviços Médicos (1978).
Na ocasião da entrevista, Murilo Villela Bastos é médico do Hospital de Ipanema.

Sumário
1a ENTREVISTA
Data: 18/06/1986
Fita 1 – Origem familiar; local de nascimento; trajetória do pai; projeto de vida; comentários sobre alguns personagens da cidade do interior; perfil ideológico do pai; lembranças da qualidade de vida e das condições de trabalho na zona rural; a opção pela carreira médica; formação escolar; lembranças da revolução de 1932 em São Paulo; o ingresso na faculdade de medicina; comentários sobre a medicina liberal e a medicina social; trajetória profissional; ausência de cadeiras relacionadas relacionadas à medicina social na faculdade; o trabalho em laboratório clínico; os médicos que influenciaram a sua carreira profissional.
Fita 2 – O trabalho no IAPC; o exercício da medicina na Santa Casa de Misericórdia; os serviços médicos dos institutos como “escola” para médicos recém-formados; a qualidade dos serviços médicos do IAPC; o curso de administração pública na FGV; o curso de administração médica nos Estados Unidos; o estágio na Inglaterra, comentários sobre o Relatório Beveridge; o trabalho no Hospital dos Comerciários (atual Hospital de Ipanema); referência a Martinus Pawel e Mário Magalhães da Silveira.
Fita 3 – As primeiras tentativas de exercício da administração médica no Brasil;

2a ENTREVISTA
Data: 25/06/1986
Fita 3 (continuação) – O ingresso no IAPC; a qualidade dos médicos na fase inicial dos institutos; as dificuldades na implantação da administração médica no Brasil; os ensinamentos dos cursos no exterior; os motivos da má qualidade dos serviços públicos no Brasil; algumas questões relativas à história da assistência médica na Previdência Social; influência dos técnicos do IAPI para o entendimento da assistência médica na Previdência Social; comentário sobre a assistência médica nas Caixas de Aposentadoria e Pensões (CAPs); a prática recente do nascimento em hospitais; comentários sobre a categoria dos estivadores e a concepção de Previdência Social; resistência à utilização de hospitais públicos e santa casas pela Previdência Social.
Fita 4 – Comentário sobre a qualidade da Assistência Médica nas CAPs; comentários gerais sobre os Institutos de Aposentadoria e Pensões (IAPs); referência ao primeiro governo de Getúlio Vargas; explicações para a crise econômica de alguns IAPs;, em 1964; a situação do IAPB; ausência de contribuição do governo para a Previdência Social; assistência médica no IAPB; comentários sobre o concurso para médicos do IAPC, em 1953; o acesso da população pobre aos serviços médicos através da Previdência Social; comparação entre o IAPB e o Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Marítimos (IAPM); a criação e composição do Conselho de Medicina da Previdência Social (CMPS); atuação dos institutos no CPMS.
Fita 5 – Visão do IAPI sobre a assistência médica; a concepção de assistência médica do IAPC; comentário sobre o problema das filas no atendimento aos previdenciários; o conflito com o delegado do IAPC no Rio de Janeiro; comentários sobre o Serviço de Pronto Atendimento (SPA); comentário sobre o Serviço de Assistência Médica Domiciliar de Urgência (SAMDU); a importância dos medicamentos na visão popular; comentário sobre o Departamento de Administração do Serviço Público (DASP); origem social e consciência política; os cargos da Previdência Social; comentários sobre a Lei Orgânica da Previdência Social (LOPS); o trabalho na chefia da Divisão de Organização Hospitalar do Ministério da Saúde.
Fita 6 – A Associação Brasileira de Hospitais; os casos de corrupção de instituições ligadas ao Ministério da Saúde; visão dos trabalhadores sobre os hospitais públicos, santas casas e hospitais de ensino; o projeto de encampação das santas casas; relato das discussões na Comissão de Reforma da LOPS no governo Castelo Branco; o ingresso no IAPB; comentário sobre a compra do Hospital dos Bancários (atual Hospital da Lagoa); críticas à utilização do Hospital dos Bancários; atuação como representante do INPS nos postos médicos em São Paulo; o trabalho de elaboração de uma tabela de serviços médicos em 1961; a elaboração de uma classificação da rede hospitalar; origem da classificação de hospitais nos EUA; as dificuldades em estabelecer critérios para uma classificação de hospitais.
Fita 7 – As dificuldades em estabelecer critérios para uma classificação de hospitais; a saída do Ministério da Saúde; influência do movimento político-militar de 1964 na atuação dos IAPs; a questão do concurso público dentro dos IAPs; a situação da assistência médica nos primeiros anos de Brasília; comentários sobre o período da direção colegiada no IAPC e no IAPI; o trabalho no Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA); definição de saúde; participação na Comissão da Lei Básica de Saúde do Ministério da Saúde e no Projeto de Normas sobre Assistência Médica; as vinculações do movimento político-militar de 1964 com a tecnologia; a hegemonia dos técnicos do IAPU na Previdência Social após o movimento político-militar de 1964.

3a ENTREVISTA
Data: 02/07/1986
Fita 8 – Origem dos ambulatórios do IAPC; o atendimento nos ambulatórios do IAPC; a mudança da situação dos médicos com a Previdência Social; as relações entre cristianismo e medicina; o corpo clínico dos ambulatórios do IAPC; o atendimento médico nos EUA; a função da assistência social na assistência médica; considerações sobre o número de médicos necessários para um serviço médico; concepção sobre o atendimento ambulatorial; os conflitos ocorridos no exercício do cargo de administrador do Hospital de Ipanema; comentário sobre as cirurgias nos hospitais da Previdência Social; referência à qualidade do corpo médico do Hospital dos Comerciários; a situação da assistência médica da Previdência Social após a unificação; os motivos para a contratação de serviços médicos de terceiros por parte do INPS.
Fita 9 – Os desvios na política de convênios da Previdência Social com empresas; os convênios do IAPI com empresas industriais; avaliação dos convênios da Previdência Social com empresas; a contribuição do INPS para a formação de um complexo médico-hospitalar; a importância da sociologia na análise da assistência médica; a palestra na Associação de Docentes da Escola Superior de Guerra (ADESG) sobre o plano de saúde do Ministro Leonel Miranda; a contribuição da Previdência Social para o crescimento do setor médico privado; o ingresso na assessoria do Ministro da Previdência Social; comentário sobre o Projeto do Sistema Nacional de Saúde.

4a ENTREVISTA –
Data: 09/07/1986
Fita 10 – As dificuldades na implementação do Sistema Nacional de Saúde, repercussão do Projeto do Sistema Nacional de Saúde na V Conferência de Saúde; comentários sobre a função e o papel político do Ministério da Saúde; o papel do Ministério da Saúde a nível internacional; a diferença entre política sanitária e atividade assistencial; medidas para a melhoria da saúde no Brasil; comentário sobre a redução do poder político do Ministério da Saúde a partir de 1964; comentários sobre a relação entre saúde e política de privilegiamento do setor privado na assistência médica previdenciária.
Fita 11 – Algumas questões do debate internacional sobre a assistência à saúde; reflexões sobre a privatização ou estatização do setor saúde; opositores à unificação da Previdência Social; comentários sobre o provedor nas santas casas de misericórdia; referência à atuação da Federação Brasileira de Hospitais; episódios da compra de equipamento médico estrangeiro; os casos de corrupção no setor de assistência médica e a postura da Previdência Social; comentários sobre a situação do funcionário do serviço público; comentário sobre os convênios da assistência médica com sindicatos, do programa de valorização da ação sindical no período do Ministro Júlio Barata.
Fita 12 – Referência a certos convênio da Previdência Social com empresas; comentários sobre a utilização política da Previdência Social; origem do MPAS; comentário sobre a distribuição dos recursos da Previdência Social; a decisão sobre os convênios das prefeituras com a Previdência Social; comentários sobre o controle de absenteísmo nas empresas; comentários sobre os contribuintes da Previdência Social; referência ao Plano de Pronta Ação (PPA); comentários sobre planejamento em saúde; a crise da Previdência Social, no governo Figueiredo.
Fita 13 – A Previdência Social e a Nova República; comentário sobre o Plano de Ações Integradas; referência ao PPA; comentário sobre o Conselho Nacional de Assistência Previdenciária (CONASP); o processo de extinção do médico liberal; referência ao Plano de Atendimento Médico do Ministro Leonel Miranda; alguns problemas nos convênios da Previdência Social com hospitais universitários; críticas à atuação do Sindicato dos Médicos e do Conselho de Medicina no caso da posse de médicos no hospital da Previdência em Nova Iguaçu (RJ), relação entre a situação econômica do país e a Previdência Social.

Mulheres na Fiocruz: trajetórias

Resumo: O objetivo do projeto foi a produção de registros audiovisuais visando documentar, preservar e divulgar a memória coletiva da instituição, especialmente tendo em vista as comemorações de seus 120 anos, em 2020. O projeto privilegiou trajetórias de mulheres buscando revelar aspectos da organização e dinâmica institucionais e, de forma mais abrangente, das próprias condições de emergência de profissionais dedicadas aos campos da saúde e da ciência no Brasil. Foram estabelecidas duas linhas de ação: a produção de um documentário sobre as mulheres “pioneiras” envolvidas em atividades de pesquisa/ensino (1940-1980), intitulado ‘Mulheres na Fiocruz: pioneiras’ e a produção de vídeos sobre a trajetória de 21 mulheres representativas dos campos do ensino, pesquisa, produção e assistência (1980-2020), cada uma delas com atuação em uma das unidades da Fiocruz. As três primeiras entrevistadas foram Maria da Luz Fernandes Leal, Yara Maria Traub-Cseko e Liléia Gonçalves Diotaiuti. A produção de registros sobre a presença feminina na Fiocruz contemplou duas linhas de ação: 1) a produção de um documentário sobre as mulheres “pioneiras” envolvidas em atividades de pesquisa/ensino (1940-1980); 2) a produção vídeos sobre a trajetória de 21 mulheres representativas dos campos do ensino, pesquisa, produção e assistência (1980-2020), cada uma delas com atuação em uma das unidades da Fiocruz.
O documentário Mulheres na Fiocruz: pioneiras foi integralmente produzido a partir de fontes arquivísticas, sobretudo do vasto acervo documental sob a guarda do Departamento de Arquivo de Documentação (DAD) da COC que contempla, além das mais de 3000 horas de entrevistas já realizadas com pesquisadoras da Fiocruz, um vasto conjunto de documentos como currículos, notícias de jornal, publicações, fotografias, documentos textuais, diários de viagens e de laboratório, entre outros. Para produção do documentário utilizamos 7 entrevistas gravadas oriundas dos projetos “Memória das Coleções Científicas do Instituto Oswaldo Cruz da Fiocruz”, liderado por Magali Romero de Sá, e “Gênero e ciência: carreira e profissionalização no IOC, Museu Nacional e Instituto de Biofísica”, liderado por Nara Azevedo. Através de um intenso trabalho de escuta, elaboração de roteiro, pesquisa histórica e edição, o filme contempla a trajetória das pesquisadoras Anna Kohn, Delir Correa Gomes Maués da Serra Freire, Dyrce Lacombe, Luiza Krau, Monika Barth e Ottilia Affonso Mitidieri, que ingressaram na instituição entre as décadas de 1950 e 1960.
As protagonistas das três primeiras entrevistas realizadas pelo projeto foram concedidas por Maria da Luz Fernandes Leal (Bio-Manguinhos), Yara Maria Traub-Cseko (Instituto Oswaldo Cruz) e Liléia Gonçalves Diotaiuti (Fiocruz Minas) . Entre 2020 e 2021, por força da pandemia de Covid-19, os depoimentos foram realizados remotamente seguindo a mesma dinâmica das entrevistas presenciais, com dois entrevistadores, a documentarista e a depoente. Foram ouvidas nesta fase Alzira Maria de Paiva Almeida, Keyla Belizia Feldman Marzochi, Marilda de Souza Gonçalves, Maria Cecilia de Souza Minayo, Nubia Boechat Andrade, Rachel Niskier Sanchez e Tizuko Shiraiwa. Essa reorientação da pesquisa direcionou para registrar diferentes formas de intervenção das cientistas da Fiocruz nas situações de emergências sanitárias, tanto em seus laboratórios quanto em sua relação com a sociedade. Assim, foram entrevistadas Valdiléia Veloso, Rita Nogueira, Maria Elena Caride, Marilda Siqueira, Simone Monteiro, Denise Valle e Celina Turchi, totalizando 17 depoimentos para o projeto.
A equipe de pesquisa foi constituída por Luiz Otávio Ferreira, Nara Azevedo, Simone Petraglia Kropf, Luciana Quillet Heymann, Aline Lopes de Lacerda e Denise Pimenta, dos bolsistas recém-doutores André Lima, Daiane Rossi e Polyana Valente, e da documentarista Cristiana Grumbach.

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