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registro de autoridade

Abrahão Rotberg

  • Pessoa
  • 1912-2006

Filho de imigrantes romenos, nasceu em 12 de janeiro de 1912, no Rio de Janeiro. Iniciou a formação escolar no Colégio Pedro II, mas em 1923 mudou-se para São Paulo. Em 1928, aos 16 anos, ingressou na Faculdade de Medicina de São Paulo, hoje componente da Universidade de São Paulo (USP). Durante o sexto ano da graduação fez estágio no Serviço de Lepra do Sanatório Padre Bento, na região metropolitana de São Paulo. Em 1939, logo depois de formado, fez em Nova York, o curso de Dermatologia no Skin Cancer Hospital. Ainda nos Estados Unidos, foi convidado a apresentar seu trabalho sobre a reação de Mitsuda no National Cancer Institute. Ao retornar para o Brasil, trabalhou na Inspetoria de Profilaxia da Lepra de São Paulo, cuja política de controle para os hansenianos estava fortemente pautada no isolamento compulsório. Pouco tempo depois, em parceria com o colega de turma e também leprologista Luiz Marino Bechelli, escreveu um importante trabalho sobre a ineficiência do tratamento com o óleo de chaulmoogra. Presenciou o início do uso da Sulfona e dos medicamentos químicos no tratamento aos doentes, o qual possibilitaria o fim do isolamento nos leprosários. Igualmente com Bechelli, Nelson de Souza Campos e Flavio Maurano, disputou os concursos de monografia promovidos pelo Serviço Nacional de Lepra (SNL) em 1942 e 1943, e participou da equipe vencedora nos dois anos. Recebeu prêmios e homenagens pelo Tratado de Leprologia, obra clássica no campo da Hansenologia, uma das mais importantes publicações do SNL e do Ministério da Educação e Saúde para subsidiar os estudos na área. Em 1967, a convite do dr. Walter Sidney Pereira Leser, então secretário de Saúde de São Paulo, assumiu a direção do Departamento de Profilaxia da Lepra (DPL), a antiga Inspetoria. Graças à sua direção nesse Departamento, o estado de São Paulo mudou a política de controle de hanseníase, até então amparada no isolamento em leprosários, diferindo da maioria dos estados brasileiros. Concomitante a esse cargo foi professor de Dermatologia na Faculdade Paulista de Medicina, entre 1959 e 1972. Escreveu um importante trabalho sobre a imunização genética da lepra, chamado Fator N de Rotberg. Foi sua a iniciativa de mudança do nome da doença de ‘lepra’ para ‘hanseníase’, cujo objetivo era minimizar o que ele chamava de leproestigma, presente nos termos ‘lepra’ e ‘leproso’. Defendeu essa mudança em nível mundial durante o X Congresso Internacional de Lepra, realizado na cidade de Bergen, na Noruega, em 1973, mas não obteve o sucesso esperado e o Brasil é um dos poucos a usar outra denominação que não ‘lepra’ para a hanseníase. Foi um dos fundadores do periódico Hansenologia Internationalis, em 1975, herdeira direta da Revista Brasileira de Leprologia, criada em 1933. Desde 1940 exerceu também a clínica em seu consultório particular. Morreu em 1° de novembro de 2006, aos 94 anos, em São Paulo.

Agenor Mendes Filho

  • Pessoa
  • 1936-

Nasceu em 8 de julho de 1936, em Maceió (AL), onde concluiu a educação básica no colégio Guido Fontgalland. Com grande inclinação para a música, praticou piano durante muitos anos. Em 1956 mudou-se com a família para Recife com o objetivo de prestar vestibular para Medicina no ano seguinte. Porém, recebeu o diagnóstico de Hanseníase e, por causa do tratamento, foi impedido de realizar o vestibular em 1957. Foi tratado com Rifampicina e DDS e começou a trabalhar na biblioteca da Faculdade de Direito e da Escola de Engenharia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Em virtude da afinidade com a leitura, formou-se em Biblioteconomia em 1958 pela mesma universidade. Após receber alta médica do tratamento de hanseníase, entrou no curso de Medicina em 1962, e comemorou essa vitória ao lado do pai e do professor Jorge Lobo. Em 1965 foi trabalhar na biblioteca do Instituto de Pediatria do Nordeste, cujo chefe era o professor Antônio Figueira. Nesse mesmo ano, pediu para ser transferido para a Clínica Dermatológica Santo Amaro, onde passou a atuar como bibliotecário-médico. Em 1967, já formado em Medicina, pleiteou no Conselho Regional de Medicina sua passagem para o cargo de Médico, mas só conseguiu ser enquadrado na categoria de médico em 1971, após vários embates com o professor Paulo de Souza. Antes disso, em 1968, entrou como sócio da Sociedade Brasileira de Dermatologia, e em 1969 frequentou o Congresso Brasileiro de Dermatologia, realizado em Recife, onde se encontrou com os grandes dermatologistas brasileiros da época, como Rubem David Azulay, Ramos e Silva e Silvio Fraga, dentre outros. Nesse Congresso, apresentou um trabalho com a ajuda do professor Márcio Lobo, intitulado “Afecções dermatológicas mais frequentes em nosso meio”. Foi chefe do ambulatório de dermatologia e professor de hansenologia do Hospital das Clínicas de Recife, antiga Clínica Santo Amaro. No período em que atuou na instituição, o depoente e sua equipe deram grande atenção ao setor de hansenologia do hospital. Em 1991, pediu a aposentadoria.

Arnaldo Sobrinho de Moraes

  • Pessoa
  • 1928-?

Nasceu em 1928, em Cruz do Espírito Santo (PB). Por ser filho de agricultor, desde criança ajudava o pai na lavoura. Aos 18 anos já trabalhava em uma padaria, e o proprietário do estabelecimento o encaminhou ao Exército, onde se alfabetizou com a ajuda dos colegas. Em 1949, ao deixar as Forças Armadas, foi trabalhar como auxiliar de cozinha na Colônia Getúlio Vargas, Paraíba, dirigida pelo leprologista Humberto Cartacho. A partir daí, passou a testemunhar o sofrimento dos pacientes com sequelas de hanseníase, uma realidade que não conhecia. Como empregado da Colônia, podia residir na chamada ‘área sadia’ e tinha autonomia para plantar legumes e comercializá-los na feira, o que aumentava a renda familiar. Por residir até hoje no mesmo local, presenciou sucessivas administrações como as de Cláudio Baracuí, Manuel Menezes de Oliveira, Antônio Ramalho e Francisca Estrela Dantas Maroja. Trabalhou ainda como ‘capitão de campo’, uma espécie de supervisor da Colônia. Casou-se, teve nove filhos e se aposentou como servidor da Colônia em 1995.

Francisca Estrela Dantas Maroja

  • Pessoa
  • 19??-

Nasceu em Souza (PB). Seu desejo era tornar-se advogada, porém não conseguiu ingressar no Colégio Estadual, onde faria o curso Clássico. Optou por estudar no Colégio Diocesano Pio XI e após ter aulas de Biologia, decidiu seguir a carreira médica. Em 1967 prestou vestibular para medicina na Universidade Federal da Paraíba e durante a graduação optou pela especialidade de Dermatologia. Formou-se em 1972 e no ano seguinte foi para o Rio de Janeiro fazer Residência Médica, no Hospital Central Instituto de Assistência aos Servidores do Estado da Guanabara (Iaseg). Nesse período fez estágio no Hospital Frei Antônio, no bairro de São Cristóvão, onde se localizava a Divisão Nacional de Dermatologia Sanitária (DNDS), sob a direção do dr. Ademyr Rodrigues da Silveira. Ao retornar à Paraíba, recebeu convite para assumir o cargo de Coordenação do Programa de Hanseníase do Estado, que exerceu de 1975 a 1981 e de 1987 a 1996. Foi sob sua supervisão que a poliquimioterapia foi implantada no estado, em 1988. Entre 1976 e 1981 foi diretora da Colônia Getúlio Vargas, onde presenciou as sequelas dos pacientes e as dificuldades de tratamento em hospitais por causa do estigma sofrido pelos pacientes. Não desejava trabalhar somente com administração pública, por isso, abriu um consultório onde exerce, ainda hoje, a profissão de médica dermatologista da rede privada.

Germano Traple

  • Pessoa
  • 1924-2008

Nasceu em 26 de maio de 1924, em Curitiba (PR). Filho de Guilherme Traple e Nathalia Elly Traple, seguiu carreira militar até 1945, quando optou pela graduação em Medicina. Em 1953 ingressou na Faculdade de Medicina, da Universidade Federal do Paraná (UFPR); em 1958 foi interno da disciplina de Clínica Médica, com o professor Gastão
Pereira da Cunha, e em 1959, com o professor Otávio da Silveira, foi interno da disciplina de Neurologia, tendo concluído o Curso de Medicina nesse mesmo ano. Fez diversos cursos sobre hanseníase. O primeiro deles foi promovido pela Secretaria de Saúde e Bem-Estar Social de Curitiba, em 1972, e teve o título de especialista em Hansenologia. Um dos mais recentes foi o curso com treinamento no Department of Hand & Leprosy Reconstructive Surgery and Rehabilitation Unit, do Christian Medical College Hospital e do New Life Centre, em 1983, na Índia. Foi coordenador do Programa de Prevenção de Incapacidades Físicas em Hanseníase, de 1976 a 1990, na Secretaria de Saúde do Paraná. Trabalhou como consultor da Germany Leprosy and Tuberculosis Relief Association of Leprosy – Würtzburg, entre 1977 e 1995. Foi consultor temporário na OMS e da OPAS, atuando nesta função por duas vezes. A primeira delas foi em 1984, quando realizou um levantamento sobre os doentes da Ilha de Páscoa, no Chile. Dois anos depois, exerceu a atividade de professor quando organizou e proferiu as aulas de um curso de hansenologia da Associação Paranaense de Hansenologia, em Curitiba. Entre 1992 e 1995, foi diretor-geral do Hospital de Dermatologia Sanitária do Paraná, a antiga Colônia São Roque. Teve vários trabalhos publicados, inclusive em congressos internacionais; ministrou diversos cursos, palestras e treinamentos na área da hanseníase. Além disso, recebeu muitas homenagens, como a da Secretaria Estadual de Saúde do Paraná, durante o curso sobre gerência no Programa de Hanseníase com enfoque na Prevenção de Incapacidades Físicas, realizado de 20 a 23 de setembro de 2005, em Curitiba. Foi especialista em reabilitação e pioneiro em prevenção de incapacidades físicas na hanseníase no Paraná e no Brasil, e é referência da comunidade científica nacional e internacional. Executou treinamentos em todo o Brasil sobre as técnicas de adaptação de calçados. Faleceu em Curitiba no dia 21 de março de 2008.

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