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Geraldo Baptista

Entrevista realizada por Gilberto Hochman, Luiz Octávio Coimbra e Marcos Chor Maio, no Rio de Janeiro (RJ), nos dias 03, 11 de dezembro de 1986, 26 de fevereiro e 02 de abril de 1987.

Resenha biográfica:
Geraldo Augusto de Faria Baptista nasceu em Belo Horizonte, em 1908, pertencendo a uma família de classe média do interior de Minas Gerais. Até os 15 anos viveu em Minas Gerais; onde cursou o primário no Grupo Escolar Afonso Pena, e os primeiros anos do curso secundário no Ginásio Mineiro.
Em 1924, com a mudança da família para o Rio de Janeiro, concluiu o secundário no Colégio Pedro II. Em 1925, ingressou na Faculdade Nacional de Direito, formando-se em 1929.
Iniciou sua carreira profissional no cartório do pai, e em seguida, trabalhou num escritório de advocacia. Em 1931, ingressou no Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio (MTIC), como primeiro adjunto do procurador-geral do Conselho Nacional do Trabalho (CNT), atuando na área da Previdência Social.
Em 1938, foi requisitado pelo recém-criado Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Industriários (IAPI), para ocupar o cargo de procurador-geral.
Em 1942, integrou a delegação brasileira na 1ª Conferência Interamericana de Seguridade Social, realizada em Santiago do Chile. Dois anos depois, voltou à Procuradoria da Previdência Social, do MTIC, e no ano seguinte, após a queda de Getúlio Vargas, presidiu o CNT no governo José Linhares.
Em 1947, retornou ao MTIC e, quatro anos mais tarde, participou da Comissão Nacional de Bem-Estar Social, que reviu o primeiro projeto de Lei Orgânica da Previdência Social (LOPS), do então deputado Aluízio Alves.
Participou também, em 1953, do processo de unificação das Caixas de Aposentadoria e Pensões (CAPs), e mais tarde, no final da década de 50, atuou como consultor de legislação social do Senado, no período de aprovação da LOPS.
No início dos anos 60, integrou a Comissão Permanente de Direito social (CPDS), que avaliava processos relativos à Previdência Social.
Em 1965, apresentou-se e voltou a exercer advocacia. No governo Chagas Freitas (1970/1974), assumiu o cargo de Secretário de Justiça do estado do Rio de Janeiro.

Sumário
1ª Sessão: 03 de dezembro
Fita 1
Origem familiar; lembranças da infância em Belo Horizonte; lembranças do Grupo Escolar Afonso Pena; formação religiosa; influência intelectual do pai; a política em Minas Gerais no início do século; a condição econômica da família; origem de Belo Horizonte; a mudança da família para o Rio de Janeiro; precariedade da assistência médica previdenciária em Belo Horizonte no início do século; a capital mineira como local privilegiado para a cura da tuberculose; a nova ocupação do pai; o ingresso no Colégio Pedro II; lembranças do Colégio Pedro II; o primeiro ano da Faculdade Nacional de Direito; a prática de esportes; o ambiente universitário; o trabalho na revista universitária ÉpocaI; os estudos ibero-americanos; comentários sobre o corpo docente da Faculdade Nacional de Direito; influência da esquerda na faculdade; o governo Arthur Bernardes.

Fita 2
A equipe da revista Época; a política na República Velha; ausência de matérias de legislação trabalhista e previdência social na faculdade; as primeiras atividades profissionais; comentários sobre a Revolução de 1930; o ingresso no MTIC; o trabalho com as CAPs no MTIC.

2ª Sessão: 11 de dezembro
Fita 2 (continuação)
A situação das CAPs no início dos anos 1930; comentários sobre as CAPs; a representação dos trabalhadores no CNT; as reuniões do CNT; comentários sobre o Decreto-lei nº 20.465 das CAPs; explicações sobre a origem dos Institutos de Aposentadoria e Pensões (IAPs); comentários sobre a criação do Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Marítimos (IAPM); os conselhos de administração dos IAPs; o papel do CNT.

Fita 3
O trabalho dos médicos no CNT; influência internacional na legislação previdenciária brasileira; assistência médica nos IAPs; origem do IAPI; as funções dos inspetores das CAPs; o regulamento dos serviços médicos das Caixas; perfil de João Carlos Vital; o trabalho como procurador-geral do IAPI; a política habitacional do IAPI; a perícia médica no IAPI; a saúde do IAPI; a 1ª Conferência Interamericana de Seguridade Social.

Fita 4
A Previdência Social e a Seguridade Social; relato da 1ª Conferência Interamericana de Seguridade Social; comentários sobre a Previdência Social no Brasil; o Instituto de Serviço Social do Brasil (ISSB); a unificação das CAPS, em 1953; o trabalho como presidente do CNT; a reforma do CNT, em 1946; a Previdência Social na Constituinte de 1946; referência à LOPS; a Previdência Social para artistas, intelectuais e escritores; a 2ª Conferência Interamericana de Seguridade Social, em 1947; comentários sobre o ISSB.

3ª Sessão: 26 de fevereiro
Fita 5
Comentários sobre o ISSB; o primeiro projeto de LOPS, em 1947; atuação na Comissão Nacional de Bem-Estar Social de 1951; a ideia da direção colegiada na gestão da Previdência social; o trabalho como consultor da legislação social do Senado no período de aprovação da LOPS; conceito de associado, segurado e beneficiário; a Fundação da Casa Popular; a política dos IAPs; o débito da União com a Previdência Social no governo Juscelino Kubitschek; críticas ao projeto da LOPS aprovado pelo Congresso Nacional; o período da administração colegiada na Previdência Social; atuação na CPDS; a encampação do seguro de acidente de trabalho pela Previdência social.

4ª Sessão: 02 de abril
Fita 6
O regulamento da LOPS; trajetória profissional na Previdência Social; a extensão da Previdência Social ao trabalhador rural; avaliação da assistência médica na Previdência Social; comentários sobre a unificação dos IAPs; atuação na CPDS; comentários sobre aposentadoria por tempo de serviço; a dívida da União com a Previdência Social; o movimento de 1964 e as mudanças na Previdência Social; a indicação para Secretário de Justiça no primeiro governo Chagas Freitas; as publicações na área da Previdência Social.

Luiz Paulo Ribeiro

Entrevista realizada por Pedro Jurberg, em Nova Friburgo/RJ, com a duração de 55min.

Jim Wygand

Entrevistas realizadas com Jim Wygand em duas sessões em abril de 2018. A primeira sessão com 1h4min de duração e a segunda com 2h18min de duração. O tempo total e de 3h56min de gravação. Sumário disponível.

Aloysio de Salles Fonseca

Entrevista realizada por Luiz Octávio Coimbra, Nilson Moraes e Nísia Verônica Trindade Lima, no Rio de Janeiro (RJ), nos dias 13 e 26 de maio, 02, 09 e 23 de junho, 15 e 29 de julho, 04 e 25 de agosto e 01 de setembro de 1987.
Resenha biográfica: Aloysio de Salles Fonseca nasceu no Rio de Janeiro, a 16 de dezembro de 1918. Seus pais, naturais de Pernambuco, residiam em Jabuticabal, interior de São Paulo, onde Aloysio Salles viveu até a adolescência. Neste período, recebeu algumas influências que foram determinantes em sua formação; a disciplina e a ênfase humanista do Ginásio São Luiz e o convívio com médicos locais na farmácia do pai.
Após o Movimento Constitucionalista de 1932, em conseqüência do clima adverso às famílias nordestinas residentes em Jabuticabal, mudou para Belo Horizonte (MG). A convivência com políticos mineiros de expressão nacional, como Magalhães Pinto, Milton Campos e José Maria Alkimim, na casa de seu tio, Alberto Salles Fonseca, e o ingresso na Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais foram os acontecimentos mais importantes no curto período em que viveu na cidade.
Em 1935, mudou para o Rio de Janeiro, continuando o curso de medicina na Universidade do Brasil, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Após formar-se, instalou um consultório médico na farmácia do pai, nas proximidades do morro da Mangueira, além de trabalhar como assistente voluntário do professor Genival Londres, no Hospital Souza Aguiar.
Em 1942, foi nomeado médico da Assistência Municipal por Jesuíno de Albuquerque, Secretário da Saúde e Assistência do DF. Apesar da importância atribuída a esta nomeação, demitiu-se após três meses de atividades, devido a um convite do tio, Apolônio Salles, para que ocupasse o cargo de oficial da gabinete do Ministério da Agricultura, sua primeira experiência em administração pública.
De 1944 a 1947, dirigiu o serviço médico da Sede Nacional de Ensino e Pesquisas Agronômicas, atual Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, realizando pesquisas e campanhas sanitárias, muitas delas em convênio com o Serviço Nacional de Malária.
A partir da decisão do Presidente Dutra em efetivar a construção do Hospital dos Servidores (HSE), cujas obras desenvolviam-se com grande morosidade, elaborou, por solicitação do então diretor Raimundo de Brito, o projeto de organização da assistência médico-cirúrgica do hospital. Chefe da Divisão Médica desde a inauguração, criou a residência médica e o centro de estudos, além de estabelecer procedimentos de organização e controle de informações semelhantes aos de hospitais norte-americanos de médio porte.
Em 1954, no governo Café Filho, foi nomeado diretor do HSE, demitindo-se do cargo em dezembro deste mesmo ano, em protesto, segundo seu depoimento, à atitude presidencial de não sancionar a Lei nº 1.089, aprovada pelo Congresso a partir do projeto originalmente apresentado pelo próprio Café Filho, que estabelecia a melhoria dos salários para os médicos do setor público federal. Exerceu novamente a direção do HSE, de maio de 1960 a abril de 1961, durante o governo Kubitschek e início do período Jânio Quadros, quando se demitiu devido a não-autorização deste último Presidente para a compra, pelo Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores do Estado (IPASE), do Hospital da Companhia Sul América de Seguros, atual Hospital da Lagoa.
Em fevereiro de 1962, no governo João Goulart, foi nomeado pela terceira vez diretor do HSE. Afastou-se do cargo em 1964, quando foi cedido à Universidade Federal Fluminense (UFF), instituição em que ingressara como professor catedrático de clínica médica, por concurso público, em 1958. Na UFF, exerceu os cargos de diretor da Faculdade de Medicina e, simultaneamente, do Hospital Universitário Antônio Pedro (HUAP), tendo firmado convênio hospitalar universitário de cooperação com o Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS). No momento, mantém as atividades docentes no HUAP.
De novembro de 1980 a setembro de 1982, no governo João Figueiredo, exerceu pela Quarta vez a direção do HSE. Durante este período, foi também nomeado presidente do Conselho Consultivo da Administração de Saúde Previdenciária (CONASP).
Em 1982, foi convidado pelo Ministro Hélio Beltrão para presidir o Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS). Sua gestão, que se estendeu até março de 1985, caracterizou-se pela implementação das propostas aprovadas pelo CONASP, entre as quais destacam-se a prioridade atribuída ao setor próprio da Previdência Social; a substituição do pagamento por unidade de serviço ao setor contratado, pelo sistema de Autorização de Internação Hospitalar (AIH); e o desenvolvimento das Ações Integradas de Saúde (AIS), através de convênio entre os governos federal, estadual e municipal.
No que se refere ao trabalho em entidades médicas de caráter científico, dirigiu, em diferentes momentos, a Sociedade de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro, a Associação Brasileira de Ensino Médico (ABEM) e a Federação Pan-Americana de Associações e Escolas de Medicina (FEPAPEM).
Atualmente, preside pela Segunda vez a Academia Nacional de Medicina, entidade em que ingressou como membro titular, em 1961. Além disso, é professor honoris causa da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Pernambuco e professor emérito da Faculdade de Medicina de Teresópolis (RJ). Casado, Aloysio de Salles tem dois filhos e, além das funções no setor público, sempre exerceu atividades como médico liberal.

Sumário
1ª ENTREVISTA – 13/05/1987
Fita 1 – Nascimento; a vida escolar em Jabuticabal (SP); origem familiar, influência da Revolução. Constitucionalista de 1932 na vida do pai; o contato com médicos na farmácia do pai; a mudança para Belo Horizonte; referência à farmácia do pai; relato dos pais sobre a gripe espanhola; os médicos de Jabuticabal; a importância econômica do estado de São Paulo; a vida cultural e política de Jabuticabal; a discriminação contra os nordestinos residentes na cidade durante o movimento constitucionalista; lembranças do Ginásio São Luiz; a importância do ensino de português no ginásio; os debates literários no ginásio; influência religiosa na escola e na família; comentário sobre os irmãos; as perseguições políticas sofridas pelo pai em Pernambuco; a mudança para Jabuticabal; a concepção de prática médica de Pedro Ernesto; influência dos médicos de Jabuticabal em sua escolha profissional; dedicação à clientela do consultório; características do atendimento médico em Jabuticabal; o predomínio do médico de família até 1935; a opção pela clínica médica; opinião dos pais sobre a sua escolha profissional; a relação entre médicos e farmacêuticos em Jabuticabal; referência ao médico contratado pela Companhia Paulista de Estradas de Ferro; o comportamento político dos médicos de Jabuticabal, em 1932; o atendimento aos ferroviários na farmácia do pai.

Fita 2 – Assistência médica e o fornecimento de remédios aos bancários de Jabuticabal; a situação financeira dos médicos; as doenças mais freqüentes em Jabuticabal; relato do atendimento médico na cidade; lembrança do Ginásio São Luiz; o fazer dos estudantes em Jabuticabal; a mudança para Belo Horizonte; lembranças da mãe; as primeiras impressões de Belo Horizonte; o namoro dos estudantes na cidade; a dedicação aos estudos; o prestígio dos médicos; recordações de Alfredo Balena, médico da família; os professores da Faculdade de Medicina de Belo Horizonte; comentários sobre as repúblicas de estudantes; a importância dos diretórios acadêmicos no lazer estudantil; a concessão de licença especial para o ingresso na faculdade; lembranças do convívio com o tio, Alberto Salles Fonseca; lembranças de José Maria Alkimin; a relação de Alberto Salles Fonseca com políticos udenistas; as primeiras impressões do Rio de Janeiro; as matérias e os professores mais marcantes na Faculdade de Medicina de Belo Horizonte; o desenvolvimento das especialidades na medicina; o status sócio-econômico da família; a transferência do pai para o Rio de Janeiro; as condições do atendimento médico à população do Rio de Janeiro; influência do período vivido em Belo Horizonte na formação de sua personalidade.

2ª ENTREVISTA – 26/05/1987
Fita 3 – A chegada ao Rio de Janeiro, em 1935; o contexto político da cidade; a ida para a pensão da Rua das Laranjeiras; descrição do centro da cidade; a vida na pensão; o atendimento hospitalar na época; a prática médica no Hospital Moncorvo Filho; o lazer dos estudantes; lembranças do cassino, da praia e do cinema Politeama; o namoro entre estudantes e empregadas domésticas; comentários sobre a prostituição; as concepções políticas entre os estudantes; o contato com estudantes de outros cursos; os estudantes naturais de outros estados; a pensão da mãe na Rua Paissandu; a farmácia do pai na Mangueira; a morte do irmão por febre tifóide; comentários sobre a característica arquitetônica da Universidade do Brasil; o prestígio dos catedráticos da Faculdade; a criação do Instituto de Biofísica por Carlos Chagas Filho; o papel de Carlos Chagas Filho e de Olympio da Fonseca na medicina experimental; a importância do hospital no aprendizado médico; o trabalho com o professor Aniz Dias no Hospital Moncorvo Filho; características do Hospital São Francisco de Assis; a residência médica de brasileiros nos Estados Unidos e as mudanças na medicina do país; as especialidades médicas e a transformação da medicina; o início da assistência médica nos Institutos de Aposentadoria e Pensões (IAPs); o aprendizado médico nos hospitais de ensino e na Santa Casa da Misericórdia; as perspectivas dos médicos recém-formados na década de 40; a formação acadêmica dos estudantes que pretendiam clinicar no interior e a dos que pretendiam ser médicos na cidade; avaliação da qualidade de ensino da faculdade de medicina.

Fita 4 – O ensino médico nos hospitais; a visão de mundo dos jovens de sua época; lembranças das prostitutas do Mangue; o namoro com as empregadas domésticas; a importância da radiologia clínica no desenvolvimento de diagnósticos médicos; a criação da residência médica no HSE; comentários sobre homeopatia; críticas à medicina alternativa; a medicina alternativa como resultado do ceticismo atual frente à ciência; o envolvimento político dos jovens de sua época e os da geração atual; os problemas sociais enfrentados pelos estudantes de medicina de sua época e os enfrentados pelos estudantes de hoje; comparação entre a Faculdade de Medicina de Belo Horizonte e a da Universidade do Brasil; a importância da rede hospitalar criada por Pedro Ernesto; lembrança de Afrânio Peixoto, professor de higiene e saúde pública; comentários sobre a ausência de discussões sobre Previdência social no curso de medicina; descrição da divisão por especialidades médicas no Hospital Moncorvo Filho; o trabalho na farmácia do pai; referência à condição de médico de família.

Fita 5 – A relação entre médico e paciente e a massificação da medicina; a importância do avanço tecnológico na medicina; o ceticismo frente à medicina alternativa; as perspectivas profissionais ao se formar; o concurso para médico da Universidade Rural, em 1947.

3ª ENTREVISTA – 02/06/1987
Fita 5 (continuação) – A experiência no consultório próximo ao morro da Mangueira, comentários sobre Pedro Ernesto; o prestígio de Pedro Ernesto no morro da Mangueira. Característica da clientela do morro da Mangueira; referencia a Quintanilha, médico em Vila Isabel; o trabalho como assistente voluntário de Genival Londres no Hospital Souza Aguiar; a nomeação para a Assistência Municipal; o convite do tio, Apolônio Salles, para assumir a função de oficial de gabinete do Ministério da Agricultura; o mercado de trabalho para os médicos nos anos 40 e o interesse pessoal pelo emprego na Assistência Municipal; o trabalho como assistente voluntário de Genival Londres no Hospital Souza Aguiar; o trabalho como secretário particular de Apolônio Salles; a criação do Centro de Saúde da Universidade Rural; o trabalho como chefe do Serviço Médico da Universidade Rural; o convênio entre o Serviço Nacional de Malária e o Serviço Médico da Universidade Rural; referência aos serviços médicos dos Institutos de Aposentadoria e Pensões (IAPs); histórico da fundação do HSE; a especificidade do IPASE.

Fita 6 – Comentários sobre a Assistência Pública Municipal; a destinação de verbas para o HSE; posição do HSE na estrutura administrativa do IPASE; os motivos da qualidade do atendimento médico prestado aos funcionários públicos federais; as normas de funcionamento do HSE; os hospitais americanos de porte médio como modelo para o HSE; assessoria de técnico cubano a projetos de administração hospitalar nos anos 40; comentários sobre o casamento, em 1947; a rotina pessoal no final da década de 40; reflexões sobre o casamento; a decisão de realizar o curso de residência médica nos Estados Unidos, em 1950; a criação do centro de estudos e de residência médica no HSE; o regime de trabalho dos médicos no HSE; o salário dos médicos do HSE; o prestígio da equipe médica do HSE; o plano de carreira para médico do HSE; a nomeação dos chefes de serviço no HSE; a relação dos médicos com os demais profissionais de saúde; o serviço social no HSE; o serviço de nutrição no HSE.

4ª ENTREVISTA – 06/06/1987
Fita 7 – A Associação dos Servidores Civis da União e a criação do HSE; a importância da criação do HSE para o funcionalismo federal; a participação do governo norte-americano no financiamento da construção do HSE; comentários sobre os intelectuais da Previdência; avaliação da política social no primeiro governo de Getúlio Vargas; o Serviço de Assistência Médica Domiciliar de Urgência (SAMDU); influência dos médicos do HSE na elaboração do Plano SALTE (Saúde, Alimentação, Transporte e Energia); o atendimento aos servidores públicos de outros estados no HSE, a Fundação do Hospital Alcidez Carneiro, em Campina Grande (PB); a relação da direção médica do HSE com os políticos; as condições de atendimento na maternidade do HSE; os ambulatórios mais procurados no hospital; doenças relacionadas às atividades profissionais dos funcionários; a concessão de licenças médicas no HSE; a criação do serviço de higiene mental do IPASE; as atividades no consultório particular; a importância do HSE em sua trajetória profissional.

Fita 8 – Atuação na Sociedade de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro; a Associação Médica do Distrito Federal (AMDF); oposição ao veto de Café Filho à lei de enquadramento dos médicos na letra “O” (nível funcional pretendido); a mobilização da AMDF pelo enquadramento dos médicos na letra “O”; o acompanhamento médico a Café Filho; posição sobre a Constituição de 1946; amigdalectomias e apendicectomias no HSE;

5ª ENTREVISTA – 23/06/1987
Fita 8 (continuação) – O curso de residência médica nos Estados Unidos; o processamento de dados nos hospitais norte-americanos; a introdução do sistema hollerit no HSE; a disciplina nos hospitais universitários norte-americanos; o comportamento dos médicos hispano-americanos nos hospitais universitários dos Estados Unidos; o aprendizado de hematologia nos hospitais universitários norte-americanos.

Fita 9 – As condições de vida como residente nos Estados Unidos; o agravamento da situação financeira pessoal; o trabalho da esposa como baby-sitter nos EUA; influência da residência médica nos EUA na modernização da medicina latino-americana; comparação entre os modelos norte-americanos e europeu de assistência médica hospitalar; referência ao desenvolvimento de atividades docentes e de pesquisa médica no HSE; o Centro de Estudos do HSE; resistência do funcionalismo ao desenvolvimento do ensino médico no HSE; a intermediação de altos funcionários e parlamentares na aprovação de recursos para o HSE; comentários sobre a oposição entre medicina de alto custo e atendimento básico à população; o prestígio do cargo de diretor do HSE; o desenvolvimento de diferentes especialidades médicas no HSE; a relação do HSE com os demais hospitais da Previdência; a nomeação de Pedro Nava para a direção do HSE feita por Juscelino Kubitschek; considerações sobre a atividade de médico de presidência da República.

Fita 10 – Comentários sobre a atividade de médico de presidentes da república; considerações sobre Juscelino Kubitschek ; a convivência com Juscelino Kubitschek após a cassação; atuação de Sobral Pinto como advogado de Juscelino Kubitschek.

6ª ENTREVISTA – 15/07/1987
Fita 10 - Recordação dos debates sobre a Lei Orgânica da Previdência Social (LOPS); a participação dos funcionários públicos na gestão do IPASE; a importância do HSE face à assistência a presidentes da República e ministros de Estado; o HSE na estrutura administrativa do IPASE; a concepção desenvolvimentista de Juscelino Kubitschek; autorização do Presidente Kubitschek para a compra de aparelho de circulação extra-corpórea pelo Hospital de Ipanema; a participação do Presidente Kubitschek em cirurgia cardíaca realizada no Hospital de Ipanema; a importância de aparelhos sofisticados para os hospitais previdenciários durante o governo Kubitschek; influência do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) na Previdência Social; a relação com políticos enquanto presidente do INAMPS; o relacionamento com o Ministro Jarbas Passarinho na condição de presidente do INAMPS; os critérios para a escolha dos superintendentes regionais do INAMPS.

Fita 11 – Referência à atuação de Nildo Aguiar na Previdência social; o relacionamento com o Ministro Hélio Beltrão; comentários sobre a demissão do Coronel Camanho da Superintendência do INAMPS em São Paulo; o credenciamento de hospitais nas gestões de Hélio Beltrão e Jarbas Passarinho no MPAS; avaliação da influência do PTB na Previdência Social nos anos 50; a proposta de criação do Serviço de Assistência Médica da Previdência Social (SAMPS); o processo de compra do Hospital da Sul América pelo IAPB; o convite de João Goulart para dirigir o HSE; as atividades da Associação dos Funcionários do HSE no governo João Goulart; avaliação da gestão de Wilson Fadul no Ministério da Saúde;

7ª ENTREVISTA – 29/07/1987
Fita 11 (continuação) – Ampliação das instalações do HSE no governo João Goulart; a proposta da criação de escola de medicina no HSE; a internação do Ministro do Exército, Jair Dantas Ribeiro, semanas antes da deposição de João Goulart; relato da visita do Presidente Goulart ao HSE, no dia 31 de março de 1964.

Fita 12 – A gestão de Jorge Dodsworth Martins no HSE; o apoio do General Golbery do Couto e Silva às atividades desenvolvidas no HSE; a nomeação para diretor do HSE no governo João batista Figueiredo; a nomeação para presidente do CONASP; as diretrizes do CONASP; a substituição de Júlio Dickstein na presidência do INAMPS; o pagamento por unidade de serviço e as fraudes na Previdência; os procedimentos para uniformização e controle de pagamentos ao setor contratado; as dificuldades após a demissão de superintendentes regionais no INAMPS; a vida pessoal após o afastamento do HSE; a mobilização da Associação dos Funcionários do HSE contra a integração do hospital ao Instituto Nacional da Previdência Social (INPS); comentários sobre a oposição entre assistência médica primária e medicina de alto custo.

Fita 13 – Comentários sobre a oposição entre assistência médica primária e medicina de alto custo; a necessidade de recursos para a assistência médica previdenciária; comentários sobre as divergências do Ministério da Saúde com Albert Sabin; comentários sobre o movimento sanitarista; a VIII Conferência Nacional de Saúde;

8ª ENTREVISTA – 04/08/1987
Fita 13 – (continuação) – Oposição do setor privado ao convênio INPS/Hospital Universitário Antônio Pedro; o custo e a qualidade dos serviços médicos dos hospitais universitários; defesa do papel supletivo da rede privada de assistência médica; as prioridades da política de saúde da Previdência definidas pelo CONASP; a ociosidade dos hospitais públicos; a Associação Brasileira de Educação Médica; avaliação do crescimento das escolas de medicina da rede particular.

Fita 14 – A participação na Comissão de Especialistas em Educação Médica do Ministério da Educação; posição sobre o controle de fraudes na Previdência; os motivos da criação do CONASP; avaliação da gestão de Jair Soares no MPAS; avaliação da gestão de Harry Graeff no INAMPS; a indicação de Júlio Dickstein para substituir Harry Graeff na presidência do INAMPS; a relação com os sindicatos de médicos durante a sua gestão no INAMPS; o processo de escolha do seu nome para a presidência do INAMPS; o desenvolvimento de planos regionais orientados pelas diretrizes do CONASP; as diferenças regionais quanto à assistência médica previdenciária; as AIS; a participação de associações comunitárias nas AIS.

9ª ENTREVISTA – 25/08/1987
Fita 15 – O CONASP e a racionalização de gastos com assistência médica; o sistema de pagamento por autorização de internação hospitalar; críticas ao atendimento de urgência em clínicas particulares; avaliação do pagamento por procedimento; a desvinculação dos honorários médicos do pagamento aos hospitais contratados; a especificidade dos convênios com hospitais universitários; as AIS; as relações entre o MPAS e o Ministério da Saúde; as dificuldades no relacionamento com os diretores dos hospitais universitários.

Fita 16 – A universalização da assistência médica previdenciária; defesa da participação comunitária local na gestão da Previdência; comentários sobre o relacionamento com os ministros Hélio Beltrão, Jarbas Passarinho e Delfim Neto; as divergências entre Hélio Beltrão e Delfim Neto.

10ª ENTREVISTA – 01/09/1987
Fita 17 – A participação da Federação Brasileira de Hospitais (FBH) no CONASP, a participação da Associação Brasileira de Medicina de Grupo no CONASP; a participação das associações médicas de caráter científico no CONASP; as divergências com os sindicatos dos médicos; avaliação das lideranças do Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro; os recursos para o INAMPS durante a sua gestão; assistência médica no meio rural; os convênios com sindicatos rurais; os convênios com sindicatos urbanos; medidas de redução do numero de consultas por turno de trabalho na rede privada; medidas racionalizadoras de distribuição de médicos pelos hospitais previdenciários; comentários sobre ligamentos de trompas realizados nos hospitais previdenciários; a equalização do pagamento de partos normais e cesáreos durante a sua gestão no INAMPS.

Fita 18 – Posição sobre a eficácia das campanhas contra o uso do fumo e de bebidas alcoólicas; comentários sobre as concessões do INAMPS para tratamentos médicos no exterior; o convênio com o Ministério da Saúde para co-gestão do Instituto do Câncer; posicionamento sobre a contraposição entre ações básicas de saúde e medicina sofisticada; avaliação do Projeto Niterói; a importância de São Paulo e do Rio de Janeiro na Previdência Social; o altruísmo e o corporativismo na prática médica; definição de médico militante.

Fita 19 – A incompatibilidade entre atuação político-partidária e o exercício da medicina; avaliação da sua trajetória profissional; a relação entre o exercício profissional e a vida familiar; a importância da Previdência social em sua trajetória profissional; relato do término de sua gestão na presidência do INAMPS.

Eduardo de Azeredo Costa

Entrevista realizada em quatro sessões por Maria Cristina Fonseca, Paulo Roberto Elian dos Santos e Lisabel Espellet Klein, nos dias 02 (fitas 1 e 2), 8 (fitas 3 até 6, lado A) e 16 de março (fitas 6 lado B até fita 8, lado A) e 13 de abril de 2004 (fitas 9 e 10 lado A), no Rio de Janeiro/RJ.

Moacyr Velloso Cardoso de Oliveira

Entrevista realizada por Luiz Octávio Coimbra e Marcos Chor Maio, no Rio de Janeiro (RJ) e em Brasília (DF), entre os dias 18 de outubro de 1986 a 2 de janeiro de 1987.

Resenha biográfica:
Moacyr Velloso Cardoso de Oliveira nasceu em Vitória, Espírito Santo, a 25 de julho de 1913, filho de Arthur Cardoso de Oliveira e Teresa Velloso de Oliveira, ambos baianos e de famílias de profissionais liberais.
Realizou o curso primário na Escola Olavo Bilac e no Externato Pitanga, no Rio de Janeiro, e o secundário no Externato Santo Inácio, na mesma cidade. Em 1933, bacharelou-se em ciências jurídicas e sociais pela Faculdade de Direito do Rio de Janeiro, doutorando-se em direito público pela mesma faculdade, em 1935. Católico por formação, foi fundador da Ação Universitária Católica, em 1934, e sócio do Centro D. Vital.
Em 1937, ingressou na Previdência Social como assistente-técnico da comissão organizadora do Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Industriários (IAPI), participando, entre outras atividades, da elaboração do primeiro concurso público para o ingresso nos quadros técnicos do IAPI, e do seu primeiro regulamento.
Procurador do IAPI a partir de 1938, ocupou entre 1941 e 1948 os seguintes cargos: diretor de Previdência Social do Conselho Nacional do Trabalho (CNT), diretor-geral do Departamento de Previdência Social (DPS) e diretor-geral do Departamento de Previdência Social (DNPS). Além dessas ocupações, participou da elaboração do decreto que extinguiu a administração das Caixas de Aposentadoria e Pensões (CAPs) e da organização e regulamentação da Justiça do Trabalho, em 1941. Também fez parte da comissão que elaborou e regulamentou a Lei de Acidentes do Trabalho e assinou o decreto que criou o Serviço de Assistência Médica Domiciliar de Urgência (SAMDU). Em 1945, chefiou a delegação brasileira no I Congresso Pan-Americano de Serviço Social no Chile.
Após o fim do Estado Novo, assessorou diversos projetos de Lei Orgânica da Previdência Social (LOPS), desde a primeira versão apresentada ao Congresso Nacional, em 1947, até a versão definitiva, aprovada em 1960, além de participar de sua regulamentação. Em 1950, tornou-se membro da Comissão Permanente de Direito Social do Ministério do Trabalho.
Em 1955, foi nomeado chefe de gabinete do Ministro do Trabalho, Indústria e Comércio (MTIC) e, de 1958 a 1959, foi assistente-técnico desse Ministério.
Após o movimento político-militar de março de 1964, foi designado chefe de gabinete do Ministro do Trabalho Arnaldo Sussekind, assumindo interinamente a pasta em duas ocasiões. No governo Castelo Branco, participou da formulação do projeto de unificação dos Institutos de Aposentadoria e Pensões (IAPs) e assessorou o Ministro do Planejamento Roberto Campos, na instituição do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).
Aposentado do cargo de procurador do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), em 1977, voltou à Previdência Social a convite do Ministro Hélio Beltrão, 1982, afastando-se em 1988, quando já ocupava a Secretaria da Previdência Social do Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS).
Ao longo de sua carreira pública, participou de diversas comissões e assessorias, tanto na área do trabalho como na Previdência Social, além de congressos internacionais promovidos pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) e instituições de Previdência Social.
Foi professor titular de Direito do Trabalho e Previdência Social, da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, diretor da Escola de Serviço Social e decano do Centro de Ciências Sociais da mesma universidade.
Além de artigos técnicos sobre trabalho e Previdência Social, publicou diversas obras, entre elas: Noções de Legislação de Previdência e do Trabalho (1937) e A Previdência Social Brasileira e a Nova Lei Orgânica (1961).

Sumário
1ª entrevista
Data: 18 de outubro de 1986

Fita 1
Origem familiar; posição do pai; a morte dos irmãos; os tratamentos homeopáticos na infância; lembranças da infância em vitória; as razões da mudança para o Rio de Janeiro; referência ao pai; lembranças do curso primário; o Colégio Santo Inácio; influência da formação jesuítica; os votos de fé católica; comentário sobre o ensino no Colégio Santo Inácio; influências literárias; referência ao romance A Cidadela, de A. J. Cronin; a situação financeira da família.

Fita 2
Lembranças de disputas políticas na República Velha; referência a Wilson Pinto Ribeiro; comentários sobre a Caixa de Aposentadoria e Pensões dos Ferroviários da Companhia Paulista; a mudança para o bairro de Copacabana (RJ); a Ação Universitária Católica; influência política da Liga Católica; comentários sobre os intelectuais católicos ligados ao Centro Dom Vital; a simpatia pela doutrina integralista; as ações da Ação Universitária Católica; o movimento estudantil de orientação católica na faculdade de direito; a inscrição nos movimentos de renovação litúrgica; a disputa entre Dom Sebastião Leme e Anísio Teixeira; a participação nos movimentos e grupos católicos; referência aos professores da faculdade de direito; a reforma Francisco Campos na faculdade de direito; referência aos professores da faculdade de direito; a obtenção do título universitário; as atividades como advogado recém-formado; o interesse pelo estudo de direito; o interesse pelo direito do trabalho; atividade como procurador da Confederação Nacional dos Trabalhadores Católicos.

Fita 3
Comentário sobre as Juntas de Conciliação e Julgamento (JCJ) do MTIC; atividade como advogado de Alceu de Amoroso Lima; a participação na Semana de Ação Social; atividade como advogado junto ao Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Comerciários (IAPC); comentário sobre as ideias de Antonio Gramsci; comentário sobre as ideias de Oliveira Viana.

2ª entrevista
Data: 22 de outubro de 1986

Fita 3 (continuação)
O motivo do interesse pela Previdência Social; o surgimento do IAPI; referência aos membros da comissão organizadora do IAPI; a indicação feita por Rubens Porto para assessorar Joaquim Borges de Medeiros; a distribuição das tarefas na comissão organizadora do IAPI; as fontes obtidas para a pesquisa da legislação previdenciária; as atividades na comissão organizadora do IAPI; o recenseamentos dos industriários; referência a João Carlos Vital; a Lei nº 367 que originou o IAPI; características da categoria industriária.

Fita 4
As dúvidas em torno da filiação de categorias aos IAPs; os motivos para a criação das CAPs para os ferroviários; influências internacionais na Previdência brasileira; comentário sobre a comissão organizadora do IAPI; a participação de Murilo Braga na comissão organizadora do IAPI; influência internacional nos estudos de atuária; influência inglesa na organização administrativa das primeiras CAPs; avaliação da legislação previdenciária nos anos 1930; a supressão das juntas e conselhos administrativos das CAPs e IAPs; a regulamentação da administração colegiada na LOPS; a opção política parlamentarista; referência aos concursos públicos; o empreguismo nos IAPs; comentário sobre o recenseamento dos industriários; as tabelas atuariais; o concurso de 1934 para o Ministério do Trabalho; referência aos antigos atuários; o preconceito contra a assistência médica no IAPI; a defesa da assistência médica na Previdência Social; comentário sobre as leis e normas do IAPI; a perda de documentos referentes à comissão organizadora; aspectos do concurso do IAPI em 1937; referência à publicação de Noções de Legislação de Previdência e do Trabalho.

3ª entrevista
Data: 23 de outubro de 1986

Fita 5
Justificativa para a obrigatoriedade da filiação ao seguro social; a função das tábuas bioestatísticas; distinção entre previdência e assistência social; posicionamento a favor dos sindicatos livres: conceito de seguridade social; comentário sobre o Plano da Caixa Geral do Estado (1931); referência ao conceito de seguridade social; o Plano da Caixa Geral do Estado (Plano Coutinho); a comissão organizadora do IAPI; atuação de Getúlio Vargas pelo trabalhismo previdenciário; a participação de João Carlos Vital e Plínio Cantanhede na criação do IAPI; aspectos do primeiro concurso público para o IAPI; a conversa de Getúlio Vargas com João Carlos Vital sobre a nomeação de Hélio Beltrão para chefe de gabinete do presidente do IAPI; a criação do “espírito de corpo” entre os funcionários do IAPI; o sistema de mérito; as nomeações por influência política na década de 1950; a juventude como característica dos dirigentes da Previdência Social nos anos 1930.

4ª entrevista
Data: 24 de outubro de 1986

Fita 6
O primeiro regulamento do IAPI; a comissão organizadora do IAPI; o dia da inauguração do IAPI; o concurso de 1937; o exame médico no concurso de 1937; versão para a ascensão de Plínio Cantanhede à presidência do IAPI; as primeiras instruções de serviço do IAPI; os jurista e técnicos pioneiros da Previdência Social brasileira; o primeiro regulamento do IAPI; referência a João Carlos Vital; aspectos do regulamento do IAPI; referência a Geraldo Baptista; a prova de habilitação para admissão como procurador do IAPI; o concurso de Alceu de Amoroso Lima para a Faculdade de Direito; a prova de habilitação para admissão como procurador do IAPI; comentário sobre a Divisão Jurídica do IAPI; posição em relação ao Estado Novo de Getúlio Vargas.

Fita 7
Posição em relação ao Estado Novo; o conselho de Alceu de Amoroso Lima; comentário sobre as manifestações populares no Estado Novo; influência do elemento técnico no Estado Novo; comentário sobre a equipe de juristas ligada ao Ministro do Trabalho, Marcondes Filho; origens do Departamento de Administração do Serviço Público (DASP); referência a Murilo Braga; o convênio entre o IAPI e o DASP; referência aos antigos técnicos do MTIC; aproximação entre os procuradores e os atuários.

5ª entrevista
25 de outubro de 1986

Fita 7 (continuação)
As primeiras tarefas no IAPI; os conflitos entre os fiscais de cobranças dos IAP's; a comissão de procuradores dos IAP's para dirimir dúvidas sobre filiação de empresas; o Boletim da Divisão Jurídica do IAPI; aspectos da organização da Justiça do Trabalho no MTIC.

Fita 8
A instalação da Justiça do Trabalho; aspectos originais da Justiça do Trabalho ocasionada pela Constituição de 1946; o convite para a direção do DPS do CNT; o relatório de Oswaldo Soares sobre as CAPs; comentário sobre a reorganização do CNT, em 1941; nomeação para a direção do DPS; a participação em manifestações públicas no Estado Novo; formação religiosa; atuação como diretor do DPS; a segunda reforma do CNT, em 1941; comentário sobre a fusão das primeiras CAP's; a participação do CNT na administração das CAP's; a situação financeira das instituições de Previdência Social; a suspensão das aposentadorias ordinárias, em 1930; a situação financeira dos IAP's na década de 1930.

Fita 9
Comparação entre IAP's e CAP's por número de segurados; a estrutura do pessoal do DPS; os métodos administrativos aplicados no DPS; resistência às tentativas de modernização administrativa; o controle dos inspetores de Previdência Social; o rigor no controle dos horários; a preservação dos funcionários do DPS nas CAP's; avaliação do quadro de pessoal no Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Marítimos (IAPM); comentário sobre os benefícios das CAP's; a instituição da assistência médica para os aposentados; referência à assistência médica nos IAPs e CAPs; características da assistência médica nas CAP's; o comprometimento do DPS com a assistência médica; o plano de seguridade na Nova Zelândia; a extinção da administração colegiada das CAP's, em 1941; a criação da Consultoria Médica da Previdência Médica da Previdência Social (CMPS); referência aos serviços de utilização comum às CAP's e aos IAP's; a criação do SAMDU; o reconhecimento da importância dos colegiados das CAP's.

Fita 9 (continuação)
A Conferência Interamericana de Seguridade Social (CISS) no Chile, em 1942; o Brasil deixa a CISS, em 1970; comentário sobre a Ata de Chapultepec; a Declaração de Filadélfia; relação entre o Instituto de Serviços Sociais do Brasil (ISSB) e a Ata de Chapultepec; influência da Segunda Guerra Mundial; o desenvolvimento do conceito de seguridade social; referência a Levi Xavier de Souza; referência a Celso Barroso Leite; referência a Francisco Luiz Torres de Oliveira; comentário sobre o Centro de Estudos da Previdência Social; o Instituto de Direito Social.

Fita 10
Referência a Afonso Cesarino Jr.; referência a Rudolf Alladar Mettall; a 1ª Semana de Trabalho e Previdência Social (SP); referência ao Instituto Brasileiro do Trabalho e Previdência Social; o Instituto de Direito Social e a revista Arquivos de Direito Social; definição de serviço social; referência a Luiz Carlos Mansini; referência à Zeni Miranda; aspectos do serviço social nos conjuntos habitacionais; origem do serviço social; referência a Filinto Müller; a instituição do serviço social nos IAP's e nas CAP's; a criação de escolas para assistentes sociais; o serviço social da PUC-Rio; os objetivos do serviço social; os centos sociais; referência à esposa Anita; o serviço nos conjuntos habitacionais.

6ª entrevista
Data: 26 de outubro de 1986

Fita 10 (continuação)
Conceito de reabilitação profissional; referência a Fioravanti di Piero; origens e importância da reabilitação profissional na Previdência Social; referência a Rita de Cássia Revoredo; a tentativa de implantação da Comissão da Reabilitação Profissional no IAPI; os conceitos de readaptação e reeducação profissional; cooperação técnica com países estrangeiros; concessão de abono de Natal aos Pensionistas da Previdência Social; a conversa com Filinto Müller sobre assistência médica aos aposentados; referência a Filinto Müller; a Comissão para a Consolidação das Leis da Previdência Social, em 1943.

Fita 11
A proposta do DASP para unificação da Previdência Social, em 1944; origem da Lei de Serviços Sociais do Brasil; as tarefas junto à Comissão do ISSB; defesa do ISSB; resistência ao projeto do ISSB; as campanhas das companhias seguradoras privadas; defesa da unificação da Previdência Social; os relatórios da Comissão do ISSB; resistência ao projeto do ISSB; apoio do Ministro do Trabalho, Marcondes Filho ao ISSB; as razões do apoio de Vargas ao ISSB; os motivos da não implantação do ISSB; os aspectos legais da revogação do ISSB; a descentralização administrativa do ISSB; o esvaziamento da Comissão do ISSB; defesa do municipalismo; os atritos com Plínio Cantanhede; o apoio de Geraldo Baptista para a sua permanência no DPS; a concepção de Previdência dos colegas do IAPI nos anos 1940.

7ª entrevista
26 de dezembro de 1986

Fita 12
A proposta de regionalização das instituições de Previdência nos anos 1930; influência do Relatório Beveridge; o Conselho Atuarial do Ministério do Trabalho e as propostas de unificação da Previdência nos anos 1940; os presidentes dos IAPs frente às propostas de unificação; comentário sobre o projeto de Lei Orgânica do Conselho Atuarial; as condições de surgimento do Relatório Beveridge; a 1ª Conferência Pan-Americana de Serviço Social no Chile, em 1945; os objetivos do ISSB; comentário sobre o regime de contribuição previsto para o ISSB; oposição empresarial à Lei de Serviços Sociais do Brasil; referência a Plínio Cantanhede; referência a Celso Barroso Leite; conceito de segurança social; a elaboração do primeiro projeto da LOPS apresentado por Aluízio Alves; aspectos da primeira versão da LOPS apresentada ao Parlamento; comentário sobre a origem do SAMDU; o auxílio-desemprego na LOPS; avaliação do empenho da União Democrática Nacional (UDN) e de Aluízio Alves em defesa da LOPS.

Fita 13
O estudo feito pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) sobre a Previdência Social; as modificações no projeto de LOPS; a subcomissão de Previdência Social da Comissão Nacional do Bem-Estar Social (CNBES); as restrições do auxílio-matrimônio; comentário sobre a autorização de Vargas para que a LOPS permanecesse com o deputado Aluízio Alves; a participação de atuários na LOPS; referência a Aluízio Alves e à UDN; o novo projeto de LOPS na gestão do Ministro do Trabalho Parsifal Barroso; a participação do presidente da Associação Nacional de Medicina, Hilton Rocha, no projeto de LOPS; comentário sobre a estatização do seguro por acidente de trabalho; crítica à versão final da LOPS; a elaboração da primeira versão da LOPS; críticas aos partidos políticos; as nomeações de médicos por determinação do Presidente Dutra; as pressões políticas após a redemocratização de 1946; posição frente às pressões políticas; o contato com líderes trabalhistas e comunistas; a participação de Homero Senna nos estudos para a LOPS; comentário sobre o relacionamento com Aluízio Alves; as atividades profissionais exercidas entre 1948 e 1955; o convite de Batista Ramos para o MTIC; assessoria na fase final de aprovação da LOPS; a participação no regulamento da LOPS;

8ª entrevista
Data: 28 de dezembro de 1986

Fita 13 (continuação)
Comentário sobre a subcomissão de Previdência Social da CNBES; referência a Josué de Castro; autorização de Vargas para devolver o projeto de LOPS ao deputado Aluízio Alves; comentário sobre o custeio da LOPS; aspectos principais do projeto LOPS; comentário sobre o projeto do Serviço de Assistência Médica da Previdência Social (SAMPS); o projeto elaborado junto com Rafael Paula Souza, em 1947.

Fita 14
O projeto para a unificação dos serviços médicos; comentário sobre o SAMDU; o projeto de ambulatórios pré-fabricados; assistência à unificação; o Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário; os debates sobre Previdência Social; as razões da sua saída do DNPS; a conversa com o Ministro do Trabalho Morvan Dias de Figueiredo; comentários sobre as pressões políticas; o pedido de exoneração do DNPS; a compra irregular de imóvel; comentário sobre a aplicação das reservas dos institutos; comentários sobre as compras de imóveis pelas CAP's e pelo IAPM; a Comissão para Estudo da Reestruturação da Previdência Social, em 1956; resistência ao projeto de criação de um ministério da Previdência; referência a Geraldo Baptista; posição a favor do sistema presidencialista na Previdência Social; referência às JJR; o Conselho de Recursos da Previdência Social (CRPS); o contencioso administrativo da Previdência Social; a contribuição de Hilton Rocha na defesa da livre escolha do médico na Previdência Social; resistência à implantação do sistema de livre escolha; comentário sobre a utilização dos serviços médicos existentes na comunidade.

Fita 15
A Fundação da Casa Popular no projeto de reestruturação da Previdência Social; comentário sobre o regime de capitalização; as construções dos IAP's e CAP's em Brasília; o encontro com o deputado Baptista Ramos; a LOPS no Senado; a passagem pelo Ministério da Agricultura; atuação como assistente-técnico do Ministro do Trabalho Baptista Ramos; a rejeição da emenda que previa a estatização do seguro por acidente de trabalho; a LOPS na Comissão de Redação da Câmara; resistência da União Democrática Nacional (UDN); as tentativas veto à LOPS; a reunião com o Presidente Juscelino Kubitschek sobre a LOPS; a pressão dos sindicatos pela aprovação da LOPS; o interesse do Presidente Kubitschek em nomear livremente os funcionários; referência a Ari Campista; as lideranças sindicais que se mobilizaram pela LOPS; o trabalhador rural na LOPS; a participação de técnicos de Previdência na LOPS; o auxílio-reclusão; aprovação final da LOPS no Congresso; a mobilização sindical em defesa da LOPS;

9ª entrevista
30 de dezembro de 1986

Fita 15 (continuação)
A Comissão para a Regularização da LOPS; a elaboração do Regulamento Geral da Previdência Social; indicação dos representantes do governo para as instituições previdenciárias; o veto às indicações do Ministro Baptista Ramos.

Fita 16 (Não há transcrição)
A exoneração do Ministro Baptista Ramos; o convite para a Procuradoria-Geral do IAPI; a criação do Departamento de Reabilitação Profissional e Serviço Social; as contribuições na regulamentação da LOPS; comentário sobre a direção colegiada; resistência dos técnicos do IAPI; comentário sobre o colegiado como opção administrativa; o Conselho Técnico Consultivo no DNPS; defesa da participação do governo; defesa dos colegiados administrativos; o trabalhador rural no regulamento da LOPS; a suspensão do limite de idade para aposentadoria; a contribuição do governo conforme o regulamento da LOPS; a uniformização dos regimes de Previdência; os efeitos negativos da inflação; a prestação de assistência médica conforme a LOPS; os convênios para assistência médica; o Regulamento Geral da Previdência Social, 1954.

Fita 17 (Não há transcrição)
A instituição do Regulamento Geral da Previdência, em 1954; avaliação do segundo governo Vargas; referência a Dante Pelacani; referência a Furquim Werneck; referência a Almino Afonso; referência a Amauri de Souza; comentário sobre o DNPS; os contatos com Dante Pelacani; a elaboração do projeto de lei do salário-família; o Projeto de Estatuto do Trabalhador Rural; referência a Roberto Morena e Oswaldo Pacheco; referência a Clodsmidth Riani; opinião sobre os comunistas; comentários sobre o golpe militar de 1964; o convite de Arnaldo Sussekind para a chefia de gabinete do MTPS; a chefia de gabinete dos ministros Nelson Omegna e Fernando Nóbrega.

10ª entrevista
Data: 31 de dezembro de 1986

Fita 17 (continuação)
As mudanças na Previdência após o golpe de 1964; aliança administrativa entre empregadores e empregados; a substituição dos representantes do governo por determinação do Presidente Jânio Quadros; as modificações na representação classista após 1964; as razões da liderança exercida por técnicos do IAPI; referência a José Dias Corrêa Sobrinho.

Fita 18
A administração de José Dias Corrêa Sobrinho; críticas ao governo João Goulart; referência ao Ministro Arnaldo Sussekind (MTPS); defesa das opções técnicas em detrimento das opções políticas; histórico da situação financeira dos IAPs e das Caixas; avaliação da qualidade técnica do quadro de pessoal dos IAPs; queixas contra a predominância do IAPI; a intervenção militar nos órgãos de Previdência; os entendimento com o Ministro Sussekind sobre a reformulação da Previdência; a Comissão de Reformulação da Previdência; a proposta de criação do MPAS; os debates sobre a proposta de reformulação da Previdência; referência aos bancários; comentário sobre a proposta de levar a assistência médica previdenciária para o Ministério da Saúde; referência a Murilo Vilela Bastos; os casos de aposentadorias especiais; Plano Geral e Plano Básico de Previdência Social.

Fita 19
O Plano Básico da Previdência Social; os atuários que contribuíram na elaboração do Plano; as causas de extinção do SAPS; a participação dos trabalhadores na Previdência pós-1964; comparação entre o regime militar e o Estado Novo; referência ao Presidente Castelo Branco; o convite do Ministro Roberto Campos; entrega do Projeto de Reformulação da Previdência ao Presidente Castelo Branco; resistência ao Projeto de Reformulação da Previdência; influência de Marcelo Pimentel sobre o Ministro Perachi Barcelos; a participação nos decretos que reformaram a LOPS e unificaram os IAPs; as relações com o Presidente Castelo Branco; os trabalhadores da Comissão de Reforma da Previdência; a participação das entidades privadas na prestação de assistência médica; referência a José Dias Corrêa Sobrinho; a OIT; comentários sobre o cumprimento às determinações da OIT.

11ª entrevista
Data: 02 de janeiro de 1987

Fita 19 (continuação)
A unificação da Previdência; referência a José Nazaré Dias; referência a Francisco Luiz Torres de Oliveira; comentário sobre a Organização internacional do Trabalho (OIT); a reunião no Canadá com a presença de William Beveridge.

Fita 20
A participação em reunião da OIT no Canadá; comentário sobre a seguridade social na Nova Zelândia; comentário sobre a medicina social inglesa; crítica à mercantilização da medicina; medicina privada versus socialização da medicina; a medicina social no Québec (Canadá); comentário sobre a Previdência Social frente à medicina privada no Brasil; críticas aos movimentos dos trabalhadores anestesistas na Previdência; recusa de atendimento ao trabalhador rural; a importância do médico generalista; assessoria jurídica ao Ministro Roberto Campos; as justificativas para a criação do FGTS.

Fita 21
A elaboração de projetos para a criação do FGTS; comentário sobre o FGTS; os trabalhos no Ministério do Planejamento; a Subsecretaria de Justiça do Estado do Rio de Janeiro; o seguro de acidentes de trabalho para os presidiários; aposentadoria do serviço público; o convite para a Secretaria de Previdência Social; comentário sobre a crise financeira da Previdência; os trabalhos do MPAS; a Comissão de Reforma de Previdência, em 1986; comentário sobre a exoneração do Ministro Hélio Beltrão do MPAS; referência aos Ministros Jarbas Passarinho, Waldir Pires e Raphael de Almeida Magalhães; a contribuição do empregador rural; a conferência sobre Previdência Social na Constituição (1965); o livro sobre a história da Previdência Social brasileira; a Comissão de Reforma da Previdência em 1986; comentário sobre o Estatuto do Trabalhador Rural (1963); a evolução da Previdência brasileira; o domínio de línguas estrangeiras; as perspectivas frente ao quadro de inflação e dívida externa.

Fita 22
Abordagem do curso de política social na PUC-Rio; o aumento da contribuição das empresas; a necessidade de formação de recursos humanos para a Previdência Social; o dia da Previdência Social.

Eli Baia

Entrevista realizada por Ana Luce Girão Soares de Lima, Luís Otávio Coimbra e Marcos Chor Maio, no Rio de Janeiro (RJ), nos dias 29 de agosto, 24 de setembro, 07 e 14 de novembro de 1986.

Resenha biográfica: Eli Baia de Almeida nasceu em Viçosa, Alagoas, em 1915. Sua mãe era filha de um próspero comerciante holandês, que desfrutava de grande prestígio na cidade. Seu pai, comerciante de algodão e criador de gado, motivado pela concorrência após a instalação da empresa Anderson Clayton na cidade e também pelo desejo de proporcionar melhores opções de estudo para seus filhos, decidiu mudar com a família para Maceió, em 1929.
Realizou o curso básico em Viçosa, na escola pública local, e estudou no Colégio Diocesano Maristas e no Liceu Alagoano, em Maceió, onde concluiu o ginásio.
Formado pela Faculdade de Medicina de Recife, em 1939, especializou-se em tisiologia na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Iniciou suas atividades profissionais no Centro de Saúde da Rua do Rezende, onde o professor Manoel de Abreu desenvolvia o programa de abreugrafia.
Em 1942, ingressou no corpo médico do Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Bancários (IAPB), trabalhando inicialmente no Dispensário de Tuberculosos, na Avenida 13 de Maio.
De 1950 a 1954, prosseguiu suas atividades como fisiologista, no Sanatório Cardoso Fontes, em Jacarepaguá (RJ). Neste período, realizou palestras em sindicatos e participou de congressos no Brasil e no exterior, divulgando a experiência de recuperação do tuberculoso para o trabalho, desenvolvida pelo IAPB.
Posteriormente, foi diretor-médico do IAPB, procurando estender a outros estados as condições de atendimento médico do Rio de Janeiro. Sua administração foi pautada pela instalação de hospitais nos demais grandes centros de população bancária, como São Paulo, Fortaleza e Belo Horizonte, além do estabelecimento de convênios com sanatórios particulares e o credenciamento de fisiologistas. Participou ainda da comissão de instalação do Hospital da Lagoa
No governo de Juscelino Kubitschek, foi nomeado para a comissão organizadora do Sistema de Assistência Médica da Previdência Social (SAMPS), que propôs, em suas conclusões, a unificação da assistência médica previdenciária e uma melhor distribuição regional de postos e serviços médicos.
Filiado ao Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), manteve estreita ligação com lideranças sindicais bancárias durante os anos 50.
Representante do IAPB no processo de unificação da Previdência Social, assumiu o cargo de diretor da Divisão Hospitalar do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), em 1967.
Durante a gestão de Júlio Barata no Ministério do Trabalho e Previdência Social (MTPS), foi nomeado superintendente regional em Brasília, e no ano seguinte, ocupou o mesmo cargo em São Paulo. Neste estado, assumiu a superintendência após uma crise em que ocorreram denúncias de fraudes e descredenciamento de casas de saúde. Durante a sua gestão, algumas casas de saúde foram recredenciadas e estabeleceram-se convênios com o estado e o município de São Paulo.
Em seu retorno ao Hospital da Lagoa, reassumiu o cargo de chefe do serviço de pneumologia. Atualmente, preside o centro de estudos deste hospital e a Academia de Administração Hospitalar, além de exercer atividades como médico liberal.

1ª ENTREVISTA – 29/08/1986
Fita 1 – Origem familiar; o ingresso no IAPB, em 1942; origem do nome Baia; o programa de combate à esquistossomose desenvolvido pela Fundação Rockefeller, em 1927; as condições de habitação e higiene em Viçosa; assistência médica em Viçosa; atividades econômicas em Viçosa; os efeitos da instalação da Anderson Clayton na cidade, de 1927 a 1928;mo trabalho educativo da Fundação Rockefeller; os casos de esquistossomose na família; influência na escolha de sua carreira profissional; biografia do pai; a escola pública em Viçosa; os intelectuais da cidade; ausência de cursos universitários em Alagoas; a mudança para Maceió, em 1929; lembranças do Colégio Diocesano; as relações com a comunidade israelita de Maceió; lembranças da Revolução de 1930; a Aliança Nacional Libertadora (ANL); lembranças do movimento de 1935; o vestibular para engenharia em São Paulo, em 1932; lembranças do movimento constitucionalista; a Faculdade de Medicina de Recife; lembranças dos professores e das matérias preferidas na Faculdade; o aprendizado médico na rede hospitalar de Recife; o contato com professores de diferentes ideologias na faculdade; o vestibular para a Faculdade de Medicina de Recife; ausência de discussões sobre Previdência Social na universidade.

Fita 2 – A opção pela tisiologia; o programa de combate à tuberculose do Serviço de Divisão Nacional de Tuberculose (SDNT); admissão no IAPB; o trabalho no Dispensário de Tuberculose do Posto 13 de Maio (IAPB); o programa do IAPB de assistência aos tuberculosos; assistência médica aos bancários; o programa de Pedro Ernesto para a construção de hospitais; o trabalho com o professor Manoel de Abreu no centro de saúde da Rua do Rezende; o primeiro cadastro toráxico da Previdência Social; os interesses literários e intelectuais; o Rio de Janeiro no Estado Novo; a campanha do Serviço Nacional de Tuberculose; a missão no IAPB; assistência médica aos bancários; relação entre a equipe médica do IAPB e o Sindicato dos Bancários; o trabalho no Sanatório Cardoso Fontes; a viagem aos Estados Unidos com o apoio da American Torax Society; a participação no Congresso Médico na Índia, em 1957; incidência de tuberculose nos outros Institutos de Aposentadoria e Pensões (IAPs); a regionalização da assistência à tuberculose pelo IAPB; os convênios com hospitais e casas de saúde particulares; a participação no movimento de reivindicação da letra Ö”.

Fita 3 – A filiação ao PTB; a designação para diretor-médico do IAPB; a proposta do Sindicato dos Bancários para candidatar-se a deputado federal; o trabalho na área de cancerologia pulmonar; a participação em congressos internacionais de pneumologia; o desenvolvimento de conhecimentos médicos no IAPB; ascensão a diretor-médico do IAPB; a classificação de hospitais da rede privada para o estabelecimento de convênios; a indicação da sociedade médica do IAPB para que assumisse a direção médica; a exigência da abreugrafia pelo IAPB; assistência médica no Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Comerciários (IAPC); assistência médica no Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Industriários (IAPI); o projeto de Lei Orgânica da Previdência Social (LOPS).

2ª ENTREVISTA - 24/09/1986
Fita 4 – Lembranças do farmacêutico de Viçosa; comentários sobre José Viegas da Motta Lima; diretor-geral do Departamento Médico do IAPB; o tratamento de tuberculose por pneumotórax; o estigma social contra tuberculosos; as condições de contágio; a permanência do doente no sanatório; trajetória profissional; o credenciamento de médicos e o pagamento por unidade de serviço pelo IAPB; a tentativa de unificação da assistência médica previdenciária no governo Kubitschek; a experiência como superintendente regional em São Paulo; o trabalho no setor de pneumologia do Hospital da Lagoa; o relacionamento com Júlio Barata; denúncia de irregularidades no INPS de São Paulo; método adotado para o controle de irregularidades; avaliação do Serviço de Assistência Médica Domiciliar de Urgência (SAMDU); resistência dos sindicatos à unificação da Previdência; comentários sobre a assistência prestada pelo IAPB e SAMDU; o controle financeiro no IAPB; as duas gestões como diretor-médico (antes e depois da unificação); avaliação da experiência de direção colegiada no IAPB; a compra do Hospital da Lagoa.

Fita 5 – A compra do Hospital da Lagoa; o sistema de assistência médica previdenciária do Brasil em relação a outros países; oposição do SAMDU à unificação dos serviços médicos proposta pelo SAMPS; influência do PTB nas nomeações de funcionários para o IAPB; assistência médica nos conjuntos habitacionais do IAPB; referência ao Plano Beveridge nas formulações do SAMPS; os grupos de seguro-saúde; as fraudes no INPS; a distribuição regional dos hospitais do IAPB; as prisões e cassações no IAPB pós-64; os convênios dos IAPs e INPS; a universalização da Previdência; assistência materno-infantil no IAPB; o tratamento de câncer originário do IAPB e atualmente desenvolvido no Hospital da Lagoa; os tratamentos médicos no exterior através do IAPB; os casos de câncer pulmonar tratados como tuberculose; os sanatórios de tuberculose no Rio de Janeiro; a participação em congressos médicos internacionais pelo IAPB; a redução do número de aposentadorias por invalidez como resultado do tratamento contra tuberculose; o Boletim do Centro de Estudos do IAPB.

3ª ENTREVISTA – 07/11/1986
Fita 6 – As atividades no Centro de Estudos do IAPB, entre 1952 e 1968; influência do modelo do Centro de Estudos do Hospital dos Servidores do Estado (HSE); influência do modelo norte-americano nos hospitais previdenciários; a importância da informática na medicina; o atendimento hospitalar pela Previdência, em São Paulo; as condições de atendimento nos hospitais conveniados; a qualidade do atendimento do HSE; resistência do HSE à unificação; a relação entre universalização e perda de qualidade do serviço médico; as dificuldades atuais dos hospitais previdenciários; as correntes político-partidárias e a atuação do centro de estudos; as dificuldades nos projetos de unificação, como o SAMPS; a idéia de criação do SAMPS no governo Kubitschek; o senso médico do SAMPS; os padrões de convênios do Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS) com a rede hospitalar privada.

Fita 7 – Remoção da maternidade do Hospital da Lagoa na administração de Luiz Seixas no INPS; a direção colegiada no IAPB; a distribuição de medicamentos e a ampliação da assistência durante a gestão colegiada; a participação na comissão de instalação do Hospital da Lagoa; o treinamento de funcionários do hospital; a organização da equipe médica; a utilização da capacidade do hospital; a carência de auxiliares de enfermagem; ampliação do corpo médico após a unificação; administração da Previdência Social nos governos militares; a importância da Previdência no desenvolvimento da medicina; a nomeação para diretor da divisão hospitalar do INPS; reação dos bancários à unificação; assistência médica previdenciária após a unificação; atuação no processo de unificação; a participação de representantes dos antigos institutos após a unificação da Previdência.

Fita 8 – Atuação de Torres de Oliveira no processo de unificação; convocação para a Superintendência do INPS em Brasília; atuação como superintendente regional em São Paulo; a fiscalização das condições de atendimento das casas de saúde contratadas; os convênios com sindicatos; comentários sobre a condição de superintendente regional no governo Médici;

4ª ENTREVISTA – 14/11/1986
Fita 8 (continuação) – Os cargos ocupados no IAPB e no INPS; o salário dos médicos após a unificação; comentários sobre a política salarial e a carreira na Previdência; comentário sobre o Plano Nacional de Saúde na gestão do Ministro Leonel Miranda; ampliação dos contratos com o setor privado após a unificação; explicação para o crescimento do setor contratado; os convênios do IAPB com sindicatos; comentários sobre a assistência médica no IAPI; os convênios da Previdência com os hospitais universitários; comentários sobre a não-remuneração dos médicos que participam das atividades de ensino nos hospitais; a diferença de tratamento nos hospitais próprios da Previdência e nos contratados; a residência médica nos hospitais previdenciários; a Sociedade Médica dos Bancários como embrião do Centro de Estudos dos Bancários; o papel do Boletim do Centro de Estudos dos Bancários; o intercâmbio entre os médicos dos IAPS; comentários sobre as jornadas médicas realizadas no Hospital de Ipanema; assistência médica no Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Marítimos (IAPM); comparação entre a assistência médica do IAPB, IAPC e IAPM; a construção de hospitais pelo Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Empregados em Transportes e Cargas (IAPETC); comentários sobre a fundação do Hospital do Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores do Estado (IPASE) em campina Grande (PB).

Fita 9 – Comentários sobre a construção do Sanatório Alcides Carneiro pelo IPASE; a organização da Comissão do SAMPS; referência à posição de Francisco Laranja quanto à unificação; a participação de Fioravanti di Piero nas discussões sobre a unificação; a excessiva centralização das decisões após a unificação; aproximação recente entre a concepção do médico e do atuário; os conflitos entre médicos e o serviço atuarial do IAPB; referência à gestão de Rafael de Almeida Magalhães no Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS); mudanças no perfil dos pacientes do Hospital da Lagoa; a participação na Academia Brasileira de Administração Hospitalar; as diferenças entre o trabalho desenvolvido atualmente e no início da sua carreira no IAPB.

Dalton Mario Hamilton

Entrevista realizada por Jaime Araújo Oliveira, Nara de Azevedo Brito e Rose Ingrid Goldschmidt, na Fiocruz (Rio de Janeiro/RJ), entre os dias 14 de maio e 12 de agosto de 1987.
Sumário
1ª Sessão: fitas 1 a 3
Origem familiar; a infância em Buenos Aires; formação escolar; o estudo em escolas públicas; perfil do pai; a vocação pela medicina; a morte do pai e o trabalho numa companhia de seguros; a experiência em empresas privadas e na administração de saúde pública; o trabalho como pediatra de um hospital público; as características do sistema de saúde argentino; a Escola de Medicina de Buenos Aires e as características do sistema universitário argentino; o governo peronista; o trabalho na campanha de diarréia estival e as primeiras ligações com saúde pública; a experiência de trabalho na província de Jujuy (AR); as opções político-partidárias; o planejamento em saúde pública; o exercício da medicina privada; a criação da Escola Nacional de Saúde Pública na Argentina em 1959; a realização do curso de saúde pública em 1963; as características do curso de saúde pública; a prática hospitalar dos médicos argentinos ligados à saúde pública e a dicotomia entre saúde e atenção médica no Brasil; a implantação do planejamento em saúde na América Latina através do método OPAS/CENDES – Centro Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Venezuela); a implementação de um sistema de informação em saúde na província de Tucumán (AR); a extensão do modelo Tucumán a todo o território argentino; o Modelo Nacional de Programação de Atividades em Saúde da Argentina em 1966; o método OPAS/CENDES e os discursos sobre planejamento; a tradição chilena em saúde pública; a introdução do planejamento em saúde nos países da América Latina; comparação entre o sistema de saúde no Brasil e na Argentina; o planejamento estratégico e o caso Montes Claros; a atividade político-partidária na Argentina; o curso de mestrado na Universidade de Michigan (EUA); o Programa Nacional de Estatística em Saúde na Argentina.

2ª Sessão: fitas 4 e 5
A elaboração do programa de saúde para o Partido Justicialista em 1973; a situação política argentina durante a década de 70; a morte de Perón e as perseguições políticas da Triple A (Aliança Anticomunista Argentina); a demissão do Ministério da Saúde da Argentina em meio à crise política; o trabalho nas obras sociais dos ferroviários; a mudança para o Brasil e o golpe militar em 1976 na Argentina; o trabalho como consultor da OPAS em Brasília; os primeiros contatos com Sérgio Arouca; o Programa de Preparação Estratégica de Pessoal em Saúde (PPREPS); a adaptação da família no Brasil; a experiência profissional de Susana Badino em Buenos Aires e na Escola Brasileira de Administração Pública (EBAP) da Fundação Getúlio Vargas no Rio de Janeiro; a solidariedade brasileira aos exilados argentinos; a mudança para o Rio de Janeiro contratado pela PAPPE; o Projeto de Caruaru.

3ª Sessão: fitas 5 a 7
O Projeto Integrado de Serviços de Saúde em Montes Claros; o Programa de Integração das Ações de Saúde e Saneamento (PIASS); a difusão do modelo Montes Claros; a lógica do planejamento estratégico; a experiência do PIASS na Bahia; a criação do PIASS; a continuidade do projeto em Montes Claros após a sua saída.

4ª Sessão: fitas 8 e 9
O ingresso na ENSP em 1978; o Departamento de Administração e Planejamento; a coordenação do curso básico e dos cursos de especialização da ENSP; a criação dos cursos de mestrado e doutorado e dos cursos regionalizados para dinamizar áreas estratégicas de saúde; a incorporação da política ao planejamento; os cursos regionalizados em Alagoas, Minas Gerais, Pernambuco e Paraíba; a difusão dos cursos regionalizados; o intercâmbio entre o Instituto de Medicina Social (IMS), a EBAP e a ENSP; o primeiro curso de planejamento do IMS em 1976; os cursos de planejamento da ENSP; a busca de respostas às experiências políticas do momento; o papel dos argentinos na introdução do planejamento em saúde pública no Brasil; comparação entre a formação profissional em saúde no Brasil e na Argentina; a criação do curso especializado em planejamento da Escola de Medicina de Buenos Aires em 1973; Brasil e Colômbia: centros de referência em planejamento em saúde para a América Latina; os latino-americanos no Departamento de Planejamento da ENSP; a assessoria na Nicarágua a convite de Sérgio Arouca.

5ª Sessão: fitas 10 e 11
A experiência de Joaquim Moreira Nunes na área de administração hospitalar e na ENSP; o elo entre teoria e prática nos cursos de administração; as características da gestão Vinícius da Fonseca na FIOCRUZ; a gestão Guilardo Martins Alves na FIOCRUZ; o modelo administrativo da FIOCRUZ; a incorporação de unidades isoladas à FIOCRUZ e a dificuldade de implantação de um projeto modernista e integrador; a democratização brasileira e a indicação de Sérgio Arouca para a Presidência da FIOCRUZ; a gestão Arouca; a concentração de informações na Superintendência de Administração Geral (SAG) e a centralização de decisões na presidência devido à ineficácia da área administrativa; proposta de reestruturação do modelo organizacional da FIOCRUZ; a intervenção na SAG; a indicação para chefiar a SAG; o papel do poder burocrático durante o período de reformas.

6ª Sessão: fitas 12 e 13
Avaliação do sistema de saúde brasileiro nos últimos 15 anos; as propostas do “partido sanitário” e as divergências em torno da reforma sanitária; a unificação do sistema de saúde como medida de racionalização; a participação popular visando a melhoria dos serviços de saúde; as divergências entre os membros do “partido sanitário” na Previdência Social, na Comissão de Reforma Sanitária e no Ministério da Saúde; o retorno a Buenos Aires após a abertura democrática; a experiência como gerente de planejamento do Instituto de Servicios de Obras Sociales para Trabajadores Rurales (ISARA); a experiência de Susana Badino no Instituto de Administración Pública (INAP); o regresso ao Brasil.

7ª Sessão: fita 14
Relato de sua posse na SAG; a relação do antigo superintendente com os funcionários administrativos; a proposta de reformas na área administrativa e a adesão gradual dos funcionários; a legitimação no trabalho pelo aumento da eficiência; as mudanças na estrutura organizacional da SAG; a eleição dos funcionários para promoção; a descentralização das decisões administrativas; os problemas do Departamento de Recursos Humanos; a informatização de processos financeiros; as demissões de funcionários devido a irregularidades.

8ª Sessão: fitas 15 e 16
A democratização da SAG com a socialização de informação; a descentralização de programas e orçamentos; a transparência administrativa e a consequente dificuldade do aparecimento de processos ilícitos; os resultados da descentralização dos recursos em nível das unidades; a informatização dos processos como forma de desburocratizar o poder, socializar a informação e adequar tecnologicamente a SAG; as resistências internas ao processo de informatização; a facilidade de acesso às informações e ao acompanhamento de processos através da informatização; a relação das unidades da FIOCRUZ com o processo de descentralização administrativa; as transformações da estrutura organizacional da SAG; a expectativa de irreversibilidade nas mudanças empreendidas na SAG.
NOTA: As 5ª, 7ª e 8ª sessões contaram com a participação de Joaquim Moreira Nunes e Susana Esther Badino.

Francisco Laranja

Entrevista realizada por Rose Ingrid Goldschmidt, Jaime Benchimol e Marcos Chor Maio, na Fiocruz, nos dias 26 de novembro, 08, 10 e 17 de dezembro de 1986.
Sumário
Fitas 1 a 3
Origem familiar e a infância no interior do Rio Grande do Sul; formação escolar; o curso ginasial em Porto Alegre; a morte do pai; a experiência como capataz de fazenda na adolescência e as transformações da vida rural; o caráter do homem gaúcho; a influência da migração europeia no Rio Grande do Sul; as personalidades políticas do sul do país; a convivência com personalidades políticas; a Revolução de 1930; a conclusão do ginásio em Porto Alegre; a relação com os pais; o lazer na infância; as relações com a família de Getúlio Vargas; o quadro epidemiológico no interior do Rio Grande do Sul; o interesse pelos estudos e o vestibular para medicina; a cadeira de direito do trabalho criada por Lindolfo Collor; o convívio com os estudantes na pensão em Porto Alegre; o comunismo na década de 1930; o curso médico e o interesse pela psicologia; a primeira viagem ao Rio de Janeiro em busca do melhores condições de trabalho; o concurso para datilógrafo do IAPI; a transferência para a Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro; o atentado integralista de 1938; o trabalho burocrático no IAPI.

Fitas 4 e 5
O concurso interno do IAPI; as atividades em cardiologia no IAPI; a atividade assistencial do IAPI; comentários sobre as doenças cardíacas no Brasil; a perícia e a consultoria médica do IAPI; a política salarial do IAPI na década de 1930; a questão da saúde pública durante o curso médico; o concurso para cardiologista do IAPI; a relação entre médico e paciente; a organização do posto de Bambuí (MG); a especialidade em cardiologia; o primeiro contato com a doença de Chagas; a profilaxia da doença de Chagas; a divulgação de trabalhos no exterior.

Fitas 6 a 8
O desdobramento do Ministério da Educação e Saúde e a repercussão no IOC; a gestão Olympio da Fonseca no IOC; o ingresso no IOC na gestão Henrique Aragão; críticas à centralização administrativa do IOC; a indicação para a direção do IOC em 1953; as divisões científicas e os pesquisadores do IOC; a descentralização de sua administração no IOC; a produção do IOC; os recursos do IOC; a política científica do IOC; a modificação na estrutura física de Manguinhos; a gestão Antônio Augusto Xavier; o serviço fotográfico do IOC; o Curso de Aplicação do IOC; comentários sobre a sua gestão no IOC; o retorno à pesquisa; comentários sobre o Estado Novo; avaliação da FIOCRUZ; a influência americana e os modelos de pesquisa; saúde pública e educação sanitária.

Fitas 9 a 11
A nomeação para a direção do SAMDU; os vínculos de amizade com João Goulart; a estrutura funcional do SAMDU; o retorno ao IAPI em 1964; referência ao Serviço de Alimentação da Previdência Social (SAPS); a padronização dos serviços do SAMDU; definição político-ideológica; adesão ao getulismo e ao juscelinismo; os acordos para as indicações de cargos públicos; a descentralização administrativa de sua gestão no SAMDU; o orçamento do SAMDU; o desligamento do SAMDU no governo Jânio Quadros; a pressão partidária sobre a nomeação nos cargos públicos; o concurso para acadêmico de medicina do SAMDU; o atendimento ambulatorial; a instalação de postos ambulatoriais na região Centro-Oeste no governo Juscelino Kubitschek; a ligação entre o SAMDU e o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB); a relação ambulatorial entre médico e paciente; a relação entre saúde pública e política salarial; os critérios adotados para a instalação de postos do SAMDU; a direção do SAMDU no final dos anos 1950; o retorno ao IAPI após o golpe de 1964; a viagem com Jango à URSS e Europa Oriental; o regresso ao IOC e os trabalhos desenvolvidos; comentários sobre a FIOCRUZ; a questão dos relatórios administrativos do IOC; o governo João Goulart; a administração da NOVACAP; o retorno à fazenda de Goiás após o golpe de 1964; o casamento e a vida em Brasília na década de 1970; a “cassação branca”; o concurso para cardiologista no Hospital Distrital; a interferência do Serviço Nacional de Informação (SNI) em sua vida profissional.

Ageu Magalhães Filho

Entrevista realizada por Antônio Torres Montenegro e Tânia Fernandes, em Recife (PE), no dia 04 de janeiro de 1996.
Sumário
Fita 1 - Lado A
A trajetória profissional de Aggeu Magalhães (pai); o trabalho científico do pai nos EUA; referência a Agamenon Magalhães; a criação do Serviço de Verificação de Óbitos (SVO); o descobrimento da esquistossomose em Pernambuco e a gastroenterite infantil no SVO; a produção de estatística anual de causa mortis; a Fiocruz e o financiamento de projetos ligados à esquistossomose; a Fundação Rockefeller e a relação com o SVO; a articulação para a criação do centro de helmintoses de Pernambuco; o falecimento do pai; as instalações do Instituto Aggeu Magalhães (IAM).

Fita 1 - Lado B
O seu trabalho na anatomia patológica do IAM; a gestão de Durval Lucena; os avanços na pesquisa da esquistossomose nos EUA; a bolsa de estudos; o retorno da pós-graduação para o Departamento de Anatomia Patológica; a relação do IAM com a Divisão de Organização Sanitária (DOS); o Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães (CPqAM) após 1964; o convênio entre a Fundação Kellogg e a UFPE; a criação do Núcleo de Imunopatologia na UFPE; a possibilidade de fechamento do CPqAM; o contato com Keizo Asami; sua gestão no CPqAM; o convênio com a FINEP para a produção de antígenos; transferência de Célio e Alzira para Recife; as conquistas científicas no campo da peste e no estudo de bactérias; o projeto com o Japão.

Fita 2 - Lado A
O Acordo UFPE/Fiocruz para a construção do novo prédio do CPqAM; a movimentação política para a aprovação do acordo; a construção do Laboratório de Imunopatologia Keizo Asami (LIKA); a ligação da UFPE com a Fiocruz; o convênio com o Japão; o financiamento da OMS para a construção do LIKA e do CPqAM; o CPqAM e o trabalho sobre filariose; a participação de dr. Frederico; a reforma na estação de campo de São Lourenço da Mata; EXU e a ligação com o Ministério da Saúde; a articulação política para montar uma escola de saúde pública em Pernambuco; o Núcleo de Estudos em Saúde Coletiva (NESC); a filariose e a esquistossomose.

Fita 2 - Lado B
Celeuma médica: aspectos ineficientes do tratamento com antimônio; a tecnologia avançada do LIKA; o novo tratamento para a esquistossomose; as dificuldades do LIKA; o apoio do Japan International Cooperation Agency (JICA); o Instituto de Antibióticos; a sua saída da direção do CPqAM; a atuação política de Aggeu Magalhães (pai); as perseguições políticas aos familiares de Agamenon Magalhães; a formação humanística de Aloísio Magalhães.

Fita 3 - Lado A
Lembranças da infância; a adolescência: as professoras e a convocação para as forças armadas; a vida na época da universidade; a clínica médica e o início da profissão; a faculdade e o trabalho de pesquisa.

Fita 3 - Lado B
Impressões sobre literatura e ciência; opiniões sobre política e educação; o curso de medicina; hospitais ligados ao estado de Pernambuco e à Santa Casa da Misericórdia; Aloísio Magalhães.

Fita 4 - Lado A
Aloísio Magalhães e o tombamento de Manguinhos (Fiocruz/RJ); a cadeira de anatomia patológica da UFPE e o Hospital Pedro lI; a boemia no bairro do Recife; a mulher americana; comentários sobre a energia e o mundo; Agamenon Magalhães, Aggeu (pai) e a influência na sua vida; a violência política dos anos 1930.

Fita 4 - Lado B
A política de Agamenon no estado: impostos, mocambos e o governo federal; o trabalho na Universidade da Paraíba; descreve o início da sua carreira como médico no Instituto Oswaldo Cruz; a criação da Faculdade de Ciências Médicas de Pernambuco e o Hospital do Sancho.

Alexandre Bezerra de Carvalho

Entrevista realizada por Antonio Torres Montenegro e Tânia Fernandes, em Recife (PE), no dia 09 de maio de 1996.
Sumário
Fita 1 - Lado A
Lembranças da infância e da cidade onde nasceu; as características de sua família; menção ao pai, médico; a influência do pai e da família na opção pela formação médica; lembranças do ambiente familiar; lembrança da morte de um dos seus irmãos; a influência do pai em sua vida de pesquisador; a mudança para Recife; o curso de Medicina Preventiva no IMIP; a ida para São Paulo; seu ingresso no Hospital das Clínicas em São Paulo; o concurso público para o Hospital dos Servidores do Estado de São Paulo; as consequências pela aprovação no concurso; sua participação na criação de um grupo especializado em fígado; referência a um acidente sofrido em São Paulo; a volta para Campina Grande (PB); o retorno para Recife; seu ingresso no Hemope; a saída do Hemope; o convite de Aggeu Magalhães para ingressar no CPqAM; considerações sobre sua carreira acadêmica; seu ingresso no governo como Secretário adjunto de Saúde do Estado; considerações sobre sua vida pública; lembranças da infância e da vida escolar; a relação com o pai; o acidente com seu irmão e as consequências na família; o suicídio de um outro irmão; o acidente com uma irmã; considerações da mudança para Recife; lembranças de sua estada no Hospital da Aeronáutica; as relação com o pai; o consultório em Boa Viagem; considerações sobre a Fundação SESP; a aptidão para o piano; a opção pela medicina; lembranças do ginásio; considerações sobre o Colégio Estadual de Campina Grande; o acidente com seu irmão; as experiências e dúvidas na juventude; o vestibular para medicina; o desejo na juventude de estudar física nuclear; a sua formação humanística; lembranças de sua prisão no golpe de 1964; o seu apartidarismo; a época universitária; o Teatro Popular do Nordeste; sua participação no meio artístico e cultural; sua atuação nas boates de São Paulo como pianista; a opção pela medicina.

Fita 1 - Lado B
Lembranças do seu acidente em São Paulo; a volta para Campina Grande; considerações sobre a Faculdade de Medicina de Campina Grande; referência à sua esposa; a vinda para Recife; o ingresso no Hemope; considerações sobre o Hemope; referência aos seus estudos sobre sangue; a montagem de um banco de sangue com o seu pai; sua formação em clínica; referência a uma irmã; considerações sobre Aggeu Magalhães; considerações sobre as relações entre o CPqAM e a universidade; considerações sobre as relações entre o CPqAM e a Secretaria de Saúde do Estado; a ligação do CPqAM com o DNERu; a ligação do CPqAM com a FNS; o início das relações entre o CPqAM e a universidade; considerações sobre a transferência do CPqAM para o campus da UFPE; as relações do CPqAM com o LIKA; seu ingresso no CPqAM; a atuação dos diretores do CPqAM com quem trabalhou; o papel do governo japonês; as relações entre a universidade e a JICA; as relações entre a universidade, a JICA e a Fiocruz; a reforma no CPqAM; sua ida para a Secretaria de Saúde; sua atuação na campanha de combate à cólera; considerações sobre o SUS; a volta ao CPqAM; as relações do CPqAM com os outros centros de pesquisas ligados à Fiocruz.

Fita 2 - Lado A
Considerações sobre o relacionamento do CPqAM com os outros centros ligados à Fiocruz; os financiamentos do CPqAM; considerações sobre a Fiocruz; referência a seu trabalho no CPqAM; o trabalho com o Hemope; considerações sobre um Instituto de Saúde de Pernambuco; referência a uma viagem a Washington; sua formação de recursos humanos; referência ao setor saúde no Brasil; seu interesse na área da saúde pública; o trabalho dos irmãos e do pai; o afastamento de suas irmãs do piano; referência a seus filhos; considerações sobre a informática; relação entre o curso médico e outros cursos; considerações sobre as transformações no mundo; as mudanças no perfil dos médicos; considerações sobre a robótica e a medicina; as mudanças nos currículos dos cursos de medicina; referência ao seu gosto pela medicina.

Alzira Maria Paiva de Almeida

Entrevista realizada por Antônio Torres Montenegro, em Recife (PE), no dia 17 de abril de 1996.
Sumário
Fita 1 - Lado A
Considerações sobre a educação colegial; as residências na infância; o magistério; a decisão pelo curso de nutrição; a preparação para o vestibular; o período universitário; o Instituto de Nutrição; as dificuldades pós-64; a ida para o CPqAM; a experiência em Exu (PE); a mudança para Garanhuns (PE); o trabalho com a peste; as bolsas de estudo no exterior; a produção de antígeno antipestoso; a vigilância sorológica em Garanhuns; o CDC; a construção do laboratório.

Fita 1 - Lado B
A colaboração de Darcy Pascoal Brasil; a ida para Garanhuns; o laboratório e os equipamentos; a produção de antígenos conjugados; a importância da França; a experiência do tio na II Grande Guerra; a família: o avô e o pai; a presença francesa no laboratório em Exu; o desejo de doutorar-se e as dificuldades pela falta do título; o doutoramento na França; as dificuldades de adaptação; a vida profissional e a vida familiar; a relação com a orientadora; o trabalho conjunto com o Brasil.

Fita 2 - Lado A
O aprendizado na França; áreas de interesse; as conversas com o avô e o tio; as dificuldades durante a II Guerra; a morte da mãe e a relação deste fato com Eva Perón; o estudo como interna em colégios de freiras; a influência das colegas; a ida para o Colégio Nossa Senhora do Carmo.

Frederico Adolfo Simões Barbosa

Entrevista realizada por Antonio Torres Montenegro e Tânia Fernandes, em Recife (PE), nos dias 16 e 17 de dezembro de 1995.
Sumário
Fita 1 - Lado A
Lembranças da infância; a vocação profissional do pai e do avô; o espaço da cidade para uma criança naquele tempo; a inauguração do Hospital Centenário; a festa de inauguração; a Revolução de 1930; comentários sobre Pessoa de Queiroz; o alistamento do irmão e a convocação do mesmo para a Revolução de 1932; a prisão do pai; comentários sobre Agamenon Magalhães; o episódio de invasão da Folha da Manhã.

Fita 1 - Lado B
Continuação da narrativa sobre o episódio contra o jornal de Agamenon Magalhães; a perseguição de Agamenon a sua família; Agamenon como interventor e sua perseguição aos integralistas; a perseguição sofrida e sua saída de Pernambuco; as dificuldades com o curso de medicina; a interferência da condessa e do conde Pereira Carneiro para sua liberação e a realização das provas de conclusão do curso de medicina; retorno ao Rio de Janeiro; a bolsa de estudos concedida por Assis Chateaubriand, em São Paulo; a Faculdade de Medicina; a opção pelo curso de medicina; a cultura médica brasileira e a influência europeia; o estágio no Hospital Centenário; referência a Samuel Pessoa e o curso de parasitologia, Aggeu Magalhães e Ulisses Pernambuco; o envolvimento com a psiquiatria e com a antropologia; a Aliança Nacional Libertadora (ANL); as reuniões políticas na faculdade; a pós-graduação com Samuel Pessoa, na USP.

Fita 2 - Lado A
A pós-graduação em São Paulo e a ajuda de Assis Chateaubriand a estudantes nordestinos; a moradia em uma pensão; comentários sobre Samuel Pessoa e a Revolução de 1932; contatos com o grupo de Samuel Pessoa; a estada no Rio de Janeiro; o alistamento nas tropas da 2ª Guerra Mundial e o retorno a Recife; a década de 1945; a denúncia de falsificação de exames de fezes no Hospital da Aeronáutica; o assassinato de Demócrito em 1945; suas primeiras leituras marxistas; sua inscrição para ir à guerra; a possibilidade de ir para o Rio de Janeiro, a desistência e o acidente com avião; o curso de mestrado nos EUA e sua opção pelo trabalho de campo; a reação americana no fim da guerra; fatos marcantes da passagem pelos EUA; episódio de racismo.

Fita 2 - Lado B
Continuação dos relatos do episódio de racismo; o primeiro casamento e as experiências de rapaz; a volta ao Brasil; as eleições no Brasil; o papel de Amílcar Barca Pellon e Aggeu Magalhães [pai] na organização do Centro; Aggeu (pai) e a organização da anatomia patológica de Pernambuco; comentários sobre Aggeu [pai]; a ida de Evandro Chagas a Recife; a criação do Serviço de Verificação de Óbitos e os primeiros estudos sobre esquistossomose; a construção do CPqAM; a indicação de seu nome para a direção do Centro; comentários sobre Barbosa Lima Sobrinho; o acompanhamento da construção do IAM; a inauguração do IAM e da Fundação Joaquim Nabuco; os funcionários do IAM; a esquistossomose; a criação dos centros de Belo Horizonte (MG) e da Bahia; as dificuldades financeiras no IAM e o financiamento por instituições estrangeiras; o controle da endemia de esquistossomose; as discussões contra os moluscicidas e o controle da esquistossomose no Egito.

Fita 3 - Lado A
As discussões sobre o uso dos moluscicidas e as tentativas com produtos naturais; a mudança de Instituto para Centro de Pesquisas; a publicação de trabalhos sobre os moluscicidas; os demais centros de pesquisa brasileiros; a pesquisa no Centro de Belo Horizonte; a política de controle da esquistossomose em Pernambuco; o uso de moluscicidas em meados da década de 1950 em caráter experimental; o trabalho na OMS; algumas experiências com moluscicidas no Egito; a Bayer e os moluscicidas; as desavenças na OMS; as pesquisas no CPqAM e a liberdade de contratação e demissão; a relação com Agamenom e Aggeu; as atividades na universidade; a demissão do CPqAM; a gestão do Centro e as relações políticas com os governos; o INERu na gestão de José Rodrigues da Silva; a aposentadoria precoce.

Fita 3 - Lado A
A experiência na OMS e os interesses políticos; o veto aos relatórios sobre restrições ao uso dos moluscicidas; a viagem a Gana; fatos marcantes na OMS; o retorno ao Brasil e os convites das universidades; o envolvimento com a educação médica e o cargo de presidente da ABEM; a escolha por Brasília e as divergências políticas; a relação com Pernambuco e a manutenção do trabalho no IAM; comentários sobre Francisco Arruda; o concurso de livre docência; comentários sobre o sistema de cátedras; a experiência em Brasília e a repressão na universidade; a aposentadoria especial; o título honoris causa; a gestão como diretor da Faculdade de Ciências da Saúde e as desavenças com o reitor; a criação da Associação de Docentes e sua participação; a invasão da Universidade de Brasília pela polícia; o financiamento de organizações internacionais de pesquisa.

Fita 4 - Lado A
O programa comunitário em Planaltina (cidade Satélite/Brasília); o cancelamento de convênios; a perseguição do reitor ao seu trabalho; referência a um documento papal sobre a absolvição de Galileu pela Igreja; o artigo 477: sua ação sobre os estudantes universitários e a posição da Congregação; o episódio na casa de um amigo ligado ao governo militar; o trabalho no Ministério da Educação, em Brasília; a perseguição em Brasília à sua esposa; as articulações com o CNPq; a Universidade de São Carlos; o processo eleitoral para reitor e a recusa da ministra; a separação da segunda esposa; Ernani Braga e o concurso para a Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp); a direção do Departamento de Epidemiologia e da Ensp; as atividades na ABEM; os quatro cargos ocupados na Fiocruz; a anistia e abertura política; a candidatura de Sergio Arouca para a Fiocruz; comentários sobre a política na Fiocruz.

Fita 4 - Lado B
O posicionamento político da Fiocruz; as novas diretorias e sua gestão; o Estatuto da Fundação; as dificuldades políticas; o retorno ao departamento e a criação do Núcleo de Estudos Samuel Pessoa; a aposentadoria na Ensp e o contrato como pesquisador visitante; o retorno a Recife; a incorporação ao CPqAM e o trabalho com esquistossomose; as homenagens recebidas; a Festa das Rosas e a arrecadação de fundos para o Hospital Centenário.

Nuno Alvares Pereira

Entrevista realizada por Tania Fernandes, Fernando Dumas e Lina Rodrigues, no Rio de Janeiro (RJ), nos dias 28 de agosto e 27 de novembro de 1996.

Sumário
Fita 1 - Lado A
Comenta a formação e as atividades profissionais de seu pai; sua mudança e a infância no bairro de Irajá; as atividades na farmácia do pai; a entrada nas faculdades de Farmácia e de Medicina; o curso de Farmácia e suas primeiras atividades profissionais; a entrada e as atividades no Instituto Oswaldo Cruz (IOC); a tese de Livre-Docência e a orientação de Haity Moussatché; a saída do IOC; a biblioteca do IOC.

Fita 1 - Lado B
A educação básica e seus estudos no Colégio Pedro II; a rotina em Vicente Carvalho; as atividades como professor de Farmacologia na antiga Escola de Medicina (UERJ); a relação entre a Farmácia e a Química; sua opção de trabalhar com produtos naturais.

Fita 2 - Lado A
Referência à sua tese para concurso de titular; os meios de transporte para Manguinhos; a mudanças no currículo do curso de Farmácia, a atividade como professor de Farmacodinâmica na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e seu relacionamento com Paulo Sollero; sua posse como diretor do Centro de Ciências Biomédicas da UFRJ; o programa que fez para o curso de “Plantas tóxicas e medicinais” para o mestrado em Botânica do Museu Nacional; o trabalho como professor e orientador de teses no Museu Nacional; as atividades no doutorado em Botânica do Museu Nacional; a relação entre a Química, Farmácia, Botânica e Medicina; o campo de trabalho com plantas medicinais; a pesquisa com a pervinca para o tratamento da leucemia; a relação da pesquisa acadêmica com a medicina popular e suas pesquisas com plantas anti-ofídicas.

Fita 2 - Lado B
As plantas e substâncias químicas anti-ofídicas e o uso terapêutico de plantas.

Fita 3 - Lado A
Comenta pesquisas de Haity Moussatché com plantas anti-ofídicas e com alcalóides com pacientes de Alzhaimer; sobre o medicamento Específico Pessoa; as teses e pesquisas com plantas anto-ofídicas; a pesquisa de Vital Brasil com plantas anto-ofídicas; as dificuldades com pesquisa de plantas anti-ofídicas; a relação da FIOCRUZ com pesquisas com plantas anti-ofídicas atualmente e a política de patentes; a criação do Núcleo de Pesquisa de Produtos Naturais (NPPN).

Fita 3 - Lado B
A relação da universidade com a iniciativa privada e a prestação de serviços pagos; os congressos e simpósios de plantas medicinais no país; o trabalho de síntese de substâncias; o congresso de plantas medicinais realizado em Florianópolis; o impacto da legislação de patentes na comunidade acadêmica.

Fita 4 - Lado A
As patentes de produtos naturais; a farmacopéia; o trabalho do prof. Delby Fernandes na Universidade Federal da Paraíba e na de Tocatins; o Instituto de Antibióticos de Pernambuco;o uso da penicilina; o pioneirismo na ciência do Instituto Oswaldo Cruz e sua relação com o prof. Haity Moussatché.

Paulo Barragat

Entrevista realizada por Tania Fernandes, Lina Rodrigues e Maria Gilda de Oliveira, no Rio de Janeiro (RJ), nos dias 22 de agosto e 12 de dezembro de 1996.

Sumário
Fita 1 - Lado A
Aborda sua origem familiar, a formação e as atividades profissionais do pai na Cidade de Petrópolis; sua educação básica e sua afinidade com a Química e a aviação; sobre concurso para aviador da Força Aérea Brasileira (FAB); sobre curso de Químico na Universidade do Brasil; sobre sua esposa; sua experiência como aluno do Colégio Interno São José; seu estágio no Instituto de Química Agrícola (IQA) e sua passagem pelo Instituto de Malariologia.

Fita 1 - Lado B
Sobre suas atividades e as condições de trabalho no Instituto de Malariologia; sobre a criação do Departamento Nacional de Endemias Rurais (DNERu); suas atividades no IQA e no laboratório de sua residência; sobre a Universidade do Brasil; sobre trabalho com inseticidas no Instituto de Malariologia; sobre o desenvolvimento e a patente dos inseticidas DDT e BHC.

Fita 2 - Lado A
Sobre as atividades do Instituto de Malariologia; sobre a Campanha Gambia promovida pela Fundação Rockefeller; sobre as atividades de Nestor e Madeira no Instituto de Malariologia; sobre Walter Mors e o trabalho de Jarede na aplicação de inseticidas; sobre as atividades do Departamento Nacional de Endemias Rurais (DNERu); sobre sua equipe de trabalho e sua mudança para Manguinhos; sobre a constituição da Fundação Instituto Oswaldo Cruz e a criação do Instituto de Produção de Medicamentos (INPROMED).

Fita 2 - Lado B
Sobre a criação da FAR-Manguinhos e a BIO-Manguinhos; sobre a relação da FIOCRUZ com a Central de Medicamentos (CEME) e a produção de medicamentos; sobre a relação da FIOCRUZ com a FINEP; sobre seu trabalho no conselho de Desenvolvimento Industrial do Ministério da Saúde; sobre patentes; sobre a relação da universidade com a indústria farmacêutica.

Fita 3 - Lado A
Referência à criação, objetivos e atividades do Instituto de Malariologia; sobre o funcionamento, direção e as pesquisas do Instituto Nacional de Endemias Rurais (INERu); sobre a trajetória de Mário Pinotti; sobre as instalações do Departamento Nacional de Endemias Rurais (DNERu) na Av. Rio Branco, Centro do Rio de Janeiro; sobre a fabricação do inseticida BHC.

Fita 3 - Lado B
Sobre o Serviço de Produtos Profiláticos (SPP); sua experiência e seus estudos nos Estados Unidos e sua ida para Manguinhos; sobre Carlos Modesto; sobre a Cidade das Meninas; sua mudança para o Serviço Nacional de Malária; sua saída do Instituto de Química Agrícola (IQA); suas atividades no Aeroclube de Manguinhos; sua atividade docente na Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP); sobre a aplicação do DDT nas residências e sobre acidente com ácido sulfúrico.

Fita 4 - Lado A
Referência à Neri Guimarães; sobre o Instituto Nacional de Produção de Medicamentos (INPROMED); sobre a localização de FAR-Manguinhos; sobre Wilson Aguiar; sobre suas atividades com a Central de Medicamentos (CEME); sobre a saída da CEME do Ministério da Saúde e sua subordinação ao INPS; sobre financiamento para fabricação de medicamentos no Serviço de Produtos Profiláticos (SPP); sobre a criação do SPP.

Fita 4 - Lado B
Sobre sua nomeação para direção do INPROMED; sobre convênio entre a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) com a FIOCRUZ e a NORQUISA para produção de medicamentos; sobre produção de soda cáustica na Indústria Salgema; sobre a criação e a atividade do Grupo da Indústria Farmacêutica (GIFAR); sobre sua nomeação para assessor da presidência da FIOCRUZ; sobre suas atividades atualmente na FIOCRUZ; sobre árvore que produz resina na Amazônia.

Fita 5 - Lado A
Sobre a produção de medicamentos e inseticida a partir de uma resina extraída de planta; sobre sua visita ao Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (INPA); sobre a possibilidade de industrialização de resina de árvore.

Alexandre do Valle

Entrevista realizada por Ana Paula Zaquieu e Dilene Raimundo do Nascimento, no Rio de Janeiro (RJ), nos dias 27 de abril, 04 e 18 de maio de 1998.
Sumário
1ª Sessão: 27 de abril
Fita 1 – Lado A
Aspectos de sua vida pessoal: a infância; a família; a situação financeira da família; a separação dos pais; o distanciamento do pai; o novo casamento da mãe; a relação com o padrasto. A opção profissional pela psicologia; o ingresso na PUC-Rio; as possibilidades oferecidas pelo curso de graduação e as dúvidas quanto à linha terapêutica a seguir; considerações sobre a psicoterapia existencialista; o interesse pela psicanálise e pelos textos de Gilles Deleuze e Félix Gattari. O início da vida sexual, o uso de preservativo como método anticoncepcional; o impacto limitado das informações sobre Aids em sua vida sexual.

Fita 1 – Lado B
Rápida menção as campanhas de prevenção. Os primeiros contatos com a Aids; as leituras de Michel Foucault e a influência profissional do psicanalista Jurandir Freire Costa. Menção ao engajamento no curso de graduação e à participação na organização de eventos na universidade. As primeiras informações sobre o Grupo pela Vidda, ainda durante a faculdade; o interesse “teórico” pela Aids; o impacto dos textos de Herbert Daniel. A relação entre seu comportamento “marginal” e o interesse pela temática da Aids; o sofrimento causado por seu comportamento “fora dos padrões”; as inquietações de ordem social; a identificação com as questões ideológicas ligadas às minorias. A monografia sobre Aids; a ida ao Grupo pela Vidda no final de 1992; o impacto da reunião de recepção e o ingresso definitivo no grupo; o desconforto inicial; o processo de integração; o convite para auxiliar na “recepção” do Grupo.

Fita 2 – Lado A
Breve histórico da “recepção” do Grupo pela Vidda e de seus objetivos; a composição dos voluntários; a integração no grupo. Ressalta a experiência pessoal adquirida durante os três anos na coordenação da reunião de recepção do Grupo Pela Vidda; as distinções entre a intervenção clínica e a proposta “política” da recepção, com o seu estímulo à uma maior interação comunitária. Os objetivos do Pela Vidda, a luta coletiva contra o isolamento, a opção de seus gestores por atividades de integração que não se assemelham aos serviços de assistência; o ingresso de novos voluntários para ajudar na recepção. Considerações sobre as múltiplas representações da Aids; o interesse profissional por questões relacionadas à construção de identidade. Relembra a ruptura brutal imposta aos soropositivos e o peso da identidade de “aidético” à época de seu ingresso no grupo. Define a “recepção” como um espaço de estímulo à pluralidade e a diversidade no que se refere à relação com a Aids.

Fita 2 – Lado B
O objetivo das reuniões de recepção, dinâmica, respeito às particularidades, o estímulo à multiplicidade na convivência com a doença; alusão à um episódio que ilustra a diversidade presente em todas as reuniões. Menção às suas atividades profissionais anteriores ao Grupo; as dificuldades financeiras; a primeira remuneração como coordenador da reunião de recepção; o envolvimento em outras atividades internas; a especialização profissional em temas ligados à Aids e à sexualidade; o trabalho voluntário no Disque-Aids. A participação num projeto coordenado pelo pesquisador Richard Parker da Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids (ABIA). Comenta a tensão entre a ABIA e o Grupo pela Vidda, ressaltando as dificuldades em estar trabalhando nas duas instituições. Histórico do Grupo Pela Vidda: a origem como projeto da ABIA; a dependência financeira da ABIA; as relações entre as duas instituições sob a liderança de Herbert Daniel; a morte de Herbert Daniel e o início da incompatibilidade de interesses; as tensões referentes ao financiamento do projeto HSH (Homens que fazem sexo com homens); os desentendimentos que resultaram na ruptura final. Alusão ao seu desinteresse profissional pela área acadêmica e a clara opção pelas atividades do Grupo Pela Vidda. O ingresso no projeto HSH. Menção às duas coisas que marcaram profundamente sua trajetória profissional em 1994: a vitória no concurso financiado pela USAID, permitindo-lhe a ida para o curso de capacitação sobre “elaboração e implementação de projetos na área de Aids” na Califórnia e a participação, como representante do Pela Vidda, no Congresso de Yokohama, no Japão.

2ª Sessão: 04 de maio
Fita 3 – Lado A
Longas considerações sobre Aids e o uso de drogas; a participação num curso sobre redução de danos para os usuários de drogas; a proposta do curso. Alusão à realidade carioca e à difícil penetração no universo dos usuários de drogas injetáveis na cidade do Rio de Janeiro. Menção às experiências bem sucedidas da Austrália e da Holanda; as especificidades da realidade brasileira e dificuldades em se implantar um programa deste tipo no Brasil. Rápidos comentários sobre o grupo de convivência criado para usuário de drogas contaminados pelo HIV no Pela Vidda. Referência ao forte “tabu” que cerca o uso de drogas no Brasil, dificultando o seu enfrentamento. O distanciamento atual do Pela Vidda com questões relacionadas às drogas. O desinteresse profissional pela questão das drogas; a falta de estímulo diante dos baixos índices de sucesso no tratamento clínico com usuários de drogas; o desinteresse do Pela Vidda em atuar junto aos usuários de drogas. Comenta o contato com o trabalho desenvolvido em Osasco/SP. O impacto, em sua vida pessoal, da aproximação com as questões relacionadas à Aids. A percepção da sexualidade como uma construção social. Considerações sobre o processo de construção de identidade. Os aspectos culturais que envolvem as atividades de prevenção. A sua relação pessoal com a sexualidade: as inquietações da adolescência; a opção sexual pelas mulheres, a despeito de suas características pouco máculas; a sua relação afetiva com os homens. Ressalta os aspectos interessantes de sua “ambiguidade”. Discussão sobre a origem da homossexualidade; rechaço à ideia da predisposição genética. Enfatiza os aspectos culturais e históricos que fazem com que os significados da homossexualidade se transformem no tempo e no espaço. Volta a falar da experiência adquirida no curso de capacitação financiado pela USAID na Califórnia.

Fita 3 – Lado B
A experiência cultural proporcionada pelo curso; a convivência com o grupo de africanos que compunha a turma; a realidade sexual africana e a forma como a luta contra a Aids se organiza naquele continente. A organização comunitária contra a Aids em São Francisco. Os desdobramentos do curso no Brasil. As especificidades das organizações comunitárias americanas. A tensão crescente entre a ABIA e o Grupo pela Vidda; os privilégios garantidos à ABIA em função de sua organização e do prestígio acadêmico dos seus integrantes. A secundarização e a falta de autonomia do “staff” do Pela Vidda na execução do projeto HSH; o fim da participação do Pela Vidda na execução do projeto HSH; a mudança de sede, em 1995. Menção às suas próprias dificuldades financeiras. As propostas de Herbert Daniel; o seu papel, fundamental, de liderança junto às duas instituições. A morte, em 1992, de Herbert Daniel e o início das tensões institucionais entre os dois Grupos, que culminariam numa ruptura final em 1995. A mudança de sede do Pela Vidda. As diferenças institucionais entre a ABIA e o Grupo pela Vidda: o perfil “tradicional” da ABIA, com ênfase na formação técnico-profissional de seus funcionários; em oposição ao perfil engajado, mantido por um grande número de voluntários, do Grupo pela Vidda. Menção à participação do Betinho na ABIA e do Herbert Daniel e no Grupo pela Vidda. A ida à Conferência Internacional de Aids no Japão, em 1994; suas impressões sobre a Conferência.

Fita 4 – Lado A
Características culturais do Japão, a forte repressão sexual e a desinformação sobre Aids. A ênfase do Encontro nas discussões sobre sexualidade. A participação, como coordenador, do projeto “Banco de Horas”; o convite, recusado, para trabalhar como coordenador de aconselhamento do programa de Aids do Ministério da Saúde. Longa exposição sobre a história do projeto “Banco de Horas”, cujo objetivo é, através de uma rede de profissionais, oferecer psicoterapia gratuita para soropositivos. A participação na organização do show “Questão de Honra”, cujo objetivo era mobilizar a classe artística na luta contra a Aids. As atividades e os financiadores atuais do projeto; o alto nível do material de apoio produzido; o perfil socioeconômico da clientela atendida; a distribuição regional dos profissionais filiados ao projeto; as áreas de concentração de interesse do projeto. A atuação como coordenador de projetos do Pela Vidda.

Fita 4 – Lado B
Menção à sobrecarga de trabalho; o prazeroso papel de gestor do grupo. A organização institucional do Grupo, as coordenações de projeto, os financiamentos; referência ao projeto “Buddy”, que se propõe fazer acompanhamento domiciliar aos doentes de Aids; o contato com os financiadores. Considerações sobre a tensão existente entre soropositivos e soronegativos no interior do grupo; o efeito do empobrecimento da epidemia sobre o perfil dos participantes do grupo. A visibilidade alcançada pelo Grupo. Menção a episódios que ilustram essa tensão no dia-a-dia do grupo, as tentativas, ainda frustradas, de superação dos conflitos.

3ª Sessão: 18 de maio
Fita 5 – Lado A
O papel das Ongs/Aids no cenário público brasileiro; a herança do movimento gay; as semelhanças com as organizações comunitárias europeias e americanas; o impacto político de sua luta por direitos de cidadania e contra o avanço da epidemia. Traça a trajetória das Ongs/Aids no Brasil, dividindo-as em duas gerações: a primeira, onde estariam incluídos os GAPAS e a ABIA, de perfil mais intelectualizado e voltadas para uma política de monitoramento das ações governamentais; e a segunda, onde estariam os Grupos pela Vidda e o GIVE-SP, instituições que se propuseram, deste sua fundação, a criar um espaço de voz e atuação política dos doentes. A fragmentação dos objetivos das Ongs atualmente; as iniciativas de integração através dos fóruns regionais. O papel das Ongs como um espaço de referência fundamental para as pessoas que vivem com Aids, diante da contínua fragilização dos serviços oferecidos pelo governo. Os efeitos da parceria com o governo; o processo de institucionalização do Grupo e de legitimação das Ongs no mundo. Considerações sobre o arrefecimento das críticas às ações governamentais na luta contra a epidemia no Brasil; o avanço das políticas públicas de combate à epidemia. Avaliação positiva dos serviços de saúde oferecidos no Rio de Janeiro. Crítica à postura política descompromissada do governo do estado do Rio de Janeiro e da administração municipal da cidade do Rio de Janeiro para com as Ongs. Os limites e as possibilidades das negociações com os canais oficiais; a pouca receptividade do ativismo político atualmente e a necessidade de reinvenção contínua de canais de negociação. Menção ao papel do Encontro Anual de Pessoas Vivendo Com Aids (Vivendo), organizado em parceria entre o Grupo e pelo Grupo pela Vidda- Niterói; o processo de organização do evento; o impacto do evento, a mobilização desencadeada por ele e seus desdobramentos.

Fita 5 – Lado B
Rápida avaliação dos Encontros anuais promovidos pelo Grupo: preocupação com o crescimento contínuo do evento; a participação maciça de representantes de Ongs de outros estados; o perfil do voluntariado; os financiadores. Avaliação das campanhas oficiais de prevenção à Aids; a sua pouca eficácia; as limitações das estratégias adotadas; o equívoco das campanhas centradas no carnaval e no dia 1º de dezembro (Dia Mundial de Luta contra Aids); o alcance limitado das campanhas de televisão; o difícil caminho da inovação no âmbito da transmissão de informação e da mudança de comportamento; a burocracia e as disputas políticas que acompanham todo o processo de elaboração das campanhas. O equívoco e a inutilidade da rígida categorização dos grupos de risco; ressaltando os complexos específicos aspectos culturais e identitários que envolvem a questão.

Maria Magdalena Lyra Valente

Entrevista realizada por Ana Paula Zaquieu e Dilene Raimundo do Nascimento, no Rio de Janeiro (RJ), nos dias 09, 14 de outubro de 1997 e 19 de maio de 1998.
Sumário
1ª Sessão: 09 de outubro
Fita 1 – Lado A
Relata o trauma de ter sido entregue pelos pais para ser criada pelos avós, sua perplexidade diante da rejeição dos pais e a importância dos avós em sua formação; a morte da mãe e seu ressentimento diante do distanciamento dos irmãos; o envolvimento de toda a família com o magistério; sua formação como professora; as lembranças dos colégios de seu pai; a sua segunda gravidez e a frustração com a notícia da gravidez simultânea de sua mãe; o desejo, realizado, por um filho homem; a insistente comparação de sua mãe entre as duas crianças; a aversão recíproca entre ela e o irmão mais novo e a dedicação exagerada deste aos estudos; a influência dos pais na atitude amedrontada do irmão com ela; o sucesso profissional do irmão e a formalidade no relacionamento entre ambos, mesmo depois de adultos. As afinidades com seu pai; o fascínio pela língua portuguesa e a habilidade na escrita; seu espírito fantasioso e vaidoso. Recorda-se das brincadeiras solitárias no jardim de sua casa e das longas conversas reservadas com sua bisavó, quando as duas fingiam-se de amigas; a relação de cumplicidade com seu avô, os passeios à tarde; as recordações da Praça Saens Pena, dos bailes e das festas.

Fita 1 – Lado B
Relembra o primeiro namorado, enfatizando suas fantasias de encontrar o homem ideal e ressalta sua vaidade. Comenta a insistência do rapaz em reatar o namoro. Relembra as paqueras da juventude, os vários pretendentes; o primeiro contato com o futuro marido e o sentimento de amor à primeira vista; o impacto do temperamento carismático do futuro marido. A vida escolar, formação como professora primária, o gosto pela leitura e a facilidade para escrever; a influência do professor de português sobre sua opção profissional e no método pedagógico que ela utilizava. Ressalta a sua capacidade de se autovalorizar. A origem nordestina das famílias de seus pais; a convivência com os primos educados por seu pai; o interesse de sua avó por política e suas relações com famílias de políticos importantes. Recorda os almoços semanais na casa do sogro do cirurgião plástico Ivo Pitanguy e o convite para que ele fosse, mais tarde, seu padrinho de casamento. Comenta sua identificação com pessoas mais velhas. A frustração com o casamento; a doença do marido, o abandono da família dele e sua dedicação ao tratamento que ele realizava. Recorda os longos períodos passados em hospitais, durante suas internações; o seu prazer em tratar de doentes; o contato recorrente com casos de doença na família. A convivência difícil com o marido, mesmo antes de seu adoecimento; a péssima relação do marido com os filhos, principalmente com a filha.

Fita 2 – Lado A
A relação hostil do marido com os dois filhos; a sugestão, aceita pelo filho, para que entrasse em uma academia militar e a aprovação na Academia da Força Aérea; os preparativos para o processo de seleção. Comenta o constrangimento diante do interesse demonstrado pelo coronel do Exército que à auxiliou durante os treinos de educação física do filho. O agravamento do estado clínico do marido, seus delírios e a perseguição à filha; as mágoas dos filhos. Relaciona a homossexualidade do filho ao comportamento agressivo e indiferente do marido. As qualidades do filho como perfeccionismo, obediência e organização; a relação de amor e cumplicidade entre eles; relembra as noites em que, rezando, pedia a Jesus que o filho não fosse homossexual; as dificuldades do próprio filho em aceitar sua homossexualidade e a tentativa de suicídio, a gravidade de seu estado clínico, o longo tempo de internação, a mudança de hospital e a receptividade dos médicos.

Fita 2 – Lado B
A melhora do estado clínico do filho e a revelação, ainda no hospital, sobre sua homossexualidade. Ressalta sua naturalidade diante da notícia. Relembra o dia em que o filho, pálido, chegou em casa e lhe contou estar com Aids; sua reação segura e solidária. Volta no tempo e relembra da notícia da gravidez inesperada da filha e da alegria, sua e do filho, com a chegada do bebê. O ótimo relacionamento do filho com o sobrinho; a forte reação do neto ao saber da contaminação do tio. Crítica à incompetência da infectologista responsável pelo tratamento inicial do filho.

2ª Sessão: 14 de outubro
Fita 3 – Lado A
Fala longamente sobre seu casamento, a falta de reciprocidade no relacionamento, o distanciamento entre as famílias, o ótimo relacionamento com o sogro, o temperamento autoritário e dissimulado do marido; sua hostilidade com a filha, sua relação doentia com o pai e o consequente desentendimento com o resto da família; a morte do sogro e o agravamento do quadro clínico do marido. Relembra algumas características do caráter do marido; sua rejeição aos filhos, contrapondo-se ao seu desejo de ter muitos filhos. Suas expectativas em relação ao filho e ao casamento; a valorização da virgindade. A mudança para uma quitinete no bairro do Flamengo, ainda solteira, lugar de onde saiu para se casar; o impacto da morte do avô sobre seu padrão de vida, fala sobre o período em que morou com a avó e a tia num dos colégios dos pais; a predileção dos pais pelos outros irmãos; as dificuldades para entender os motivos da rejeição deles; a crença na falta de caráter da mãe e o seu desafeto por ela; o ressentimento, nunca superado, pela decisão dos pais em lhes cobrar aluguel pelos cômodos, em princípio, cedidos a elas.

Fita 3 – Lado B
A decisão da avó de alugar outro apartamento; a falta de recursos; omissão dos outros tios; a decepção, ainda na primeira noite, com o casamento. Os detalhes do casamento: o vestido de noiva, a cerimônia, a recepção, os presentes dos alunos e ressalta sua competência como professora primária e de piano. A expectativa com “lua de mel”; a viagem, ainda na noite do casamento, para Teresópolis; o constrangimento com a vinda inesperada da menstruação; a dificuldade em lidar com a situação, em virtude da educação conservadora que tivera; a frustração da primeira noite; a volta para o Rio de Janeiro, nova frustração com o seu comportamento; a convivência, ao longo de todo o casamento, com o egoísmo e a indiferença sexual do marido. Ressalta a dedicação integral ao marido no período em que este esteve doente; compara sua dedicação à dedicação ao cantor Cazuza, descrita por Lucinha Araújo no livro “Só as mães são felizes”. A reação diante da morte do marido; a preocupação com os detalhes da cerimônia fúnebre; a decisão de oferecer a ele um enterro de luxo, como uma forma de entregar-lhe parte de seu patrimônio; o sentimento de libertação deixado por sua morte, os últimos meses de vida do marido. O impacto da descoberta por meio de uma conhecida, de sua traição, ocorrida alguns anos antes.

Fita 4 – Lado A
A decisão de conversar com o marido sobre sua traição; a reação dos filhos. A insistência do marido em acreditar na recuperação; seu apego às coisas materiais; a opção por contar-lhe a verdade sobre o seu verdadeiro estado clínico e sobre a proximidade da morte. A busca, no espiritismo, de conforto para suportar os seus problemas. A apreensão diante do comportamento desorientado do marido; a hostilidade de sua sogra pelo filho; comparação entre a rejeição de sua mãe e a rejeição de sua sogra pelo filho; a convicção de ter agido corretamente ao contar ao marido sobre o agravamento de seu estado de saúde. O início de uma nova etapa em sua vida. A inesperada gravidez da filha; o relacionamento carinhoso entre o filho e o neto; a afeição aos seus dois netos. Ressalta sua condição de supermãe; a indiferença aos possíveis comentários sobre a gravidez inesperada da filha; o temperamento antipático dos dois filhos em contraste com sua alegria e extroversão; o seu carinho com o neto; o ótimo relacionamento com o genro. A mudança para o Leblon e, logo depois, para Ipanema.

Fita 4 – Lado B
O adoecimento da mãe, novo período envolvida com internações. Descreve, em detalhes, a rotina de acompanhar as internações da mãe na Beneficência Portuguesa. Fala longamente sobre seu romance com o chefe da equipe médica que cuidou de sua mãe; as motivações que a levaram aceitar o relacionamento; o receio de levar o relacionamento adiante. Sua imagem de mulher rica. Ressalta os privilégios obtidos na Beneficência Portuguesa, em decorrência do encanto despertado em alguns presidentes da instituição. O fim do relacionamento com o médico. Início de uma nova etapa e a forma como conheceu Renato, seu namorado à época da entrevista; a forma inusitada do primeiro contato; o primeiro encontro.

3ª Sessão: 19 de maio
Fita 5 – Lado A
A reação de solidariedade diante do diagnóstico do filho, no início dos anos 1990. A primeira consulta médica e a decisão dele participar de um tratamento experimental. Explica, rapidamente, os procedimentos clínicos do tratamento. A demissão do filho da Vale do Rio Doce; a opção por mudar de médica. A primeira doença oportunista do filho, Tuberculose Pulmonar. Menciona algumas acusações contra os procedimentos clínicos da ex-médica de seu filho. A queda no poder aquisitivo da família; as circunstâncias em que ocorreu a demissão do filho. Ressalta a competência profissional do filho e sua decisão de não recorrer contra a demissão. A lenta superação de seu constrangimento em ter que buscar os medicamentos no posto de saúde, graças aos primeiros contatos com outros soropositivos de se nível social. Nova doença oportunista: Hepatite C. A impossibilidade clínica, logo revista em um congresso médico, de conciliar o tratamento das duas doenças. O início do tratamento para a Hepatite C e sua rápida resposta aos medicamentos. Ressalta as considerações da médica, para quem, essa preocupação com a medição da carga viral é um equívoco. Os novos sintomas clínicos de origem neurológica do filho e a indefinição do diagnóstico.

Fita 5 – Lado B
A ineficácia do remédio prescrito pela médica. A decisão de aceitar o pedido do filho para acompanhá-lo à consulta médica. Enfatiza a mudança de comportamento do filho depois que ingressou no Grupo Pela Vidda e passou a evitar sua companhia durante as consultas médicas. O desentendimento com a médica: a firmeza ao expor toda sua insatisfação com o seu comportamento recriminando, especificamente, sua atitude hostil com um paciente, Vanderlei, para quem ela havia lhe indicado seu nome. Comenta um episódio para ilustrar o comportamento da médica; a ligação de Vanderlei que, da emergência de um hospital, lhe pede auxílio; a ida, imediata, para o hospital; a resistência da médica em considerar o desconforto do paciente; sua veemência em fazê-la ver que seu quadro clínico exigia cuidados. Cita outro episódio em que seu filho aponta uma informação equivocada da médica. Avaliação do estado de saúde atual do filho: o diagnóstico de neuropatia aguda; recapitulação das doenças oportunistas que já o acometeram. Comenta a aflição da irmã diante de sua perda de peso. A forma de lidar com tantos casos de doença neurológica na família; o apoio encontrado no espiritismo; a preocupação com o agravamento dos sintomas da neuropatia do filho; a angústia diante da falta de respostas consistentes da medicina para seu caso; os esforços para tentar aliviar o sofrimento do filho; o pessimismo quanto a uma possível melhora de seu estado de saúde. A mágoa com Deus; a incapacidade de entender o porquê de seu filho estar passando por esta situação; o esforço para que ele não perceba sua angústia; sua total disponibilidade a ele. Manifesta compreensão diante de mães que se mantêm indiferentes aos filhos soropositivos, visto que a contaminação poderia ter sido evitada. O sentimento de impotência em não poder ajudá-lo. Lembra-se de um rapaz que não teve coragem de contar para a mãe, posteriormente gravemente adoentada, sobre sua sorologia positiva para o HIV.

Fita 6 – Lado A
Cita o exemplo de outra mãe que responsabiliza o filho pela contaminação. Embora não responsabilize os soropositivos pela contaminação, nem a relacione exclusivamente ao homossexualismo, afirma acreditar que existe uma falta de cuidados com as contaminações. Enfatiza considerar-se uma mãe “homossexualizada”, apontando exemplos que visam comprovar a mudança de atitude diante da homossexualidade do filho. Comenta o desentendimento com um dos integrantes do Grupo Pela Vidda e as repercussões em seu relacionamento com o filho; expõe ao filho as razões que a levaram a romper com o rapaz; o esforço para encerrar os desentendimentos em casa. Encontra no espiritismo a explicação para a sua recorrente proximidade com casos clínicos ligados à neurologia. Responsabiliza este integrante do Grupo Pela Vidda pelos constantes desentendimentos com o filho; o encontro entre os dois, durante um evento promovido pelo Grupo Pela Vidda, na Petrobrás. Narra outro episódio envolvendo o mesmo rapaz, agora, na festa de natal organizada pelo Grupo, quanto ele importunou a médica de seu filho. Ressalta seu descontentamento com a amizade entre os dois. O alívio depois do afastamento entre eles. Crítica ao comportamento promíscuo das pessoas que frequentam o apartamento do rapaz, situado na Zona Sul carioca. A resistência às provocações do filho, que aluga um filme com forte apelo emocional, “A última festa”; detalha a problemática abordada pelo filme.

Fita 6 – Lado B
Dá continuidade a narrativa sobre o filme; enfatiza a beleza do amor entre homossexuais. Longas considerações sobre a origem da homossexualidade de seu filho e sobre o papel dos pais na definição sexual da criança. A atitude mórbida do filho diante da Aids, o deboche em relação à morte. A importância do Grupo Pela Vidda para o filho; cita dois exemplos para ilustrar o trabalho desenvolvido pelo filho no serviço de assessoria jurídica oferecido pelo Grupo. Conta como foi o contato, que ocorreu em momentos diferentes, entre eles e o Grupo Pela Vidda. Fala longamente de suas vivências no Grupo de Mulheres, as experiências de algumas das voluntárias, a forte identificação com duas jovens; críticas à condução das reuniões promovidas pelo Grupo; menciona um desentendimento com uma voluntária, cujo comportamento ela condena; a festa de aniversário organizada por ela. O desejo, logo desestimulado pelo filho, de organizar uma recreação para as crianças que acompanhavam as mães nas reuniões. Ressalta que a origem do desentendimento que gerou o seu afastamento não teve relação direta com o Grupo, mas sim, com um de seus integrantes.

Fita 7 – Lado A
Fala longamente sobre seu tumultuado relacionamento com o integrante do Grupo; dos contínuos desentendimentos entre eles; da disputa com a mãe dele; a crescente antipatia entre os dois; a certeza quanto as intenções nocivas do rapaz e sua influência na deterioração de seu relacionamento com o filho. A veemência em rejeitar qualquer possibilidade de um relacionamento amoroso entre o filho e o rapaz. Reitera a sua completa abertura para aceitar os relacionamentos homossexuais do filho. As responsabilidades inerentes à maternidade; a forte preocupação em proteger os filhos; relembra um episódio em que decidiu trazer a filha para que seu parto fosse feito por um médico de sua confiança aqui no Rio de Janeiro. Volta a ressaltar sua abertura em aceitar a homossexualidade do filho e seus possíveis parceiros. A vergonha inicial do filho em assumir sua homossexualidade; a sua atual procura por um parceiro que apresente uma postura masculina; o sofrimento com suas provocações.

Fita 7 – Lado B
A decisão do filho de usar brinco, a compra de uma aliança. Destaca a postura impassível diante das provocações do filho; cita exemplos. Reitera as qualidades do filho, afirmando compreender seu momento de conflito existencial. Tentativa de finalizar a entrevista; rápidas considerações da pesquisadora sobre o processo de reconstrução da memória; avaliação da depoente sobre sua entrevista; avaliação crítica da eficácia das terapias psicológicas. Ressalta a ausência dos sentimentos de culpa e a certeza do dever cumprido. Faz longa referência ao filme “Sentimentos selvagens”, para discutir o relacionamento com seu filho, ressaltando nunca ter manifestado preferência explícita por ele. O sofrimento causado pela doença do filho; o desejo de manter-se viva para poder acompanhá-lo até sua morte; menções aleatórias às experiências vividas no Grupo.

Arcelino Bitar

Entrevista realizada por Anna Beatriz de Sá Almeida e Laurinda Rosa Maciel no dia 20 de junho de 2002.

João Lima Filho

Entrevista realizada por Anna Beatriz de Sá Almeida e Dilene Raimundo Nascimento no dia 23 de maio de 2002, em Recife (PE).

Maria de Lourdes de Souza Maia

Entrevista realizada por Anna Beatriz de Sá Almeida e Carlos Fidélis da Ponte no dia 08 de maio de 2002, em Brasília (DF).

Roberto Augusto Becker

Entrevista realizada por Dilene Raimundo Nascimento no dia 03 de junho de 2002, em Brasília (DF).

Aluízio Rosa Prata

Entrevista realizada por Nara Azevedo e Simone Kropf nos dias 04 e 05 de julho de 2000.

Cristiane Pacheco

Entrevista realizada por Gleide Guimarães, Fábio de Souza e Michele Soares, no Rio de Janeiro, no dia 04 de maio de 2005.

Isabel Cristina Ferreira Martins

Entrevista realizada por Tânia Fernandes, Fábio de Souza, Gleide Guimarães, Michele Soares e Vagner Lyra, no Rio de Janeiro, entre os dias 31 de agosto e 18 de outubro de 2004.

Josué dos Santos Moreira

Entrevista realizada por Tânia Fernandes, Michele Soares, Fabiana e Fábio de Souza no Rio de Janeiro, no dia 05 de outubro de 2004.

Teodoro Buarque de Holanda

Entrevista realizada por Tania Fernandes, Renato Gama-Rosa e Fábio de Souza, no Rio de Janeiro, no dia 15 de dezembro de 2005.

Vilma dos Santos Pereira

Entrevista realizada por Tania Fernandes, Gleide Guimarães, Michele Soares,
Wagner Lyra Martins e Fábio Souza, no Rio de Janeiro, no dia 16 de março de 2004.

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