Fotografia em preto e branco mostrando dois técnicos vestindo roupas de proteção, incluindo toucas e máscaras, sentados em uma mesa de laboratório. O técnico à esquerda segura uma amostra com uma pinça e o outro opera um dispositivo que parece ser um maçarico, para cortar a casca de um ovo. Há equipamentos de laboratório na mesa, incluindo recipientes de vidro, uma caixa contendo ovos e vários instrumentos. A atmosfera do laboratório é limpa e organizada.
Área de identificação
Código de referência
Título
Data(s)
- 1900-1950 (Produção)
nível de descrição
Fundo
Dimensão e suporte
Documentos iconográficos: 16.754 itens (636 negativos de vidro e 16.118 fotografias)
Área de contextualização
Nome do produtor
História administrativa
A Fundação Rockefeller foi criada em 1913, no contexto da remodelação dos códigos sanitários internacionais vivenciada no início do século XX. Com o objetivo de implantar medidas sanitárias uniformes no continente americano, consolidou-se nessa época uma ampla rede de organizações internacionais, cujo financiamento provinha, em sua maior parte, dos Estados Unidos. Instituição filantrópica e de cunho científico, ela atuou prioritariamente nas áreas de educação, medicina e sanitarismo. Estava associada a um grande grupo industrial e comercial norte-americano, liderado pelo milionário John D. Rockefeller, e priorizou o campo da saúde pública, atuando inicialmente no sul dos Estados Unidos, mas depois estendeu seus métodos de trabalho a outros países que apresentassem necessidade de controle e erradicação de moléstias, tais como ancilostomíase, febre amarela e malária. Por meio da recém-criada Junta Internacional de Saúde e com base em convênios de cooperação com instâncias governamentais federal e estadual em diversos países, teve sua atuação estendida a grande parte da América Latina. Chegou ao Brasil em 1916 e logo entrou em contato com importantes cientistas do país. No entanto, data de 1923 o estabelecimento do seu convênio com o governo brasileiro, que garantiu a cooperação médico-sanitária e educacional para programas de erradicação das endemias, problema grave e caro ao governo, sobretudo em relação às regiões do interior, onde os trabalhos se concentraram no combate à febre amarela e mais tarde à malária. A partir de 1930 intensificou e institucionalizou suas atividades, atuando lado a lado com organismos governamentais, notadamente no combate à febre amarela, doença que acreditavam poder erradicar do país. Esse processo foi simultâneo à sua associação com os serviços constituídos para atuar nesse mesmo cenário – como o Serviço Nacional de Febre Amarela e o Serviço de Malária do Nordeste –, o que concorreu para ampliar o alcance de suas ações, ao mesmo tempo em que propiciou uma troca de experiências e influências entre as instituições brasileiras e a norte-americana. Nesse esforço, mobilizou seu staff em duas grandes áreas de atuação: de um lado, as campanhas de erradicação do mosquito vetor da febre amarela e pesquisas epidemiológicas em campo; de outro, as atividades em laboratório visando aprofundar os conhecimentos sobre a doença e produzir uma vacina eficaz contra ela. A partir de 1940, com laboratório já montado e fabricando a vacina antiamarílica, a Fundação Rockefeller vai paulatinamente transferindo o controle dessas atividades para o já estruturado Serviço Nacional de Febre Amarela, até que, em 1950, retirou-se formalmente do controle dessas atividades, passando a direção do laboratório de pesquisas e de produção da vacina para o IOC.
Entidade custodiadora
História arquivística
O arquivo fotográfico é fruto das atividades da Fundação Rockefeller no Brasil, e, embora contendo registros obtidos na década de 1920, apresenta a maior concentração de imagens a partir de 1930, quando ocorre a institucionalização de suas atividades em nível federal. A trajetória das fotografias, desde a incorporação do Laboratório de Febre Amarela pelo IOC até o seu recolhimento ao Departamento de Arquivo e Documentação (DAD), não é completamente conhecida. Porém, os documentos textuais – protocolos, relatórios e fichas epidemiológicas, entre outros registros –, gerados em função da coleção de amostras de fígado e lâminas, permaneceram no Departamento de Patologia do IOC e foram recolhidos ao DAD em 1994. A existência de uma relação mais evidente entre esses documentos ainda não foi estabelecida, o que determinou sua forma de organização como conjuntos distintos: os fundos IOC e Fundação Rockefeller.
Procedência
Laboratório de Febre Amarela do Instituto Oswaldo Cruz.
Área de conteúdo e estrutura
Âmbito e conteúdo
Reúne fotografias referentes às ações empreendidas pela Fundação Rockefeller no Brasil, com ênfase no Rio de Janeiro, Bahia e Ceará e, em menor medida, na América Latina. Registram desde as pesquisas científicas, o processo de fabricação de vacina antiamarílica e os serviços de combate à febre amarela e à malária, até aspectos das regiões do país onde a instituição atuou.
Avaliação, seleção e eliminação
Ingressos adicionais
Sistema de arranjo
Série Serviço de Febre Amarela
Série Serviço de Malária do Nordeste
Série Exposições do Serviço de Febre Amarela e do Serviço de Malária do Nordeste
Série Fotos Aéreas
Área de condições de acesso e uso
Condições de acesso
Sem restrição.
Condiçoes de reprodução
Sem restrição.
Idioma do material
- inglês
- português
Sistema de escrita do material
Notas ao idioma e script
Características físicas e requisitos técnicos
Instrumentos de descrição
FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ. Casa de Oswaldo Cruz. Departamento de Arquivo e
Documentação. Fundo Fundação Rockefeller: catálogo. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2007.
Área de fontes relacionadas
Existência e localização de originais
Existência e localização de cópias
Unidades de descrição relacionadas
Nota de publicação
ALINA Perlowagora-Szumlewicz: da Polônia às grandes endemias brasileiras. Rio de Janeiro: Instituto Oswaldo Cruz/Fiocruz, 2018. Vídeo (11 min). Disponível em: https://www.ioc.fiocruz.br/videos/alina-perlowagora-szumlewicz-da-polonia-grandes-endemias-brasileiras. Acesso em: 15 jun. 2023.
BENCHIMOL, Jayme Larry; SÁ, Magali Romero (org.). Adolpho Lutz, obra completa. Adolpho Lutz e a entomologia médica no Brasil (apresentação histórica). Rio de Janeiro: Ed. Fiocruz, 2006. v.2, livro 3. Disponível em: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/14960. Acesso em: jun. 2008.
CASA DE OSWALDO CRUZ. Arquivos nada secretos da saúde no Brasil. Rio de Janeiro: Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz, 2014. Disponível em: https://www.coc.fiocruz.br/images/PDF/arquivos-nada-secretos.pdf. Acesso em: 19 jun. 2025.
HOCHMAN, Gilberto; MELLO, Maria Teresa Bandeira de; SANTOS, Paulo Roberto Elian dos. A malária em foto: imagens de campanhas e ações no Brasil da primeira metade do século XX. História, Ciências, Saúde – Manguinhos, Rio de Janeiro, v. 9 (supl.), p. 233-273, 2002. Disponível em: https://www.scielo.br/j/hcsm/a/dBjkhZ6rjnfwxLSyYBsdSqn/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 20 jul. 2025.
IGLESIAS, Fábio, SANTOS, Paulo Roberto Elian dos; MARTINS, Ruth B. (org.). Vida, engenho e arte: o acervo histórico da Fundação Oswaldo Cruz. Rio de Janeiro: Fiocruz/Casa de Oswaldo Cruz, 2014.
LACERDA, Aline Lopes de. A fotografia nos arquivos: a produção de documentos fotográficos da Fundação Rockefeller durante o combate à febre amarela no Brasil. 2008. Tese (Doutorado em História Social) - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2008. Disponível em: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-11092008-145559/publico/TESE_ALINE_LOPES_DE_LACERDA.pdf. Acesso em: maio 2023.
LACERDA, Aline Lopes de; LOPES, Gabriel; OLIVEIRA, Heverton Campos de (org.). A Fundação Rockefeller no Brasil: imagens do combate à febre amarela e à malária. Rio de Janeiro: Fiocruz-COC, 2025. Disponível em: https://arca.fiocruz.br/items/068188e5-7dad-418c-9f39-6c326d590616. Acesso em: 3 out. 2025.
SANTOS, Ricardo Augusto dos. A Fundação Rockefeller no Brasil. Brasiliana Fotográfica, Rio de Janeiro, 15 jul. 2024. Disponível em: https://brasilianafotografica.bn.gov.br/?p=36607. Acesso em: 19 jun. 2025.
Área de notas
Nota
O fundo Fundação Rockefeller foi nominado ao Registro Regional do Programa Memória do Mundo em 2022.
Fonte: ARQUIVO NACIONAL. Programa Memória do Mundo da UNESCO – MoW. Disponível em: http://mow.arquivonacional.gov.br/index.php/acervos-brasileiros/registro-regional/135-acervos-nominados-em-2022.html. Acesso em: fev. 2023.
A digitalização, o tratamento, a elaboração de metadados e a inserção das cópias digitais na Base Arch foram ações integrantes do projeto “WAC803/01/2023 - Arquivo Fotográfico do Combate à Febre Amarela no Brasil (1930- 40): Saúde, Memória e Cultura” que contou com o patrocínio do Grupo Seres, Concremat, IBMR, MarshMcLennan, Rock-It e Prefeitura do Rio, por meio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura - Lei do ISS.
Identificador(es) alternativos
Pontos de acesso
Pontos de acesso de assunto
Pontos de acesso local
Ponto de acesso nome
Pontos de acesso de gênero dos documentos
Área de controle da descrição
Identificador da entidade custodiadora
Regras ou convenções utilizadas
CONSELHO NACIONAL DE ARQUIVOS. NOBRADE: norma brasileira de descrição arquivística. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2006.
Estado atual
Final
Nível de detalhamento
Integral
Datas de criação, revisão, eliminação
Idioma(s)
Sistema(s) de escrita(s)
Fontes
Nota do arquivista
Revisão e descrição de itens iconográficos (2023): Natalie Rickli Pimentel.
Digitalização de itens iconográficos (fotografias com fichas, 2023): Márcio de Oliveira Ferreira.