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Pessoa

João Ferreira Teixeira de Freitas

  • Pessoa
  • 1912-1970

Nasceu em 15 de março de 1912, na cidade de Niterói (RJ), filho de Augusto Limpo Teixeira de Freitas e Maria Clara Ferreira Teixeira de Freitas. Formou-se em medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade do Rio de Janeiro em 1934. Ainda como estudante realizou o Curso de Aplicação do IOC. Foi estagiário não remunerado do IOC (1932-1936) e parasitologista contratado pelo Ministério da Agricultura (1935-1936). Nessa última data ingressou no IOC como assistente técnico da Seção de Helmintologia, onde também exerceu as funções de técnico especializado (1939), helmintologista (1945), pesquisador (1946) e chefe (1949-1953, 1954-1956, 1959-1964, 1966-1968). De 1968 a 1970 chefiou a Divisão de Zoologia. Foi discípulo de Lauro Travassos e um de seus principais colaboradores em trabalhos de campo e laboratório sobre a fauna helmintológica. A partir da década de 1940 assumiu o comando da Coleção Helmintológica do IOC, sendo o primeiro responsável pela manutenção e ampliação do acervo. Entre 1944 e 1945 participou da missão científica brasileira no Paraguai, onde recebeu a Ordem Nacional do Mérito no grau de oficial. Atuou como membro da Comissão de Redação da Revista Brasileira de Biologia (1942-1957). Durante sua carreira teve extensa atividade docente como professor de helmintologia em cursos do IOC e de parasitologia da Faculdade de Medicina, Escola Superior de Agricultura e Medicina Veterinária, Instituto Hahnemaniano, além de cursos de saúde pública. Morreu em 10 de abril de 1970, no Rio de Janeiro.

Francisco José Rodrigues Gomes

  • Pessoa
  • 1911-1991

Conhecido por muitos como Chico Trombone, nasceu em 17 de março de 1911, no Rio de Janeiro. Em 1918, seu tio, técnico de laboratório do IOC, levou-o a Lassance, Minas Gerais, região endêmica onde Carlos Chagas descobriu o Trypanosoma cruzi, parasito causador da enfermidade batizada com seu nome: doença de Chagas. Nesta ocasião, Francisco Gomes capturou um gambá que ameaçava a tranqüilidade dos cientistas. Carlos Chagas, ao examinar o sangue colhido da orelha do animal constatou a presença do Trypanosoma cruzi, que até então supunha-se ter o tatu como único hospedeiro. Após essa experiência, alguns anos se passaram e, em 1925, com 14 anos, Ingressou no IOC, onde iniciou suas atividades como técnico de laboratório. Trabalhou em várias seções e oficinas, como as de entomologia, fisiologia, carpintaria e vidraria. Em 1932, foi para Belo Horizonte, onde durante um ano estudou e trabalhou ao lado de Otávio Magalhães, desenvolvendo pesquisa com cobras para a produção de soro antiofídico no Instituto Ezequiel Dias. Voltou para o Rio de Janeiro após a morte de Carlos Chagas, em 1934, e permaneceu no IOC até 1970, quando requereu sua aposentadoria. Depois de aposentado continuou no IOC, trabalhando sem remuneração com Gilberto Villela, na Divisão de Química. Trabalhou como auxiliar de ensino da Faculdade de Medicina de Teresópolis e da Universidade Federal Fluminense (UFF) e, em 1986, como auxiliar de pesquisa no Departamento de Fisiologia e Farmacodinâmica da Fiocruz, ao lado do cientista Haity Moussatché. Morreu em 27 de maio de 1991.

Algy de Medeiros

  • Pessoa
  • 1918-?

Nasceu no Rio de Janeiro, em 1918, sendo o primeiro filho de uma família de dez irmãos. Seu pai era funcionário da Biblioteca Nacional e sua mãe, professora. Realizou o curso primário na escola pública em que sua mãe lecionava, e o secundário no Ginásio 28 de Setembro. Em 1941, formou-se pela Escola de Medicina e Cirurgia da Universidade do Rio de Janeiro. Ainda estudante, trabalhou como auxiliar de tesoureiro na Caixa de Aposentadoria e Pensões dos Ferroviários da Central do Brasil. Após formar-se, foi nomeado médico, exercendo a atividade até sua aposentadoria, em 1959. No início da sua carreira profissional, trabalhou como assistente do professor Luiz Feijó, diretor do setor de perícia médica do Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Industriários (IAPI). Em 1949, quando foi instituída a assistência médica aos segurados do IAPI, foi aprovado no concurso para cardiologista, tendo trabalhado nos ambulatórios da Avenida Henrique Valadares e Praça Mauá aposentando-se, em 1967, quando exercia suas atividades no serviço médico pessoal do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS). Pós-graduado em cardiologia e angiologia, dedicou-se a atividades na UFRJ. Entre 1969 e 1971, foi também professor titular de clínica propedêutica médica e chefe do Departamento de Medicina da Faculdade de Medicina de Teresópolis (RJ). Na UFRJ, entre outras atividades, chefiou a seção de angiologia da terceira cadeira de clínica médica do Hospital Moncorvo Filho, de 1953 a 1963, e coordenou a área de domínio conexo do curso de mestrado em angiologia, de 1971 a 1973. Na UERJ, chefiou a seção de angiologia do Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE) a partir de 1962, e exerceu a coordenação-geral do curso de especialização em angiologia a partir de 1973, além de ter participado em diferentes momentos do corpo deliberativo do Departamento de Medicina, ministrar cursos de atualização e desenvolver pesquisas.

Carlos Leal Jourdan

  • Pessoa
  • 1909-?

Nasceu no Rio de Janeiro, em 1909, no bairro de São Cristóvão, e foi criado pela mãe, viúva e professora do Instituto de Educação. Cursou o colégio Militar e formou-se pela Escola de Engenharia da Universidade do Brasil, atual UFRJ, em 1932. Em 1927, começou a trabalhar para a Estrada de Ferro Central do Brasil (EFCB). Depois, passou pela Prefeitura do Distrito Federal e pelo Observatório Nacional, até que em 1936, participou do segundo concurso para a constituição do atuariado do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio (MTIC), iniciando uma carreira que anos mais tarde o levaria à presidência do Instituto Brasileiro de Atuária (IBA). Na segunda metade da década de 1940, foi diretor de publicações do IBA. Ocupou vários cargos de confiança na estrutura da Previdência Social brasileira; foi chefe de seção e chefe de serviços. Em 1951, foi nomeado para a direção do serviço atuarial do MTIC, posto que ocupou por 15 anos ininterruptos, trabalhando durante a gestão de 25 ministros. Presidente do Conselho Atuarial do MTIC, de 1951 a 1966, reuniu à sua volta um grupo de atuários que teve relevante atuação na administração pública. Após o golpe de 1964, colaborou na instituição do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Em 1966, requereu sua aposentadoria. Em 1969, contratado pela Companhia Federal de Seguros, vinculada ao Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS), foi responsável pela implantação dos planos de seguro até a privatização da empresa.

Aluízio Alves

  • Pessoa
  • 1921-2006

Nasceu em Angicos (RN), em 1921. Cursou o primário em Angicos e o curso secundário em Natal, formando-se pela Faculdade de Direito de Maceió (AL), em 1950. Redator político do jornal "A República", foi ainda diretor do Serviço Estadual de Reeducação e Assistência Social (SERAS), presidente da seção norte-grandense da Legião Brasileira de Assistência (LBA), diretor da Biblioteca Norte-Rio-Grandense de História e da Sociedade Brasileira do Folclore, Presidente do Centro de Estudos Sociais do Rio Grande do Norte e membro da Sociedade de Higiene Mental do Nordeste. Ganhou também grande projeção como organizador dos serviços de assistência social do estado. Aos 24 anos, foi eleito deputado pelo Rio Grande do Norte, à Assembléia Nacional Constituinte, na legenda da União Democrática Nacional (UDN). Neste primeiro mandato, tornou-se membro da Comissão Permanente de Legislação Social da Câmara dos Deputados, tendo integrado também a Comissão de Inquérito sobre Arrecadação e Aplicação das Rendas dos Institutos de Previdência. Em 1947, apresentou o projeto de criação da Lei Orgânica da Previdência Social (LOPS), que tramitou pelo Congresso durante 13 anos, sofrendo diversas modificações em sua versão original, até ser transformada em lei, em 1960. Também foi de sua autoria o projeto que transferiu a responsabilidade dos acidentes de trabalho de empresas particulares para a órbita da Previdência Social, posteriormente transformado em lei. Em seu segundo mandato como deputado federal, sempre na legenda da UDN, voltou a atuar na Comissão de Legislação Social e, em 1956, participou da Conferência Internacional do Trabalho, realizada em Genebra, Suíça, como observador parlamentar. Em 1960, elegeu-se governador do Rio Grande do Norte, exercendo seu mandato até 1966 quando, filiado à Aliança Renovadora Nacional (ARENA), foi eleito deputado federal. Em 1969, foi cassado e, afastado da vida pública, passou a se dedicar à iniciativa privada. Em 1973, filiou-se ao Movimento Democrático Brasileiro (MDB). Em 1978, retornou à vida política embora ainda permanecesse impedido de atuar politicamente. Um ano depois, já anistiado, ingressou no
Partido Popular (PP), incorporado em ao PMDB. Lançou-se candidato ao governo do Rio Grande do Norte, sendo derrotado nas eleições realizadas no mesmo ano. Em 1984, trabalhou na articulação da candidatura de Tancredo Neves à Presidência da República. Com a posse do novo governo, em março de 1985, assumiu o Ministério da Administração, permanecendo até 1988. Em 1994, foi nomeado para o Ministério da Integração Regional, cargo que deixou ao final daquele ano. Faleceu em Natal no dia 6 de maio de 2006.

Francisco Luiz Torres de Oliveira

  • Pessoa
  • 1916-?

Nasceu em 1916, em São Paulo (SP). Filho de imigrantes portugueses, teve cinco irmãos e, entre eles, foi o único a completar o curso superior. Seu pai era proprietário de um sebo de livros. Aos 16 anos, trabalhou como protocolista do Departamento Central de Munições de São Paulo durante a Revolta Constitucionalista de 1932. Em 1937, foi aprovado no concurso para a carreira de oficial administrativo do Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Industriários (IAPI). Bacharelou-se, em 1939, pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP). Pouco depois, mudou-se para o Rio de Janeiro, passando a trabalhar na administração central do IAPI. No IAPI, ocupou diversos cargos em comissão, como o de diretor do Departamento de Benefícios e diretor do Departamento de Serviços Gerais. Foi também membro da Junta Consultiva do Serviço de Assistência Médica Domiciliar de Urgência (SAMDU). Participou de inúmeras comissões de estudos sobre a viabilidade da implantação da assistência médica para os segurados do IAPI. Também esteve presente no debate e nas principais etapas do processo de unificação da Previdência Social, principalmente durante os 13 anos de tramitação da Lei Orgânica da Previdência Social (LOPS). Após o golpe de 1964, foi nomeado presidente-interventor do IAPI. Nesta função, trabalhou ativamente no processo de unificação da Previdência Social, que culminou com a criação do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), em 1967. Foi presidente deste Instituto, entre 1967 e 1969. Em 1968, prestou longos depoimentos à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que investigava a situação financeira da Previdência Social e os resultados da sua unificação. Estes depoimentos foram publicados pela revista Previdência Social (1968), que somados aos inúmeros artigos e trabalhos publicados ao longo de sua carreira profissional, proporcionaram um amplo panorama das concepções de Torres de Oliveira e dos chamados 'cardeais' do IAPI, sobre a Previdência Social e o papel da assistência médica. Participou como técnico de administração da Fundação Getúlio Vargas (FGV) no programa de assistência técnica à Reforma Administrativa Federal, proferindo aulas e palestras sobre o tema, entre 1971 e 1973. Participou da implantação do Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS) e do grupo de trabalho que elaborou a lei que instituiu o Sistema Nacional de Previdência e Assistência social (SINPAS), atuando também na sua implantação. No âmbito do MPAS, foi subsecretário de estudos especiais na Secretaria-Geral do Ministério, supervisionou os grupos de trabalho constituídos para estudar a implantação da assistência social no MPAS e o dimensionamento da assistência médica prestada pela Previdência Social.

João Batista Ramos

  • Pessoa
  • 1910-2002

Nasceu em Queluz (SP), em 7 de maio de 1910, filho do comerciante José Ramos de Paula e de Maria Arantes Ramos. Como parlamentar e ministro do Trabalho, teve a oportunidade de participar intensamente da elaboração e da aprovação da Lei Orgânica da Previdência Social (LOPS) de 1960. Ainda secundarista, no final dos anos 1920, trabalhou como datilógrafo no escritório do advogado Benedito Costa Neto, futuro Ministro da Justiça do governo Eurico Gaspar Dutra. Em 1935, obteve o título de Bacharel pela Faculdade de Direito de São Paulo. De 1936 a 1941, exerceu advocacia em Monte Aprazível (SP), especializando-se em direito agrário. De volta a capital, em 1944, passou a exercer também o jornalismo na Folha da Manhã, tornando-se redator-chefe desta última, em 1947. No mesmo ano, passou a exercer o cargo de chefe da secretaria do Ministro Costa Neto. Em 1950, montou o escritório “Soluções Trabalhistas”, em São Paulo, onde durante 20 anos ofereceu consultas gratuitas à população sobre Previdência Social e Legislação trabalhista. Entre 1951 e 1954, tornou-se diretor-presidente das rádios Nacional de São Paulo e Excelsior, esta de propriedade de seu irmão José Nabantino Ramos. Em 1954, elegeu-se deputado federal pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) e fez do tema Previdência Social a sua principal bandeira. Na Câmara dos Deputados, em 1957, apresentou o substitutivo ao projeto do deputado Aluízio Alves, que foi posteriormente aprovado. Nomeado ministro do Trabalho da Indústria e Comércio, em 1960, trabalhou pela aprovação final da LOPS, elaborou o decreto contendo o regulamento da LOPS e obteve para a Previdência Social o pagamento de uma parte da dívida da União. Em 1966, filiou-se ao Partido Aliança Renovadora Nacional (ARENA), através do qual chegou à presidência da Câmara. Em junho de 1973, foi nomeado pelo Presidente Médici para o Tribunal de Contas da União (TCU). Em agosto de 1980, aposentou-se do TCU, filiando-se no ano seguinte ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB). Nas eleições de novembro de 1982, Batista Ramos candidatou-se, sem êxito, a uma cadeira na Câmara pelo estado de São Paulo. Faleceu em 17 de maio de 2002.

José de Segadas Viana

  • Pessoa
  • 1906-1991

Nasceu no Rio de Janeiro, em 1º de julho de 1906, filho de João Vieira de Segadas Viana e Violeta Brandão de Segadas Viana. Casado com Isolina Becker de Segadas Viana, tem três filhos. Depois de realizar os estudos básicos no Colégio Paula Freitas, ingressou na Faculdade de Direito do Rio de Janeiro, bacharelando-se em ciências jurídicas e sociais, em 1929. Atuou, em seguida, como promotor público na comarca de Monte Carmelo (MG). Em 1930, aderiu à Aliança Liberal (AL), coligação oposicionista que patrocinou a candidatura de Getúlio Vargas à Presidência da República e o levante armado de 03 de outubro. Em 1932, manifestou apoio à Revolução Constitucionalista de São Paulo, mas depois voltou a apoiar o governo Vargas. Retornando ao Rio de Janeiro, ingressou no jornalismo como secretário do "Diário da Noite" e do "O Jornal", que pertenciam à cadeia dos Diários Associados. Em 1940, durante a Segunda Guerra Mundial, foi enviado pelos Diários Associados a Roma, onde permaneceu durante dez dias. Neste mesmo ano, assumiu o cargo de Procurador da Justiça do Trabalho, atuando no setor de Previdência Social. Em 1942, após ser nomeado assistente-técnico do Ministro do Trabalho, Alexandre Marcondes Filho, tornou-se diretor-geral do Departamento Nacional do Trabalho (DNT). Em 1943, passou a chefiar a Divisão de Organização e Assistência Sindical, além de participar com Dorval de Lacerda e Arnaldo Lopes Sussekind, da elaboração da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Nos anos seguintes, presidiu a Comissão de Enquadramento Sindical e a Comissão Técnica de Orientação Sindical, e também integrou a Comissão do Imposto Sindical, Comissão Permanente de Direito Social e a Seção de Segurança Nacional do Ministério do Trabalho. Ainda no Estado Novo, foi um dos fundadores do Centro Trabalhista de Estudos Políticos e Sociais que, após a redemocratização de 1945, teve destacado papel na articulação do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). Em agosto de 1945, assumiu a presidência do diretório do PTB, no Distrito Federal, e em setembro foi eleito secretário-geral da primeira Comissão Executiva do partido. Nas eleições para a Assembleia Nacional Constituinte, elegeu-se deputado pelo Distrito Federal, tornando-se líder da bancada carioca e vice-líder da bancada nacional do PTB. Com a transformação da Constituinte em Congresso Ordinário, teve seu mandato estendido até 1951. Assumiu em seguida o Ministério do Trabalho, enfrentando dois anos depois expressivos movimentos de trabalhadores, como a greve dos 300 mil e a greve dos marítimos no Rio de Janeiro, Santos e Belém. Tentando utilizar-se de um decreto promulgado durante a Segunda Guerra Mundial, através do qual a Marinha Mercante poderia ser convocada como reserva da Marinha de Guerra, provocou a oposição aberta do então presidente nacional do PTB, João Goulart, que terminou por substituí-lo no Ministério. Em 1954, concorreu novamente pela legenda do PTB à Câmara dos Deputados pelo Distrito Federal, alcançando a primeira suplência. Em 1961, após a renúncia de Jânio Quadros, assumiu interinamente a chefia do Ministério do Trabalho, cargo que ocupou até a posse de João Goulart. Pouco depois, participou do governo Carlos Lacerda no então estado da Guanabara, tendo ocupado os cargos de secretário do interior e segurança, e chefe de polícia. Como especialista em direito do trabalho, foi consultor da Organização Internacional do Trabalho (OIT), tendo elaborado os projetos do Código do Trabalho da República dominicana do Panamá. Integrou as delegações brasileiras que participaram da Conferência de Seguro Social em Viena e Madri, das duas Conferências Internacionais de Serviço Social em Porto Rico e Tóquio, da Conferência dos Chanceleres em Washington, da X Assembleia da Previdência social em Viena, e do Congresso Sindical Mundial em Milão. Lecionou Direito do Trabalho e Direito Social na Faculdade Cândido Mendes e na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Foi membro honorário do Instituto do Trabalho e Medicina Social e do Instituto Brasileiro do Trabalho, além de membro permanente do Comitê Misto OIT-UNESCO para a Aplicação do Estatuto Internacional do Mestre. Integrou o Instituto de Medicina e Direito Social e foi sócio-honorário da Unión Americana de Medicina del Trabajo e do Instituto Brasileiro de História da Medicina. Faleceu no Rio de Janeiro no dia 17 de outubro de 1991.

Mário Duffles

  • Pessoa
  • 1926-

Nasceu em Antônio Carlos (MG), em 1926, descendente da família Andrada e de imigrantes holandeses e ingleses. Seu pai, após ter sido expulso da Escola Militar de Realengo, devido ao seu envolvimento na sublevação de 1918; dedicou-se à agricultura e industrialização de alimentos. Em 1932, depois da morte do pai no combate à Revolução Constitucionalista, mudou com a família para o Rio de Janeiro. Seis anos mais tarde, sua mãe morreu de tuberculose e, assistido pela tia, Antonieta Lott, ingressou no Colégio Militar do Rio de Janeiro, onde passou a viver como interno. Em 1944, quando estudava na Escola Militar de Resende, decidiu-se pela carreira médica, ingressando na Faculdade de Medicina da Universidade do Brasil, atual UFRJ. Ainda estudante, foi nomeado pelo prefeito Ângelo Mendes de Moraes, para a Secretaria de Saúde e Assistência, onde começou a trabalhar como técnico do Laboratório Bromatológico. Neste período, exerceu também a atividade de acadêmico de medicina do Serviço de Assistência Médica Domiciliar de Urgência (SAMDU). Recém-formado, alugou uma sala em um centro espírita da Rocinha, onde começou o trabalho que mais tarde daria origem à Clínica São Sebastião. De início, atendia basicamente à população da localidade, dedicando-se à pediatria e clínica geral. A partir dos anos 1960, passou a se dedicar especialmente à ginecologia e obstetrícia, atendendo uma clientela que, posteriormente, não mais se limitava aos moradores da Rocinha. Iniciou suas atividades na Secretaria da Saúde, como técnico de análise de leite, no Laboratório Bromatológico. Depois de formado, passou a atuar na Fiscalização Sanitária do Leite, onde trabalhou aproximadamente 15 anos. A partir daí, foi trabalhar na Fiscalização de Alimentos do VI Distrito de Higiene Sanitária (VIHS). Em 1966, participou da organização do Centro Médico Sanitário Alberto Borghetti, em Madureira. Meses depois, ainda como funcionário da Secretaria da Saúde, foi para a Fiscalização da Medicina, onde permaneceu até a sua aposentadoria, em 1984. Quanto às suas atividades no SAMDU, foi contratado como médico assim que se formou. Em 1952, o então diretor, Nelson Chustoff, nomeou-o chefe do Posto Central, na Rua do Matoso. Após essa experiência, não mais exerceu cargos de chefia, tendo trabalhado mais tarde nos postos da Gávea e de Botafogo. No momento da unificação da Previdência Social, prestava atendimento no atual Posto de Assistência Médica (PAM) da Rua Voluntários da Pátria, onde permaneceu até a sua aposentadoria.

Murilo Villela Bastos

  • Pessoa
  • 1918-?

Nasceu na cidade de São Paulo, em 1918. Seu pai era médico, mas abandonou a profissão para ser fazendeiro. Iniciou os estudos em Penápolis (SP), onde o pai clinicava. Fez o admissão numa pequena escola da fazenda da avó, na zona da mata mineira, e o ginásio no Liceu Franco Brasileiro, na cidade de São Paulo. Em 1934, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde durante um ano cursou o pré-médico. Em 1935, entrou para a Faculdade de Medicina da Universidade do Brasil atual UFRJ, formando-se em 1940. Como acadêmico, trabalhou no Hospital Miguel Couto e no Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina. Depois de formado, em 1941, tornou-se médico do Hospital Psiquiátrico D. Pedro II, trabalhando no laboratório da instituição. Em 1945, fez concurso para médico do Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Comerciários (IAPC), dos Industriários (IAPI), e para biologista do Ministério da Educação e Saúde, sendo aprovado em todos. Ao longo do ano de 1945, foi técnico de laboratório do Ministério da Educação e Saúde. Em 1946, ingressou no IAPC, trabalhando como médico no ambulatório central, na Cinelândia. Em 1952, a partir do interesse despertado para a administração médica, fez um curso de administração pública na Fundação Getúlio Vargas (FGV). Em 1953, foi membro da Comissão de Reorganização do Departamento de Assistência Médica do IAPC. Em 1954 e 1955, com o objetivo de ampliar os conhecimentos na área de organização da assistência médica, realizou diversos cursos nos Estados Unidos e Inglaterra.
Em 1956, trabalho no Hospital dos Comerciários (atual Hospital Federal de Ipanema), sendo mais tarde nomeado chefe do serviço médico. No período de 1961 a 1962, foi diretor da Divisão de Organização Hospitalar do Ministério da Saúde, presidente da Associação Brasileira de Hospitais e membro do Conselho de Medicina da Previdência Social, representando o Ministério da Saúde. Em 1963, ingressou no Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Bancários (IAPB), tornando-se assessor do Departamento Médico deste instituto e do IAPC, de 1964 a 1966. Nesse mesmo período, foi membro do grupo de planejamento de saúde do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, do Ministério do Planejamento. Em 1967, foi assessor técnico da Secretaria de Assistência Médica, do recém-criado Instituto Nacional de Previdência Social (INPS). De 1971 a 1972, foi membro do Conselho de Administração do Centro de Integração de Atividades Médicas do estado de São Paulo, representando a presidência do INPS. Entre 1973 e 1974, assessorou o superintendente regional do INPS, no antigo estado da Guanabara. Com a criação do Ministério da Previdência Social, em 1974, atuou como assessor do ministro junto à Secretaria de Estudos Especiais do Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS). Em 1976, representou a Previdência Social brasileira em um grupo de estudos da Organização Panamericana de Saúde (OPAS), para a realização de um projeto de planejamento de saúde nas Américas. Em 1977, foi representante do Brasil em um grupo de estudos sobre o planejamento de saúde no mundo. Além dos cargos que ocupou na Previdência Social, foi professor de fundamentos socioeconômicos de saúde nos cursos do Departamento de Saúde do Ministério da Saúde, e na Escola Nacional de Saúde Pública, do mesmo ministério. Entre as inúmeras atuações na área da saúde, escreveu diversos artigos e livros, entre os quais: Assistência Médica na Previdência Social (1973); Organização do Setor Saúde para o Desenvolvimento (1974); Contribuição para a Discussão do Sistema Nacional de Saúde (1975); O Impacto da Previdência Social na Organização dos Serviços Médicos (1978).

Paulo da Silva Cabral

  • Pessoa
  • 1919-?

Nasceu no Rio de Janeiro, 1919. Seu pai era funcionário público e faleceu, vítima de malária, quando ele ainda era recém-nascido. Criado pela mãe e pelo irmão mais velho, viveu muitas dificuldades no bairro do Riachuelo. Cursou o ginásio e o secundário no Colégio Pedro II, internato. Formado pela Faculdade de Direito da atual UFF, iniciou sua carreira de profissional defendendo no Tribunal de Segurança alguns dos militares revoltosos de 1935. Ao mesmo tempo, iniciou suas atividades como redator do Jornal A Noite, função que exerceu até 1957. Ingressou na Previdência Social, em 1940, sendo nomeado por Getúlio Vargas como inspetor de Previdência do Ministério do Trabalho.
Em 1942, assumiu a Procuradoria da Caixa de Aposentadoria e Pensões dos Ferroviários da Estrada de Ferro Central do Brasil (EFCB). Em 1977, aposentou-se como procurador-chefe da Consultoria Jurídica do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) e, em 1984, voltou a ocupar o cargo de procurador-geral do INPS, por um breve período. Durante a sua trajetória no sistema previdenciário – na procuradoria, no setor de benefícios, no serviço social, na presidência da Junta Interventora do Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Empregados em Transportes e Cargas (IAPETC), em 1964, ou na presidência do Conselho de Recursos da Previdência Social (CRPS) – acumulou um grande conhecimento ao que se refere à Previdência brasileira. Organizador e chefe do serviço social da Caixa da Central do Brasil, entre 1944 e 1949, lançou nesta ocasião o jornal O Trilho. Estudioso das primeiras Caixas de Previdência que antecederam a Lei Eloy Chaves, participou do I Congresso Brasileiro de Serviço Social, realizado em 1947. Foi representante da Caixa da Central junto ao grupo de trabalho para a constituição do Instituto de Serviços Sociais do Brasil (ISSB), membro de diversas comissões para apuração dos débitos da União com a Previdência, professor universitário, professor da Escola Naval, especialista em direito previdenciário e membro da Academia Brasileira de Previdência Social, com sede em São Paulo.

Renato Pacheco Filho

  • Pessoa
  • 1910-1985

Nasceu em 1910, no Rio de Janeiro. Seu pai, Renato Pacheco, foi um importante líder médico, tendo atuado no Sindicato Médico Brasileiro nas décadas de 1930 e 1940. Ingressou na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro em 1926, tendo concluído seu curso em 1931. Em sua passagem pela faculdade, foi estagiário na Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro, no Serviço de Cirurgia do professor Augusto Paulino, em 1927 e interno voluntário da cadeira de propedêutica médica no Hospital São Francisco de Paula, no Serviço do professor Rocha Vaz, em 1929. Apesar de ter tido experiência na área da saúde pública, ainda como estudante, participando da campanha antivariólica de 1929 a 1930 como auxiliar acadêmico do Departamento de Saúde Pública, não abandonou a sua opção pela formação de cirurgião. Desta forma, tornou-se interno efetivo da cadeira de clínica cirúrgica da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, sob o comando do professor A. Figueiredo Baena, de 1930 a 1931. Depois de formado, entre os anos de 1931 e 1934, continuou trabalhando com assistente do professor Figueiredo Baena, tanto no Hospital São Francisco de Assis quanto na Santa Casa da Misericórdia. Entretanto, a maior parte da vida profissional de Renato Pacheco foi desenvolvida no Serviço de Assistência Pública do Distrito Federal, onde foi nomeado cirurgião auxiliar em 1933. Como médico da Assistência Pública do Distrito Federal, trabalhou de 1933 a 1936, em 1938 e de 1940 a 1952, no Hospital Souza Aguiar, onde se aposentou como chefe de cirurgia. Em 1936, foi cirurgião do Hospital Rocha Faria, localizado em Campo Grande. Trabalhou também como cirurgião do Hospital Paulino Werneck de 1936 a 1937. Durante os anos de 1937 e 1938, atuou como chefe de clínica do Serviço de Cirurgia do Hospital Carlos Chagas, em Marechal Hermes. Em 1938, atuou como cirurgião do Hospital Getúlio Vargas, hospital que viu ser inaugurado. Trabalhou ainda como cirurgião do Dispensário do Méier de 1939 a 1940. Foi também responsável, como redator, pela publicação da Revista Médica Municipal de 1940 a 1943. Foi presidente do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, no biênio 1955-1957. Durante sua atuação no Colégio Brasileiro de Cirurgiões esta entidade experimentou um considerável crescimento. Por sua iniciativa, o Colégio deixou de ser uma entidade fechada, democratizando-se. Ao invés de ter apenas sua sede no Rio de Janeiro foram estabelecidos também várias representações em todo o território nacional. Participou da Associação Médica Brasileira (AMB), tendo feito parte de seu Conselho Deliberativo no período de 1957 a 1959. Teve também destacada atuação como membro da Associação Médica do Distrito Federal, tendo ocupado, entre outros cargos, o de presidente. Sua gestão à frente da Associação Médica do Distrito Federal (AMDF), entre 1957 e 1959, coincidiu com o momento de aprovação do novo Código de Ética Médica e com a redefinição administrativa dos Conselhos de Medicina, que se transformaram em autarquias com autonomia administrativa e financeira (Decreto-Lei n° 3.268/57).

Ermiro Estevam de Lima

  • Pessoa
  • 1901-1997

Nasceu na cidade de Bezerros (PE) no dia 26 de outubro de 1901. Viveu sua infância e adolescência no interior daquele Estado. Seu pai era um pequeno industrial, dono de uma fábrica de doces e conservas. Sua família era bastante numerosa: tinha sete irmãos, dois dos quais seguiram a carreira médica. Quando jovem, desejava tornar-se engenheiro mecânico. Sua opção pela medicina sofreu, forte influência de Paulo Afonso, médico do interior, muito amigo da família. Seu ingresso na carreira se fez sem que nenhum antepassado o ajudasse a iniciar a profissão. Seguindo a recomendação de Paulo Afonso, ingressou na Faculdade de Medicina da Bahia (1921) formando-se quatro anos mais tarde. Durante o período da faculdade, foi auxiliar de ensino de dois médicos que gozavam de grande prestígio científico e político na época: Eduardo de Moraes, otorrinolaringologista, e Álvaro Fróes da Fonseca, anatomista. Após diplomar-se médico, voltou à sua terra natal, onde instalou uma clínica que contava com serviço de farmácia e obstetrícia. Muitas vezes, para visitar seus clientes, residentes nas áreas mais distantes, deslocava-se a cavalo. Sua clientela, em geral, tinha baixo poder aquisitivo e, por esta razão, raramente ele estipulava o valor da consulta. Algumas vezes, chegou a ser pago com galinhas, porcos e outros animais domésticos. Em 1928, a convite de Fróes da Fonseca, estabeleceu-se no Rio de Janeiro. Sua vida profissional alterou-se fundamentalmente com a vinda para a capital da República. Logo ao chegar, introduziu-se na carreira universitária, sendo aprovado no concurso de livre-docência de anatomia humana da Faculdade Nacional de Medicina. Dez anos depois, conquistou a cátedra de anatomia da Faculdade de Odontologia da Universidade do Brasil. Em 1944, apesar de ter-se destacado no concurso para a cátedra de otorrinolaringologia da Faculdade Nacional de Medicina da Universidade do Brasil, não conquistou a vaga; esta coube, por votação, a David Sanson. Este fato, no entanto, contribuiu para elevar seu prestígio entre médicos, alunos e clientes. Como clínico otorrinolaringologista, conciliou sua atuação no consultório particular com a atividade na Policlínica Geral do Rio de Janeiro, no Hospital São Francisco de Assis e no Hospital dos Servidores. Em 1953, foi convidado a exercer a presidência da Associação Médica do Distrito Federal (AMDF). Neste período, iniciava-se a greve da Letra "O", que tinha por objetivo o enquadramento dos médicos do serviço público federal no nível mais alto no plano de carreira do funcionalismo: a letra O (projeto de lei n° 1.082/50). No seu entender, este movimento não tinha um caráter meramente pecuniário, ele buscava garantir o prestígio e o reconhecimento social do médico. Ao longo de quatro anos, muitas paralisações foram realizadas visando a aprovar o projeto de lei n° 1.082/50. Havia resistências no seio da categoria quanto à necessidade deste movimento. Tanto a Associação Médica Brasileira (AMB) quanto o Sindicato dos Médicos divergiam em relação a este tipo de encaminhamento. Em dezembro, o presidente Café Filho vetou o projeto de lei que estava em tramitação no Congresso Nacional, mas garantiu o aumento salarial previsto. Apesar de não ter sido vitoriosa, a greve da Letra "O" representou o primeiro esforço reivindicatório da categoria médica no Brasil. Ainda integrou a primeira diretoria do Conselho de Medicina do Distrito Federal (1957). Logo que terminou a greve, voltou a atuar na universidade, nos estabelecimentos de assistência médica às coletividades e em seu consultório. Em 1959, conquistou a vaga da cátedra de otorrinolaringologia na Faculdade Nacional de Medicina da Universidade do Brasil. Seu nome se confunde, hoje em dia, com a história da otorrinolaringologia no Brasil. Faleceu em 25 de fevereiro de 1997.

Sylvio Lengruber Sertã

  • Pessoa
  • 1907-?

Nasceu em 1907 no Carmo, município localizado na região serrana do Estado do Rio de Janeiro. Lá viveu toda a sua infância e adolescência em uma grande fazenda com o pai, Licínio Sertã, de origem portuguesa, e a mãe, Olímpia Lengruber Sertã, de origem suíça. Seu pai era médico clínico e atendia seus pacientes em sua própria casa, que se transformava em uma espécie de mini-hospital, onde, além das consultas, realizava cirurgias e exames. Sua escolaridade básica sempre foi realizada em estabelecimentos de ensino privado. Cursou os primeiros anos no Ginásio Bittencourt e no Colégio Vieira Lima, ambos no Carmo. Aos 15 anos, veio para o Rio de Janeiro fazer os exames preparatórios para o vestibular no Colégio Pedro II. Seu interesse pela medicina foi despertado quando era ainda um menino e acompanhava o trabalho e a luta do pai, médico do início do século, em um local com tão poucos recursos como era o Carmo. Uma vez, presenciou o pai salvar um menino, asfixiado pela difteria. Este fato foi considerado por ele decisivo em sua opção profissional. Em 1923, foi aprovado no vestibular para a Faculdade Nacional de Medicina, no Rio de Janeiro. Logo que iniciou o curso, foi convidado por seu irmão, também médico, para trabalhar no Hospital São Francisco de Assis, na enfermaria de ginecologia dirigida por Armando Aguinaga. Na verdade, a ginecologia não foi propriamente uma escolha pessoal; ela lhe foi oferecida como uma primeira oportunidade de trabalho na área da saúde. Armando Aguinaga tornou-se para ele uma referência como profissional da medicina, como professor e como amigo. Logo que se formou (1928), associou a atividade docente à clínica, trabalhando na enfermaria de ginecologia do Hospital São Francisco de Assis. De 1928 a 1968 trabalhou neste Hospital, ocupando o cargo de assistente e de chefe de clínica do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia. Sem contar os anos em que desenvolveu sua atividade como estudante - sem remuneração - foram 40 anos de trabalho no serviço público. Foi também professor da Escola de Enfermagem Ana Nery. Alguns anos depois, prestou concurso para livre-docente da Faculdade Nacional de Medicina (1935) e na Escola de Medicina e Cirurgia do Instituto Hahnemaniano (1936), na cadeira de clínica obstétrica. Para ele, o magistério foi mais do que uma atividade de ensino, uma experiência de aprendizado, pois, no seu entender, o interesse do aluno leva o professor a se empenhar e a pesquisar. Assim, ele ficou lecionava ao mesmo tempo em três estabelecimentos de ensino superior. Na Escola de Enfermagem Ana Nery, chegou a criar um curso de parteiras. Além dessas atividades, montou também um consultório particular em sociedade com Armando Aguinaga (1935). Sua participação mais efetiva no movimento associativo médico deu-se apenas em 1954, quando aceitou um convite, feito por Roberto Duque Estrada, para ocupar o cargo de tesoureiro da diretoria provisória do Conselho Regiônal de Medicina do Distrito Federal. Naquele momento, o Conselho de Medicina não tinha autonomia financeira, suas verbas vinham do Sindicato dos Médicos. Quatro anos mais tarde (1957), foram realizadas eleições para a nova diretoria do Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal. Foi um dos membros da chapa única de composição que venceu as eleições. Esta chapa reuniu médicos do Conselho Provisório, do Sindicato dos Médicos, da Associação Médica do Distrito Federal, da Academia Nacional de Medicina e da Sociedade de Medicina e Cirurgia. Do ponto de vista ideológico, esta composição reunia tendências heterogêneas e até antagônicas.
Na eleição seguinte, esta composição política não teve condições de se manter (1962). A crise do governo João Goulart se evidenciava nos debates sobre a "ameaça" do comunismo na sociedade brasileira. O debate político-ideológico próprio dos anos 60 no Brasil, traduzia-se no seio do movimento médico naquela oportunidade. Encabeçou uma chapa que tinha como lema: "Luta contra o comunismo na classe médica da Guanabara". Seu objetivo era afastar do Conselho as lideranças médicas que, no seu entender, eram simpáticas às ideias comunistas. Para ganhar a eleição, a chapa encabeçada por ele coordenou o trabalho de "cabos eleitorais", que se dividiram entre vários hospitais. Vitorioso, ocupou a presidência em 1963 e 1964, quando ampliou as dependências do Conselho, adquirindo outras salas no Edifício Odeon e criando um consórcio de automóveis para os médicos. Em sua gestão, o Conselho Regional já julgava processos éticos, sem no entanto punir os médicos. Um ano depois, passou a ocupar uma vaga no Conselho Federal de Medicina. Em 1978, a eleição para o Conselho Regional foi impugnada devido à constatação de várias irregularidades da chapa vencedora. Foi convidado pela antiga diretoria a voltar ao Conselho, desta vez como interventor. Assim, ele ficou como presidente provisório do Conselho Regional por mais cinco anos.

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