A entrevista trata da história de vida da depoente, abordando aspectos como vida familiar, escolha profissional, valorização da carreira de Enfermagem no contexto da Segunda Guerra Mundial, período em que foi enfermeira da FEB na Itália durante a Segunda Guerra, dentre outros temas. Foi gravada na doação de seu arquivo pessoal à Casa de Oswaldo Cruz. Sumário:
0min à 15min:
Identificação da depoente e descrição sobre a infância; narração breve da história militar de seu avô e a descrição da convivência com os primos na casa da avó paterna; informações sobre os irmãos e os pais;
Considerações sobre os colégios em que estudou;
Descrição da casa da avó paterna: estrutura e funcionamento, convivência com os funcionários.
15min à 30min
Continuação da narração da convivência com os funcionários; comentário sobre a vizinhança do Morro da Mangueira;
Sobre o desejo de ser militar; sua entrada na Escola Nacional de Engenharia (escola Politécnica) no curso de Arte Decorativa, paralelamente ao de samaritana, na Cruz Vermelha; menção à motivação para o curso de enfermagem.
Descrição do contexto de sua apresentação voluntária para a guerra e a reação da família;
Citação da atuação das enfermeiras da Ana Néri na guerra;
Descrição do episódio da sua reprovação no exame médico.
30min à 45min
Continuação sobre o último tópico acima descrito e o desfecho do mesmo com a intervenção de seu pai;
Descrição do funcionamento do curso de enfermeiras de emergência da reserva do exercito;
Menção à participação como dama de honra do casamento da princesa D. Maria Francisca.
Sobre a formatura do curso de samaritanas e a “Benção dos Braçais” (formatura do curso de enfermeiras de emergência da reserva do exército);
Citação sobre os regimentos que foram para a guerra: o 6° RI e o Regimento Sampaio;
Sobre a convocação; considerações sobre o uniforme.
45min à 01h
Continuação sobre os uniformes; a adaptação dos uniformes americanos para o uso das enfermeiras brasileiras; menção ao salário (vencimentos);
Descrição da partida para a guerra; listagem das enfermeiras que embarcaram com a Virgínia;
Sobre a base de Parnamirim; a instrução de seu pai sobre como enviar suas correspondências; a construção do seu diário de guerra;
Citação do batismo de fogo em Nápoles;
Considerações sobre a convivência com as colegas no período da viagem, especificamente em Nápoles.
01h à 01h15min
Descrição do batismo de fogo em Nápoles;
Sobre o convívio com as americanas no front;
Descrição da estrutura dos hospitais de campanha e a rotina do trabalho realizado pelas enfermeiras;
Considerações sobre os pacientes: a diferença entre os americanos e os alemães;
01h15min à 01h30min
Continuação das considerações sobre os soldados, especificamente os alemães;
Descrição da estrutura das enfermarias;
Sobre o processo de transferência dos pacientes;
Sobre a operação de apendicite que sofreu enquanto estava no front;
Menção à máquina fotográfica que ganhou em Pistoia;
Sobre a baixa na enfermaria de Hélio Portocarrero, seu primo.
1h30min à 1h45min -Continuação do tópico acima descrito e os cuidados com o seu primo após a operação;
Menção sobre como reagia ao cotidiano da guerra; os cuidados com a beleza que as enfermeiras tinham na guerra, sua relação com os pacientes, especificamente os alemães;
Sobre o término da guerra; o episódio da morte de Mussolini;
A relação com o clima; narração de um episódio no front: a compra de cachimbos por engano;
1h45min à 2h
Detalhes de como procedia quando ocorriam os bombardeios;
Sobre a comemoração do natal no front;
Sobre o transporte da cama móvel nas mudanças dos hospitais;
Citação dos trabalhos de Rubens Braga e Joel Silveira como correspondentes na guerra;
Detalhes sobre o retorno ao Brasil; o desligamento do exercito;
Citação sobre os empregos anteriores e posteriores à ida para a guerra -Sobre a “volta” para o exército: as enfermeiras que foram para a guerra recebem o título de segundo-tenente.
2h à 2h17min
Considerações sobre a política de Getúlio quanto aos que retornaram da guerra;
Menção sobre a volta pra o convívio da família;
Sobre a colega Nair;
A passagem para a reserva do exército como capitão, por tempo de serviço, após ter trabalhado na Policlínica do Exercito;
Citação do seu trabalho com pintura no departamento de Saúde Escolar;
Sobre sua relação com os ex-combatentes no retorno da guerra; informações sobre a participação na Associação dos Veteranos de Guerra e a atuação dessa instituição;
Menção às relações familiares no período em que a entrevista foi realizada;
Entrevista realizada por Cristina Fonseca e Eduardo Marques, em quatro sessões, nos dias 06 (fitas 1 e 2), 09 (fitas 3 e 4), 20 (fitas 5 a 8) e 25 de junho de 1997 (fitas 9 e 10).
O projeto, coordenado por Nísia Trindade, teve como objetivo constituir um acervo de entrevistas de História Oral realizadas por profissionais da Casa de Oswaldo Cruz com atores sociais que participaram da criação e organização da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP) em comemoração de seu cinquentenário (1953/2003). Foram gravados 10 entrevistas, entre 14/11/2003 e 17/06/2004, com personagens importantes na criação e consolidação da ENSP como espaço de formação e atuação na saúde pública brasileira.
Sumário: Fita 1 - Lado A Influência familiar para entrar na Marinha; a vinda para o Rio de Janeiro e a opção pela Medicina; menção a alguns professores ilustres na graduação; referência ao curso do Centro Internacional de Leprologia; a volta para o Rio Grande do Sul para trabalhar no Serviço Anti-Venéreo da Fronteira; a ida para Pernambuco a fim de fazer o censo da hanseníase (lepra) no estado; o curso de saúde pública com Barros Barreto e o convite para ser seu assistente; o cargo de delegado federal de saúde e o trabalho como sanitarista, no Pará; referência ao surte de malária ocorrido no Nordeste, em 1937; alusão a origem do Serviço Especial de Saúde Pública; referência aos operários que trabalharam na extração da borracha na Amazônia; a 'nacionalização' do SESP e a criação de escolas de Enfermagem. Fita 1 - Lado B: O curso de Saúde Pública na Universidade de Columbia; seu trabalho no SESP e o caráter social das atividades do órgão; a criação do Ministério da Saúde e seu cargo de diretor-geral do DNS; a desarticulação do Ministério da Saúde com o suicídio de Getúlio Vargas; referência a sua saída do Ministério da Saúde; ida para a CAPES e o trabalho conjunto com a Fundação Rockefeller na formação de profissionais de saúde; referência a criação de novas escolas de medicina; sua dedicação aos programas de formação de pessoal para a área médica; menção à criação da ENSP; referência a Muniz Aragão e a criação do laboratório de drogas e medicamentos; seu lugar de diretor executivo da Federação Pan-Americana de Associações de Faculdades de Medicina; a ida para Genebra trabalhar como diretor da Divisão de Educação e Treinamento da OMS; a volta ao Brasil para dirigir a ENSP; sobre suas atividades atuais na Universidade, na Fundação Getúlio Vargas.
Fita 2 - Lado A: A respeito da participação em debates sobre questões ligadas à saúde; sobre a criação dos departamentos de medicina preventiva; referência ao papel da saúde pública nas escolas de medicina; sua opinião sobre as escolas de saúde pública; comentário sobre a política de saúde no tempo de Juscelino Kubitschek e situação atual; sobre sua participação em debate na Escola Superior de Guerra (ESG), sobre planejamento familiar; referência ao trabalho de saúde pública nos centros urbanos; o convite de Carlos Lacerda para ser Secretário de Saúde na Guanabara. Fita 2 - Lado B: Sobre a atuação do Ministério da Saúde ao longo dos anos e o papel das campanhas de saúde no passado; referência ao Almirante Gerson Ortiz e suas preocupações com a Previdência Social; a necessidade de entrosamento das ações de saúde da Previdência Social com os estados; sobre a escolha de ministros para a pasta de Saúde e a referência a alguns ex-ministros; menção a indicação de seu nome para o Ministério da Saúde no governo João Goulart; a elaboração do plano de saúde do estado e o convite para ser Secretário de Saúde do Estado; referência ao SESP e sua ligação com a Fundação Rockefeller.
Entrevista realizada em cinco sessões por Maria Cristina Fonseca e Verônica Brito, nos dias 27 (fitas 1 e 2, lado A) e 29 de abril (fitas 3 e 4, lado A), 07 (fitas 5 e 6) e 12 de maio (fitas 7 e 8) e 17 de junho de 2004 (fitas 9 e 10, lado A).
Conjunto de fitas cassete contendo gravações de leituras de trechos do diário, canções, hinos etc. Destacam-se as canções e marchas dos soldados brasileiros, o hino das enfermeiras do Exército e os hinos brasileiros da Independência, à Bandeira e da Proclamação da República. Os registros decorrem do trabalho da produtora do arquivo na constituição de memórias sobre os acontecimentos no teatro de operações durante a participação brasileira na Segunda Guerra Mundial.