Área de identificação
Código de referência
Título
Data(s)
- 1842-1959 (Produção)
Nível de descrição
Fundo
Dimensão e suporte
Documentos textuais: 3,22 m
Documentos iconográficos: 266 itens (255 fotografias, 2 cartões-postais, 3 caricaturas e imagem impressa)
Área de contextualização
Nome do produtor
Biografia
Nasceu em 9 de julho de 1878, numa fazenda próxima à cidade de Oliveira (MG), filho de José Justiniano das Chagas e Mariana Candida Ribeiro de Castro Chagas. Formou-se em 1903 pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Sua tese de doutoramento para conclusão do curso médico, abordando os aspectos hematológicos da malária, foi desenvolvida no Instituto Soroterápico Federal, criado em 1900 e denominado, a partir de 1908, Instituto Oswaldo Cruz (IOC). Em 1904 abriu consultório no centro do Rio de Janeiro e, como médico da Diretoria Geral de Saúde Pública (DGSP), trabalhou no hospital de Jurujuba, Niterói. Em 1905 foi encarregado, por Oswaldo Cruz, de combater uma epidemia de malária em Itatinga (SP) que prejudicava as obras da Companhia Docas de Santos. Dois anos depois, coordenou a profilaxia da malária em Xerém (RJ), onde a Inspetoria Geral de Obras Públicas realizava a captação de águas para a capital federal. Constatando que a transmissão da doença ocorria fundamentalmente no interior dos domicílios, defendeu que os mosquitos deveriam ser combatidos mediante aplicação de substâncias inseticidas, nesses ambientes. A teoria da infecção domiciliária da malária e o método profilático a ela associado seriam reconhecidos como importantes contribuições à malariologia. Em 1907 atuou no combate a epidemia de malária que afetava as obras da Estrada de Ferro Central do Brasil entre Corinto e Pirapora (MG). No povoado de São Gonçalo das Tabocas – que, a partir de 1908, com a inauguração da ferrovia, ganhou o nome de Lassance – improvisou um laboratório num vagão de trem. Por intermédio do chefe dos engenheiros, Cornélio Cantarino Motta, tomou conhecimento da existência de um inseto hematófago que proliferava nas frestas das paredes das casas de pau a pique, conhecido como barbeiro. Examinando-lhes o intestino, identificou uma nova espécie de tripanossoma, que denominou de Trypanosoma cruzi, em homenagem a Oswaldo Cruz. No ano de 1909, em Lassance, identificou o novo parasito no sangue de uma criança de dois anos, chamada Berenice, que seria considerada o primeiro caso de tripanossomíase americana ou doença de Chagas. A descoberta e os estudos sobre a nova doença trouxeram grande prestígio ao cientista, que se tornaria membro de importantes associações médicas e científicas no Brasil e no exterior, e ao IOC, a cuja equipe ele se integrara como pesquisador em 1908. Em 1910 a Academia Nacional de Medicina abriu vaga extraordinária para recebê-lo como membro titular. Em 1912 foi agraciado com o prêmio Schaudinn de protozoologia, concedido pelo Instituto de Doenças Marítimas e Tropicais de Hamburgo. Por duas vezes foi indicado ao prêmio Nobel, em 1913 e 1921. Com a colaboração de outros cientistas do IOC, investigou os vários aspectos da nova doença, como as características biológicas do vetor e do parasito, o quadro clínico e a patogenia da infecção, a transmissão e o diagnóstico. Entre 1912 e 1913 chefiou uma expedição ao vale do rio Amazonas para estudar as condições sanitárias da região. Foi uma das lideranças do movimento sanitarista que, entre 1916 e 1920, reuniu médicos, cientistas e intelectuais em torno da ideia de que o atraso do país era fruto das endemias que assolavam seu interior, e que o combate a tais enfermidades deveria ser prioridade do Estado. Em 1917, por ocasião da morte de Oswaldo Cruz, assumiu a direção do IOC, cargo que ocuparia até o final de sua vida. Em 1918 coordenou o combate à epidemia de gripe espanhola na capital federal. Em 1919 foi nomeado para a DGSP, transformada, em 1920, no Departamento Nacional de Saúde Pública, que dirigiu até 1926. No cenário internacional, destacou-se como membro do Comitê de Higiene da Liga das Nações, a partir de 1922, e idealizador e primeiro diretor do Centro Internacional de Leprologia, instalado em 1934. Foi professor do Curso de Aplicação do IOC e, em 1925, tornou-se o primeiro titular da cadeira de medicina tropical da Faculdade de Medicina da Universidade do Rio de Janeiro. Morreu em 8 de novembro de 1934, no Rio de Janeiro.
Entidade custodiadora
História arquivística
Em meados da década de 1990, Carlos Chagas Filho doou à Casa de Oswaldo Cruz documentos de Carlos Chagas, Evandro Chagas e dele próprio, os quais foram inicialmente organizados como fundo Família Chagas. Com a morte de Carlos Chagas Filho, em 2000, sua viúva, Anna Leopoldina de Mello Franco Chagas, doou os documentos do marido que se encontravam sob sua guarda. Ao serem transferidos para a instituição, passaram por um processo de identificação preliminar pelo qual foi possível detectar outros documentos que pertenciam originalmente a Carlos e a Evandro Chagas. Diante disso, optou-se pela reorganização dos documentos desses titulares, pois tratava-se de conjuntos distintos, que necessitavam de organização própria como fundos pessoais e não mais como fundo familiar.
Procedência
Doação de Carlos Chagas Filho e Anna Leopoldina de Mello Franco Chagas. Fotografias doadas por Marcela Virginia Thimóteo da Silva em 2010.
Área de conteúdo e estrutura
Âmbito e conteúdo
Reúne cartas, telegramas, ofícios, relatórios de atividades, atas, nomeações, currículos, textos e artigos científicos, discursos, conferências, diplomas, designações, declarações, apostilas, fotografias, caricaturas, periódicos, recortes de jornais e folhetos, entre outros documentos referentes à vida pessoal e à trajetória profissional do titular como pesquisador assistente, chefe de serviço e diretor do Instituto Oswaldo Cruz, diretor da Diretoria Geral de Saúde Pública, diretor do Departamento Nacional de Saúde Pública, professor catedrático da Universidade do Rio de Janeiro, diretor do Centro Internacional de Leprologia, membro do Comitê de Higiene da Liga das Nações e de diversas sociedades e associações científicas, bem como representante do Brasil em eventos no exterior.
Avaliação, selecção e eliminação
Ingressos adicionais
Sistema de arranjo
Grupo Vida Pessoal
Grupo Formação Acadêmica
Grupo Administração da Carreira
Grupo Docência
Grupo Pesquisa
Grupo Gestão de Ciência e Saúde Pública
Grupo Relações Interinstitucionais e Intergrupos
Área de condições de acesso e uso
Condições de acesso
Sem restrição.
Condiçoes de reprodução
Sem restrição.
Idioma do material
- alemão
- espanhol
- francês
- holandês
- inglês
- italiano
- latim
- português
Forma de escrita do material
Notas ao idioma e script
Características físicas e requisitos técnicos
Instrumentos de pesquisa
FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ. Casa de Oswaldo Cruz. Departamento de Arquivo e Documentação. Fundo Carlos Chagas: inventário. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2009.
Instrumento de pesquisa transferido
Área de fontes relacionadas
Existência e localização de originais
Existência e localização de cópias
Unidades de descrição relacionadas
Área de notas
Nota
O Fundo Carlos Chagas foi nominado ao Registro Nacional do Programa Memória do Mundo em 2008, sendo aprovado ao Registro Regional no mesmo ano. Arquivo Nacional. Programa Memória do Mundo da UNESCO – MoW. Disponível em http://mow.arquivonacional.gov.br/index.php/acervos-brasileiros/registro-regional/28-acervo-nominado-em-2008.html. Acessado em fevereiro de 2023.
Notação anterior
Pontos de acesso
Ponto de acesso - assunto
Ponto de acesso - local
Ponto de acesso - nome
- Carlos Chagas Filho (Doador)
- Anna Leopoldina de Mello Franco Chagas (Doador)
Pontos de acesso de género
Área de controle da descrição
Identificador da instituição
Regras ou convenções utilizadas
CONSELHO NACIONAL DE ARQUIVOS. NOBRADE: norma brasileira de descrição arquivística. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2006.
Status da descrição
Final
nível de detalhamento
Integral
Datas de criação, revisão, eliminação
2009 (criação)
2011 (revisão)
Fontes utilizadas na descrição
CHAGAS FILHO, Carlos. Meu pai. Rio de Janeiro: Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz, 1993.
COUTINHO, Marilia; FREIRE JUNIOR, Olival; DIAS, João Carlos Pinto. The noble enigma: Chagas’ nominations for the Nobel prize. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, v. 94, supl. 1, p. 123-129, set. 1999. Disponível em: https://www.scielo.br/j/mioc/a/DWL3mJHHN8BwgrQdP7d4vjg/?lang=en. Acesso em: 11 jun. 2021.
INSTITUTO OSWALDO CRUZ. Carlos Chagas (1879-1934): bio-bibliografia. Rio de Janeiro, 1959.
KROPF, Simone Petraglia; AZEVEDO, Nara; FERREIRA, Luiz Otávio. Doença de Chagas: a construção de um fato científico e de um problema de saúde pública no Brasil. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 5, n. 2, p. 347-365, 2000. Disponível em: https://www.scielo.br/j/csc/a/79tmmqmRSjn9zVQYkzM6ycQ/?lang=pt. Acesso em: 11 jun. 2021.
PRATA, Aluizio (org.). Carlos Chagas: coletânea de trabalhos científicos. Brasília: Ed. Universidade de Brasília, 1981. 902 p. (Temas brasileiros, v. 6).
objeto digital metadados
Endereço eletrônico
Tipo
Imagem
formato
image/jpeg