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registro de autoridade

Renato Ferraz Kehl

  • Pessoa
  • 1889-1974

Nasceu em 22 de agosto de 1889, em Limeira (SP), filho de Joaquim Maynert Kehl e Rita de Cássia Ferraz Kehl. Formou-se aos vinte anos pela Escola de Farmácia de São Paulo e, posteriormente, em 1915, doutorou-se em medicina na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Exerceu a clínica em São Paulo durante alguns anos. Interessou-se pelos princípios da eugenia e fundou em 1918 a Sociedade Eugênica de São Paulo, com 140 médicos. Lutando pela difusão e implantação das ideias eugênicas, realizou conferências no Brasil, publicou cerca de trinta livros e inúmeros artigos em jornais. Durante alguns anos exerceu o cargo de inspetor sanitário rural do Departamento Nacional de Saúde Pública (DNSP), no qual organizou o Serviço de Educação Sanitária ligado à Inspetoria da Lepra e das Doenças Venéreas, tendo sido também o criador do Museu de Higiene, apresentado por esse serviço nas Comemorações do Centenário da Independência, em 1922. No museu realizou uma exposição da campanha educativa e sanitária que deveria ser instalada no país, na qual incluiu objetos e fotografias que mostravam as habitações típicas das áreas rurais infestadas de insetos transmissores de doenças. No Departamento de Saneamento e Profilaxia Rural do DNSP trabalhou entre 1919 e 1922 como inspetor sanitário rural e chefe do posto de Meriti (RJ), e depois passou para o Serviço de Educação e Propaganda Sanitária, de 1923 a 1924. Tendo se exonerado do cargo de inspetor sanitário do DNSP, ingressou na empresa Bayer, a princípio como farmacêutico e depois como diretor. Nessa companhia dirigiu durante muitos anos os periódicos Os Farmacêuticos Brasileiros e Revista Terapêutica, que circulavam largamente entre os médicos de todo o país. Em 1933 ingressou na Academia Nacional de Medicina. Entre seus livros destacam-se Eugenia e medicina social, O médico do lar, Aparas eugênicas, A cura da fealdade, Lições de eugenia, Bíblia da saúde e Pais, médicos e mestres. Morreu em 14 de agosto de 1974, no Rio de Janeiro.

Reinout Ferdinand Alexander Altman

  • Pessoa
  • 1909-1993

Nasceu em 8 de março de 1909, na cidade de Semarang, Indonésia, filho de Gerrit Frederick Altman e Helena Olga Grunewald. Entre janeiro de 1953 e julho de 1955 trabalhou no Instituto Agrônomo do Norte, subordinado ao Ministério da Agricultura, de onde saiu para atuar no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, da Presidência da República, de agosto de 1955 a março de 1960. A partir de agosto de 1960 foi cedido ao Instituto Oswaldo Cruz (IOC) na condição de pesquisador. Nessa instituição permaneceu até julho de 1961, quando passou a exercer o mesmo cargo no Serviço Nacional de Câncer. Ainda em 1960 naturalizou-se brasileiro. De volta ao IOC foi pesquisador em biologia (1975) e pesquisador titular (1978), com lotação no Departamento de Química e Terapêutica Experimental e, posteriormente, no Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular. Em 1991 foi aposentado compulsoriamente. Morreu em 24 de setembro de 1993, no Rio de Janeiro.

Raymundo de Moura Britto

  • Pessoa
  • 1909-1988

Nasceu no dia 20 de julho de 1909, em Natal (RN), filho de Francisco Xavier Pereira de Britto e Áurea de Moura Britto. Graduou-se pela Faculdade de Medicina da Universidade do Rio de Janeiro em 1934. Iniciou sua trajetória profissional como cirurgião do Hospital da Cruz Vermelha Brasileira, onde permaneceu de 1934 a 1953. Durante o mesmo período atuou em outras unidades hospitalares, como a Policlínica Geral do Rio de Janeiro, Beneficência Portuguesa, Policlínica dos Pescadores do Ministério da Agricultura e Hospital dos Servidores do Estado (HSE). Foi também professor de Técnica Operatória e Cirurgia Experimental da Faculdade Nacional de Medicina, assistente da Clínica Cirúrgica Infantil e Ortopédica da Faculdade Fluminense de Medicina e examinador do Departamento Administrativo do Serviço Público. Em 1937 casou-se com Inês Félix Pacheco Brito, com quem teve seis filhos. Em 1947, por nomeação do presidente Eurico Gaspar Dutra, assumiu a direção do HSE. No ano seguinte representou a instituição no XIX Congresso Anual da Associação Argentina de Cirurgia e em 1949 foi indicado pelo governo federal para estudar organizações hospitalares americanas. Em 1950 participou do III Curso Internacional de Organização e Administração de Hospitais, promovido pela Repartição Sanitária Pan-Americana, e foi designado para dirigir a Associação Interamericana de Hospitais, com mandato de quatro anos. Ao afastar-se da direção do HSE, em 1951, atuou por um ano como professor do Curso de Organização e Administração de Hospitais do Departamento Nacional de Saúde. Ainda em 1952 integrou a comitiva que acompanhou o vice-presidente da República João Café Filho, de quem era médico, em viagem para a cerimônia de posse do presidente do Chile, Carlos Ibáñez del Campo. Com a morte de Getúlio Vargas e a investidura de Café Filho na Presidência da República em 1954, foi nomeado diretor do Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores do Estado, que comandou até 1955. Como médico e aliado de Café Filho, participou da crise política que culminou, em 1955, no impedimento do presidente da República e na posse do vice-presidente do Senado Nereu Ramos como chefe da nação. Entre 1961 e 1962 dirigiu mais uma vez o HSE. Nas eleições gerais de 1962 conquistou uma cadeira de deputado na Assembleia Legislativa do recém-criado estado da Guanabara, pela legenda da União Democrática Nacional. Tão logo empossado, afastou-se para assumir a Secretaria de Saúde do estado, a convite do governador Carlos Lacerda, cargo que exerceu de 1962 até o golpe civil-militar de 1964, quando assumiu o Ministério da Saúde no governo de Humberto Castelo Branco. Ao deixar a pasta ministerial, em 1967, dedicou-se à iniciativa privada no Rio de Janeiro. Integrou a Sociedade de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro, a Academia Nacional de Medicina, a Sociedade Argentina de Cirurgia, a Associação Interamericana de Hospitais, o Colégio Brasileiro de Cirurgiões, que presidiu de 1959 a 1961, entre outras entidades científicas e profissionais no Brasil e exterior. Morreu em 6 de janeiro de 1988, no Rio de Janeiro.

Oracy Nogueira

  • Pessoa
  • 1917-1996

Nasceu em 17 de novembro de 1917, em Cunha (SP), filho de Alcides Nogueira e Isolina da Silva Moreira Nogueira. Aos 14 anos participou como voluntário da Revolução Constitucionalista de 1932. Um ano depois iniciou sua vida profissional como repórter e redator do Correio de Botucatu e filiou-se ao Partido Comunista Brasileiro, ao qual permaneceu vinculado até a década de 1960. De 1936 a 1937 realizou tratamento contra a tuberculose em São José dos Campos. Em 1940 ingressou na Escola Livre de Sociologia e Política (ELSP) de São Paulo. Na instituição tornou-se estudante-bolsista de Donald Pierson e foi aluno de Radcliffe-Brown, Herbert Baldus, Sérgio Milliet, Emílio Willems, entre outros. Em 1942 concluiu o bacharelado e três anos depois o mestrado na mesma instituição, cuja dissertação foi publicada em 1950 com o título Vozes de Campos do Jordão: experiências sociais e psíquicas do tuberculoso pulmonar no estado de São Paulo. Em 1945 obteve uma bolsa do Institute of International Education e seguiu para os Estados Unidos para doutoramento na Universidade de Chicago. Lá permaneceu até 1947 sob a orientação de Everett Hughes. Retornou ao Brasil para confecção da tese que não chegou a ser defendida. Em 1952, em pleno período do macartismo, seu visto para retorno aos Estados Unidos foi negado. Na ELSP atuou no curso de graduação desde 1943 e, a partir de 1947, no de pós-graduação. Entre 1948 e 1958 integrou a direção da revista Sociologia. Nesse período realizou extensa investigação sobre relações raciais, da qual resultaram "Atitude desfavorável de alguns anunciantes de São Paulo em relação aos empregados de cor" (1942), "Relações raciais no município de Itapetininga" (1955) e "Preconceito racial de marca e preconceito racial de origem" (1955). Em 1952 passou a lecionar na Faculdade de Ciências Econômicas e Administrativas (FCEA) da Universidade de São Paulo (USP), onde, em 1968, integrou o quadro de professores de sociologia. Em 1955 foi efetivado como técnico do Instituto de Administração da USP, do qual se tornou chefe do Setor de Pesquisas Sociais. De 1957 a 1961, a convite de Darcy Ribeiro, seu ex-aluno na ELSP, atuou como pesquisador do Centro Brasileiro de Pesquisas Educacionais no Rio de Janeiro. Em 1961 desligou-se formalmente da ELSP, retornando ao Instituto de Administração. Em 1962 publicou Família e comunidade: um estudo sociológico de Itapetininga. No ano de 1967 defendeu na Faculdade Municipal de Ciências Econômicas e Administrativas de Osasco a tese de livre docência, intitulada Contribuição ao estudo das profissões de nível universitário no estado de São Paulo. Transferiu-se em 1970 para o Departamento de Ciências Sociais da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, e oito anos depois, por meio de concurso para professor titular de sociologia, retornou à Faculdade de Economia e Administração, nova denominação da FCEA. Aposentou-se em 1983, mas permaneceu desenvolvendo estudos sobre racismo, como Tanto preto quanto branco: estudos de relações raciais (1985) e Negro político, político negro: a vida do doutor Alfredo Casemiro da Rocha, parlamentar da "República Velha" (1992). Morreu em 16 de fevereiro de 1996, em Cunha (SP).

Paulo de Góes

  • Pessoa
  • 1913-1988

Nasceu em 14 de julho de 1913, no Rio de Janeiro, filho de Gil de Góes e Ângela Alípio de Góes. Em 1936 graduou-se pela Faculdade de Medicina da Universidade do Rio de Janeiro. Durante o curso médico trabalhou como auxiliar-técnico de microbiologia e depois como assistente de biologia na mesma faculdade, instituição à qual dedicou a maior parte de sua carreira acadêmica. A partir de 1937 teve início sua atuação como professor de biologia geral, higiene e história natural. Lecionou na Universidade do Brasil, como auxiliar de história natural do Curso Complementar de Medicina em 1937, no curso de patologia geral da Faculdade Nacional de Medicina em 1938 e no curso de microbiologia da Escola de Enfermagem Anna Nery em 1939. Foi também chefe do Laboratório de Patologia Geral da Faculdade Nacional de Medicina, em 1938, do Laboratório de Clínica Propedêutica Médica da Faculdade de Ciências Médicas, e, no ano seguinte, do laboratório do Hospício Nossa Senhora da Saúde (Hospital da Gamboa). Em 1944 doutorou-se em medicina e obteve o título de livre-docente de microbiologia pela Universidade do Brasil, da qual tornou-se professor catedrático em 1945. Passou a professor catedrático interino da Faculdade Nacional de Farmácia e chefe do Departamento de Biologia e Higiene da mesma faculdade em 1946. Nesse mesmo ano lecionou na cadeira de alergia e imunidade da Escola Nacional de Tisiologia. Em 1951 criou o Curso de Especialização em Microbiologia, com duração de um ano, em período integral, que se tornou uma referência nacional. Em 1955, antecipando-se à reforma universitária, reuniu as cátedras de microbiologia das faculdades de Farmácia e de Medicina, fundando o Instituto de Microbiologia, que recebeu seu nome em 1995, entidade pioneira na história da microbiologia no Brasil. Entre 1967 e 1968 exerceu o cargo de adido científico junto à Embaixada do Brasil em Washington, Estados Unidos. Ainda nesse período requereu e obteve sua aposentadoria como professor catedrático da Faculdade de Odontologia e Farmácia da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Ao retornar ao Brasil, ocupou de 1969 a 1971 a Sub-Reitoria de Pesquisa e Graduação dessa universidade, na qual desenvolveu trabalho sobre o êxodo de cientistas brasileiros para o exterior, intitulado Brain Drain. Entre os diversos títulos e homenagens recebidos, destaca-se a comenda da Ordem do Rio Branco, concedida em 1968. Morreu em 13 de novembro de 1982, no Rio de Janeiro.

Phócion Serpa

  • Pessoa
  • 1892-1967

Nasceu em 7 de agosto de 1892, em Campos dos Goytacazes (RJ), filho de Joaquim Francisco Pereira Vasconcellos Serpa e Agripina Paraíso Serpa. Ingressou em 1913 na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, onde se graduou em 1919, com a tese de doutoramento A educação física e moral na puberdade masculina. Ingressou como telegrafista da Repartição Geral dos Telégrafos em 1913, onde permaneceu até 1919. Em 1917 foi nomeado estudante assistente do Serviço de Clínica Médica pelo Instituto de Proteção e Assistência à Infância. Ainda em 1919 foi nomeado médico auxiliar do Serviço de Profilaxia Rural do Distrito Federal, em que passou no ano seguinte a subinspetor sanitário e chefiou os postos da Ilha do Governador e de Pilares. Com a criação do Departamento Nacional de Saúde Pública (DNSP) foi promovido, por Carlos Chagas, em 1921, a inspetor sanitário rural. Dois anos depois, ocupou o cargo de chefe de serviço da Diretoria de Saneamento e Profilaxia Rural, nesse mesmo Departamento. Após a Revolução de 1930, assumiu a Secretaria Geral do DNSP e, no ano seguinte, o cargo de chefe de gabinete do ministro interino da Educação e Saúde Pública, Belisário Penna, sem, no entanto, deixar as funções que exercia. Em 1938, durante o Estado Novo, assumiu o cargo de secretário do Conselho Nacional de Serviço Social e do Conselho Nacional de Cultura, por designação de Gustavo Capanema, ministro da Educação e Saúde. Como escritor produziu tanto obras literárias – romances, poemas e ensaios, tendo recebido o prêmio Menção Honrosa de Romance em 1930 da Academia Brasileira de Letras – quanto biografias e artigos, com destaque para as biografias de Oswaldo G. Cruz e uma inacabada e inédita de Belisário Penna. Morreu em 28 de janeiro de 1967, no Rio de Janeiro.

Paulo Ernani Gadelha Vieira

  • Pessoa
  • 1951-

Nasceu em 22 de julho de 1951, em Fortaleza (CE), filho de Mário Câmara Vieira e Yvone Gadelha Vieira. Em 1976 graduou-se em medicina pela Faculdade de Ciências Médicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), na qual se especializou em psiquiatria no Hospital de Clínicas – residência médica (1977-1978) e em medicina do trabalho (1981). Entre 1977 e 1978 foi presidente da Associação dos Médicos Residentes do Estado do Rio de Janeiro, função igualmente exercida na Associação Nacional dos Médicos Residentes de 1978 a 1979. Ainda na UERJ, no ano de 1983, obteve o título de mestre pelo Instituto de Medicina Social, apresentando a dissertação Assistência médica no Rio de Janeiro – 1920-1937: reformas institucionais e transformações da prática médica. Em 1991 completou sua formação acadêmica ao ingressar no doutorado da Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz, onde, em 1995, defendeu a tese intitulada História de doenças: ponto de encontros e de dispersões. Na década de 1980, foi professor da UERJ, do Instituto Brasileiro de Administração Municipal, do Museu Histórico Nacional, da Universidade Santa Úrsula e da Universidade Cândido Mendes. Nesse período também integrou e coordenou projetos e programas de pesquisas, como “Contribuição à história da assistência médica no Rio de Janeiro, 1930-1967” (1982), “Memória do trabalho industrial no Rio de Janeiro, 1900-1950 (1982-1984), “Memória da saúde pública e da assistência médica no Rio de Janeiro: um sistema de recuperação e classificação de informações históricas” (1983) e o “Programa Nacional de Preservação da Documentação Histórica – Pró-Documento” (1984-1985). De 1983 a 1984 participou da criação do Departamento de Fisiologia da UERJ. A partir de 1985 iniciou sua atuação na gestão institucional da Fiocruz, quando participou da elaboração e coordenação do projeto de criação da Casa Oswaldo Cruz (COC), unidade técnico-científica dedicada à preservação da memória institucional e às atividades de pesquisa, ensino, documentação e divulgação da história da saúde pública e das ciências biomédicas no Brasil. Como diretor da COC, entre 1987 e 1997, liderou diversos projetos relacionados às suas múltiplas áreas de atuação, como “Organização e ampliação da documentação iconográfica do Museu da Casa de Oswaldo Cruz” (1986-1988), “Constituição do acervo de depoimentos orais sobre a história de Manguinhos e da saúde pública no Brasil” (1986-1988) e “História da assistência médica na previdência social no Brasil” (1986-1991). De 1995 a 2000 foi responsável pela coordenação geral do Museu da Vida. Além disso, exerceu na Fiocruz as funções de secretário-geral, coordenador das plenárias (1988-2007) e presidente (2010-2012) dos Congressos Internos, coordenador-geral das comemorações de seu centenário de criação (1998-2000), vice-presidente de Desenvolvimento Institucional, Informação e Comunicação (2001-2004), vice-presidente de Desenvolvimento Institucional e Gestão do Trabalho (2005-2008) e presidente (2009-2016). Atualmente coordena a Estratégia Fiocruz para a Agenda 2030 (2017-). Ainda na década de 2000 exerceu a presidência da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (2005-2006). Recebeu diversas honrarias, como comendador da Ordem do Rio Branco (2009), grã-cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico (2010) e professor honorário da Universidade Andina Simon Bolívar, do Equador (2011).

Paulo Estevão de Berrêdo Carneiro

  • Pessoa
  • 1901-1982

Nasceu em 4 de outubro de 1901, no Rio de Janeiro, filho de Mario Barbosa Carneiro e Maria Theodora de Berrêdo Carneiro. Em 1919 ingressou na Escola Politécnica do Rio de Janeiro, onde em 1923 formou-se no curso de química industrial. Como docente atuou no Instituto de Educação do Distrito Federal (1922-1932), na Escola Politécnica do Rio de Janeiro (1923-1927) e na Faculdade de Medicina da Universidade do Rio de Janeiro (1932-1934). Em 1927 casou-se com Corina de Lima e Silva, tendo dois filhos: Beatriz Clotilde e Mário Augusto. Em 1931 obteve o grau de doutor em ciências pela Universidade de Paris ao apresentar a tese Le guarana et Paullinia cupana H. B. & K.: contribution à l'étude des plantes à caféine. De 1932 a 1934 trabalhou como chefe da Seção de Pesquisas Agrícolas e Industriais do Instituto de Óleos do Ministério da Agricultura, e entre 1933 e 1935 foi auxiliar técnico do gabinete do ministro da Agricultura Juarez Távora. Nesse período também exerceu os cargos de secretário de Agricultura, Indústria e Comércio de Pernambuco e de diretor do Departamento de Matérias Primas Vegetais e Animais do Instituto Nacional de Tecnologia, do qual foi chefe do Laboratório de Química e Vegetal. Entre 1938 e 1944 foi assistente técnico do Escritório de Propaganda e Expansão Comercial do Brasil na França e seu vice-diretor nos dois anos seguintes. Ainda em 1944 passou a assistente técnico do gabinete de Alexandre Marcondes Filho, ministro do Trabalho, Indústria e Comércio. Em 1939 realizou o inventário completo dos arquivos de Auguste Comte e contribuiu para a difusão das ideias positivistas no Brasil com a criação da Associação Internacional Casa de Auguste Comte, que dirigiu de 1954 a 1980. No panorama internacional, foi delegado adjunto do Brasil em 1946 na Conferência das Nações Unidas. Ainda nesse ano participou da comissão preparatória da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), quando propôs a criação do Instituto Internacional da Hiléia Amazônica, que se destinaria a atividades de cooperação científica entre o Brasil e demais países. Na UNESCO teve destacada atuação como representante brasileiro (1946-1958), embaixador, chefe da delegação permanente do Brasil (1958-1966), delegado nas Conferências Gerais (1946-1964 e 1968-1978) e membro do Conselho Executivo (1946-1982). Em 1950 assumiu a presidência da Comissão Internacional para a Organização da História Científica e Cultural da Humanidade. Entre 1950 e 1980 foi vice-presidente do Centro Internacional de Crianças. Em 1955 criou em Paris a Casa do Brasil. De 1961 a 1980 presidiu o Comitê Executivo da Campanha Internacional para Salvar os Monumentos da Núbia, no Egito. Integrou a Associação Brasileira de Educação (1924), a Union Rationaliste (1938), a Academia Brasileira de Ciências (1939), a Sociedade de Beneficência Brasileira (1940), o Conselho do Institute Internacionale Philosophie Politique (1953), a Associação Montessori Internacional (1956), o Conselho Indiano de Relações Culturais (1965), o Conselho Deliberativo do Museu de Arte Moderna (1967), a Academia Brasileira de Letras (1971), entre outras. Morreu em 17 de fevereiro de 1982, no Rio de Janeiro.

Instituto Oswaldo Cruz (IOC)

  • Entidade coletiva
  • 1900-

Em 1900 foi criado no bairro de Manguinhos, subúrbio da cidade do Rio de Janeiro, o Instituto Soroterápico Federal sob o comando do barão de Pedro Affonso. Seu objetivo imediato foi a produção de soros e vacinas contra a peste bubônica que, tendo atingido o porto de Santos em 1899, ameaçava a capital federal. A partir de 1902, já sob a direção de Oswaldo Cruz, o Instituto Soroterápico transformou-se também em uma instituição destinada à pesquisa científica. Em 1906 criou uma filial em Belo Horizonte e no ano seguinte teve o nome alterado para Instituto de Patologia Experimental de Manguinhos. Em 1908 este passou a denominar-se Instituto Oswaldo Cruz, em homenagem ao sucesso obtido por seu diretor nas campanhas de combate à febre amarela, à peste bubônica e à varíola, no Rio de Janeiro, e na Exposição de Higiene que integrava o XIV Congresso Internacional de Higiene e Demografia, realizado em Berlim, Alemanha, em 1907. Nessa oportunidade o IOC teve aprovado o seu primeiro regulamento, que manteve as atividades de pesquisa e ensino em andamento. De 1910 a 1920 seus profissionais realizaram expedições científicas ao interior do Brasil para proceder à profilaxia e ao estudo das zonas flageladas por doenças ainda pouco estudadas. Em 1909 Carlos Chagas protagonizou um dos feitos mais importantes de Manguinhos: a descoberta do ciclo biológico da tripanossomíase americana, doença que posteriormente levou seu nome. Em 1912, em virtude da repercussão dessa descoberta, o IOC deu início à construção de um hospital, que seria inaugurado em 1918 com o nome de Hospital Oswaldo Cruz. Tinha por finalidade receber doentes vindos do interior, sobretudo das áreas mais afetadas pela doença, para tratamento e estudos. Vitoriosa a revolução de outubro de 1930, o IOC, até então vinculado à pasta da Justiça e Negócios Interiores, foi transferido para o recém-criado Ministério da Educação e Saúde Pública, subordinando-se ao Departamento Nacional de Medicina Experimental (DNME). Essa situação perdurou até 1932, quando foi extinto o DNME e suas atribuições incorporadas ao IOC, que passou a ser regido por um novo regulamento, que manteve as seções científicas já instituídas. Em 1937 ficou subordinado ao Departamento Nacional de Saúde (DNS), após um curto período de vinculação ao Departamento Nacional de Educação. Suas atribuições concentraram-se sobre aquelas relativas à saúde humana, e a renda proveniente de serviços e da comercialização de imunizantes foi integrada à receita geral da União. Em janeiro de 1946 foi incorporado à Universidade do Brasil, e assim permaneceu até março do mesmo ano, quando foi desligado da universidade e vinculado diretamente ao ministro da Educação e Saúde. Ao longo da década de 1940 houve um incremento na produção de soros e vacinas destinadas ao atendimento das demandas das autoridades sanitárias e à formação de estoques estratégicos. Quando, em 1953, foi criado o Ministério da Saúde, o IOC ficou a ele subordinado. Em 1970 passou a integrar, como um de seus órgãos centrais, a Fundação Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz), que em 1974 foi denominada Fundação Oswaldo Cruz, com a manutenção da mesma sigla. A nova estrutura do IOC, composta por departamentos em suas áreas finalísticas, permaneceu inalterada até 1976, data em que as atividades de pesquisa foram orientadas pelos programas de doença de Chagas, esquistossomose, lepra, virologia, enterobactérias e pesquisa clínica. Em 1980 o IOC foi estruturado novamente em departamentos, cuja existência se verificou até 2007, quando foram substituídos por laboratórios, que desenvolvem atividades de pesquisa básica e aplicada, de desenvolvimento tecnológico, de ensino, de serviços de referência e de manutenção de coleções científicas.

Oswaldo Gonçalves Cruz

  • Pessoa
  • 1872-1917

Nasceu em 5 de agosto de 1872, em São Luiz do Paraitinga (SP), filho de Bento Gonçalves Cruz e Amália Bulhões Cruz. Em 1889 ingressou na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, onde se formou em 1892, apresentando a tese de doutoramento A vehiculação microbiana pelas águas. No ano seguinte instalou em sua residência um pequeno laboratório de microbiologia. Nesse período, assumiu tanto a clínica que pertencera a seu pai como o ambulatório em que ele cuidava dos funcionários da Fábrica de Tecidos Corcovado. Em 1894, a convite de Egydio Salles Guerra, trabalhou na Policlínica Geral do Rio de Janeiro como responsável pela montagem e chefia do laboratório de análises clínicas que apoiava o Serviço de Moléstias Internas. No mesmo ano, auxiliou o Instituto Sanitário Federal, chefiado por Francisco Fajardo, a diagnosticar o cólera como a epidemia reinante no vale do Paraíba. Em 1897 foi para Paris, onde estudou microbiologia, soroterapia e imunologia no Instituto Pasteur e medicina legal no Instituto de Toxicologia. Retornou em 1899, reassumiu seu cargo na Policlínica e foi convidado para fazer parte da comissão chefiada por Eduardo Chapot-Prévost a fim de verificar a mortandade de ratos responsável pelo surto de peste bubônica em Santos. De volta ao Rio de Janeiro, foi convidado a ocupar a direção técnica do Instituto Soroterápico Federal que estava sendo construído na Fazenda Manguinhos, comandado pelo barão de Pedro Affonso, proprietário do Instituto Vacínico Municipal, e cujo funcionamento se iniciou em 1900. Em 1902, após divergências internas que provocaram a exoneração do barão, passou a dirigir sozinho a instituição. No ano seguinte, assumiu o comando da Diretoria Geral de Saúde Pública (DGSP) com o desafio de empreender uma campanha sanitária para combater as principais doenças que grassavam na capital federal: febre amarela, peste bubônica e varíola. Os métodos utilizados em relação às epidemias de febre amarela e peste bubônica abarcaram desde o isolamento dos doentes, a notificação compulsória dos casos positivos, a captura de mosquitos e ratos, até a desinfecção das moradias situadas em zonas de focos. Em 1904, após a aprovação da lei da vacinação antivariólica obrigatória, ocorreu uma revolta popular, seguida da tentativa de golpe por parte dos militares – episódio denominado de Revolta da Vacina. Durou uma semana e foi sufocada com saldo de mortos, feridos e presos, o que levou à revogação da obrigatoriedade. Entre 1905 e 1906 realizou, pela DGSP, uma expedição a trinta portos marítimos e fluviais de Norte a Sul do país com o objetivo de estabelecer um código sanitário de acordo com os preceitos internacionais. Em 1907 recebeu a medalha de ouro em nome da seção brasileira presente no XIV Congresso Internacional de Higiene e Demografia de Berlim. Terminado o evento, foi a Paris, com o objetivo de estreitar laços científicos com o Instituto Pasteur, e em seguida a Nova York, onde conheceu o Instituto de Pesquisas Médicas. Nesse período, cumprindo missão delegada pelo governo brasileiro, reuniu-se com o presidente Theodore Roosevelt para lhe garantir que a esquadra norte-americana poderia desembarcar na capital federal sem temer a febre amarela. Encontrava-se ainda no exterior quando, em 1907, o presidente Afonso Pena transformou o Instituto Soroterápico Federal em Instituto de Patologia Experimental de Manguinhos. Em sua volta ao país, no início de 1908, foi recepcionado como herói nacional, e não mais criticado por sua conduta à frente das campanhas sanitárias. Ainda em 1908 o instituto foi denominado Instituto Oswaldo Cruz (IOC). Em 1909 solicitou sua exoneração da DGSP e optou pela direção do IOC. Em Manguinhos realizou o levantamento das condições sanitárias do interior do país por meio de expedições científicas promovidas pelo IOC, tais como, em 1910, os combates à malária durante a construção da Ferrovia Madeira-Mamoré, para onde viajou em companhia de Belisário Penna, e à febre amarela, a convite do governo do Pará. Em 1913 ingressou na Academia Brasileira de Letras, e um ano depois foi agraciado com o título de oficial da Ordem Nacional da Legião de Honra da França. Após deixar o comando do IOC no início de 1916, em consequência do agravamento de sua doença renal, foi residir em Petrópolis (RJ), onde ocupou o cargo de prefeito por nomeação de Nilo Peçanha, presidente do estado do Rio de Janeiro. Morreu em 11 de fevereiro de 1917, em Petrópolis.

José Arthur Alves da Cruz Rios

  • Pessoa
  • 1921-2017

Nasceu em 24 de maio de 1921, no Rio de Janeiro (RJ), filho de José Alves da Cruz Rios e Umbelina de Castro. Casou-se em 1943 com Regina Alves de Figueiredo, filha de Jackson de Figueiredo, fundador do Centro Dom Vital e destacada liderança da intelectualidade católica leiga. Formou-se bacharel em Direito pela Faculdade de Direito de Niterói (1939-1943) e iniciou o curso de Ciências Sociais na Faculdade Nacional de Filosofia (FNFi) (1939-1941), no entanto, não o concluiu. Durante seus estudos na FNFi, entrou em contato com a Sociologia Empírica norte-americana e, por intermédio de Regina Figueiredo, passou a integrar o grupo de católicos que realizava conferências e debates no Centro Dom Vital. Entre 1946 e 1947, a convite do sociólogo rural Thomas Lynn Smith e através de uma bolsa de estudos, formou-se mestre em Sociologia Rural na Universidade do Estado de Louisiana, nos Estados Unidos. De 1951 a 1953 coordenou a Campanha Nacional de Educação Rural. Chefiou, entre 1954 e 1962, a Seção de Pesquisas Sociais da Divisão de Educação Sanitária no Serviço Especial de Saúde Pública. Ocupou o cargo de assessor legislativo no Senado Federal (1957-1974). Dirigiu o escritório da Sociedade de Análises Gráficas e Mecanográficas Aplicadas aos Complexos Sociais (SAGMACS), no Rio de Janeiro (1956-1959). Na direção da SAGMACS e orientado pelo padre Louis-Joseph Lebret, desenvolveu um estudo encomendado pelo jornal O Estado de São Paulo, publicado em 1960 sob o título Aspectos humanos da favela carioca. No governo de Carlos Lacerda, coordenou os Serviços Sociais do Estado da Guanabara (1960-1961). Fundou e dirigiu os escritórios Sociedade de Pesquisas e Planejamento (1960-1972) e Instituto de Estudos para Desenvolvimento Social e Econômico (1963-1970), pelos quais desenvolveu variadas consultorias e cursos de formação profissional e assistência técnica para instituições públicas e privadas. Entre as décadas de 1970 e 1990 atuou em agências internacionais voltadas para o campo da Defesa Social e da Criminologia, como a Organização das Nações Unidas, o Instituto Latino-Americano das Nações Unidas para a Prevenção do Crime e Tratamento de Delinquentes e o Instituto Inter-Regional de Pesquisas sobre Crime e Justiça das Nações Unidas. Ainda nesse período e no âmbito da criminologia, integrou conselhos e grupos de trabalho do Ministério da Justiça. Produziu artigos, ensaios, livros, estudos, pesquisas e consultorias sobre, entre outros temas, sociologia urbana e sociologia rural, habitação, educação rural, desenvolvimento, sociologia religiosa, penitencialismo, favelas, artesanato, violência, criminalidade urbana, vitimologia, suicídio em jovens, reforma agrária, literatura, imigração e colonização. Foi membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, da Confederação Nacional do Comércio, do Pen Clube e do Centro Dom Vital, entre outras instituições. Durante sua trajetória profissional, desenvolveu atividades técnicas e compôs diversos comitês, comissões, conselhos e associações. Ministrou cursos avulsos e aulas em universidades brasileiras e norte-americanas. Incorporado como docente à academia, foi professor na Universidade Federal do Rio de Janeiro (1979-1991), na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (1969-1976) e na Universidade Santa Úrsula (2000-2002). Proferiu inúmeros seminários, palestras e conferências para instituições públicas e privadas. Morreu em 16 de setembro de 2017, no Rio de Janeiro.

Henrique de Oliveira Rodrigues

  • Pessoa
  • 1937-

Nasceu em 1° de março de 1937, no Rio de Janeiro, filho de Henrique Rodrigues y Rodrigues e Helena Maria de Oliveira. Em 1961 graduou-se como farmacêutico químico pela Faculdade Nacional de Farmácia da Universidade do Brasil. Além disso, frequentou o Curso de Aplicação do IOC entre 1964 e 1965 e obteve os títulos de licenciado em história natural pela Universidade do Estado da Guanabara, em 1970, e de mestre em ciências biológicas (zoologia) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, em 1981. Sua trajetória científico-acadêmica esteve ligada aos estudos de helmintos parasitos de vertebrados desenvolvidos no IOC, onde atuou como bolsista de Lauro Travassos e J. F. Teixeira de Freitas (1959-1962), biologista (1962), pesquisador (1969) e curador da Coleção Helmintológica (1977-1981). Ainda no IOC foi chefe da Seção de Helmintologia da Divisão de Zoologia e do Laboratório de Helmintologia do Departamento de Zoologia Médica (1968-1974). Em 1970, na cidade de Lisboa, realizou estágios no Laboratório de Entomologia e Helmintologia da Escola Nacional de Saúde Pública e de Medicina Tropical e no Laboratório dos Serviços Veterinários dos Portos de Pesca. Foi membro da Sociedade de Biologia do Rio de Janeiro, da Associação de Biologia do Rio de Janeiro, da Sociedade dos Amigos do Museu Nacional, da Associação de Docentes, Pesquisadores e Tecnologistas da Fiocruz e da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência. Aposentou-se em 1992.

Nelson de Castro Barbosa

  • Pessoa
  • 1885-1963

Nasceu no dia 25 de julho de 1885, em Campos dos Goytacazes (RJ), filho de Joaquim Silvério de Castro Barbosa e Anna Lima de Castro Barbosa. Diplomou-se médico em 1910 pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Anos depois, em viagem à Europa, esteve com o biólogo francês Félix-Alexandre Le Dantec e Ilya Ilyich Metchnikoff, biólogo e anatomista ucraniano. Embora durante o curso médico tivesse manifestado interesse pela cirurgia, ao retornar ao Brasil iniciou sua trajetória na área de análises clínicas e montou um laboratório na rua da Quitanda, região central do Rio de Janeiro. Nessa especialidade permaneceu atuando até o fim da vida. Em 1918 ocupou o cargo de lente da Escola Superior de Agricultura e Medicina Veterinária. Um ano depois foi nomeado assistente da Clínica Ginecológica da faculdade em que se formou. Em 1924 assumiu a chefia do Laboratório do Hospital da Venerável Ordem Terceira de Nossa Senhora do Monte do Carmo, do qual se tornaria diretor técnico em 1956. A partir de 1943 passou a comandar o Laboratório de Análises Clínicas instalado no Hospital Moncorvo Filho, que servia às clínicas da Faculdade Nacional de Medicina da Universidade do Brasil que ali funcionavam. Manteve-se no cargo até os 68 anos, quando foi aposentado, e prosseguiu no hospital dedicando-se a pesquisas, em especial sobre provas de gravidez, aperfeiçoamento de técnicas químicas e histológicas em exames de sangue, e emprego de injeções de formol na terapêutica do câncer. Em 1961, ao completar 38 anos de atividades na instituição, foi homenageado com a inauguração de uma placa comemorativa no laboratório, que passou a receber o seu nome. Ainda na década de 1960 assumiu a direção do laboratório da Maternidade Arnaldo de Moraes. Participou como membro fundador da Sociedade Brasileira de Ginecologia (1936), da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica (1944) e da Sociedade Brasileira de Esterilidade (1948). Foi colaborador assíduo dos Anais Brasileiros de Ginecologia (1936-1961) e da Revista Brasileira de Medicina (1944-1963). Publicou também em outros periódicos médicos do Brasil e exterior, como a Revista Brasileira de Patologia Clínica, O Hospital, Brazil Médico, Presse Médicale e The Journal of the American Medical Association. Foi casado com Marina Magalhães de Castro, com quem teve duas filhas, Lila e Sarah. Morreu em 17 de junho de 1963, na cidade do Rio de Janeiro.

Darcy Fontoura de Almeida

  • Pessoa
  • 1930-2014

Nasceu em 19 de julho de 1930, na cidade do Rio de Janeiro, filho de Benjamin de Almeida e Maria Alzira Fontoura. Graduou-se pela Faculdade Nacional de Medicina da Universidade do Brasil em 1954. Desde o segundo ano do curso médico (1950) iniciou estágio de iniciação científica no Instituto de Biofísica, sob a orientação de José de Moura Gonçalves e de Antonio Couceiro. Em sua trajetória no Instituto alcançou os títulos de pesquisador associado do CNPq (1957), livre docente (1965, orientado por Carlos Chagas Filho), professor adjunto (1970) e professor titular (1984). Realizou estágios de pós-graduação na Post-Graduate Medical School, Hammersmith Hospital de Londres (1956-1957), na Université Libre de Bruxelles (1960) e no Instituto Superior de Saúde, em Roma (1963-1964). Foi um dos precursores, com João Lucio de Azevedo e Sergio Olavo da Costa, nas pesquisas de genética de microrganismos no Brasil. Em 1970 criou o Laboratório de Fisiologia Celular voltado para o estudo do controle genético de funções celulares em bactérias. Identificou os genes ftsH (hoje AAA) e dinM em Escherichia coli, e participou do projeto de vacinas orais contra E. coli enterotoxigênica, com Luis Ferreira. Foi membro das diretorias e do Conselho da Sociedade Brasileira de Genética (1976-1982) e da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (1979-1983), bem como coordenador do Comitê Assessor de Genética (1986-1988) e membro do Conselho Deliberativo do CNPq (1988-1990). Foi representante da comunidade científica no Conselho da FINEP (1987-1993) e da CAPES (2000-2002), membro do Conselho Universitário da UFRJ (1986-1990), vice-presidente do Comitê Executivo e membro do Comitê dos Diretores da International Federation of Institutes for Advanced Study. No Instituto de Biofísica foi diretor entre 1985 e 1989. Também atuou na divulgação científica como cofundador das revistas Ciência Hoje e Ciência Hoje das Crianças, do Informe Ciência Hoje e do Jornal da Ciência. A partir de 1988, ao constatar a necessidade do alto poder computacional para os estudos em bioinformática, iniciou, em ação pioneira, o processo que levou à criação do Laboratório de Bioinformática (LABINFO) no LNCC/CNPq. Em 2000 o LABINFO estava apto para coordenar o projeto GeneBrasil/CNPq, uma rede de instituições brasileiras voltadas para o sequenciamento do genoma da Chromobacterium violaceum. Em 2001 foi homenageado como professor emérito da UFRJ. Em 2008 o LABINFO inaugurou a Unidade de Genômica Computacional Darcy Fontoura de Almeida. Ainda na década de 2000 passou a se dedicar ao estudo da trajetória de Carlos Chagas Filho e do Instituto de Biofísica como pesquisador visitante na Fiocruz, atuando no Departamento de Arquivo e Documentação da Casa de Oswaldo Cruz. Morreu em 6 de março de 2014, no Rio de Janeiro.

Alda Lima Falcão

  • BR RJCOC AF
  • Pessoa
  • 1925-2019

Nasceu em 27 de março de 1925, em Aracati (CE), filha de João Barbosa Lima e Raimunda Pereira Lima. Sua trajetória profissional, iniciada em 1939, aos 14 anos, esteve ligada a instituições da área da saúde pública. Atuou no Serviço de Malária do Nordeste (1939-1942), no Serviço Nacional de Malária (1942-1956) e no Instituto Nacional de Endemias Rurais (1956-1975), que a partir de 1976 passou a fazer parte da Fiocruz. Nessa instituição foi pesquisadora e chefe do Laboratório de Leishmanioses do Centro de Pesquisas René Rachou, como também curadora da Coleção de Flebotomíneos. Em 1958 frequentou o curso de especialização em entomologia médica da Faculdade de Higiene e Saúde Pública da Universidade de São Paulo. Aposentou-se em 1994, mas permaneceu desenvolvendo seus trabalhos sobre sistemática de flebotomíneos. Em 2007 recebeu o título de pesquisadora emérita da Fiocruz. Morreu em agosto de 2019, em Belo Horizonte.

Lourival Ribeiro da Silva

  • Pessoa
  • 1907-1996

Nasceu em 4 de setembro de 1907, em Santo Antonio de Pádua (RJ), filho de Américo Ribeiro da Silva e Sebastiana Gonçalves da Silva. Concluiu o curso de medicina em 1934, pela Faculdade Fluminense, atual Faculdade de Medicina da Universidade Federal Fluminense. Em 1936 especializou-se em tuberculose, pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Além de médico tisiologista atuou como radiologista, professor e memorialista. De 1937 a 1943 foi médico do Departamento de Saúde do Estado do Rio de Janeiro. Entre 1944 e 1945 participou das operações de guerra na Itália, como tenente médico da Força Expedicionária Brasileira (FEB). Ainda em 1944 ingressou como médico sanitarista da Divisão Nacional de Tuberculose, do então Ministério da Educação e Saúde. De 1948 a 1951 foi chefe e organizador do Dispensário Escola do Serviço Nacional de Tuberculose. Entre 1952 e 1953 dirigiu o Conjunto Sanatorial de Curicica, posteriormente denominado Conjunto Sanatorial Raphael de Paula Souza. Presidiu a Sociedade Brasileira de Tuberculose, no biênio 1952-1954. Em 1956 assumiu a direção do Serviço Nacional de Tuberculose, cargo que ocupou até 1958. Foi membro honorário do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (1977) e da Academia Nacional de Medicina (1987). Morreu em 1996, no Rio de Janeiro.

José Reis

  • Pessoa
  • 1907-2002

Nasceu em 12 de junho de 1907, na cidade do Rio de Janeiro, filho de Alfredo de Souza Reis e Maria Paula Soares. Em 1925 ingressou na Faculdade de Medicina da Universidade do Rio de Janeiro, onde se formou em 1930. Durante a graduação realizou no Instituto Oswaldo Cruz (IOC) o Curso de Aplicação (1927-1928), sendo reconhecido com a medalha Oswaldo Cruz. Nesse período prestou serviços no hospital do IOC durante um surto de febre amarela, mas sem ser contratado. Em 1929 transferiu-se para a cidade de São Paulo ao ser contratado como bacteriologista do recém-criado Instituto Biológico (IB), trabalhando com Arthur Neiva e Henrique da Rocha Lima. Na instituição ocupou os cargos de assistente, chefe de seção e de serviço. No IB dedicou-se à pesquisa em microbiologia, passando a estudar as doenças que acometiam as aves, por influência de Rodolfo von Ihering. Suas pesquisas resultaram nas publicações Moléstias das aves domésticas (1932) e Doenças das aves: tratado de ornitopatologia (1936), em parceria com Paulo Nóbrega e Annita Swensson Reis, sua mulher. Além disso, elaborou folhetos de divulgação voltados para os criadores de aves, visando a prevenção e o tratamento. A partir de seu trabalho sobre as doenças aviárias foi convidado para pesquisar na Fundação Rockefeller, transferindo-se para os Estados Unidos em 1935, onde permaneceu um ano. Foi a partir dessa experiência que passou a se interessar pelo tema da administração. Foi convidado a ocupar o cargo de diretor do Departamento do Serviço Público do Estado de São Paulo, entre 1943 e 1945, organizando cursos, uma biblioteca especializada, plano de cargos e a lei que ordenou o regime de tempo integral. Também atuou como professor de administração na Universidade Presbiteriana Mackenzie e na Faculdade de Ciências Econômicas e Administrativas da USP, da qual foi fundador e vice-diretor (1946). Ainda na década de 1940 começou a escrever obras para o público pré-escolar, adaptando temas da ciência por meio da literatura infantil. Em 1947 retornou ao IB como diretor da Divisão de Documentação e Ensino, cargo no qual se aposentou em 1958. Também em 1947 passou a colaborar com os jornais do grupo Folha, sendo efetivado como funcionário no ano seguinte, condição que manteve até sua morte. Passou a se dedicar cada vez mais ao jornalismo e a divulgação científica, escrevendo na Folha de S.Paulo as colunas “Periscópio”, “Gota a gota” e “No mundo da ciência”. Entre 1962 e 1967 chegou a ocupar o cargo de diretor de redação do jornal. Redigiu ainda os suplementos “Ciência para todos”, do jornal A Manhã (1948-1953), e “Ciência”, do Jornal do Commercio (1958-1962). Esteve envolvido na criação da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) em 1948, onde ocupou os cargos de secretário-geral (1949-1951) e presidente (1979-1980), e criou a revista Ciência e Cultura, sendo seu diretor por dois períodos (1949-1954 e 1972-1985). Posteriormente, colaborou com a revista Anhembi (1955-1962) e na criação da editora Instituição Brasileira de Difusão Cultural (IBRASA), na qual permaneceu entre 1958 e 1978. Entre as muitas homenagens que recebeu destacam-se os prêmios John R. Reitemeyer (1964), de jornalismo científico da Sociedade Interamericana de Imprensa e União Pan-Americana de Imprensa, e Kalinga (1974), de divulgação científica concedido pela Unesco, a Ordem Nacional do Mérito Científico (1995) e a criação pelo CNPq do prêmio José Reis de Divulgação Científica (1978). Morreu em 16 de maio de 2002, na cidade de São Paulo.

Álvaro Tavares de Souza

  • BR RJCOC AT
  • Pessoa
  • 1902-1986

Nasceu em 20 de janeiro de 1902, em Rio Grande (RS), filho de Abílio Chaves de Souza e Marieta Tavares de Souza. Em 1924 formou-se em medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade do Rio de Janeiro. No ano seguinte ingressou por concurso na Fundação Gaffrée e Guinle como médico assistente do Serviço de Sífilis e Moléstias Venéreas, alcançando os cargos de chefe da clínica e chefe do Serviço de Ginecologia. Entre 1931 e 1938 foi chefe do Serviço Médico da Casa de Correção do Distrito Federal. De 1941 a 1942 chefiou o Serviço de Alimentação da Previdência Social, órgão assistencial do governo voltado para a alimentação e saúde dos trabalhadores. Nesse cargo dedicou-se à educação alimentar através dos meios de comunicação de massa, utilizando, para isso, programas de rádio e exposições. Dedicou-se também à medicina esportiva, atuando como médico da delegação do Brasil nas Olimpíadas de Los Angeles, em 1932, diretor do Serviço Médico da Liga Carioca de Atletismo, entre 1934 e 1937, diretor do Serviço Médico da Federação Brasileira de Atletismo, no mesmo período, e membro da Federação Metropolitana de Futebol, de 1942 a 1950. Em 1927 participou da fundação do Sindicato Médico Brasileiro, do qual foi membro do Conselho Deliberativo, da Comissão Executiva e da Diretoria, além de presidente da instituição de 1938 a 1941. Ainda nesse ano, assumiu a presidência do Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro – nova denominação do sindicato nacional –, onde se manteve até 1951. Após encerrar suas atividades junto ao sindicalismo médico, presidiu o Conselho Federal de Medicina no período de 1952 a 1959. Foi membro de associações médicas e cívico-culturais, como a Sociedade Brasileira de Ginecologia, a Sociedade de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro, a Liga Brasileira de Higiene Mental, a Sociedade Sul Rio-Grandense, a Liga de Defesa Nacional, o Centro Brasileiro de Estudos Biográficos e a Sociedade Brasileira de Escritores Médicos. Morreu em 1986, no Rio de Janeiro.

Mário Ulysses Vianna Dias

  • Pessoa
  • 1914-2003

Nasceu em 26 de abril de 1914, no Rio de Janeiro, filho de Armando Soares Dias e Maria do Carmo Vianna Dias. Estudou no Colégio São Vicente de Paulo, em Petrópolis (RJ), e ingressou na Faculdade de Medicina da Universidade do Rio de Janeiro em 1931. Dois anos depois começou a estagiar na Divisão de Fisiologia do IOC, sob a orientação de Miguel Ozório de Almeida. Em 1935 foi convidado por Arthur Moses para trabalhar com Rodolfo von Ihering na Comissão Técnica de Piscicultura do Nordeste, onde permaneceu até 1937, quando retornou ao Rio de Janeiro para concluir o curso de medicina. Já formado, foi nomeado assistente da cátedra de fisiologia da Faculdade Nacional de Medicina da Universidade do Brasil. Em 1938 foi contratado como assistente técnico do IOC, e somente em 1945 passou a integrar o quadro permanente de biologistas da instituição, após ser aprovado em concurso promovido pelo Departamento de Administração do Serviço Público (DASP). Ainda no IOC ocupou as funções de chefe da Seção de Endocrinologia (1945-1949), da Seção de Fisiologia (1949-1952 e 1954-1956) e da Divisão de Fisiologia (1952-1953). De 1948 a 1949 realizou estágio no Instituto Nacional de Pesquisa Médica, de Londres, sob a orientação de George Lindor Brown. Além de atuar no campo da pesquisa, foi professor de fisiologia da Escola de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro (1946-1984), livre-docente junto à cátedra de fisiologia da Faculdade Nacional de Medicina (1951), quando apresentou a tese Estudo experimental do córtex cerebral 'motor' da preguiça e do tamanduá, e professor de fisiologia da Faculdade Fluminense de Medicina, atual Universidade Federal Fluminense (1957-1990). Nessa universidade também atuou como diretor do Instituto Biomédico (1968-1970), membro do Conselho de Ensino e Pesquisa (1969-1971 e 1975-1979) e chefe do Departamento de Fisiologia (1970-1972, 1975-1980 e 1983-1984). Foi cofundador e vice-presidente do Instituto Brasileiro de Bibliografia e Documentação (1954-1964). Em 1971 foi afastado do IOC por motivos políticos, sendo transferido para a Divisão Nacional de Saúde Mental do Ministério da Saúde. Integrou a Sociedade de Fisiologia de Londres, a Organização Internacional de Pesquisas Cerebrais (IBRO), a Sociedade Brasileira de Fisiologia, a Sociedade de Biologia do Rio de Janeiro, a Academia Brasileira de Ciências e a Academia Internacional da História das Ciências. Morreu em 2003, no Rio de Janeiro.

Mário Kroeff

  • Pessoa
  • 1891-1983

Nasceu em 13 de outubro de 1891, na cidade de São Francisco de Paula (RS), filho de Carlos Miguel Kroeff e Idalina Horn Kroeff. Iniciou os estudos de medicina em 1910, na Faculdade de Medicina de Porto Alegre, e formou-se em 1916 pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, com defesa da tese de doutoramento intitulada Sífilis pulmonar. Depois de formado regressou a seu estado natal, onde iniciou sua trajetória profissional como médico em Vacaria e São Joaquim da Costa da Serra. Em seguida atuou em Campos Novos e Brusque, cidades catarinenses. Em 1917 tornou-se primeiro-tenente da Marinha, tendo servido como médico na Primeira Guerra Mundial. Em 1920 deixou a carreira militar e, aprovado em concurso para médico de saúde pública, foi nomeado para atuar em um dispensário dedicado ao tratamento de doenças venéreas. Voltou à Europa para se aperfeiçoar nessa área e, na Alemanha, adquiriu um aparelho de diatermocoagulação. Ao retornar ao Brasil ingressou na Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro, como assistente de Augusto Brandão Filho, onde se especializou em cirurgia. Em 1929 prestou concurso para livre-docente de Clínica Cirúrgica da Faculdade de Medicina da Universidade do Rio de Janeiro e passou a dedicar-se à criação de uma unidade hospitalar especializada no tratamento do câncer. Obteve verba para a construção de uma unidade hospitalar anexa ao Hospital Estácio de Sá, em que trabalhou como médico do Departamento Nacional de Saúde Pública. Uma vez que essa unidade, depois de concluída, foi destinada a outra especialidade médica, reiniciou sua saga em busca de apoio para a construção de outro prédio, que só conseguiu ver pronto e inaugurado pelo presidente Getúlio Vargas, em 1937, e funcionando em 1938: o Centro de Cancerologia, do qual foi o primeiro diretor. Em 1940 ingressou na Academia Nacional de Medicina. Em 1941 o Centro de Cancerologia foi transformado no Serviço Nacional de Câncer, para o qual também foi nomeado diretor, cargo que exerceu até 1954. Dessa iniciativa derivou uma primeira expansão de clínicas de tratamento de câncer em diversos estados brasileiros e realizaram-se campanhas nacionais de educação sanitária, para fins de esclarecimento da população sobre a importância do diagnóstico precoce do câncer. Em 1944 fundou o Asilo dos Cancerosos no bairro da Penha, subúrbio carioca, dedicado à prevenção e ao tratamento de câncer, atualmente denominado Hospital Mário Kroeff. Além das publicações relacionadas à sua trajetória no campo da medicina, escreveu três obras literárias: Imagens do meu Rio Grande, Ensarilhando as armas e O gaúcho no panorama brasileiro. Morreu em 23 de dezembro de 1983, na cidade de Vassouras (RJ).

Maria do Carmo Corrêa e Castro

  • Pessoa
  • [1908]-1983

Nasceu na cidade de Juiz de Fora (MG) no dia 6 de janeiro de 1908, filha de Alfredo Baptista Corrêa e Castro e Julia Azeredo Coutinho. Estudou na Escola Normal Santa Cruz, em sua cidade natal. Logo que o Brasil rompeu relações diplomáticas e declarou guerra à Alemanha em agosto de 1942, esteve envolvida nas mobilizações do esforço de guerra. Como funcionária do Banco do Brasil, no Rio de Janeiro, participou ativamente na organização de um posto de alistamento de voluntários para a Cruz Vermelha, cujo objetivo inicial era dar assistência às famílias dos combatentes. Também presidiu a Comissão de Assistência ao Bancário Convocado. Em 1943 alistou-se para integrar o contingente brasileiro que seria enviado ao teatro de guerra no norte da Itália. Como voluntária socorrista, realizou o Curso de Emergência de Enfermeiras da Reserva do Exército (CEERE), sendo aprovada em primeiro lugar na turma de 1944, juntamente com Berta Moraes e Elza Cansanção Medeiros. Concluído o curso em 2 de junho de 1944, foi incluída no Quadro de Emergência de Enfermeiras da Reserva do Exército (QEERE) como enfermeira de terceira classe. Passou a integrar o Destacamento Precursor de Saúde do Exército, estando à disposição do Primeiro Escalão da Força Expedicionária Brasileira (FEB), que incluía inicialmente 67 enfermeiras. Partiu do Brasil em 4 de agosto com o segundo grupo de enfermeiras que foi enviado para a guerra. Serviu nos seguintes hospitais norte-americanos na Itália: 105th Station Hospital (Cevitavecchia), 64th General Hospital (Ardenza), 38th Evacuation Hospital (Cecina, Pisa, Florença), 24th General Hospital (Marzabotto, Parola e Salsomaggiore), 7th Station Hospital (Livorno), 16th Evacuation Hospital (Pistoia), 15th Evacuation Hospital (Corvella, Porreta Terme) e 35nd Field Hospital (Sparanise, Nápoles), onde aguardou o embarque de retorno. Casou-se na Itália com um oficial norte-americano, mas que não viajou ao Brasil com ela. Ao voltar da Europa em 1º de outubro, depois de 13 meses no front de guerra, foi licenciada do Exército (portaria n. 8.660, de 27 de novembro de 1945), retomando seu cargo no Banco do Brasil. Em agosto de 1946, juntamente com outras enfermeiras da FEB, foi condecorada pelo Exército brasileiro com a “Medalha de Guerra” e a "Medalha de Campanha", por sua participação nas operações de guerra, sem nota desabonadora. Também recebeu a distinção "Meritorium Service", concedida pelo governo dos Estados Unidos da América. Nos anos 1950 fez parte da Associação dos Ex-Combatentes do Distrito Federal (Rio de Janeiro), tendo participado do 1º Congresso Brasileiro de Medicina Militar, em 1954. Morreu em 12 de abril de 1983, no Rio de Janeiro.

Maria Cristina Fernandes de Mello

  • Pessoa
  • 1950-

Nasceu em 21 de setembro de 1950, em São Paulo (SP), filha de Acyr Fernandes de Mello e Marialva Fernandes de Mello, primogênita de quatro filhos, dos quais, três, formaram-se em arquitetura. Graduou-se em 1974 pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Em 1976 ingressou, por concurso público, na Universidade Federal Fluminense (UFF), como professora do curso de Teoria e História da Arquitetura. No mesmo ano ingressou na Universidade Gama Filho, onde permaneceu até 1979 como professora de Desenho. Cursou o doutorado em Restauração de Monumentos entre 1982 e 1988 na Scuela de Specializzacione da Universidade de Roma, tendo defendido a tese Le torri del Padiglione Moresco nella Fondazione Oswaldo Cruz a Rio de Janeiro. Em 1986 foi contratada pela Fiocruz, a convite de Sérgio Arouca, para projetar e coordenar a obra de restauração do Pavilhão do Relógio. Posteriormente, também coordenou as obras de restauração dos prédios que constituem o Núcleo Arquitetônico Histórico de Manguinhos. Em agosto de 1989 foi instituído o Departamento de Patrimônio Histórico da Casa de Oswaldo Cruz, do qual foi a primeira chefe. Em 1990 tornou-se servidora pública nesta instituição. Sua atuação, por cinco anos, como consultora e coordenadora de projetos e obras de restauração contribuiu para a preservação do acervo cultural arquitetônico das ciências e da saúde. O primeiro ano foi dedicado à realização de levantamentos diagnósticos dos prédios da instituição, como também ao projeto e obra de restauração do Pavilhão do Relógio. Em 1987 esteve à frente da restauração e adaptação do prédio da Cavalariça, com vistas a transformar o espaço em um museu. No ano seguinte coordenou a manutenção no Pombal e em 1991 realizou os projetos de restauração da Casa de Chá e de reconstrução do jardim histórico. O Pavilhão Mourisco passou por intervenções de restauração ao longo de todo o período de sua permanência na Fiocruz. Pela restauração da torre norte do Pavilhão, em 1989, recebeu o prêmio Rodrigo Mello Franco de Andrade em 1991 do Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB) e, em 1993, menção honrosa na XXXI Premiação Anual do IAB/RJ na categoria Valorização, Conservação, Restauração do Acervo Arquitetônico, Histórico ou Paisagístico, além de ser destaque na Bienal Internacional de Arquitetura do mesmo ano. Em 1991 pediu exoneração da Fiocruz e assumiu a coordenação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal Fluminense (UFF), onde se aposentou em 2006. No decorrer de sua vida profissional também atuou como arquiteta responsável na empresa Abitare Arquitetura e como consultora no projeto Rio Cidade 2 – Rocha Miranda, Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, pela empresa Ernani Freire Arquitetos Associados. Aposentou-se da carreira de docente, porém, mantem-se ativa em trabalhos de consultoria. Recebeu outros prêmios, como o Anual IAB-RJ (2003), pela autoria do projeto “Machadinha: restauração do território cultural” e o Vasconcellos Torres (UFF, 2000), pela coordenação da pesquisa “O bairro de Santa Teresa no Rio de Janeiro. As ONGs e escolas como formadores de agentes culturais”.

Marcolino Gomes Candau

  • Pessoa
  • 1911-1983

Nasceu em dia 30 de maio de 1911, no Rio de Janeiro, filho de Julio Candau e Augusta Gomes Candau. Em 1933 graduou-se pela Faculdade Fluminense de Medicina e obteve o título de mestre em saúde pública pela Universidade Johns Hopkins em 1941. No ano de 1936 chefiou o Posto de Profilaxia Rural de Sant’Anna de Japuiba (atual Cachoeiras de Macacu). Em 1938 dirigiu o Centro de Saúde de Nova Iguaçu e em 1941 o Centro de Saúde Modelo em Niterói. Em 1939 foi assistente da cadeira de higiene da Faculdade Fluminense de Medicina. Na década de 1940 esteve no Serviço de Mobilização de Trabalhadores para a Amazônia e no Serviço Especial de Saúde Pública. Em 1950 ingressou no corpo técnico da Organização Mundial da Saúde (OMS) como diretor da Divisão de Organização dos Serviços de Saúde em Genebra, Suíça. Um ano depois assumiu a função de diretor-geral assistente de Serviços de Consultoria e em seguida a de diretor-geral assistente da Região das Américas. Em 1953 foi eleito pela VI Assembleia Mundial da Saúde como o segundo diretor-geral da OMS, função desempenhada até 1973. Nesse período liderou a luta mundial contra a varíola, a malária e a oncocercose, como também contribuiu para o significativo aumento do número de países membros da entidade. Aposentou-se em 1973 e foi nomeado diretor-geral emérito da OMS durante a XXVI Assembleia Mundial da Saúde. Em 1974 tornou-se membro do Conselho da Universidade das Nações Unidas. Recebeu títulos de doutor honoris causa de diversas instituições brasileiras e estrangeiras. Entre 1936 e 1973 foi casado com Ena de Carvalho, com quem teve dois filhos. Após o divórcio, casou-se com Sîtâ Reelfs, funcionária da OMS, em 1973. Morreu em 24 de janeiro de 1983, em Genebra.

Manoel Carlos de Gouvêa

  • Pessoa
  • 1891-1970

Nasceu em 25 de dezembro de 1891, em Aracajú (AL), filho de Ricardo Viviano de Gouvêa e Clotilde Soares de Gouvêa. Em 1892, devido à transferência de sua família, passou a residir em Fortaleza (CE). Estudou no Colégio Cearense até 1906, quando foi residir em Salvador (BA), e passou a frequentar o Colégio 7 de Setembro. Voltou para Fortaleza em 1910, completando seus estudos no Liceu do Ceará. Durante seu período estudantil, trabalhou nas redações do Jornal de Notícias, A Tarde e Diário de Notícias. Em 1913, retornou a Salvador onde frequentou o Curso Elefante, através do qual garantiu o seu ingresso na Faculdade de Medicina da Bahia. Graduou-se bacharel em medicina em 1919. No mesmo ano casou-se com sua prima, Maria Rosa de Gouvêa, e regressou ao Ceará, ocupando o cargo de médico do estado no município de Caucaia. Em 1920 mudou-se para Iguatu, cidade do centro-sul cearense. Quatro anos depois fundou a Sociedade Beneficente de Iguatu e começou as obras de construção do Hospital Santo Antônio dos Pobres, que teve seu primeiro pavilhão inaugurado somente em 1930. Nessa instituição, do qual foi diretor por toda a sua vida, desenvolveu um trabalho beneficente na região, oferecendo atendimento aos enfermos que não tinham condições de arcar com os custos dos tratamentos de saúde. Iniciou a carreira política como o primeiro prefeito eleito de Iguatu (1926-1928), tendo sido reeleito no pleito seguinte (1928-1930). Devido à Revolução de 1930 foi deposto do cargo executivo. Em 1932 foi designado médico da assistências aos operários das frentes de serviços em Lima Campos e Solonópole no combate à febre tifoide. Em 1935 foi nomeado prefeito por poucos meses e elegeu-se nas eleições do mesmo ano. Em 1937, devido à instalação do Estado Novo, foi nomeado prefeito, permanecendo no cargo até 1945. Além de sua atuação política no executivo municipal, foi eleito primeiro suplemente a deputado federal em 1945, deputado estadual em 1947 e segundo suplente a deputado federal em 1950. Elegeu-se prefeito de Iguatu pela quarta vez em 1959. Recebeu em 1965 a medalha Marechal Rondon da Sociedade Geográfica Brasileira e em 1968 o título honorífico de Cidadão Iguatuense pelo trabalho realizado na cidade como diretor do hospital e prefeito. Morreu em 6 de janeiro de 1970, em Iguatu.

Luiz Fernando Raposo Fontenelle

  • Pessoa
  • 1929-2008

Nasceu em 22 de julho de 1929, no Rio de Janeiro. Ingressou em 1950 na Faculdade Nacional de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade do Brasil, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde se graduou em geografia e história no ano de 1953, tendo atuado ao longo de sua vida como antropólogo. Em 1953 foi admitido como técnico auxiliar no Museu Nacional, onde trabalhou como assistente de pesquisa do professor visitante Carl Withers durante a pesquisa realizada em Arraial do Cabo (RJ). Em 1955 deixou o Museu Nacional e ingressou como pesquisador no Serviço Especial de Saúde Pública (SESP). Logo após o ingresso foi mandado para Aimorés (MG), onde realizou a pesquisa da qual resultou o livro Aimorés: análise antropológica de um programa de saúde, publicado em 1959 pelo Serviço de Documentação do DASP. Em 1956 iniciou um curso de especialização na Universidade da Califórnia, em Berkeley, retornando ao Brasil em 1957. Nessa ocasião foi enviado pelo SESP para Linhares (ES), onde realizou pesquisa sobre consumo de água. No mesmo ano inscreveu-se no curso de mobilização nacional da Escola Superior de Guerra. Em 1959 foi cedido ao recém criado Serviço Social Rural (SSR) do Ministério da Agricultura. Durante esse período realizou a pesquisa que considerava a mais importante de sua carreira, muito embora não a tenha concluído: o trabalho em Ibiapaba (CE) sobre a questão agrária no Brasil. Por ordem do presidente Jânio Quadros, que determinava que todos os funcionários cedidos retornassem às suas instituições de origem, foi obrigado a interromper sua pesquisa e se reapresentar ao SESP. Em 1961 fez pesquisa em Itumbiara (GO) sobre os problemas agrários do Brasil. Em 1962 foi contratado pelo reitor da Universidade Federal do Ceará e, em 1965, assumiu a direção do Instituto de Antropologia, iniciando sua reestruturação, assim como a do curso de Ciências Sociais. Concluiu seu doutorado na França em 1972. Trabalhou também nos ministérios da Educação, Saúde e Agricultura, bem como na Dataprev e no Inamps. Morreu em 2 de dezembro de 2008, em Teresópolis (RJ).

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