Área de identificação
Código de referência
Título
Data(s)
- 1866-1972 (Produção)
Nível de descrição
Fundo
Dimensão e suporte
Documentos textuais: 2,52 m
Documentos iconográficos: 9 itens (7 desenhos e 2 fotografias)
Área de contextualização
Nome do produtor
Biografia
Nasceu em 5 de agosto de 1872, em São Luiz do Paraitinga (SP), filho de Bento Gonçalves Cruz e Amália Bulhões Cruz. Em 1887 ingressou na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, onde se formou em 1892, apresentando a tese de doutoramento “A vehiculação microbiana pelas águas”. No ano seguinte instalou em sua residência um pequeno laboratório de microbiologia. Nesse período, assumiu tanto a clínica que pertencera a seu pai como o ambulatório em que ele cuidava dos funcionários da Fábrica de Tecidos Corcovado. Em 1894, a convite de Egydio Salles Guerra, trabalhou na Policlínica Geral do Rio de Janeiro como responsável pela montagem e chefia do laboratório de análises clínicas que apoiava o Serviço de Moléstias Internas. No mesmo ano, auxiliou o Instituto Sanitário Federal, chefiado por Francisco Fajardo, a diagnosticar o cólera como a epidemia reinante no vale do Paraíba. Em 1897 foi para Paris, onde estudou microbiologia, soroterapia e imunologia no Instituto Pasteur e medicina legal no Instituto de Toxicologia. Retornou em 1899, reassumiu seu cargo na Policlínica e foi convidado para fazer parte da comissão chefiada por Eduardo Chapot-Prévost a fim de verificar a mortandade de ratos responsável pelo surto de peste bubônica em Santos. De volta ao Rio de Janeiro, foi convidado a ocupar a direção técnica do Instituto Soroterápico Federal que estava sendo construído na Fazenda Manguinhos, comandado pelo barão de Pedro Affonso, proprietário do Instituto Vacínico Municipal, e cujo funcionamento se iniciou em 1900. Em 1902, após divergências internas que provocaram a exoneração do barão, passou a dirigir sozinho a instituição. No ano seguinte, assumiu o comando da Diretoria Geral de Saúde Pública (DGSP) com o desafio de empreender uma campanha sanitária para combater as principais doenças que grassavam na capital federal: febre amarela, peste bubônica e varíola. Os métodos utilizados em relação às epidemias abarcaram desde o isolamento dos doentes, a notificação compulsória dos casos positivos, a captura dos vetores – mosquitos e ratos –, até a desinfecção das moradias situadas em zonas de focos. Em 1904, após a aprovação da lei da vacinação antivariólica obrigatória, ocorreu uma revolta popular, seguida da tentativa de golpe por parte dos militares – episódio denominado de Revolta da Vacina. Durou uma semana e foi sufocada com saldo de mortos, feridos e presos, o que levou à revogação da obrigatoriedade. Entre 1905 e 1906 realizou, pela DGSP, uma expedição a trinta portos marítimos e fluviais de Norte a Sul do país com o objetivo de estabelecer um código sanitário de acordo com os preceitos internacionais. Em 1907 recebeu a medalha de ouro em nome da seção brasileira presente no XIV Congresso Internacional de Higiene e Demografia de Berlim. Terminado o evento, foi a Paris, com o objetivo de estreitar laços científicos com o Instituto Pasteur, e em seguida a Nova York, onde conheceu o Instituto de Pesquisas Médicas. Nesse período, cumprindo missão delegada pelo governo brasileiro, reuniu-se com o presidente Theodore Roosevelt para lhe garantir que a esquadra norte-americana poderia desembarcar na capital federal sem temer a febre amarela. Encontrava-se ainda no exterior quando, em 1907, o presidente Afonso Pena transformou o Instituto Soroterápico em Instituto de Patologia Experimental de Manguinhos. Em sua volta ao país, no início de 1908, foi recepcionado como herói nacional, e não mais criticado por sua conduta à frente das campanhas sanitárias. Em 1909 solicitou sua exoneração e optou pela direção do instituto que passou a levar seu nome. Em Manguinhos realizou o levantamento das condições sanitárias do interior do país por meio de expedições científicas promovidas pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC), tais como, em 1910, os combates à malária durante a construção da Ferrovia Madeira-Mamoré, para onde viajou em companhia de Belisário Penna, e à febre amarela, a convite do governo do Pará. Em 1913 ingressou na Academia Brasileira de Letras, e um ano depois foi agraciado com o título de oficial da Ordem Nacional da Legião de Honra da França. Após deixar o comando do IOC no início de 1916, em consequência do agravamento de sua doença renal, foi residir em Petrópolis (RJ), onde ocupou o cargo de prefeito por nomeação de Nilo Peçanha, presidente do estado do Rio de Janeiro. Morreu em 11 de fevereiro de 1917, em Petrópolis.
Entidade custodiadora
História arquivística
O fundo foi constituído, em primeiro lugar, por documentos que permaneceram no Instituto Oswaldo Cruz após a morte do titular, organizados pelo arquivista Albino Antonio Taveira durante a década de 1940. No início da década de 1970, como parte das comemorações do centenário de seu nascimento, o museólogo Luiz Fernando Fernandes Ribeiro, sob a orientação da chefe da Biblioteca de Manguinhos, Lucília Meyer Friedmann, elaborou uma lista de tombamento dos documentos, que foram novamente abertos à consulta. Alguns ficaram expostos, a partir de 1972, na Sala de Oswaldo Cruz, situada no Pavilhão Mourisco. Posteriormente foram levados para o prédio da Cavalariça, onde se instalou em 1986 o Museu de Oswaldo Cruz, responsável pela preservação da memória institucional. Em 1990 os documentos passaram à custódia do Departamento de Arquivo e Documentação. Além disso, o fundo recebeu doações de documentos que se encontravam sob a guarda de Roberto Marinho de Azevedo Neto e de Stella Oswaldo Cruz Penido, descendentes do cientista.
Procedência
Transferência do Museu de Oswaldo Cruz e doação de Roberto Marinho de Azevedo Neto.
Área de conteúdo e estrutura
Âmbito e conteúdo
Reúne cartas, cartões, bilhetes, ofícios, telegramas, certidões, nomeações, conferências, discursos, relatórios, decretos, prospectos, catálogos, cadernos de aulas, resumos, textos e artigos científicos, orçamentos, projetos, recibos, desenhos e recortes de jornais, entre outros documentos referentes à vida pessoal e à trajetória profissional do titular como pesquisador e diretor do Instituto Oswaldo Cruz, diretor da Diretoria Geral de Saúde Pública e prefeito de Petrópolis, bem como representante do Brasil em eventos no exterior.
Avaliação, selecção e eliminação
Ingressos adicionais
Sistema de arranjo
Série Documentos Pessoais
Série Correspondência
Série Instituto Oswaldo Cruz
Série Diretoria Geral de Saúde Pública
Série Produção Intelectual
Série Prefeitura de Petrópolis
Série Memórias do Instituto Oswaldo Cruz
Série Recortes de Jornais
Série Documentos Complementares
Área de condições de acesso e uso
Condições de acesso
Sem restrição.
Condiçoes de reprodução
Sem restrição.
Idioma do material
- alemão
- espanhol
- francês
- inglês
- italiano
- português
Forma de escrita do material
Notas ao idioma e script
Características físicas e requisitos técnicos
Instrumentos de pesquisa
FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ. Casa de Oswaldo Cruz. Departamento de Arquivo e Documentação. Fundo Oswaldo Cruz: inventário analítico. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2003.
Inventário
Área de fontes relacionadas
Existência e localização de originais
Fundo Instituto Oswaldo Cruz
Arquivo Oswaldo Cruz (Arquivo da Academia Brasileira de Letras)
Existência e localização de cópias
Unidades de descrição relacionadas
Área de notas
Nota
O Fundo Oswaldo Cruz foi nominado ao Registro Nacional do Programa Memória do Mundo em 2007.
Fonte: Arquivo Nacional. Programa Memória do Mundo da UNESCO – MoW. Disponível em http://mow.arquivonacional.gov.br/index.php/acervos-brasileiros/registro-nacional/18-acervos-nominados-em-2007.html. Acessado em fevereiro de 2023.
Notação anterior
Pontos de acesso
Ponto de acesso - assunto
Ponto de acesso - local
Ponto de acesso - nome
Pontos de acesso de género
Área de controle da descrição
Identificador da instituição
Regras ou convenções utilizadas
CONSELHO NACIONAL DE ARQUIVOS. NOBRADE: norma brasileira de descrição arquivística. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2006.
Status da descrição
Final
nível de detalhamento
Integral
Datas de criação, revisão, eliminação
2003 (criação)
2010 (revisão)
Fontes utilizadas na descrição
BENCHIMOL, Jaime Larry (coord.). Manguinhos do sonho à vida: a ciência na belle époque. Rio de Janeiro: Casa de Oswaldo Cruz, 1990.
BRITTO, Nara. Oswaldo Cruz: a construção de um mito na ciência brasileira. Rio de Janeiro: Ed. Fiocruz, 1995.
FRAGA, Clementino. Vida e obra de Oswaldo Cruz. Rio de Janeiro: José Olympio, 1972.
GUERRA, E. Sales. Osvaldo Cruz. Rio de Janeiro: Ed. Vecchi, 1940.
OSWALDO Cruz no julgamento dos contemporâneos. Rio de Janeiro: UFRJ/FGV, 1972.
SERPA, Phocion. A vida gloriosa de Osvaldo Cruz. Rio de Janeiro, 1937.
Nota do arquivista
Digitalização iconográfica: Márcio de Oliveira Ferreira
Descrição iconográfica: Natalie Rickli Pimentel
objeto digital metadados
Endereço eletrônico
Tipo
Imagem
formato
image/jpeg