Fundo EC - Evandro Chagas

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Área de identificação

Código de referência

BR RJCOC EC

Título

Evandro Chagas

Data(s)

  • 1910-1944 (Produção)

nível de descrição

Fundo

Dimensão e suporte

Documentos textuais: 2,52 m
Documentos iconográficos: 167 itens (154 fotografias, 8 desenhos, 4 cartões-postais e 1 caricatura)
Documentos cartográficos: 28 itens (23 mapas e 5 plantas)

Área de contextualização

Nome do produtor

(1905-1940)

Biografia

Nasceu em 10 de agosto de 1905, no Rio de Janeiro, filho de Carlos Ribeiro Justiniano Chagas e Íris Lobo Chagas. Realizou os estudos primários no Colégio Rezende e os secundários no Colégio Pedro II. Sendo seu pai diretor do Instituto IOC, teve a infância e a juventude marcadas pela convivência estreita com os principais cientistas e intelectuais brasileiros e estrangeiros da época. Em 1921 ingressou na Faculdade de Medicina da Universidade do Rio de Janeiro e optou por realizar seu internato no Hospital Oswaldo Cruz (HOC), que posteriormente levaria seu nome, e no Hospital São Francisco de Assis, sob a orientação de Carlos Chagas e Eurico Villela, com quem aprofundou seus estudos de cardiologia. No HOC, ainda estudante, foi responsável pelo Serviço de Radiologia e Eletrocardiografia. Ao se formar em 1926 assumiu a chefia do Serviço e de uma enfermaria do HOC. Como conhecedor de radiologia e eletrocardiografia, exerceu a clínica especializada no Rio de Janeiro, onde foi um dos primeiros a fazer o exame complementar eletrocardiográfico. Em 1930 tornou-se livre-docente da cátedra de medicina tropical da Faculdade de Medicina, que era ocupada por seu pai, apresentando tese intitulada "Forma cardíaca da tripanossomíase americana". Nesse ano assumiu a chefia de laboratório da Seção de Patologia Humana do HOC. Em 1936 chefiou a Comissão Encarregada dos Estudos da Leishmaniose Visceral Americana (CEELVA), organizada pelo IOC com o objetivo de investigar a doença, cuja nosologia era praticamente desconhecida na América do Sul. Após algumas excursões pelas regiões Norte e Nordeste, descobriu o primeiro caso humano da leishmaniose visceral americana, cabendo à sua equipe a descrição da doença, identificada como autóctone. Ainda em 1936 obteve o apoio do governo do Pará para a criação do Instituto de Patologia Experimental do Norte, com sede em Belém, atual Instituto Evandro Chagas, e foi designado pelo IOC para orientar as suas atividades técnicas e científicas. O instituto tinha como missão estudar os problemas médico-sanitários da região, orientando sua profilaxia e assistência. O alargamento das atividades da CEELVA levou à formação do Serviço de Estudos das Grandes Endemias (SEGE), em 1937, para o qual foi nomeado superintendente. A criação do SEGE correspondeu à necessidade de estender ao interior as atividades do IOC e esclarecer os principais problemas de patologia regional do país. Foram realizadas pesquisas sobre leishmaniose visceral e tegumentar, malária, doença de Chagas, esquistossomose, filariose e bouba. Em 1938 instalou um laboratório em Recife (PE) voltado para o estudo da esquistossomose, cujos trabalhos ficaram a cargo da Comissão de Estudos de Patologia Experimental do Nordeste. Ainda nesse ano instalou um posto de pesquisas em Russas (CE), o qual contribuiu com a campanha de erradicação do vetor da epidemia de malária ocorrida na região, o mosquito Anopheles gambiae, em ação conjunta com o Serviço de Malária do Nordeste e a Fundação Rockefeller. Em 1940, com a cooperação da Delegacia Federal de Saúde da 2ª Região, realizou o levantamento epidemiológico da malária no vale do Amazonas, sobre o qual se apoiaria a campanha federal de saneamento. Morreu em 8 de novembro de 1940, no Rio de Janeiro.

História arquivística

Em meados da década de 1990, Carlos Chagas Filho doou à Casa de Oswaldo Cruz documentos de Carlos Chagas, Evandro Chagas e dele próprio, os quais foram inicialmente organizados como fundo Família Chagas. Com a morte de Carlos Chagas Filho, em 2000, sua viúva, Anna Leopoldina de Mello Franco Chagas, doou os documentos do marido que se encontravam sob sua guarda. Ao serem transferidos para a instituição, passaram por um processo de identificação preliminar, pelo qual foi possível detectar outros documentos que pertenciam originalmente a Carlos e a Evandro Chagas. Diante disso, optou-se pela reorganização dos documentos desses titulares, pois tratava-se de conjuntos distintos, que necessitavam de organização própria como fundos pessoais e não mais como fundo familiar. Ainda entre 1999 e 2001 foram incorporadas aos documentos do titular doações de Tatiana Chagas Memória, sua filha, e da Casa de Cultura Carlos Chagas, da cidade de Oliveira (MG).

Procedência

Doação de Carlos Chagas Filho, Tatiana Chagas Memória e Casa de Cultura Carlos Chagas, nos anos de 1999 e 2001.

Área de conteúdo e estrutura

Âmbito e conteúdo

Reúne cartas, telegramas, circulares, ofícios, memorandos, diários, relatórios, decretos, artigos científicos, textos de pesquisa, teses, álbuns de recortes de jornais, fotografias, listas de controle de animais, fichas de exame anatomopatológicos, protocolos de necropsia, planos de combate de endemias, balanços, recibos de pagamento, designações, plantas e mapas, entre outros documentos referentes à vida pessoal e à trajetória profissional do titular como pesquisador e formulador de políticas de combate às grandes endemias nacionais.

Avaliação, selecção e eliminação

Ingressos adicionais

Sistema de arranjo

Grupo Vida Pessoal
Grupo Formação e Administração da Carreira
Grupo Docência
Grupo Pesquisa
Grupo Planejamento e Administração de Ciência e Saúde
Grupo Gestão de Políticas Científicas
Grupo Relações Interinstitucionais e Intergrupos

Área de condições de acesso e uso

Condições de acesso

Sem restrição.

Condições de reprodução

Sem restrição.

Idioma do material

  • alemão
  • espanhol
  • francês
  • inglês
  • português

Forma de escrita do material

Notas ao idioma e script

Características físicas e requisitos técnicos

Instrumentos de pesquisa

FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ. Casa de Oswaldo Cruz. Departamento de Arquivo e Documentação. Fundo Evandro Chagas: inventário. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2009.

Instrumento de pesquisa transferido

Área de fontes relacionadas

Existência e localização de originais

Existência e localização de cópias

Unidades de descrição relacionadas

Fundo Instituto Oswaldo Cruz
Fundo Carlos Chagas
Fundo Carlos Chagas Filho
Fundo Leônidas Deane
Arquivo Gustavo Capanema – Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea
do Brasil da Fundação Getúlio Vargas
Coleção Família Deane

Nota de publicação

BARRETO, Danielle Cristina dos Santos. The tradition of Carlos Chagas: Evandro Chagas and the study of rural endemic diseases in Instituto Oswaldo Cruz. In: SIMPÓSIO INTERNACIONAL COMEMORATIVO DO CENTENÁRIO DA DESCOBERTA DA DOENÇA DE CHAGAS, 2009, Rio de Janeiro. Anais [...]. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2009.
BARRETO, Danielle Cristina dos Santos. Uma trajetória familiar na ciência: Evandro Chagas (1905-1940) e o estudo das endemias rurais no Brasil. 2012. 295 f. Dissertação (Mestrado em História das Ciências e da Saúde) – Casa de Oswaldo Cruz, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2012. Disponível em: https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/handle/icict/19750/107.pdf?sequence=2&isAllowed=y. Acesso em:
22 out. 2020.
GUIMARÃES, Maria Regina Cotrim; PAULA, Richard Negreiros de. Hospital de Manguinhos: 1904-1940. Rio de Janeiro: Fiocruz/IPEC, 2004.
KROPF, Simone Petraglia. Doença de Chagas, doença do Brasil: ciência, saúde e nação, 1909-1962. Rio de Janeiro: Ed. Fiocruz, 2009. (Coleção história e saúde).
SANGLARD, Gisele Porto. Entre os salões e o laboratório: filantropia, mecenato e práticas científicas – Rio de Janeiro, 1920-1940. 2005. 261 f. Tese (Doutorado em História das Ciências e da Saúde) – Casa de Oswaldo Cruz, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2005.

Área de notas

Nota

Imagem retirada de: BR RJCOC EC-VP-03-11

Notação anterior

Pontos de acesso

Ponto de acesso - assunto

Ponto de acesso - local

Ponto de acesso - nome

Pontos de acesso de género

Área de controle da descrição

Identificador da instituição

Regras ou convenções utilizadas

CONSELHO NACIONAL DE ARQUIVOS. NOBRADE: norma brasileira de descrição arquivística. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2006.

Status da descrição

Revisado

nível de detalhamento

Integral

Datas de criação, revisão, eliminação

2009 (criação)
2016 (revisão)

Fontes utilizadas na descrição

BENSABATH, Gilberta. Visão histórica do IEC: aspectos administrativos. In: ENCONTRO TÉCNICO-CIENTÍFICO, 1., 2003, Belém. Anais eletrônicos [...]. Belém, 2003.
CHAGAS, Evandro et. al. Leishmaniose visceral americana. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, v. 33, n. 1, p. 89-229, jun. 1938.
DEANE, Leônidas. Histórico do Instituto Evandro Chagas: período 1936-1949. In: FUNDAÇÃO SERVIÇOS DE SAÚDE PÙBLICA. Instituto Evandro Chagas: 50 anos de contribuição às ciências biológicas e à medicina tropical. Belém, 1986. v. 1. p. 53-67.
MEIRA, João Alves. Necrológio. Revista da Associação Paulista de Medicina, São Paulo, v. 18, n. 3, p. 191-198, mar. 1941.
SILVA JÚNIOR, Marcelo. Evandro Chagas (esboço biográfico). Ceará Médico, Fortaleza, p. 5-11, 1940.

Nota do arquivista

Equipe: Renata Silva Borges, Danielle Cristina dos Santos Barreto, Eduardo Queiroz Reis Marcos Jungman Bhering, Nicole Regine Garcia (2009)
Revisão: Ana Luce Girão Soares de Lima, Francisco dos Santos Lourenço, Paulo Roberto Elian dos Santos, Ricardo Augusto dos Santos (2009), Felipe Almeida Vieira e Carlos Raphael Oliveira do Rego (2016)

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